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1ª Edição
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 08
1 INTRODUÇÃO 13
REFERÊNCIAS 91
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
REFERÊNCIAS 174
REFERÊNCIAS 572
APRESENTAÇÃO
A Prefeitura do Ipojuca tem como uma de suas metas prioritárias a qualidade da educação que
oferece aos seus munícipes, e através da Secretaria Municipal de Educação programa e
desenvolve ações para subsidiar o trabalho docente e, consequentemente, favorecer a melhoria
dos processos de ensino e aprendizagem para todos os estudantes.
Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Fundamental
e Educação Infantil em 2017, os Estados e Municípios em regime de colaboração, passaram a
discutir seus referenciais curriculares junto aos profissionais de educação. Nesse contexto,
oportunizou-se a todos os professores, equipe gestora e técnica diversos momentos formativos
com o objetivo de incluí-los no processo de implementação e apropriação da BNCC, na Rede
Municipal de Ensino. Essa ação serviu de base e resultou no trabalho coletivo para o início da
construção do Referencial Curricular do Ipojuca.
O ano de 2019 foi repleto de desafios para a educação ipojucana, dentre os quais a construção
do Currículo Referência do Ipojuca tão sonhado por todos. O processo foi bastante intenso e 8
pode-se contar com uma equipe técnica, competente e compromissada com a educação do
município, que trabalhou de maneira articulada e democrática com professores e profissionais
da rede, realizando discussões nas escolas, momentos formativos, organizando seminários e
fóruns. Em 2020 o desafio de concluir o Currículo Referencial teve uma intensidade ainda
maior, devido ao distanciamento social causado pela pandemia da COVID-19. Houve a
necessidade de redirecionar o trabalho para a forma remota, através de plataformas digitais e
consulta on-line para a conclusão do documento.
1 INTRODUÇÃO
que precisam ser cotejados com a realidade e o movimento de cada escola, distrito ou região do
Ipojuca. Só assim as orientações deste documento “farão sentido” no seu cotidiano, por
inscrever suas vivências, saberes, valores, culturas, leituras de si, dos outros e do mundo. O
currículo é um espaço vivo que apresenta retalhos de nossa história.
Espera-se, portanto, que o Currículo do Ipojuca e o Projeto Político-Pedagógico (PPP)
de cada escola indiquem caminhos éticos-políticos que reconheçam os sujeitos e suas
experiências sociais no processo de educar-ensinar-aprender, dando centralidade à riqueza de
conhecimentos e de culturas produzidos e em constante transformação. Valorizando sua
identidade, seu território, seu lugar de vida, de produção, de moradia (ARROYO, 2013).
Nesse sentido, o Currículo do Ipojuca da Educação Infantil e do Ensino Fundamental
alicerça-se no princípio da Educação Integral1, por entender que, por meio dele, promover-se-
á uma formação que visa o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual,
física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. Assim, corroborando com a BNCC, o currículo
do Ipojuca: demonstra o interesse em atender às necessidades de ensino e de aprendizagem pelo
olhar sistêmico – por parte dos profissionais da educação; assume uma visão plural, singular e
14
integral da criança, do adolescente, do jovem, do adulto e do idoso, considerando-os como
sujeitos de aprendizagem; promove uma educação voltada ao acolhimento, reconhecimento e
desenvolvimento pleno de todos nas suas singularidades e diversidades; e considera a escola
como espaço de aprendizagem, de cultura e de democracia inclusiva (BRASIL, 2017).
Por essa acepção, para construir uma educação que forme o sujeito em sua integralidade,
favorecendo a formação humana em suas múltiplas dimensões, é imprescindível abrir o
currículo do Ipojuca à riqueza de pensamentos, experiências e conhecimentos e à diversidade
de nossos sujeitos históricos, políticos e culturais. Nosso currículo considera a perspectiva
humanística da educação como formação integral.
De acordo com Gadotti (2009, p. 33), ao assumir essa proposta, precisamos
compreender que “as diversas experiências de Educação Integral têm em comum tanto uma
dimensão quantitativa (mais tempo na escola e no entorno) quanto uma dimensão qualitativa (a
formação integral do ser humano). Essas duas dimensões são inseparáveis”.
Em outras palavras, integração – no que concerne à educação como constituinte do
1
Quando esse termo é utilizado surge certa confusão conceitual entre Escola em Tempo Integral e Educação
Integral. Porém, a concepção de Educação Integral não está vinculada necessariamente ao tempo de permanência
na escola. Ela vai além. A integralidade apontada nesta seção do documento abarca os aspectos biológico-
corporais, do movimento humano, da sociabilidade, da cognição, do afeto, da moralidade, em um contexto tempo-
espacial. Portanto, discorreremos sobre as contribuições do ensino em tempo integral em outra seção do documento
(Critérios Orientadores).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
processo de humanização – não significa apenas aumentar o horário integral, o tempo integral
ou a jornada integral dos estudantes na escola, mas:
Portanto, é importante que a Educação Integral seja assumida por todos os envolvidos
no processo educativo, porque favorece práticas pedagógicas que perpassam todos os sujeitos
e suas múltiplas relações, dimensões e saberes, provocando uma ruptura estrutural na lógica de
poder que desconsidera saberes e fazeres constituídos e em constituição pelos sujeitos em seus
espaços de vida. Nesse sentido, é fundamental o estabelecimento do diálogo entre os diferentes
saberes, e que esse processo dialógico não se constitua em uma ruptura entre os saberes trazidos
pelos estudantes e os saberes sistematizados na escola. A perspectiva democrática e libertadora
que reveste a prática educativa deve ser exercida como processo de superação do senso comum
e não como anulação desse saber, como propõe Paulo Freire (1999, p. 82-83):
15
A sustentabilidade socioambiental;
2
A Constituição Brasileira de 1988 é também conhecida como Constituição Cidadã por ter sido elaborada com
ampla participação da sociedade civil durante o processo de redemocratização brasileira, bem como por ter se
tornado num importante instrumento para a garantia das liberdades civis e dos direitos sociais a todos os cidadãos
brasileiros.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Para garantir a oferta da educação pública a partir dessa ótica, torna-se necessário a promoção
de uma educação que supere os entraves históricos que marcam ainda hoje o sistema
educacional brasileiro e que possa estar intrinsecamente balizada, sobretudo, nos princípios de
direito humano, qualidade, equidade e inclusão, formação integral, dialogicidade e
multiculturalidade. Esses princípios que fundamentam este documento devem transversalizar
todas as etapas, níveis e modalidades ofertadas pela educação municipal.
A propósito, defender a educação pública na perspectiva de direitos humanos, por sua
vez, implica reconhecer a educação como princípio constitucional que garante a dignidade da
pessoa, independentemente de sua condição de classe social, étnico-racial, de gênero, de opção
política, ideológica e religiosa, e de orientação sexual.
A obrigatoriedade da educação como direito humano, assegurado na legislação
educacional vigente no país, corresponde a
Assim sendo, entende-se que a garantia da educação como direito é assegurada ainda
nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (BRASIL, 2013) como condição
primeira para o exercício pleno dos direitos humanos, tanto dos direitos sociais e econômicos
quanto dos direitos civis e políticos. Desse modo, à medida que os processos educacionais
desenvolvem-se, o educando constitui-se de capacidade crítica e reflexiva, instrumentaliza-se
de uma autonomia que o permite posicionar-se como cidadão consciente de seu papel no mundo
que o cerca. Nesse sentido, a educação como processo de formação e emancipação é um meio
não apenas de intervenção, mas de desenvolvimento humano e de transformação política e
social.
Para isso, a educação deve não apenas ser um direito garantido pela democratização do
acesso, mas uma via onde a permanência com sucesso seja efetivada cotidianamente no espaço
escolar. Isso nos remete a pensar numa escola onde a oferta seja de uma educação pública,
gratuita, democrática e de qualidade para todos.
Necessariamente, há de envidar-se esforços, integrando todos os setores da sociedade
para a garantia da tão desejada educação de qualidade. Constata-se que a qualidade social da
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educação só se tornará plena na escola quando todos os agentes da comunidade escolar forem
capazes de encontrar “alternativas políticas, administrativas e pedagógicas que garantam o
acesso, a permanência e o sucesso escolar, não apenas pela redução da evasão, da repetência e
da distorção idade-ano-série, mas também pelo aprendizado efetivo.” (LIMA, 2014, p. 25). É
com base nesse pressuposto que a qualidade da educação torna-se fundamental para que a escola
exerça plenamente e com efetividade a sua função social: o desenvolvimento dos processos de
ensino e aprendizagem.
O princípio básico da qualidade social da educação deve transcender as marcas do
fracasso escolar e das desigualdades enunciadas pela falta de igual oportunidade ao acesso, à
promoção e ao sucesso tão presentes nas nossas práticas educativas. Defender uma educação
pública e para todos significa trazer para o centro da escola o debate das condições de igualdade
no acesso e permanência com sucesso dos alunos no ambiente escolar. Isso é pensar para além
da igualdade, mas de uma equidade que seja propulsora para que todos os alunos alcancem uma
aprendizagem significativa.
A promoção da equidade requer, sobretudo, a capacidade de reconhecer a pluralidade
de nossas demandas, constatando que as diferenças encontradas nos espaços escolares são
decorrentes de uma ampla diversidade geográfica e sociocultural que singularizam o município
18
do Ipojuca.
Para isso, deve instigar o respeito a essas diferenças com vistas a possibilitar o
acolhimento de todos e a oferta de uma educação em espaços e tempos pedagógicos de acordo
com as suas especificidades. Incluir está para além de trazer para perto. Nessa diversidade, o
desafio é tornar o ambiente escolar um espaço de acolhimento, convivência, respeito e de
igualdade de oportunidades, observando e apoiando os estudantes que necessitam de um esforço
maior e de condições específicas para o desenvolvimento da aprendizagem. Outrossim, dissipar
as formas de discriminação e preconceito, priorizando e respeitando a diversidade em suas
múltiplas formas, será um dos caminhos a ser trilhado para a superação do fracasso e o alcance
do almejado sucesso nesta rede de ensino.
Um outro aspecto importante a ser considerado é a educação integral, premissa da Base
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) para a educação brasileira. Nesse sentido,
pressupõe-se o desenvolvimento humano global dos estudantes para a construção de uma
sociedade mais justa, democrática, inclusiva, sustentável e solidária. A prática educativa deve
estar alicerçada em todas as suas dimensões, quer seja, intelectual, física, emocional, social e
cultural.
Diferentemente do que se defendeu em momentos pretéritos, a escola deve preocupar-
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Essa condição reafirma o papel da escola como um espaço de exercício do diálogo entre as
diferentes culturas, onde o currículo deve ser pensado, construído e implementado numa
dimensão mais ampla e multicultural numa sociedade que se torna cada vez mais seletiva,
excludente e desigual. Assim, no dizer de Mendonça (2008, p. 141) compreende-se a
Nessa perspectiva, sendo o ato de produzir cultura própria dos seres humanos,
apreendida e produzida apenas pelos diferentes grupos sociais, é necessário o entendimento de
que cultura é tudo aquilo que é produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano
imaterial. Reconhecer a pluralidade cultural presente na escola em suas diferentes faces,
promovendo a ruptura da hierarquização que acentua o preconceito e a discriminação cultural,
poderá ser uma possibilidade para contemplar e valorizar a cultura do estudante no bojo da
proposta curricular e pedagógica.
Sendo assim, para atender a esse propósito, é preciso abrir espaço para um diálogo
20
intercultural crítico e solidário, em que a cultura, percebida como complexo de conhecimentos
e de toda habilidade humana empregada socialmente, consolide práticas educativas que
favoreçam a transposição de uma pluriculturalidade ou diversidade cultural através da
interculturalidade (diálogo entre as culturas e das culturas), numa multiculturalidade (SOUZA,
2004).
Com esse olhar multicultural focado no ambiente escolar, é possível pensar numa
educação pautada no contexto real dos educandos que construa a autonomia, a criticidade e a
prática da liberdade humana.
Ressalta-se, porém, que os princípios desse documento são orientadores e devem ser
considerados de forma integrada na sua totalidade, além de considerados indissociáveis para o
fomento e a consolidação da educação municipal. Ademais, são estruturadores para as ações de
implementação do currículo, de construção das propostas e dos projetos políticos pedagógicos
das unidades da rede e, consequentemente, para a superação dos desafios postos pela realidade
educacional contemporânea.
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Temos o direito a ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza; temos o direito a
ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza. (SANTOS, 2006, p. 462).
Partindo da citação de Boaventura de Sousa Santos, pode-se dizer que: pensar uma
educação com inclusão é pensar uma educação com diversidade, uma escola com todos(as), e
não apenas “para” todos(as), ou “de” todos(as). Diante dessa premissa, antes de adentrar no
texto, é importante salientar os motivos que levaram a escolha do termo “diversidade”. Por que
não “diferença”?
Para alargar nossa compreensão, vários questionamentos foram construídos, alguns dos
quais se sistematizam aqui: o que é diversidade, diferença e inclusão? Quais são as relações
estabelecidas entre essas concepções? Por que se coíbem as discussões sobre as diferenças e a
diversidade, buscando minimizá-las ou mesmo não reconhecê-las como tal? Como a inclusão
promove, reconhece e valoriza a diversidade e a diferença? Qual é a relação entre desigualdade 21
social e diversidade cultural? Quais são as possíveis implicações da definição desses conceitos
sobre o currículo?
Existem diferentes respostas para essas perguntas (que, por sinal, não se esgotam nas
possibilidades disponíveis neste texto), repletas de concepções fluidas, sobrepostas e
divergentes, dispersas tanto no espaço como no tempo. Frutos de um amplo processo histórico
de discussão coletiva no qual nos inscrevemos.
O próprio conceito de diversidade é uma construção social, constituinte dos processos
históricos, culturais, políticos, econômicos e educacionais que ainda não foi devidamente
equacionado pelas políticas de Estado, pelas escolas e seus currículos. Portanto, trata-se aqui
da expectativa de se construir respostas em âmbito coletivo, sem ser prescritivos, normativos e
seletivos, reconhecendo a diversidade e a diferença como um direito fundamental que traz
novos desafios para as políticas educacionais do Ipojuca.
A palavra diferença e diversidade nunca foram sinônimos!
3
“A inclusão é um paradigma que se aplica aos mais variados espaços físicos e simbólicos. Os grupos de pessoas,
nos contextos inclusivos, têm suas características idiossincráticas reconhecidas e valorizadas” (CAMARGO, 2017,
p. 1). A Educação Inclusiva e a Educação Especial quase sempre são tomadas como sinônimas no contexto
educacional. Porém, quando evocamos essas expressões de forma equivocada, “uma questão de pano de fundo nos
é imposta: quais são os estudantes foco da educação inclusiva? A resposta é: todos(as). Quer dizer, ela se estende
aos alunos, público-alvo da educação especial [...], e àqueles que não são público-alvo dessa modalidade de ensino”
(CAMARGO, 2017, p. 2). Portanto, inclusão é uma prática social e Educação Especial (que será tratada em uma
seção específica) é “[...] uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o
atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular” (BRASIL, 2008, p. 7).
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Por isso, não se pretende utilizar de forma indiscriminada no nosso currículo o termo
diversidade como “um campo esvaziado da diferença”, ou como algo inovador, progressista,
emancipatório, humanitário e politicamente neutro e correto, mas como um movimento de
reconhecimento, valorização, incitação, criação e produção das diferenças que não camuflem
ou fragmentem identidades (ABRAMOWICZ, RODRIGUES; CRUZ, 2011; YOUNG, 2006;
PIERUCCI, 2000).
Nesse sentido, acredita-se que a perspectiva inclusiva acolhe e preserva as relações, as
identidades e as singularidades, ao estar no mundo e com o mundo, fazendo, principalmente,
com que os sujeitos aprimorem a "pluralidade na própria singularidade", refletindo sobre a
diversidade e sobre a diferença como multiplicidade de culturas (FREIRE, 1984, p. 40).
Portanto, entende-se que, para acolher a diversidade e as múltiplas formas de ver-ouvir-
sentir, compreendendo o significado e a singularidade de cada território e contexto ipojucano,
deve-se assegurar a participação e ao mesmo tempo compreender cada sujeito e suas vivências
sócio-históricas e culturais numa lógica libertadora, transformadora e inovadora. Em outras
palavras, pensar uma educação com a inclusão é pensar numa reviravolta, livre das
desigualdades construídas historicamente que criam e legitimam “tipos ideais” de sujeitos e de
vivências a serem seguidas e exercitadas na sociedade.
22
Por esse viés, o que se propõe é o avanço epistemológico, político e objetivo que
efetivamente destitua com a lógica centralizadora e seus efeitos no exercício arbitrário do poder,
que tem historicamente desconsiderado uma educação com, para e pela inclusão.
Por fim, ressalta-se que este texto não finda nas palavras aqui escritas. Ele contém
intrínseca a ideia de mobilidade e transitoriedade, pois o currículo é um processo contínuo de
aprendizagem, reflexão e discussão que não se esgota na complexidade da perspectiva
inclusiva. Em outras palavras, ele é manifestação e experiência dos grupos sociais. Ou seja,
atravessa todos os lugares/espaços/territórios, tornando-os o seu lugar.
Inicialmente, faz-se necessário evidenciar que, sob diversos olhares, imputou-se à escola
diferentes papéis no transcurso das tendências e movimentos que assinalaram a história da
educação brasileira, assumindo um caráter de reprodutora das desigualdades sociais, como
lócus para a construção de saber e até mesmo como um espaço político para a organização da
sociedade.
Na atualidade, para responder aos desafios imponentes na sociedade global, a escola
deve ser pensada, numa perspectiva cidadã, como espaço colaborativo mais democrático e
menos excludente, onde, em meio às adversidades, ela se transforme, mas que transforme
também a estrutura social vigente na sociedade brasileira. Outrossim, no esforço de apontar a
escola que luta pela sua existência e que procura reafirmar o seu papel social no processo de
formação humana, Gadotti (2010, p. 69-70) assinala que:
que, para Veiga (2006, p. 13), tem por objetivo dar respostas a uma necessidade: ensinar. O
resultado de ensinar é dar respostas a uma outra necessidade: a do aluno que procura aprender.
Ensinar e aprender envolvem o pesquisar. E essas três dimensões necessitam do avaliar. Esse
processo não se faz de forma isolada; implica interação entre sujeitos e objetos.
Caberá, então, ao professor possibilitar situações desafiadoras aos seus alunos, a fim de
transpor didaticamente o conteúdo de modo que se torne compreensível para todos. Deve
exercer com criatividade o papel de coautor, convivendo e incorporando em suas práticas as
novas tecnologias e colocando-as a serviço da aprendizagem de seus estudantes para
aprenderem mutuamente através da interação com elas. Para isso, é preciso fazer escolhas,
tomar decisões, reinventar-se, repensando o fazer pedagógico, lutando por direitos e assumindo
com grande maestria e compromisso social o ofício da docência. A sua prática, anteriormente
centrada no ensino, deve pautar-se na aprendizagem, cujos objetos de conhecimentos
prioritariamente selecionados no currículo escolar serão trabalhados por meio dos objetivos:
atitudinais, procedimentais e conceituais.
O professor, ao assumir esse posicionamento, faz opção política pelo papel de agente
problematizador. Ao instigar o estudante, promovendo reflexões e apresentando desafios na
busca do desvelamento da realidade, estabelece vínculos por meio de atos cognoscentes entre
25
educadores e educandos que pensam, analisam e criticam o mundo em que vivem. Ambos,
ensinam e aprendem, pois o educador enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando
que, ao ser educado, também educa. Tornam-se partícipes dos mesmos processos,
protagonizando a criação e recriação da realidade que os cercam. Crescem juntos e, com seus
pares, horizontalizam suas relações, ampliando a capacidade dialógica construída num contínuo
processo de transformação em que, ao se transformarem, transformam também o mundo em
que vivem e com o qual se confrontam, humanizando-os. São elos que articulam o ensinar e o
aprender com vistas a uma educação crítica, revolucionária e libertadora, desafiante para os
contextos social e escolar do mundo em que vivemos. Não obstante, pontua Freire (2011, p.
39):
Portanto, a partir dessas reflexões, compreende-se que avaliar é acima de tudo promover
o conhecimento de mundo tanto do educador quanto do educando e, mais do que isso, é servir
de ponte entre essas duas partes para que se realize a aprendizagem.
Definir alfabetização, para muitos, seria fácil, pois comumente se acredita que
alfabetizar é o ato de ensinar a ler e escrever, uma ação de codificação e decodificação. As
concepções que permeiam a alfabetização sofreram diversas modificações ao longo do tempo
e, nessa trajetória, ocorreram várias mudanças e aprimoramentos das práticas para alfabetizar,
visando garantir o direito e o aprendizado da leitura e da escrita aos estudantes.
Na prática tradicional de alfabetização, havia uma aprendizagem do código
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desvinculado dos usos sociais da leitura e escrita. Com o aprofundamento dos estudos sobre
essa temática, ficou evidenciado que a escrita alfabética não é um código que se aprende
memorizando. O Sistema de Escrita Alfabética é um sistema notacional e a aquisição desse
conhecimento deve ser promovida através da reflexão e não de repetição.
Magda Soares (2010, p. 19), ao referir-se ao termo alfabetizado, diz que “[ele] nomeia
aquele que apenas aprendeu a ler e a escrever, não aquele que adquiriu o estado ou a condição
de quem se apropriou da leitura e da escrita, incorporando as práticas sociais que as demanda”.
Ainda segundo a autora,
alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal
seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas
sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse ao mesmo tempo,
alfabetizado e letrado (SOARES, 2010, p. 47).
Assim, esse conceito difere do conceito de “letramentos múltiplos”, que não faz senão
apontar para a multiplicidade e variedade das práticas letradas, valorizadas ou não nas
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As demandas da sociedade atual exigem novas posturas no campo educacional para que
os indivíduos aprendam a identificar e a descobrir conhecimentos (conceitos e procedimentos)
e mobilizem atitudes e valores, além de saber aplicá-los de forma contextualizada. Ser
4
Linguagem híbrida, segundo Rojo (2013), é aquela que mescla múltiplas linguagens, isto é, o mapa, o texto, a
imagem, o som. Essa forma de linguagem é marcada por um processo de desterritorialização e de descoleção, em
que cada pessoa pode fazer sua própria coleção e manifestar-se por meio de múltiplas linguagens, em especial,
pelas novas tecnologias.
5
No dizer de Dionísio (2005; 2011), a Multimodalidade refere-se às mais distintas formas e modos de
representação utilizados na construção linguística de uma dada mensagem, tais como: palavras, imagens, cores,
formatos, marcas/ traços tipográficos, disposição da grafia, gestos, padrões de entonação, olhares etc.
6
Hall (2000) define o sujeito pós-moderno como aquele que vive na era em que as identidades são formadas e
transformadas continuamente com influência nas formas que entram em contato com o indivíduo proveniente de
sistemas culturais. Ela é definida historicamente e não biologicamente.
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ingresso nessa etapa não deve deixar para trás o ambiente acolhedor necessário ao seu
desenvolvimento; pelo contrário, deve assegurar, sobretudo, a integração e a continuidade dos
processos de aprendizagens, respeitando suas idades, características, seus estilos e ritmos de
aprender, suas potencialidades e necessidades específicas como sujeitos ativos.
Desse modo, faz-se necessário “estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto
para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no
que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso
educativo” (BNCC, 2017, p. 49). Assim, a progressão do processo de aprendizagens das
crianças no Ensino Fundamental anos iniciais para os finais tem como referência as
aprendizagens esperadas nos Campos de Experiências com seus objetivos a serem apreendidos
definidos no currículo infantil, mas o continuum precisa integrar e fundamentar as práticas
pedagógicas e as aprendizagens que são organizadas em áreas de conhecimento e componentes
curriculares, segundo a BNCC (2017). As etapas possuem, portanto, suas particularidades e
proporcionam níveis de complexidade diferenciados que precisam ser respeitados.
A articulação entre esses níveis de ensino é de grande importância e nela inclui-se,
principalmente, a relação entre os anos iniciais e finais do ensino fundamental, haja vista serem
nessas fases que se intensificam as rupturas decorrentes do gradativo desenvolvimento da
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maturidade dos estudantes e a consequente adequação teórico-metodológica às capacidades
cognitivas destes por parte da escola, por meio das práticas pedagógicas ali desenvolvidas
(MESOMO, 2014).
A orientação pedagógica norteará a identificação dos direitos de aprendizagem da
Educação Infantil, assim como as competências e habilidades escolares do Ensino Fundamental
a serem construídas, possibilitando uma práxis dialógica de ensino, que ressignifica o novo
momento do processo educativo em que o sujeito de aprendizagem se encontra, numa relação
de trocas entre parceiros sociais, através dos processos de interação e mediação.
O pensamento deve estar a favor da vida, e não ao contrário; por isso não importa
uma formação voltada para a erudição, que acumula e empilha dados, mas uma
formação que tenha como alvo a cultura, e que nos facilite o acesso ao que a
humanidade construiu de melhor, ao mesmo tempo que nos impulsione a continuar
criando, produzindo cultura (MOSÉ, 2019, p. 148-149).
A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (LDBEN), Lei n. 9394/1996, trouxe para
o campo de currículo uma nova ideia, um novo conceito, ao introduzir a expressão diretriz
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curricular para se referir à base que deveria orientar a organização do currículo, tanto na
Educação Básica quanto na Educação Superior e Profissional.
Desse modo, as Diretrizes Nacionais definidas para a Formação de Professores da
Educação Básica por meio do Parecer CNE/CP n.009/2001 e pelas Resoluções CNE/CP n.01 e
n.02/2002, elaboradas à luz do debate desencadeado pelas novas orientações emanadas a partir
da LDBEN de 1996, complementadas pelas Orientações Curriculares dos Cursos de Graduação
inscritas no Parecer/CES n. 776/1997, período esse em que estavam sendo discutidas e
formuladas as diretrizes curriculares para as diferentes etapas e modalidades da Educação
Básica, apontam desafios da formação de professores no contexto das políticas curriculares, os
quais engendram e determinam processos e práticas formativas. Isso porque, por um lado, a
formação docente, seus currículos não podem ser pensados deslocados dos acontecimentos que
se vivenciam na educação; por outro lado, porque a interação com a realidade escolar, seus
pares, seus itinerários pedagógicos contribuem para o enfrentamento dos percalços
institucionais.
Na última década, vários movimentos se efetivaram direcionados a repensar a formação
de profissionais do magistério da educação básica, incluindo questões e proposições atinentes
à valorização desses profissionais. No âmbito do Conselho Nacional de Educação (CNE), houve
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movimentação em direção à busca de maior organicidade para a formação desses profissionais,
incluindo a rediscussão das Diretrizes e outros instrumentos normativos acerca da formação
inicial e continuada. Merecem ser ressaltadas, ainda, as deliberações da Conferência Nacional
de Educação (Conae) e da meta 16 do Plano Nacional de Educação (2010) e do Plano Municipal
de Educação (2015), que cumpriram papel singular nesse processo ao destacar a articulação
entre Sistema Nacional, políticas de Educação e valorização dos profissionais, na defesa de que
as instituições formadoras institucionalizem projeto de formação com identidade própria, em
consonância com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. Os princípios políticos da
Política Nacional de Profissionais do Magistério da Educação Básica dão centralidade aos
princípios da formação inicial e continuada, conforme se verifica em:
[...] as ações formativas focalizando o trabalho docente nas relações diretas com as
práticas desenvolvidas na sala de aula, no contexto escolar, a fim de possibilitar a
articulação entre os conhecimentos básicos da função docente e os conhecimentos
indispensáveis ao desenvolvimento profissional.
O trabalho do conjunto de educadores de uma escola é maior do que a soma das partes
individuais (BRANSFORD; DARLING-HAMMOND; LEPAGE, 2005). Os
professores que trabalham em uma mesma escola e compartilham o mesmo público
devem também partilhar o mesmo foco, colaborando uns com os outros para alcançar
os mesmos objetivos. (ESPÍRITO SANTO, 2018, p. 20).
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Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de
trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de
permanência na escola. [...]
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a
critério dos sistemas de ensino.
O Plano Nacional de Educação (PNE), Lei N.º 13.005/2014, também garante a oferta
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de Educação Integral em seus Objetivos e Metas (Meta 6, Estratégia 6.1), some-se a isto a ação
do governo federal que criou, em 2007, o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que substituiu o
FUNDEF (1996) para custear as propostas de política educacional e implementar o aumento da
jornada de tempo escolar que culminou através da Portaria interministerial N.º 17, em um
envolvimento dos ministérios da Educação, da Cultura, do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome e do Esporte, no programa Mais Educação, cujo objetivo é orientar recursos para
“fomentar a educação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio de atividades
socioeducativas no contraturno escolar” (BRASIL, 2007, online).
Todos esses esforços nos apontam para o reconhecimento da importância e da
necessidade de uma educação comprometida com o desenvolvimento de competências, que
incluem o domínio do conhecimento, mas também que vão para além dele, pois pressupõe o
domínio de habilidades e atitudes necessárias para viver, atuar e intervir no mundo. Importante
mencionar que não se trata do desenvolvimento de habilidades a serem adquiridas de forma
mecanicista, justaposta e fragmentada, que ao fim se chega numa atuação compartimentada,
repetitiva, superficial e externa a quem a executa. Gomes explica que:
47
[...] as competências são sistemas complexos, pessoais, de compreensão e de atuação,
ou seja, combinações pessoais de conhecimentos, habilidades, emoções, atitudes e
valores que orientam a interpretação, a tomada de decisões e a atuação dos indivíduos
humanos em suas interações com o cenário em que habitam, tanto na vida pessoal e
social como na profissional (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p. 74).
Nessa perspectiva não devemos limitar o trabalho pedagógico a uma organização rígida
de conteúdos a serem ensinados e aprendidos, mas é preciso pensar como e quais são as
competências e habilidades, que traduzidas em direitos de aprendizagem contribuirão para a
formação integral dos estudantes. É preciso trazer para o currículo ipojucano as capacidades
que envolvam repertório cultural, empatia, responsabilidade, cultura digital e projeto de vida,
portanto, é preciso desenvolver um currículo integrado, interdisciplinar e interdimensional, no
qual o estudante atue como sujeito, construtor de aprendizagens integradas que façam sentido
para ele. As estratégias para o desenvolvimento dessas aprendizagens devem considerar as
múltiplas formas de aprender das novas gerações.
Todos esses aspectos têm impulsionado as discussões em torno da educação integral a
partir das três dimensões essenciais que a caracterizam: tempos, espaços e oportunidades
educacionais.
A maneira como cada dimensão é concebida interfere enormemente nos modos de fazer,
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
nos movimentos desses pilares e fazem com que cada escola, rede ou mesmo ONG acabe
executando uma proposta singular.
Relacionamos o tempo à ampliação da jornada escolar que não visa somente elevar os
índices de aprendizagem ou proporcionar proteção à infância e à adolescência, mas trazer
também para o centro das discussões a função social7 da educação e da escola, bem como de
todos os sujeitos da aprendizagem.
Vale salientar que o simples aumento do tempo na escola não garante processos de
aprendizagem mais significativos, tampouco favorece o desenvolvimento de aspectos
subjetivos e sociais dos indivíduos; assim, mais tempo em período escolar não quer dizer
necessariamente mais aprendizagem, o que torna ainda mais importante a reflexão sobre as
diferentes dimensões da Educação Integral. Porém, não há dúvida de que a ampliação do tempo
é ação necessária ainda que não suficiente! E, ao falar em ampliação necessária do tempo,
estamos falando numa ampliação qualificada do tempo no qual o estudante estará exposto a
situações intencionais de aprendizagem.
Outra dimensão importante que devemos ressaltar é o caráter educativo do espaço-
48
tempo escolar, pois muitas discussões a respeito da extensão do tempo, para o desenvolvimento
das aprendizagens de crianças e jovens, consideram, prioritariamente, outros espaços
educativos, existentes além da escola. Como afirma Viñao-Frago:
[...] esses lugares e tempos são determinados e determinam uns ou outros modos de
ensino e aprendizagem. [...] Em síntese, o espaço e o tempo escolares não só
conformam o clima e a cultura das instituições educativas, mas também educam.
(VIÑAO-FRAGO, 2000, p. 99 apud PESSANHA; DANIEL; MENEGAZZO, 2004,
p. 65).
Assim sendo, ainda que possamos estender tal consideração para outras discussões,
como a importância da intersetorialidade das políticas públicas, focando na vertente
educacional, o que está em debate é o aumento de oportunidades ou a ampliação das condições
de aprendizagem. O que podemos considerar que permeia e qualifica tais discussões é a
concepção de educação integral que deve estar como pano de fundo para fundamentar sua
execução, seja na ampliação da jornada escolar, seja na articulação da escola com outros
espaços públicos de aprendizagens, governamentais ou não-governamentais.
7
A função social da escola consiste em promover mudanças nos sujeitos e na realidade. Concordando com Freire
ao afirmar que o homem deve ser sujeito da sua própria história, a forma como a escola desempenha a função
social poderá contribuir na construção de um sujeito capaz de compreender e melhorar, através do conhecimento,
o mundo em que vive. Por isso, não se pode aceitar a escola como espaço de alienação, de controle social (FREIRE,
2002, p. 60).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Percebemos que é preciso ousar e rever o ensino regular para dar conta de educar uma
geração que nasceu na era da informação, da tecnologia e da velocidade. Visto que a educação
deve acontecer de uma maneira contextualizada e articulada ao universo sociocultural, de modo
que os currículos reflitam esse contexto e compartilhem sua intencionalidade com as
comunidades. Tal concepção de ensino e aprendizagem exige que a escola se abra ao seu
entorno, que novos espaços de aprendizagem sejam incorporados, que a maneira de ensinar seja
mais dinâmica, não apenas na oferta de atividades extracurriculares, mas também nos modos
de fazer e de aprender.
Nesse sentido é imprescindível um currículo para Educação Integral que seja
comprometido com a construção intencional de processos educativos que visam o
desenvolvimento humano em sua integralidade, superando uma visão disciplinar, e que para
isso promovam a interligação dos saberes, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância
do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua
8
Bourdieu apresenta a estrutura social como um sistema hierarquizado de poder e privilégio, determinado tanto
pelas relações materiais e/ou econômicas (salário, renda) como pelas relações simbólicas (status) e/ou culturais
(escolarização) entre os indivíduos. Dessa forma, a diferente localização dos grupos nessa estrutura social deriva
da desigual distribuição de recursos e poderes de cada um de nós. Por recursos ou poderes, Bourdieu entende mais
especificamente o capital econômico (renda, salários, imóveis), o capital cultural (saberes e conhecimentos
reconhecidos por diplomas e títulos), o capital social (relações sociais que podem ser revertidas em capital,
relações que podem ser capitalizadas) e por fim, mas não por ordem de importância, o capital simbólico (o que
vulgarmente chamamos prestígio e/ou honra) (BOURDIEU, 2007).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
aprendizagem e na construção do seu projeto de vida e de sua atuação cidadã. Pressupõe ainda
a articulação da escola com pais, comunidade e demais instituições e a melhoria qualitativa do
tempo na escola para o atendimento à formação integral do sujeito.
Espera-se que o Currículo Referência do Ipojuca possa ser um dos instrumentos que
possibilite uma nova forma de gestar políticas públicas educacionais integradas. Cumpre-se
salientar que na visão de futuro para a nossa educação têm-se a escola e seus atores como
protagonistas da transformação decorrente do que se constrói no presente, sendo as instituições
escolares, as redes de ensino e, em especial, os professores, os profissionais que precisam, com
seu trabalho conjunto e consciente, garantir o rebatimento das políticas educacionais nas salas
de aula.
Ademais, pretende-se contribuir para que seja superada a fragmentação das políticas
educacionais, fortalecida pelo Regime de Colaboração, a fim de construir uma educação de
todos, com todos e para todos. Que se possa desenvolver uma educação com qualidade social,
como direito humano e como processo que poderá colaborar na mudança estrutural da
50
sociedade.
Como consequência da ação educacional a ser desencadeada, também tem-se a intenção
de formar estudantes com competências, habilidades e conhecimentos considerados essenciais
para o século XXI, incentivando a modernização dos recursos e das práticas pedagógicas e
promovendo a atualização dos profissionais de educação; e de firmar as ações pedagógicas,
assumindo o compromisso de que toda criança tenha acesso à escola e na idade certa da mesma
forma que os estudantes possam permanecer na escola, assegurados em seus direitos de
aprendizagem.
Para que possamos construir um novo cenário na educação municipal, precisamos
entender que, mais do que acúmulo de conhecimentos, precisamos de profissionais que
fomentem o desenvolvimento de competências socioemocionais como empatia, liderança,
iniciativa e resiliência, e que considerem o contexto de cada estudante, tanto em relação aos
saberes clássicos a eles conferidos quanto aos saberes práticos, preconizadores da convivência
humana, a fim de contribuir na formação de sujeitos criativos, críticos, autônomos e éticos que
saibam dialogar com as informações cada vez mais disponíveis, atuar com discernimento e
responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicando conhecimentos para resolver
problemas, tomar decisões, ser proativo, buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Educação das Relações Étnico-raciais (Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, Parecer CNE/CP nº 3/2004, 52
e Ensino da História e Cultura Afro- Resolução CNE/CP nº 1/2004 e Parecer CNE/CEB nº 14/2015)
brasileira, Africana e Indígena
Saúde, Vida Familiar e Social (Parecer CNE/CEB nº 11/2010, Resolução CNE/CEB nº 7/2010,
Decreto nº 7.037/2009, Parecer CNE/CP nº 8/2012 e Resolução
CNE/CP nº 1/2012)
Educação para o Consumo e Educação Financeira e Fiscal – Esses temas apontam para
abordagens na escola que proporcionem ao estudante ter uma compreensão sobre finanças e 55
economia, consumo responsável, processo de arrecadação financeira e a aplicação dos
recursos recolhidos como também sua importância para o valor social dos tributos,
procedência e destinação. De modo geral, essas abordagens devem possibilitar ao estudante
analisar, fazer considerações fundamentadas, tomar decisões e ter posições críticas sobre
questões financeiras que envolvam a sua vida pessoal, familiar e da realidade social e, por
conseguinte, compreender a cidadania, a participação social, a importância sobre as questões
tributárias, o orçamento público, seu controle, sua execução e sua transparência, bem como a
preservação do patrimônio público.
Relações de Gênero – A relação de gênero é entendida como uma categoria de análise que
ajuda a pensar a maneira como as ações e posturas dos homens e das mulheres são
determinadas pela cultura em que estão inseridos (SCOTT, 1990). Deve ser também
compreendida como um conceito baseado em parâmetros científicos de produção de saberes
que transversaliza diversas áreas do conhecimento, sendo capaz de identificar processos
históricos e culturais que classificam e posicionam as pessoas a partir de uma relação sobre
o que é entendido como feminino e masculino, essencial para o desenvolvimento de um olhar
referente à reprodução de desigualdades no contexto escolar. A perspectiva da ‘igualdade de
gênero’, no currículo, é pauta para um sistema escolar inclusivo que crie ações específicas de
combate às discriminações e que não contribua para a reprodução das desigualdades que
persistem em nossa sociedade. Não se trata, portanto, de anular as diferenças percebidas entre
as pessoas, mas sim de fortalecer a democracia à medida que tais diferenças não se desdobrem
em desigualdades. A garantia desse debate e a elaboração de estratégias de enfrentamento às
diversas formas de violência são, portanto, direitos assegurados por lei. Esses são pautados
em demandas emergenciais e que reafirmam a necessidade dos espaços escolares serem lócus
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Educação Alimentar e Nutricional – Esse tema deve ser vivenciado por toda comunidade
escolar de forma contínua e permanente, visando desenvolver práticas educativas, na
perspectiva da segurança alimentar e nutricional, que respeitem a cultura, as tradições, os
hábitos alimentares saudáveis e as singularidades dos estudantes. Perpassa pela valorização
da alimentação escolar, o equilíbrio entre qualidade e quantidade de alimentos consumidos,
além do estudo sobre macro e micronutrientes necessários para a formação do indivíduo.
Dessa forma, o currículo traz a educação alimentar e nutricional, inserindo conceitos de
alimentação e nutrição nas diferentes etapas de ensino, considerando o acesso à alimentação
saudável como algo fundamental para o crescimento e desenvolvimento dos indivíduos.
Nessa dimensão, é necessário que o currículo desenvolva a percepção de que uma
alimentação adequada e saudável é um direito humano, e que seja adquirida e consumida
garantindo a segurança alimentar e nutricional.
57
Educação para o Trânsito – A alta incidência de violência no trânsito, inclusive com mortes,
remete à necessidade de incentivar a conscientização por meio de um trabalho de educação
para o trânsito, envolvendo valores e princípios fundamentais para um convívio social
saudável: respeito ao próximo, solidariedade, prudência e cumprimento às leis. É preciso
promover práticas educativas e intersetoriais que problematizem as condições da circulação
e convivência nos espaços públicos desde a própria escola, seja no campo ou na cidade, para
que se promova a convivência mais harmoniosa nos espaços compartilhados, de modo a
incentivar uma circulação mais segura de forma eficiente e, sobretudo, mais humana. A
educação para o trânsito deve prever, no currículo da Educação Básica, a construção de
valores direcionados ao comportamento respeitoso, ao cuidado com as pessoas e com o meio
ambiente, considerando o direito humano à vida, que se constitui no seu bem maior.
Trabalho, Ciência e Tecnologia – Trazer essa temática para o currículo da Educação Básica
contribui para a compreensão do Trabalho enquanto princípio educativo que envolve não só
discussões acerca do mundo do trabalho, mas também acerca do desenvolvimento de
capacidades humanas para transformação da realidade material, social. Relaciona-se ainda à
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Saúde, Vida Familiar e Social – A temática saúde é um conceito que nos remete não só a
ausência de doença, mas, sobretudo, ao completo bem-estar que permeia as pessoas
saudáveis. A concepção que se entende por saúde tem relações diretas com o meio cultural,
social, político, econômico, ambiental e afetivo em que se vive. A visão histórica dos diversos
58
significados de saúde também sofre variações ao longo do tempo. O currículo, ao desenvolver
esse tema, deve considerar a saúde numa perspectiva mais ampla que envolve as várias
dimensões do ser humano, tais como: saúde mental, comportamental, atitudinal, orgânica,
física, motora, afetiva, sensorial, entre outras. É necessário que a pessoa se perceba em sua
multidimensionalidade e que a esfera da saúde seja reconhecida sob os diversos aspectos que
envolvem uma vida saudável. O contexto político relativo a como a sociedade está organizada
também interfere na dimensão da saúde do cidadão. A estrutura da saúde pública, o
planejamento das cidades, o saneamento básico, o estilo de vida do/no campo ou da/na cidade,
o sistema de transporte e habitacional, as relações familiares e sociais poderão interferir na
saúde das pessoas. Esses aspectos devem ser considerados e refletidos no currículo de forma
a levar os estudantes a compreenderem e buscarem um estilo de vida mais saudável.
