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MÓDULO 6
1. As transformações económicas na Europa e no Mundo
2. A sociedade industrial e urbana
Grupo I
Os progressos da ciência e da técnica
Doc. 1 Discurso do químico francês Marcelin Berthelot, no banquete da Câmara Sindical dos Produtos
Químicos, abril de 1894
Meus Senhores,
Agradeço-vos o terem-me convidado para este banquete e de terem aqui reunido […] os que se dedicam ao
trabalho nos laboratórios científicos, entre os quais me incluo há quase meio século, e também os dirigentes
das empresas industriais, onde se cria a riqueza nacional. Ao fazê-lo, ficou em evidência essa aliança
5 indissolúvel entre a ciência e a indústria, que caracteriza as sociedades modernas. […]
Será necessário relembrar-vos os progressos alcançados por vós durante o século que agora se aproxima do
fim? A fabricação do ácido sulfúrico e da soda artificial, o branqueamento e o tingimento dos tecidos, o açúcar
de beterraba, os alcaloides terapêuticos, o gás de iluminação […]. Sem empolar o nosso trabalho pessoal,
podemos declarar que as invenções do nosso tempo não são menores: a eletroquímica transforma, neste
10 momento, a velha metalurgia e revoluciona as suas práticas seculares; as matérias explosivas são aperfeiçoadas
pelos progressos da termoquímica e trazem às artes da mineração e às da guerra energias todo-poderosas; a
síntese orgânica, sobretudo, obra da nossa geração, mostra as suas maravilhas na invenção de matérias
corantes, de perfumes, de agentes terapêuticos e antisséticos.
Mas, por mais consideráveis que sejam estas maravilhas, cada um de nós consegue vislumbrar outras: o futuro
15 da química será, não o duvidem, ainda maior do que o seu passado. Deixem-me falar-vos dos meus sonhos
nesse campo: é bom perspetivarmos o futuro: por atos, se o pudermos, pelo pensamento, sempre. […] quem
ousaria anunciar, há cem anos, atrás, a fotografia e o telefone?
Banquete oferecido a M. Berthelot, Revue Scientifique, 4.ª série, tomo III, Paris, 1895
1. Transcreva do texto uma afirmação que comprova a admiração do autor pelos progressos
tecnológicos.
3. A “aliança indissolúvel entre a ciência e a indústria” a que se refere o autor (linha 5), originou
a) a racionalização dos métodos de trabalho.
b) a produção estandardizada.
c) o arranque da Revolução Industrial.
d) uma cadeia de progressos cumulativos.
4. Identifique o setor da indústria cujos “progressos alcançados”, na segunda metade do século XIX
são, particularmente, elogiados pelo autor.
Grupo II
As alterações no funcionamento da economia
Doc. 1 Um novo tipo de crise
Crises gerais que afetam a economia de um país inteiro e que se estendem a outros países que têm relações
comerciais com ele constituem uma marca definidora da moderna organização dos negócios. Há um século,
uma má colheita podia causar penúria local ou especulação […] mas essas ocorrências não tinham a recorrência
e os efeitos alargados que caracterizam as perturbações industriais atuais.
5 A História pode já estudar as manifestações concretas de uma crise e nenhuma se adapta melhor do que a
crise de 1873, nos Estados Unidos. O fim da Guerra Civil1 desencadeou uma atividade extraordinária em todos
os ramos empresariais. Os negócios prosperaram; os preços e os lucros eram elevados; […] a atividade dos
centros comerciais refletia as facilidades financeiras […]. O comércio dos Estados Unidos mostrou um
crescimento semelhante, tendo a soma das importações e exportações subido de 609 milhões de dólares, em
10 1868, para 1164 milhões, em 1873. […]
[Em 1883] alguns sintomas anunciaram a crise. […] [Em 1884] as facilidades dos anos anteriores haviam
desaparecido e já não se criavam novas empresas […] Os preços desceram até 1879 […]. O consumo do ferro
em barra declinou; o crédito caiu […].
Tal como o ano de 1873 marca a eclosão da crise, o de 1878 assinala o auge da depressão que se seguiu.
15 Cada crise, cada crash , e depressão são marcadas por características análogas. […] Nós chegamos à
2
conclusão que as crises são causadas por um desfasamento entre o crescimento da produção e do consumo.
As mudanças na produção são rápidas; no consumo são lentas e graduais. […] Acreditamos que estas crises
são causadas por superprodução.
Edward Jones, Economic Crisis and Periods of Industrial and Commercial Depression, 1902
1
Refere-se à Guerra Civil Americana, que decorreu entre 1861 e 1865.
2
Descida acentuada dos valores da Bolsa.
