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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

FABIO GUILHERME DE SOUZA PIRES

ENEM, O EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO


MAIOR VESTIBULAR DO BRASIL.

São Paulo
2019
FABIO GUILHERME DE SOUZA PIRES

ENEM, O EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO


MAIOR VESTIBULAR DO BRASIL.

Artigo apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul, como parte


das exigências do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Docência em Ensino Superior para a obtenção do título de
Especialista em Docência em Ensino Superior.

Orientadora: Prof.ª Priscila Bernardo Martins

São Paulo
2019
FABIO GUILHERME DE SOUZA PIRES

ENEM, O EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO


MAIOR VESTIBULAR DO BRASIL.

Artigo defendido e aprovado pela


Banca Examinadora em XX/XX/XXXX.

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________
Prof. Prof.ª Priscila Bernardo Martins
Universidade Cruzeiro do Sul - Orientadora

_____________________________________________
Prof. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Universidade Cruzeiro do Sul

_____________________________________________
Prof. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Universidade Cruzeiro do Sul
PIRES, FABIO. G.S. Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio: Uma análise crítica do
maior vestibular do Brasil. 2019. Artigo (Docência em Ensino Superior) - Universidade
Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2019.

RESUMO

O trabalho de abordagem histórica tem como objetivo uma análise critica do Exame Nacional
do Ensino Médio. A prova foi usada inicialmente para avaliar a qualidade da educação
nacional de 1998 a 2008. Com a restruturação em 2009, o Enem virou uma referência
educacional no Brasil, e hoje é a forma mais fácil para ingressar em uma universidade pública
ou privada. O tema proposto trará fatos em torno do exame, suas reformulações e
transformações ocorridas no processo de avaliação. O Enem PPL, aplicado a menores
infratores internados em instituições socioeducativas e adultos encarcerados em unidades
prisionais é a principal ferramenta para reeducação social, pois as prisões brasileiras não
proporcionam recuperação para quem sofre uma condenação penal. Além de avaliar o nível
de aprendizado dos alunos ao final do ensino médio, o Enem tem um importante papel em
relação ao currículo na vida escolar e a aceitação no mundo do trabalho.

Palavras-chave: Avaliação, Enem, Enem PPL, Universidades.

ABSTRACT

The work of historical approach aims at a critical analysis of the National High School
Examination. The test was initially used to assess the quality of national education from 1998
to 2008. With the restructuring in 2009, Enem became an educational reference in Brazil, and
today is the easiest way to enter a public or private university. The proposed theme will bring
facts about the exam, its reformulations and transformations that occurred in the evaluation
process. The Enem PPL, applied to juvenile offenders interned in socio-educational
institutions and adults imprisoned in prisons units is the main tool for social re-education,
since Brazilian prisons do not provide recovery for those who suffer a criminal conviction. In
addition to assessing the level of student learning at the end of high school, Enem has an
important role in curriculum in school life and acceptance in the world of work.

Keywords: Evaluation, Enem, Enem PPL, Universities.


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INTRODUÇÃO

O Exame Nacional do Ensino Médio é um dos maiores vestibulares do país. O Enem


representa um grande benefício aos alunos, uma chance de ascensão social por meio da
educação. Ao passar dos anos, o Enem de uma simples avaliação de desempenho dos alunos
tornou-se a grande oportunidade de acesso ao ensino superior em todo Brasil.

Segundo Inep (2019) a prova é feita com a finalidade dos estudantes adquirem uma
bolsa integral ou parcial em universidade particular através do Programa Universidade para
Todos (Prouni) ou um financiamento através do Fundo de Financiamento ao Estudante do
Ensino Superior (Fies). Estes programas de acesso às universidades têm estimulado os
candidatos. Afinal é um grande atrativo, principalmente para pessoas de baixa renda.

O Enem foi o ponto certo do Governo Federal para a democratização da educação. A


chance que muitos jovens recebem no Enem é extensiva a quem sofre condenação penal. O
Enel PPL é o programa do governo para ressocialização de muitos presos no país. Vemos
constantemente em notícias que os presídios brasileiros não apresentam condições para a
recuperação dos detentos, e o Enem PPL é um programa do governo que fortalece a educação
e reinserção na sociedade.