O trabalho com esses temas institui uma nova visão à escola como local de produção de
conhecimento que possibilita ao aluno situações, experiências, instrumentos e conceitos que
favoreçam a construção sociocognitiva da aprendizagem.
A diferença é de todos, tudo é diferença [...] e não há, deste modo, alguma coisa que
não seja diferença, alguma coisa que possa deixar de ser diferença, alguma coisa que
possa ser o contrário, o oposto das diferenças (SKLIAR, 2006, p. 31).
Nas últimas décadas, muitos países têm passado por significativas transformações
referentes a políticas e práticas voltadas à educação inclusiva. Segundo Carvalho (2000), ao
final do século XX, muitos conflitos e transformações aconteceram e, conforme destaca Sassaki
(2012), a trajetória da educação especial dividiu-se em períodos históricos bem claros que são
descritos através de quatro grandes paradigmas: Exclusão (rejeição social), Institucionalização
(segregação), Integração (modelo médico da deficiência) e Inclusão. Logo, este último vai se
afirmando no contexto educacional até o que está proposto nos dias atuais, ou seja, o paradigma
inclusivo.
No Brasil, as principais mudanças foram decorrentes da publicação da Constituição
Federal que, a fim de concretizar o direito fundamental à educação, apresenta, no Art. 205: “A
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Nesse percurso, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (2008) define que a educação especial é uma modalidade de ensino transversal a todos
os níveis, etapas e modalidades; realiza o atendimento educacional especializado; disponibiliza
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
os serviços e recursos próprios desse atendimento; orienta os alunos e seus professores quanto
a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular; vem ressignificar e orientar os sistemas
educacionais a promover respostas às necessidades educacionais específicas de maneira
individualizada. Como ressalta o Currículo de Pernambuco (2019), essa política traz à tona a
necessidade de assegurar o ingresso, a permanência, a participação e a aprendizagem do
público-alvo da educação especial (estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação) nos diferentes níveis de ensino com
igualdade de oportunidades e desenvolve o conceito de Atendimento Educacional
Especializado – AEE, com enfoque exclusivamente pedagógico, complementar ou suplementar
à formação desses estudantes preferencialmente em Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs).
Ainda mais recente, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência) – LBI implementa avanços, principalmente, relacionados à inibição
da recusa de matrícula de crianças e adolescentes com deficiência no ensino regular, seja na
educação pública ou privada. Em continuidade a esse pensamento, temos, no Capítulo IV,
intitulado “Do Direito à Educação”, o Art. 27, dispondo o seguinte:
O que se evidencia aqui é a necessidade de redes de apoio à escola visto que esta vem
arcando com demandas que vão além do fazer pedagógico. A escola, nas últimas décadas,
acabou por absorver demandas da ordem da saúde, da assistência social e de outros setores.
Demandas absorvidas, mas sem o suporte adequado das outras instâncias que poderiam
colaborar em relação a esses aspectos.
A escola, antes de tudo, é uma rede de apoio às famílias no processo educacional e
ambas necessitam estar interligadas, uma vez que, no campo da educação inclusiva, a
intersetorialidade tem sido observada como um dos elementos presentes em políticas públicas
reconhecidas como exitosas e consistentes. Políticas estas que buscam promover estratégias de
gestão baseadas na articulação das diferentes áreas que compõem a administração pública.
Porquanto, tem-se, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Art.
12, Inciso VI, que “[...] os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, deverão articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos
de integração da sociedade com a escola”. Fazendo um paralelo com o que diz a LDBEN,
61
podemos observar que a educação não deve ser compromisso somente da família e da escola,
mas de um processo conjunto no qual exista um planejamento das ações que integrem educação,
saúde, assistência social, transporte, segurança, entre outros, em benefício de toda a
comunidade escolar e extraescolar. Isso mostra que a intersetorialidade é uma das estratégias
da gestão pública educacional que torna factível a existência de uma gama de serviços de apoio
suficientemente ampla para atender o público da educação inclusiva.
Nesse sentido, o Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-2024) prevê o seguinte
(BRASIL, 2014b, p. 11): “Um segundo grupo de metas que diz respeito especificamente à
redução das desigualdades e à valorização da diversidade, caminhos imprescindíveis para a
equidade”. Dentro dessas discussões, é importante salientar que a questão da equidade vem
trazer um olhar diferenciado acerca das questões inclusivas. Nessa direção, a Declaração
Universal dos Direitos Linguísticos, UNESCO (1996), garante às diversas comunidades
linguísticas no mundo o direito de manter suas línguas, culturas e nacionalidades. Sendo o
universo escolar, um espaço democrático, multicultural e plurilíngue onde se desenvolvem
múltiplas relações entre sujeitos, corroboramos com a Base Nacional Curricular Comum –
BNCC que ressalta ser relevante, no espaço escolar, conhecer e valorizar as realidades nacionais
e internacionais da diversidade linguística (BNCC, 2019; UNESCO, 1996).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Não obstante, para transformar esse ideal baseado em leis, decretos e tantos outros
documentos que evidenciam os caminhos para uma educação inclusiva, faz-se necessário que
o princípio da inclusão se estenda e seja compreendido em todos os âmbitos da comunidade
escolar e extraescolar a fim de construir-se uma sociedade inclusiva.
Diante desse novo panorama escolar que visa uma escola para todos, mostra-se
importante compreender o conceito de deficiência para assim vislumbrar a complexidade que a
escola inclusiva demanda. Portanto, no tocante ao conceito de deficiência, a Convenção sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil como decreto em 2009,
apresenta, em seu Artigo 1°: “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de
natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”. Esse pensamento
encontra-se ainda de acordo com o exposto no preâmbulo do texto, no qual se pode ler o
seguinte:
[...] os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: III
- professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para
a integração (leia-se, inclusão) desses educandos nas classes comuns (grifo nosso).
atendimento psicopedagógico nas escolas, entre outros profissionais que formam uma rede de
suporte aos educandos), direitos estes já afirmados desde a Constituição Federal.
A proposta curricular é para todos os estudantes, mas é indispensável pensar que as
estratégias pedagógicas sejam diversificadas, com base nos interesses, habilidades e
necessidades de cada um. Só assim se torna viável a participação efetiva, em igualdade de
oportunidades, para o pleno desenvolvimento de todos os alunos, com e sem deficiência. Pensar
sobre currículo, desse modo, é pensar em todos os sujeitos que estão inseridos na escola
independentemente de terem dificuldades de aprendizagem, deficiência ou qualquer outra
questão que esteja impedindo a aprendizagem de algum modo. Sendo assim, no processo
educativo não há uma receita pronta, um protocolo a ser seguido indicando como os estudantes
aprenderão. Essa “fórmula” será apreendida no dia a dia, na interação com os sujeitos e suas
possibilidades de aprender, o que requer, antes de qualquer coisa, estar disponível ao outro e
estar disposto a aprender junto ao outro.
Afinal, nas palavras de Mosé (2015, p. 36) “[…] o homem não é uma essência imutável,
ele está aberto ao mundo, completa-se nos signos, no outro, na troca com a exterioridade”. No
mesmo caminho, Pagni (2006, p. 39-40) evidencia que “a alteridade deve ser entendida como
um exercício compreensivo da experiência formativa dos estudantes e como uma tarefa ética
65
imprescindível na atualidade para a arte pedagógica”. A escola precisa ser repensada e,
portanto, uma das formas de fazer isso é conceber o ser humano não mais como um padrão,
como unidade, mas como diferença em constante transformação. Segundo Pierucci (1999, p.
7), “Somos diferentes de fato e queremos ser, agora, diferentes de direito, na escola e fora dela.
Pautamo-nos, pelo direito de ser, sendo diferentes”. Então, compreende-se que é na escola que
podem ser iniciados processos de desconstrução de modelos únicos de saberes e o currículo
nessa perspectiva apresenta-se como alternativa para um ensino plural e inclusivo.
2008/IBGE, em nosso país, existem 14 milhões de analfabetos. Esse dado mostra a triste
realidade da elevada taxa de analfabetismo no Brasil (BARCELOS, 2014), que vai de encontro
ao direito que é assegurado no Art. 205 da Constituição Federal,
Nessa linha, o Art. 208 da referida Constituição estipula que: “O dever do Estado com
a educação será efetivado mediante a garantia de oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria.” (BRASIL, 2016, p. 123). Sendo assim, todos os jovens,
adultos e idosos têm direito público subjetivo face à educação básica, cabendo aos sistemas e
redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e
competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas
contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global,
preferencialmente de forma transversal e integradora.
Conforme preceitua o Artigo 37, da Lei Federal nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDBEN), “A EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou
66
continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá
instrumento para a educação ao longo da vida.”. Desse modo, esse público (jovem, adulto e
idoso) poderá, ao longo da escolaridade na EJA: estimular a capacidade cognitiva, resgatar
experiências e conhecimentos prévios, aprender novos conceitos, desenvolver habilidades e
competências e obter formação profissional.
A partir da EJA, como modalidade da educação básica nas etapas do ensino fundamental
e médio (conforme a Lei 9.394/96), e diante do Parecer da Câmara de Educação Básica (CEB),
nº 11/2000, de 10 de maio de 2000, do Conselho Nacional de Educação (CNE) que diz que "A
EJA é uma categoria organizacional constante da estrutura da educação nacional, com
finalidades e funções específicas" (BRASIL, 2000a, p. 5), faz-se necessário que as redes de
ensino adotem ou construam para a EJA um modelo pedagógico específico, considerando as
diretrizes curriculares estabelecidas, os perfis e as necessidades de aprendizagem dos estudantes
jovens, adultos e idosos.
Seguindo essa linha de raciocínio, os cursos da EJA,
[...] a importância da utilização das novas tecnologias na EJA de modo que seja
possível manter a Educação em consonância com o mundo real, com o entorno que
está repleto de tecnologia, bem como acredita que seu uso mais amplo pode quebrar
o paradigma do hábito antropológico milenar, [...] segundo o qual o professor
ensina/dita e o aluno cópia, repete e aprende, pois esse hábito está fortemente
enraizado na cultura dos alunos de EJA e, realmente, pode ser quebrado com o uso
das tecnologias.
Por fim, a Resolução CNE/CP Nº 2/2017 afirma que a BNCC é documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais, como
direito das crianças, jovens e adultos no âmbito da Educação Básica escolar, e orienta sua
implementação pelos sistemas de ensino das diferentes instâncias federativas, bem como pelas
instituições ou redes escolares. O Artigo 7º do referido documento diz que
[...] faz lembrar que a ausência da escolarização não pode e nem deve justificar uma
visão preconceituosa do analfabeto ou iletrado como inculto ou "vocacionado" apenas
para tarefas e funções "desqualificadas" nos segmentos de mercado. Muitos destes
jovens e adultos dentro da pluralidade e diversidade de regiões do país, dentro dos
mais diferentes estratos sociais, desenvolveram uma rica cultura baseada na oralidade
da qual nos dão prova, entre muitos outros, a literatura de cordel, o teatro popular, o
cancioneiro regional, os repentistas, as festas populares, as festas religiosas e os
registros de memória das culturas afro-brasileira e indígena. (BRASIL, 2000a, p. 5).
[...] a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para o
desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os alunos
devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação
das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as
aprendizagens essenciais definidas na BNCC. (BRASIL, 2017, p. 13).
Daí que, para esta concepção como prática da liberdade, a sua dialogicidade comece,
não quando o educador-educando se encontra com os educandos-educadores em uma
situação pedagógica, mas antes, quando aquele se pergunta em torno do que vai
dialogar com estes. Esta inquietação em torno do conteúdo do diálogo é a inquietação
em torno do conteúdo programático da educação.
De acordo com as legislações que embasam a EJA, a escolaridade básica “[...] deverá
articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento” (§ 3º,
do Art. 27, da LDBEN 9.394/1996), assim, deve-se adotar a maleabilidade de tempo, espaço e
currículo, para que se possa dar atenção e promover o suporte às várias necessidades dos
estudantes da EJA no processo de formação profissional articulado à escolaridade.
Sabe-se também que os estudantes dessa modalidade de ensino são reféns de
circunstâncias relacionadas à evasão e ao analfabetismo, portanto, necessitam fortalecer os
conhecimentos já construídos ao longo de suas experiências de vida, aprender novas habilidades
e melhorar sua qualificação profissional por meio da educação escolar.
Nessa linha de pensamento, “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
trabalho e à prática social.” (§ 2º, Art. 1º, da LDBEN nº 9.394/1996), logo, as instituições de
ensino da EJA têm o papel de formar o indivíduo para atuar tanto em sua vida social quanto na
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Para Gadotti (2000, p. 250 apud ROCHA, 2020, online), “[...] não existe tempo ou
espaço próprio para a aprendizagem, à aprendizagem está em todo lugar e é preciso aprender
sempre [...]”, assim, a escola, ao possibilitar para os estudantes o acesso às tecnologias digitais
de informação e comunicação, contribui para os discentes desenvolverem aprendizagens
fundamentais para a atuação na vida profissional ou social.
Nesse contexto e em consonância com a Lei Federal nº 9.394/1996, visa-se promover e
assegurar para a modalidade do ensino fundamental EJA, para além da alfabetização funcional,
considerando ainda a realidade local e suas peculiaridades (situação econômica, perfil de
aprendizagem, faixa etária etc.), uma proposta que assuma, como principal compromisso, a
oferta de educação de qualidade social e formação para o mundo do trabalho. Cumprindo, então, 71
o que determina as legislações que abrangem a oferta dessa modalidade.
Assim, adota-se, no Currículo do Ipojuca na modalidade EJA, a integração entre o
processo de escolarização e a qualificação profissional, inicialmente por meio de ações que
assegurem o estudo das demandas, o estabelecimento de parcerias com diversos setores da
sociedade e a oferta de cursos profissionalizantes presenciais e por meio de Educação a
Distância (EAD).
Outro aspecto a ser destacado no perfil do professor da EJA é que há um maior número
de profissionais do sexo feminino, confirmando uma característica que faz parte da profissão
docente no Brasil, principalmente quando se trata do ensino nos anos iniciais do Ensino
Fundamental ou na modalidade correspondente.
Não podemos negar que há professores, nas salas de aula da EJA, com vasta experiência
na docência nesta modalidade de ensino, o que é fundamental, porém isso por si só não basta.
Pois, ao falar do perfil do professor da EJA, faz-se necessário levar em conta pelo menos duas
dimensões da formação humana: de um lado a formação acadêmica, do outro a formação
política desses sujeitos. Ao se referir a essas duas dimensões da formação do professor, Freire
(1996, p. 103) diz:
Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e
bem os conteúdos de minha disciplina não posso, por outro lado, reduzir minha prática
docente ao puro ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de minha
atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino dos conteúdos, é o meu
testemunho ético ao ensiná-los. É a decência com que o faço.
Ensinar para jovens, adultos e idosos não se resume apenas a ministrar currículos 72
formais, mas implica, sobretudo, adotar uma prática pedagógica pautada na valorização do ser
humano, enquanto sujeito de direitos, fundamentada na ética, no respeito às diferenças, na
solidariedade e na humanidade. Para Freire (1996, p. 24), na formação docente, é fundamental
[...] saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para
a sua própria produção ou a sua construção. [...] É preciso insistir: este saber
necessário ao professor – que ensinar não é transferir conhecimento – não apenas
precisa de ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razões de ser –
ontológica, politica, ética, epistemológica, pedagógica, mas também precisa de ser
constantemente testemunhado, vivido.
Dessa forma, cabe destacar que todos os seres humanos são capazes de aprender e
trazem consigo conhecimentos prévios, por isso o professor deve considerar as características
de cada público para o qual ensina. Considerando os estudantes da EJA que, em sua maioria,
estão há muito tempo sem estudar, faz-se necessário que a equipe escolar realize um trabalho
diferenciado para esses estudantes, tendo como princípios a equidade e o respeito às diferenças.
Nesse contexto, a formação continuada dos profissionais para a EJA do Ipojuca pautar-
se-á pela Resolução nº 1, de 5 de julho de 2000, do Conselho Nacional de Educação (CNE) –
que estabelece As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Esta
determina que os processos formativos dos educadores da EJA
Como sabemos, parcerias configuram-se como relações que promovem ajuda mútua,
troca de conhecimentos, ideias, ações. Mas também remetem à junção de indivíduos que têm
objetivos em comum, que agem para a mesma finalidade. Nesse sentido, é que deve ocorrer a
relação, a sintonia entre escola e comunidade. Sabendo-se, entretanto, que cada parte deve
reconhecer e realizar efetivamente suas atribuições.
Desse modo, cabe à escola desempenhar seu papel no sentido de ensinar, instruir,
capacitar o aluno e zelar pela sua aprendizagem por meio de avaliações, (re)ensino. Além do
papel fundamental no desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes, faz parte também das
atribuições da escola, entre outras ações, tornar o ambiente escolar interessante e atrativo,
estratégia que contribui para a permanência do estudante na escola.
No entanto, as atribuições da escola extrapolam seus muros, pois, por estar inserida em
uma determinada localidade, tanto influencia quanto sofre influência dessa comunidade como
um todo.
Nesse sentido, a relação entre escola e comunidade pode ser algo positivo ou negativo,
mas com certeza constitui-se como algo inevitável. Segundo Montandon e Perrenoud (1987, p.
74
7), “[...] de uma maneira ou de outra, onipresente ou discreta, agradável ou ameaçadora, a escola
faz parte da vida cotidiana de cada família”. Significa dizer que a comunidade não pode agir de
maneira indiferente à escola, ao contrário, a comunidade deve sentir-se pertencente ao ambiente
escolar, apoiando os professores, diretores, funcionários em geral no sentido de cuidar,
fiscalizar e ajudar a escola.
A parceria entre os integrantes da comunidade escolar e o seu entorno pode ser realizada
por meio de várias estratégias, mas, principalmente, por meio da promoção de atividades que
desenvolvam no estudante o conhecimento, o pensamento crítico e o protagonismo frente às
questões sociais que o cercam. Partindo dessa perspectiva, há diversos âmbitos que podem ser
temas de projetos com os quais a escola pode convidar a comunidade para ser partícipe: na área
de meio ambiente, saúde, economia, tecnologia, entre outras. O mais importante é que o
estudante sinta-se protagonista no processo de ensino-aprendizagem e a comunidade seja
beneficiada, valorizada nas práticas pedagógicas desenvolvidas pelas instituições escolares.
Em relação à modalidade EJA, há um leque de possibilidades as quais favorecem a
parceria entre estudantes e escola. Partindo do exposto, a instituição escolar deve desenvolver
ações no sentido de resgatar a autoestima desses alunos, por meio de atividades, projetos, que
visem: à valorização das variações linguísticas trazidas pelos alunos; à expressão de culturas,
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
vivências, experiências vividas por eles que possam, inclusive, servir de motivação para os
demais; ao resgate da cidadania, por exemplo, por meio de parcerias com outros órgãos para
emissão de documentos necessários ao jovem/adulto/idoso exercer seus direitos cidadãos, entre
eles, adentrar ou retornar ao mercado de trabalho e ter acesso aos serviços públicos disponíveis.
Por fim, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) “[...] para que aconteça
a interação entre a escola e a comunidade, é preciso buscar formas para que a escola esteja mais
presente no dia a dia da comunidade e também o inverso [...]” (BRASIL, 1998, p. 32). Isto
implica em propor atividades que possam envolver estudantes, professores, demais
profissionais da escola, moradores do entorno a fim de direcionar ações voltadas para o bem-
estar da comunidade. Assim, a relação entre escola e comunidade faz-se imprescindível,
principalmente quando ambas têm em comum o objetivo de ajudar a desenvolver as habilidades
e potenciais humanos e são capazes de reconhecer e realizar suas atribuições de maneira
satisfatória, pensando no bem comum, coletivo.
educação que superasse o modelo vigente – que tinha maior foco no espaço rural que em seus
sujeitos. Ao espaço rural visto como o lugar do atraso, do abandono, da escassez, restava uma
educação com viés segregativo, limitante, estagnado.
Portanto, o deslocamento do termo Educação Rural para Educação do Campo não
representa apenas uma mudança de nomenclatura. É, sobretudo, uma tentativa de romper com
estruturas que sustentam um sistema que acentua as desigualdades e injustiças sociais,
desvaloriza a diversidade cultural e submete trabalhadores à exploração. O processo histórico,
em que foi forjada a Educação do Campo, articula discursos de “[...] diferentes coletivos com
características próprias, culturas, histórias de vida e modos de produção”, fortalecendo esses
povos e garantindo sua representatividade frente ao sistema (SILVA, 2017, p. 118).
Ao questionar suas realidades e se contrapor à concepção ruralista, os movimentos
sociais do campo ressignificam-se, passando a assumir posições políticas, os campesinos
tornam-se atores sociais que atuam como sujeitos e autores de suas histórias e sua educação,
unindo-se na luta pela terra, onde produzem seu sustento, mas também pela conquista da sua
educação e outros direitos sociais e políticos (SILVA, 2017, p. 122).
A Educação do Campo é um conceito em construção que vem desenvolvendo-se através
da luta social pelo direito à educação, travada pelos trabalhadores das comunidades campesinas.
76
Caldart (2012, p. 261) dá ênfase ao protagonismo das populações campesinas, nesse processo,
ao argumentar que se trata de uma luta “[...] feita por eles mesmos e não apenas em seu nome
[...]”; em prol da conquista de uma educação do campo que “[...] não é para nem apenas com,
mas sim, dos camponeses, expressão legítima de uma pedagogia do oprimido”.
Vale ressaltar que a constituição de um modelo de educação que inclua certas
populações é determinante para as condições de existência dessas populações. Pensar uma
educação genuinamente do campo só é possível com a efetiva participação das populações
campesinas.
Portanto, não se trata de um processo simples, nem linear. Envolve uma diversidade de
interesses, conflitos, tensões, negociações. A luta pela constituição de uma educação do campo,
com foco nos seus sujeitos – uma educação que se revele contra-hegemônica, com caráter
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
inclusivo, emancipatório – durou mais de meio século, até a conquista da normatização desse
novo modelo.
Foram muitos os percalços enfrentados pelos movimentos sociais do campo ao longo
desse período. No entanto, as normativas oriundas do processo de democratização do nosso
país fortaleceram esses movimentos e alicerçaram essas conquistas, a exemplo da Constituição
Federal Brasileira de 1998 que, no seu Artigo 205, versa sobre a universalidade do acesso à
educação, e no seu artigo 206, Inciso I, estabelece o princípio da igualdade de condições para
o acesso e permanência na escola. Mais tarde, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
8069/90), no seu Artigo 53, determina que o direito ao acesso à escola pública e gratuita deve
ocorrer em unidade educacional próxima da residência do educando.
Em 1996, com o advento da Lei 9.394, que estabelece Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), a educação para povos do campo começa a ser delineada, quando no seu
Artigo 28, a LDBEN determina:
A realidade que produz a Educação do Campo não é nova, mas ela inaugura uma
forma de fazer seu enfrentamento. Ao afirmar a luta por políticas públicas que
garantam aos trabalhadores do campo o direito à educação, especialmente à escola, e
uma educação que seja no e do campo [...].
cultura que se produz por meio de relações mediadas pelo trabalho, ou seja, como produção
material e cultural de existência humana. Isso só será possível a partir de uma interpretação da
realidade que possibilite a construção de conhecimentos potencializadores, de modelos de
agricultura, de novas matrizes tecnológicas, da produção econômica e relações de trabalho e da
vida a partir de estratégias solidárias que garantam a melhoria da qualidade de vida dos que
vivem e sobrevivem no e do campo. Desse modo, o papel da escola será de ressignificar os
conhecimentos da própria comunidade e incentivar o aprimoramento e a produção de novos
conhecimentos. Conforme afirma Garcia (2004), o currículo seria abrangente, de acordo com
as necessidades e experiências vivenciadas pelos alunos, com conteúdo próprio e metodologia
própria para os diferentes níveis de ensino.
Um currículo que, sobretudo, reconheça e preserve a identidade e autonomia das
populações campesinas, mas que propicie uma educação cidadã, comprometida com a
democracia, com a conquista da sua dignidade e a do outro; que corrobore com a formação de
cidadãos ativos, capazes de atuar na elaboração, execução e avaliação de políticas públicas.
Sujeitos que reconheçam seu lugar no mundo, que compreendam e transformem suas realidades
(SILVA, 2017).
Pensar a educação do campo inclui considerar as atividades dos povos que nele residem:
80
nas suas peculiaridades culturais, nas atividades e nos costumes que envolvem a população
campesina, como o trabalho do campo, dos agricultores, dos povos indígenas, dos pescadores,
dos sem-terra, enfim, todos os sujeitos do campo. É necessário que aspectos como esses se
façam presentes nas escolas e nas propostas pedagógicas oferecidas para o campo, reafirmando,
assim, a garantia de educação pública de qualidade, para os diversos níveis, etapas e
modalidades de ensino e, nesse liame, incluindo os alunos público-alvo da educação especial
que estudam nas escolas do campo (KUHN, 2017).
A inclusão de estudantes com necessidades especiais em escolas do campo é
regulamentada pelo Parecer CNE/CEB nº 02/2008, que no Artigo 1º, Parágrafo 5º, determina:
O texto reforça o que estava preconizado na LDB, de 1996, garantindo aos estudantes
com necessidades especiais, oriundos do campo, serem devidamente incluídos no processo
educativo. O documento que versa sobre a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva salienta que:
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Busca de uma educação séria, rigorosa, democrática, em nada discriminadora nem dos
renegados nem dos favorecidos. Isso, porém, não significa uma prática neutra, mas
desveladora das verdades, desocultadora, iluminadora das tramas sociais e históricas.
Uma prática fundamentalmente justa e ética contra a exploração dos homens e das
mulheres e em favor de sua vocação de ser mais.
No ano de 2002, foi instituído, pela Portaria nº 1.374, o Grupo Permanente de Trabalho
de Educação do Campo. As discussões desenvolvidas por essa equipe deram origem ao
documento Referências para uma Política Nacional de Educação do Campo (BRASIL, 2004).
O documento versa sobre elementos da identidade das escolas do campo e define princípios
pedagógicos da Educação do Campo. São eles:
9
O processo de nucleação escolar consiste em reunir estudantes de escolas desativadas, por funcionarem em
condições adversas (classes multisseriadas, em áreas de risco, etc.), em centros maiores. A nucleação escolar tem
por finalidade elevar a qualidade do ensino ofertada, à medida que favorece a inserção dos estudantes em turmas
separadas em conformidade com sua idade e desenvolvimento, alocação em prédios com melhor infraestrutura,
possibilitando melhores condições de trabalho aos professores. Está prevista na legislação, devendo ocorrer com
apresentação de justificativa e consentimento da comunidade, conforme a Lei 12.960/2014.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Refere-se ao desenvolvimento de uma educação focada nos seus sujeitos, que considere
suas histórias, lutas sociais, sonhos, individualidades, pela constituição de um currículo que
enxergue esses sujeitos na sua pluralidade, suas necessidades individuais e coletivas, a
construção e reconstrução das relações com a terra, com o outro e com o meio ambiente. Os
modos de produção agrícola, suas tecnologias, relações de trabalho e comunitárias, bem como
o desenvolvimento de uma cultura de paz e justiça social, devem estar presentes no currículo e
no cotidiano da escola que busca construir uma educação emancipatória. Tal princípio prevê
uma escola que preconize a formação humana, que desenvolva processos educativos que
incorporem conhecimentos, atitudes, valores e comportamentos na formação do sujeito livre,
crítico, criativo e ético.
83
Trata-se da defesa da valorização e convivência entre os diversos saberes. Do resgate e
apropriação dos conhecimentos que os educandos, suas famílias e comunidade possuem, para
uso em sala de aula, estabelecendo um diálogo permanente com os saberes produzidos pelas
diversas áreas do conhecimento, de modo que contribuam para melhoria da qualidade de vida
desses sujeitos. Tal princípio coloca os povos do campo como coautores de uma educação
significativa, crítica, inclusiva e transformadora. Desse modo, o projeto educativo que se realiza
na escola precisa ser do campo e no campo e não para o campo. Ter o estudante como
protagonista da sua aprendizagem e o incentivo à pesquisa é fundamental nesse processo.
Versa sobre a amplitude da Educação do Campo, que deve extrapolar o espaço e tempo
escolar. Envolve saberes, métodos, tempos e espaços físicos diferenciados. Desenvolve-se nos
espaços comunitários, nos seus territórios, que se distanciam de uma lógica meramente
produtivista da terra e do seu próprio trabalho. Incorpora os diversos saberes e vivências,
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Consiste em fazer uma educação vinculada à realidade dos sujeitos, que perpasse o
espaço geográfico e incorpore elementos socioculturais que traduzam os modos de vida desses
sujeitos.
Construir uma educação do campo requer fazer uma escola que propicie enriquecimento
de experiências de vida, mas que possibilite aos educandos expandir suas fronteiras; que
valorize o espaço rural e as relações ali estabelecidas, mas que proporcione a esses sujeitos
condições de optarem conscientemente sobre o lugar onde desejam viver, de modo que se
supere o estigma de que se estuda para sair do campo.
84
V. O Princípio Pedagógico da educação como estratégia para o desenvolvimento sustentável
Pensar uma educação para a autonomia implica considerar os diversos aspectos que
cercam o sujeito da educação. Implica, sobretudo, em torná-los coautores do pensar e do fazer
a política educacional própria, mas alinhada à política nacional.
O campo é o lugar da diversidade, da heterogeneidade, de modo que não se pode pensar,
para tal espaço, uma política educacional homogeneizante. Por isso, a importância da
participação social na construção dos planos educacionais que preservem a identidade do
campo, produzidos a partir de um processo de ampla investigação da realidade, mas que, ao
mesmo tempo, esteja conectada aos projetos nacionais e regionais, em observância ao que
preconiza o Artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Campo. Para tanto, deve-se refletir sobre dois aspectos: o profissional de educação que
precisamos formar e como a sua formação deve ser realizada. Refletir, sobretudo, como tais
educadores têm se formado nas suas experiências de construção da Educação do Campo e “[...]
potencializar esses saberes em programas e políticas de formação específicas” (CALDART,
2004, p. 10).
Para além da valorização dos saberes, Santos (2017) destaca os fatores sociopolíticos
que cercam os sujeitos do campo e que devem integrar a formação ofertada aos professores do
campo.
que têm afetado as escolas do campo. A escola tem por dever discutir esses fenômenos,
construir um debate com a comunidade que culmine no desenvolvimento de políticas públicas
mais específicas para as necessidades dessas populações.
89
REFERÊNCIAS
Textos Introdutórios
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
REFERÊNCIAS
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Tal como preconiza a lei, fez-se necessária uma discussão mais aprofundada acerca das
necessidades locais inerentes à educação infantil com o objetivo de construir uma identidade
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
própria para essa etapa do ensino, tendo em vista as diferentes realidades que constituem este
município. Uma dessas diferenças, por exemplo, materializa-se na realidade geográfica do
município, configurada em divisão campo/cidade, verificando-se, ao longo do tempo, uma certa
diferença de números de matrículas1 entre esses dois territórios, explicitando que o trabalho
pedagógico desenvolvido no campo precisa considerar as suas especificidades, uma vez que as
famílias campesinas têm a necessidade de que seus filhos, em idade de creche, sejam atendidos
conforme preconiza as diretrizes orientadoras da Educação Infantil. Considerando as
peculiaridades migratórias das comunidades rurais e a implementação de políticas públicas, a
fim de ofertar educação de qualidade em turmas específicas de cada etapa de ensino, por meio
da nucleação de escolas em algumas localidades e seguindo as premissas que versam a
Resolução nº 02, de 28 de abril de 2008, em seu artigo 4ª e parágrafo único, a qual, por sua vez,
diz:
Quando os anos iniciais do Ensino Fundamental não puderem ser oferecidos nas
próprias comunidades das crianças, a nucleação rural levará em conta a participação
das comunidades interessadas na definição do local [...]; quando se fizer necessária a
adoção do transporte escolar, devem ser considerados o menor tempo possível no
percurso residência-escola e a garantia de transporte das crianças do campo para o 109
campo. (BRASIL, 2008, on-line).
Para tanto, a Educação Infantil seguirá junto com as demais etapas e modalidades para
o destino mais próximo definido em comum acordo, entre comunidades (local e escolar) e
órgãos representativos (Secretaria Municipal de Educação do Ipojuca, Conselho Municipal de
Educação, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e Sindicato dos professores), a fim
de garantir equidade de acesso e qualidade no serviço prestado à população.
1
Alguns dados demonstram que em 2015 (ano de implementação do PME 2015 - 2025) o total de matrículas de
Educação Infantil em unidades urbanas eram 389, enquanto que na área rural eram 494. Em 2018 com as
estratégias para o alcance das metas traçadas no PNE e no PME, as matrículas urbanas de Educação Infantil
passaram para 3.404, enquanto as da rural passaram para 603. Em 2018, havia 41 unidades escolares no campo e
hoje (2020), tem-se 36. Os números informam que, por mais que exista uma diferença quantitativa entre campo e
cidade, as demandas existem e precisam ser atendidas em igualdade de condições (QEDU, 2020).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Nesse sentido, a Base reconhece especificidades dos diferentes grupos etários que
constituem a etapa da educação infantil, organizando-os em três grupos por faixa etária - bebês,
crianças bem pequenas e crianças pequenas – “[...] que correspondem, aproximadamente, às
possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento das crianças”
(BRASIL, 2017, p. 44).
Assim, a organização de uma proposta curricular deve colocar a criança no centro do
processo educativo, de modo a enfatizar noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as
crianças devem desenvolver do 0 aos 5 anos e 11 meses, buscando garantir os direitos de
aprendizagem dos pequenos.
Nessa perspectiva, a criança precisa ser vista como sujeito de seu processo de
desenvolvimento por meio da aprendizagem, a qual é construída no diálogo com o outro, nas
vivências e experimentações. Busca-se, para isso, a produção de aprendizagem pela própria
criança, na interação criança/criança e criança/adulto; a promoção progressiva do
autoconhecimento da criança; o desenvolvimento e habilidades de comunicação e expressão; a
socialização, a manifestação e a compreensão das emoções próprias e a dos outros; a
progressiva estruturação da iniciativa, em um ambiente enriquecedor e estimulador de
experiências geradoras de aprendizagem, culminando na formação de cidadãos críticos,
110
conscientes, participantes e democráticos, promovendo, assim, a conquista progressiva da
autonomia e do espírito questionador.
Sobre esse papel de atividade da criança, em Escritos Criativos e Devaneios, Freud
(1908[1907]/1980) delineia uma aproximação entre a poesia e o brincar infantil, interrogando-
se se a forma como a criança constrói seu mundo de linguagem e de brinquedo não admitiria
nela um escritor criativo.
Sobral e Viana (2014, p. 436) afirmam que:
Esse modo como Freud (1908[1907]/1980), Sobral e Viana (2014) olham a criança
permite entender a importante inovação trazida pela BNCC, na qual o conhecimento advém
com a experiência que cada criança vai viver no ambiente escolar, a partir de suas relações com
o professor, com outras crianças e com outros adultos. Em outras palavras, o educador vai
sustentar que as manifestações interpessoais advindas das crianças (seja o bebê, a criança bem
pequena e/ou a criança pequena) podem ser lidas como manifestações de sujeito.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Segundo Kupfer (2007, p. 220), o sujeito “[...] é efeito dos discursos, mas ao irromper,
cria e recria, refaz e transforma aquilo mesmo que o fez emergir. Incide sobre os discursos de
que se valeu para dizer-se”. Desse modo, as manifestações de sujeito são aquelas inscritas no
laço social.
Sobre isso, Faria e Salles (2007, p. 44) esclarecem que:
Considerar a criança como sujeito é levar em conta, nas relações que com ela
estabelecemos, que tem desejos, ideias, opiniões, capacidades de decidir, de inventar,
que se manifestam, desde cedo, nos seus movimentos, nas suas expressões, no seu
olhar, nas suas vocalizações, na sua fala.
[...] abranger a infância em toda sua magnitude exige perceber nas crianças a sua
singularidade, o coletivo diverso do qual elas fazem parte e imergir nas diferentes
culturas e saberes que produzem. É necessário respeitar suas formas de se relacionar
com o mundo e entender como se desenvolvem e aprendem, sem que o adulto determine
o nível de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. (PERNAMBUCO, 2019, p.
57).
111
Nessa perspectiva, é essencial que as práticas do professor estejam comprometidas com
as necessidades e os interesses da criança, para que a vivência se transforme em uma
experiência e tenha, de fato, um propósito educativo que estimule o desenvolvimento cognitivo,
físico e socioemocional da criança.
com que essas crianças construam conhecimento de maneira efetiva e no tempo adequado para
o seu desenvolvimento.
2
“Conceito utilizado para caracterizar o professor que trabalha com a mediação pedagógica, significando uma
atitude e um comportamento do docente que se coloca como facilitador ou motivador da aprendizagem, que
ativamente colabora com e para que o aprendiz chegue aos seus objetivos.” (MENEZES; SANTOS, 2001, online).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Partindo dessa premissa e diante da grande tarefa que cabe a essas instituições, os
profissionais que atuam nesta etapa da educação básica, independentemente da função que
exercem, desempenham uma função educativa e devem estar preparados para enriquecer e
ampliar as experiências já vivenciadas pelas crianças.
Fundamentando essa concepção, destaca-se o que nos diz Felipe (1998) ao afirmar que
todas as pessoas que colaboram para o desenvolvimento das atividades realizadas nas
instituições de educação infantil, afora cuidar e educar as crianças, possui um papel crucial no
processo de desenvolvimento infantil, pois são esses profissionais que mediam as situações
entre as crianças e o meio em que vivem. Nessa perspectiva é importante garantir aos
profissionais da educação infantil condições para que exerçam suas funções, sintam-se
valorizados e possam qualificar-se permanentemente.
Quanto aos profissionais que atuam nas salas de aula, entende-se que devem, a partir
das observações diárias, do conhecimento das características do desenvolvimento das crianças
e do respeito às suas individualidades, ter sempre uma atitude investigativa da própria prática
e, consequentemente, encontrarem-se em processo contínuo de formação. Assim, segundo
Garanhani (2010), é importante que ampliem os conhecimentos adquiridos na formação inicial
e estejam inseridos num processo de constante reflexão e redimensionamento de suas práticas,
118
o que, consequentemente, irá favorecer o enriquecimento profissional e a melhoria da qualidade
do atendimento ofertado na educação infantil.
Considerando esses princípios, concorda-se com Leite e Carvalho (2015, p. 922)
quando, ao discorrerem sobre a formação desses profissionais, enfatizam que é essencial uma
formação que colabore para a concretização de uma prática significativa. Nesse sentido, as
autoras afirmam que é imprescindível que os professores adquiram “uma fundamentação crítica
coerente para com isso criar estratégias e atuar de forma comprometida, desvalorizando o uso
de receituários e/ou manuais”, enriquecendo assim, o seu desenvolvimento intelectual e
profissional, como também, buscando promover a atuação da criança no mundo como um
sujeito social, histórico e cultural.
Desempenhando o papel de mediador no processo de ensino e aprendizagem e
compreendendo as peculiaridades próprias do universo das crianças, pensa-se que o docente
também precisa abraçar “o compromisso com a profissão escolhida e ter consciência de que
suas intenções e ações contribuem na formação humana de nossas crianças ainda pequenas”
(GARANHANI, 2010, p. 196), podendo fazer, então, um diferencial no percurso escolar dos
estudantes da rede municipal de ensino.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
educação infantil devem possibilitar, acima de tudo, a valorização das expressões e linguagens
infantis; do convívio e da diversidade; da construção de valores e identidades; da cooperação e
autonomia.
(2018, p. 13), “[...] avaliar não é julgar, mas acompanhar3 um percurso de vida da criança,
durante o qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões com a intenção de favorecer o
máximo possível seu desenvolvimento”.
É necessário que o profissional da educação infantil tenha um olhar investigativo,
provocativo e desafiador, entendendo que a avaliação é processual e está ancorada na práxis e
submetida ao desenvolvimento integral da criança nas diferentes situações de aprendizagem
propostas pelos profissionais que ali estão inseridos. O professor deve ser mediador para que
novas descobertas sejam realizadas por suas crianças e, ao mesmo tempo, o espectador que vai
assistir, maravilhado, a esse momento de descoberta; o incentivador que busca promover o
encantamento da criança e a garantia dos direitos básicos de aprendizagens para esta etapa de
ensino. Segundo as DCNEI (2013, p. 95),
3
“Esse é o sentido que atribuo ao termo ‘avaliar é acompanhar’, ou seja, acompanhar, em avaliação mediadora, é
permanecer atento a cada criança, pensando em suas ações e reações, ‘sentindo’, percebendo seus diferentes jeitos
de ser e de aprender.” (HOFFMANN, 2018, p. 14).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
A transição dos bebês e das crianças pequenas sugere momentos de muitos desafios para
os educadores desta etapa de ensino. A primeira transição da Educação Infantil ocorre quando
a criança deixa sua família e ingressa na instituição. Nesse momento, há uma ruptura que
envolve muitos sentimentos, como em qualquer outra fase da vida, gerando inseguranças e
incertezas. Sendo assim, a adaptação na Educação Infantil precisa ser compreendida na
122
perspectiva do acolhimento. Segundo as DCNEI, caberá às instituições de Educação Infantil
“[...] planejar e efetivar o acolhimento das crianças e de suas famílias” (2013, p. 95). A primeira
etapa desse acolhimento dá-se na ocasião em que a família chega à escola para realizar a
matrícula. Nesse momento é possível conhecer um pouco a história da criança. Sugere-se então
que a equipe gestora e a equipe pedagógica viabilizem um atendimento que permita à família e
à escola compartilharem suas especificidades, suas expectativas e necessidades. Pois, através
do envolvimento entre a família e a escola, dos esclarecimentos das atividades que darão
subsídio na aprendizagem e no desenvolvimento integral da criança, criam-se laços de respeito
e admiração pelos papéis desempenhados em prol de um bem comum.
Assim, uma instituição segura em relação à sua proposta pedagógica favorece o
processo de acolhimento da família, do mesmo modo que uma família segura proporciona
segurança à criança no momento da transição casa/creche. É importante estabelecer uma relação
harmoniosa e, para tanto, pode-se recorrer às reuniões específicas, preenchimento de
questionário, entrevista individual, a fim de conhecer melhor as famílias em prol da garantia do
bem-estar da criança. Saber os gostos e comportamentos típicos de cada criança pode,
efetivamente, amenizar inseguranças, angústias, ansiedades de ambas as partes.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
A criança deve ser percebida como protagonista desse processo e deve ser oportunizada
a ela momento de escuta e participação nas vivências diárias que englobe os princípios éticos,
políticos e estéticos previstos nas DCNEI, dando continuidade aos direitos de conviver, brincar,
interagir, explorar, participar e conhecer-se em ações pedagógicas planejadas, minimizando os
impactos sofridos na mudança para a etapa seguinte.
