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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

ANTÔNIO PEREIRA CARDOSO

DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO NA


UNIDADE PRISIONAL DE TRINDADE-GO

Projeto de pesquisa apresentado ao Programa de


Pós-Graduação em Educação da Faculdade de
Educação da Universidade Federal de Goiás na
linha de pesquisa: Cultura e Processos
Educacionais para fins da seleção de mestrado
do segundo semestre de 2024. Sugestão de
orientador: Wilson Alves de Paiva

Goiânia-GO
2024
1-DELIMITAÇÃO DO TEMA

A disposição desta proposta de pesquisa limita-se à compreensão dos principais


desafios na implementação de programas de educação na Unidade Prisional de Trindade-GO
(UPT). Este tema está relacionado com a forma como a aprendizagem do aluno/recluso é
pensada, sistematizada e avaliada, na intenção de ressocialização.
Na prisão a presença da escola talvez esteja ligada a concepção de ser um dos
únicos meios de adaptação, e, de desenvolvimento de competências significativas para o
aprisionado, porque sugere uma aproximação com a capacitação e com a racionalidade,
contribuindo de certa forma em um futuro melhor durante e após o cumprimento da pena.
Diante disso, a Secretaria de Educação do Estado de Goiás (Seduc-GO), responsável
pela administração, coordenação e regulação das escolas estaduais, reconhece o direito
constitucional, garantido por lei, para jovens e adultos em situação de cárcere, de ter acesso à
educação. Nesse sentido, a proposta curricular da educação prisional segue as competências e
habilidades previstas no Documento Curricular para Goiás (Seduc-GO, 2024).
Consequentemente, as turmas da educação prisional funcionam dentro do presídio de
Trindade-GO como extensão de uma unidade escolar (Escola Estadual Professor Esmeraldo
Monteiro), autorizada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB, nº 9394/1996) está situada na confluência de dois direitos
fundamentais do cidadão: educação e trabalho, assegurados também na Lei de Execução
Penal - LEP nº 7.210/84, modificada pela Lei nº 13.163/15, que garante o direito à educação
nos artigos 17 ao 21. Dessa forma, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), está integrada à
educação profissional, oferecida de acordo com o decreto n. 5154/2024 e a resolução n.
1/2021 do Conselho Nacional de Educação (CNE), incluindo cursos de qualificação
profissional e Formação Inicial e Continuada (FIC) (Brasil, 1988).
O foco dessa proposta perpassa pela necessidade de fazer um estudo considerando a
função social da escola, seus desafios e conflitos dentro do ambiente carcerário, visando
conhecer como essa instituição formal de ensino possibilita que os detentos tenham acesso a
instrução para reabilitação, resgate social e uma educação libertadora. Além disso,
compreender como o professor e os alunos se comportam mediante as questões geradas pela
remissão por estudos e a ressocialização.
A pesquisa em comento será desenvolvida no município de Trindade - GO tendo
como ênfase os alunos e professores da sala de aula em extensão do sistema penitenciário da
Unidade Prisional de Trindade-GO (UPT). Para isso, iniciar-se-á as leituras, as revisões
bibliográficas, teóricas e metodológicas, no segundo semestre de 2024, prosseguindo no
primeiro semestre de 2025, com revisões dos conceitos e aprofundamento das leituras que
abrangem essa temática. No início de 2025 serão iniciadas as coletas de dados, pretende-se
terminar as coletas em julho de 2025 onde será feito o tratamento dos dados e conclusão da
tese até 2026.

2-DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O estudo e o conhecimento possivelmente são as formas mais elevadas para permitir


com mais postura e clareza a busca por uma reeducação social do estudante preso, além de
contribuir para melhorar o relacionamento consigo mesmo e com os outros. Tendo em vista
que existe um modo cultural que envolve a comunidade estudantil carcerária, e esta por sua
vez, se apropria do conhecimento formal executado e ministrado pela escola em extensão
dentro do presídio de Trindade-GO, que acaba por ter redesenhado os seus próprios moldes. A
presente proposta de pesquisa parte das seguintes questões: Quais são os principais desafios
enfrentados pelo sistema prisional na implementação de programas de educação dentro da
prisão? Qual é a importância da educação carcerária no processo de ressocialização dos
detentos e na redução da reincidência criminal? A escola dentro da prisão como meio de
ensino formal tem “recuperado” o aluno/preso para vida em sociedade? Tendo o preso direito
a uma remissão de pena pelos estudos segundo a lei de Execução Penal - LEP nº 7.210/84,
modificada pela Lei nº 13.163/15. Quais transformações significativas a escola proporciona
para desenvolver uma aprendizagem que possa gerar readaptação do aluno com privação de
liberdade do sistema penitenciário e socioeducativo de Trindade-GO?