O preso está regresso à sociedade sofre uma marginalização, e a melhor forma de


acolhê-lo novamente ao convívio das pessoas é através do acesso à educação. Além de
possibilitar a redução de parte do tempo de execução da pena, o Enem PPL cria oportunidades
para que os menores infratores e os adultos encarcerados possam se qualificar, ter uma
profissão e ingressar ou retornar ao mercado de trabalho.

Vale lembrar que a formação universitária, além da dimensão técnica e


profissionalizante, também diz respeito à formação humana. E por muito tempo o ensino
brasileiro foi deficitário, mas o surgimento de um planejamento na educação com programas
como o Fies, Prouni e o SiSU, o governo federal vem dando passos importantes na
democratização.

Este artigo foi elaborado com base em pesquisas através de artigos científicos,
documentários, jornais eletrônicos, revistas e sites disponibilizados na internet. As
6

informações adicionais foram retiradas de outras fontes e canais que estão citados nas
referências.

O presente trabalho trará em seu desenvolvimento:

 A história do Enem e suas edições, com alguns dados numéricos;

 As universidades brasileiras, estrangeiras e o ingresso dos candidatos por meio de


programas do Governo Federal;

 O Enem PPL e atuação deste exame as pessoas encarceradas.


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DESENVOLVIMENTO

1. A História do Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma avaliação idealizada pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia atrelada ao
Ministério da Educação do Brasil e seu exame compete à política de reforma do Ensino
Médio (EM), tendo como referência a Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996).

Possuí os Parâmetros Curriculares Nacionais (Pcn), a Reforma do Ensino Médio, bem


como os textos que amparam sua organização curricular em Áreas de Conhecimento, e ainda,
as Matrizes Curriculares de Referência para o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb) (BRASIL, 1996).

A política do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) era uma dentre as várias
transformações propostas pelo governo federal, com reformas na educação no inicio dos anos
90 (BRANDÃO; CHIRINÉA, 2015, p.462).

A portaria de criação da prova estabelecia que o planejamento e operacionalização do


exame ficassem sob-responsabilidade do Inep. Logo após a decisão, o Inep veiculou um
documento na época, descrevendo o funcionamento da prova (BRANDÃO; CHIRINÉA,
2015, p.462).

Idealizou-se uma matriz com a indicação de competências e habilidades associadas


aos conteúdos do ensino fundamental e médio, próprias ao sujeito na fase de desenvolvimento
cognitivo, correspondente ao término da escolaridade básica, para estruturar o exame
(BRANDÃO; CHIRINÉA, 2015, p.462).

Segundo o Inep (2019, p.1):

[...] Na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que incentiva outras
profundas transformações no ensino médio: desvincula-o do vestibular,
flexibilizando os mecanismos de acesso ao ensino superior, e, principalmente,
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delineia o “perfil de saída” (art.36, § 1º) 1, estipulando que, ao final do ensino médio,
o educando demonstre: domínio dos princípios científicos e tecnológicos que
presidem a produção moderna, conhecimento das formas contemporâneas de
linguagem, domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania [...] (INEP, 2019, p.1).

Neste intuito que o Inep vem organizando o Enem com objetivos específicos,
oferecendo uma referência educacional para que cada cidadão tenha uma escolha futura. A
transformação social e alteração à vida cotidiana impõe-se um padrão mais elevado para a
escolaridade básica dos brasileiros (INEP, 2019).

Portanto, o Inep (2019, p1) cita que:

[...] As tendências internacionais, tanto em realidades mais próximas da nossa como


nas mais distantes, acentuam a importância da formação geral na educação básica,
não só para a continuidade da vida acadêmica como, também, para uma atuação
autônoma do sujeito na vida social, com destaque à sua inserção no mercado de
trabalho, que se torna mais e mais competitivo. [...] (INEP, 2019, p.1).

Criado em 1998, na gestão de Paulo Renato Souza frente ao Ministério da Educação,


no governo de Fernando Henrique Cardoso, a prova foi usada inicialmente para avaliar a
qualidade da educação nacional. A avaliação tinha apenas 63 questões e uma redação, e servia
como um modelo de avaliação anual do aprendizado dos alunos no Ensino Médio. O exame
contou com um número modesto de apenas 115,6 mil participantes, de um total de 157,2 mil
inscritos (TERRA, 2014).