123
Faz-se necessário, então, que o planejamento pedagógico das unidades de Educação
Infantil do município do Ipojuca dialoguem com as diferentes fases da Educação Infantil
(creches, pré-escola) e Ensino Fundamental, cabendo a equipe pedagógica da unidade escolar
manter atualizado o PPP da escola, viabilizando momentos de estudo sobre esse documento e
sobre as teorias que abordam as fases do desenvolvimento infantil, que promovam troca de
experiências/intercâmbio entre as turmas transitórias (creche/pré-escola, pré-escola/ensino
fundamental); propiciar estudo e análise dos relatórios e pareceres pedagógicos das crianças,
planejamento de aulas e projetos, valorização e socialização de práticas exitosas. Além de
promover encontros e vivências em que crianças dos diferentes grupos etários da Educação
Infantil e/ou da etapa subsequente, convivam em espaço coletivo, em ação pedagógica
planejada sempre sob a observação intencional do adulto responsável, que ora observa e ora
participa da ação, possibilitando o fortalecimento das relações constituídas nas interações
durante as brincadeiras. Sendo assim,
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo
próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas
diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais
(na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos
sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres
individuais e sociais. Ao mesmo tempo em que participam de relações sociais e de cuidados
pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de
interdependência com o meio. Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar
oportunidades para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais,
outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo,
costumes, celebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de
perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as
diferenças que nos constituem como seres humanos.
Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais,
coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os
objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem
conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se,
progressivamente, conscientes dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como
a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam
128
no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem e reconhecem as
sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e movimentos, identificam suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é
seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física. Na Educação Infantil, o corpo das
crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de
cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim,
a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam,
sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um
amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir
variados modos de ocupação e uso do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio,
rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar,
escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.).
4
Brincos são as brincadeiras rítmico-musicais com que os adultos entretêm e animam as crianças, como “Serra,
serra, serrador, serra o papo do vovô”, e suas muitas variantes encontradas pelo país afora, que é cantarolado
enquanto se imita o movimento do serrador. “Palminhas de guiné, pra quando papai vier...”, “Dedo mindinho, seu
vizinho, maior de todos...”, “Upa, upa, cavalinho...” são exemplos de brincos que, espontaneamente, os adultos
realizam junto aos bebês e crianças (PORTAL EDUCAÇÃO, 2020, online).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Dessa forma, a literatura infantil deve aprimorar a relação do bebê e da criança com
a linguagem, promovendo, através das práticas pedagógicas, vivências de experiências nas
quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral,
considerando-se que falar e ouvir são atividades primárias,
Contudo, “[...] a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem
e das curiosidades que deixam transparecer.” (BRASIL, 2017, p. 42). É natural que elas
manifestem curiosidades, uma vez que o que as levam a pensar sobre a escrita e a construírem
hipóteses para responder suas indagações é a participação ativa em práticas sociais nas quais
a leitura e a escrita são elementos fundamentais para as interações. Para isso, é essencial que
haja interlocução, mediações eficazes e instigadoras.
135
(PERNAMBUCO, 2019).
(EI02CG04IP)
(EI02CG04PE-IP)
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
PARTICIPAR
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONHECER-SE
(EI01TS02PE-IP) Traçar marcas gráficas,
em diferentes suportes (papelão, parede, chão,
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS caixas, madeiras, etc.) usando o próprio corpo
e instrumentos riscantes e tintas.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPLORAR
(EI01TS03PE-IP) Explorar diferentes fontes
EXPRESSAR sonoras e materiais para acompanhar 140
TRAÇOS, SONS, brincadeiras cantadas, canções, músicas e
CONHECER-SE
CORES E FORMAS
melodias, valorizando as manifestações e
tradições culturais.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
(EI01EO04PE-IP)Comunicar necessidades,
EU, O OUTRO E O desejos e emoções, utilizando gestos,
NÓS
balbucios, palavras.
CONHECER-SE
(EI01ET04PE-IP)Manipular, experimentar,
ESPAÇOS, TEMPOS,
arrumar e explorar diferentes espaços com
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E diversos desafios, por meio de experiências
TRANSFORMAÇÕES
de deslocamentos de si e dos objetos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPRESSAR 142
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONVIVER
(EI01CG06PE-IP) Participar de
BRINCAR Brincadeiras que possibilitem exploração de
CORPO, GESTOS E
PARTICIPAR MOVIMENTOS formas básicas do movimento (dançar, saltar,
girar, cair, deslocar-se, gesticular, etc.).
EXPLORAR
EXPRESSAR 143
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
(EI01EO07IP)Vivenciar experiências de
troca, divisão e compartilhamento de lanches
EU, O OUTRO E O com os pares e com os adultos para
NÓS
demonstrar suas preferências e construir
comportamento solidário.
CONVIVER
(EI01CG07IP) Explorar diversos brinquedos
BRINCAR e objetos sensoriais em atividades individuais
CORPO, GESTOS E
PARTICIPAR MOVIMENTOS e coletivas com as crianças de sua faixa etária
e de faixas etárias diferentes com autonomia.
EXPLORAR
EXPRESSAR 144
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
BRINCAR
CORPO, GESTOS E
PARTICIPAR MOVIMENTOS
EXPLORAR
EXPRESSAR 145
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
BRINCAR
CORPO, GESTOS E
MOVIMENTOS
PARTICIPAR
EXPLORAR
EXPRESSAR 146
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
EXPRESSAR 147
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
BRINCAR
EXPRESSAR 148
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPLORAR 149
(EI02TS01PE-IP) Criar sons com materiais,
EXPRESSAR
objetos e instrumentos musicais para
CONHECER-SE TRAÇOS, SONS, acompanhar diversos ritmos e músicas por
CORES E FORMAS
meio de brincadeiras, valorizando as
diferentes culturas.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONHECER-SE
(EI02TS02PE-IP) Utilizar materiais
variados com possibilidades de manipulação
TRAÇOS, SONS, (argila, massa de modelar, etc.), explorando
CORES E FORMAS
cores, texturas, superfícies, planos, formas e
volumes ao criar objetos tridimensionais.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPLORAR
151
(EI02TS03PE-IP) Utilizar diferentes fontes
EXPRESSAR
sonoras disponíveis no ambiente (cantos dos
CONHECER-SE TRAÇOS, SONS, pássaros, barulho do vento, da chuva e etc.)
CORES E FORMAS
em canções, músicas, melodias e brincadeiras
cantadas de diferentes culturas.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPLORAR
152
(EI02TS04PE-IP) Apreciar as diversas
EXPRESSAR
TRAÇOS, SONS, manifestações artísticas (visuais e musicais),
CONHECER-SE CORES E FORMAS
respeitando suas produções e as do outro.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPLORAR
155
(EI02TS07PE-IP) Expressar livremente
EXPRESSAR
emoções, necessidades e ideias, através de
TRAÇOS, SONS,
CONHECER-SE CORES E FORMAS suas produções artísticas, nas interações e
brincadeiras.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONVIVER
BRINCAR
CORPO, GESTOS E
PARTICIPAR MOVIMENTOS
EXPLORAR
156
EXPRESSAR
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
157
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
158
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
BRINCAR
CORPO, GESTOS E
PARTICIPAR MOVIMENTOS
EXPLORAR
159
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
BRINCAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONVIVER
(EI03CG01PE-IP) Criar com o corpo
BRINCAR formas diversificadas de expressão de
sentimentos, sensações e emoções, tanto nas
PARTICIPAR CORPO, GESTOS E situações do cotidiano quanto em
MOVIMENTOS brincadeiras, dança, teatro, música,
EXPLORAR
favorecendo a liberdade de expressão e 161
construindo uma imagem positiva de si
EXPRESSAR
mesmo.
CONHECER-SE
ESPAÇOS, TEMPOS,
(EI03ET01PE-IP) Estabelecer relações de
QUANTIDADES,
comparação entre objetos, observando suas
RELAÇÕES E
propriedades e especificidades.
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EXPLORAR
162
EXPRESSAR (EI03TS02PE-IP) Expressar-se livremente
por meio de desenho, pintura, colagem,
CONHECER-SE dobradura, modelagem, gravura, fotografia,
TRAÇOS, SONS, escultura, visitas a museus e locais de
CORES E FORMAS produção e divulgação de arte visual, criando
produções bidimensionais e tridimensionais,
valorizando as produções individuais e
coletivas.
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONVIVER
(EI03CG05PE-IP) Coordenar suas
BRINCAR habilidades manuais (Empilhar, encaixar,
CORPO, GESTOS E rosquear, pinçar, chutar, arremessar, receber
PARTICIPAR MOVIMENTOS etc.) no atendimento adequado a seus
interesses e necessidades em situações
EXPLORAR diversas.
165
EXPRESSAR
CONHECER-SE
(EI03TS05PE-IP) Desenvolver habilidades
TRAÇOS, SONS, de apreciação e leitura de imagens das artes
CORES E FORMAS visuais, desenhos, quadros, audiovisuais,
fotografias, esculturas entre outros.
ESPAÇOS, TEMPOS,
(EI03ET05PE-IP) Classificar objetos e
QUANTIDADES,
figuras de acordo com suas semelhanças e
RELAÇÕES E
diferenças.
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONVIVER
EXPLORAR
166
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CONVIVER
EXPLORAR
167
EXPRESSAR
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
CORPO, GESTOS E
CONVIVER MOVIMENTOS
BRINCAR
PARTICIPAR
EXPLORAR
168
TRAÇOS, SONS,
EXPRESSAR
CORES E FORMAS
CONHECER-SE
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
169
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
170
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
171
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
DIREITOS DE
CAMPOS DE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
APRENDIZAGEM E
EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
EU, O OUTRO E O
NÓS
CONVIVER
EXPLORAR
172
EXPRESSAR
CONHECER-SE
TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS
ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES
REFERÊNCIAS
Educação Infantil
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Brasília, 1988. Acesso
em: 16 dez. 2019.
CÂNDIDO, A. Vários escritos. 5ª ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2004.
FREUD, S. Escritores criativos e devaneios. In: _____. Edição standard brasileira das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 9, p. 147-158. Rio de Janeiro: Imago, 1908
[1907] /1980.
QEDU. QEdu: Use dados. Transforme a educação. 2020. Censo Escola do Ipojuca 2018.
Disponível em: <https://www.qedu.org.br/cidade/4455-ipojuca/censo-
escolar?year=2018&dependence=0&localization=0&education_stage=0&item=> Acesso em:
19 de out. 2020.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
SOBRAL, P. O.; VIANA, T. C. A fala criativa das crianças e os efeitos poéticos: recortes a
partir da clínica psicanalítica com crianças. Estilos clínicos, São Paulo, v. 19, nº 3, p. 436-450,
set/dez. 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/estic/v19n3/a04v19n3.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2020.
177
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
É importante estar atento às transições entre as etapas da educação básica, para que o
aluno tenha um percurso contínuo de aprendizagem que respeite as especificidades de sua faixa
etária.
Dessa forma, quando não há ruptura, respeitam-se as necessidades de cada estudante à
sua idade. Na transição da Educação Infantil ao Ensino Fundamental − Anos Iniciais é
imprescindível dar atenção a ampliação das aprendizagens, ao aprofundamento das
experiências e da alfabetização, que deve acontecer no 1º e 2º anos desta etapa, em que os
objetivos educacionais estão pautados nos processos de alfabetização e letramento, no
desenvolvimento das diversas formas de expressão e nos conhecimentos que constituem os
componentes curriculares obrigatórios.
Como aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/2010, os conteúdos dos diversos componentes
curriculares, “[...] ao descortinarem às crianças o conhecimento do mundo por meio de novos
olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita de um modo mais
significativo” (BRASIL, 2010b, p. 22).
Sobretudo na transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais, é importante a preparação
do estudante para as transformações que estão por vir ou que já estão acontecendo durante o 5º
e 6º ano, como a mudança do professor generalista para o professor especialista, garantido ao
180
estudante − como afirma a própria BNCC (BRASIL, 2017a, p. 59) –“maiores condições de
sucesso”.
Dessa forma, realizar as necessárias adaptações e articulações, tanto no 5º quanto no 6º
ano, para apoiar os educandos nesse percurso transitório, pode evitar ruptura no processo de
aprendizagem, garantindo-lhes maiores condições de sucesso.
Como bem destaca o Parecer CNE/CEB nº 11/2010,
182
a diversidade local e adaptativa a cada contexto. Dessa forma, diversos objetivos e direitos de
aprendizagem, bem como habilidades e competências foram alteradas para oferecer uma
perspectiva regional e contextualizada quando necessário.
Para sua leitura, deve-se utilizar a referência abaixo:
CÓDIGO ALFANUMÉRICO
(EF01CI01PE-IP) (EF01CI01IP) (EF01CI-IP01)
4 ÁREA DE LINGUAGENS
A promoção do diálogo social a partir das linguagens pode ocorrer através de um ensino
por meio de projetos pedagógicos, os quais considerem, em primeiro lugar, as necessidades dos
estudantes, segundo os preceitos da Aprendizagem Significativa (AUSUBEL, 1968). Os
conteúdos ministrados precisam estar relacionados ao contexto social da comunidade escolar,
de forma que todos possam sentir-se como autores no processo de ensino-aprendizagem. À
vista disso, é importante que os estudantes apropriem-se da multiplicidade de linguagens de que
dispõem para uso, para assim potencializar a sua atuação em sociedade, através da percepção
das convergências dos componentes da área que podem ser estabelecidas de forma
interdisciplinar e transversal. Nessa perspectiva, o trabalho por projetos didáticos possui
potencial para traduzir a interdisciplinaridade das linguagens, promovendo a integração e
articulação de objetos do conhecimento e habilidades dos diferentes componentes da área,
viabilizando a compreensão de que cada um deles é parte de um todo.
As práticas pedagógicas no âmbito das linguagens devem viabilizar, de modo crítico e
reflexivo, a compreensão da linguagem como expressão de identidades. Faz-se, então,
necessário considerar as dimensões culturais associadas às múltiplas linguagens e suas
vivências, tais como: variedades linguísticas, manifestações artísticas, corporais, espaciais,
cênicas, musicais, gestuais, plásticas, entre outras formas de expressão, inclusive aquelas
186
compreendidas como referenciais de grupos minoritários, pois todas devem ser igualmente
valorizadas e consideradas como elementos constitutivos da nossa herança linguística e
cultural. O Currículo do Ipojuca compromete-se, dessa forma, com a superação de preconceitos,
legitimando as múltiplas possibilidades de expressão e referências culturais resguardadas pelos
componentes da área de linguagens.
Destaca-se ainda a mudança observada nos últimos anos na forma como os indivíduos
se comunicam: a consolidação da interação mediada por redes sociais, bem como de outros
suportes tecnológicos, como integrante da esfera pública, fortemente caracterizada por aspectos
como a escalabilidade (capacidade de alcançar um amplo público), buscabilidade,
reprodutibilidade e persistência de seu conteúdo (RECUERO, 2016), promoveu e ainda
promove uma transformação no modo como produz, consome e compreende os mais diversos
tipos e gêneros textuais, dentro de contextos variados. O conceito de multimodalidade se faz
cada vez mais presente, com a confluência de textos verbais e não verbais.
No espaço da sala de aula, o docente deve inserir em sua prática a reflexão a respeito
das características dos suportes tecnológicos e digitais da comunicação que se aproximam e/ou
se afastam da comunicação mediada por outros modos de significação, como a linguagem
verbal, a linguagem corporal, entre outras. Respeitando-se as particularidades de cada
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
dado momento histórico, social e cultural. Logo, em cada componente, o trabalho com as
linguagens deve considerar que as singularidades críticas, estéticas e éticas dos indivíduos
permeiam todo e qualquer processo dialógico, seja na instância linguística, artística ou corporal.
oficiais de língua portuguesa defendem uma concepção de língua como forma de interação
social.
A concepção de língua defendida nos PCN é retomada no texto introdutório da Base
Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental, lançada em 2017, a
saber, a perspectiva enunciativo-discursiva de linguagem. Segundo aquele documento, a
linguagem é “[...] uma forma de ação interindividual orientada para uma finalidade específica;
um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes numa sociedade, nos
distintos momentos de sua história” (BRASIL, 1998, p. 20).
O Currículo de Pernambuco segue nessa mesma linha teórica, ao defender uma “[...]
concepção de língua enquanto forma de interação social, logo uma atividade de intervenção,
produção de sentido, meio de atuação e de exercício de poder, resultante da visão
sociodiscursiva de linguagem” (PERNAMBUCO, 2019, p. 77).
Assim sendo, defende-se uma perspectiva de ensino de língua portuguesa como
atividade de comunicação nas relações humanas, por meio da qual o estudante deva ser capaz
de agir nos mais diversos contextos sociais que a ele se apresentem. Essa perspectiva apresenta-
se em consonância com o que está posto nos documentos curriculares nacionais e estaduais
mais recentes (BRASIL, 2017; PERNAMBUCO, 2019), além de estar de acordo com as
192
concepções dos docentes de nosso município, os quais foram consultados através de encontros,
formulários, grupos de trabalho e outros.
Entende-se que a língua é parte de nossa identidade e por meio de seu uso revela nossas
subjetividades e coletividades. As interpretações feitas pelos interlocutores numa dada situação
comunicativa são de suma importância, pois “[...] dependem da identidade social dos atores e
das representações que eles têm dos usos possíveis da linguagem e das funções que eles
privilegiam de acordo com sua trajetória.” (SCHNEUWLY; DOLZ, 1999, p. 6). A visão de
língua aqui defendida está amparada, portanto, no princípio de multiculturalidade citado na
subseção “1.3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DOCUMENTO” deste mesmo texto, pois
considera a diversidade cultural dos indivíduos durante as atividades de interação verbal em
sociedade, respeitando-se as individualidades e promovendo uma atitude dialógica permanente,
com o objetivo de atender ao princípio de “unidade na diversidade”.
Esse mesmo princípio, no âmbito do ensino de língua, incentiva a reflexão sobre o
fenômeno da variação linguística, reconhecendo-se inclusive a norma culta como uma variante
dentre tantas outras, mas também refletindo sobre as questões socioeconômicas e culturais que
a faz ser comumente mais “valorizada” pela sociedade em detrimento das demais. Concorda-se
com Bagno (1999, p. 329), quando afirma que um dos objetivos de se trabalhar a diversidade
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
necessárias às habilidades de ler e escrever (seguir a direção correta da escrita na página, segurar
o lápis, treinar a coordenação motora etc.).
Já o letramento é compreendido como uma ampliação do conceito de alfabetização uma
vez que as práticas sociais mediadas pela escrita exigem habilidades que superam a
codificação/decodificação gráfica, como, por exemplo, ler ou produzir determinado gênero para
interagir com determinado interlocutor e atender a determinado objetivo. Assim, o letramento
mobiliza conhecimentos, atitudes e capacidades compreendidos nos usos da língua em práticas
sociais imprescindíveis à efetiva participação em uma sociedade fortemente grafocêntrica.
A aprendizagem inicial da modalidade escrita deve concretizar-se na interdependência
da alfabetização e do letramento, pois
– imagem, gestualidade, cor, som etc. As composições textuais caracterizadas pela simbiose de
recursos semióticos são classificadas como multimodais e multissemióticas.
É importante notar que, além da multiplicidade de linguagens (modos/semioses), muitos
dos textos que circulam em ambiente digital ensejam a miscigenação de culturas. Neles as
dicotomias erudito/popular, central/marginal, canônica/de massa esfacela-se a favor de
construções textuais marcadas pela pluralidade e hibridização cultural. Da junção da
diversidade da linguagem à diversidade de culturas em construções textuais surge o conceito
de multiletramento (ROJO, 2012).
Logo, multimodalidade, multissemiose e multiletramento tornam-se importantes motes
para o desenvolvimento das aulas de língua portuguesa porque, mesmo não sendo
características exclusivas dos gêneros digitais, emergem profusamente nos textos dos espaços
virtuais. Para atender as emergências de uma sociedade cada vez mais tecnológica e plural, faz-
se então necessário desenvolver conhecimentos e habilidades os quais empoderem os
estudantes das novas possibilidades de comunicação, visando a participação plena de cada
indivíduo nos ambientes multimidiáticos não só como receptores, mas também como
produtores ativos de significados.
195
4.2.3 Finalidades do ensino de língua portuguesa
Partindo de uma visão de língua como fenômeno de interação social, e também dos
pressupostos teóricos anteriormente citados, essa proposta curricular assume um ensino de
língua centrado no texto, cujo respaldo teórico advém dos estudos da Linguística Textual,
entendida como “[...] o estudo das operações linguísticas e cognitivas reguladoras e
controladoras da produção, construção, funcionamento e recepção de textos escritos ou orais.”
(MARCUSCHI, 1983, p. 12).
Dessa breve definição depreende-se um ensino de língua orientado para uma abordagem
do texto em sala de aula que não deve ser exclusivamente para fins de ensino de gramática
normativa, mas também, e principalmente, para desenvolver as competências linguísticas dos
estudantes. De acordo com Antunes (2010, p. 30):
196
produção de textos
Centralidade
no texto 7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos,
valores e ideologias.
Leitura integral
É importante atentar na distribuição dos campos para os anos iniciais e anos finais do
Ensino Fundamental. O campo “da vida cotidiana” aparece apenas nos anos iniciais, e o campo
“jornalístico-midiático” é um desdobramento do campo “de atuação da vida pública” nos anos
finais. De acordo com a BNCC, a escolha desses campos, dentre tantos outros presentes na
sociedade, “[...] deu-se por se entender que eles contemplam dimensões formativas importantes
de uso da linguagem na escola e fora dela e criam condições para uma formação para a atuação
em atividades do dia a dia, no espaço familiar e escolar [...]” (BRASIL, 2017, p. 84).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Salienta-se que essa é uma organização pensada com uma finalidade didática, uma vez
que as fronteiras entre um campo e outro são tênues. Considerando-se essa aproximação entre
os campos, é interessante pensar em um trabalho por meio de projetos didáticos, sejam eles
dentro do próprio componente curricular língua portuguesa ou articulados a outros
componentes, favorecendo práticas interdisciplinares e/ou transversais.
(EF01LP16PE-IP)
(EF01LP16IP)
Vale salientar que a numeração da habilidade não sugere ordem crescente quanto ao seu
desenvolvimento. A habilidade de código EF01LP16IP, por exemplo, não deve ser entendida
como a 16ª a ser desenvolvida no 1° ano. Em função da forma como estão interligadas, as
habilidades sugerem, na verdade, diversas possibilidades de arranjos para seu desenvolvimento
que pode estar orientado não só pelas correlações entre as habilidades, mas também pelas
aproximações existentes entre os objetos de conhecimento, as práticas de linguagem e os
campos de atuação.
Para o trabalho com as habilidades progressivas, o professor precisará considerar em
seu planejamento a apropriação e a consolidação dos saberes; a ampliação e aprofundamento
dos conhecimentos; a complexidade do texto e do gênero textual; a mobilização dos
conhecimentos linguísticos exigidos nas práticas de linguagem, buscando partir das
regularidades da língua para as irregularidades, a familiarização dos estudantes com dados
conceitos, entre outras considerações, buscando uma progressão curricular contínua e gradativa.
O organizador de língua portuguesa apresenta, para cada ano do ensino fundamental, a
seguinte disposição de habilidades:
1º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE
HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Todos os Leitura/ escuta - Protocolos de leitura (EF01LP01P-IP) Reconhecer que textos são
campos de (compartilhada lidos e escritos da esquerda para a direita e de
atuação e autônoma) cima para baixo da página, em situações
significativas, percebendo a relação da leitura
para a vida.
- Decodificação/ (EF12LP01PE-IP) Ler palavras novas em
Compreensão de pequenos textos, com precisão na decodificação
leitura e compreensão, no caso de palavras de uso
frequente, ler globalmente, por memorização em
práticas de linguagem situadas (texto de tradição
oral como cantigas locais, regionais e nacionais,
poemas, letras de músicas etc.), que
proporcionem a reflexão sobre o sistema de
escrita.
- Formação de leitor (EF12LP02PE-IP) Buscar, selecionar e ler,
com a mediação do professor (leitura
compartilhada), textos que circulam em meios
impressos ou digitais, de acordo com as
necessidades e interesses.
- Reconstrução das (EF15LP01PE-IP) Identificar a função social 204
condições de produção de textos que circulam no cotidiano, nas mídias
e recepção de textos impressas, de massa e digital, reconhecendo
para que foram produzidos, onde circulam,
quem os produziu e a quem se destinam e que os
gêneros possuem funções sociais relacionadas
aos campos de atuação nos quais circulam.
- Estratégias de leitura (EF15LP02PE-IP) Estabelecer expectativas
em relação à leitura (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o
suporte, o assunto, bem como sobre recursos
gráficos, imagens, dados da própria obra (índice,
prefácio etc.), confirmando antecipações e
inferências realizadas antes e durante a leitura
de textos, checando a adequação das hipóteses
realizadas.
(EF15LP03PE-IP) Localizar informações
explícitas em diferentes gêneros lidos, ouvidos
e/ou sinalizados.
(EF15LP04PE-IP) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de recursos
expressivos e gráficos visuais (letra capitular,
negrito, itálico, som em movimento, cores e
imagens, etc.), em textos multissemióticos e
multimodais.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
2º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Todos os Leitura/escuta - Decodificação/ (EF12LP01PE-IP) Ler palavras novas em
campos de (compartilhada Compreensão de pequenos textos, com precisão na decodificação
atuação e autônoma) leitura e compreensão, no caso de palavras de uso
frequente, ler globalmente, por memorização em
práticas de linguagem situadas (texto de tradição
oral como cantigas regionais e nacionais,
poemas, letras de músicas etc.) que proporcione
a reflexão sobre o sistema de escrita.
- Formação de leitor (EF12LP02PE-IP) Buscar, selecionar e ler,
com a mediação do professor (leitura
compartilhada), textos que circulam em meios
impressos ou digitais, de acordo com as
necessidades e interesses da comunidade local.
- Reconstrução das (EF15LP01PE-IP) Identificar a função social
condições de produção de textos que circulam no cotidiano, nas mídias
e recepção de textos impressas, de massa e digital, reconhecendo para
que foram produzidos, onde circulam, quem os
produziu e a quem se destina e que os gêneros
possuem funções sociais relacionadas aos
campos de atuação aos quais circulam.
- Estratégia de leitura (EF15LP02PE-IP) Estabelecer expectativas
em relação à leitura que vai ler (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus 212
conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o
suporte e o universo temático, bem como aquilo
que se destaca no texto, recursos gráficos,
imagens, dados da própria obra (índice, prefácio
etc.), confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos,
checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03PE-IP) Localizar informações
explícitas em textos de diferentes gêneros lidos,
ouvidos e/ou sinalizados.
(EF15LP04PE-IP) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de recursos
expressivos e gráficos visuais (letra capitular,
negrito, itálico, som em movimento, cores e
imagens, etc.), em textos multissemióticos e
multimodais.
(EF12LPXP01PE-IP) Inferir informações em
textos lidos e ouvidos e/ou sinalizados.
(EF12LPW02PE-IP) Inferir o sentido de
palavras de acordo com o contexto em textos
lidos e/ou ouvidos.
(EF12LPY03PE-IP) Identificar ideia
central/intenção dos autores dos textos lidos e
ouvidos.
(EF12LPZ01PE-IP) Estabelecer relação título/
texto.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
3º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Todos os Leitura/escuta - Reconstrução das (EF15LP01PE-IP) Identificar a função social
campos de (compartilhada condições de produção de textos que circulam no cotidiano, nas mídias
atuação e autônoma) e recepção de textos impressa, de massa e digital, reconhecendo para
que foram produzidos, onde circulam, quem os
produziu e a quem se destinam e que os gêneros
possuem funções sociais relacionadas aos
campos de atuação nos quais circulam.
- Estratégia de leitura (EF15LP02PE-IP) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o
suporte e o universo temático, bem como sobre
saliências textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos,
checando a adequação das hipóteses realizadas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Todos os Leitura/escuta - Reconstrução das (EF15LP01PE-IP) Identificar a função social
campos de (compartilhada condições de produção de textos que circulam no cotidiano, nas mídias
atuação e autônoma) e recepção de textos impressa, de massa e digital, reconhecendo para
que foram produzidos, onde circulam, quem os
produziu e a quem se destinam e que os gêneros
possuem funções sociais relacionadas aos
campos de atuação nos quais circulam.
- Estratégia de leitura (EF15LP02PE-IP) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus
conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o
suporte e o universo temático, bem como sobre
saliências textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos,
checando a adequação das hipóteses realizadas.
(EF15LP03PE-IP) Localizar informações 229
explícitas em diferentes gêneros lidos, ouvidos
e/ou sinalizados.
(EF15LP04PE-IP) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de recursos
expressivos e gráficos visuais (letra capitular,
negrito, itálico, som em movimento, cores e
imagens etc.) em textos multissemióticos e
multimodais.
- Decodificação/ (EF35LP01PE-IP) Ler, silenciosamente e, em
Compreensão de seguida, em voz alta, com autonomia, e
leitura compreensão, textos com nível de textualidade
adequado.
- Formação do leitor (EF35LP02PE-IP) Selecionar livros da
biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de
aula e/ou disponíveis em meios digitais para
leitura individual, justificando a escolha e
compartilhando com os colegas sua opinião,
após a leitura.
- Compreensão (EF35LP03PE-IP) Identificar a ideia central do
texto, demonstrando compreensão global, em
textos lidos ouvidos e/ou sinalizados.
- Estratégia de leitura (EF35LP04PE-IP) Inferir informações
implícitas em textos lidos, ouvidos e/ou
sinalizados.
(EF35LP05PE-IP) Inferir o sentido de palavras
ou expressões em textos, com base no contexto
de uso.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Todos os Leitura/escuta - Reconstrução das (EF15LP01PE-IP) Identificar a função social
campos de (compartilhada condições de produção de textos que circulam no cotidiano, nas mídias
atuação e autônoma) e recepção de textos impressa, de massa e digital, reconhecendo para
que foram produzidos, onde circulam, quem os
produziu e a quem se destinam e que os gêneros
possuem funções sociais relacionadas aos
campos de atuação nos quais circulam.
- Decodificação/ (EF35LP01PE-IP) Ler, silenciosamente e, em
Compreensão em seguida, em voz alta, com autonomia, e
Leitura compreensão, textos com nível de textualidade
adequado.
- Estratégia de leitura (EF15LP02PE-IP) Estabelecer expectativas
em relação ao texto que vai ler (pressuposições
antecipadoras dos sentidos, da forma e da
função social do texto), apoiando-se em seus 238
conhecimentos prévios sobre as condições de
produção e recepção desse texto, o gênero, o
suporte e o universo temático, bem como sobre
saliências textuais, recursos gráficos, imagens,
dados da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências
realizadas antes e durante a leitura de textos,
checando a adequação das hipóteses realizadas
(EF15LP03PE-IP) Localizar informações
explícitas em diferentes gêneros lidos, ouvidos
e/ou sinalizados.
(EF15LP04PE-IP) Identificar o efeito de
sentido produzido pelo uso de recursos
expressivos e gráficos visuais (letra capitular,
negrito, itálico, som em movimento, cores e
imagens etc.) em textos multissemióticos e
multimodais.
- Compreensão (EF35LP03PE-IP) Identificar a ideia central do
texto, demonstrando compreensão global, em
textos lidos ouvidos e sinalizados.
- Estratégia de leitura (EF35LP04PE-IP) Inferir informações
implícitas em textos lidos, ouvidos e/ou
sinalizados.
(EF35LP05PE-IP) Inferir o sentido de palavras
ou expressões em textos, com base no contexto
de uso.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE
HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Campo Leitura - Apreciação e réplica/ (EF69LP01IP) Diferenciar liberdade de
jornalístico- Relação entre gêneros expressão de discursos de ódio, em função da
midiático e mídias ética e do protagonismo juvenil, desenvolvendo
ações que possibilitem a interação dos
estudantes com seu contexto social através de
meios de comunicação diversos, posicionando-
se contrariamente a esse tipo de discurso (se
possível com embasamento legal), de modo a
promover a cultura de paz e a realização de
denúncias, quando for o caso.
(EF69LP02PE-IP) Analisar e comparar peças
publicitárias variadas (cartazes, folhetos,
outdoor, anúncios e propagandas em diferentes
mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a
perceber, nas suas inter-relações, em
campanhas, as especificidades das várias
semioses e mídias, a adequação dessas peças ao
público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou
da campanha e à construção composicional e
estilo dos gêneros em questão, como forma de
ampliar suas possibilidades de compreensão (e
produção) de textos pertencentes a esses
gêneros.
- Estratégias/ (EF69LP03PE-IP) Identificar e apreender, A)
Procedimentos de em notícias, as informações do LIDE, o fato 247
leitura: apreender os central, suas principais circunstâncias e
sentidos globais do eventuais decorrências; B) em reportagens e
texto fotorreportagens, o fato ou a temática retratada
e a perspectiva de abordagem; C) em
entrevistas, editoriais, artigos de opinião, cartas
do e ao leitor, os principais temas/subtemas
abordados, explicações dadas ou teses
defendidas em relação a esses subtemas; D) em
tirinhas, memes, charge, a crítica, a ironia ou o
humor presente, levando em consideração
(quando houver) as diferentes mídias
(impressas, virtuais e televisivas).
- Efeitos de sentido (EF69LP04IP) Identificar e analisar os efeitos
de sentido que fortalecem a persuasão nos textos
publicitários (campanhas institucionais,,
anúncios, cartazes, folhetos, busdoor, jingles,
spot etc. que circulam em diversos suportes
midiáticos), relacionando as estratégias de
persuasão e apelo ao consumo a partir dos
recursos linguístico-discursivos que esses
gêneros apresentam (imagens, tempo e modo
verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem
etc., visando fomentar práticas de consumo
conscientes.
(EF69LP05IP) Inferir e justificar, em textos
multissemióticos (tirinhas, charges, memes, gifs
etc.), o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo
uso ambíguo de palavras, expressões ou
imagens, e ainda pelo uso de clichês, de recursos
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE
HABILIDADES 268
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Campo Leitura - Apreciação e réplica (EF69LP01PE-IP) Diferenciar liberdade de
jornalístico- expressão de discursos de ódio, em função da
midiático - Relação entre ética e do protagonismo juvenil, desenvolvendo
gêneros e mídias ações que possibilitem a interação dos
estudantes com seu contexto social através de
meios de comunicação diversos, posicionando-
se contrariamente a esse tipo de discurso (se
possível com embasamento legal), de modo a
promover a cultura de paz e a realização de
denúncias, quando for o caso.
(EF69LP02PE-IP) Analisar e comparar peças
publicitárias variadas (cartazes, folhetos,
outdoor, anúncios e propagandas em diferentes
mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a
perceber, nas suas inter-relações, em
campanhas, as especificidades das várias
semioses e mídias, a adequação dessas peças ao
público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou
da campanha e à construção composicional e
estilo dos gêneros em questão, como forma de
ampliar suas possibilidades de compreensão (e
produção) de textos pertencentes a esses
gêneros.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
- Reconstrução do
contexto de produção,
circulação e recepção (EF67LP01PE-IP) Analisar a estrutura e o
de textos funcionamento dos hiperlinks em textos
noticiosos publicados na Web, considerando o
- Caracterização do objetivo da leitura e vislumbrando
campo jornalístico e possibilidades de uma escrita hipertextual.
relação entre os
gêneros em circulação,
mídias e práticas da
cultura digital
- Apreciação e réplica (EF67LP02IP) Explorar e compreender o
espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas,
impressos e on-line, sites noticiosos, redes
sociais etc., preferencialmente publicados na
comunidade local e regional do aluno,
destacando notícias, fotorreportagens,
entrevistas, charges, identificando os assuntos,
os temas, os debates em foco, a fim de
posicionar-se de maneira ética e respeitosa
frente a esses textos e às opiniões a eles
relacionadas, por meio da publicação de
notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem
e/ou outros gêneros de interesse geral ou em
espaços do leitor, inclusive em jornais, sites ou
outros suportes textuais que circulam na própria
escola e na comunidade local, reconhecendo a
importância de não compartilhar textos
duvidosos/falsos e de denunciar o tratamento
desrespeitoso e antiético que determinado 270
veículo ou autor tenha assumido diante do
tema/assunto/fato.
- Relação entre textos (EF67LP03AIP) Interpretar e comparar
informações divulgadas sobre um mesmo fato
em diferentes gêneros, veículos e mídias.
(EF67LP03BIP) Analisar e avaliar a
confiabilidade, a intencionalidade e o grau de
parcialidade/imparcialidade de informações
divulgadas sobre um mesmo fato em diferentes
gêneros, veículos e mídias, sem perder de vista
os efeitos de sentido produzidos por recursos
linguísticos e multissemióticos em diferentes
gêneros, veículos e mídias.
- Distinção de fato e EF67LP04PE-IP) Distinguir fato da opinião
opinião relativa a esse mesmo fato, analisando as marcas
de subjetividade deixadas no texto (exercício de
modalização do autor).
- Identificação de teses (EF67LP05IP) Avaliar a relação entre
e argumentos teses/opiniões/posicionamentos explícitos e
argumentos em textos argumentativos (carta de
- Apreciação e réplica leitor, comentário, artigo de opinião, resenha
crítica etc.), mobilizando conhecimentos
prévios e posicionando-se a favor ou contrário.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º ANO 290
9º ANO
CAMPOS DE PRÁTICAS DE OBJETOS DE
HABILIDADES
ATUAÇÃO LINGUAGEM CONHECIMENTO
Campo Leitura - Apreciação e réplica (EF69LP01PE-IP) Diferenciar liberdade de
jornalístico- expressão de discursos de ódio, em função da
midiático - Relação entre ética e do protagonismo juvenil, posicionando-
gêneros e mídias se contrariamente a esse tipo de discurso (se
possível com embasamento legal), de modo a
promover a cultura de paz e a realização de
denúncias, quando for o caso. 313
(EF69LP02PE-IP) Comparar e investigar
peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos,
outdoor, anúncios e propagandas em diferentes
mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a
perceber, nas suas interrelações, em campanhas,
as especificidades das várias semioses e mídias,
a adequação dessas peças ao público-alvo, aos
objetivos do anunciante e/ou da campanha e à
construção composicional e estilo dos gêneros
em questão, como forma de ampliar suas
possibilidades de compreensão (e produção) de
textos pertencentes a esses gêneros.
- Estratégias/ (EF69LP03PE-IP) Analisar e apreciar, A) em
Procedimentos de notícias, as informações do LIDE, o fato central,
leitura: apreender os suas principais circunstâncias e eventuais
sentidos globais do decorrências; B) em reportagens e
texto fotorreportagens, o fato ou a temática retratada
e a perspectiva de abordagem; C) em
entrevistas, editoriais, artigos de opinião, cartas
do e ao leitor, os principais temas/subtemas
abordados, explicações dadas ou teses
defendidas em relação a esses subtemas; D) em
tirinhas, memes, charge, a crítica, a ironia ou o
humor presente, levando em consideração
(quando houver) as diferentes mídias
(impressas, virtuais e televisivas).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Este texto sintetiza as ideias formatadas numa série de discussões entre pares, população
e contribuidores externos sobre o currículo em Educação Física do município do Ipojuca,
trazendo à tona as nuances inerentes à perspectiva teórico-metodológica, base resultante de todo
esse processo, uma contextualização acerca da história da Educação Física na rede municipal
de ensino, os sujeitos que a compõem e os conhecimentos e eixos entendidos como
indispensáveis para a prática pedagógica da disciplina.
A história da educação física na educação brasileira emerge a partir do século XIX,
desde sua inserção nas escolas mediante a prática da ginástica sob influência do modelo europeu
para o ensino e sua sistematização (BRACHT, 1999; PERNAMBUCO, 2019). No transcorrer
da história da educação nacional, o componente Educação Física passou por diferentes fases1,
mudanças de paradigmas e sofreu influências político-ideológicas advindas das diferentes
perspectivas sociais que trataram da relação educação e saúde na escola, como as instituições
médicas, as esportivas e as militares (SOUZA JÚNIOR, 2007). Essas fases marcam um
importante período do componente curricular educação física no Brasil até a década 1970. 337
1
Ghiraldelli Júnior (1988) destaca que a educação física passou por cinco fases: a higienista, militarização,
pedagogização, competitivista e a popular. Essas fases não sofreram transições automáticas e destituídas de
conflitos, sendo relevadas às influências políticas, econômicas e sociais na luta pela hegemonia da educação física
e na manutenção do status quo.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
2
Há uma diferença entre os termos intradisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar. O primeiro termo está
relacionado ao cruzamento de conteúdos e habilidades a partir de um determinado tema. O segundo diz respeito
ao módulo de aprendizagem integrada, sendo abordado um tema de forma integradora. Já o último possibilita
abordar Projetos Integradores e Transdisciplinares, materializando o tema de forma transversal.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Brinquedos, brincadeiras e (EF01EF01IP) Experimentar, fruir, compreender e recriar
e jogos jogos populares diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no
(Brincadeiras populares) contexto comunitário local e regional, reconhecendo e
respeitando as diferenças individuais dos colegas, valorizando
- Tipos de jogos (Jogos
o trabalho coletivo e enfatizando a manifestação do lúdico.
sensoriais e Jogos populares)
(EF01EF02IP) Expressar, por meio de múltiplas linguagens
- Brincadeiras e jogos
(corporal, visual, oral e/ou escrita), as brincadeiras e jogos
inclusivos
populares do contexto comunitário local e regional,
reconhecendo, respeitando e valorizando de forma inclusiva a
importância desses jogos e brincadeiras para suas culturas de
origem.
(EF01EF-IP01) Experimentar e fruir diferentes brincadeiras
e jogos inclusivos respeitando as diferenças individuais.
Esportes - Saberes sobre o Esporte (A (EF01EF05IP) Experimentar e fruir, prezando pelo trabalho
história dos esportes) coletivo e pelo protagonismo, a prática de esportes de marca
e de precisão, identificando os elementos comuns a esses
- Esportes individuais (de
esportes e seus fundamentos, por meio de atividades lúdicas e
marca e de precisão)
criativas.
- Esportes coletivos (de
(EF01EF06IP) Identificar as normas e regras das práticas
marca e de precisão)
lúdicas esportivas de marca e de precisão, e discutir a
importância das mesmas para assegurar a integridade própria 345
e as dos demais participantes, valorizando a ética, a
cooperação, o respeito e acolhimento às diferenças, a
competição saudável e o espírito esportivo.
