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02/05/2024, 13:07 Adm2 - ED1

Adm2 - ED1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA — UFJF


Docente: Nilson Rogério Pinto Leão
Discente: Dimas Munhoz Gomez - 201934107
DPM074 - Direito Administrativo Aplicado
2022.1-N

ENUNCIADO

Primeira atividade

Leitura/estudo da LEGISLAÇÃO do Brasil - as seguintes normas jurídicas:

1. Decreto de 21 de abril de 2022 - normas de Indulto individual (arquivo PDF


anexo)

2. Constituição da República/1988 - normas sobre: 2-1) os institutos do indulto


e da graça penal; e 2-2) os princípios norteadores da Administração Pública

3. Código Penal/1940 - normas sobre: os institutos de indulto e graça penal

4. Código de Processo Penal/1941 - normas sobre: os institutos de indulto e


graça penal

5. Lei de Execução Penal/1984 - normas sobre: os institutos de indulto e graça


penal

6. Lei de Ação Popular/1965 - normas sobre: 6.1) as causas de nulidade dos


atos administrativos; e 6.2) as definições dos requisitos de validade dos atos
administrativos

7. Lei do Processo Administrativo Federal/1999 - normas sobre: 7-1) os


princípios norteadores da Administração Pública; e 7-2) os critérios
condutores dos atos e processos administrativos

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Segunda atividade

Leitura/estudo de Legislação - normas jurídicas: - constitucionais -


infraconstitucionais (legais e administrativas)

1. Constituição da República (CR):

arts. 1º a 3º - Princípios Fundamentais


art. 5º, caput e incisos - Direitos Individuais; obs.: art. 60, § 4º, inciso IV
inciso II - direito à (princípio da) liberdade geral de ação
incisos XXII a XIV - direito de propriedade
art. 6º - direito à saúde, um dos Direitos Sociais;
art. 59, caput - normas jurídicas federais em espécie (espécies normativas
federais)
art. 84 - Atribuições do Presidente da República
arts. 85 e 86 - Responsabilidade do Presidente da República
art. 136 - Estado de Defesa
art. 137 a 139 - Estado de Sítio
art. 140 a 141 - disposições gerais sobre o ED e o ES
art. 196 - Direito à saúde
art. 197 - Ações e serviços de saúde
art. 198 - Sistema Único de Saúde… Lei 8.080/1990, “Lei do SUS”
art. 199 - assistência a saúde pela iniciativa privada
art. 200 - atribuições do SUS

2. Lei 9.784/1999 - “Lei do Processo Administrativo Federal”:

art. 1º - aplicação e definições


art. 2º - princípios do Processo Administrativo

3. Decreto-Lei 4.657/1942, arts. 20 a 30 (e Decreto 9.830/2019)


4. Lei 13.979/2020 - “Lei da Covid-19”

Terceira atividade

Leitura/estudo (cerca de 78 páginas) de OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende.


Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Método. (um dos livros-texto,
que será disponibilizado em anexo):

a. Cap. 1 - Direito Administrativo: gênese e evolução (8 pp);


b. Cap. 2 - Fontes do Dir. Adm. (10 pp);
c. Cap. 3 - Princípios do Dir. Adm. (27 pp);
d. Cap. 14 - Poderes Administrativos
subitens 14.1 a 14.3 (23 pp);
e. Cap. 23 - Agentes Públicos
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subitens 23.1 a 23.3 (10 pp).

QUESTÃO 1. [FINAL] Opinem a respeito da disposição normativa que prevê


uma modalidade do instituto de indulto que pode ser concedido com
características de pessoalidade, consagrando assim uma exceção legal à
disposição constitucional que estabelece o princípio da impessoalidade na
prática dos atos administrativos.

[Questão provisória 1: Opine a respeito da disposição legal e excepcional da Lei


7.210/1984, que prevê o instituto de indulto com pessoalidade, ante a disposição
constitucional e geral que estabelece o princípio da pessoalidade na prática dos
atos administrativos.]

Para compararmos a impessoalidade dos atos administrativos prevista no caput


do art. 37 da Constituição Federal, com a evidente pessoalidade dessa
modalidade do instituto do indulto, a “graça” (ou “indulto individual”),

Podemos observar que o princípio da impessoalidade, prevista no caput do art.


37 é um desdobramento do princípio da igualdade, presente no caput do art. 5º
(ambos da CF), que determina que os indivíduos devam ser tratados, prima
facie, igualmente (“todos são iguais perante a lei” e “garantindo-se (…) a
inviolabilidade do direito (…) à igualdade”. Portanto, o administrador deve dar a
todos o mesmo tratamento, isto é, sem privilegiar ninguém, impessoalmente.