Em 2001, o Enem começava a conquistar espaço no País e teve 1,6 milhão de inscritos
e de 1,2 milhão de participantes. Uma medida importante para democratizar o Enem foi à
isenção do pagamento da taxa de inscrição para os alunos de escolas públicas. Com a
concepção do Programa Universidade para Todos (Prouni) em 2004 houve a popularização
definitiva do Enem (TERRA, 2014).

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, houve a concessão de bolsas de ensino em


instituições privadas de ensino superior, tudo isso de acordo com o desempenho dos
estudantes no exame e estando sujeito renda per capita familiar, podendo ser bolsas integrais

1
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários
formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a
relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: § 1º A organização das áreas
de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos
em cada sistema de ensino (BRASIL, 1996).
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ou parciais. Para participar do programa era preciso ter cursado todo o ensino médio na rede
pública, e funciona nestes moldes até os dias de hoje (TERRA, 2014).

Terra (2014) cita que em 2005 à após criação do Prouni, obteve-se uma a marca
histórica de 3 milhões de inscritos e 2,2 milhões de participantes. Tornou-se uma vantagem e
um grande atrativo estudar em instituições privadas sem pagar mensalidade.

O Enem tornou-se um processo unificado de seleção para universidades públicas de


todo o País. O exame passou de 63 questões para um teste com 180 perguntas distribuídas em
quatro cadernos de prova: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e
Matemática, além de uma redação (TERRA, 2014).

Em 2009 quando modificou a forma de avaliação, o Enem obteve 4.576.126


candidatos inscritos no exame. Nos 35 dias em que o sistema do Enem esteve aberto, quase 7
milhões de pessoas acessaram o site (6.761.646), de 99 países diferentes – como Estados
Unidos, França, Nigéria, Japão China, Índia e Malásia (INEP, 2009).

Inep (2010) no ano seguinte, um total de 4.611.441 pessoas se inscreveram no Enem


de 2010. Neste mesmo ano, iniciava a aplicação do exame para pessoas privadas de liberdade
(Enem PPL). No ano de 2011, com número recorde nesta edição, o exame teve 5.366.780
candidatos inscritos em 1.599 municípios (GLOBO, 2011).

Foram 5.791.290 participantes confirmados em 2012, novo recorde. Em coletiva de


imprensa, o Ministro da Educação Aloizio Mercadante, e o presidente do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa divulgaram
que em 2013, houveram 7.173.574 inscritos, um aumento de 24% em relação ao ano anterior
(INEP, 2013).

Brasil (2014) com crescimento de 21,6%, o número de inscritos no Enem 2014


superou a expectativa do Ministério da Educação (MEC). Foram 8.721.946 participantes
ratificados para participação. Em 2015 tiveram 7.746.436 concorrentes inscritos, com
abstenção de 25,5%, havendo queda no número de inscritos. Começa a política de
atendimento por nome social. Já no primeiro ano 286 travestis e transexuais usaram o
benefício (INEP, 2018).

Houve 743 pessoas eliminadas do exame, a maioria por uso de equipamentos


inadequados, 63 no detector de metais, e apenas três por postarem fotos de dentro do local da
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prova. De acordo com o Ministro da Educação Mercadante, comparados há anos anteriores,


caiu muito o número de pessoas eliminadas na avaliação, o que indica uma "cultura de
respeito às regras" (LIMA; PAULO, 2015).

Segundo Calgado e Luiz (2016) 8.356.215 candidatos participaram do exame de 2016.


Em dois dias de exame, 5.848.619 de candidatos fizeram as provas e teve uma abstenção de
30%. Em 2017, a edição contou com 7.603.290 inscrições, com 58,6% de mulheres e 41,4%
homens. Em relação a 2016, houve uma queda no número de candidatos. As provas passaram
a ser aplicadas em dois domingos, mantendo o mesmo horário de realização (INEP, 2017).

Segundo Inep (2018) a edição de 2018 do Enem recebeu 6.774.891 inscrições e com
5.513.662 (81,3%) participantes, dos quais 59,1% dos inscritos confirmados foram do sexo
feminino e 40,9%, do masculino. Segue gráfico abaixo de numero de inscritos no Enem de
2009 a 2018.

O Enem teve um aumento no número de inscrições entre os anos de 2009 até 2014 e
uma diminuição de aproximadamente um milhão de candidatos em 2015. Mesmo com um
relativo aumento em 2016 comparado a 2015, o exame vem tendo uma queda no número de
participantes no exame até o ano de 2018.

