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O Lado Frágil Do Mundo 40 em Tempos de Pandemia
O Lado Frágil Do Mundo 40 em Tempos de Pandemia
0 EM TEMPOS DE
PANDEMIA
RESUMO
ABSTRACT
This article aims to expose some weaknesses of the current informational society in the
1
Mestrando em Educação pela Universidade Estadual Paulista – UNESP/Bauru. Professor
de geografia da rede municipal de São José do Rio Preto. E-mail:
vitorfssouza@gmail.com
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Doutor em Educação para Ciência – UNESP/Bauru. Professor do Centro Paula Souza –
FATEC/Lins. E-mail: lourenco.junior@fatec.sp.gov.br
face of the pandemic crisis, with a focus on the dissemination of scientific knowledge
and the formation of a citizen consciousness. As a basic premise for its elaboration, it’s
understood that a technical and immediate thinking, detached from ethics and morals
is not sustained in the face of the challenges that the society has before the new
millennium.
1. INTRODUÇÃO
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talvez nunca alcançado frente a uma visão tecnicista e imediatista - e sobre o
processo de construção de uma conscientização do cidadão.
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mas apenas para uma pequena parcela inserida no jogo de xadrez da
globalização. Além disso, o mesmo processo que trouxe progresso e técnica,
criou-se necessidades efêmeras e ilusórias, muitas vezes, prejudiciais tanto
para saúde humana como para a natureza.
Os problemas da estrutura mundial estão cada vez mais visíveis. A
questão ambiental é só a ponta do iceberg, sendo o mais recente indicativo dos
reflexos das mudanças climáticas o episódio dos incêndios florestais na Austrália
em 2019 e início deste ano.
Já no campo social, observa-se a dificuldade da pessoa em ser cidadão,
com entraves como o distanciamento do processo de criação das coisas, a falta
do manejo em manipular tantas informações, acesso à internet e outros bens,
que parecem, tão essenciais para os dias de hoje, já que se tornaram
ferramentas do cidadão globalizado (SANTOS, 2017). Diante disso, Santos
(2017) nos alerta:
Santos (2017, p. 80) entende que “[...] isso que estamos vivendo no
presente momento histórico, em virtude desse distanciamento e dessa
esquizofrenia no processo criador dos eventos, é o que se poderia chamar de
alienação regional ou alienação local [...]”. Importante consideração para as
pessoas pensarem se elas estão mais inseridas em seu local, compreendendo e
participando do seu lugar de morada, ou em processos ilusórios, propiciado
pelas redes sociais e das plataformas de streaming.
Junte-se a isso, os poderes de decisão nesse mundo 4.0 que está
canalizado na escala global, com centros específicos de tomada de escolhas que
afetam diretamente a perspectiva local. Esse fenômeno também tem
consequências diretas em nosso processo social e democrático:
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Trazendo esse debate para os dias atuais, eis que se coloca uma questão
imperiosa para o avanço do entendimento humano: somos conscientes ao
analisarmos o cenário da pandemia instaurada? Somos guiados pelo lampejo da
ciência e do conhecimento científico ou de informações soltas que nos colocam
um borrão para direcionamentos de caminhos éticos? Seguimos as
recomendações científicas ou estamos interpretando dados passíveis de serem
relativizados, para legitimar um viés apenas economicista?
São tempos que nos mostram que a complexidade exige pensamento
inteligente e o exercício da cidadania. Nesse ponto, a escola parece ser o
caminho para isso. Mas qual é o crédito que se dá para a escola nesse mundo?
Parece que o retorno das ciências humanas nunca foi tão emergencial.
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reflexão sobre o homem e uma análise do contexto de vida concreto do homem
concreto que se quer educar [...]”.
4. CONCLUSÃO
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do cancelamento dos indivíduos e a perda da capacidade de dialogar, a
democracia fenece nesse ambiente tortuoso. A realidade política dos países
mostra apenas o reflexo desse processo. Um processo que diminui a cada dia o
espaço da Filosofia, Sociologia, História e Geografia do ambiente escolar.
Contraditório, não é?
Nesse cenário, a escola e os núcleos da comunidade científica parecem
ser os pontos de encontro para o novo despertar da consciência planetária. E,
para que isso ocorra, é necessário voltar para contribuições profícuas deixadas
por professores que foram autores de sua própria vida, porque escreveram sua
palavra e sua cultura. Morin, em tantas obras, mostra a necessidade de pensar
a sociedade e a natureza como algo complexo e interligados de forma a dar
acesso para articular informações, para que não caiemos em “[...] uma
gigantesca torre de Babel, que murmura linguagens discordantes” (MORIN,
2014, p. 16).
Já Freire, ensina a necessidade do ser humano ser autor do mundo. A
conscientização será o processo de dar significado para a vida concreta do ser
humano, estabelecer relações, ter a possibilidade de criar, de decidir, de pensar
os fenômenos em todos os campos do conhecimento científico, passando de um
pensamento técnico para questões éticas e morais.
Na crise, deve existir humanidade, que é a vocação dos homens. Vocação
negada, mas também afirmada na própria negação. “Vocação na injustiça, na
exploração, na opressão, na violência dos opressores. Mas afirmada no anseio
de liberdade, de justiça, de luta dos oprimidos, pela recuperação de sua
humanidade roubada” (FREIRE, 2019, p. 40). Esse é o caminho que a
humanidade deve construir diante da crise.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
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DRATH, R.; HORCH, A. Industrie 4.0: Hit or hype? IEEE industrial electronics
magazine, v. 8, n. 2, p. 56–58, 2014.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 68. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2019.