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Atos Dos Apóstolos - Meu Estudo
Atos Dos Apóstolos - Meu Estudo
Com a Igreja organizada com suas funções definidas, os apóstolos passaram a se dedicar mais a
pregação da palavra e dos ensinamentos de Jesus, fazendo com que a palavra de Deus se
espalhasse ainda mais, o que levou alguns sacerdotes judeus a tambem acreditarem em Jesus,
e certamente isso alimentou ainda mais a ira dos membros da Sinagoga.
Movidos pelo incomodo e pela ira alguns membros da sinagoga dos Libertos, dos cireneus, dos
alexandrinos vieram a debater com Estevão, que já havia realizado grandes sinais e maravilhas,
e não foram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo que nele habitava.
A história de Estêvão
Estêvão era um membro da Igreja de Jerusalém, e aparece na narrativa bíblica no livro
de Atos dos Apóstolos. O nome Estêvão significa “coroa”, do grego stephanos. Não se
sabe exatamente a origem de Estêvão. Alguns acreditam que ele era um judeu helenista,
ou seja, um judeu da dispersão que cresceu fora da Palestina e falava grego.
Outros sugerem que Estêvão poderia ser um judeu da própria Palestina. Naquela época
muitos judeus palestinos tinham nomes gregos. Há também quem defenda que Estêvão
era um samaritano.
Seja como for, os sete homens escolhidos como diáconos tinham nomes gregos.
Inclusive, sobre o último deles, Nicolau da Antioquia, o texto bíblico afirma
explicitamente ser um prosélito.
O ministério de Estêvão
O ministério de Estêvão foi muito além da diaconia das mesas. Além de cumprir suas
responsabilidades perante a Igreja Primitiva, Estêvão se empenhou em proclamar o
Evangelho, ficando marcado na História da Igreja.
O texto bíblico nos informa que Estêvão, tomado de graça e poder, fazia prodígios e
grandes sinais entre o povo. Estêvão e Filipe são citados no Novo Testamento
realizando milagres semelhantes aos realizados pelos apóstolos. Saiba mais sobre os
milagres no período apostólico da Igreja.
A pregação de Estêvão confrontava o antigo sistema religioso judaico. Por isso tão logo
Estêvão despertou a ira dos membros da sinagoga dos judeus helenistas. Esses homens
subornaram algumas testemunhas para acusá-lo de blasfêmia (Atos 6:11).
A pregação de Estêvão
Estêvão foi o primeiro mártir da Igreja Cristã. Após ser acusado de blasfêmia, Estêvão
foi levado perante o Sinédrio. Ali, falsas testemunhas depuseram contra ele, o acusando
de pregar contra a adoração no Templo e contra a Lei (Atos 6:13).
A Bíblia diz que quando os membros do Sinédrio olharam para Estêvão, “viram seu
rosto como se fosse rosto de anjo” (Atos 6:15). Antes, o mesmo capítulo nos informa
que os membros da sinagoga não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito pelo qual
Estêvão falava (Atos 6:10).
Perante o Sinédrio, Estêvão foi convidado a se defender. Sua defesa, sem dúvida, foi um
dos mais brilhantes sermões já pregados em toda a História da Igreja. Sua pregação foi
uma autêntica exposição das Escrituras. Estêvão fez uma extraordinária retrospectiva do
relacionamento de Deus com Israel, revelando o fracasso do Israel do Antigo
Testamento e apontando para a esperança que só pode ser encontrada em Cristo.
Em sua pregação, Estêvão falou sobre a era Patriarcal; sobre os dias de Moisés e o
período de peregrinação no deserto; e sobre o Tabernáculo e o Templo.
Falando de Moisés, Estêvão apontou para como o líder hebreu foi rejeitado pelo povo,
mesmo tentando protegê-lo. Estêvão entendeu que Moisés foi um predecessor do
próprio Cristo, e a rejeição sofrida por ele foi uma rejeição ao próprio Deus (Atos 7:17-
43).
Estêvão também falou sobre o Tabernáculo, desde a época em que era utilizado no
deserto, depois quando foi levado na liderança de Josué para a Terra Prometida, até os
dias de Davi. Estêvão enfatizou o desejo de Davi em construir um Templo, que acabou
sendo concretizado por seu filho, o rei Salomão. Com isto, Estêvão chamou a atenção
para a verdade de que o Altíssimo não habita em casas feitas por mãos humanas, e que a
ideia de um Deus estático e localizado era equivocada (Atos 7:48).