2. O Enem nas universidades brasileiras e do exterior: Programas do Governo.

O acesso às universidades brasileiras tornou-se mais integrada, garantindo maior


chance para os alunos egressos de escolas públicas. A adesão do Enem substituiu o antigo
método de avaliação do Vestibular em muitas Instituições. Muitas delas vêm acolhendo os
candidatos de forma integral ou parcial. O Ministério da Educação (MEC) criou o Sistema de
Seleção Unificada (SiSU) para concorrência às vagas em Instituições Públicas oferecidas
através da nota do Enem (VIRTUAL, 2019).

Segundo Virtual (2019) em período de inscrições, o aluno tem direito a modificar suas
opções quantas vezes desejar, dado que valerá a última opção selecionada. Após esse período,
os melhores classificados serão selecionados de acordo com a quantidade de vagas ofertadas.
Ocorrem duas chamadas e uma lista de espera.

Cita Virtual (2019) que:


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[...] Os candidatos que tiverem interesse na lista de espera devem se inscrever no


próprio site do SiSU e depois aguardar uma possível convocação realizada pela
própria Instituição da qual se inscreveu. Para as pessoas que não conseguiram uma
vaga no ensino público, o MEC criou dois programas de destaque que permitem o
ingresso e permanência em Instituições de ensino superior privada [...] (VIRTUAL,
2019).

Para quem possuí renda familiar baixa, egressos do ensino médio ou privado com
bolsa integral existe o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que fornece bolsas
integrais e parciais para estudantes que tenham realizado o Enem (VIRTUAL, 2019).

Mas há regras para participar do Prouni. Segundo Virtual (2019) os alunos precisam:

[...] Ter participado da edição mais recente do Enem e possuir 400 pontos de média
nas cinco notas, além de não poder zerar na redação; Bolsas integrais: possuir renda
familiar por morador de no máximo um salário mínimo e meio; Bolsas parciais:
possuir renda familiar por morador de no máximo três salários mínimos; Ter cursado
todo o ensino médio em escola pública ou em escola particular com bolsa integral;
Ser pessoa com deficiência; Ser professor da rede pública de ensino, concorrendo a
uma vaga em licenciatura, normal superior ou pedagogia [...] (VIRTUAL, 2019).

O Financiamento Estudantil (Fies) avaliza um financiamento a qualquer período do


ano, com juros mensais de 3,4%. O estudante para candidatar-se, deverá ter participado do
Enem em alguma das edições posteriores ao ano de 2010 (VIRTUAL, 2019).

Segundo Virtual (2019) o Fies funciona em três etapas:

[...] A primeira fase é a de utilização, o aluno deverá pagar a cada três meses o valor
no máximo de 50 reais. Após a conclusão do curso, inicia-se a segunda fase,
chamada de carência, nessa etapa o estudante tem até 18 meses para recompor seu
orçamento, porém o pagamento máximo de 50 reais a cada três meses se mantém. A
terceira fase, amortização, é o início do pagamento da dívida, que poderá ser
parcelada em até três vezes o período financiado do curso, podendo acrescentar até
mais um ano, caso seja solicitado pelo estudante [...] (VIRTUAL, 2019).

Portugal é o país com maior número de universidades que aceitam o Enem, e utiliza o
exame como forma de seleção para brasileiros. Desde 2014, o Inep passou a firmar acordos de
cooperação com as instituições do país e a pioneira em receber os brasileiros foi a
Universidade de Coimbra (BARBACENA, 2019).

Segundo Barbacena (2019) as universidades de outros países, como França, Irlanda,


Reino Unido e Canadá, também já utilizam as notas do Enem em seus processos seletivos,
apesar de que o MEC oficialmente só tenha convênios com Portugal.
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Foram aprovados até abril 2018 mais 1,2 mil brasileiros. A universidade tem
autonomia para definir as notas de corte para o ingresso aos cursos. O Inep faz a conferência
das notas dos candidatos no Enem, pelo acordo firmado (BARBACENA, 2019).

A Universidade Europeia de Lisboa é a 37ª instituição de ensino superior de Portugal a


aceitar o uso da nota do Enem na seleção de alunos brasileiro, de acordo com o novo
convênio com Inep firmado no dia 24 de dezembro de 2018 (ROCHA, 2019).