3-JUSTIFICATIVA

Esta proposta é adequada às possibilidades de estudo ofertado pela linha de pesquisa


Cultura e Processos Educacionais, haja vista, que se trata de uma linha que recepciona
diversos estudos acerca das dinâmicas que envolve educação, escola e cultura. Neste caso
específico a presente proposta de pesquisa atravessa essas dinâmicas, quando aborda as
transformações culturais que possam envolver a educação carcerária em Trindade-GO.
Elevando assim as várias questões que serão abarcadas pelo debate acadêmico em educação a
qual ensejo.
Ao participar de programas de formação escolar por meio de cursos presenciais e de
formações a distância oferecidos pela Seduc-GO, no Presídio de Trindade, surgiu os
questionamentos quanto a problemática que norteia as questões da sala de aula dentro de uma
“prisão”. São questões que resvala pelo desafio de compreender a escola como provedora de
ensino e possíveis transformações que poderão proporcionar uma reinserção do aluno em
situação de privação de liberdade.
O desejo de empreender tal estudo ancora-se também na vontade pessoal de se
dedicar a essa temática como estudo, e, na possibilidade de interação para a compreensão
entre as habilidades dos detentos e a capacidade de reintegração social. Esta pesquisa
apresenta-se também alinhada com o pensamento profissional do professor/pesquisador, no
qual exerce a função de professor do Ensino Fundamental em uma sala em extensão,
coordenada pela Escola Estadual Professor Esmeraldo Monteiro na Unidade Prisional de
Trindade-GO desde 2015. Além da motivação profissional e pessoal, a pesquisa que proponho
é de cunho acadêmico, porque possibilita leitura sobre a construção panorâmica na
perspectiva dos professores da Educação de Jovens e Adultos, quanto integração entre a
prática e a ressocialização dos privados de liberdade. É um contributo para obtenção de novos
olhares e ações assertivas para atingir maior qualidade e desenvolvimento do ensino
aprendizagem. E que este atinja os alunos na sua diversidade.
Diante do exposto, fica evidente a importância do estudo em questão, pela
necessidade e busca do bom desempenho escolar para o bem estar do indivíduo. É papel da
escola oferecer atividades criativas que permitam oportunidades iguais para os cidadãos
crescerem intelectualmente, socialmente e economicamente. É dever do Estado criar
mecanismos, desenvolver espaço educativos (infraestrutura) para o bom desempenho do
professor e do aluno na sala de aula.