Ginásticas - Saberes da ginástica (EF01EF07IP) Experimentar e fruir elementos básicos da
(Ginástica geral) ginástica e da ginástica geral (equilíbrios, saltos, giros e
rotações, com e sem materiais), de forma individual e em
pequenos grupos, adotando procedimentos de segurança.
(EF01EF08PE-IP) Resgatar suas experiências e refletir seu
entendimento acerca das ginásticas, adotando estratégias para
a realização dos elementos que lhes são constituintes.
Danças - Danças do contexto (EF01EF11IP) Resgatar suas experiências rítmicas e seu
comunitário e regional entendimento sobre as danças, experimentando e fruindo
diferentes manifestações do contexto comunitário local e
regional (rodas cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas),
e recriá-las, a partir de sequências coreográficas, respeitando
as diferenças individuais.
2º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Brinquedos, brincadeiras e (EF02EF03IP) Experimentar, fruir e recriar diferentes
e jogos jogos populares (Brinquedos brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto
populares e Brincadeiras comunitário local e regional, reconhecendo e respeitando as
populares) diferenças individuais, com base no reconhecimento das
características dessas práticas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
3º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Brinquedos, brincadeiras e (EF03EF01IP) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos
e jogos jogos populares (Brinquedos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz
346
populares e Brincadeiras indígena e africana, e recriá-los, valorizando a importância
populares) desse patrimônio histórico-cultural, identificando suas
experiências e o seu conhecimento sobre os jogos populares,
- Tipos de jogos (Jogos
de salão, teatrais (uso de linguagem e expressão corporal),
populares, Jogos de salão,
sensoriais (estimulação dos sentidos e desenvolvimento da
Jogos teatrais e Jogos
percepção e sensibilidade) e esportivos.
sensoriais)
Esportes - Saberes sobre o Esporte (A (EF03EF05IP) Experimentar e fruir os elementos básicos
história dos esportes, A constituintes dos diversos tipos de esportes de campo e taco,
relação entre Jogo e Esporte rede/parede e invasão prezando pela inclusão, cooperação e
e As dimensões sociais do solidariedade.
Esporte) (EF03EF06IP) Reconhecer os conceitos de brincadeira, jogo
- Esportes coletivos (de e esporte, identificando as características que os constituem
campo e taco) na contemporaneidade, suas manifestações (social,
profissional, cultural e comunitária/lazer) e as diferentes
possibilidades de fruição dentro e fora da escola.
Ginásticas - Saberes da ginástica (EF03EF07IP) Experimentar, fruir de forma coletiva,
(Conhecimentos sobre o combinações de diferentes elementos da ginástica geral
corpo e Ginástica geral) (equilíbrios, saltos, giros, rotações, pontes, estrelas,
acrobacias, com e sem materiais), compreendendo e propondo
coreografias com diferentes temas do cotidiano.
(EF03EF08PE-IP) Analisar, refletir e sugerir, de forma
coletiva, estratégias para resolver desafios na realização dos
elementos gímnicos, em festivais, reconhecendo as
potencialidades e os limites do corpo, priorizando a segurança
e bem-estar dos participantes.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Brinquedos, brincadeiras e (EF04EF02IP) Sugerir e experimentar estratégias para
e jogos jogos populares possibilitar a participação de todos em brincadeiras e jogos
(Brincadeiras populares) populares do Brasil e do mundo, incluindo os afrobrasileiros
e os de matriz indígena e africana, mobilizando vivências e
- Tipos de jogos (Jogos
conhecimentos em prol da constituição de atividades lúdicas
populares)
e solidárias.
(EF04EF03IP) Descrever, por meio de múltiplas linguagens
(corporal, oral, escrita, audiovisual), os elementos
constituintes das brincadeiras e dos jogos populares do Brasil
e do mundo, incluindo os afrobrasileiros e os de matriz
indígena e africana, valorizando a vivência, a experimentação
e a fruição como formas legítimas de produção e reprodução
de saberes sociais e culturais.
Esportes - Esportes individuais (de (EF04EF05IP) Experimentar e fruir os elementos básicos 347
rede/parede) constituintes dos diversos tipos de esportes de campo e taco,
rede/parede e invasão prezando pela inclusão, cooperação e
- Esportes coletivos (de
solidariedade.
rede/parede)
(EF04EF06IP) Diferenciar os conceitos de brincadeira, jogo
- Saberes sobre o Esporte (A
e esporte, identificando as características que os constituem
relação entre Jogo e Esporte
na contemporaneidade, suas manifestações (social,
e As dimensões sociais do
profissional, cultural e comunitária/lazer) e as diferentes
Esporte)
possibilidades de fruição dentro e fora da escola.
Ginásticas - Saberes da ginástica (EF04EF07IP) Experimentar e fruir, de forma coletiva,
(Conhecimentos sobre o combinações de diferentes elementos da ginástica geral
corpo em movimento e (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem
Ginástica geral) materiais), propondo coreografias com diferentes temas do
cotidiano, por meio de atividades lúdicas e criativas e
utilizando diferentes materiais e com movimentos de maior
complexidade.
(EF04EF08PE-IP) Discutir e utilizar estratégias para resolver
desafios na execução de elementos básicos de apresentações
coletivas das ginásticas, reconhecendo as potencialidades e os
limites do corpo e adotando procedimentos de segurança.
Danças - Danças do Brasil (EF04EF10PE-IP) Identificar, compreender e comparar os
elementos constitutivos (ritmo, espaços, gestos) comuns e
- Danças de matriz indígena e
diferentes das danças populares do Brasil, de matriz indígena
africana
e africana, conhecendo suas peculiaridades (instrumentos,
indumentárias e adereços), e relacionar as danças enquanto
possibilidades de manifestações (educacional/ escolar,
profissional/ e comunitária/lazer).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Brinquedos, brincadeiras e (EF05EF04PE-IP) Sistematizar e recriar, individual e
e jogos jogos populares coletivamente, vivenciando, na escola e fora dela,
(Brincadeiras populares) brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo,
incluindo aqueles de matriz indígena e africana, e demais
- Tipos de jogos (Jogos
práticas corporais tematizadas na escola, adequando-as aos
populares)
espaços públicos disponíveis, identificando e respeitando as
suas possibilidades e limitações corporais, como também, do
outro, explorando os espaços existentes na comunidade para
o lazer, educação, saúde e trabalho.
Esportes - Esportes coletivos (de (EF05EF05IP) Experimentar e fruir diversos tipos de 348
invasão) esportes de campo e taco, rede/parede e invasão, identificando
seus elementos comuns e criando estratégias individuais e
- Saberes sobre o Esporte (A
coletivas para sua execução, prezando pela inclusão,
relação entre Jogo e Esporte
cooperação, trabalho coletivo e protagonismo.
e As dimensões sociais do
Esporte) (EF05EF06IP) Sistematizar os conceitos de brincadeira, jogo
e esporte, identificando as características que os constituem
na contemporaneidade, suas manifestações (social,
profissional, cultural e comunitária/lazer) e as diferentes
possibilidades de fruição dentro e fora da escola.
Ginásticas - Saberes da ginástica (EF05EF07IP) Experimentar e fruir, de forma coletiva, a
(Conhecimentos sobre o partir de estratégias inovadoras e princípios inclusivos,
corpo em movimento, A combinações de diferentes elementos da ginástica geral
história da ginástica e (equilíbrios, saltos, giros, rotações, acrobacias, com e sem
Ginástica geral) materiais), criando e executando composições e coreografias
que expressem sincronia, harmonia e técnica.
- Ginástica e
desenvolvimento humano (EF05EF08PE-IP) Organizar e promover festivais de
(Atividade física, saúde, lazer ginástica, valorizando o trabalho coletivo e protagonismo,
e qualidade de vida) como também, apresentar coreografias com elementos mais
complexos das ginásticas, identificando seus eixos e planos
corporais, reconhecendo as potencialidades e os limites do
corpo, respeitando a segurança e bem-estar dos participantes.
Danças - Danças do mundo (EF05EF12IP) Identificar situações de injustiça e
preconceito geradas e/ou presentes no contexto das danças
- Danças de matriz indígena e
comparando-as com os presentes nas demais práticas
africana
corporais, problematizando estas situações e construindo
alternativas para combatê-las e superá-las nos tempos e
espaços escolares e sociais.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Tipos de jogos (Jogos (EF06EF01PE-IP) Vivenciar individual e coletivamente 349
e jogos esportivos, Jogos jogos (esportivos, cooperativos e teatrais), diversos,
cooperativos, e Jogos respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por
teatrais) diferentes grupos sociais e etários, valorizando a relevância do
trabalho em equipe e o respeito às diferenças e desempenhos
individuais em função da sistematização dos conceitos de
vitória e derrota como consequências e partes do jogo.
(EF06EF02PE-IP) Identificar as transformações nas
características dos jogos (esportivos, cooperativos e teatrais),
em função dos avanços das tecnologias, e nas respectivas
exigências corporais colocadas por cada um desses diferentes
tipos de jogos.
Esportes - Esportes individuais (de (EF06EF03PE-IP) Vivenciar esportes técnico-
marca, técnico- combinatórios individuais, identificando suas características,
combinatórios e de precisão) criando a partir da vivência de seus fundamentos técnicos,
estratégias individuais e coletivas para sua realização,
- Esportes coletivos (de
prezando pelo trabalho coletivo e protagonismo.
invasão)
(EF06EF04PE-IP) Vivenciar esportes coletivos de marca,
precisão, invasão e técnico-combinatórios analisando e
aplicando seus fundamentos técnico-táticos básicos,
considerando suas principais regras.
(EF06EF05PE-IP) Sistematizar suas experiências e
conhecimentos acerca dos esportes individuais e coletivos de
marca, precisão, invasão e técnico- combinatórios, adotando
estratégias para solucionar desafios técnicos e táticos
propostos especificamente em função das modalidades
esportivas a serem vivenciadas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Tipos de jogos (Jogos de (EF07EF01PE-IP) Experimentar e fruir, na escola e fora
e jogos salão e Jogos eletrônicos) dela, jogos (de salão e eletrônicos) diversos, valorizando e
respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por
diferentes grupos sociais e etários.
(EF07EF02PE-IP) Identificar as transformações nas
características dos jogos (de salão e eletrônicos) em função
dos avanços das tecnologias e nas respectivas exigências
corporais colocadas por esses diferentes tipos de jogos
relacionando-as, às respectivas possibilidades de
experimentação/vivência corporal na escola.
Esportes - Saberes sobre o Esporte (A (EF07EF06IP) Conhecer e contextualizar as transformações
história dos esportes e As na organização e na prática dos esportes em suas diferentes
dimensões sociais do Esporte) manifestações (social, cultural, profissional e
comunitário/lazer), conhecendo e refletindo, de forma crítica,
- Esportes individuais (de
as diferenças entre esporte de rendimento, esporte de lazer e
precisão)
esporte como meio para promoção da saúde coletiva e
- Esportes coletivos (de individual.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Brinquedos, brincadeiras e (EF08EFKPE-IP) Pesquisar a historicidade das brincadeiras
e jogos jogos populares e jogos populares, resgatando e compreendendo suas origens
(Brincadeiras populares) e evolução ao longo do tempo, refletindo sobre os aspectos
socioculturais que influenciaram a criação dos mesmos.
- Tipos de jogos (Jogos
populares, Jogos (EF08EFWPE-IP) Resgatar, recriar e vivenciar as
cooperativos, Jogos teatrais, brincadeiras e jogos populares presentes na infância, como
Jogos de salão, Jogos forma de apropriação desse conhecimento e construir um
eletrônicos, Jogos esportivos acervo local, acerca desta prática, partindo do resgate destes,
e Jogos sensoriais) adaptando-os para os dias atuais.
(EF08EFXPE-IP) Vivenciar, com ênfase no caráter
inclusivo, diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular
presentes no contexto comunitário regional, reconhecendo,
respeitando e valorizando as diferenças individuais.
(EF08EFYPE-IP) Colaborar na proposição e na produção de
alternativas para a vivência em caráter inclusivo de diferentes
brincadeiras e jogos na escola e fora dela, e demais práticas
corporais tematizadas na escola, produzindo textos (orais,
escritos, audiovisuais) para divulgá-las na escola e na 352
comunidade.
Esportes - Esportes individuais (de (EF08EF01PE-IP) Vivenciar diferentes papéis da
combate) organização dos esportes individuais e coletivos de rede/
parede, campo e taco, invasão e combate (atleta, árbitro e
- Esportes coletivos (de
técnico), analisando e aplicando seus fundamentos técnico-
rede/parede, de campo e
táticos básicos, considerando suas principais regras, através da
taco, e de invasão)
valorização do trabalho coletivo e protagonismo.
(EF08EF02IP) Vivenciar esportes de combate, identificando
suas características, criando a partir da experimentação de
seus fundamentos técnicos, estratégias individuais e coletivas
para sua realização, prezando pelo trabalho coletivo e
protagonismo, reconhecendo e respeitando a pluralidade de
ideias e a diversidade cultural humana.
(EF08EF03PE-IP) Sistematizar suas experiências e
conhecimentos acerca dos esportes de rede/ parede, campo e
taco, invasão e combate, adotando estratégias para solucionar
desafios técnicos e táticos propostos especificamente em
função das modalidades esportivas a serem vivenciadas.
Ginásticas - Ginástica e (EF08EF07PE-IP) Vivenciar e diferenciar um ou mais
desenvolvimento humano programas de ginástica, identificando as exigências corporais
(Atividade física, saúde, lazer desses, considerando a importância de uma prática
e qualidade de vida) individualizada e coletiva, adequada às características e
necessidades de cada estudante ou grupo.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
9º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Brincadeiras - Tipos de jogos (Jogos (EF09EFWPE-IP) Vivenciar de forma lúdica os jogos
e jogos esportivos) esportivos possíveis de serem realizados na escola e fora dela,
adaptando as regras e número de participantes às práticas
esportivas oficiais, respeitando e valorizando o outro.
(EF09EFXPE-IP) Vivenciar os fundamentos dos esportes
coletivos, assim como suas regras e sistemas táticos através
de atividades lúdicas, refletindo e discutindo os seus
significados e funcionalidade em regime de jogo.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
355
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Pensar o ensino da Língua Inglesa no Brasil é um desafio que requer um breve mergulho
nas concepções de linguagem, no conceito de língua e nos entraves do ensino dessa língua
estrangeira em nosso país. Em relação ao primeiro ponto, entende-se que, considerando as
três concepções de linguagem – primeira: linguagem como expressão do pensamento;
segunda: linguagem como meio objetivo para a comunicação; terceira: linguagem como
processo de interação verbal –, a linguagem é o mecanismo que se utiliza para transmitir nossos
conceitos, ideias e sentimentos. Já a língua é um código verbal característico, ou seja, um
conjunto de palavras e combinações específicas compartilhado por um determinado grupo. A
partir destas concepções, depreende-se que a aquisição ou aprendizado de uma língua traz em
si não apenas a memorização de vocabulário ou de regras gramaticais, mas também a
compreensão de aspectos culturais e históricos de cada língua que, como organismo vivo,
influencia e é influenciado por outros idiomas e culturas.
Como principal exemplo dessa “influência cruzada”, tem-se a própria língua inglesa,
357
que alcançou tal prestígio em termos de expansão turística e transações comerciais/econômicas
e status de língua franca, isto é, língua empregada para fins de interação em diversos contextos
e entre falantes de línguas maternas diferentes, não mais exclusivamente entre os falantes
‘nativos’ oriundos de países em que o Inglês é língua oficial. (GIMENEZ et al., 2015) A
influência da língua inglesa na língua portuguesa, por exemplo, pode ser claramente percebida
nas situações do cotidiano em que se usam palavras nesse idioma: vai-se a shopping centers,
participa-se de coffee breaks, usa-se serviços de streaming, joga-se videogames... E, para além
disso, há a influência quase hegemônica do Inglês na cultura popular, com músicas, filmes e
seriados que se popularizam diariamente.
Ainda se encontram, além das influências, pontos de contato entre o Inglês e o
Português, devido às palavras que têm raízes comuns – em geral latinas – e representam as
chamadas “palavras cognatas”, que se tornam de fácil compreensão para o leitor quando se
depara com textos na língua estrangeira – não deixando de considerar que nem sempre palavras
que têm formas semelhantes partilham significados.
O ensino de língua inglesa no Brasil da forma como se encontra hoje é motivado,
primariamente, por razões históricas e geopolíticas, dado o imperialismo britânico e,
posteriormente, a expansão da influência estadunidense em aspectos comerciais e culturais.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Após a Segunda Guerra Mundial, o idioma adquire status de língua franca, assim
permanecendo até os dias atuais. Mesmo com a expansão crescente de outros países em termos
econômicos (como a China) e o despontar de outros países como potências em produção
cultural (como a Índia), a língua inglesa mantém-se como principal forma de comunicação entre
indivíduos, on e offline. De acordo com Seidlhofer (apud GIMENEZ et al, 2015), a língua
franca deve ser definida funcionalmente, uma vez que consiste em uma maneira de usar o
idioma, não em uma variedade.
Outras razões para a pertinência do ensino da língua inglesa, também de alguma forma
ligadas às questões geopolíticas mencionadas, são de ordem instrumental. De acordo com
Oliveira (2014, p. 65), a “natureza instrumental” pode ser genérica (para usar redes sociais,
compreender letras de música, filmes, jogos, etc.) ou específica (atender clientes no comércio,
ler textos acadêmicos, etc.).
Os métodos de ensino de línguas buscam, adotando diferentes abordagens – tanto de
língua quanto de aprendizagem – designs e procedimentos, desenvolver habilidades e
competências necessárias para a aquisição da língua estrangeira. Atualmente, a abordagem que
é dada às aulas de língua inglesa consiste em focar o máximo possível no desenvolvimento das
habilidades comunicativas: ouvir o outro, comunicar suas ideias de forma clara. Segundo 358
1
“Gramática nocional” consiste em categorizar os itens da língua de acordo com o sentido que elas denotam.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
diferentes modalidades e dimensões da língua para que haja conexão entre temas que envolvam
culturas distintas e assuntos diversos.”
Nos temas que podem – e devem – ser trabalhados por meio desses textos em suportes
diversificados, encontra-se uma variedade de temas de relevância social, abordados como temas
transversais e cuja importância reside em promover uma aproximação da realidade dos alunos
(AMORIM, 2019). Mais do que possível, é necessário que sejam agregados conhecimentos da
sociedade e de outras áreas do conhecimento, com a intenção de dar maior significado para a
aquisição da língua estrangeira.
Para além dos aspectos comunicativos, e considerados fundamentais para o
desenvolvimento das habilidades propostas, há os aspectos sociais, físicos e emocionais que
permeiam o desenvolvimento dos estudantes. Sob o aspecto social, tem-se variantes
relacionadas ao background cultural; sob o aspecto físico e emocional identificam-se variáveis
relativas aos diversos estímulos a que os estudantes podem (ou não) responder, aos estilos de
aprendizado e às múltiplas inteligências envolvidas (HARMER, 2012).
Ademais das quatro habilidades expressas anteriormente, que são tradicionalmente
demarcadas por materiais didáticos, somam-se mais duas: conhecimentos linguísticos – que
consiste em analisar e compreender aspectos gramático-lexicais, utilizando-os de forma
359
inteligível – e a dimensão intercultural, que vem para introduzir ou aprofundar conhecimento
de aspectos culturais, dando maior amplitude ao que é trabalhado em sala de aula. Não se trata
de apontar e/ou internalizar uma forma de expressão como “melhor”, “correta” ou “mais
adequada” por ser oriunda de um país em que o Inglês é língua oficial, mas de desenvolver uma
“atitude de acolhimento e legitimação de diferentes formas de expressão na língua.” (BRASIL,
2017, p. 242).
É necessário, conforme indica o Currículo de Pernambuco (PERNAMBUCO, 2019),
dar atenção às condições reais tanto do estudante quanto do professor ao serem confrontados
com diversos gêneros textuais que se manifestam por meio das mídias. Essa orientação perpassa
as escolhas feitas durante o planejamento didático, a fim de fomentar a motivação discente e
facilitar o desenvolvimento das habilidades necessárias para a interação.
A transição entre os anos iniciais e os anos finais deve acontecer com uma retomada
dos conhecimentos adquiridos pela criança, por meio da estrutura de gamificação que pode
prepará-la para os desafios dos anos seguintes, quando será apresentada a estruturas mais
refinadas e também às avaliações escritas. Em um primeiro momento, não se recomenda
avaliações escritas formais para os pequenos, mas um processo avaliativo feito de forma
processual, acompanhando o engajamento nas atividades propostas e o quanto se consegue
produzir nelas.
Nos anos finais, por sua vez, deve-se buscar manter a oportunização de
desenvolvimento de situações sociocomunicativas, valendo-se de outras ferramentas: trabalhos
em duplas/equipes, uso de mídias audiovisuais, pesquisas em dicionários físicos e online, leitura
e produção de textos diversos, obedecendo a um aumento gradativo da complexidade dos
gêneros textuais e temas abordados.
Também nesta etapa é importante intensificar os processos de aprendizagem ativa,
estímulo à pesquisa em diversas fontes, com vistas à construção do conhecimento não apenas
linguístico como também concernente às artes e aspectos multiculturais. O desenvolvimento
dessas habilidades passa pelo conceito de learner training (HARMER, 2012), que consiste em
levar os estudantes a refletir sobre as melhores formas de ativar e/ou resgatar os conhecimentos
361
adquiridos ao longo de sua formação. Também é importante considerar técnicas que coloquem
o professor como mediador, em vez de ser o centro do processo de ensino-aprendizagem
(RÜCKL; VOSGERAU, 2017); isto é, tornar as ações em sala de aula mais centradas no
estudante (student centered). Essa abordagem tem grande potencial para promover maiores
níveis de motivação entre os estudantes.
Para a modalidade de Educação de Jovens e Adultos, há que se observar ainda mais a
gama de experiências de vida que cada indivíduo traz consigo, que pode impactar o processo
de aprendizagem. Se, por um lado — de acordo com Harmer (2008) — o adulto tem uma maior
consciência de sua motivação para estar envolvido no processo de aprendizagem, e tem
condições de sustentar sua motivação através de objetivos de longo prazo, experiências
anteriores frustrantes podem fazer com que o estudante tenha diversas concepções que
dificultem o engajamento no processo. Cabe ao professor levar essas questões em consideração
ao planejar sua abordagem didática.
Faz-se necessário, ainda, levar em consideração que nossos estudantes fazem parte de
uma geração de nativos digitais, isto é, aqueles que crescem já tendo acesso facilitado a ao
menos boa parte da tecnologia que nos rodeia e, por conviver com ela, têm mais facilidade para
se apropriar de seus códigos e funcionalidades, o que gera impacto na forma como se aprende
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
e se ensina idiomas. De acordo com Vetromille-Castro e Ferreira (2016, p. 157-158), “[...] tratar
academicamente os aspectos que circundam a inserção das TICs na educação e na
aprendizagem de línguas é um compromisso social dos cursos de formação de professores.”.
Esse é um tema que não se esgota na formação inicial e que ainda pode render grandes
discussões em momentos formativos, uma vez que se trata de um aspecto que faz parte da
vivência social, passa por mudanças constantes e interfere de forma direta ou indireta no
processo de planejamento e desenvolvimento das aulas.
Outro fator que interfere no desenvolvimento das aulas, bem como de todo o processo
de ensino-aprendizagem da língua, é a quantidade de estudantes por turma, que pode demandar
o emprego de estratégias como o trabalho em dupla e/ou em grupo como uma forma de dar aos
estudantes mais chances para interagir na língua estrangeira (HARMER, 2008).
Há que se considerar, ainda, os diferentes perfis de estudantes, as diferenças de
velocidade, de estilos de aprendizagem, entre outras particularidades, como as deficiências e/ou
altas habilidades que os estudantes possam ter. Levando tais fatores em conta durante o
planejamento de aulas e atividades, é possível ampliar as oportunidades de desenvolvimento na
aquisição da Língua Inglesa para todos (TICE, 1997), a partir de um uso maior de recursos que
favoreçam a experiência visual, o que pode favorecer estudantes com deficiência auditiva, por
362
exemplo (RUBIO, 2010); ou a experiência cinestésica.
De acordo com os referenciais curriculares para o estado de Pernambuco e os textos
introdutórios do município do Ipojuca, a educação inclusiva demanda aflorar o sentimento de
pertença e o cuidado, isto é, possibilitar oportunidades para que todos os estudantes, segundo
suas características e seu ritmo próprio de aprendizagem, possam evoluir, buscando
principalmente a compreensão entre os pares. Mais uma vez, retoma-se a ideia de acolhimento
e legitimação, que é pertinente não apenas para os diferentes falares da Língua Inglesa ao redor
do mundo, mas também para os momentos de produção dos estudantes.
Ao ensinar a Língua Inglesa, é preciso ter em mente que não se trabalha apenas com
regras gramaticais e listas de vocabulário. O ensino e a aprendizagem da língua estrangeira vai
além disso, pois lida-se com sistemas da língua (SCRIVENER, 2011): os sons (fonologia); o
léxico ou vocabulário, a gramática — como as palavras interagem umas com as outras nas
frases — e as funções, ou como as palavras e expressões são utilizadas em determinadas
situações.
Esses sistemas não funcionam de forma isolada, mas são vivenciados didaticamente
através da abordagem dos eixos que são trabalhados de forma integrada, favorecendo a
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
percepção da língua como um sistema vivo, funcional, e que está presente em diversas áreas da
vida do indivíduo.
Os eixos que são apresentados na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017),
no Currículo do Estado de Pernambuco (PERNAMBUCO, 2019) e que também constam do
Currículo Referência do Ipojuca são: Oralidade, Leitura, Escrita, Conhecimentos Linguísticos
e Dimensão Intercultural. Aqui discorre-se brevemente acerca de cada uma delas.
A Oralidade é composta de duas habilidades, respectivamente receptiva e produtiva:
Escuta e Fala. Faz parte do trabalho com este eixo a abordagem da Fonologia, com
reconhecimento dos sons, ênfase (ou stress) de palavras e partes das frases e a entonação,
aspectos diretamente vinculados à intenção do falante. O desenvolvimento de um trabalho que
envolva a oralidade é bastante desafiador na sala de aula, devido a variados fatores, entre eles:
a busca por materiais auditivos adequados ao perfil da turma, a necessidade de adaptação das
atividades propostas nos materiais didáticos, a seleção de dinâmicas que favoreçam a prática de
diálogos em duplas ou pequenos grupos, e a resistência dos estudantes, motivada
principalmente pelas já mencionadas crenças limitantes que permeiam o ato de falar e
compreender a Língua Inglesa. Cientes desses desafios, nos cabe buscar estratégias que levem
ao interesse e ânimo em produzir, quebrando barreiras como o medo do erro.
363
A Leitura também consta do rol de habilidades receptivas da língua e ao trabalhar esta
habilidade/eixo em sala de aula, não se detém apenas em promover o reconhecimento de
padrões linguísticos e itens lexicais, como também, possibilita-se ao estudante desenvolver
competências tais como identificar o tema geral de um texto, funções sociocomunicativas de
diversos gêneros, entre outros. Faz parte do trabalho com a leitura a abordagem de estratégias
que possibilitem o reconhecimento do tema principal (skimming) e informações específicas
(scanning). Os estudantes precisam, assim como no trabalho com a língua materna, ser expostos
a diversos gêneros textuais que fazem parte de sua realidade (por exemplo: receitas, mensagens
de texto, chats, letras de música etc.), o que pode em muito favorecer o trabalho com textos,
tornando-o mais significativo.
No trabalho com a Escrita, espera-se que os estudantes desenvolvam suas ideias,
produzindo textos nos gêneros abordados ao longo de sua formação, com propósito
comunicativo. Ao escrever, sempre é necessário ter em mente a relevância da atividade e ter
clareza em relação aos potenciais leitores do texto produzido. É uma característica da produção
escrita em sala de aula que muitas das atividades propostas não tenham uma audiência definida
(SCRIVENER, 2011). Ou seja, os alunos muitas vezes escrevem apenas para “agradar o
professor”; e o fato de não ter uma audiência para aquele texto pode diminuir a motivação do
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
estudante. Portanto, além de pensar em que gêneros serão produzidos, é importante também
refletir sobre “para quê” e “para quem” se destina o material produzido em sala de aula, o que
torna o processo de aprendizado do idioma mais significativo.
O eixo Conhecimentos Linguísticos é composto pelo estudo do vocabulário, do léxico
e da gramática. Esses aspectos da língua permeiam os textos e podem ser apresentados de forma
contextualizada, por exemplo, por meio de jogos e atividades práticas.
O eixo Dimensão Intercultural parece ser a maior “inovação” no currículo para Língua
Inglesa. Não que não houvesse uma preocupação anterior com uma contextualização cultural,
mas esta parecia estar implícita nos documentos curriculares. Com uma ênfase maior no
trabalho com este eixo, busca-se articular o estudo da língua com a ampliação de horizontes
culturais: reconhecer a cultura local em paralelo com a cultura de outros povos —
independentemente de serem falantes nativos da língua ou não —, seus pontos de intersecção e
distinção, e como influenciam culturas e por elas são influenciados.
A proposta do Currículo de Pernambuco (PERNAMBUCO, 2019), bem como do
Currículo Referência do Ipojuca, consiste em que os eixos, habilidades e competências sejam
trabalhados de forma integrada. Há que se buscar a integração também entre o componente
Língua Inglesa e os demais componentes curriculares, de modo a prover uma maior e melhor
364
contextualização e, por conseguinte, relevância para o ensino-aprendizagem da língua
estrangeira, ampliando as possibilidades dos aprendizes de usar a língua estrangeira
comunicativamente, criando um suporte mais sólido para seu crescimento profissional,
intelectual e pessoal.
1º ANO
2º ANO
3º ANO
PRÁTICAS DE UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM TEMÁTICAS CONHECIMENTO
4º ANO
5º ANO
PRÁTICAS DE UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM TEMÁTICAS CONHECIMENTO
6ºANO
PRÁTICAS DE UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Oralidade Interação - Construção de laços (EF06LI01PE-IP) Interagir em situações
discursiva afetivos e convívio de intercâmbio oral, demonstrando
social iniciativa para utilizar a Língua Inglesa, de
acordo com a situação comunicativa
proposta.
(EF06LI02PE-IP) Coletar e socializar
informações do grupo, perguntando e
respondendo sobre a família, os amigos, a
escola e a comunidade, além de outros
temas.
- Funções e usos da (EF06LI03PE-IP) Solicitar
Língua Inglesa em esclarecimentos em Língua Inglesa sobre o
sala de aula que não entendeu e o significado de
(Classroom language) palavras ou expressões desconhecidas,
utilizando expressões básicas e rotineiras da
comunicação escolar: “How do you say ‘X’
in English?”, “Repeat, please.”, entre
outras.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
(EF06LI26PE-IP) Avaliar,
problematizando, elementos/produtos
culturais de países de Língua Inglesa e/ou
que façam uso dela, absorvidos pela
sociedade brasileira/comunidade local.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7ºANO
PRÁTICAS DE UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Oralidade Interação - Funções e usos da (EF07LI01PE-IP) Interagir em situações
discursiva Língua Inglesa: de intercâmbio oral para realizar atividades,
convivência e de forma respeitosa e colaborativa, trocando
colaboração em sala ideias, engajando-se em brincadeiras e
de aula jogos, orientando-se por meio de comandos
e instruções.
- Práticas (EF07LI02PE-IP) Entrevistar os colegas
investigativas para conhecer suas histórias de vida,
considerando as características do gênero
textual em questão, entre elas a
multimodalidade de linguagens.
Compreensão - Estratégias de (EF07LI03PE-IP) Mobilizar
oral compreensão de textos conhecimentos prévios para compreender
orais: conhecimentos texto oral.
prévios
Produção oral - Compreensão de (EF07LI04PE-IP) Identificar o contexto, a
textos orais de cunho finalidade, o assunto e os interlocutores em
descritivo ou textos orais presentes no cinema, na
narrativo internet, na televisão, entre outros.
- Produção de textos (EF07LI05IP) Compor, em Língua
orais, com mediação Inglesa, narrativas orais sobre fatos e
do professor personalidades marcantes do passado e do
presente, em âmbito mundial, nacional e
local.
376
Leitura Estratégias de - Compreensão geral e (EF07LI06PE-IP) Antecipar o sentido
leitura específica: leitura global de textos em Língua Inglesa por
rápida (skimming, inferências, com base em leitura rápida,
scanning) observando títulos, primeiras e últimas
frases de parágrafos e palavras-chave
repetidas.
(EF07LI07PE-IP) Identificar a(s)
informação(ões)-chave de partes de um
texto em Língua Inglesa (parágrafos),
através dos recursos verbais e não verbais
utilizados na produção de sentido desse
texto.
- Construção do (EF07LI08PE-IP) Relacionar as partes de
sentido global do texto um texto (parágrafos) para construir seu
sentido global, identificando as relações
lógico-semânticas e reconhecendo a função
discursiva.
Práticas de - Objetivos de leitura (EF07LI09PE-IP) Selecionar, em um
leitura e texto, a informação desejada como objetivo
pesquisa de leitura.
- Leitura de textos (EF07LI10PE-IP) Escolher, em ambientes
digitais para estudo virtuais, textos em Língua Inglesa, de fontes
confiáveis e diversificadas, para estudos/
pesquisas escolares.
Atitudes e - Partilha de leitura (EF07LI11PE-IP) Participar de troca de
disposições opiniões e informações sobre textos lidos na
favoráveis do sala de aula ou em outros ambientes,
leitor reconhecendo e respeitando
posicionamentos distintos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8ºANO
PRÁTICAS DE UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Oralidade Interação - Negociação de (EF08LI01PE-IP) Fazer uso da Língua
discursiva sentidos (mal- Inglesa para resolver mal-entendidos, emitir
entendidos no uso da opiniões e esclarecer informações por meio
Língua Inglesa e de paráfrases ou justificativas,
conflito de opiniões) considerando os elementos da situação
discursiva em contextos formais e/ou
informais simulados em sala de aula.
- Usos de recursos (EF08LI02PE-IP) Explorar o uso de
linguísticos e recursos linguísticos (frases incompletas,
paralinguísticos no hesitações, entre outros) e paralinguísticos
intercâmbio oral (gestos, expressões faciais, entre outros) em
situações de interação oral, respeitando os
intervalos da fala e o efeito do uso dos
marcadores conversacionais.
Compreensão - Compreensão de (EF08LI03PE-IP) Construir o sentido
oral textos orais global de textos orais multimodais, de 378
multimodais, de cunho informativo/jornalístico,
cunho informativo/ relacionando suas partes, o assunto
jornalístico principal e informações relevantes.
Produção oral - Produção de textos (EF08LI04PE-IP) Utilizar recursos e
orais com autonomia repertório linguísticos apropriados para
informar/comunicar/falar do futuro: planos,
previsões, possibilidades e probabilidades.
Leitura Estratégias de - Construção de (EF08LI05PE-IP) Inferir informações e
leitura sentidos por meio de relações que não aparecem de modo
inferências e explícito em textos verbais e/ou não
reconhecimento de verbais.
implícitos
Práticas de - Leitura de textos de (EF08LI06PE-IP) Apreciar textos
leitura e fruição cunho artístico/ narrativos (contos, romances, entre outros,
literário em versão original ou simplificada), como
forma de valorizar o patrimônio cultural
produzido em Língua Inglesa,
reconhecendo os elementos de sua
composição.
(EF08LI07PE-IP) Explorar ambientes
virtuais e/ou aplicativos, para acessar e
usufruir do patrimônio artístico literário em
Língua Inglesa.
Avaliação dos - Reflexão pós-leitura (EF08LI08PE-IP) Analisar, criticamente,
textos lidos o conteúdo de textos, comparando
diferentes perspectivas apresentadas sobre
um mesmo assunto.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
9ºANO
PRÁTICAS DE UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
LINGUAGEM TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Oralidade Interação - Funções e usos da (EF09LI01PE-IP) Fazer uso da Língua
discursiva Língua Inglesa: Inglesa para expor pontos de vista,
persuasão argumentos e contra-argumentos,
considerando o contexto e os recursos
linguísticos voltados para a eficácia da
comunicação, observando os elementos da
situação discursiva.
Compreensão - Compreensão de (EF09LI02PE-IP) Compilar as ideias-
oral textos orais, chave de textos por meio de tomada de
multimodais, de notas.
cunho argumentativo (EF09LI03PE-IP) Analisar
posicionamentos defendidos e refutados em
textos orais sobre temas de interesse
individual e coletivo.
Produção oral - Produção de textos (EF09LI04PE-IP) Expor resultados de
orais com autonomia pesquisa ou estudo, com o apoio de recursos
como notas, gráficos, tabelas, entre outros,
adequando as estratégias de construção do
texto oral aos objetivos de comunicação e 380
ao contexto.
Leitura Estratégias de - Recursos de (EF09LI05PE-IP) Identificar recursos de
leitura persuasão persuasão (escolha e jogo de palavras, uso
de cores e imagens, tamanho de letras)
utilizados nos textos publicitários e de
propaganda como elementos de
convencimento.
- Recursos de (EF09LI06PE-IP) Distinguir fatos de
argumentação opiniões em textos argumentativos da
esfera jornalística, como artigo de opinião,
carta de leitor, reclamação, editorial,
propaganda, etc.
(EF09LI07PE-IP) Identificar os
argumentos principais de um texto e as
evidências/exemplos que os sustentam.
Práticas de - Informações em (EF09LI08PE-IP) Explorar ambientes
leitura e novas ambientes virtuais virtuais de informação e socialização,
tecnologias analisando a qualidade e a validade das
informações veiculadas.
(EF09LI08APE-IP) Reconhecer os
recursos discursivos característicos dos
gêneros digitais.
Avaliação dos - Reflexão pós-leitura (EF09LI09PE-IP) Compartilhar, com os
textos lidos colegas, a leitura dos textos escritos pelo
grupo, valorizando os diferentes pontos de
vista defendidos, com ética e respeito.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
382
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4.8 ARTE
No atual cenário político econômico mundial, surge a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), aprovada em 2017, que visa normatizar a educação escolar básica brasileira, através
de diretrizes voltadas à formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como às propostas pedagógicas das
instituições escolares (BRASIL, 2017). Assim, esse documento passa a regimentar os
pressupostos teórico-metodológicos do ensino de Arte.
Uma vez que a arte potencializa a formação dos sujeitos e de uma sociedade mais
ética, é mister que o ensino desse componente não deveria ser ministrado por educador
polivalente. Assim, em respeito às quatro linguagens da Arte, defende a Proposta Curricular
do Estado da Paraíba (PARAÍBA, 2019, p. 127-128):
Cada uma das quatro linguagens do componente curricular Arte constitui uma unidade
temática que reúne objetos de conhecimento e habilidades articulados às seis dimensões
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
apresentadas anteriormente. Além dessas, uma última unidade temática, Artes integradas,
explora as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, inclusive
aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação.
Dois grandes blocos (1º ao 5º ano e 6º ao 9° ano) contêm a organização das unidades
temáticas, seus objetivos e habilidades articulados às seis dimensões acima descritas.
Considerando esses pressupostos articulados às competências gerais da Educação Básica e às
específicas da área de Linguagens. A Arte enquanto disciplina curricular deve garantir ao corpo
discente o desenvolvimento de algumas competências específicas.
O ensino de Arte nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve assegurar experiências
artísticas na qual o corpo discente possa vivenciá-las com consciência e prazer por meio da
ludicidade. Tal experiência deve ser processual e contínua em relação à educação infantil.
Operações artísticas de diferentes campos (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro e seus
desdobramentos) são propícias para que a criança explore seu universo, aumentando a
percepção do próprio corpo, a imaginação e a capacidade de expressão.
Cabe à escola tornar acessível o universo da arte a todos(as) da educação infantil ao
ensino fundamental, concebendo através do ensino, uma ampla leitura social, cultural e estética
do mundo. As crianças bem pequenas já iniciam as suas leituras com as imagens, reconhecendo 391
jogos e animações em computadores, lendo as propagandas, reconhecendo sons e canções. Elas
interagem com outras quando são seguidoras de tutoriais de como fazer brinquedos e
brincadeiras. As crianças leem as imagens antes mesmo de iniciar a leitura de palavras. Por
movimentos corporais vivenciados na dança, as crianças apreendem através do corpo seus
componentes cognitivos, imagéticos, gestuais e sonoros.
Segundo a BNCC (2017), o ensino de Arte, nos Anos Iniciais, deve assegurar aos
estudantes a oportunidade de se expressar com criatividade em seu fazer investigativo, através
da ludicidade, sendo propiciada uma continuidade em relação à Educação Infantil. Uma vez
que, os estudantes, ao ingressarem nesta fase da escolaridade, vão vivenciar modificações na
forma de organização curricular, que passará para uma estrutura organizada por componentes
curriculares e áreas do conhecimento, quando anteriormente eram os jogos, brincadeiras e
interações que guiavam e conduziam o aprendizado e o desenvolvimento.
Assim, nessa passagem da Educação Infantil para os Anos Iniciais, é necessário que as
vivências com a Arte sejam norteadas pela relevância dessas experiências para as crianças,
como aborda a BNCC (2017).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º AO 3º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Artes Visuais - Contextos e práticas (EF15AR01PE-IP) Conhecer e ler formas distintas das artes
visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção,
o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório
imagético, a partir da produção local.
- Elementos da (EF15AR02PE-IP) Explorar e reconhecer elementos
linguagem constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, cor, espaço,
movimento etc.).
- Matrizes estéticas e (EF15AR03PE-IP) Vivenciar, reconhecendo e analisando a
culturais influência de distintas matrizes estéticas e culturais das artes
visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais
e nacionais.
- Materialidades (EF15AR04PE-IP) Experimentar diferentes formas de
expressão artística (desenho, pintura, gravura, colagem,
quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo,
fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
- Processos de criação (EF15AR05PE-IP) Experimentar a criação em artes visuais de
modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes
espaços da escola e da comunidade com respeito e adequação à 393
estrutura dos diversos ambientes.
(EF15AR06PE-IP) Dialogar sobre a sua criação e as dos
colegas, com respeito às individualidades, para perceber a
diversidade de sentidos e as possibilidades de expressão.
- Sistemas da linguagem (EF13AR07PE-IP) (Re)conhecer algumas categorias e
equipamentos do sistema das artes visuais (museus, galerias,
instituições, artistas, artesãos, curadores etc.), valorizando o
sistema das artes visuais locais.
