A ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL NO PÓS PANDEMIA DE COVID-19:
ANÁLISE EM UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL DE SANTARÉM-PA
(2022-2023)
Mestranda PPGE/UFOPA: Bruna Letícia Soares de Carvalho
Orientadora: Profa. Dra. Maria Lília Imbiriba Sousa Colares
Esta pesquisa de Mestrado está vinculada ao Programa de Pós-graduação em
Educação (PPGE) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), integrando o projeto guarda-chuva “Políticas e gestão da educação em tempo integral em unidades escolares da região metropolitana de Santarém-PA”. As primeiras experiências brasileiras de educação integral e em tempo integral decorrem do século XX (Leite; Guerreiro, 2016), e estas foram conduzidas por diferentes concepções de educação integral, seja pelo caráter assistencialista, ou ainda pelo equívoco de limitar a educação integral com o tempo, a jornada ou horário integral (Gadotti, 2009). No ano de 1988 com a promulgação da Constituição Federal, foi assegurada a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, visando o pleno desenvolvimento da pessoa. Seguiram-se outros documentos normativos como: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Plano Nacional de Educação (PNE), e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia que transfere recursos para estados, municípios e Distrito Federal. Diante do conjunto de legislações, em 2007 foi criado o Programa Mais Educação (PME) com o objetivo de promover o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens. No entanto, em 2016 por meio da Portaria nº 1.144 foi substituído pelo Programa Novo Mais Educação (PNME) e este visava melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática. Dentre as justificativas para a reformulação do Programa, destaca-se que o Brasil não havia alcançado as metas do IDEB anos finais do ensino fundamental em 2013 e 2015. Em dezembro de 2019 o PNME foi encerrado, portanto as escolas de ensino fundamental não receberam mais recursos para a continuação do trabalho e atendimento da Meta 6 do Plano Nacional de Educação, em que prevê a oferta de tempo integral em no mínimo 50% das escolas públicas, para o atendimento de pelo menos 25% dos alunos da educação básica até 2024. No município de Santarém-PA anterior à pandemia haviam 3 (três) escolas cadastradas no censo escolar como de tempo integral e após a pandemia, apenas 1 (uma) continuou com as atividades em tempo integral (Semed, 2022). Nesse sentido, esta pesquisa pretende responder a seguinte problematização: Como a escola deu continuidade ao atendimento da educação em tempo integral na rede municipal de Santarém-PA após a pandemia de Covid-19. Tem como objetivo geral “Analisar as ações desenvolvidas por escolas de tempo integral da rede municipal de Santarém-PA, após a pandemia de Covid- 19”, e específicos: Compreender como a educação em tempo integral se delineou após a pandemia de Covid-19 em escola de tempo integral; Identificar os desafios enfrentados pela escola, visando à formação em tempo integral de alunos, após a pandemia; Analisar quais ações a gestão da unidade escolar mobilizou para o cumprimento das premissas legais sobre a educação em tempo integral. Metodologicamente, elencou-se a pesquisa bibliográfica, documental e de campo, analisando os resultados à luz do materialismo histórico-dialético. A pesquisa bibliográfica consistiu no levantamento nos bancos de dissertações do PPGE/Ufopa, Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e o Portal de Periódicos da CAPES; a pesquisa documental agrega a legislação federal, estadual, municipal e o Projeto Político Pedagógico da escola; a pesquisa de campo foi realizada na Secretaria Municipal de Educação (Semed) e após a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o número do parecer: 5.910.880, foi realizada entrevistas com a equipe gestora de uma escola de tempo integral. A dissertação está estruturada em quatro seções. A primeira: Problematização do estudo, Objetivos, Percurso metodológico e a Estrutura da dissertação. A segunda: “A gestão do tempo na educação integral no Brasil: experiências e normas”, com as subseções: Experiências de educação integral brasileira: de Anísio Teixeira ao Novo Mais Educação, A gestão do tempo integral em documentos normativos, Concepções de educação integral, A educação integral em tempo integral pós-pandemia de Covid-19. A terceira seção “Os desafios do processo da gestão de tempo integral no município de Santarém-PA”, é composta pelas seguintes subseções: Lócus da pesquisa, A escola de tempo integral, Percepções da gestão da educação em tempo integral, O gestor e a organização da escola de tempo integral, Ações para o cumprimento da educação integral. E a quarta, apresenta as considerações finais.
REFERÊNCIAS GADOTTI, M. Educação integral no Brasil: inovações em processo. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.
LEITE, S. F.; GUERREIRO, J. A. O conceito de educação integral, educação em tempo
integral: desafios para o Plano Nacional de Educação. In: COSTA, Sinara Almeida da; COLARES, Maria Lília Imbiriba Sousa (Org.). Educação integral: concepções e práticas a luz dos condicionantes singulares e universais. Curitiba: CRV, 2016.
SEMED. Prefeitura Municipal de Santarém-PA. Secretaria Municipal de Educação
ofício nº 022/2022 da Assessoria de Assuntos Educacionais. 2 p., 2022.
Análise da infrequência dos alunos da educação (em tempo) integral em duas escolas da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Coronel Fabriciano-MG