Rocha (2019) cita que a parceria com Portugal começou em 2014, com a Universidade
de Coimbra e a de Algarve. Em 2015, o número de IES parceiras em Portugal passou para
nove e outras sete fecharam parceria no ano seguinte. Em 2017, Portugal e Brasil
acrescentaram mais nove instituições ao convênio e, agora, com a entrada de outras 10
instituições em 2018, o número total fecha em 37.

3. O Enem PPL

O Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade,


implementado pelo governo Federal no ano de 2010, destina-se a menores infratores
internados em instituições socioeducativas e adultos encarcerados em unidades prisionais
(INEP, 2019).

A realização do Enem PPL encontra – se fundamento no artigo 5º, §1º da portaria


2
807/10 do Ministério da Educação, segundo a qual a aplicação do Enem precisa levar em
consideração as políticas de educação das unidades prisionais (MARTINS et al.,2018).

Segundo Esteves (2017):

[...] as provas são realizadas nas unidades prisionais e socioeducativas indicadas


pelos órgãos de administração prisional e socioeducativa de cada Estado da
Federação, desde que os órgãos de administração tenham firmado Termo de Adesão
junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira –
Inep e as unidades prisionais e socioeducativas tenham firmado Termo de Adesão,
Responsabilidades e Compromissos junto ao Inep [...] (ESTEVES, 2017).

2
Art. 5° A participação no ENEM é voluntária, destinada aos concluintes ou egressos do ensino médio e àqueles
que não tenham concluído o Ensino Médio, mas tenham no mínimo dezoito anos completos na data da primeira
prova de cada edição do Exame. § 1º A aplicação do ENEM levará em consideração as questões de
acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência, assim como as políticas de educação nas unidades
prisionais (UNIÃO, 2010, p.72).
13

As avaliações do Enem PPL têm o mesmo grau de dificuldade e a correção oferece a


mesma rigidez que a avaliação tradicional. Os reeducandos têm os mesmos direitos de cotas
raciais ou sociais, expressas por lei (MARTINS et al., 2018).

Em caso de aprovação nos cursos técnicos ou superiores, os menores infratores ou


presidiários precisam de permissão da Justiça para frequentar as aulas. Estará autorizada a
saída temporária somente aqueles que cumprem pena em regime semiaberto, em
conformidade com artigo 122, II da lei de execuções penais (ESTEVES, 2017).

Segundo Brasil (2017) o artigo 18-A3 da Lei 13.163 sancionada em setembro de 2015
destaca a possibilidade da utilização da modalidade EAD (Educação à distância) é maior
inovação para atendimento aos presos.

Esteves (2017) cita que:

[...] As provas do Enem PPL é uma das principais medidas para reverter o aumento
da população carcerária, além de investimentos na educação básica. A aplicação
constitui uma política pública que contribui para a função social da pena, atuando de
forma preventiva e individualizada, com o intuito de impedir que os apenados
voltem a praticar crimes, ao lhe oferecer oportunidades de (res) socialização [...]
(ESTEVES, 2017).

Além de possibilitar a remição de parte do tempo de execução da pena, nos termos do


artigo 126 da lei de execuções penais, o oferecimento do Exame Nacional do Ensino Médio
para Pessoas Privadas de Liberdade cria oportunidades para que os menores infratores e os
adultos encarcerados possam se qualificar, ter uma profissão e ingressar ou retornar ao
mercado de trabalho (ESTEVES, 2017).

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Art. 18-A: O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio,
será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização. § 3o A União, os
Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização
de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas (BRASIL, 2017).
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CONCLUSÃO

Conclui-se que o Exame Nacional do Ensino Médio se tornou a prova mais tradicional
do país. Com o passar dos anos, o Governo Federal alterou o patamar da prova do Enem, que
de uma simples avaliação de desempenho dos alunos se tornou um dos maiores vestibulares
do país, mudando a vida de milhões de brasileiros. Uma medida importante para democratizar
o Enem, possibilitando a ascensão do ensino superior em todo Brasil.

No inicio, o Enem tinha participação espontânea e aceitava que os resultados


individuais fossem utilizados como modalidade alternativa ou complementar aos tradicionais
exames de acesso ao ensino superior. Vinte anos depois, quase 100 milhões de brasileiros já
se inscreveram, com um objetivo especifico: realizar o sonho de poder cursar o ensino
superior e de ter um futuro melhor.