- Processos de criação (EF15AR23PE-IP) Reconhecer e experimentar, em projetos
temáticos, as relações processuais e complementares entre
diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF15AR24PE-IP) Caracterizar e experimentar brinquedos,
culturais brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e produções
imagéticas de diferentes matrizes estéticas e culturais,
reconhecendo semelhanças, diferenças, identidades e relações
éticas.
- Patrimônio cultural (EF15AR25PE-IP) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural,
material e imaterial, de culturas diversas, em especial a
brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e
europeias de diferentes épocas, para construir vocabulário e
repertório diversificados relativos às diferentes linguagens
artísticas.
- Arte e tecnologia (EF15AR26PE-IP) Explorar diferentes tecnologias e recursos
digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações
em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de
criação nas diferentes linguagens artística.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4º E 5º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Artes Visuais - Contextos e práticas (EF45AR01PE-IP) Identificar e ler formas distintas das artes
visuais tradicionais e contemporâneas, exercitando a percepção,
o imaginário, a capacidade de simbolizar e analisar,
relacionando com o repertório imagético em processo de
construção.
- Elementos da (EF45AR02PE-IP) Identificar e analisar (formal e
linguagem subjetivamente) elementos constitutivos das artes visuais
(ponto, linha, forma, cor, textura, espaço, movimento etc.) na
leitura e composição de criações artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF45AR03PE-IP) Reconhecer e analisar a influência de
culturais diferentes matrizes estéticas e culturais das artes visuais nas
manifestações artísticas das culturas locais, regionais e
nacionais e/ou internacionais.
- Materialidades (EF15AR04PE-IP) Experimentar diferentes formas de
expressão artística (desenho, pintura, gravura, colagem,
quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo,
fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais,
instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não
convencionais.
- Processos de criação (EF15AR05PE-IP) Experimentar a criação em artes visuais de
modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes
espaços da escola e da comunidade com respeito e adequação à
estrutura dos diversos ambientes. 394
(EF15AR06PE-IP) Dialogar sobre a sua criação e a dos
colegas, com respeito às individualidades, para perceber a
diversidade de sentidos e as possibilidades de expressão.
- Sistemas da (EF45AR07PE-IP) Interagir com algumas categorias e
linguagem equipamentos do sistema das artes visuais (museus, galerias,
instituições, artistas, artesãos, curadores etc.), reconhecendo a
importância e função quanto à sua produção, pesquisa,
conservação, preservação e circulação de arte.
- Processos de criação (EF15AR23PE-IP) Reconhecer e experimentar, em projetos
temáticos, as relações processuais e complementares entre
diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF15AR24PE-IP) Caracterizar e experimentar brinquedos,
culturais brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e produções
imagéticas de diferentes matrizes estéticas e culturais,
reconhecendo semelhanças, diferenças, identidades e relações
éticas.
- Patrimônio cultural (EF15AR25PE-IP) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural,
material e imaterial, de culturas diversas, em especial a
brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e
europeias de diferentes épocas, para construir vocabulário e
repertório diversificados relativos às diferentes linguagens
artísticas.
- Arte e tecnologia (EF15AR26PE-IP) Explorar diferentes tecnologias e recursos
digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações
em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de
criação nas diferentes linguagens artísticas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º E 7º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Artes Visuais - Contextos e práticas (EF67AR01IP) Pesquisar, ler e analisar formas distintas das
artes visuais tradicionais e contemporâneas, de artistas
brasileiros, em especial ipojucanos e/ou pernambucanos, e
estrangeiros de diferentes épocas, reconhecendo as diferentes
matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência
com diversos contextos e práticas artístico-visuais e desenvolver
a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o
repertório imagético.
(EF67AR02IP) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais e
movimentos artísticos, contextualizando-os no tempo e no
espaço, de acordo com a realidade dos nossos estudantes,
buscando valorização dos povos do campo, indígenas, africanos,
quilombolas, entre outros.
(EF67AR03IP) Identificar e apreciar situações nas quais as
linguagens das artes visuais se integram às linguagens
audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas
de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas,
coreográficas, performáticas, musicais etc.
- Elementos da (EF67AR04IP) Identificar, definir e demonstrar os elementos
linguagem constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor,
tom, textura, escala, espaço, movimento etc.) na apreciação de
diferentes produções artísticas locais, regionais e nacionais.
- Materialidades (EF67AR05PE-IP) Experimentar diferentes formas de
expressão artística (desenho, pintura, gravura, colagem, 395
quadrinhos, grafite, escultura, modelagem, instalação, vídeo,
fotografia, performance etc.).
- Processos de criação (EF67AR06PE-IP) Elaborar processos de criação em artes
visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo
individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais,
instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.
(EF67AR07PE-IP) Dialogar estabelecendo relações entre
princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios
imagéticos e processos de criação a partir das produções visuais
de cada estudante.
- Sistemas da linguagem (EF67AR08PE-IP) Diferenciar as categorias de artista, artesão,
produtor cultural, curador, designer, entre outras, reconhecendo
a importância de cada um e estabelecendo relações entre os
profissionais do sistema das artes visuais.
- Contextos e práticas (EF69AR31PE-IP) Relacionar as práticas artísticas às
diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética, e às dimensões interpessoais (ideias,
sentimentos, percepções, sensações, desejos, etc.).
- Processos de criação (EF69AR32PE-IP) Analisar e explorar, em projetos temáticos,
as relações processuais, contextuais e estéticas entre diversas
linguagens artísticas, para compor produções híbridas.
- Matrizes estéticas e (EF69AR33PE-IP) Analisar criticamente aspectos históricos,
culturais filosóficos, sociais e políticos da produção artística,
problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas
categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design,
patrimônio, etc.).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º E 9º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Artes Visuais - Contextos e práticas (EF89AR01PE-IP) Pesquisar, apreciar e analisar formas
distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em
obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e
matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência
com diferentes contextos e práticas artístico-visuais,
desenvolvendo a percepção, o imaginário, a capacidade de
simbolizar e o repertório imagético.
(EF89AR02PE-IP) Pesquisar e analisar diferentes estilos
visuais e movimentos artísticos, contextualizando-os no tempo
e no espaço.
(EF89AR03PE-IP) Analisar e relacionar situações nas quais as
linguagens das artes visuais se integram às linguagens
audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas
de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, 396
coreográficas, performáticas, musicais etc.
- Elementos da (EF89AR04IP) Analisar os elementos constitutivos das artes
linguagem visuais (ponto, linha, forma, textura, cor, tom, escala, espaço,
movimento etc.) de modo a ampliar argumentos na apreciação
de diferentes produções artísticas em diferentes períodos
artísticos.
- Materialidades (EF89AR05PE-IP) Experimentar e analisar diferentes formas
de expressão artística (desenho, pintura, colagem, gravura,
quadrinhos, grafite, escultura, modelagem, instalação, vídeo,
fotografia, performance etc.).
- Processos de criação (EF89AR06PE-IP) Desenvolver processos de criação em artes
visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo
individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais,
instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.
(EF89AR07PE-IP) Dialogar estabelecendo relações com
princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios
imagéticos, simbólicos e processos de criação nas produções
visuais de cada estudante.
- Sistemas da linguagem (EF89AR08PE-IP) Diferenciar as categorias de artista, artesão,
produtor cultural, curador, designer, entre outras, reconhecendo
a importância de cada um e analisando as relações entre os
profissionais do sistema das artes visuais.
- Contextos e práticas (EF69AR31PE-IP) Relacionar as práticas artísticas às
diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética, e às dimensões interpessoais (ideias,
sentimentos, percepções, sensações, desejos, etc.).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º AO 3º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Dança - Contextos e práticas (EF15AR08PE-IP) Reconhecer e apreciar formas distintas de
manifestações da dança presentes em diferentes contextos e
representatividades de diferentes culturas e gêneros, exercitando
a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e de
interpretar a partir do repertório corporal já construído.
- Elementos da (EF15AR09PE-IP) Sensibilizar, conhecer o elemento corpo,
397
linguagem bem como estabelecer relações entre as partes e dessas com o
todo corporal na improvisação e na construção do movimento.
(EF15AR10PE-IP) Experimentar diferentes formas de
orientação no espaço (deslocamentos, planos, níveis, direções,
caminhos etc.), ritmos internos (respiração, coração, circulação
etc.) e de movimento (lento, moderado e rápido) na construção
do movimento dançado.
- Processos de criação (EF15AR11PE-IP) Criar e improvisar movimentos dançados e
construções coreográficas de modo individual, coletivo e
colaborativo, considerando os aspectos estruturais, dinâmicos e
expressivos dos elementos constitutivos do movimento, com
base nos códigos de dança e da sua diversidade estética, cultural
e de gênero.
(EF15AR12PE-IP) Exercitar e discutir, com respeito às
individualidades e sem preconceito, as experiências pessoais e
coletivas em dança vivenciadas na escola, como fonte para a
construção de vocabulários e repertórios próprios e
diversificados do movimento dançado.
(EF15AR23PE-IP) Reconhecer e experimentar, em projetos
temáticos, as relações processuais e complementares entre
diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF15AR24PE-IP) Caracterizar e experimentar brinquedos,
culturais brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e produções
imagéticas de diferentes matrizes estéticas e culturais,
reconhecendo semelhanças, diferenças, identidades e relações
éticas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4º E 5º ANO
CAMPOS OBJETOS DE HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Dança - Contextos e práticas (EF15AR08PE-IP) Reconhecer, experimentar e apreciar
formas distintas de manifestações da dança presentes no
contexto local e em diferentes contextos e representatividades
de diferentes culturas e gêneros, cultivando a percepção, o
imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal.
- Elementos da (EF15AR09PE-IP) Sensibilizar, conhecer o elemento corpo,
linguagem bem como estabelecer relações entre as partes e dessas com o
todo corporal na improvisação e na construção do movimento
dançado com intencionalidade.
(EF15AR10PE-IP) Experimentar diferentes formas de
orientação no espaço (deslocamentos, planos, níveis, direções,
caminhos etc.), ritmos internos (respiração, coração, circulação
etc.) e de movimento (lento, moderado e rápido) na construção
do movimento dançado.
398
- Processos de criação (EF15AR11PE-IP) Criar e improvisar movimentos dançados e
construções coreográficas de modo individual, coletivo e
colaborativo, considerando os aspectos estruturais, dinâmicos e
expressivos dos elementos constitutivos do movimento, com
base nos códigos de dança e da sua diversidade estética, cultural
e de gênero.
(EF15AR12PE-IP) Exercitar e discutir, com respeito às
individualidades e sem preconceito, as experiências pessoais e
coletivas em dança vivenciadas na escola, como fonte para a
construção de vocabulários e repertórios próprios e
diversificados do movimento dançado.
(EF15AR23PE-IP) Reconhecer e experimentar, em projetos
temáticos, as relações processuais e complementares entre
diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF15AR24PE-IP) Caracterizar e experimentar brinquedos,
culturais brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e produções
imagéticas de diferentes matrizes estéticas e culturais,
reconhecendo semelhanças, diferenças, identidades e relações
éticas.
- Patrimônio cultural (EF15AR25PE-IP) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural,
material e imaterial, de culturas diversas, em especial a
brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e
europeias, de diferentes épocas, para construir vocabulário e
repertório diversificados relativos às diferentes linguagens
artísticas.
- Arte e tecnologia (EF15AR26PE-IP) Explorar diferentes tecnologias e recursos
digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações
em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de
criação nas diferentes linguagens artística.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º E 7º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Dança - Contextos e práticas (EF69AR09IP) Pesquisar e analisar diferentes formas de
expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e
apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros
e estrangeiros de diferentes épocas.
- Elementos da (EF69AR10PE-IP) Explorar elementos constitutivos do
linguagem movimento cotidiano (ações corporais) e do movimento
dançado (ações cênicas), abordando criticamente o
desenvolvimento das formas da dança em sua história
tradicional e contemporânea.
(EF69AR11PE-IP) Experimentar e analisar os fatores de
movimento (tempo, peso, fluxo, intensidades e espaço) como
elementos que, combinados, geram as ações corporais, o
movimento dançado e composição coreográfica.
- Processos de criação (EF69AR12PE-IP) Investigar e experimentar procedimentos
de improvisação e criação do movimento, individual e/ou
coletivamente, como fonte para a construção de vocabulários e
repertórios próprios.
(EF69AR13PE-IP) Pesquisar e investigar brincadeiras, jogos,
danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes
estéticas e culturais como referência para a criação e a
composição de danças autorais, individualmente e em grupo.
(EF69AR14PE-IP) Analisar e experimentar diferentes
elementos compositivos da encenação (figurino, iluminação, 399
cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não
convencionais) para produção cênica em dança.
(EF69AR15PE-IP) Discutir as experiências pessoais e
coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e preconceitos, a fim de respeitar
a diversidade.
- Contextos e práticas (EF69AR31PE-IP) Relacionar as práticas artísticas às
diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética, valorizando as especificidades de
cada região.
- Processos de criação (EF69AR32PE-IP) Analisar e explorar, em projetos temáticos,
as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF69AR33PE-IP) Analisar aspectos históricos, sociais e
culturais políticos da produção artística, problematizando as narrativas
eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte,
artesanato, folclore, design etc.).
- Patrimônio cultural (EF69AR34PE-IP) Analisar e valorizar o patrimônio cultural,
material e imaterial, de culturas diversas, em especial a
brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e
europeias de diferentes épocas, favorecendo a construção de
vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens
artísticas.
- Arte e tecnologia (EF69AR35PE-IP) Identificar e manipular diferentes
tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir,
registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos,
analisando seus procedimentos estéticos e éticos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º E 9º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Dança - Contextos e práticas (EF69AR09IP) Pesquisar e analisar diferentes formas de
expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e
apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros
e estrangeiros de diferentes épocas.
- Elementos da (EF69AR10PE-IP) Explorar elementos constitutivos do
linguagem movimento cotidiano (ações corporais) e do movimento
dançado (ações cênicas), abordando, criticamente, o
desenvolvimento das formas da dança em sua história
tradicional e contemporânea.
(EF69AR11PE-IP) Experimentar e analisar os fatores de
movimento (tempo, peso, fluxo, intensidade e espaço) como
elementos que, combinados, geram as ações corporais, o
movimento dançado e composição coreográfica.
- Processos de criação (EF69AR12PE-IP) Investigar e experimentar procedimentos
de improvisação e criação do movimento, individual e/ou
coletivamente, como fonte para a construção de vocabulários e
repertórios próprios.
(EF69AR13PE-IP) Investigar e experimentar brincadeiras,
jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes
matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a
composição de danças autorais, individualmente e em grupo.
(EF69AR14PE-IP) Analisar e experimentar diferentes
elementos compositivos da encenação (figurino, iluminação, 400
cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não
convencionais) para produção cênica em dança.
(EF69AR15PE-IP) Discutir as experiências pessoais e
coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e preconceitos, a fim de respeitar
a diversidade.
- Contextos e práticas (EF69AR31PE-IP) Relacionar as práticas artísticas às
diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética, valorizando as especificidades de
cada região.
- Processos de criação (EF69AR32PE-IP) Analisar e explorar, em projetos temáticos,
as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF69AR33PE-IP) Analisar aspectos históricos, sociais e
culturais políticos da produção artística, problematizando as narrativas
eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte,
artesanato, folclore, design etc.).
- Patrimônio cultural (EF69AR34PE-IP) Analisar e valorizar o patrimônio cultural,
material e imaterial, de culturas diversas, em especial a
brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e
europeias de diferentes épocas, favorecendo a construção de
vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens
artísticas.
- Arte e tecnologia (EF69AR35PE-IP) Identificar e manipular diferentes
tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir,
registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos,
analisando seus procedimentos estéticos e éticos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º AO 3º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Música - Contextos e práticas (EF15AR13PE-IP) Identificar e apreciar ludicamente as
diversas formas (música erudita) e gêneros (música popular) de
expressão musical, reconhecendo os usos e as funções da música
em diversos contextos de circulação, em especial, aqueles da
vida cotidiana.
- Elementos da (EF15AR14PE-IP) Perceber e explorar os elementos
linguagem constitutivos do som (altura, duração, intensidade e timbre) e da
música (melodia, ritmo, andamento, harmonia) por meio de
jogos, brincadeiras, canções e práticas diversas de
composição/criação, execução e apreciação musical.
- Materialidades (EF15AR15PE-IP) Explorar fontes sonoras diversas, como as
existentes no próprio corpo (palmas, voz, percussão corporal),
na natureza e em objetos cotidianos, reconhecendo os elementos
constitutivos da música e as características de instrumentos
musicais variados.
- Notação e registro (EF15AR16PE-IP) Explorar diferentes formas de registro
musical musical não convencional (representação gráfica de sons,
partituras criativas etc.), oportunizando a leitura e a execução,
bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e
audiovisual, reconhecer a notação musical convencional.
- Processos de criação (EF15AR17PE-IP) Experimentar a criação musical por meio
de improvisações, composições e sonorização de histórias, entre
outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos
musicais convencionais ou não convencionais, confeccionados
com diferentes materiais, de modo individual, coletivo e 401
colaborativo.
(EF15AR23PE-IP) Reconhecer e experimentar, em projetos
temáticos, as relações processuais e complementares entre
diversas linguagens artísticas.
- Matrizes estéticas e (EF15AR24PE-IP) Caracterizar e experimentar brinquedos,
culturais brincadeiras, jogos, danças, canções, histórias e produções
imagéticas de diferentes matrizes estéticas e culturais,
reconhecendo semelhanças, diferenças, identidades e relações
éticas.
- Patrimônio cultural (EF15AR25PE-IP) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural,
material e imaterial de culturas diversas, em especial a brasileira,
incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de
diferentes épocas, para construir vocabulário e repertório
diversificados relativos às diferentes linguagens artísticas.
- Arte e tecnologia (EF15AR26PE-IP) Explorar diferentes tecnologias e recursos
digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações
em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de
criação nas diferentes linguagens artística.
4º E 5º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Música - Contextos e práticas (EF15AR13PE-IP) Identificar e apreciar criticamente diversas
formas (música erudita) e gêneros (música popular) de
expressão musical, reconhecendo e analisando os usos e as
funções da música em diversos contextos de circulação, em
especial, aqueles da vida cotidiana.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º E 7º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Música - Contextos e práticas (EF67AR16PE-IP) Identificar e analisar, criticamente, por
meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus
contextos de produção e circulação, relacionando as práticas
musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural,
política, histórica, econômica, estética etc.
(EF67AR17PE-IP) Experimentar e analisar diferentes meios e
equipamentos culturais de circulação da música e do
conhecimento musical.
(EF67AR18PE-IP) Apreciar e reconhecer o papel de músicos e
grupos de música brasileiros (em especial locais ou regionais) e
estrangeiros que contribuem para o desenvolvimento de formas
e gêneros musicais.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º E 9º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Música - Contextos e práticas (EF89AR16PE-IP) Analisar, criticamente, por meio da
apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos
de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às
diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
econômica, estética e ética.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º AO 3º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
- Contextos e práticas (EF15AR18PE-IP) Reconhecer e apreciar formas distintas e
representativas de manifestações do teatro presentes em
diferentes contextos culturais e gêneros teatrais, aprendendo a
ver, a ouvir e a interpretar histórias dramatizadas, exercitando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar a partir do
repertório ficcional já construído.
- Elementos da (EF15AR19PE-IP) Descobrir teatralidades na vida cotidiana,
Teatro linguagem identificando elementos constitutivos do teatro (entonações de
voz, fisicalidades de personagens, indumentárias, maquiagens,
cenários e narrativas etc.), reconhecendo a função de cada um
deles para o fazer teatral.
- Processos de criação (EF15AR20PE-IP) Experimentar o trabalho colaborativo,
coletivo e autoral em improvisações teatrais e processos
narrativos criativos em teatro, leitura e encenação de textos da
dramaturgia infantil, explorando a teatralidade dos gestos, as
expressões faciais e corporais, a partir das ações observadas no
cotidiano e de elementos de diferentes matrizes estéticas e
culturais.
4º E 5º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
Teatro - Contextos e práticas (EF15AR18PE-IP) Reconhecer e apreciar formas distintas e
representativas de manifestações do teatro presentes em
diferentes contextos culturais e gêneros teatrais, aprendendo a
ver, a ouvir e a interpretar histórias dramatizadas, exercitando a
percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar a partir do
repertório ficcional já construído.
- Elementos da (EF15AR19PE-IP) Descobrir teatralidades na vida cotidiana,
linguagem identificando elementos constitutivos do teatro (entonações de
voz, fisicalidades de personagens, indumentárias, maquiagens,
cenários, narrativas etc.), reconhecendo a função de cada um
deles para o fazer teatral.
- Processos de criação (EF15AR20PE-IP) Experimentar o trabalho colaborativo,
coletivo e autoral em improvisações teatrais e processos
narrativos criativos em teatro, leitura e encenação de textos da
dramaturgia infantil, explorando a teatralidade dos gestos, as
expressões faciais e corporais, a partir das ações observadas no
cotidiano e de elementos de diferentes matrizes estéticas e
culturais.
6º E 7º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
8º E 9º ANO
CAMPOS OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICOS CONHECIMENTO
409
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5 ÁREA DE MATEMÁTICA
Não é de hoje que o ser humano se relaciona com a Matemática. Traçando uma linha
histórica, fica evidente o seu papel desde o princípio da humanidade. A contagem, a
diferenciação do tempo entre dia e noite, temporadas que o clima estará mais frio ou quente,
tudo isso nos acompanhou desde os primórdios de nossa trajetória. Os humanos se relacionam
com o saber matemático ao mesmo tempo em que o desenvolvem e essa dinâmica se faz
presente até os dias atuais. Estando o conhecimento matemático atrelado às necessidades
humanas, atualmente, esse desenvolvimento se conecta com a constante necessidade de uso nas
áreas social, técnica e científica.
Outro aspecto importante em relação à Matemática é que a partir da civilização grega,
o método axiomático dedutivo, também chamado de método racionalista, ganhou os enfoques
dentro da comunidade científica como o principal método para a comprovação de um fato
matemático. Esse consiste em admitir como verdadeiras certas proposições (certos axiomas) e
a partir deles, por meio de um encadeamento lógico, chegar a proposições mais gerais. Ainda
nesse sentido, a Matemática é uma ciência hipotético-dedutiva, não cabem aqui prolongamentos
sobre métodos científicos, mas para uma melhor compreensão é imprescindível conceituar tal
410
abordagem como um método que busca a eliminação dos erros de uma hipótese. Faz -se isso a
partir da ideia de testar a falsidade de uma proposição, ou seja, a partir de uma hipótese,
estabelece-se que situação ou resultado experimental nega essa hipótese e tenta-se realizar
experimentos para negá-la.
Assim, para além de uma perspectiva histórica, cabe aqui destacar a relevância do
conhecimento matemático como um recurso que auxilia na formação do sujeito para sua
atuação na sociedade. Nesse sentido, tem-se a Matemática como uma ciência técnica, que
auxilia na preparação para o mundo do trabalho. É o caso, por exemplo, de profissionais como
pedreiros, agrimensores, feirantes, engenheiros, dentre outros, que fazem uso recorrente dos
saberes matemáticos. Também podemos destacar o caráter ontológico da matemática que nos
ajuda a entender, simplificar e representar relações que a linguagem escrita pode deixar lacunas.
Do ponto de vista científico, encontram-se modelos matemáticos que promovem o
desenvolvimento da sociedade. A criptografia, por exemplo, que permite o envio de
informações sigilosas de modo seguro, ilustra esse aspecto. A constatação da importância dessa
disciplina é indiscutível, apoiando-se, sobretudo, no fato de que ela desempenha um papel
decisivo frente aos problemas da vida cotidiana. Por fim, mas não menos importante, a
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Matemática pode e deve ser vista enquanto ciência humana, que auxilia e desenvolve no sujeito
a criticidade.
Para tanto, a aprendizagem, em qualquer área, em especial à Matemática, deve estar
ligada à compreensão, à construção do conhecimento e sua apropriação pelo estudante, e não,
apenas, à memorização de regras prontas que lhes são apresentadas. A esse respeito, o
conhecimento matemático deve favorecer, dentre outras inúmeras situações, o desenvolvimento
do espírito crítico, a criatividade, a capacidade de análise, a interpretação, a elaboração de
hipóteses e estratégias para resolução de problemas cotidianos. Nessa perspectiva, o ensino da
Matemática deve ser pautado na resolução de problema, enquanto metodologia importante que
leva em conta diferentes contextos, áreas de conhecimento e maneiras diferenciadas de
trabalhar um mesmo conceito. Vista dessa forma, a abordagem metodológica é uma das formas
de inserir os estudantes no letramento matemático.
Apesar desse aparato metodológico científico, na vivência da sala de aula, nada impede
que o ensino matemático se dê através da experimentação, do contato e das conexões com outras
áreas. Tal modelo de ensino é essencial para uma aprendizagem no Ensino Fundamental,
conectando as subáreas matemáticas com o mundo real, trazendo visão, experimentação e tato
dos conceitos teóricos para os estudantes. Cabe ainda outra relevante observação a respeito da
411
Educação Matemática na educação básica: para além do contato com o mundo exterior, é
necessário um contato dentro das unidades temáticas definidas pela Base Nacional Curricular
Comum (BRASIL, 2017), associando cada uma delas as outras a fim de que a Matemática, seja
vista de forma geral, faça sentido como um todo.
Apesar do exposto sobre a presença da Matemática nas mais diversas áreas, esta atua de
forma praticamente invisível. Por não ser uma ciência tangível, sua imagem fica distante para
os estudantes, sobretudo, para as crianças que ainda não são capazes de associar algumas ideias
abstratas com facilidade. Cabe ao educador, então, adotar metodologias de ensino que as
aproximem dos conteúdos, relacionando conceitos abstratos com a realidade, trabalhando
interdisciplinaridade como meio de construção de conhecimento e afastando o mito da
Matemática enquanto disciplina engessada, isolada, rígida e abstrata.
É importante salientar que as diferentes formas de expressão da Matemática também
exercem um importante papel no desenvolvimento da formação cidadã do estudante. Nesse
sentido, enquanto área de conhecimento humano, apresenta-se como um importante recurso
pelo qual as pessoas podem interagir com diversos aspectos do meio em que vivem. De um
modo particular, os conteúdos matemáticos se apresentam como uma ferramenta cultural que
pode ampliar a capacidade humana de sistematização de informações e estabelecimento de
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
relações entre elas. Por exemplo, ao atrelar a fração um oitavo (⅛) a uma fatia de pizza, seu
leque de possibilidades de compreensão aumenta, sendo o reconhecimento das ferramentas
matemáticas adequadas desde o seu cotidiano, da etapa mais elementar, à mais complexa no
processo de ensino e de aprendizagem.
Diante do que foi apresentado, são evidentes as diretrizes necessárias para um ensino de
qualidade da Matemática. Diversos contextos devem ser aplicados no processo de docência
para que o discente reconheça a importância dessa disciplina no seu processo de formação
dentro e fora da escola. Um bom ensino matemático deve trabalhar no estudante os saberes e
práticas previamente construídos, associando estes às questões reais, ao uso da disciplina nas
situações cotidianas, trabalhando nele aspectos que abranjam outras áreas. Além disso, o bom
ensino matemático deve visar construir competências e desenvolver habilidades que coloquem
o estudante como sujeito pensante, que deve utilizar tais conhecimentos no seu cotidiano,
ampliando o rol de aplicação dos estudos matemáticos para além da sala de aula.
5.2 MATEMÁTICA
Currículo de Pernambuco (2019), e exemplos de suas aplicações, porém, sabe-se que muitos
outros poderão ser desenvolvidos de acordo com a necessidade da comunidade escolar e seu
projeto político-pedagógico.
Neste tema pode-se identificar elementos que constituem uma boa qualidade de vida para a
população idosa, conhecer experiências e vivências, através da coleta de dados, organização
e registro. Pode ser feita uma análise comparativa entre as condições de vida de um idoso de
várias classes sociais, comparando atividades desenvolvidas, independência financeira,
lazer, entre outros, através de planejamento e execução de pesquisa amostral e apresentação
de relatório.
Educação Ambiental
● Tem como pressuposto despertar no estudante a importância de manter relações
harmoniosas entre a sociedade e a natureza, preservando a biodiversidade e as
culturas, refletindo sobre atitudes de proteção e preservação da natureza.
Pode-se resolver problemas envolvendo medições, utilizando plantas baixas e vistas aéreas
e grandezas, como comprimento e área, para compreender as principais características das
paisagens e o modo como a sociedade as modifica para atender aos seus interesses e
necessidades. Também é possível comparar modificações das paisagens nos lugares de
convivência e o uso desses lugares em diferentes tempos; os hábitos de consumo, os impactos
do consumo excessivo para o meio ambiente e uso consciente dos recursos naturais,
utilizando planejamento de pesquisa, coleta e organização de dados, construção de tabelas e 417
gráficos e interpretação das informações. E, ainda, analisar as consequências de alterações
no ambiente, a busca de soluções para as diversas situações e também a relação
sociedade/natureza, tanto na dimensão coletiva, quanto na individual. Por exemplo:
conservação do solo, uso racional da água, mudanças climáticas, biodiversidade, agricultura
e agrotóxicos, desenvolvimento sustentável, entre outros, trabalhando com problemas,
envolvendo medições; pesquisa amostral e pesquisa censitária; porcentagens e associação de
equações para representar o crescimento ou decrescimento de alguns fenômenos.
Educação para o Consumo e Educação Financeira e Fiscal
● Tem em vista proporcionar uma compreensão sobre finanças e economia, consumo
responsável, processo de arrecadação financeira e a aplicação dos recursos
recolhidos como também sua importância para o valor social dos tributos,
procedência e destinação, possibilitando ao estudante analisar, fazer considerações
fundamentadas, tomar decisões e ter posições críticas sobre questões financeiras que
envolvam a sua vida pessoal, familiar e da realidade social.
Neste tema transversal pode-se falar sobre o consumo de energia elétrica e de que forma a
força das águas de um rio se torna eletricidade. Debater como isso se dava antigamente
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
(máquinas a vapor), comparando às fontes alternativas de energia (solar, eólica, nuclear etc.),
suas importâncias e limitações, utilizando sistema de numeração decimal: características,
leitura, escrita e comparação de números naturais e de números racionais representados na
forma decimal, com interpretação de gráficos e cálculo de médias; análise de gráficos
divulgados pela mídia; leitura, interpretação e representação de dados de pesquisa expressos
em tabelas de dupla entrada, gráficos de colunas simples e agrupadas, gráficos de barras e de
setores e gráficos pictóricos; notação científica e confecção de maquetes. É possível trabalhar
sobre o funcionamento de linhas de produção industrial, como acontece a terceirização nas
indústrias, o mercado de trabalho e o desemprego, a lei da oferta e procura, a influência dos
lucros nas indústrias e na vida dos trabalhadores, os impactos do consumo excessivo para a
sociedade, através do cálculo de porcentagens e de acréscimos e decréscimos simples e
problemas, envolvendo grandezas diretamente proporcionais e grandezas inversamente
proporcionais.
Educação das Relações Étnico-raciais e Ensino da História e Cultura Afro-brasileira,
Africana e Indígena
● Deve assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos na formação
cultural, social, econômica e histórica da sociedade brasileira, ampliando as 418
referências socioculturais da comunidade escolar na perspectiva da valorização da
diversidade étnico-racial, contribuindo para a construção e afirmação de diferentes
identidades.
Conhecer os direitos civis e políticos por meio da identificação e reflexão sobre a luta dos
movimentos negros, apreciar obras de arte a partir do olhar sobre representações africanas e
afrodescendentes locais e despertar a criticidade artística por meio de apresentação de
variadas expressões artísticas, utilizando pesquisa, coleta e organização de dados e vários
tópicos da geometria. Também, orienta-se a pesquisa, coleta e organização de dados,
construindo tabelas e gráficos e interpretando informações para estudar as condições de vida
dos povos nativos (indígenas) do Brasil.
Diversidade Cultural
● Ao abordar a diversidade cultural, biológica, étnico-racial, considera-se a
construção das identidades, o contexto das desigualdades e dos conflitos sociais.
Este tema aborda a construção histórica, social, política e cultural das diferenças que estão
ligadas às relações de poder, aos processos de colonização e dominação com o objetivo de
promover o combate ao preconceito e à discriminação. Neste contexto, é importante
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Alguns exemplos de abordagem deste tema transversal em sala de aula: princípios corretos
de conduta – respeito mútuo, justiça, solidariedade e diálogo; índices de acidentes com ou
sem vítimas; segurança no trânsito; respeito às leis de trânsito; noção de velocidade e as
consequências dos comportamentos inadequados no trânsito – excesso de velocidade,
desrespeito às leis de trânsito; problemas que as drogas causam no corpo humano e a
interferência na condução de veículos etc. Esses temas podem ser trabalhados através de
experimentos aleatórios – espaço amostral e estimativas de probabilidade por meio de
frequência de ocorrências; planejamento de pesquisa, coleta e organização dos dados,
construção de tabelas e gráficos e interpretação das informações; ângulos – noção, usos e
medidas; problemas envolvendo medições, entre outros.
Trabalho, Ciência e Tecnologia
● Visa promover uma reflexão sobre as diversas formas de trabalho, o uso das
tecnologias, as suas respectivas funções e organização social em torno de cada
profissão, a contribuição dessas para o desenvolvimento da sociedade, bem como
sobre as relações sociais e de poder que se estabelecem em torno do mundo do
trabalho.
Pode ser promovido, neste tema transversal, debates, norteados por leitura, interpretação de 420
dados de pesquisa expressos em tabelas e gráficos sobre a influência tecnológica nas relações
sociais nos dias atuais, a influência da mídia em relação ao consumo, o trabalho e as
motivações para a escolha profissional e uso de recursos tecnológicos para facilitar a
realização de atividades do cotidiano.
Saúde, Vida Familiar e Social
● Considera a saúde numa perspectiva mais ampla que envolve as várias dimensões
do ser humano, tais como: saúde mental, comportamental, atitudinal, orgânica,
física, motora, afetiva, sensorial, entre outras. Levando em consideração que a
estrutura da saúde pública, o planejamento das cidades, o saneamento básico, o
estilo de vida do/no campo ou da/na cidade, o sistema de transporte e habitacional,
as relações familiares e sociais poderão interferir na saúde das pessoas. Esses
aspectos devem ser considerados e refletidos de forma a levar os estudantes a
compreenderem e buscarem um estilo de vida mais saudável.
Para abordar questões sociais deste tema, o professor pode trabalhar gráficos estatísticos
sobre os índices de gravidez na adolescência, de mortalidade infantil, de saneamento básico;
refletir sobre a destinação e o tratamento do lixo; evolução de diferentes doenças no decorrer
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Os temas transversais e integradores citados são mais uma forma de incluir as questões
históricas e socioculturais no currículo escolar de forma contextualizada, dando ênfase às
questões locais e regionais. Evidencia-se a importância de uma prática interdisciplinar,
utilizando atividades motivadoras e inclusivas, tornando a aprendizagem mais significativa e
proporcionando o desenvolvimento das habilidades e competências.
Na proposta mencionada, o professor de Matemática deverá optar por metodologias e
práticas de ensino não como um fim em si mesmas, mas centradas no desenvolvimento pleno
dos alunos para a superação dos inúmeros desafios impostos ao ensino da Matemática,
promovendo a equidade das aprendizagens. Cabe aqui citar a aprendizagem colaborativa, os
multiletramentos (diversidade de mídias, de linguagens e de culturas introduzidas pelas novas
Tecnologias da Informação e da Comunicação), a problematização, o ensino híbrido, entre
outras, como exemplos dessas metodologias e práticas.
421
Assim, é importante que sejam postas em prática metodologias ativas que coloquem o
aluno como protagonista do processo de aprendizagem, fazendo coisas, pensando e
conceituando o que fazem, interagindo com colegas e professores (MORAN, 2018), utilizando
situações de experiências que proporcionem sentido ao que está sendo aprendido. O professor
deve ser um mediador do conhecimento e ter disposição, compromisso, abertura e sensibilidade
e assumir também uma postura pedagógica voltada para a inter-relação entre o que se ensina e
o que se aprende.
Conforme mencionado anteriormente, as Metodologias Ativas de Ensino concebem o
estudante como agente protagonista da sua aprendizagem e o professor como um
mediador/facilitador dela. A aprendizagem ocorre de forma horizontal e o discente já não possui
o papel de mero receptor de informações/conteúdos, ao contrário, utiliza a sala de aula para
praticar as competências pessoais e profissionais exigidas atualmente: resiliência, foco em
resultados, espírito empreendedor, empatia, cooperação, autoconhecimento e agilidade em
tomadas de decisões.
Na sequência apresentam-se alguns exemplos dessas metodologias:
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Aprendizagem entre times (Team Based Learning – TBL): tem por finalidade a
divisão da turma em equipes, através de um aprendizado que privilegia o fazer em
conjunto para compartilhar ideias. Nela, os estudantes resolvem os desafios de
III
forma colaborativa, aprendendo uns com os outros, empenhando-se para formar o
pensamento crítico, que é construído por meio de discussões e reflexões entre os
grupos.
Gamificação: traz a ideia de trabalhar princípios utilizados nos jogos para criar 422
IV
engajamento e promover o protagonismo em diversos contextos.
Sala de aula invertida (Flipped classroom): tem como objetivo substituir a maioria
das aulas expositivas. Nesse modelo, o estudante tem acesso ao conteúdo de forma
V antecipada, através de vídeos, imagens e textos em diferentes formatos, fazendo
com que tenha um conhecimento prévio sobre o conteúdo a ser estudado e interaja
com os colegas para realizar projetos e resolver problemas.
Fonte: Adaptado de GAROFALO, 2018, online.
1
Competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, de modo a
favorecer o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de
contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. BNCC (2017, p. 266)
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Então, nos dias de hoje, entender a Matemática como algo implícito ou explícito em
diversos contextos, torna o indivíduo capaz de planejar e organizar diversas situações,
principalmente de seu entorno, associando a Matemática a diferentes culturas e ciências para
solucionar questões de caráter tecnológico e produtivo. Para tanto, fica claro que hoje o
aprendizado vai além do conteúdo do livro, de plataforma educacional ou de atividades
realizadas de forma isoladas. É preciso focar em interdisciplinaridade, novas formas de ensinar
e novas competências para alcançar os objetivos propostos por essa nova forma de fazer a
educação.
Diante disso, constata-se que o papel do professor não se limita ao ensino do cálculo,
mas de fazer o estudante descobrir o que está por trás das operações, inclusive das relações
existentes entre elas, ajudando-o a resolver situações práticas de seu cotidiano (não apenas
questões técnicas e de aplicabilidade de fórmulas) e tornando-o um sujeito matematicamente
letrado, capaz de usar as ideias matemáticas como forma de leitura de mundo. Como exemplo
de letramento matemático, pode-se citar o desenvolvimento de processos pessoais de resolução
(resolução de problemas), usando diferentes recursos, inclusive digitais, aprendendo através da
resolução dos desafios e da discussão com os colegas da turma e a estimulando a busca de
padrões (investigação) e da organização de textos, por meio de questionamentos. Por exemplo:
423
o que acontece com um número quando é multiplicado por 10, por 100 ou por 1000? E se for
um número decimal? Construção de modelos (modelagem) para resolver uma situação
matemática partindo de exemplos já conhecidos, ou ainda, o estudo de um tema significativo
com uma grande pergunta norteadora, cujo produto final (projeto) é feito com base nas
informações e conteúdos explorados.
Logo, é de suma importância um professor qualificado para o exercício da docência.
Isso só será possível através de formação inicial e continuada de qualidade, com enfoque na
real necessidade de refletir sobre novas metodologias de ensino as quais possibilitem aos
estudantes desenvolverem as competências impostas por uma nova sociedade. Para tal objetivo,
é necessário o desenvolvimento de ações concretas, voltadas ao fortalecimento da formação
continuada como espaço autônomo de busca, disseminação e compartilhamento de informações
e ideias, visando uma educação de qualidade e excelência.
A respeito das aprendizagens essenciais, vale destacar aqui que a BNCC (BRASIL,
2017) determina quais são, mas não define a forma e os métodos para sua obtenção. Essa
definição fica a critério da escola, dos professores e demais segmentos do sistema de educação
que, através de um currículo com o propósito de atender às novas demandas da sociedade, ajusta
e redireciona todo o processo de ensino e aprendizagem. E neste ponto é imprescindível que o
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
professor esteja bem formado e motivado para enfrentar os desafios desta nova forma de ensinar
Matemática, pois a BNCC (BRASIL, 2017) aponta mudanças específicas neste componente
curricular e propõe cinco unidades temáticas correlacionadas as quais orientam a formulação
de habilidades a serem desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental.
Então, para preparar os discentes de acordo com as competências determinadas pela
Base Nacional Comum Curricular, a qual almeja um cidadão colaborativo, autônomo e
protagonista, é preciso ter um currículo que dê ênfase à investigação e ao desenvolvimento de
projetos e esteja estruturado de forma a garantir os direitos de aprendizagens essenciais e as
habilidades relativas a essas aprendizagens. Pensando nisso, propõe-se seguir a orientação da
BNCC (BRASIL, 2017, p. 264-271), dividindo o ensino da Matemática em cinco unidades
temáticas e integradas entre si: Números, Álgebra, Geometria, Grandezas e Medidas, e
Probabilidade e Estatística.
Na unidade temática Números o objetivo é desenvolver o pensamento numérico, que
implica o conhecimento de maneiras de quantificar atributos de objetos e de julgar e interpretar
argumentos baseados em quantidades.
A unidade temática Álgebra objetiva desenvolver o pensamento algébrico, que é
essencial para utilizar modelos matemáticos na compreensão, representação e análise de
424
relações quantitativas de grandezas e, também, de situações e estruturas matemáticas, fazendo
uso de letras e outros símbolos.
Na unidade temática Geometria, o objetivo é desenvolver o pensamento geométrico,
necessário para investigar propriedades, fazer conjecturas e produzir argumentos geométricos
convincentes, para facilitar o estudo de posição e deslocamentos no espaço, das figuras
geométricas e das relações entre elementos de figuras planas e espaciais. Também envolve um
conjunto de conceitos e procedimentos para resolver problemas do mundo físico e de diferentes
áreas do conhecimento.
A unidade temática Grandezas e Medidas propõe o estudo das medidas e das relações
entre elas, favorecendo a integração da Matemática a outras áreas de conhecimento, como, por
exemplo, Ciências e Geografia, quantificando grandezas do mundo físico que são fundamentais
para a compreensão da realidade. Contribui ainda para a consolidação e ampliação da noção de
número, a aplicação de noções geométricas e a construção do pensamento algébrico.