Também deriva do princípio da isonomia a individualização das penas, presente


no artigo 5º, inciso XLVI, que se desdobra no artigo 29 do Código Penal,
garantindo a cada um tratamento isonômico, punindo cada ofensa na medida de
sua culpabilidade.

No mesmo ano de 1984 em que Nelson Hungria promove a reforma do Código


Penal, o emérito penalista leva a cabo a Lei de Execuções Penais (LEP, Lei
7.210/84), elogiada por sua preocupação com a ressocialização do preso.
Arlindo Chinaglia, à época Presidente da Câmara dos Deputados, argumentava
a legitimidade da LEP numa reimpressão dela, de 2008. Embora a considerasse
mal empregada:

continua a ser um diploma moderno e abrangente, que reconhece o preso


como sujeito de direitos e avoca para si os princípios e regras
relacionados à execução das penas e das medidas de segurança no
Brasil.1

No capítulo III do Título VII a LEP prevê a possibilidade do indulto. Mas antes de
discorrermos sobre sua validade, voltemos à previsão constitucional do indulto, é
dizer, em seu contexto originário. Vale dizer que, restritivamente, o indulto, como
presente no inciso XII do art. 84 da Constituição Federal — isto é, reservado ao

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Presidente da República — nos parece ter sido previsto como instrumento


excepcionalíssimo de garantia da liberdade de indivíduos pertencentes a grupos
minoritários flagrante risco ou situação de violação ou perseguição (política,
religiosa, etc.). Daí, ter sido previsto como instrumento de perdão coletivo para
pacificação social, permitindo ao chefe do executivo restabelecer a ordem social
diante de iminente possibilidade de ruptura social ou política. Lembrando que
estávamos saindo de um regime autoritário, de outro modo, por exemplo, um
presidente poderia desfazer atos persecutórios de mandatos anteriores, sob o
aplauso legítimo da sociedade, o que serviria de instrumento modulatório desses
atos, mal recebidos pelo povo.

Feita essa observação otimista sobre a boa intenção do constitucionalista,


passemos a interpretar o indulto também sob a luz da Constituição. Hungria, na
LEP, teria apenas atualizado o instrumento do indulto de acordo com a
individualização das penas, prevista no artigo 5º, inciso XLVI. Se cada indivíduo
deve receber pena individual, também o instrumento do indulto deve ser
aplicado individualmente. O que, a princípio, não significaria a “invenção” do
instituto da graça, muito menos seu uso arbitrário, ainda que imotivado.

Afinal, como afirmamos acima, a partir da dicotomia administração e governo


(mandato), o indulto é ato claramente pessoal do presidente, de uso
eminentemente político, mas que deveria ficar restrito a casos
excepcionalíssimos como instrumento legítimo do exercício da sua posição
privilegiada de presidente eleito, num Estado Democrático de Direito. Se o
indulto e a graça figuram arcaicos, como legado da centralidade despótica, os
dois instrumentos se converteriam, na melhor das hipóteses,
contemporaneamente, como mecanismos políticos últimos de expressão da
vontade coletiva, de manifestação da vontade democrática, representada por
meio do presidente eleito.

Assim, ainda que ato político, deveria estar eivado de contexto excepcional, se é
para considerarmos tal “mecanismo de controle” como dotado de
constitucionalidade. Ainda que isento de motivação, o emprego político raso da
“graça” só pode demonstrar desrespeito às instituições democráticas, quando
deveria, isso sim, servir como garantia última do uso político justo do poder.

Em outras palavras, se a graça não precisa ser motivada, deveria vir


acompanhada de espírito democrático e perdão “supranormativo” que, ainda que
violando a norma derivada (o Código Penal), garantisse a inviolabilidade dos
bens jurídicos da liberdade (novamente, art. 5º, caput, CF), da justiça, da ordem,
da paz pública, do bem comum, etc., quando todos os outros mecanismos se
mostrassem para tanto insuficientes.

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Questão provisória 2: Identifique ao menos 4 argumentos de convergência e 1


de divergência entre o parecer jurídico da OAB, em estudo, e as ideias e
argumentos, a respeito do tema, que já foram expostos em sala de aula.

1. CÂMARA dos Deputados, 2008. Lei 7.210/1984. Lei de Execuções Penais.


Disponível em: https://www.google.com/url?
q=https://bd.camara.leg.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/766/c_execucao_p
enal_1ed.pdf%3Fsequence%3D8%26isAllowed%3Dy&sa=U&ved=2ahUKEw
jT4feD1s33AhWmr5UCHchyCdwQFnoECAsQAg&usg=AOvVaw1B2dgGzEH
XBae67zSpXs2W Acesso em: 07.mai.2022.↩︎

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