Você está na página 1de 4

Pedi licença e fui até a varanda atender a uma chamada da filial

de Dubai. Nunca vou me acostumar com o fato de domingo ser dia útil
por lá.
Ao retornar me deparei com Paul. Um moreno alto, com pouco
mais de 1,90m, cabelos negros levemente ondulados e bem cortados,
barba cerrada e olhos azúis penetrantes; o tipo de homem que jamais
passaria desapercebido. Ele vestia blusa vermelha de gola alta colada,
o que evidenciava muito mais seu abdômen delineado. O tom vivo
destacava sua pele bronzeada.
Infelizmente, notei que Paul estava de mãos dadas com uma loira
tão estonteante quanto ele. Cruzei a sala e fui direto para a cozinha ver
se Donna precisava de ajuda.
Donna, ou melhor, Donatella, era a anfitriã. Estava comemorando
30 anos e aproveitou a data para oficializar sua união com Etienne; um
francês bon-vivant que conhecemos na época da universidade.
Esparolada como uma boa italiana, Donna também trazia em seu
sangue a paixão pela boa cozinha, o que tornava todas as suas
reuniões memoráveis e infindáveis - o que é muito incomum por lá.
A propósito, eu sou Louise. E apesar do nome, sou brasileira. Fui
para Paris como au pair aos 18 anos e com a ajuda de uma das famílias
com quem trabalhei consegui ingressar na Sorbonne, onde cursei
economia. Hoje trabalho em uma importante instituição financeira onde,
por coincidência, Etienne é CTO.
Donatella seguiu outro rumo, abandonou a economia e hoje é
proprietária de uma badalada pâtisserie no coração de Le Marais, bairro
onde nós duas moramos.
Eu mal entrei na cozinha e ela já me bombardeou de perguntas:
viu o Paul, o colega de trabalho do Eti? Ele é um gato, não acha? Pena
que veio acompanhado, senão, hoje, você comeria bem.
Dando risada, fiz sinal com as mãos para que ela diminuísse o
volume. Não fosse pela música animada que vinha da sala, todos a
teriam escutado. E contendo meu desejo crescente de saber mais
informações sobre ele, na tentativa de evitar que ela falasse mais,
concordei que ele era um gato. Acho até que nem foi por medo da
indiscrição de Donna, foi mesmo porque achei impossível imaginar que
eu poderia ter alguma chance com um homem daqueles. Mas o Sasha
não pensava da mesma forma…
Sasha era um amigo de infância de Donna. Veio de Milão para a
inauguração da pâtisserie, ocasião em que conheceu o Jules, e nunca
mais voltou. Já estão juntos há 5 anos.
Ele também estava na cozinha, e bastou eu concordar que Paul
era um gato para soltar sua língua venenosa.
- Lou querida, essa é a sua chance de trazer sua perereca de
volta à vida. A pobre já deve estar cheia de teia de aranha.
- Ficou cego, Sasha? Não viu que ele está muito bem
acompanhado?
Debochando ele retrucou: Meu amor, a beleza acaba, já seu
charme é igual esse Château Margaux aqui, só melhora com o tempo.
Dei risada, peguei a garrafa da sua mão e terminei de arrumar a
mesa.
A refeição foi animada. Troquei alguns olhares com Paul e notei
que ele estava gostando disso. Mas logo depois o vi sair de fininho.
Fiquei um pouco chateada, mas ainda assim me diverti como nunca. E
já passava da meia-noite quando decidi ir embora.
Desci as escadas pensando sobre o que Sasha havia falado, eu
realmente precisava tocar a minha vida. E estava tão distraída, envolta
com meus pensamentos, que não percebi que havia alguém parado
junto à porta.
- Vista o meu casaco, a noite está fria.
Meu coração disparou. Fiquei atônita e ao mesmo tempo excitada
ao sentir as mãos de Paul ajeitando o casaco sobre meus ombros; sem
sequer me dar a chance de aceitar ou recusar sua oferta.
Obrigada - Foi tudo o que eu consegui dizer.
Ele sorriu e me perguntou: como eu digo ce fut un plaisir em
português?
Senti meu rosto queimar de vergonha. Apesar de morar há tantos
anos fora do Brasil, sempre que eu fico nervosa, falo em português. Mas
isso foi bom, ajudou a quebrar o gelo.
Perguntei o que fazia ali tão tarde. E sem titubear, ele respondeu:
vim te acompanhar até a sua casa.
Perdi a voz, o chão, tudo… Desviei o olhar, mas ele não se
intimidou e continuou: desde o momento em que te vi de costas na
varanda, não tiro os olhos de você. E antes que me julgue, terminei com
a Lola assim que saímos da festa.
Com o coração saltando pela boca, perguntei: você é louco?
Ele não respondeu. Apenas me olhou bem sério, colocou a mão
em volta do meu pescoço e me beijou. Depois, sorrindo, disse: muito
prazer Louise, sou Paul Durant, seu futuro namorado e vou acompanhar
você até a sua casa.
Ainda sem muita reação, sorri e seguimos.Paul era bom em
quebrar padrões. Tão logo viramos a esquina já estávamos
conversando como se nos conhecêssemos há anos. E o papo estava
tão bom que esqueci para onde ia. Quando percebemos, estávamos na
rue Crémieux.
A rue Crémieux é peculiar pelas residências coloridas e os
inúmeros vasos enfeitando suas calçadas, de onde Paul colheu uma flor
para me presentear.
Parecia cena de filme.
Paul me entregou a flor, segurou na minha cintura, me ergueu e
disse: que essa noite se torne eterna em nossas memórias. Rodopiou
comigo em seus braços, desceu meu corpo bem rente ao dele e me
beijou suavemente. Nessa hora senti o quanto ele estava ardendo de
tesão.
Passei meus braços em volta do seu pescoço e enlacei minhas
pernas em seu corpo. Ele caminhou até uma pequena escada e me
acomodou no degrau junto à porta. Ajoelhou-se e me beijou
ardentemente enquanto deslizava suas mãos por baixo do meu vestido.
Em seguida, afastou-se o suficiente para me olhar nos olhos enquanto
com muita habilidade tirava minha calcinha.
Sem perder o contato visual, penetrou seu dedo de forma suave,
fazendo movimentos circulares. Gemi baixinho. Ele pediu que eu me
levantasse, se posicionou embaixo de mim, deslizando sua língua por
minhas pernas até a vulva e me chupou. Senti como se minha alma
estivesse saindo do meu corpo. Gritei de prazer. Esqueci por completo
que estávamos na rua.
De repente, ouvimos palmas. Havia alguém nos observando da
janela da casa da frente. Mas não tive vergonha, por algum motivo
inédito, gostei de saber que estava sendo observada.
Paul também dava sinais de que estava excitado com a situação.
Ofegante, beijei-o, abri sua calça, e erguendo o meu vestido, virei de
costas. Ele agarrou minha cintura e penetrou bem devagar.
Enquanto eu rebolava, sentia seu pau escorregar dentro da minha
buceta molhada, centímetro por centímetro, até ficar inteiro dentro de
mim. Então, Paul me puxou pelo cabelo e meteu vigorosamente até
gozarmos juntos na rue Crémiux.

Você também pode gostar