Já a unidade temática Estatística e Probabilidade propõe a abordagem de conceitos,
fatos e procedimentos (coletar, organizar, representar, interpretar e analisar dados) presentes
em muitas situações-problema da vida cotidiana, das ciências e da tecnologia, em uma
variedade de contextos. São estudados a incerteza e o tratamento de dados e/ou informações.
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1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - A história da matemática (EF01MA-IP01) Relacionar a história da Matemática
na construção do conceito de número e sua importância
no contexto social.
- Contagem de rotina (EF01MA01IP) Utilizar números naturais como
- Contagem ascendente e indicador de quantidade ou de ordem em diferentes
descendente situações cotidianas e reconhecer situações em que os
- Reconhecimento de números no números não indicam contagem nem ordem, mas sim
contexto diário: indicação de código de identificação, tais como documentos pessoais,
quantidades, indicação de ordem códigos presentes em contas de água ou luz ou até
ou indicação de código para a mesmo códigos de barras em contas, entre outros
organização de informações presentes no contexto social rural e urbano do Ipojuca.
- Quantificação de elementos de (EF01MA02IP) Contar de maneira exata ou
uma coleção: estimativas, aproximada, utilizando diferentes estratégias como o
contagem um a um, pareamento pareamento (pares e ímpares) e outros agrupamentos ou
ou outros agrupamentos e reagrupamentos, com ou sem o uso de material
comparação manipulável como suporte, tais como parlendas,
poemas, brincadeiras diversas, recursos tecnológicos,
livros infantis, entre outros.
(EF01MA03IP) Estimar e comparar quantidades de
objetos de dois conjuntos (em torno de 20 elementos), 426
por estimativa e/ou por correspondência (um a um, dois
a dois) para indicar “tem mais”, “tem menos” ou “tem a
mesma quantidade”, com ou sem o uso de material
manipulável como suporte, tais como QVL, material
dourado, ábaco, entre outros.
- Leitura, escrita e comparação (EF01MA04IP) Contar, ordenar e agrupar a quantidade
de números naturais (até 100) de objetos de coleções até 100 unidades e apresentar o
- Reta numérica resultado por registros verbais e simbólicos, em
situações de seu interesse, como jogos, brincadeiras,
materiais da sala de aula, entre outros da cultura popular
local e regional.
(EF01MA05PE-IP) Comparar números naturais de até
duas ordens em situações cotidianas, com e sem suporte
da reta numérica, como também de materiais
manipuláveis diversos.
- Construção de fatos básicos da (EF01MA06PE-IP) Construir fatos básicos da adição
adição (utilizando-se de diversas estratégias de cálculos:
composição e decomposição por meio de adições;
procedimentos de contagem, diversas formas de
representação) e utilizá-los em procedimentos de cálculo
para resolver problemas.
- Composição e decomposição de (EF01MA07IP) Compor e decompor número de até
números naturais duas ordens por meio de diferentes adições, com o
suporte de material manipulável, contribuindo para a
compreensão de características do sistema de numeração
decimal e o desenvolvimento de estratégias de cálculo.
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2º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Leitura, escrita, comparação e (EF02MA01PE-IP) Ler, comparar e ordenar números
ordenação de números de até três naturais (até a ordem de centenas) pela compreensão de
ordens pela compreensão de características do sistema de numeração decimal (valor
características do sistema de posicional e função do zero) e de sua representação na
numeração decimal (valor reta numérica.
posicional e papel do zero) (EF02MA02IP) Fazer estimativas por meio de
estratégias diversas a respeito da quantidade de objetos
de coleções e registrar o resultado da contagem desses
objetos (até 1000 unidades), com ou sem o uso de
material manipulável como suporte, tais como QVL,
material dourado, ábaco, etc.
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3º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Leitura, escrita, comparação e (EF03MA-IP09) Reconhecer, utilizar e analisar os
ordenação de números naturais números naturais como indicador de quantidade ou de
de quatro ordens ordem em diferentes situações cotidianas.
(EF03MA-IP10) Reconhecer situações em que os
números não indicam contagem nem ordem, mas sim
código de identificação, utilizando-se de jogos,
exploração de situações-problema de contagem de
objetos do cotidiano, observação de documentos
pessoais e códigos presentes em contas de água, código
de barras, entre outros presentes no contexto social.
(EF03MA01IP) Ler, escrever e comparar números
naturais de até a ordem de unidade de milhar,
estabelecendo relações entre os registros numéricos e em 431
língua materna, reconhecendo números pares e ímpares,
com o apoio de materiais que auxiliem o entendimento
das diferentes formas de representação e ordem dos
números.
- Composição e decomposição de (EF03MA02PE-IP) Identificar características do
números naturais sistema de numeração decimal, utilizando a composição
e a decomposição de número natural de até quatro
ordens.
- Construção de fatos (EF03MA03PE-IP) Construir e utilizar fatos básicos da
fundamentais da adição, adição, subtração e da multiplicação (utilizando diversas
subtração e multiplicação estratégias de cálculos: composição e decomposição por
meio de adições e multiplicações, procedimentos de
contagem, diversas formas de representação, inclusive
com sinais de adição, multiplicação e igualdade) para o
cálculo mental ou escrito.
- Reta numérica (EF03MA04IP) Estabelecer a relação entre números
naturais e pontos da reta numérica para utilizá-la na
ordenação dos números naturais e também na construção
de fatos da adição e da subtração, relacionando-os com
deslocamentos para a direita ou para a esquerda
favorecendo assim, a construção de estratégias de
cálculo – mental ou escrito, exato ou aproximado.
- Procedimentos de cálculo (EF03MA05IP) Utilizar diferentes procedimentos de
(mental e escrito) com números cálculo mental e escrito (algoritmos convencionais ou
naturais: adição e subtração não convencionais) para resolver problemas
significativos envolvendo adição e subtração com
números naturais, com ou sem o suporte de calculadoras,
jogos e materiais didáticos variados.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Sistema de numeração decimal: (EF04MA01IP) Ler, escrever e ordenar números
leitura, escrita, comparação e naturais até a ordem de dezenas de milhar, com ou sem
ordenação de números naturais o apoio de materiais que auxiliem o entendimento das
de até cinco ordens diferentes formas de representação e ordem dos
números.
- Composição e decomposição de (EF04MA02IP) Mostrar, por decomposição e
um número natural de até cinco composição, que todo número natural pode ser escrito
ordens, por meio de adições e por meio de adições e multiplicações por potências de
multiplicações por potências de dez, para compreender o sistema de numeração decimal
10 e desenvolver estratégias de cálculo (por exemplo,
3256=3x1000+2x100+5x10+6), com ou sem o uso de
material manipulável como suporte.
- Propriedades das operações (EF04MA03IP) Resolver e elaborar situações-
para o desenvolvimento de problema com números naturais envolvendo adição e
diferentes estratégias de cálculo subtração, utilizando estratégias diversas, como cálculo
com números naturais mental e algoritmos, além de fazer estimativas e/ou
arredondamento do resultado.
(EF04MA04PE-IP) Utilizar as relações entre adição e
subtração, bem como entre multiplicação e divisão, para
ampliar as estratégias de cálculo.
(EF04MA05PE-IP) Utilizar as propriedades das
operações para desenvolver estratégias de cálculo.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
437
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Sistema de numeração decimal: (EF05MA01IP) Ler, escrever e ordenar números
leitura, escrita e ordenação de naturais (escritos em textos, gráficos e tabelas impressos
números naturais (de até seis em revistas, jornais ou até mesmo em mídias digitais) até
ordens) a ordem das centenas de milhar com compreensão das
principais características do sistema de numeração
decimal.
- Números racionais expressos na (EF05MA02PE-IP) Ler, escrever e ordenar números
forma decimal e sua racionais na forma decimal com compreensão das
representação na reta numérica principais características do sistema de numeração
decimal, utilizando, como recursos, a composição e
decomposição, o sistema monetário, reta numérica, entre
outros.
- Representação fracionária dos (EF05MA03IP) Identificar e representar frações
números racionais: (menores e maiores que a unidade), associando-as ao
reconhecimento, significados, resultado de uma divisão ou à ideia de parte de um todo
leitura e representação na reta (contínuo e discreto), utilizando diferentes recursos,
numérica inclusive a reta numérica.
- Comparação e ordenação de (EF05MAXPE-IP)Comparar e relacionar diferentes
números racionais na representações de uma mesma fração utilizando
representação decimal e na materiais manipuláveis no intuito de construir a noção
fracionária utilizando a noção de de fração equivalente.
equivalência (EF05MA04IP) Identificar frações equivalentes,
utilizando estratégias e recursos diversos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Sistema de numeração decimal: (EF06MA-IP15) Compreender o contexto histórico dos
características, leitura, escrita e números naturais e racionais, reconhecendo os números
comparação de números naturais racionais como uma extensão do sistema de numeração
e de números racionais decimal.
representados na forma decimal (EF06MA01IP) Reconhecer, comparar, ordenar, ler,
escrever e representar números naturais e números
racionais não negativos cuja representação decimal é
finita, fazendo uso, ou não, da reta numérica.
(EF06MA02PE-IP) Reconhecer o sistema de
numeração decimal, (dando ênfase a história da
Matemática) como o que prevaleceu no mundo ocidental
e destacar semelhanças e diferenças com outros 440
sistemas, de modo a sistematizar suas principais
características (base, valor posicional e função do zero),
utilizando, inclusive, a composição e decomposição de
números naturais e números racionais em sua
representação decimal.
- Operações (adição, subtração, (EF06MA03PE) Resolver e elaborar problemas,
multiplicação, divisão e extraídos de diferentes contextos, que envolvam
potenciação) com números cálculos (mentais ou escritos, exatos ou aproximados)
naturais com números naturais, e/ou expressões numéricas, por
meio de estratégias variadas, com compreensão dos
- Divisão euclidiana
processos neles envolvidos com ou sem uso de
calculadora.
- Fluxograma para determinar a (EF06MA-IP16A) Reconhecer um fluxograma a partir
paridade de um número natural da sua estrutura e de seus elementos.
(EF06MA-IP16B) Ler e interpretar um fluxograma,
reconhecendo seus benefícios para a compreensão de um
dado contexto.
(EF06MA04IP) Construir algoritmo em linguagem
natural e representá-lo por fluxograma que indique a
resolução de um problema simples (por exemplo, se um
número natural qualquer é par).
- Múltiplos e divisores de um (EF06MA05PE-IP) Identificar e classificar, números
número natural naturais em primos e compostos, estabelecendo relações
entre números, expressas pelos termos “é múltiplo de”,
- Números primos e compostos
“é divisor de”, “é fator de”, e estabelecer, por meio de
investigações, critérios de divisibilidade por 2, 3, 4, 5, 6,
8, 9, 10, 100 e 1000.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Múltiplos e divisores de um (EF07MA01IP) Resolver e elaborar situações-
número natural problema, de diversos contextos, com números naturais,
envolvendo as noções de divisor e de múltiplo, podendo
incluir máximo divisor comum ou mínimo múltiplo
comum, por meio de estratégias diversas, sem a
aplicação de algoritmos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
- Equivalência de expressões
(EF07MA16PE-IP) Reconhecer se duas expressões
algébricas: identificação da
algébricas obtidas para descrever a regularidade de uma
regularidade de uma sequência
mesma sequência numérica são ou não equivalentes.
numérica
- Problemas envolvendo (EF07MA17IP) Resolver e elaborar situações-
grandezas diretamente problema que envolvam variação de proporcionalidade
proporcionais e grandezas direta e de proporcionalidade inversa entre duas
inversamente proporcionais grandezas, utilizando sentença algébrica para expressar
a relação entre elas.
- Equações polinomiais do 1º grau (EF07MA18IP) Resolver e elaborar situações-
problema que possam ser representados por equações
polinomiais de 1º grau, redutíveis à forma ax + b = c,
fazendo uso das propriedades da igualdade.
Geometria - Transformações geométricas de (EF07MA19PE-IP) Realizar transformações de
polígonos no plano cartesiano: polígonos representados no plano cartesiano,
multiplicação das coordenadas decorrentes da multiplicação das coordenadas de seus
por um número inteiro e vértices por um número inteiro, verificando as
obtenção de simétricos em proporções entre os segmentos.
relação aos eixos e à origem (EF07MA20PE-IP) Reconhecer e representar, no plano
cartesiano, o simétrico de figuras em relação aos eixos e
à origem.
- Simetrias de translação, rotação (EF07MA21PE-IP) Reconhecer e construir figuras
e reflexão obtidas por simetrias de translação, rotação e reflexão,
usando instrumentos de desenho ou softwares de
geometria dinâmica e vincular esse estudo a
representações planas de obras de arte, elementos
arquitetônicos, entre outros.
- A circunferência como lugar (EF07MA22IP) Construir circunferências, utilizando 445
geométrico compasso e ou softwares, reconhecê-las como lugar
geométrico e utilizá-las para fazer composições
artísticas e resolver problemas que envolvam objetos
equidistantes.
(EF07MA-IP17) Diferenciar círculo e circunferência,
identificando seus elementos (corda, raio e diâmetro).
- Relações entre os ângulos (EF07MA23PE-IP) Verificar relações entre os ângulos
formados por retas paralelas formados por retas paralelas cortadas por uma
intersectadas por uma transversal, com e sem uso de softwares de geometria
transversal dinâmica.
- Triângulos: construção, (EF07MA24PE-IP) Construir triângulos, usando
condição de existência e soma das régua, compasso e/ou softwares, reconhecer a condição
medidas dos ângulos internos de existência do triângulo quanto à medida dos lados e
verificar que a soma das medidas dos ângulos internos
de um triângulo é 180°.
(EF07MA25PE-IP) Reconhecer a rigidez geométrica
dos triângulos e suas aplicações, como na construção de
estruturas arquitetônicas (telhados, estruturas metálicas
e outras) ou nas artes plásticas.
(EF07MA26PE-IP) Descrever, por escrito e por meio
de um fluxograma, um algoritmo para a construção de
um triângulo qualquer, conhecidas as medidas dos três
lados.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Notação científica (EF08MA01PE-IP) Identificar em diversos contextos
valores numéricos muito altos ou muito pequenos,
efetuar cálculos com potências de expoentes inteiros e
aplicar esse conhecimento na representação de números
em notação científica.
- Potenciação e radiciação (EF08MA02IP) Resolver e elaborar situações-
problema usando a relação entre potenciação e
radiciação para compreender a representação de uma raiz
como potência de expoente fracionário e vice-versa.
(EF08MAXPE-IP) Reconhecer a radiciação como
operação inversa da potenciação.
- O princípio multiplicativo da (EF08MA03IP) Resolver e elaborar situações-
contagem problema de contagem cuja resolução envolva a
aplicação do princípio multiplicativo.
- Porcentagens (EF08MA04IP) Resolver e elaborar situações-
problema, envolvendo cálculo de porcentagens,
incluindo, ou não, o uso de tecnologias digitais, em
contextos de situações cotidianas e educação financeira.
- Dízimas periódicas: fração (EF08MA05PE-IP) Reconhecer e utilizar
geratriz procedimentos para a obtenção de uma fração geratriz
para uma dízima periódica e vice-versa.
Álgebra - Valor numérico de expressões (EF08MA06IP) Resolver e elaborar situações-
algébricas problema que envolvam cálculo do valor numérico de 447
expressões algébricas, utilizando as propriedades das
operações e noções de fatoração e produtos notáveis.
- Associação de uma equação (EF08MA07PE-IP) Associar uma equação linear de 1º
linear de 1º grau a uma reta no grau com duas incógnitas a uma reta no plano cartesiano.
plano cartesiano (EF08MA-IP19) Representar algebricamente e
graficamente equações com duas incógnitas no plano
cartesiano, utilizando, ou não, softwares.
- Sistema de equações polinomiais (EF08MA08IP) Resolver e elaborar situações-
de 1º grau: resolução algébrica e problema relacionados ao seu contexto próximo, que
representação no plano possam ser representados por sistemas de equações de 1º
cartesiano grau com duas incógnitas e interpretá-los, utilizando,
inclusive, o plano cartesiano e tecnologias digitais como
recursos.
- Equação polinomial de 2º grau (EF08MA09IP) Resolver e elaborar, com e sem uso de
do tipo ax2 = b tecnologias, situações-problema que possam ser
representados por equações polinomiais de 2º grau do
tipo ax2 = b, utilizando, ou não, tecnologias digitais.
- Sequências recursivas e não (EF08MA10PE-IP) Identificar a regularidade de uma
recursivas sequência numérica ou figural não recursiva e construir
um algoritmo por meio de um fluxograma que permita
indicar os números ou as figuras seguintes.
(EF08MA11IP) Identificar a regularidade de uma
sequência numérica recursiva (ou recorrentes) e
construir um algoritmo por meio de um fluxograma que
permita indicar os números seguintes.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
9º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Números - Necessidade dos números reais (EF09MA01PE-IP) Reconhecer que, uma vez fixada
paramedir qualquer segmento de uma unidade de comprimento, existem segmentos de
reta reta cujo comprimento não é expresso por número
- Números irracionais: racional (como as medidas de diagonais de um polígono
reconhecimento e localização de regular e alturas de um triângulo quando se toma a
alguns na reta numérica medida de cada lado como unidade).
(EF09MA02PE-IP) Reconhecer um número irracional
como um número real cuja representação decimal é
infinita e não periódica, e estimar a localização de alguns
deles na reta numérica.
- Potências com expoentes (EF09MA03PE-IP) Efetuar cálculos com números
negativos e fracionários reais, inclusive potências com expoentes negativos e
fracionários e com as operações inversas.
- Números reais: notação (EF09MA04IP) Resolver e elaborar situações-
científica e problemas problema com números reais, inclusive em notação
científica, envolvendo diferentes operações e utilizando
tecnologias educacionais com vistas a aplicação nas
ciências da natureza.
- Porcentagens: problemas que (EF09MA05IP) Resolver e elaborar situações-
envolvem cálculo de percentuais problema que envolvam porcentagens, com a ideia de
sucessivos aplicação de percentuais sucessivos e a determinação
das taxas percentuais, preferencialmente com o uso de
tecnologias digitais, inclusive, no contexto da educação
financeira.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1
Os termos Letramento Científico e Alfabetização Científica diferem entre vários pesquisadores e áreas de
conhecimento, pois surge da expressão scientific literacy e “estabelece vínculos entre ciência, leitura e escrita,
colocando as três em um mesmo patamar de imprescindibilidade” (TEIXEIRA, 2013, p. 801). Sendo assim, o
município do Ipojuca entende essa polissemia de forma ampla dentro do processo de escolarização quando se
refere ao Ensino de Ciências. Portanto, entende-se que tais conceitos podem ser empregados a partir de diversas
vivências pedagógicas no chão da escola de acordo com as particularidades locais “à luz de objetivos educacionais
mais amplos que o aprendizado de ciências per si (conhecimentos e procedimentos)” (TEIXEIRA, 2013, p. 806)
com fulcro na Investigação Científica.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
2
“Quefazer é um conceito que faz parte do universo freiriano e, do mesmo modo que boniteza e dodiscência,
nasce da busca de o autor ser coerente em expressar-se. Realidade, pensamento e linguagem trazem o quefazer
como unidade teoria-prática que se efetivam por seres de reflexão-ação, humanizados, críticos e transformadores”
(ARAÚJO, 2015, p. 37-38).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
459
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6.2 CIÊNCIAS
Durante um bom período, a partir da metade do século XX, o ensino de ciências era
orientado por procedimentos próprios do método científico, como a observação e a
experimentação, na “descoberta” de fenômenos naturais. Porém, assim como a BNCC, avança-
se e defende-se a Investigação Científica como uma abordagem didática para formação humana
integral, pois esta não está relacionada a estratégias que caracterizam um ensino por
descobertas, mas às ações e às práticas concretas que ocorrem em diversos espaços,
possibilitando, assim, “[...] o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao
longo da história [...]” (BRASIL, 2017, p. 321), potencializando o desenvolvimento do
letramento científico.
Portanto, transitar pela ciência, por meio da investigação, é preparar o sujeito para
interagir em diversos ambientes, tendo como base a alfabetização e o letramento científico que
verse sobre a capacidade de um indivíduo interpretar, compreender e formular ideias científicas
em uma variedade de contextos – inclusive os cotidianos, fazendo uso de habilidades
experimentais, investigativas e propositivas (PERNAMBUCO, 2018, p. 94).
O processo investigativo, proposto na BNCC, é apresentado como sendo um elemento
461
central que considera as diversas vivências e assegura aos estudantes o acesso à diversidade de
conhecimentos científicos e à própria ciência “para além” de conteúdos puramente conceituais
e desarticulados. Por isso, é importante destacar, assim como em Azevedo (2004, p. 21), que
“[...] a aprendizagem de procedimentos e atitudes se torna, dentro do processo de aprendizagem,
tão importante quanto a aprendizagem de conceitos e/ ou conteúdos”.
Diante do exposto, propõe-se um ensino de ciências investigativo em Ipojuca,
compromissado com o desenvolvimento do letramento científico, por acreditar que ele traz o
conhecimento científico “[...] para mais perto do universo cognitivo não só do estudante, mas
do próprio homem, que antes de conhecer cientificamente, constrói historicamente o que
conhece” (CASTRO, 2016, p. 30).
Desse modo, o ensino de Ciências não se resume na apresentação de conceitos
científicos, como em muitos livros didáticos, em geral, fora do alcance da compreensão dos
alunos. É importante, em todo caso, dar uma atenção especial ao letramento científico para que
o componente curricular Ciências não seja um compêndio de conceituações sem significados
para os estudantes.
Sendo assim, compreende-se que o papel dos educadores é extremamente importante
para o ensinar ciências, para a formação integral do indivíduo e para o desenvolvimento do
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Nos anos iniciais, os estudantes já se envolvem com uma série de objetos, materiais e
fenômenos em sua vivência diária e na relação com o entorno. Tais experiências são o ponto de
partida para possibilitar a construção das primeiras noções sobre os materiais, seus usos e suas
propriedades, bem como sobre suas interações com luz, som, calor, eletricidade e umidade,
entre outros elementos. Além de prever a construção coletiva de propostas de reciclagem e
reutilização de materiais, estimula-se, ainda, a construção de hábitos saudáveis e sustentáveis
por meio da discussão acerca dos riscos associados à integridade física e à qualidade auditiva e
visual. Espera-se, também, que os alunos possam reconhecer a importância, por exemplo, da
água, em seus diferentes estados, para a agricultura, o clima, a conservação do solo, a geração
de energia elétrica, a qualidade do ar atmosférico e o equilíbrio dos ecossistemas (BRASIL,
2017).
Por sua vez, nos anos finais, a ampliação da relação dos estudantes com o ambiente
possibilita que se estenda a exploração dos fenômenos relacionados aos materiais e à energia
ao âmbito do sistema produtivo e ao seu impacto na qualidade ambiental. Assim, o
aprofundamento da temática desta unidade, que envolve inclusive a construção de modelos
explicativos, deve possibilitar aos estudantes fundamentar-se no conhecimento científico para,
por exemplo, avaliar vantagens e desvantagens da produção de produtos sintéticos a partir de
464
recursos naturais, da produção e do uso de determinados combustíveis, bem como da produção,
da transformação e da propagação de diferentes tipos de energia e do funcionamento de
artefatos e equipamentos que possibilitam novas formas de interação com o ambiente,
estimulando tanto a reflexão para hábitos mais sustentáveis no uso dos recursos naturais e
científico-tecnológicos quanto para produção de novas tecnologias e o desenvolvimento de
ações coletivas de aproveitamento responsável dos recursos (BRASIL, 2017).
Vida e evolução propõe o estudo de questões relacionadas aos seres vivos (incluindo
os seres humanos), suas características e necessidades, e à vida como fenômeno natural e social,
aos elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão dos processos evolutivos que
geram a diversidade de formas de vida no planeta e ainda as interações dos ecossistemas e
interações que os seres humanos estabelecem entre si e demais seres vivos e não vivos do
ambiente, visando à preservação da biodiversidade e como ela se distribui nos principais
ecossistemas brasileiros.
Nos anos iniciais, as características dos seres vivos são trabalhadas a partir das ideias,
representações, disposições emocionais e afetivas que os alunos trazem para a escola. Esses
saberes dos alunos vão sendo organizados a partir de observações orientadas, com ênfase na
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
compreensão dos seres vivos do entorno, como também dos elos nutricionais que se
estabelecem entre eles no ambiente natural (BRASIL, 2017).
Nos anos finais, a partir do reconhecimento das relações que ocorrem na natureza,
evidencia-se a participação do ser humano nas cadeias alimentares e como elemento
modificador do ambiente, seja evidenciando maneiras mais eficientes de usar os recursos
naturais sem desperdícios, seja discutindo as implicações do consumo excessivo e descarte
inadequado dos resíduos. Contempla-se, também, o incentivo à proposição e adoção de
alternativas individuais e coletivas, ancoradas na aplicação do conhecimento científico, que
concorram para a sustentabilidade socioambiental. Assim, busca-se promover e incentivar uma
convivência em maior sintonia com o ambiente, por meio do uso inteligente e responsável dos
recursos naturais, para que estes se recomponham no presente e se mantenham no futuro
(BRASIL, 2017).
Outro foco dessa unidade é a percepção de que o corpo humano é um todo dinâmico e
articulado, e que a manutenção e o funcionamento harmonioso desse conjunto dependem da
integração entre as funções específicas desempenhadas pelos diferentes sistemas que o
compõem. Além disso, destacam-se aspectos relativos à saúde, compreendida, não somente,
como um estado de equilíbrio dinâmico do corpo, mas como um bem da coletividade, abrindo
465
espaço para discutir o que é preciso para promover a saúde individual e coletiva, inclusive no
âmbito das políticas públicas.
Pretende-se que os estudantes, ao terminarem o Ensino Fundamental, estejam aptos a
compreenderem a organização e o funcionamento de seu corpo, assim como a interpretar as
modificações físicas e emocionais que acompanham a adolescência e a reconhecer o impacto
que elas podem ter na autoestima e na segurança de seu próprio corpo. É também fundamental
que tenham condições de assumir o protagonismo na escolha de posicionamentos que
representem autocuidado com seu corpo e respeito com o corpo do outro, na perspectiva do
cuidado integral à saúde física, mental, sexual e reprodutiva (BRASIL, 2017).
Terra e Universo busca a compreensão de características da Terra, do Sol, da Lua e de
outros corpos celestes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que
atuam entre eles. Além disso, estuda as diversas formas culturais que se desenvolveram ao
longo da história da humanidade e suas implicações na relação homem-natureza.
Os estudantes dos anos iniciais se interessam com facilidade pelos objetos celestes,
muito por conta da exploração e valorização desta temática pelos meios de comunicação,
brinquedos, desenhos animados e livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda mais
a curiosidade das crianças pelos fenômenos naturais e desenvolver o pensamento espacial a
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
partir das experiências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos a elas relacionados. A
sistematização dessas observações e o uso adequado dos sistemas de referência permitem a
identificação de fenômenos e regularidades que deram à humanidade, em diferentes culturas,
maior autonomia na regulação da agricultura, na conquista de novos espaços, na construção de
calendários etc. (BRASIL, 2017).
Nos anos finais, há uma ênfase no estudo de solo, ciclos biogeoquímicos, esferas
terrestres e interior do planeta, clima e seus efeitos sobre a vida na Terra, no intuito de que os
estudantes possam desenvolver uma visão mais sistêmica do planeta com base em princípios
de sustentabilidade socioambiental. Além disso, o conhecimento espacial é ampliado e
aprofundado por meio da articulação entre os conhecimentos e as experiências de observação
vivenciadas nos anos iniciais, por um lado, e os modelos explicativos desenvolvidos pela
ciência, por outro. Dessa forma, privilegia-se, com base em modelos, a explicação de vários
fenômenos, envolvendo os astros Terra, Lua e Sol, de modo a fundamentar a compreensão da
controvérsia histórica entre as visões geocêntrica e heliocêntrica (BRASIL, 2017).
As unidades temáticas estão estruturadas em um conjunto de habilidades cuja
complexidade cresce progressivamente ao longo dos anos do ensino fundamental. Essas
habilidades mobilizam conhecimentos conceituais, linguagens e alguns dos principais
466
processos, práticas e procedimentos de letramento e investigação envolvidos na dinâmica da
construção de conhecimentos na ciência.
Por fim, as quatro unidades temáticas devem ser consideradas sob a perspectiva da
continuidade das aprendizagens e da integração com seus objetos de conhecimento ao longo
dos anos de escolarização. Portanto, é primordial que elas não se desenvolvam isoladamente,
mas integralizadas, de forma que despertem, sempre, nos estudantes o interesse em pesquisas e
investigações, por levar em consideração que a criança, o adolescente, o jovem, o adulto e o
idoso vivenciam processos de aprendizagem real.
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1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Características dos (EF01CI01AIP) Identificar, nomear e comparar características
Energia materiais de diferentes materiais presentes em objetos de uso cotidiano,
discutindo sua origem, os modos como são descartados no
- Noções de ambiente e como podem ser usados, reutilizados e reciclados de
sustentabilidade forma mais consciente e sustentável na cidade e no campo.
(EF01CI01BIP) Investigar, por meio dos órgãos dos sentidos, as
características dos materiais (cor, odor, textura, forma, entre
outros) e sua composição, percebendo suas capacidades de
transformação (natural ou produzida pelo homem).
(EF01CI01CIP) Reconhecer e discutir o uso dos principais
materiais (objetos) presentes no cotidiano doméstico e escolar,
enfatizando os aspectos de sua viabilidade no que se refere ao
melhoria do bem-estar humano e ao desenvolvimento
sustentável.
(EF01CI-IP01) Reconhecer o sol, a água e o vento como fontes
de energia, investigando e representando por meio de diferentes
linguagens (fotografia, desenhos etc.) a importância dessas
energias para a manutenção da vida na terra (plantas, animais e
do próprio homem) e na produção de materiais (refrigerantes,
produto de higiene, remédios etc).
Vida e - Corpo humano (EF01CI02IP) Localizar, nomear e representar por meio das 467
Evolução múltiplas linguagens (desenhos, fotografia, gestos, brincadeiras,
- Respeito à dança, música, esculturas, entre outras) partes do corpo humano
diversidade e explicar suas funções, valorizando hábitos de cuidados com o
próprio corpo em situações do cotidiano, fazendo-se respeitar e
respeitando o outro.
(EF01CI03IP) Identificar dentre os próprios hábitos cotidianos
aqueles relacionados à higiene do corpo (lavar as mãos antes de
comer, escovar os dentes, limpar os olhos, o nariz e as orelhas
etc.) e discutir sua importância na prevenção da saúde individual
e coletiva, construindo sua autonomia no cuidado consigo mesmo
e com o seu corpo, respeitando os hábitos culturais das
comunidades do ipojuca e as condições sóciais de cada indivíduo.
(EF01CI04IP) Identificar e comparar, por meio de observações,
características físicas entre os colegas, de modo a constatar a
diversidade, reconhecendo a importância da valorização, do
acolhimento e do respeito a essas diferenças, como formas de
elevar a autoestima e construir a própria identidade.
Terra e - Escalas de tempo (EF01CI05IP) Identificar, nomear e utilizar diferentes escalas de
Universo tempo: os períodos diários (manhã, tarde, noite) e a sucessão de
- Relação entre a dias, semanas, meses e anos, reconhecendo as formas como
sucessão dos dias e o foram interpretadas e representadas em diferentes épocas e
ritmo das atividades diferentes culturas.
dos seres vivos (EF01CI06IP) Estabelecer relações entre a sucessão de dias e
noites e o ciclo de vida e as atividades diárias dos seres vivos,
inclusive os seres humanos, observando exemplos do seu
cotidiano e da sua realidade local.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
2º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Propriedades e (EF02CI01AIP) Identificar de que materiais (metais, madeira,
Energia usos dos materiais vidro etc.) são feitos os objetos que fazem parte da vida cotidiana,
como esses objetos são utilizados e com quais materiais eram
- Prevenção de produzidos no passado, ressaltando e se apropriando da cultura
acidentes domésticos local.
(EF02CI01BIP) Discutir os cuidados no manuseio de alguns
materiais e objetos para a prevenção de acidentes e cuidados
ambientais, reconhecendo signos e símbolos usados para
identificar perigos e atenção.
(EF02CI02AIP) Propor o uso de diferentes materiais para a
construção de objetos de uso cotidiano, tendo em vista algumas
propriedades desses materiais (flexibilidade, dureza, transparência
etc.), seu destino final após o uso e formas de descarte,
considerando o impacto socioambiental dessas propostas.
(EF02CI02BIP) Identificar, no processo produtivo, as tecnologias
utilizadas que contribuem para minimizar os problemas ambientais
(filtros nas chaminés de fábricas, catalisadores nos escapamentos
de automóveis, uso de energia limpa, reciclagem, uso de produtos
biodegradáveis entre outros), reconhecendo os seus benefícios.
(EF02CI03APE-IP) Conhecer noções de matéria e energia e
aplicá-las a situações cotidianas.
(EF02CI03BIP) Discutir os cuidados necessários à prevenção de
acidentes domésticos (objetos cortantes e inflamáveis, eletricidade,
produtos de limpeza, medicamentos, etc.) necessários à 468
manutenção da integridade humana, reconhecendo atitudes de
segurança em relação às situações de risco no meio em que vive.
(EF02CI03CPE-IP) Identificar e listar situações de riscos
presentes no cotidiano e descrever atitudes de prevenção e noções
de primeiros socorros em caso de acidentes domésticos.
Vida e - Seres vivos no (EF02CI04IP) Selecionar e listar plantas e animais que fazem
Evolução ambiente parte de seu cotidiano, descrevendo e comparando suas principais
características (tamanho, forma, cor, fase da vida, local onde se
- Plantas desenvolvem etc.) em diferentes linguagens e mídias, inclusive a
digital, e relacionando-as ao ambiente em que vivem.
(EF02CI05IP) Investigar e reconhecer a importância da água e da
luz para a manutenção da vida de plantas do bioma local e dos
ecossistemas em geral.
(EF02CI06AIP) Identificar com base na observação as principais
partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função
desempenhada por cada uma delas considerando a cultura local e a
relação com os elementos da natureza.
(EF02CI06BIP) Analisar as relações entre as plantas, o ambiente
e os demais seres vivos, reconhecendo o saber popular de
diferentes regiões no uso das plantas de forma responsável tanto
para fins culinários, quanto medicinais.
Terra e - Movimento (EF02CI07AIP) Identificar, registrar e descrever (em diferentes
Universo aparente do Sol no linguagens e mídias) as posições do sol no céu, utilizando como
céu referência a sombra projetada pelos objetos ao longo do dia e
correlacionando-as a diferentes referenciais, tais como a marcação
- O Sol como fonte do tempo e a paisagem local (horizonte, casas/edifícios, o próprio
de luz e calor corpo etc.).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
3º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Produção de som (EF03CI01AIP) Reconhecer as propriedades e características do
Energia som e suas variações.
- Efeitos da luz nos (EF03CI01BIP) Produzir e identificar diferentes sons a partir da
materiais vibração de diversos objetos, observando as variáveis que influem
nesse fenômeno, reconhecendo sua utilidade no funcionamento de
instrumentos musicais da cultura local, regional e global.
- Saúde auditiva e
visual (EF03CI01CPE-IP) Identificar diferentes meios que influem no
fenômeno da propagação do som, tais como: líquidos, sólidos e
gasosos.
(EF03CI02PE-IP) Perceber, experimentar e relatar como acontece 469
a incidência da luz (natural e artificial) sobre os objetos
transparentes (copos, janelas de vidro, lentes, prismas, água etc.), no
contato com superfícies polidas (espelhos) e na intersecção com
objetos opacos (paredes, pratos, pessoas e outros objetos de uso
cotidiano).
(EF03CI03AIP) Associar os processos de audição e fonação
humana aos princípios físicos que envolvem as ondas sonoras,
utilizando diversos materiais de fácil acessibilidade e compreensão.
(EF03CI03BPE-IP) Associar o processo da visão humana aos
princípios físicos da luz e da formação de imagens.
(EF03CI03CPE-IP) Identificar os principais sintomas, formas de
prevenção e tratamento para patologias que acometem os órgãos da
visão, fonação e audição.
(EF03CI03DPE-IP) Discutir e descrever hábitos necessários para
a manutenção da saúde auditiva, visual e da voz, considerando as
condições do ambiente em termos de som e de luz.
(EF03CI03EPE-IP) Reconhecer os principais indicadores para
qualidade de vida no que se refere à poluição visual e sonora e
discutir sobre os riscos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos.
Vida e - Características e (EF03CI04IP) Identificar características sobre o modo de vida
Evolução desenvolvimento dos (hábitos alimentares, reprodução, locomoção, entre outros) dos
animais animais do seu cotidiano comparando-os aos de outros ambientes,
representando essas características em diferentes linguagens,
inclusive por meio de desenhos, recortes, modelagem e outras
formas de expressão.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
4º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Misturas (EF04CI01PE-IP) Identificar e realizar misturas com base em
Energia suas propriedades físicas observáveis da matéria, reconhecendo sua
- Transformações composição a partir de situações cotidianas.
reversíveis e não (EF04CI02IP) Investigar as transformações que ocorrem nos
reversíveis materiais do dia a dia quando expostos a diferentes condições
(aquecimento, resfriamento, luz e umidade), registrando as
- Água evidências observadas em experimentos e diferenciando os
resultados obtidos.
(EF04CI03AIP) Conhecer os estados físicos e as propriedades da
água, identificando-os em situações do cotidiano.
(EF04CI03BIP) Investigar a disponibilidade de água no planeta,
relacionando a sua importância para a vida na Terra.
(EF04CI03CIP) Identificar as principais fontes de poluição da
água e reconhecer procedimentos de preservação deste recurso na
natureza.
(EF04CI03DIP) Compreender e investigar as mudanças causadas 471
por aquecimento ou resfriamento que são reversíveis (como as
mudanças de estado físico da água) e outras não (como o
cozimento do ovo, a queima do papel etc.), reconhecendo a
existência destes fenômenos no cotidiano.
Vida e - Cadeias (EF04CI04AIP) Identificar, classificar e diferenciar os seres vivos
Evolução alimentares simples em autótrofos e heterótrofos.
(EF04CI04BIP) Conhecer, analisar e construir modelos de
- Noções sobre cadeias alimentares simples, reconhecendo a posição ocupada
Célula pelos seres vivos (decompositores, produtores e consumidores)
nessas cadeias e o papel do Sol como fonte primária de energia na
- Microrganismos produção de alimentos, comparando cadeias alimentares do bioma
local com as de outros biomas e compreender que a interferência
humana nas cadeias alimentares pode levar ao desequilibrio
ambiental.
(EF04CI05IP) Descrever e destacar semelhanças e diferenças
entre o ciclo da matéria e o fluxo de energia entre os componentes
vivos e não vivos de um ecossistema, destacando os efeitos da
interação da comunidade local com o ecossistema em que vive e
propondo formas de promover o desenvolvimento da consciência
ambiental e de atitudes sustentáveis.
(EF04CI06AIP) Reconhecer os decompositores como organismos
fundamentais para a realização da ciclagem dos nutrientes,
compreendendo os diversos fatores que interferem no processo de
decomposição, tais como a temperatura, a umidade e o oxigênio.
(EF04CI06BIP) Relacionar a ação das bactérias e fungos com o
processo de decomposição, evidenciando sua importância nos
processos de equilíbrio dinâmico do planeta.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Noções das (EF05CI01AIP) Explorar fenômenos da vida cotidiana que
Energia propriedades físicas evidenciem noções das propriedades físicas dos materiais, como
dos materiais densidade, condutibilidade térmica e elétrica, respostas a forças
magnéticas (imãs), solubilidade, respostas a forças mecânicas
- Ciclo hidrológico (dureza, elasticidade, dentre outras).
(EF05CI01BIP) Identificar e relatar o uso de materiais em objetos
- Consumo mais utilizados no cotidiano e associar as escolhas desses materiais
consciente às suas propriedades para o fim desejado como, por exemplo, a
condutibilidade elétrica em fiações, a dureza de determinados
- Reciclagem materiais em aplicações na infraestrutura de casas ou construção
de instrumentos de trabalho no campo, na indústria, dentre outras.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Misturas (EF06CI01AIP) Conhecer Identificar e classificar um sistema
Energia homogêneas e (substância pura e misturas homogêneas e heterogêneas),
heterogêneas comparando e demonstrando suas fases e aspectos nas misturas
constituídas por dois ou mais componentes (água e sal; água e óleo;
- Separação de água e areia etc.).
materiais (EF06CI01BIP) Reconhecer os principais métodos utilizados na
separação de misturas, e os possíveis prejuízos ambientais
- Materiais sintéticos causados pelos resíduos oriundos da separação das misturas nos
processos produtivos locais.
- Transformações
(EF06CI01CPE) Entender e listar os impactos positivos da
químicas
utilização das técnicas de separação de misturas no tratamento da
água e suas aplicações no dia a dia.
(EF06CI02AIP) Compreender e diferenciar os processos de
transformações físicas e químicas, a partir do resultado de misturas
de materiais, discutindo sua aplicabilidade e influência na atividade
humana e no meio ambiente. 475
(EF06CI02BIP) Observar, identificar e registrar evidências de
transformações químicas a partir do resultado de misturas de
materiais que originam produtos diferentes (alteração da
composição do material) dos que foram misturados (mistura de
ingredientes para fazer um bolo, mistura de vinagre com
bicarbonato de sódio etc.).
(EF06CI03IP) Identificar processos de separação de materiais
selecionando os métodos mais adequados para a separação de
diferentes sistemas heterogêneos, relacionando sistemas produtivos
locais ou regionais que utilizem a separação de materiais no seu
processo, e seus impactos socioambientais de forma a propor ações
individuais e/ou coletivas que promovam a consciência ambiental
e um modo de vida sustentável.
(EF06CI04AIP) Compreender o conceito de materiais sintéticos,
reconhecendo a sua importância e presença no cotidiano.
(EF06CI04BIP) Identificar, discutir e associar a produção de
medicamentos e outros materiais sintéticos ao desenvolvimento
científico e tecnológico, reconhecendo benefícios, os riscos à saúde
e avaliando impactos socioambientais.
(EF06CI04CIP) Compreender as consequências da
automedicação, dependência química e uso de drogas no corpo
humano.
Vida e - Célula como (EF06CI05IP) Identificar, reconhecer e explicar a organização
Evolução unidade da vida básica das células e seu papel como unidade estrutural e funcional
dos seres vivos, destacando diferenças existentes entre a célula
animal e a vegetal, na perspectiva da teoria evolutiva.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7º ANO
UNIDADES OBJETOS DE HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Máquinas simples (EF07CI-IP04) Conhecer como as máquinas simples fizeram parte
Energia do cotidiano humano em diferentes períodos históricos, incluindo
- Formas de o desenvolvimento industrial ipojucano, e argumentar sobre como
propagação do calor seu uso mudou a sociedade.