O Enem se diferencia de um vestibular tradicional e virou um atrativo aos milhões de


brasileiros. Além disso, os programas do governo têm estimulado os estudantes,
principalmente as pessoas de baixa renda. Os programas do Governo Federal, como ProUni,
Fies e SiSU, que estão dando mais oportunidades aos alunos com o acesso às universidades
brasileiras e estrangeiras. Vimos que Portugal é o país colaborador com o maior número de
universidades que aceitam o Enem. Com acordos de cooperação, muitos brasileiros estão
tendo oportunidades nas melhores universidades deste país.

O Enem PPL, é a principal ferramenta para reeducação de pessoas encarceradas, pois


as prisões brasileiras não proporcionam recuperação para quem sofre uma condenação penal.
A aplicação da prova estabelece uma política pública que colabora para um papel social, com
o intuito de evitar que os detentos retrocedam a cometer crimes, oferecerem oportunidades de
(res) socialização.

Nesse sentido, que o Enem vem mudando a vida dos jovens brasileiros. Com muitos
problemas ainda, sim! Mas permite aos candidatos a oportunidade utilização da educação a
favor de si, que por muitos anos o governo nacional foi negligente com o ensino brasileiro.
Além disso, a educação é um direito constitucional, e o futuro da nação depende de politicas
educacionais competentes e eficazes.
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REFERÊNCIAS

BARBACENA. Nota do Enem abre portas para universidades em Portugal, França,


Canadá e outros países. 2019. Disponível em:
<https://www.barbacenamais.com.br/cotidiano/21-brasil/11766-enem-abre-portas-de-
universidades-em-portugal-franca-canada-e-outros-paises> Acesso em: 01 fev. 2019.

BRANDÃO, C.F.; CHIRINÉA, A. M. O IDEB como política de regulação do Estado e


legitimação da qualidade: em busca de significados, Rio de Janeiro, v. 23, n. 87, p. 461-
484, abr./jun. 2015.

BRASIL. Lei nº 13.163, de 9 de setembro de 2015. Altera o art. 18 da Lei nº 7.210, de 11 de


julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a assistência educacional nos
estabelecimentos prisionais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, p. 1-7, 9 set 2015 b. Seção.
Disponível em:
<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=29323F050A4
C1EC835129C7C9BBE1180.proposicoesWebExterno1?codteor=1538076&filename=Avulso
+-PL+7116/2017> Acesso em: 19 mar. 2019.

BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, de 13 de setembro de 1984.

BRASIL. Lei nº 9.394/96. Presidência da República, 1996. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em: 19 nov. 2018.

CALGARO, Fernanda; LUIZ, Gabriel. Abstenção no Enem 2016 foi de 30% e 768
candidatos foram eliminados. 2016. Disponível em:
<http://g1.globo.com/educacao/enem/2016/noticia/2016/11/abstencao-no-enem-2016-foi-de-
30.html> Acesso em: 12 mar. 2019.

ESTEVES, Bruna de Bem. Você já ouviu falar no Enem PPL? Conheça o Exame
Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade. 2017. Disponível em:
<https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI261122,21048-
Voce+ja+ouviu+falar+no+Enem+PPL+Conheca+o+Exame+Nacional+do+Ensino> Acesso
em: 15 fev. 2018.

GLOBO. Começa primeiro dia do Enem 2011 para mais de 5 milhões de candidatos.
2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2011/10/comeca-primeiro-dia-
do-enem-2011-para-mais-de-5-milhoes-de-candidatos.html> Acesso em: 12 Mar. 2019.
INEP. Enem – Documento Básico. p. 1-15. 2019. Disponível em:
<http://portal.inep.gov.br/documents/186968/484421/Exame+Nacional+do+Ensino+M%C3%
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A9dio+-+ENEM++documento+b%C3%A1sico/e2cf61a8-fd80-45b8-a36f-
af6940e56113?version=1.1> Acesso em: 29 Jan. 2019.

INEP. Enem 2017 tem 7,6 milhões de inscritos. 2017. Disponível em:
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INEP. Inscrições ao Enem 2009 terminam com mais de 4,5 milhões de inscritos. 2009.
Disponível em: <http://inep.gov.br/artigo/-
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INEP. Mais de 4,6 milhões estão inscritos para o Enem 2010. 2010. Disponível em:
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