Por fim, Estêvão, usando metáforas com base no Antigo Testamento, denunciou a
rebeldia espiritual daquele povo. Ele demonstrou que aquelas pessoas não eram
regeneradas. Isso significa que as pessoas que acusavam Estêvão de blasfêmia, estavam
agindo da mesma forma que seus próprios antepassados idólatras que se rebelaram
contra a liderança de origem divina.
Estêvão mostrou àqueles homens que assim como seus antepassados tinham perseguido
os profetas que anunciaram a vinda do Messias, agora eles haviam traído e se tornado
assassinos do próprio Cristo.
O martírio de Estêvão
Ao ouvirem essa grave acusação feita por Estêvão, aqueles homens ficaram
completamente enfurecidos. Mesmo assim, Estêvão fez uma grandiosa declaração que
ficaria perpetuada nas páginas da Bíblia. Ele disse: “Eis que vejo os céus abertos e o
Filho do Homem em pé à destra de Deus” (Atos 7:56). Estêvão sabia que Jesus era o
seu advogado. Isso não significava que ele seria livrado da morte, mas que a justiça de
Deus vindicaria não somente seu sangue, mas o sangue de todos os mártires
(Apocalipse 6:10,11).
Então aqueles homens agarram Estêvão, o levaram para fora da cidade e o apedrejaram.
O texto de Atos nos diz que as vestes dos executantes de Estêvão foram deixadas aos
pés de um jovem chamado Saulo, que consentia na morte de Estêvão (Atos 7:58,60).
O exemplo de Estêvão
Estêvão aparece muito rapidamente na narrativa bíblica. Não sabemos nenhuma
informação biográfica sobre ele, ou qualquer outro detalhe que faz com que seja
possível conhecermos um pouco melhor sua origem.
No entanto, o curto relato sobre ele no livro de Atos é suficiente para termos a certeza
do tipo de homem que Estêvão foi. Quando olhamos para seu testemunho diante de uma
morte iminente, percebemos que aquela discussão citada sobre sua origem, se ele era da
Palestina ou da Dispersão, não faz qualquer sentido. Isso porque Estêvão era um
cidadão do céu. Ele amava mais a sua pátria celestial do que suas tradições e origem
terrena. Ele amava mais a vida de seu Mestre, do que sua própria vida.
Também da mesma forma como Jesus orou no momento da crucificação pedindo para
que Deus Pai perdoasse seus algozes, Estêvão também o fez. Ele orou dizendo:
“Senhor, não lhes imputes este pecado!” (Atos 7:60). Saiba mais sobre as frases de
Jesus na cruz.
Nos momentos finais na cruz, Jesus entregou o seu espírito ao Pai (Lucas 23:46).
Estêvão, por sua vez, entregou seu espírito a Jesus (Atos 7:59). Essa foi uma clara
declaração sobre a divindade de Cristo.
Estêvão morreu e uma grande perseguição aos cristãos foi desencadeada. Mas logo no
capítulo seguinte já vemos Filipe pregando o Evangelho de uma forma muito
semelhante a Estêvão. A Igreja estava sendo perseguida, mas nada poderia ser capaz de
barrar a pregação do Evangelho.
As vestes daqueles que mataram o primeiro mártir da era da Igreja foram depositadas
nos pés de Saulo de Tarso, o maior perseguidor da Igreja. Mas uma promessa havia sido
feita; a morte não poderia prevalecer contra os seguidores de Cristo. Então um capítulo
depois, no próprio livro de Atos, podemos entender que essas vestes foram depositadas,
na verdade, aos pés do maior líder do cristianismo: o apóstolo Paulo (Atos 9). O maior
dos perseguidores, agora havia se tornado o maior pregador do Evangelho.
É assim que a graça de Deus faz. Ela transforma o perseguidor em perseguido, para que
a glória de Deus e a obra de Cristo na cruz sejam manifestadas. Assim como Estêvão,
Paulo também foi martirizado, e igualmente outros milhares de milhares de cristãos.
Mas a Igreja continua de pé, porque a morte não pode prevalecer contra os escolhidos
de Deus.