4-REFERENCIAL TEÓRICO

A base teórica que vai envolver os temas abordados nesta proposição de pesquisa,
bem como, os principais conceitos e elementos utilizados para subsidiar essa investigação
estão conectados ao objeto de análise que envolvem: poder, disciplina e controle social,
cadeia, liberdade, punição, ressocialização, as concepções de educação, questões de leis,
discriminação e preconceito, diversidade cultural, castigo dentre outros.
Diante disso, o termo castigo sempre teve presença marcante ao longo da história da
humanidade. Antes da chegada da era moderna, a punição corporal era aplicada para aqueles
que violassem as normas sociais de uma determinada comunidade. Com o surgimento do
capitalismo, uma nova forma de punição surgiu: a restrição da liberdade. Esse novo modelo
busca humanizar a pena, essencial para a reintegração do indivíduo à sociedade. No Brasil, a
“Lei de Execução Penal de 1984, baseada em normas internacionais”, busca garantir educação
e trabalho aos detentos como método mais eficaz para a reintegração social (Santos, 2017, p.
06). No entanto, apesar das garantias legais, o sistema prisional brasileiro, assim como em
outros países, parece não estar alcançando seus objetivos de reintegração. A reincidência é
uma realidade para a maioria dos presidiários. Diante de uma possível crise no Sistema
Penitenciário Brasileiro, evidenciada pela superlotação das prisões, pela dificuldade de acesso
à justiça e pelos casos de maus-tratos denunciados com frequência por organizações de
direitos humanos (Santos, 2017). Diante disso, questiono: Qual é a importância da educação
carcerária no processo de ressocialização dos detentos e na redução da reincidência criminal?
Quais são os principais desafios enfrentados pelo sistema prisional na implementação de
programas de educação dentro da prisão?
A intenção é estabelecer um diálogo entre teóricos para poder viabilizar esse trabalho
e discutir com maior propriedade o objeto e a problematização que aqui se estabelece. Trata-
se de pensar no funcionamento da remissão de pena pelo estudo, a importância da educação e
a ressocialização dos alunos/presos, estabelecendo conexão com as pesquisas de diversos
autores, são eles: Foucault (1987), Paulo Freire (1996), Agamben (2004) Santos (2017).
Além desses teoricos e trabalhos acadêmicos, é importante consultar documentos
oficiais como a legislação brasileira sobre o tema, incluindo normativas específicas
relacionadas à educação em contextos prisionais, bem como relatórios de órgãos
governamentais e organizações da sociedade civil que abordem a educação carcerária em
Goias e no Brasil.
Consequentimente, é possível afirmar que esta sugestão de pesquisa se enquadra
nas áreas Humanas, relacionando Filosofia, Pedagogia, Educação, História, Sociologia e
Processos Educacionais. Logo, é possível deduzir que a principal preocupação que se tem
aqui é a de, por meio das relações sociais estabelecidas no espaço escola/prisão, fazer o
uso de algumas categorias de análise, aplicabilidade metodológicas pertinentes à
investigação aqui proposta. Sendo assim, este trabalho se desenvolverá tendo como
“princípio norteador” os desafios que a escola enfrenta na implementação de programas de
educação na prisão de Trindade-GO – tema que é pouco referenciado por pesquisadores de
distintas áreas no municipio supracitado.
Dentre os teoricos que aproximam do tema e suas nuances, Giorgio Agamben é um
filósofo italiano conhecido por suas obras que abordam temas como política, direito,
biopolítica e soberania. Suas reflexões sobre o estado de exceção, biopolítica e o conceito
de "vida nua" têm influenciado o debate sobre questões relacionadas ao sistema prisional e
à justiça social. Em sua obra Estado de Exceção (2004), Agamben discute como o estado
moderno frequentemente recorre ao “estado de exceção” para suspender direitos e garantias
individuais, especialmente em momentos de crise ou emergência. Ele argumenta que essa
“suspensão do estado de direito” pode levar a abusos de poder e à criação de “zonas de
exclusão” onde os direitos humanos são negados, como é frequentemente o caso nos
sistemas prisionais (Agamben, 2004, p. 54-58).
A educação dentro das prisões pode ser vista como uma forma de resistência ao
estado de exceção, proporcionando aos detentos oportunidades de desenvolvimento pessoal,
capacitação profissional e reintegração social, mesmo em um ambiente de restrição e
exclusão. Portanto, teorias sobre o estado de “exceção e biopolítica” podem oferecer insights
valiosos para entender as dinâmicas de poder e controle presentes no sistema prisional e as
possíveis formas de resistência e transformação dentro desse contexto (Agamben, 2004, p.
54).
Outro autor importante para as reflexões do tema aqui proposto, é o filosofo Michel
Foucault (1987), um renomado estudioso francês que discute amplamente o sistema prisional
e suas implicações sociais e políticas em suas obras. Embora ele não tenha abordado
diretamente a educação carcerária, suas análises sobre o poder, disciplina e controle social
oferecem uma base teórica importante para entendermos como a educação pode ser moldada
dentro do ambiente prisional. Foucault (1987), aborda que as instituições educacionais,
inclusive as prisões, têm o poder de moldar e disciplinar as pessoas, influenciando sua
identidade e comportamento. Diante desse cenário é pertinente questionar se esses processos
disciplinares continuam a afetar a “liberdade” dos indivíduos após deixarem o ambiente
prisional, levando-os a refletir sobre as estruturas de poder que ainda exercem influência
sobre suas vidas mesmo fora das "grades". Ressalta o autor:

Essa “obviedade” da prisão, de que nos destacamos tão mal, se fundamenta em


primeiro lugar na forma simples da “privação de liberdade”. Como não seria a prisão
a pena por excelência numa sociedade em que a liberdade é um bem que pertence a
todos da mesma maneira e ao qual cada um está ligado por um sentimento
“universal e constante”? Sua perda tem portanto o mesmo preço para todos; melhor
que a multa, ela é o castigo “igualitário” (Foucault, 1987, p. 261).
O autor mencionado acima, destaca ainda que a questão central da privação de
“liberdade” como forma de punição não é apenas do preso, mas da sociedade como um todo.
A prisão é a pena por excelência onde a “liberdade” é considerada um bem universal e
constante, ao qual todos estão igualmente ligados. Ele aponta que a perda da “liberdade” tem
o mesmo peso para todos, sendo um castigo "igualitário" em comparação com outras formas
de punição, como multas (Foucault, 1987, p. 261).
O espaço da chamada “cadeia” não é apenas um local físico, mas também uma
estrutura de poder que existe antes mesmo da pena ser aplicada ao detento enquanto punição
legal (Foucault, 1987, p. 260). Relacionar isso com a educação em vistas para a cidadania,
pressupõe-se que a ideia de “punição” e “controle social” está enraizada nas instituições,
moldando a forma como as pessoas veem e interagem com a sociedade. Portanto, ao educar
para a cidadania, é importante questionar essas noções de “punição” e “controle”,
promovendo uma visão mais participativa, crítica e responsável dos indivíduos em relação à
comunidade em que vivem (Foucault, 1987, p. 260). A diversificação das instituições penais e
a graduação do castigo em intensidade e objetivos são fundamentais para garantir que o
sistema prisional atenda às necessidades específicas de cada caso. Além disso, a prisão deve
ter um fim claro e definido desde o início, com objetivos que vão além da simples “privação
de liberdade” (Foucault, 1987, p. 262). Dessa maneira presume-se que o encarceramento seja
finalizado de forma eficaz, com medidas que visem à reintegração social e à ressocialização
dos indivíduos, contribuindo para a redução da reincidência e para a construção de um sistema
mais justo e humano do apenado.
Contudo, cabe ainda o estudo da Constituição Federal Brasileira. Nela é referenciado
o direito à educação que é assegurado pelo artigo 205 da Constituição Federal, e estabelece a
educação como um dever do Estado e da família (Brasil, 2024). A reflexão sobre a extensão
desse direito à educação de qualidade para pessoas em situação de encarceramento é
relevante, pois a educação dentro das prisões pode ser fundamental para preparar os
indivíduos para uma vida digna após o cumprimento de suas penas, ajudando na reintegração
social e na construção de um futuro melhor por meio do trabalho.
Adicionalmente, Paulo Freire (1996), contribui quando observa a importância da
autonomia na prática educativa, defendendo que os estudantes devem ser sujeitos ativos no
processo de aprendizagem, pensar criticamente e a participar ativamente do seu próprio
processo de formação. Nesse sentido, o autor chama atenção para falta de oportunidades de
trabalho, e esse pode privar as pessoas de sua dignidade e causar um impacto significativo em
suas vidas. Paulo Freire (1996), em seu livro Pedagogia da Autonomia ressalta essa
preocupação com a formação prática:

Entre as transgressões à ética universal do ser humano, sujeitos à penalidade, deveria


estar a que implicasse a falta de trabalho a um sem-número de gentes, a sua
desesperação e a sua morte em vida. A preocupação, por isso mesmo, com a
formação técnico-profissional capaz de reorientar a atividade prática dos que foram
postos entre parênteses, teria de multiplicar-se (Freire,1996, p. 67).

Portanto, a preocupação com o desenvolvimento de um conhecimento específico


que possa reorientar a atividade prática daqueles que enfrentam essa situação de cárcere,
parece ser essencial. Nesse sentido, é importante buscar maneiras de oferecer oportunidades
significativas de trabalho e capacitação para que essas pessoas possam reconstruir suas vidas e
contribuir positivamente para a sociedade. No contexto da globalização do conhecimento, é
primordial ressaltar que além da formação técnica para o trabalho, a educação prisional deve
prestar-se também a abrangência de atividades culturais, esportivas e de lazer. Essas
iniciativas contribuem para o desenvolvimento integral dos detentos, preparando-os para o
mercado de trabalho e para uma reintegração social mais efetiva como cidadãos.
Considerando que inserido no espaço acadêmico há ainda pensadores, como José B.
Rastrejo e Augusto Thompson dentre outros, que serão lidos durante a revisão bibliográfica
dentro dos objetivos propostos, bem como durante todo o mestrado para aproximação do
objeto e perspectiva da solução do problema apontado nessa sugestão de pesquisa.