Nos nossos dias, há países que se tornaram em banqueiros e negociantes do Globo: Inglaterra, França, Alemanha,
Holanda e Bélgica. São países capitalistas, de grande e velha fortuna; a seu lado crescem povos mais jovens, como
o dos Estados Unidos. […] São 5 ou 6 povos a deter a maior parte do capital circulante da Humanidade […]:
possuem terras além-mar; têm interesses em extensos territórios cultivados por indígenas da África, da China e
5 até por brancos da Europa e da América; são acionistas de minas e de fábricas, que nunca viram mas de onde
obtêm grandes lucros. Numa palavra, enriquecem sem escrúpulos à custa do trabalho alheio […]. A Europa
Ocidental, exploradora e açambarcadora, controla com o seu dinheiro a riqueza de todo o mundo.
Pierre Leroy-Beaulieu, economista francês (1843-1913), em La Revue des Deux Mondes, 1896
Teste de Avaliação Sumativa n.º 5
1. Identifique o tipo de crise a que corresponde a “crise de 1873, nos Estados Unidos” (Doc. 1,
linha 6).
2. As crises sobre as quais o autor do documento 1 centra o seu estudo suscitaram, com
frequência, duras críticas ao
a) livre-cambismo.
b) protecionismo.
c) consumismo.
d) fordismo.
4. Explicite duas características do novo tipo de crise a que se refere o autor do documento 1.
Fundamente as duas características com excertos relevantes do documento 1 e dados relevantes do
documento 2.
Grupo III
Demografia e sociedade, no século XIX
Doc. 1 O crescimento populacional na Suécia Doc. 2 Paris, o Boulevard des Capucines, pintura
de Jean Béraud, 1889
Milhões de
‰ habitantes
45 7,5
30 5
15 2,5
0 0
Nascimentos por mil habitantes População em milhões
Mortes por mil habitantes
Teste de Avaliação Sumativa n.º 5
São os filhos dos homens devotados ao trabalho manual que, educados acima da sua condição por um pai
trabalhador, subirão os degraus da escala social e atingirão os sublimes trabalhos da inteligência.
O pai camponês, operário numa manufatura, marinheiro num navio. O filho, se o pai for trabalhador e poupado,
será rendeiro, fabricante, capitão de navio. O neto será banqueiro, notário, médico, talvez mesmo chefe de
5 Estado. As gerações elevam-se assim, umas acima das outras.
Adolph Tiers, De la Proprieté, 1848
Nunca vi uma classe tão profundamente imoral, tão incuravelmente corrupta e interiormente minada pelo
egoísmo, […] como a burguesia inglesa […]. Para ela só o dinheiro conta no mundo, vive exclusivamente para
ganhar dinheiro. A única felicidade que conhece é a de fazer fortuna rapidamente, e o único sofrimento o de
perder dinheiro. […] É verdade que estes burgueses ingleses são bons esposos e bons chefes de família,
5 possuem também todas as espécies de belas virtudes, como se costuma dizer, e nas suas relações da vida
corrente parecem tão respeitáveis e corretos como todos os outros burgueses.
[…] Fui um dia a Manchester com um desses burgueses e discuti com ele a construção deplorável e insalubre,
o estado inacreditável dos bairros operários, e disse-lhe nunca ter visto uma cidade tão mal construída.
O homem ouviu-me calmamente até ao fim e na esquina da rua onde nos separámos, declarou, antes de se
10 despedir: e, apesar disso, ganha-se aqui muitíssimo dinheiro. O burguês não quer saber para nada se os seus
operários morrem ou não de fome, desde que ganhe dinheiro. Todas as condições de vida são avaliadas em
função do lucro, e tudo aquilo que não dê dinheiro é idiota, irrealizável, utópico. […]
A escravidão miserável em que o dinheiro coloca o burguês marca a própria linguagem, devido ao domínio da
burguesia. O dinheiro dá o valor do homem […]. Quem quer que tenha dinheiro é respeitável, pertence «à melhor
15 categoria de pessoas», é influente, e o que realiza é tido em consideração no seu meio.
Friedrich Engels, A situação da classe trabalhadora em Inglaterra, Porto, Edições Afrontamento, 1975
2. A cidade oitocentista (Doc. 2) reflete as mudanças sociais que resultaram dos progressos da
civilização industrial. Associe as classes sociais patentes na coluna A às respetivas vivências
urbanas que lhes correspondem, elencadas na coluna B.
Todas as frases devem ser utilizadas. Cada frase deve ser associada apenas a um dos tópicos da
coluna A.
Coluna A Coluna B
a) Alta Burguesia 1) Viviam nos novos bairros residenciais das novas avenidas
iluminadas e arborizadas.
b) Classes médias
2) Viviam nos bairros periféricos dos subúrbios, próximos das
c) Proletariado zonas fabris.
FIM