(EF07CI01AIP) Discutir a aplicação das máquinas simples
- Equilíbrio (martelo, tesoura, uma alavanca, roldana, plano inclinado entre
termodinâmico e outras) e propor soluções a partir da investigação para a realização
vida na Terra de tarefas mecânicas cotidianas nos setores rural e urbano.
(EF07CI01BPE-IP) Reconhecer o funcionamento mecânico e
- História dos elétrico de alguns brinquedos, fazendo uso dos princípios da
combustíveis e das robótica.
máquinas térmicas (EF07CI01CPE-IP) Explicar o funcionamento de máquinas
simples, tais como as alavancas, as roldanas ou polias e a roda
denteada, bem como suas aplicabilidades na realização de um
trabalho.
(EF07CI02AIP) Conceituar, compreender e diferenciar
temperatura, calor e sensação térmica nas diferentes situações de
equilíbrio termodinâmico em situações cotidianas, e diversos
contextos, analisando os impactos desses fenômenos naturais
correlacionando com a grandeza física DE temperatura e suas
unidades de medida.
(EF07CI02BIP) Compreender as unidades de medidas de
temperatura e suas relações.
(EF07CI02CPE-IP) Investigar e reconhecer os diferentes 477
mecanismos de troca de calor presentes no cotidiano.
(EF07CI03APE-IP) Compreender como acontecem as trocas de
calor envolvidas em fenômenos naturais e nos processos
tecnológicos.
(EF07CI03BIP) Analisar gráficos de variação de temperatura, de
quantidade de calor transferido, de dilatação e outros, que
envolvam processos de troca de calor entre corpos/substâncias
de modo a observar alterações no estado físico da matéria do
corpo/substância.
(EF07CI03CPE-IP) Diferenciar condutores e isolantes térmicos
de acordo com sua aplicabilidade e eficiência em equipamentos
(garrafa térmica, coletor solar etc.) em situações do cotidiano.
(EF07CI03DPE-IP) Utilizar o conhecimento das formas de
propagação do calor para justificar a utilização de determinados
materiais (condutores e isolantes) na vida cotidiana, explicar o
princípio de funcionalidade de alguns equipamentos (garrafa
térmica, coletor solar etc.) e/ou construir soluções tecnológicas a
partir desse conhecimento.
(EF07CI04APE-IP) Compreender o processo de transferência de
calor entre corpos de diferentes temperaturas, exemplificando
equilíbrio térmico.
(EF07CI04BIP) Avaliar o papel do equilíbrio termodinâmico para
a manutenção da vida na Terra, identificando as características
ambientais necessárias para que a vida ocorra e propor a construção
de modelos representativos, em diferentes mídias e formas de
expressão, nos quais sejam identificadas as condições necessárias
para a manutenção do equilíbrio ambiental.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Fontes e tipos de (EF08CI01APE-IP) Entender as diferenças entre recursos
Energia energia renováveis e não renováveis.
(EF08CI01BIP) Conhecer e identificar as diversas fontes de
- Transformação de energia existentes no planeta e as principais características das
energia diversas matrizes energéticas empregadas no mundo, como o
petróleo, o gás natural, o carvão mineral, biocombustível e a energia
- Cálculo de consumo elétrica oriunda das suas diversas possibilidades de obtenção
de energia elétrica (hidrelétricas, termelétricas, solar, eólica, termonucleares,
geotérmicas e biomassa etc.).
- Circuitos elétricos (EF08CI01CPE-IP) Conhecer as vantagens e desvantagens, em
relação a cada forma de obtenção de energia elétrica, e os impactos
- Uso consciente de socioambientais causados, destacando o consumo consciente.
energia elétrica (EF08CI01DPE-IP) Compreender a importância dos ciclos
biogeoquímicos bem como suas relações com as matrizes
energéticas.
480
(EF08CI02AIP) Conhecer e identificar elementos essenciais
utilizados na construção de um circuito elétrico, reconhecendo
medidas básicas de segurança ao lidar com eletricidade.
(EF08CI02BPE-IP) Conhecer circuitos elétricos simples e
paralelo, descrevendo o que é necessário para que a corrente
elétrica se estabeleça em um circuito.
(EF08CI02CIP) Compreender como funcionam e construir os
circuitos elétricos com pilha/bateria, fios e lâmpada e/ou outros
dispositivos, a fim de compará-los a circuitos elétricos residenciais,
determinando assim o sentido e intensidade da corrente elétrica.
(EF08CI03APE-IP) Compreender os processos de transformações
de energia (da energia elétrica para a térmica, luminosa, sonora e
mecânica, por exemplo) e os principais dispositivos elétrico-
eletrônicos utilizados em residências, evidenciando os devidos
cuidados que se deve ter para evitar acidente.
(EF08CI03BPE-IP) Classificar, de acordo com o tipo de
transformação de energia, os equipamentos elétrico-eletrônicos
residenciais e listar medidas que orientem o consumo consciente e
sustentável de energia.
(EF08CI04APE-IP) Compreender a grandeza potência elétrica
através da descrição do fabricante de um objeto elétrico-eletrônico
de uso cotidiano, relacionando-o com o seu consumo de energia
elétrica, para uma melhor avaliação do referido equipamento.
(EF08CI04BPE-IP) Interpretar dados de potência exibido pelo
próprio fabricante de um determinado equipamento elétrico, no que
se refere ao consumo desse objeto, relacionando-se ao tempo médio
de utilização, para uma posterior avaliação através de cálculos, e
análise do consumo de energia doméstico mensal.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
9º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Matéria e - Aspectos (EF09CI01APE-IP) Conceituar matéria, identificando sua
Energia quantitativos das composição, características e propriedades.
transformações (EF09CI01BPE-IP) Investigar as mudanças de estado físico da
químicas matéria, explicando essas transformações, seus fundamentos e
efeitos relacionados, com base no modelo de constituição
- Estrutura da submicroscópica (estrutura atômica) e suas relações com a energia
matéria radiante.
(EF09CI02APE-IP) Diferenciar os diversos tipos de
- Tabela periódica transformação da matéria, sabendo classificá-las adequadamente
em: físicas e químicas, com base em seus conteúdos energéticos
- Ligações e Reações mecânicos, (endotérmicos e exotérmicos).
Químicas (EF09CI02BIP) Identificar e caracterizar os diversos grupos de
substâncias químicas (ácido, básico, sais, óxido) dos materiais,
- Radiações e suas relacionando-os aos elementos químicos, respaldados nos
aplicações na Saúde conhecimentos atômico/molecular e suas aplicações no
cotidiano.
- Ciência e (EF09CI02CIP) Identificar e comparar quantidades de reagentes e
Tecnologia produtos envolvidos em transformações químicas do cotidiano e
em geral, estabelecendo a proporção entre as suas massas
utilizando atividades investigativas experimentais para e 483
representar substâncias simples e compostas e explorar símbolos,
fórmulas e equações, com ênfase na proporção de massas.
(EF09CI02DPE-IP) Desenvolver a percepção da lógica do
balanceamento dos coeficientes de uma equação química, pelo
método das tentativas e algébrico, a fim de permitir a compreensão
nos cálculos químicos (estequiométricos).
(EF09CI03APE-IP) Compreender a evolução das teorias atômicas
e suas contribuições para os avanços científicos e tecnológicos.
(EF09CI03BPE-IP) Identificar e compreender os modelos
atômicos, levando em consideração os contextos históricos, a
evolução das suas teorias científicas (atômicas), bem como suas
contribuições para o avanço tecnológico.
(EF09CI03CIP) Compreender que os elementos químicos estão
organizados na tabela periódica de acordo com suas características
e propriedades relacionando-os com a manutenção da vida, com o
mundo natural e tecnológico.
(EF09CI03DIP) Comparar as ligações químicas (iônica, covalente
e metálica) que explicam a união entre os átomos e reconhecer a
presença e a importância das substâncias iônicas, covalentes e
metálicas na natureza e no cotidiano.
(EF09CI04AIP) Compreender que todas as cores de luz podem ser
formadas pela composição das três cores primárias da luz e que a
cor de um objeto está relacionada também à cor da luz que o
ilumina.
(EF09CI04BIP) Reconhecer como o sistema visual dos seres vivos
interpreta as cores.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
O que fundamenta as Ciências Humanas é ter o ser humano como foco de estudo,
investigação. Dessa forma, elas exploram os diversos aspectos que tratam da realidade que
envolve as pessoas, seja em seu caráter particular ou coletivo, buscando levantar, analisar e
compreender informações, assim como explicar sob diferentes óticas tudo o que caracteriza a
experiência humana no tempo e no espaço.
A contribuição das Ciências Humanas para a formação dos sujeitos se concretiza com a
construção do valor de solidariedade, conscientização acerca da dignidade humana e,
consequentemente, da justiça social. Desse modo, seu ensino possibilita a formação de pessoas
sensíveis e que se percebem como sujeitos de um determinado contexto histórico e espacial,
cuja atuação sobre este é necessária para transformá-lo em favor de uma sociedade equitativa
(PERNAMBUCO, 2019).
A profunda desigualdade socioeconômica brasileira tem suas origens em um modelo de
sociedade altamente hierarquizada, patriarcal e escravocrata. Portanto, é preciso ter consciência
e entendimento da violência que o processo de colonização do país representou aos povos
indígenas, africanos e afrodescendentes. Em toda sua trajetória, o espaço geográfico brasileiro
487
se constituiu e desenvolveu a partir de distintos fluxos de ocupação e apropriação, perpassadas
pelas variadas atuações e interações das matrizes étnicas e pelas concepções que nortearam a
sua produção em determinado momento histórico.
As dinâmicas decorrentes das relações humanas no tempo e no espaço se fazem
presentes nos contextos tanto da Geografia quanto da História. Logo, se essas dinâmicas forem
bem exploradas, contribuirão fortemente para ajudar crianças, adolescentes, jovens, adultos e
idosos na ampliação da forma como enxergam o mundo que os cerca.
Desenvolver nas pessoas o pensamento crítico sobre sua realidade é um dos objetivos
inerentes às Ciências Humanas. Para isso, preconiza-se um ambiente escolar atento ao contexto
social e estudantil, que seja facilitador de habilidades e saberes fundamentais em um mundo em
constante mudança, gerando sua interpretação dos acontecimentos diante de fenômenos sociais,
políticos, culturais e econômicos. Ademais, que a escola seja o ambiente que fomente nos
educandos suas capacidades e que seja um lugar gerador e partícipe das transformações por eles
cogitadas e realizadas no seu seio social.
A comunidade escolar, em sua participação na formação dos educandos, tem especial
capacidade de desenvolver interações que promovam o diálogo com os saberes e experiências
da coletividade com discentes e profissionais da unidade de ensino, além disso reconhecendo a
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
escola como espaço de estudo, debate e possível contribuição para a transformação da realidade
na qual está inserida, como um lócus de realizações comunitárias. Dessa forma, o diálogo com
a comunidade escolar deve criar e ampliar as condições favoráveis ao aprendizado, partindo da
premissa do reconhecimento e valorização dos direitos humanos, da diversidade regional e
local, étnico-racial, corporal, sexual e de gênero, social, dentre outras de natureza multicultural.
Enfatiza-se também que a pesquisa é um processo fundamental ao exercício e
entendimento das Ciências Humanas. Assim, a investigação como processo de construção do
conhecimento deve permear a relação de ensino e aprendizagem, valorizando o contexto sócio-
histórico que a comunidade escolar compõe. Esta deve estabelecer a relação entre a teoria e a
prática, visando estimular uma metodologia significativa à vida dos educandos em sua atuação
enquanto sujeito, ou seja, como pessoa que compreende sua realidade e que pode transformá-
la.
A interpretação de fragmentos da realidade, com o objetivo de entendê-la, que
consolidou e institucionalizou áreas do conhecimento, representa um dos entraves para o
processo de ensino e aprendizagem condizente com as condições e situações reais, uma vez que
dificultam a percepção do caráter complementar de conhecimentos para a compreensão de
relações, estruturas, fenômenos e resolução de situações-problema, que existem de forma
488
complexa. Diante disso, abordagens interdisciplinares das Ciências Humanas no Ensino
Fundamental representam uma importante forma de compreensão da atuação humana,
considerando as inter-relações das dimensões social, política, cultural, temporal e espacial das
relações entre indivíduos, grupos sociais, sociedades e natureza. A interdisciplinaridade das
Ciências Humanas contribui para a compreensão de objetos do conhecimento a partir de uma
perspectiva histórico-geográfica, ou seja, da integração de habilidades atribuídas à
aprendizagem de Geografia e de História, beneficiando a percepção da realidade.
Tal metodologia deve envolver tanto os anos iniciais como os anos finais, levando em
conta suas especificidades. A pesquisa, motivada pelas problemáticas particulares a cada
localidade ou grupo social, é percebida como uma proposta a ser realizada em parceria com as
demais áreas de conhecimento.
O estudante deve ser questionador e investigador a partir, segundo o currículo estadual,
“[...] do desenvolvimento das leituras e habilidades voltadas à identificação, classificação,
organização e comparação do contexto local e/ou global, garantindo, portanto, melhor
compreensão de si, do outro, da escola e da comunidade.” (PERNAMBUCO, 2019, p. 469).
Esse papel estudantil é reforçado por uma atuação docente mediadora, que permite um processo
de ensino-aprendizagem promotor do conhecimento e da formação humanística.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Nesse quesito, o ensino de Geografia e História deve ser pautado na escuta dos
estudantes, desenvolvendo objetivos de aprendizagem significativos, dialógicos a sua realidade
e valorizando seus saberes prévios (AUSUBEL, 1982). Assim, a partir do universo cultural e
conceitual do aluno, ampliar sua gama de conhecimentos. Além disso, o processo de ensino e
aprendizagem demanda ser estimulante e prazeroso tanto aos educandos quanto aos docentes.
As Ciências Humanas, em uma projeção de currículo, devem estar atentas aos desafios
da sociedade contemporânea, em especial, à desigualdade socioeconômica em sua escala local,
regional e nacional. Tal problemática implica o acesso desigual às Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação (TDIC), sendo o ambiente educacional uma possibilidade de
democratização do acesso às TDIC para as mais variadas finalidades sociais e culturais nas
quais se inserem.
A formação na área das Ciências Humanas integra temáticas que interferem na vida
humana em todos os seus aspectos, visando o desenvolvimento integral dos estudantes. O
mundo contemporâneo é marcado pelas mudanças aceleradas e pela aproximação cultural em
escala global, dessa forma exigindo uma educação que estimule e desenvolva a criticidade
(fundamentada) e que fomente uma prática política, reverberando continuamente o previsto
para os temas contemporâneos transversais e integradores do currículo estadual de Pernambuco.
489
Considerando os pressupostos apresentados e em articulação com as competências
gerais da BNCC (BRASIL, 2017), a área de Ciências Humanas deve garantir aos estudantes o
desenvolvimento de competências específicas.
6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para
negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos
e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo 490
7.2 GEOGRAFIA
Como ponto de partida, propomos que o espaço seja definido como um conjunto
indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações. (SANTOS, 2006, p. 12).
De acordo com Santos (2006), o espaço configura-se tanto pelas relações contraditórias
quanto pelas relações solidárias entre os sistemas de objetos e os sistemas de ações, cuja
historicidade confere-lhe dinâmica que, por sua vez, propicia mudanças no conjunto
indissociável dos objetos e ações. Para Corrêa (1995), o espaço geográfico, além de manter uma
relação dialética com as relações sociais – sendo, portanto, condicionado ao passo que também
é condicionante destas –, evidencia-se por meio das práticas espaciais, modo pelo qual são
redinamizadas as formas e as interações (conflituosas ou não), conforme os diversos
referenciais culturais e a disponibilidade e disposição técnicas de cada sociedade. Dessa forma,
o espaço geográfico apresenta-se não apenas como um reflexo da sociedade, mas como um
conjunto de objetos e processos que compõem a tão complexa totalidade da realidade e que se
apresenta também como condicionante social.
Cabe à Geografia compreender os processos de gênese e transformação do espaço
492
supracitado. Tal exercício ocorre através da definição do campo empírico de pesquisa, ou seja,
dos fenômenos que justificam determinados recortes espaciais objetivados, através dos quais
ocorrem específicas ações humanas (CASTRO, 1995). Nesse sentido, a escala é um instrumento
analítico pelo qual os fenômenos são percebidos no espaço e recebem um sentido particular,
seja local, regional ou global.
A Geografia escolar corresponde a uma estruturação que, apesar de manter forte relação
com a Geografia acadêmica, apresenta sua especificidade na reconstrução do conhecimento
geográfico realizada no processo de ensino e aprendizagem. A Geografia escolar não é uma
forma simplificada da Geografia acadêmica (CAVALCANTI, 2008). Sua compreensão,
portanto, requer a articulação entre os conhecimentos geográficos acadêmicos, currículo,
práticas e processos escolares, recursos didáticos e os aspectos socioeconômicos e culturais da
comunidade escolar, o que fundamenta a organização da Educação Geográfica.
A educação geográfica baseia-se na construção do raciocínio geográfico. Este, por sua
vez, consiste na operação cognitiva que considera o contexto espaço-tempo relacionado à
diversidade humana e suas ações, uma vez que o ser humano produz o espaço em que vive num
amplo processo histórico, e que abrange a compreensão dos processos físico-naturais. É mister
ressaltar a consideração de raciocínio geográfico que contemple a diversidade socioeconômica
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
decoloniais, pois abrange a compreensão do espaço geográfico a partir do espaço vivido – mas
não somente dessa forma – e a compreensão dos processos físico-naturais, das questões
socioculturais e dos processos socioeconômicos estruturais (re)construídos dialeticamente nas
relações socioespaciais, em diversas escalas; sendo assim, propõe-se, quando oportuno, o
trabalho do raciocínio geográfico relacionado às questões socioeconômicas, culturais, aos
elementos naturais e às questões socioambientais do município do Ipojuca. As orientações
teórico-metodológicas do componente curricular Geografia têm como finalidade a
fundamentação da teoria e da prática pedagógicas que construam o raciocínio geográfico a
partir de situações-problema.
O conhecimento geográfico tem o seu processo de construção proposto a partir da
estrutura composta por unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades e orientado
por competências específicas. Propõe-se abordagem dos objetos de conhecimento de modo que,
por vezes, sejam relacionados. Em sala de aula, essa perspectiva enfatiza as categorias que estão
mais ligadas ao processo de compreensão do mundo e que estão presentes na estruturação
cognitiva da infância. Logo, prioriza-se a compreensão a partir da escala das características
locais, sem desvinculá-las do todo. Os conceitos de lugar e paisagem, portanto, atendem à
necessidade de construção do conhecimento geográfico a partir de ligações individuais com o
500
espaço do entorno. Para os Anos Finais, propõe-se não apenas um processo de ensino e
aprendizagem baseado principalmente na perspectiva socioespacial mais próxima, mas que
considere, de forma mais intensa, abstrações por meio das quais os estudantes podem pensar o
mundo. Para isso, os conceitos de território e região adquirem relevância, visto que agora os
estudantes analisarão também as relações socioespaciais nas quais o espaço geográfico é
resultante da relação entre interesses conflitantes e não conflitantes. Indica-se uma Educação
Geográfica a partir da utilização de metodologias ativas, ou seja, a partir da prática reflexiva,
pela qual os estudantes atuam com consciência de sua própria construção de significados
(MORAES e CASTELLAR, 2018). O ensino e a aprendizagem por meio de investigação, a
abordagem de situações-problema e a aula/trabalho de campo são exemplos de metodologias
ativas. A propósito, a aula/trabalho de campo
[...] assim como o tempo, o espaço é visto apenas do ponto de vista da forma e da
estrutura, ou seja, do visível; não tem significações e tampouco desperta os alunos
para possíveis “emoções”. Todo trabalho espacial deve conter o sentimento de
provocação dos “porquês, “para quês”, e “para quem”.
501
Baseando-se nas ideias gerais das competências específicas de Geografia para o Ensino
Fundamental presentes no Currículo de Pernambuco (2019, p. 481), as competências
específicas deste componente curricular são as seguintes:
1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O sujeito e seu - O modo de vida das (EF01GE01IP) Descrever, por meio das diferentes
lugar no mundo crianças em diferentes linguagens, as características observadas nos seus
lugares lugares de vivência, estabelecendo relações com o seu
cotidiano e identificando semelhanças e diferenças entre
esses lugares.
(EF01GE02IP) Identificar e comparar semelhanças e
diferenças entre jogos e brincadeiras de diferentes
épocas, lugares e grupos sociais e culturais,
considerando as formas de entretenimento presentes em
seu cotidiano.
- Situações de convívio em (EF01GE03IP) Identificar semelhanças e diferenças de
diferentes lugares usos do espaço público de caráter coletivo, tais como
praças, parques, entre outros, para o lazer e diferentes
manifestações em sua comunidade, valorizando as
formas de uso e conservação desses espaços.
(EF01GE04IP) Discutir e elaborar, coletivamente, as
regras de convívio e conservação dos diferentes espaços
públicos (sala de aula, escola etc.) em que vivem os
estudantes e com o qual se relacionam, considerando a
necessidade de uma convivência de respeito à
diversidade sociocultural e ambiental em escala local.
Conexões e escalas - Ciclos naturais e a vida (EF01GE05IP) Observar e descrever ritmos naturais 503
cotidiana (dia e noite, variação de temperatura e umidade etc.), em
diferentes escalas espaciais e temporais, comparando a
sua realidade com outras, relacionando-os ao cotidiano e
às paisagens.
Mundo do - Diferentes tipos de (EF01GE06IP) Descrever e comparar diferentes tipos
trabalho trabalho existentes no seu de moradia, presentes ou não em seus espaços de
dia a dia vivência, ou objetos de uso cotidiano (brinquedos,
roupas, mobiliários), considerando técnicas e materiais
utilizados em sua produção.
(EF01GE07PE-IP) Descrever atividades de trabalho
relacionadas com o dia a dia da sua comunidade,
reconhecendo formas de uso, apropriação e
aproveitamento do espaço, a partir do entendimento da
sua dinâmica, construção histórica, partindo do vivido e
do conhecido pelo estudante.
Formas de - Pontos de referência (EF01GE08IP) Elaborar mapas mentais e desenhos com
representação e base em itinerários, contos literários, histórias
pensamento inventadas e brincadeiras, com destaque para legendas,
espacial símbolos e escalas, tendo o corpo, a sala e a escola como
referências para iniciação à alfabetização cartográfica.
(EF01GE09IP) Elaborar e utilizar mapas simples,
inclusive mapas tácteis entre outros, voltados para
estudantes com necessidades educativas específicas,
para localizar elementos do local de vivência no que diz
respeito a objetos, lugares e pessoas, considerando
referenciais e relações espaciais (frente e atrás, esquerda
e direita, em cima e embaixo, dentro e fora, longe e
perto), utilizando croquis para iniciar os trabalhos com a
cartografia a partir do corpo como referência.
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2º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O Sujeito e seu - Convivência e interações (EF02GE01IP) Descrever a história das migrações no
lugar no mundo entre pessoas na cidade bairro ou comunidade em que vive, com destaque para a
história dos povos e comunidades tradicionais e suas
contribuições culturais, considerando seus modos de
vida e mudanças de hábitos.
(EF02GE02PE-IP) Comparar costumes e tradições de
diferentes populações inseridas no bairro ou comunidade
em que vive, reconhecendo a importância do respeito às
diferenças e identificando as brincadeiras infantis.
- Riscos e cuidados nos (EF02GE03PE-IP) Comparar diferentes meios de
meios de transporte e de transporte e de comunicação, indicando o seu papel na 504
comunicação conexão entre lugares, e discutir os riscos para a vida e
para o ambiente e seu uso responsável.
Conexões e escalas - Experiências da (EF02GE04IP) Reconhecer semelhanças e diferenças
comunidade no tempo e no nos hábitos, nas relações com a natureza e no modo de
espaço viver de pessoas em diferentes lugares, a partir de
diversas fontes (textos, fotos, imagens, músicas, relatos,
objetos), prezando por justiça socioambiental.
- Mudanças e (EF02GE05PE-IP) Analisar mudanças e permanências,
permanências refletindo seus impactos, nos lugares de vivências dos
estudantes, comparando imagens de um mesmo lugar em
diferentes tempos.
Mundo do - Tipos de trabalho em (EF02GE06IP) Relacionar o dia e a noite a diferentes
trabalho lugares e tempos tipos de atividades sociais (horário escolar, comercial,
diferentes industrial, cultivo agrícola, turismo, lazer, sono etc.), e
as consequências dessas atividades, diferenciando
objetos decorrentes da ação humana de elementos
próprios da natureza em diferentes lugares e em
diferentes paisagens.
(EF02GE07IP) Descrever as atividades extrativas
(minerais, vegetais e animais) de diferentes lugares e
seus processos de comercialização, identificando os
impactos ambientais e socioeconômicos, também, no
lugar em que vive.
Formas de - Localização, orientação e (EF02GE08IP) Identificar e elaborar diferentes formas
representação e representação espacial de representação (desenhos, mapas mentais, maquetes,
pensamento legendas, fotos aéreas, entre outras) para representar
espacial componentes da paisagem dos lugares de vivência e
refletir sobre seus efeitos nesses lugares.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
3º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O Sujeito e seu - A cidade e o campo: (EF03GE01IP) Identificar e comparar aspectos
lugar no mundo aproximações e diferenças históricos e culturais dos grupos sociais, como: povos
indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas,
ciganos etc., de seus lugares de vivência (moradia,
escola, comunidade/bairro, etc.), seja na cidade ou no
campo.
505
(EF03GE02IP) Identificar e associar, em seus lugares
de vivência, marcas de contribuição cultural e
econômica de grupos de diversas origens,
compreendendo as diferenças entre os ambientes
culturais e sociais.
(EF03GE03IP) Reconhecer e valorizar os diferentes
modos de vida de povos e comunidades tradicionais
(quilombolas, indígenas, pescadores artesanais,
marisqueiras, agricultores familiares etc.) em distintos
lugares, levando em consideração os diversos elementos
de identidade cultural, principalmente no município de
sua vivência.
Conexões e escalas - Paisagens naturais e (EF03GE04PE-IP) Explicar, através de diversas fontes
antrópicas em (fotos, vídeos, entre outras), como os processos naturais
transformação e históricos atuam na produção e na mudança das
paisagens naturais e antrópicas nos seus lugares de
vivência, comparando-os a outros lugares.
Mundo do - Matéria-prima e (EF03GE05PE-IP) Identificar alimentos, minerais e
trabalho indústria outros produtos cultivados e extraídos da natureza e seus
derivados, comparando a noção de atividades de trabalho
em diferentes lugares, considerando o processo de
transformação industrial.
Formas de - Representações (EF03GE06IP) Identificar e interpretar imagens
representação e cartográficas bidimensionais e tridimensionais em diferentes tipos de
pensamento representação cartográfica (globo terrestre, mapas,
espacial maquetes, croquis etc.), empregando os conhecimentos
cartográficos em atividades concretas de localização e
orientação no espaço.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O Sujeito e seu - Dinâmica Populacional (EF05GE01IP) Descrever e analisar dinâmicas
lugar no mundo populacionais na Unidade da Federação em que vive,
estabelecendo relações entre migrações e condições de
infraestrutura, utilizando mapas, gráficos e tabelas para
compreender a sua dinâmica e efeitos na formação da
população brasileira e ocupação do território ipojucano.
- Diferenças étnico-raciais (EF05GE02IP) Identificar diferenças étnico-raciais,
e étnico-culturais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em
desigualdades sociais diferentes territórios, a partir da análise do território do
município em que vive.
Conexões e escalas - Território, redes e (EF05GE03PE-IP) Identificar as formas e funções das
urbanização cidades e analisar as mudanças sociais, econômicas e
ambientais provocadas pelo seu crescimento, ressaltando
as regiões influenciadas pelos centros urbanos regionais.
6º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O sujeito e seu - Identidade sociocultural (EF06GE01IP) Comparar modificações das paisagens,
lugar no mundo no espaço vivenciado sobretudo ipojucanas, nos lugares de vivência e os usos
desses lugares em diferentes tempos, como resultante de
interações entre os agentes naturais e humanos
509
responsáveis pela produção e (des)organização do
espaço geográfico.
(EF06GE02IP) Analisar modificações de paisagens por
diferentes tipos de sociedade, com destaque para os
povos originários das diversas localidades, visando
compreender as relações estabelecidas entre os
diferentes agentes sociais que revelam formas e
interesses distintos para utilização da natureza e
organização da vida em sociedade.
Conexões e escalas - Relações entre os (EF06GE03PE-IP) Descrever e compreender os
componentes físico- principais movimentos do planeta Terra e sua relação
naturais com a circulação geral da atmosfera, o tempo
atmosférico e os diferentes padrões climáticos existentes
no planeta.
(EF06GE04APE-IP) Descrever o ciclo da água,
comparando o escoamento superficial no ambiente
urbano e rural, reconhecendo os principais componentes
da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a
sua localização no modelado da superfície terrestre e da
cobertura vegetal.
(EF06GE04BIP) Identificar as diferentes formas de
apropriação e uso das águas superficiais e seus principais
impactos nos ambientes urbano e rural do Ipojuca.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O sujeito e seu - Ideias e concepções sobre (EF07GE01PE-IP) Conhecer e avaliar, criticamente,
lugar no mundo a formação territorial do por meio de exemplos extraídos dos meios de
Brasil comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens
e da formação territorial e cultural do Brasil em
diferentes tempos históricos.
(EF07GE-IP05) Compreender a diversidade cultural,
étnico-racial e a estrutura socioespacial das paisagens do
município de Ipojuca, reconhecendo aspectos da
formação territorial e cultural do Brasil.
Conexões e escalas - Formação territorial do (EF07GE02PE-IP) Compreender e analisar a influência
Brasil dos fluxos econômicos e populacionais na formação
socioeconômica e territorial do Brasil, considerando os
conflitos e as tensões históricas e contemporâneas, tendo
como resultado arranjos espaciais (Estados/Regiões)
com características culturais, econômicas e sociais
distintas. 511
(EF07GE03IP) Identificar características
socioespaciais e selecionar argumentos que reconheçam
as territorialidades dos povos indígenas originários, das
comunidades remanescentes de quilombolas, de povos
das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre
outros grupos sociais do campo e da cidade, como
direitos legais dessas comunidades, considerando os
diferentes espaços de vivências.
- Características da (EF07GE04AIP) Analisar a distribuição territorial da
população brasileira população brasileira, considerando a diversidade étnico-
cultural (indígena, africana, europeia e asiática), assim
como aspectos de renda, qualidade de vida, sexo, gênero
e idade por regiões.
(EF07GE04BIP) Compreender o atual perfil
demográfico brasileiro e a necessidade de mudanças nas
políticas públicas que atendam às exigências da
população, atentando para a população do município de
Ipojuca.
Mundo do - Produção, circulação e (EF07GE05PE-IP) Conhecer e analisar fatos e
trabalho consumo de mercadorias situações representativas das alterações ocorridas entre o
período mercantilista e o advento do capitalismo e seus
reflexos no território brasileiro.
(EF07GE06IP) Discutir em que medida a produção, a
circulação e o consumo de mercadorias provocam
impactos ambientais, assim como influem na
distribuição de riquezas (estrutura do trabalho,
acumulação de capital), em diferentes lugares do
território brasileiro, inclusive no município de Ipojuca.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
8º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O sujeito e seu - Distribuição da (EF08GE01PE-IP) Descrever as rotas de dispersão da
lugar no mundo população mundial e população humana pelo planeta e os principais fluxos
deslocamentos migratórios em diferentes períodos da história,
populacionais discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-
naturais associados à distribuição da população humana
pelos continentes.
- Diversidade e dinâmica (EF08GE02PE-IP) Relacionar fatos e situações
da população mundial e representativas da história das famílias do município em
local que se localiza a escola, considerando a diversidade e os
fluxos migratórios da população mundial, comparando
as permanências e mudanças entre os fluxos migratórios
locais e mundiais.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
9º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O sujeito e seu - A hegemonia europeia na (EF09GE01IP) Analisar criticamente de que forma a
lugar no mundo economia, na política e na hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do
cultura planeta, notadamente em situações de conflito,
intervenções militares e/ou influência cultural em
diferentes tempos e lugares, identificando, também,
elementos no Brasil.
- Corporações e (EF09GE02PE-IP) Analisar a atuação das corporações
organismos internacionais internacionais e das organizações econômicas mundiais
515
na vida da população em relação ao consumo, à cultura
e à mobilidade, tanto nos países de origem quanto nos
países em desenvolvimento onde atuam.
- As manifestações (EF09GE03PE-IP) Identificar diferentes manifestações
culturais na formação culturais de minorias étnicas como forma de
populacional compreender a multiplicidade cultural na escala
mundial, defendendo o princípio do respeito às
diferenças.
(EF09GE04PE-IP) Relacionar diferenças de paisagens
aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia
e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades
regionais.
Conexões e escalas - Integração mundial e (EF09GE05PE-IP) Analisar e criticar fatos e situações
suas interpretações: para compreender a integração mundial (econômica,
globalização e política, cultural, social e tecnológica), comparando as
mundialização diferentes interpretações: globalização e mundialização.
- A divisão do mundo em (EF09GE06PE-IP) Associar o critério de divisão do
Ocidente e Oriente mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial
(ação imperialista) implantado pelas potências
europeias.
- Intercâmbios históricos e (EF09GE07PE-IP) Analisar os componentes físico-
culturais entre Europa, naturais da Eurásia, identificando as inter-relações
Ásia e Oceania existentes e os determinantes histórico-geográficos de
sua divisão em Europa e Ásia.
(EF09GE08PE-IP) Analisar transformações territoriais,
considerando o movimento de fronteiras, tensões,
conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia
e na Oceania e as consequências para as suas populações.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7.4 HISTÓRIA
O saber histórico e sua reflexão, nessas primeiras décadas do século XXI, depara-se com
um contexto social marcado pela celeridade tecnológica e pelo volume informacional, gerando
a percepção de um presente contínuo, sem raízes com o passado e a memória social. Percebe-
se que o conhecimento histórico, ao contrário do que se apregoava, não garante à coletividade
uma lição com os eventos pretéritos, evitando erros e aprendendo com as glórias de outrora.
Esse cenário, nas palavras de Roger Chartier, hipoteticamente projeta um “[...] mundo do
futuro, em que não existe mais de uma única língua, é também o mundo do esquecimento, sem
museus, sem bibliotecas, sem livros [...]” (CHARTIER, 2002, p. 14). Mais à frente o autor ainda
alerta: “O retorno à unidade linguística significa, assim, a perda da história, o desaparecimento
das identidades e, finalmente, a destruição aprovada.” (Ibidem, p. 15).
Entender o campo da História e do seu ensino é perceber que o próprio ramo de
conhecimento está em mutação incessante, no qual o docente articula o debate reflexivo de seu
componente curricular com os estudantes, subsidiando-lhes com meios que os levem a “[...]
compreender a complexidade da História e a dificuldade de se responder à pergunta 'O que é
História?'. Essa pergunta não é nova, e cada corrente de pensamento procura dar sua própria
518
resposta.” (SILVA, K.; SILVA, M., 2009, p.182).
É com a visão do debate que já se estabeleceu sobre a natureza da História que se
reconhece com maior clareza a diversidade de argumentos e a inviabilidade em se estabelecer
um conceito único sobre a área. Portanto, estudar e compreender a constituição do
conhecimento histórico como campo de saber científico e escolar nos faz refletir sobre como
passou de área explorada para as narrativas oficiais dos Estados nacionais, estanque ao papel
de fomentar ideais de civismo e patriotismo, a conhecimento presente nos currículos escolares
calcado em desenvolver o espírito crítico. Segundo Fonseca (2006), essa compreensão e estudo
é para o desenvolvimento do trabalho de historiadores e de professores de História, os quais, ao
mesmo tempo que promovem a reflexão, o debate e difusão de tais conhecimentos, são também
produtores de novos saberes.
A tradição iluminista compreendia a história humana numa perspectiva progressista, em
geral, atribuindo fases para o desenvolvimento humano rumo a um momento ideal. Mais tarde
surgiu a abordagem da escola metódica, para a qual a História deveria ser uma representação
exata dos acontecimentos, fidedigna ao real. Por fim, tem-se a Nova História, a qual valoriza
os processos interpretativos, sem considerações definitivas para os processos históricos e para
a concepção de História. O próprio saber histórico, como conhecimento humano, é fruto de
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
dinâmicas ao longo do tempo, com olhares sobre o passado humano que se modificam assim
como as sociedades.
De certa forma, houve uma guinada paulatina, porém importante, no componente
curricular História desde o século XIX. Nesse período, o saber histórico arrogou para si a
competência na construção dos fatos, marcos, feitos, símbolos e heróis nacionais. A formação
dos indivíduos de uma nação era voltada para unificá-los em torno de uma identidade e
tradições coletivas. Esse olhar a respeito do conhecimento histórico, por longo tempo,
influenciou a vida escolar e sua forma de (re)produção do saber, através dos livros didáticos,
dos manuais, como também da atividade docente e da gestão escolar.
Houve ainda aqueles que argumentavam a cientificidade da História, seja no século
XVIII, com Giambatistta Vico, ou em Marc Bloch, o qual, no século XX, defendera em sua
obra a capacidade da História ser formativa enquanto ciência, sendo fundamental a integração
da capacidade formativa com a pesquisa e o ensino, com o uso de categorias e métodos efetivos
da ciência História.
Dessa maneira, a História deixou de estar em busca dos fatos singulares — a serviço,
segundo Marx, de uma ideologia aristocrática, burguesa e excludente — e passou a alcançar
estruturas sujeitas a regularidades, como a vida econômica e as estruturas sociais e culturais
519
(SILVA, K.; SILVA, M., 2009). A História vai ser pensada em relação às demais ciências
sociais, tanto na produção do conhecimento histórico e da sua escrita quanto nos
desdobramentos para o seu ensino. Problematizada, de acordo com Marc Bloch (2001, p. 55),
como “a ciência dos homens, no tempo”, a História vai ser pensada também no seu diálogo com
a Antropologia, a Sociologia, a Psicologia, a Economia, a Ciência Política etc. Assim, há uma
expansão dos sujeitos, temas, fontes, métodos e técnicas, tornando a pesquisa histórica capaz
de explorar quaisquer produtos culturais conhecidos da humanidade.
A História, para muitos, não é mais vista como mestra da vida. Estudá-la e torná-la
significativa se investe de outras habilidades cada vez mais específicas e contextualizadas a
dados períodos e espaços. Diferentemente, aos profissionais da História, segundo Hobsbawm
(1995, p. 13), cabe o ofício de “[...] lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais
importantes que nunca no fim do segundo milênio [e no início do terceiro]. Por esse mesmo
motivo, porém, eles têm de ser mais que cronistas, memorialistas e compiladores”. Dessa forma,
como já atentava Marc Bloch (2001, p. 65): “A incompreensão do presente nasce fatalmente da
ignorância do passado. Mas é talvez igualmente inútil esgotar-se a compreender o passado, se
nada se souber do presente”. Baseado nessa afirmação, sintetiza Le Goff (1990, p. 196) que
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
cabe “[...] ao historiador, como método, um duplo movimento: compreender o presente pelo
passado, compreender o passado pelo presente”.
Quanto à corrente historiográfica que embasa e orienta o componente curricular História
no currículo municipal do Ipojuca, adota-se a Nova História, uma vez que esta amplia as
possibilidades de estudo e ensino, permitindo maior liberdade ao docente e a possibilidade de
abraçar as diversas formações e preceitos teóricos desse público profissional. Essa corrente
historiográfica mantém a perspectiva interdisciplinar, ampliando as abordagens do ensino e a
concepção de fonte ou documento, sem explicações únicas, em constante conexão com a
cultura, com a valorização do quotidiano e a memória. Por fim, a Nova História gera
plasticidade no estudo dentro e fora da sala de aula, em objetos e sujeitos, alcançando reflexões
sobre os antes excluídos e esquecidos nas narrativas oficiais, assim como sobre a esfera privada.
Permite-se, por exemplo, o estudo sobre a família, mulheres, pessoas com deficiência, idosos,
LGBTQIA+, instituições sociais, comportamentos, religiosidades, escravidão etc. sob óticas
diversas sem o apego à “[...] ambição de buscar nesse processo as explicações para um suposto
caráter nacional ou para todos os males do país.” (SILVA, K.; SILVA, M., 2009, p. 69).
Essa inexorável relação temporal com os anseios humanos permite que o repertório de
questionamentos das pessoas se transforme. Portanto, refletir sobre a História é também se
520
questionar sobre os desafios postos no que se vive. Haja vista as características, a diversidade
e complexidade da constituição humana no Brasil e de suas problemáticas até a
contemporaneidade, o ensino de História se torna fundamental “[...] como promotor das
diferenças, problematizador de identidades cristalizadas e direcionado à promoção da
cidadania, da pluralidade e da democratização dos modos de vida.” (PERNAMBUCO, 2019, p.
514).
A percepção da dimensão do papel do ensino de História nem sempre é mensurada
devidamente. A construção de uma autonomia, de senso crítico e de consciência social por
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos não é uma ação automática, sendo necessária,
cada vez mais, a capacidade de interrogar e interpretar os diferentes contextos contemporâneos.
Dessa forma, Caimi (2015) apresenta caminhos do que representa ensinar História
diante das especificidades da cultura escolar, repleta de fatores como metodologias,
competências de formação inicial e continuada, heterogeneidade discente, desigualdades,
evasão, relações conflituosas e, até, violentas. A autora, assim, propõe a atenção a três aspectos
indissociáveis:
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
fenômenos, sabendo-se que todo saber é uma experiência coletiva e colaborativa. Assim,
segundo a BNCC, esse processo de construção da autonomia discente está permeado pelas bases
epistemológicas da História, tais como:
Acrescenta-se a essas bases conceituais o espaço, sem o qual não há um lugar para a
ação no real. Ademais, sem ter a capacidade e objetividade de estabelecer a verdade, mas, como
no pensamento de Nietzsche, permitir o espaço para a interpretação, porém com o referencial
da realidade, da verossimilhança, pelo apreço a uma narrativa coerente com as fontes. Dessa
forma, o trabalho da escrita da História e, em especial, do seu ensino deve ser pautado pela
seriedade dos recursos e informações lançadas na produção do conhecimento, a fim de se evitar
anacronismos, negacionismos, equívocos e deturpações históricas.