5-METODOLOGIA

A pesquisa tem como propósito incorporar as orientações na área do estudo


exploratório e descritivo. Durante a abordagem dos dados coletados, serão seguidas as
estratégias da pesquisa quali-quantitativa em relação ao problema investigado e aos objetivos
traçados. Com esse planejamento em mente, as abordagens e técnicas que se pretendem
realizar envolvem a pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso.
As informações para o estudo bibliográfico serão obtidas a partir de livros, artigos e
sites especializados, que serão analisados em conjunto com outras fontes documentais da
escola, como normas, resoluções, projetos e currículo. A proposta é realizar uma pesquisa in
loco respaldada pelos pressupostos teóricos e pela abordagem de dados coletados pela
pesquisa qualitativa, que valoriza o envolvimento do entrevistador-entrevistado. Como fontes
de pesquisa, serão utilizados também documentos legais e/ou institucionais, fontes
historiográficas, manuscritos, revistas e jornais.
A pesquisa científica começa com a pesquisa bibliográfica, na qual o pesquisador
procura obras já publicadas relevantes para entender e analisar o tema da pesquisa a ser
realizada. Essa etapa é crucial, pois permite investigar se já existe um trabalho científico sobre
o assunto em questão, auxiliando na identificação do problema e na escolha de um método
adequado. A pesquisa bibliográfica nos permite empreender o conhecimento do fenômeno
que está posto para o estudo. Tem uma variedade de instrumentos que poderão servir na
realização das pesquisas, entre eles: teses, dissertações, livros, artigos, leis e outras fontes
escritas que já estão publicadas.
Em se tratando do estudo de caso, procura-se desenvolver a pesquisa,
principalmente, na Escola Estadual Professor Esmeraldo Monteiro, e na Unidade Prisional de
Trindade (UPT), ambas localizadas em Trindade-GO. Neste cenário, o ponto de partida se
dará por meio do “estudo de caso” que se limita em observações documentais, diário de
campo e instrumentos semiestruturado que envolvem a entrevista e questionário.
É compreensível que o limite temporal da pesquisa seja de 24 meses, conforme o
cronograma estipulado pelo curso de mestrado da Faculdade de Educação (FE) da
Universidade Federal de Goiás (UFG). Além disso, o período proposto para a aplicação da
pesquisa após apreciação do projeto pelo conselho de ética da (UFG), será de seis meses, de
fevereiro a julho de 2025. As entrevistas serão realizadas na comunidade de Trindade-GO,
principalmente com alunos, direção e professores que lecionam na prisional. Após a coleta e
análise dos dados, espera-se ter elementos suficientes para propor sugestões que possam
auxiliar na resolução de eventuais problemas relacionados ao objeto de estudo.
Com os dados coletados, os mesmos serão tabulados e analisados considerando a
percepção dos atores da escola/prisão, quanto as transformações significativas advindas do
processo escolar proporcionado pela sala de aula em extensão na Unidade Prisional de
Trindade-GO, visando à ressocialização dos alunos com restrição e privação de liberdade do
sistema penitenciário e socioeducativo. Serão considerados os processos culturais e
educacionais dos alunos (presos) e suas implicações na ressocialização. Posteriormente, essas
questões serão discutidas à luz de outras teorias para a conclusão da dissertação, que será
submetida à banca examinadora conforme edital do programa de mestrado da UFG.

6-REFERÊNCIAS

AGAMBEN, Giorgio, 1942- Estado de exceção. tradução de Iraci D. Poleti. - São Paulo
Boitempo, 2004.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Da Ordem Social. Disponível em:
https://portal.stf.jus.br/constituicao-supremo/artigo.asp?abrirBase. Acesso em 12 de jan. de
2024
BRASIL, Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família.
Disponível em: https://portal.stf.jus.br/constituicao-supremo/artigo.asp? Acesso em 30 de jan.
de 2024.

LDB nacional [recurso eletrônico]: Lei de diretrizes e bases da educação nacional: Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e define e regulariza a
organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição.
Disponível em: https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/proen/ldb_11ed.pd Acesso em 21
de dez. de 2023.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel


Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996

SANTOS, Ivonete Aparecida da Silva. Direitos humanos e educação escolar prisional: um


estudo de caso na penitenciária estadual de Cruzeiro do oeste. Dissertação. Universidade
Estadual do Oeste/UNIOESTE. Paraná. 2017. Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/dissertacoes_teses/
dissertacao_ivanete_aparecida_silva_santos.pdf Acesso em 14 de Jan. de 2024

SEDUC-GO, Diretrizes pedagógicas. Secretaria de Estado da Educação de


Goiás. Disponível em: https://pt.slideshare.net/slideshows/diretrizes-pedaggicas-seduc-go-
2024pdf/265797369 Acesso em: 12 de fev. de 2024

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