Na prática pedagógica, ainda segundo a BNCC, enxergam-se como processos
específicos do componente curricular História: identificação, comparação, contextualização,
interpretação e análise, que são graduais e se ampliam ao longo da vida escolar estudantil. 522
questões vividas no tempo presente, ou seja, a narrativa histórica é resultado desse processo de
interação presente-passado. Por conseguinte, tal entendimento do tempo e do uso das fontes
históricas conflui para a compreensão de sujeito histórico em sua identidade (origem e história
de vida pessoal e em comunidade local) e diversidade (na relação com o outro e com o mundo).
É nessa fase do ensino que há uma ampliação das relações sociais, com diversas
dinâmicas, abrindo canais para que a criança, gradativamente, localize-se nos diferentes espaços
de convivência – desde o ambiente familiar até sua escola, comunidade e vida em sociedade–,
como também se comunique e se socialize. Atenta a isso, a BNCC eleva essa atenção sobre a
complexa formação do sujeito em sociedade, para isso, trazendo para o componente curricular
História, nos Anos Iniciais, o reconhecimento do Eu, do Outro e do Nós.
Essa leitura realizada pela BNCC redireciona os três núcleos conceituais previstos nos
mencionados Parâmetros Curriculares, pois enfoca a constituição nos estudantes da capacidade
de sentir-se como sujeitos, em que a exploração do tempo e das fontes históricas se insere no
processo de ampliação de escala, de habilidades e de percepção de si no meio em que vive. Isso
se evidencia quando se posiciona para os 1º e 2º anos a separação do Eu e do Outro, desde o
entendimento do que é o próprio lugar no mundo, no grupo e o entendimento do tempo pessoal;
para a noção do si em comunidade (com o outro), com as diferentes formas de registrar
523
memórias e experiências pessoais e coletivas.
Ainda segundo a BNCC, nos 3º e 4º anos, “[...] contemplam-se a noção de lugar em que
se vive e as dinâmicas em torno da cidade, com ênfase nas diferenciações entre a vida privada
e a vida pública, a urbana e a rural.” (BRASIL, 2017, p. 404). Soma-se ainda um alargamento
do debate sobre processos temporais mais longos – com suas permanências e mudanças –, o
papel das tecnologias na vida humana, o comércio e os fluxos migratórios.
Por fim, no 5º ano, há a valorização da diversidade cultural e de organização social dos
diferentes povos, assim como o convívio e o respeito diante dessa diversidade humana e do seu
legado patrimonial. Nesse ano escolar também se estimula noções de cidadania e dos direitos
humanos.
Nos Anos Iniciais, faz-se mister que o exercício do ensino-aprendizagem em História
parta da experiência local do estudante, de sua comunidade, desenvolvendo linguagens que se
integrem à sua realidade e, assim, tornando o processo pedagógico significativo. Portanto,
espera-se formar estudantes cientes de si como agentes que modificam seu seio social e que por
ela são influenciados, em diferentes tempos e espaços. Nessa fase – assim como nas demais
fases e modalidades – um ensino atento ao conceito de multiletramento faz-se mister, uma vez
que agregando um novo olhar à perspectiva freiriana de leitura de mundo anterior à leitura da
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
palavra, o multiletramento envolve, segundo Rojo (2012, p. 13) a “[...] multiplicidade cultural
das populações e a multiplicidade semiótica de construção dos textos por meio dos quais ela [a
sociedade] informa e se comunica.”.
Durante os Anos Iniciais, há especificidades que compreendem a formação docente e o
ensino de História. Em geral, os discentes possuem apenas um(a) professor(a) responsável por
lecionar todos os componentes curriculares. Mesmo sem formação inicial específica em
História, deve-se perceber esse profissional em seu potencial em desenvolver conceitos e
competências fundamentais do componente curricular, assim como a viabilidade de suas
práticas em integrar os diferentes componentes para o aprendizado mais holístico do estudante.
Dessa forma, visando aprofundar sua formação, é indispensável que a rede municipal garanta a
formação continuada aos docentes dos anos iniciais (e anos finais) sobre conhecimentos
específicos no campo da História, amparada em metodologias ativas e, sempre que necessário,
com a aplicação de tecnologias digitais de informação e comunicação. Tais metodologias se
ancoram no fomento à participação ativa dos estudantes no contexto de sua aprendizagem, de
forma autônoma e colaborativa, sendo o docente o orientador e mediador desse processo.
Assim, docentes dos Anos Iniciais, quando desenvolvem o ensino de História, não
podem abdicar de perspectivas básicas, entendendo que todos os envolvidos são sujeitos em
524
sua realidade, com diferenças de saberes, de experiências que desenvolveram no tempo e no
espaço. O professor, nessa condição, é eminentemente um pesquisador do seu público como
também um fomentador da investigação como processo de aprendizagem, prática inerente ao
ensino de História. O ensino nessa etapa da vida escolar se fortalece na medida em que o
discente se apropria do conhecimento histórico como parte integrante de si e da sociedade em
que vive, cuja relação entre o passado e o presente não se estabelece de forma automática, mas
que precisa de qualificação formativa e sistematização na aprendizagem.
Segundo o Currículo do Estado de Pernambuco (2019, p. 517),
É nos Anos Finais do Ensino Fundamental que a BNCC apresenta os pontos mais
problemáticos para o ensino de História. Ao adotar como perspectiva de construção
curricular, para essa etapa, um arranjo cronológico tradicional que remete à linha do
tempo positivista, que se inicia no mundo antigo e se encerra na contemporaneidade,
passando pelo estabelecimento dos marcos temporais os quais remetem a uma história
euro e etnocêntrica, o documento quebra com a própria lógica que havia estabelecido
para os Anos Iniciais e desfaz, em grande medida, a própria sequência de
desenvolvimento de competências e habilidades que havia constituído para o
componente. (PERNAMBUCO, 2019, p. 117).
525
Dessa forma, a ruptura identificada entre essas duas fases do Ensino Fundamental
denota-se pela migração na abordagem da História mais local — em que nos anos iniciais os
conceitos elementares aproximavam o discente de seu universo mais próximo, cotidiano,
ligados à vivência enquanto sujeito em sua própria comunidade e realidade — para um olhar
linear no tempo e regressivo no espaço, ou seja, do passado mais remoto para o contemporâneo
e do internacional para o local.
Nesta fase do ensino há também o rompimento da BNCC com o seu próprio texto, em
especial no que tange ao conhecimento sobre os diversos povos e culturas, uma vez que lista
entre os seus três procedimentos básicos apenas a identificação dos eventos considerados
importantes na história do Ocidente, conceito este sem um consenso e mutável, o qual não está
preso a aspectos puramente de coordenadas geográficas. Além disso, termina por limitar o
contato dos estudantes com elementos culturais provenientes, por exemplo, da Ásia e da
Oceania. Presume-se que a experiência e o aprendizado escolar do componente curricular
História, dialogando com o componente Geografia, não deve se restringir a territórios e
1
1. Equidade e Excelência; 2. Formação Integral; 3. Educação em Direitos Humanos; 4. Inclusão.
2
1. Educação em Direitos Humanos; 2. Direitos da Criança e do Adolescente; 3. Processo de Envelhecimento,
Respeito e Valorização do Idoso; 4. Educação Ambiental; 5. Educação para o Consumo e Educação Financeira e
Fiscal; 6. Educação das Relações de Gênero; 7. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ensino da História e
Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena; 8. Diversidade Cultural; 9. Educação Alimentar e Nutricional; 10.
Trabalho, Ciência e Tecnologia; 11. Saúde, Vida Familiar e Social; 12. Educação para o Trânsito.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
culturas; contudo deve atentar-se para as efetivas participações étnicas presentes na formação
sociocultural brasileira.
Portanto, faz-se necessário que o Currículo Referência do Ipojuca provoque o debate e
alcance a realidade municipal em seus diversos aspectos, valorizando as contribuições das
diferentes matrizes étnicas que formaram esta cidade. Lembre-se que a maior parte dos
documentos e publicações que tratam da história ipojucana destaca o legado colonizador, com
escassos referenciais às heranças indígena, africana e afrodescendente. É importante registrar
que durante séculos o litoral do Ipojuca foi área de desembarque de escravizados, e até a
Abolição, em 1888, teve em seus canaviais o uso de mão de obra forçada. Também são
representativos os legados das comunidades de pescadores e marisqueiras, de ribeirinhos, de
moradores de engenho, das festividades da cultura popular e de origem religiosa, além do
patrimônio histórico edificado.
Destacar essas heranças como relevantes na construção curricular, e especificamente em
História, é fundamental para perceber que, apesar da orientação normatizada pela BNCC quanto
às habilidades, objetos de conhecimento e eixos comuns a todos os estudantes, não se pode
desconsiderar as particularidades do estado e do município no processo formativo estudantil,
contribuindo para a formação de sujeitos conscientes e transformadores da realidade em que
526
vivem. Ainda assim, ressalta-se que esse olhar pelo local não desconsidera o conhecimento e
valorização de elementos históricos e culturais os quais caracterizam o estado e o país,
percebendo nas semelhanças, diferenças e singularidades dos territórios e populações, a riqueza
que fomenta o aprendizado da História enquanto componente escolar das ciências humanas.
A título de abordagem, para os anos finais do Ensino Fundamental, o Currículo do
Estado de Pernambuco (PERNAMBUCO, 2019) propõe em História uma prática pedagógica
pautada a partir de três categorias: a de sujeito, a de tempo e a de indício/fonte/documento.
Acredita-se que tais categorias, uma vez aplicadas a qualquer temática, permitirão uma maior
flexibilização, visando alcançar o que a BNCC entende como processos específicos do
componente curricular História: identificação, comparação, contextualização, interpretação e
análise.
Permite-se somar tal proposição à outra categoria fundamental para as ciências
humanas: espaço. Por conseguinte, com essa adição, há maior correlação às bases do
conhecimento de História (para os Anos Iniciais e Finais) indicadas pela BNCC: tempo
histórico; documento; natureza compartilhada do sujeito e do objeto de conhecimento;
linguagens.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
[...] cumprirá sua função pedagógica ao viabilizar o caminho que conduz os estudantes
à compreensão de si mesmos enquanto sujeitos históricos capazes de agir no seu
próprio tempo e espaço e a se relacionarem com o outro de forma democrática,
solidária, aceitando as diversidades, promovendo a dignidade, os direitos humanos e
a sustentabilidade ambiental, tornando-os aptos a produzirem uma sociedade mais
justa, solidária e digna para todos.
528
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Mundo pessoal: - As fases da vida e a ideia (EF01HI01IP) Identificar aspectos do seu
meu lugar no mundo de temporalidade (passado, crescimento por meio do registro das lembranças
presente, futuro) particulares ou de lembranças dos membros de sua
família e/ou de sua comunidade, observando como
cada sujeito narra tais histórias de forma variada,
conforme o tempo vivido.
(EF01HI-IP01) Apresentar e conhecer os
indícios/fontes/documentos necessários à construção
das histórias individuais, da família, da escola e da
comunidade em que se vive.
(EF01HI02IP) Observar a relação entre as suas
histórias e as histórias de sua família e de sua
comunidade, percebendo e respeitando as diferenças
e semelhanças existentes entre elas e reconhecendo-
se como sujeito social construtor dessas histórias.
- As diferentes formas de (EF01HI03IP) Descrever e distinguir os seus papéis
organização da família e da e responsabilidades relacionados à família, à escola e
comunidade: os vínculos à comunidade e como, ao se relacionar com cada um
pessoais e as relações de desses espaços e lugares, as demandas e papeis
amizade sociais requeridos modificam-se. 529
- A escola e a diversidade do (EF01HI04IP) Identificar as diferenças entre os
grupo social envolvido variados ambientes em que vive (doméstico, escolar
e da comunidade), reconhecendo as especificidades
dos hábitos e das regras que os regem.
Mundo pessoal: eu, - A vida em casa, a vida na (EF01HI05IP) Comparar semelhanças e diferenças
meu grupo social e escola e formas de entre jogos e brincadeiras atuais e de outras épocas e
meu tempo representação social e lugares, conhecendo sua importância para o
espacial: os jogos e crescimento pessoal e social e observando como seus
brincadeiras como forma de significados podem variar ou desaparecer com o
interação social e espacial passar do tempo e de acordo com grupos e/ou sujeitos
sociais diversos.
- A vida em família: (EF01HI06IP) Conhecer as histórias da família e da
diferentes configurações e escola e identificar o papel desempenhado por
vínculos diferentes sujeitos em diferentes espaços.
(EF01HI07IP) Identificar mudanças e permanências,
ao longo de um dado período e lugar, nas formas de
organização familiar, reconhecendo a historicidade
do conceito de família e como ele pode ganhar
diferentes sentidos e significados para variados
grupos e sujeitos.
- A escola, sua (EF01HI08IP) Reconhecer e discutir o papel da
representação espacial, sua escola para a construção da cidadania, bem como o
história e seu papel na significado das comemorações e festas escolares,
comunidade diferenciando-as das datas festivas comemoradas no
âmbito familiar e ou da sua comunidade.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
2º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
A comunidade e seus - A noção do “Eu” e do (EF02HI01IP) Reconhecer espaços de sociabilidade
registros “Outro”: comunidade, e identificar os motivos que aproximam e separam as
convivências e interações pessoas em diferentes grupos sociais ou de parentesco
entre pessoas em tempos e lugares diversos, incentivando a
convivência, o respeito e a inclusão social.
(EF02HI02IP) Identificar e descrever práticas e
papéis sociais que as pessoas exercem em diferentes
comunidades, percebendo-as como sujeitos
construtores de histórias individuais que se integram
em histórias coletivas, valorizando a diversidade
familiar, social e cultural.
(EF02HI03IP) Relacionar situações cotidianas da
vida da criança/estudante e daqueles que estão em sua
volta, que remetam à percepção de mudança,
pertencimento e memória, apontando-as como ações
produzidas por múltiplos sujeitos históricos e que são
constituintes da história de uma dada sociedade.
- A noção do “Eu” e do (EF02HI04IP) Selecionar e compreender o
“Outro”: registros de significado de objetos e documentos pessoais como
experiências pessoais e da fontes de memórias e histórias nos âmbitos pessoal,
comunidade no tempo e no familiar, escolar e comunitário.
espaço
- Formas de registrar e (EF02HI05IP) Selecionar objetos e documentos
narrar histórias (marcos de (escritos, audiovisuais etc.) pessoais e de grupos 530
memória materiais e próximos ao seu convívio e compreender sua função,
imateriais) seu uso e seu significado em diferentes contextos.
- O tempo como medida (EF02HI06IP) Identificar e organizar,
temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando
noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao
mesmo tempo e depois) relacionando-as a outros
modos de organização temporal usados por diversos
grupos humanos (indígenas, quilombolas, etc.) e
pelos historiadores (dia, mês, ano, década, século,
etc.).
(EF02HI07IP) Conhecer e utilizar diferentes
marcadores do tempo presentes na comunidade,
como relógio e calendário, e compará-los com outros
tipos de marcadores de tempo usados por outros
grupos humanos (indigenas, quilombolas, etc.), de
diversas etnias e em diferentes tempos e espaços.
As formas de - As fontes: relatos orais, (EF02HI08IP) Compilar histórias da família e/ou da
registrar as objetos, imagens (pinturas, comunidade registradas em diferentes fontes,
experiências da fotografias, vídeos), apresentando-as como possibilidades para as
comunidade músicas, escritas, narrativas (orais, escritas, visuais etc), da comunidade
tecnologias digitais de e de uma dada sociedade.
informação e comunicação (EF02HI-IP02) Entender que o conhecimento
e inscrições nas paredes, histórico só é possível de ser narrado se existirem
ruas e espaços sociais indícios/fontes/documentos que podem ser usados,
interpretados pelo historiador e outros sujeitos para
produzir uma narrativa sobre o passado e que esta é
diferente de uma simples lembrança, das memórias
individuais e coletivas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Povos e culturas: - O que forma um povo: do (EF05HI01IP) Identificar os processos de formação
meu lugar no mundo nomadismo aos primeiros das culturas e dos povos, relacionando-os com o
e meu grupo social povos sedentarizados espaço geográfico ocupado.
- As formas de organização (EF05HI02IP) Identificar os mecanismos de
social e política: a noção de organização do poder político com vistas à
Estado compreensão da ideia de Estado e/ou de outras formas
de organização social.
- O papel das religiões e da (EF05HI03IP) Analisar o papel das culturas e das
cultura para a formação religiões na composição identitária dos povos
dos povos antigos antigos, reconhecendo a diversidade religiosa como
um elemento cultural em diferentes sociedades.
- Cidadania, diversidade (EF05HI04IP) Associar a noção de cidadania com os
cultural e respeito às princípios de respeito à diversidade, à pluralidade e
diferenças sociais, culturais aos direitos humanos, notadamente as questões dos
e históricas corpos, das sexualidades, das relações de gênero, das
relações étnico-raciais, religiosas, culturais,
econômicas e sociais e da convivência com as
diferenças.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
6º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
História: tempo, - O tempo e suas (EF06HI01IP) Identificar e discutir diferentes
espaço e formas de representações formas de compreensão da noção de tempo e de
registros periodização dos processos históricos (continuidades
e rupturas), reconhecendo diferentes referenciais dos
períodos históricos.
(EF06HI-IP18) Reconhecer e utilizar medidas de
tempo usadas pelos homens e mulheres em seu
cotidiano e pelos historiadores em seus escritos (dia,
mês, semana, ano, década, século, milênio, era),
buscando selecionar e localizar informações e
acontecimentos históricos em linhas do tempo e em
outros modos de organização temporal.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
7º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O mundo moderno e - A construção da ideia de (EF07HI-IP23) Discutir o processo de transição do
a conexão entre modernidade e seus período medieval para o mundo moderno, destacando
sociedades africanas, impactos na concepção de os modos de vida dos povos europeus, africanos e das
americanas e História populações indígenas do Novo mundo naquele
europeias período.
- A ideia de “Novo Mundo” (EF07HI01IP) Analisar e explicar o significado de
ante o Mundo Antigo: “modernidade” e suas lógicas de inclusão e exclusão,
permanências e rupturas de com base em uma concepção europeia.
saberes e práticas na
(EF07HI02IP) Identificar os elementos culturais que
emergência do mundo
constituem as identidades de diferentes grupos em
moderno
variados tempos e espaços a partir das conexões e
interações entre as sociedades do Novo Mundo, da
Europa, da África e da Ásia no contexto das grandes
navegações e indicar a complexidade e as interações
que ocorreram nos Oceanos Atlântico, Índico e
Pacífico.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
9º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
O nascimento da - Experiências republicanas (EF09HI01AIP) Analisar o processo de transição do
República no Brasil e práticas autoritárias: as Império para a República e seus desdobramentos 545
e os processos tensões e disputas do políticos, econômicos, sociais e culturais para a
históricos até a mundo contemporâneo sociedade brasileira de finais do século XIX e início
metade do século do XX.
XX - A proclamação da
República e seus primeiros (EF09HI01BIP) Descrever e contextualizar os
desdobramentos principais aspectos sociais, culturais, econômicos e
políticos da emergência da República no Brasil, com
destaque para o movimento abolicionista, e relacioná-
los com as tensões e disputas do mundo moderno no
alvorecer do século XX.
(EF09HI02IP) Caracterizar e compreender os ciclos
da história republicana, considerando as mudanças e
permanências nos contextos político, econômico,
social e cultural em nível local, regional e nacional,
dando ênfase às revoltas e aos movimentos sociais
ocorridos até 1954.
- A questão da inserção dos (EF09HI03AIP) Identificar os mecanismos de
negros no período inserção da sociedade brasileira no pós-abolição e
republicano do pós- avaliar os seus resultados, reconhecendo, analisando
abolição e valorizando a participação dos povos africanos e
dos afro- brasileiros nesse processo, em sua
- Os movimentos sociais e a diversidade sociocultural, nos vários períodos da
imprensa negra; a cultura história ipojucana, regional e nacional.
afro-brasileira como
elemento de resistência e (EF09HI03BIP) Identificar e discutir a importância
superação das dos movimentos sociais e o papel da imprensa
discriminações “negra” no país, de modo especial em Pernambuco,
na construção da sociedade brasileira pós-abolição.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
550
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Citando Jurgen Habermas, “A ciência e a razão sozinhas não podem responder todas as
grandes questões humanas”.
A maior parte, senão todas as civilizações de que se tem conhecimento possuem um
traço em comum: a religião. Desde as comunidades mais primitivas até as sociedades mais
desenvolvidas, todas tinham religião, (e até hoje as nações e regiões se fundam em princípios
religiosos, mesmo que minimamente) sejam elas cultos e divinização dos elementos da natureza
ou religiões organizadas com deuses complexos e antropomorfizados.
O fenômeno religioso, parte inerente da cultura de um povo, é imprescindível para
compreender a história de uma sociedade, de modo que pensar a formação humana, dentro de
uma perspectiva integral, envolve a promoção de uma educação capaz de fomentar uma cultura
de respeito à dignidade humana, fundamentada nos valores da igualdade, liberdade, justiça,
solidariedade, cooperação, tolerância e paz.
O conhecimento religioso, objeto da área de Ensino Religioso, é produzido no âmbito
das diferentes áreas do conhecimento científico: as Ciências Humanas e Sociais, notadamente
da(s) Ciência(s) da(s) Religião(ões). Essas Ciências investigam a manifestação dos fenômenos
552
religiosos em diferentes culturas e sociedades enquanto um dos bens simbólicos resultantes da
busca humana por respostas aos enigmas do mundo, da vida e da morte. De modo singular,
complexo e diverso, esses fenômenos alicerçaram distintos sentidos e significados de vida e
diversas ideias de divindade(s), em torno dos quais se organizaram cosmovisões, linguagens,
saberes, crenças, mitologias, narrativas, textos, símbolos, ritos, doutrinas, tradições,
movimentos, práticas e princípios éticos e morais. Os fenômenos religiosos em suas múltiplas
manifestações são parte integrante do substrato cultural da humanidade.
Estabelecido como componente curricular de oferta obrigatória nas escolas públicas de
Ensino Fundamental, com matrícula facultativa, em diferentes regiões do país, foram
elaboradas propostas curriculares, cursos de formação inicial e continuada e materiais didático-
pedagógicos que contribuíram para a construção da área do Ensino Religioso, cujas natureza e
finalidades pedagógicas são distintas da confessionalidade.
Com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), lei nº 9394/96, o Ensino
Religioso, que passa a ser orientado pelo Artigo 33, é considerado como área de conhecimento,
adquire foco de pesquisa, reflexão e também se torna um componente curricular.
Conforme a Lei nº 9.475, de 22 de Julho de 1997, que dá nova redação ao Artigo 33 da
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, se estabelecem as diretrizes e bases da educação
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
553
A religião não é coisa tão somente do indivíduo que crê e milita em alguma igreja, ou
tão somente das instituições confessionais; ela é um fato antropológico e social que
permeia de maneira ativa todos os âmbitos da vida dos cidadãos que compõem o
estado plural e laico.
Como fato social e antropológico, assim, a religião deve ser vista pelo Ensino Religioso,
e só desta forma logrará êxito no seu objetivo de analisar a religião na sociedade como um
fenômeno, numa perspectiva dialógica presente nas culturas, promovendo a compreensão e o
respeito à diversidade cultural e religiosa, com base na formação histórico-cultural-social das
tradições e/ou culturas religiosas (PERNAMBUCO, 2015).
Uma das formas de entendimento científico e sistemático da religiosidade é o método
fenomenológico, este, por meio de análise das expressões, comportamentos, do culto religioso
– pois engloba e estrutura as ações que dirigem o Sagrado, quer seja concebido como um Ser
transcendente, quer como um Deus antropomorfo, quer como um Absoluto impessoal – visa
compreender o fenômeno da religião, entender, compreender o significado numa perspectiva
existencial, de uma forma metodológica. Segundo Piazza (1986), a fenomenologia religiosa é
o estudo sistemático do fato religioso nas suas manifestações e expressões sensíveis, ou seja,
como comportamento humano, com a finalidade de apreender o seu significado profundo.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Nesse contexto, a concepção de Ensino Religioso aqui proposta estabelece a área como
via para o conhecimento e entendimento de si (identidade), pela reconstrução de significados
que ocorre por meio da releitura dos elementos do fenômeno religioso, para a afirmação de um
convívio social e empático e pela relação harmoniosa entre as culturas e tradições religiosas.
Dessa forma, o Ensino Religioso deve tornar possível aos estudantes reler e estabelecer novos
significados para o objeto de seu estudo: o fenômeno religioso.
A seguir, são apresentadas as competências de Ensino Religioso e, na sequência, o
Organizador Curricular com as unidades temáticas, habilidades e os objetos de conhecimento
que vão contribuir para a formação integral dos estudantes ao longo do Ensino Fundamental.
O Ensino Religioso tem por objetivo o conhecimento da religião por meio do diálogo,
respeitando sua pluralidade, conversando com outras áreas de conhecimento e com o cidadão,
por meio de uma inter-relação com o diverso, valorizando a pessoa humana, sua dignidade.
Esse conhecimento dá-se num diálogo permanente das Ciências da Religião com as Ciências
Humanas (como Filosofia, Antropologia, Sociologia), investigando, assim, o fenômeno
religioso em vários aspectos, próprios da cultura humana, percebendo-o em sua localidade,
crenças e rituais, fé, práticas, o sobrenatural, seus cultos, objetos sagrados e em todas as
manifestações e expressões que constituem a pessoa humana.
Dentre os muitos questionamentos relacionados ao fazer pedagógico no Ensino
Religioso, ao refletir-se sobre “o que ensinar”,
Convém destacar, ainda, que todo o conteúdo a ser tratado nas aulas de Ensino 556
Religioso contribuirá para a superação do preconceito à ausência ou à presença de
qualquer crença religiosa, de toda forma de proselitismo, bem como da discriminação
de qualquer expressão do sagrado. Assim, os conteúdos a serem ministrados nas aulas
de Ensino Religioso não têm o compromisso de legitimar uma manifestação do
sagrado em detrimento de outra, uma vez que a escola não é um espaço de doutrinação,
de evangelização, de expressão de crença de ritos ou símbolos, campanhas e
celebrações. (BIACA et al., 2008, p. 24).
Ensina-se religião para ter maior consciência de seu significado na vida do indivíduo
e sua função na sociedade. Discernir o dado religioso e assumir posturas cidadãs
perante suas manifestações e relações com as diversas dimensões da vida humana é
uma habilidade indispensável para educação dos cidadãos oriundos de qualquer credo,
ou mesmo sem nenhum credo (SENA, 2007, p. 37).
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Para que esses princípios sejam efetivamente assegurados, os métodos que permeiam a
prática pedagógica do componente curricular Ensino Religioso devem utilizar-se da
transdisciplinaridade em um diálogo constante com as interfaces de outras ciências. Ou seja,
aquilo que está ao mesmo tempo entre, através e além das áreas de conhecimento e seus
componentes curriculares, numa atitude transcultural, transreligiosa, transpolítica e
transnacional.
Umas das grandes riquezas do currículo de ensino religioso é sua contextualização com
as características locais. De acordo com o Art. 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN),
paradigma, o estudante não se configura como uma tábua rasa, um mero depositário de
conhecimentos, passivo e desconsiderado na socialização do conhecimento. O conhecimento
religioso precisa ser compreendido num sentido mais amplo, pois o fenômeno religioso é
intrínseco a cada estudante. Ou seja, a concepção antropológica da religião ultrapassa a
compreensão de ensino de uma religião, uma vez que respeita as várias experiências em sala de
aula e concepções das mais diversas sobre religião. Nesse sentido, Sena (2007, p. 76) afirma:
1
Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Conforme encontra-se no livro comemorativo dos 20 anos de
organização do FONAPER (POZZER, 2015), desde a sua criação, em 1995, esse fórum vem mantendo seu
compromisso de acompanhar, organizar e subsidiar os esforços de professores, associações e pesquisadores que
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
ensino de uma religião ou das religiões na escola, mas como componente curricular que
proporcione o conhecimento dos elementos básicos que compõem o fenômeno religioso,
valorizando a diversidade cultural e religiosa presente na sociedade (CECHETTI, 2015), o que
requer dos educadores envolvidos na área a reflexão sobre como conduzir as atividades que
envolvem sua execução, a saber, o planejar, selecionar e apresentar conteúdos de forma a
promover tais princípios.
No entanto, segundo Fonseca (2015), dentre as inúmeras formas de exclusão presentes
em nossa sociedade, as que envolvem a expressão religiosa de seu povo estão extremamente
arraigadas a inúmeros preconceitos historicamente construídos, que podem ser explicados pela
“cientifização” da sociedade, cujas repercussões no espaço escolar acabaram por gerar
violências nem sempre sutis por meio de uma hierarquização dos campos de saber: “Essas
marcas nos campos de conhecimento nos revelam uma hierarquização em que conhecimentos
considerados válidos emergem e subalternizam outros tantos que circulam nas escolas
brasileiras (FONSECA, 2015, p. 209).
Nesse sentido, a profissão docente deve abandonar a concepção predominante do século
XIX de mera transmissão de conhecimento, visando a uma aprendizagem que promova uma 560
sociedade democrática, plural, participativa, solidária e integradora, na qual o estudante torna-
se parte integrante na construção do conhecimento. O conhecimento específico da profissão
docente assume, então, um papel reflexivo em sua prática pedagógica. Os vários saberes
relacionam-se em uma constante troca, proporcionando múltiplas aprendizagens e tornando o
processo dialógico.
se dedicam à efetivação do Ensino Religioso na Educação Básica enquanto componente curricular. Os esforços
dessa importante instância de atuação estão voltados para uma prática de Ensino Religioso não confessional, o que
consiste num imperativo ético para a acolhida e reconhecimento da diversidade cultural religiosa em uma
perspectiva intercultural e de fortalecimento dos direitos humanos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
Esse processo reflexivo acontece também com a participação de todos os atores que
constituem o processo escolar. O projeto político-pedagógico (PPP) garante essa participação,
valorizando as várias concepções e interfaces da religião, promovendo o diálogo inter-religioso.
Essa reflexão deverá estar em constante interlocução com as mudanças que ocorrem na escola
e para além dela, garantindo, assim, a capacidade de delinear a sua própria identidade,
necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar e para o exercício
da cidadania.
Nesse sentido, as concepções de avaliação do componente curricular Ensino Religioso,
conforme as bases legais, assumem um caráter reflexivo.
Torres (1998) mostra que, além de apontar a dominação, agressão e violência tão
características do contexto social, Paulo Freire desvelou os mecanismos de opressão em várias
esferas: 561
Ele salientou que o racismo, o sexismo e a exploração social são as formas mais
evidentes de dominação e opressão, mas também reconheceu que a opressão pode ser
gerada em crenças religiosas, filiações políticas, e atitudes face a naturalidade, idade,
tamanho e deficiências físicas e intelectuais (TORRES, 1998, p. 50).
vida familiar e social; educação para o consumo, educação financeira e fiscal; trabalho, ciência
e tecnologia e diversidade cultural. Esses temas aparecem nas habilidades de Ensino Religioso
ao longo do Ensino Fundamental.
Entende-se, portanto, que o estudo do componente curricular Ensino Religioso contribui
para a formação básica do estudante tanto no âmbito de suas relações interpessoais quanto no
desenvolvimento de atitudes éticas e de construção de seu projeto de vida. Dessa forma, sua
inserção no Currículo do Estado de Pernambuco atende a necessidades profundas que não
podem ser desconsideradas no processo de formação educacional e humana dos estudantes. O
não atendimento dessas necessidades resultaria, sem dúvida, em um estudante apartado de
importantes dimensões estruturantes de sua condição humana multifacetada. É, pois, para
ajudar no processo de construção desse estudante citado que o Ensino Religioso se apresenta
como componente de clara relevância (PERNAMBUCO, 2019).
Nesse sentido, os temas contemporâneos contribuem para a formação básica do
estudante, em seu processo de formação humana e multifacetada. Sendo, portanto, de vital
importância na construção da aprendizagem.
563
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Identidades e - O eu, o outro e o nós (EF01ER01PE-IP) Identificar e acolher as
alteridades semelhanças e diferenças entre o eu, o outro e o nós.
(EF01ER02PE-IP) Reconhecer que o seu nome e o
das demais pessoas os identificam e os diferenciam.
- Imanência e (EF01ER03IP) Reconhecer, valorizar e respeitar as
transcendência características físicas e subjetivas de cada um.
(EF01ER04PE-IP) Conhecer e respeitar a
diversidade existente em todas as formas de vida.
Manifestações - Sentimentos, lembranças, (EF01ER05PE-IP) Identificar e acolher sentimentos,
religiosas memórias e saberes lembranças, memórias e saberes de cada um.
(EF01ER06IP) Identificar e respeitar as diferentes
formas pelas quais as pessoas manifestam
sentimentos, ideias, memórias, gostos e crenças a
partir das experiências individuais e/ou dos núcleos de
convivência, em diferentes espaços.
2º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO 564
Identidades e - O eu, a família e o (EF02ER01IP) Reconhecer e valorizar por meio das
alteridades ambiente de convivência interações sociais os diferentes espaços de
convivência, identificando semelhanças e diferenças.
(EF02ER02IP) Reconhecer-se como ser humano
com suas vivências e experiências, valorizando
crenças e formas diversas de conviver com outras
pessoas e ambientes.
- Memórias e símbolos (EF02ER03IP) Identificar e compartilhar as
diferentes formas de registro das memórias pessoais,
familiares e escolares e comunitarias (fotos, músicas,
narrativas, álbuns...).
(EF02ER04PE-IP) Conhecer e identificar os
símbolos presentes nos variados espaços de
convivência como parte da construção da sua
identidade e do outro.
- Símbolos religiosos (EF02ER05IP) Identificar, distinguir e respeitar
símbolos religiosos de distintas manifestações,
tradições e instituições religiosas. reconhecendo-os
nas dimensões imanente (material) e transcendente
(espiritual).
Manifestações -Alimentos sagrados (EF02ER06PE-IP) Conhecer e exemplificar
religiosas alimentos considerados sagrados por diferentes
culturas, tradições e expressões religiosas.
(EF02ER07PE-IP) Identificar e respeitar
significados atribuídos a alimentos em diferentes
manifestações e tradições religiosas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
3º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Identidades e - Espaços e territórios (EF03ER-IP01) Compreender o que são espaços e
alteridades religiosos territórios religiosos.
(EF03ER01IP) Identificar e respeitar os diferentes
espaços e territórios religiosos naturais ou construídos
de diferentes tradições de pessoas, grupos e
movimentos religiosos.
(EF03ER02IP) Caracterizar os espaços e territórios
religiosos como locais de realização das práticas
celebrativas das diversas tradições em sua
comunidade.
Manifestações - Práticas celebrativas (EF03ER03IP) Identificar e respeitar práticas
religiosas celebrativas (cerimônias, orações, festividades,
peregrinações, entre outras) de diferentes culturas e
tradições religiosas nas escalas local e regional.
(EF03ER04PE-IP) Caracterizar as práticas
celebrativas como parte integrante do conjunto das
manifestações religiosas de diferentes culturas e
sociedades.
- Indumentárias religiosas (EF03ER05IP) Conhecer e respeitar as
indumentárias (roupas, acessórios, símbolos, pinturas
corporais) utilizadas em diferentes tempos (especiais
ou cotidianos), manifestações e tradições religiosas.
(EF03ER06PE-IP) Reconhecer e caracterizar as
indumentárias como elementos integrantes das 565
identidades religiosas.
4º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Manifestações - Ritos religiosos (EF04ER-IP02) Compreender o que são ritos
religiosas religiosos.
(EF04ER01PE-IP) Identificar ritos religiosos
presentes no cotidiano pessoal, familiar, escolar e
comunitário.
(EF04ER02PE-IP) Identificar e respeitar ritos e suas
funções em diferentes manifestações e tradições
religiosas.
(EF04ER03PE-IP) Caracterizar ritos de iniciação e
de passagem em diversos grupos religiosos
(nascimento, casamento, morte e outros).
(EF04ER04IP) Identificar e respeitar as diversas
formas de expressão presentes nos ritos (orações,
cultos, gestos, cantos, dança, meditação) para, por
meio da espiritualidade, buscar o sentido da vida
pessoal e coletiva nas diferentes tradições religiosas.
- Representações religiosas (EF04ER05PE-IP) Identificar representações
na arte religiosas em diferentes expressões artísticas
(pinturas, arquitetura, esculturas, ícones, símbolos,
imagens, dança, música, teatro e outras),
reconhecendo-as como parte da identidade de
diferentes culturas e tradições religiosas.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
5º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Crenças religiosas e - Narrativas religiosas (EF05ER01PE-IP) Identificar e respeitar
filosofias de vida acontecimentos sagrados de diferentes culturas e
tradições religiosas como recurso para preservar a
memória.
- Mitos nas tradições (EF05ER-IP05) Compreender a concepção de mito.
religiosas (EF05ER02PE-IP) Identificar mitos de criação em
diferentes culturas e tradições religiosas.
(EF05ER03PE-IP) Reconhecer funções e
mensagens religiosas contidas nos mitos de criação
(concepções de mundo, natureza, ser humano,
divindades, vida e morte).
- Ancestralidade e tradição (EF05ER-IP06) Compreender o que significa
oral ancestralidade e tradição oral.
566
(EF05ER04PE-IP) Reconhecer a importância da
tradição oral para preservar memórias e
acontecimentos religiosos.
(EF05ER05PE-IP) Identificar elementos da tradição
oral nas culturas indígenas, afro-brasileiras, ciganas,
entre outras.
(EF05ER06PE-IP) Identificar e valorizar o papel
dos sábios e anciãos na comunicação e preservação
da tradição oral dos diversos povos pernambucanos.
(EF05ER07PE-IP) Reconhecer, em textos orais,
ensinamentos relacionados a modos de ser e viver de
acordo com cada tradição religiosa.
6º ANO
REFERÊNCIAS
ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA DE LINGUAGENS
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LÍNGUA PORTUGUESA
573
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ÁREA DE MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
CHAMBERS, P.; TIMLIN, R. Ensinando Matemática para adolescente. 2ª ed. Porto Alegre:
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MORAN, J. Metodologias ativas de bolso: como os alunos podem aprender de forma ativa,
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Paulo Freire: política e pedagogia. Porto: Porto Editora, 1998.
586
FICHA TÉCNICA
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
FICHA TÉCNICA
TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Rivson de Castro e Souza
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Rosemary de Fátima Raposo Sales dos Santos
Telma Cristiane Gonçalves da Silva
TÉCNICO-ADMINISTRATIVO
Adriana Paulino de Souza
Rosane de Fátima Raposo Sales Cavalcanti
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Vilma Morais de Oliveira
PROGRAMAS E PROJETOS
Elilde Maria Ramos
Erick Valdevino Bernardo
APOIO LOGÍSTICO
Ana Cristina Severino
Ana Lúcia de Almeida Oliveira
Andrea Carla Sampaio Gomes Lopes 589
Jose Sérgio Ferreira Batista
Roberta Elane Maria Xavier
Roberta de Fatima Raposo Sales Lacerda
Rosemary Andra Nepomuceno
Sandra Íris de Oliveira
Zildete Maria Dias
REVISÃO
Evana Izabely Ribeiro de Souza
Flávia Barbosa de Santana Araújo
Juliana Pereira de Lemos
REDATORES/FORMADORES
Alcicleide Maria Santana de Jesus
Elizângela Maria das Neves Lopes
Iêda Alves da Silva Mariano
Júlio César Rufino de Freitas
Noberto Francisco de Barros Júnior
LEITORES CRÍTICOS
Nelino José Azevedo de Mendonça
Zuleica Tavares de Brito Leitão
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
REDATORES/FORMADORES
Eraldo José de Santana
Gislaine Sobral Nunes
Italanei Maria Cavalcante
Patrícia Silva das Chagas
Rafael Alves de Amorim
Raqueline Lacortt Carvalho
LEITORA CRÍTICA
Suzana Maria Brainer
REDATORAS/FORMADORAS
Ana Célia Feitoza Guimarães
Cícera Cassiana da Silva
Márcia Maria de Freitas Silva
Maria da Conceição da Silva Chagas
Maria José Duarte de Lira 590
Rejenice José Silva
FORMADORAS
Maria Wilma de Souza Sales
Nadja Mariane da Silva Chagas
LEITOR CRÍTICO
Jose Edson Bentzen
EDUCAÇÃO DO CAMPO
REDATORA/FORMADORA
Karla Cristian da Silva
FORMADORES
Ítalo Moraes de Souza
Jailza Maria da Silva
Maria Carmelo da Silva Belarmino
Simone Maria da Silva Souza
Tarciana de Paula Silva
LEITOR CRÍTICO
Anderson da Silva Matos
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
EDUCAÇÃO INFANTIL
REDATORAS/FORMADORAS
Alcicleide Maria Santana de Jesus
Ana Laura Ferreira dos Santos
Ana Catarina Lemos Cabral
FORMADORAS
Bárbara Siluane da Silva Carneiro
Claudinete Lima Lins de Andrade
Elânia Paula de Santana Firmino
Lucidalva Maria Valentim
Iracilda Ramos da Silva
Maria Roseana Alves dos Santos
Marisa Ferreira da Silva Mariano
LEITORA CRÍTICA
Elisangela Maria da Silva
ENSINO FUNDAMENTAL
591
REDATORES/FORMADORES
ARTE
Luciana Maria Gomes Carneiro
Rafael Alves de Amorim
CIÊNCIAS
Júlio César Rufino de Freitas
Marília Leite da Silva
EDUCAÇÃO FÍSICA
Luís Gustavo da Costa Pereira
Sérgio Henrique Noblat de Andrade Júnior
ENSINO RELIGIOSO
David da Costa Monteiro Rodrigues
Ênia da Silva Ramos Teixeira
GEOGRAFIA
Heraldo Martins da Silva Neto
HISTÓRIA
Paulo Felipe Nogueira
Thiago Pereira Francisco
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
LÍNGUA INGLESA
Evana Izabely Ribeiro de Souza
Francisco de Assis Castro Carvalho
LÍNGUA PORTUGUESA
Flávia Barbosa de Santana Araújo
Juliana Pereira de Lemos
MATEMÁTICA
Drayton José da Silva
Girlândio Lima da Paz
FORMADORAS
LEITORES CRÍTICOS
ARTE
Andreza da Nóbrega Arruda Silva
CIÊNCIAS
Airam Batista Simões
EDUCAÇÃO FÍSICA
Wellington Lins de Souza
ENSINO RELIGIOSO
Ricardo Jorge Silveira Gomes
GEOGRAFIA
Evaniely Sayonara dos Santos Costa Gualberto de Sá
HISTÓRIA
José Walmilson do Rêgo Barros
CURRÍCULO REFERÊNCIA DO IPOJUCA
LÍNGUA INGLESA
José Roberto de Queiroz
LÍNGUA PORTUGUESA
Gisleyne Cássia Portela Costa
MATEMÁTICA
Maria das Dores de Morais
COLABORADORES
EDUCAÇÃO DO CAMPO