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1.

Introdução

No presente estudo faz-se abordagem sobre o telescópio. Estes são instrumentos que permitem
estender a capacidade dos olhos humanos em observar e mensurar objectos longínquos, este
instrumento permite ampliar a capacidade de enxergar longe através da colecta da luz dos
objectos distantes, celestes ou não, e da focalização dos raios de luz colectados em uma imagem
óptica que apresenta uma ampliação geométrica significativa. Têm como função colectar a luz
das fontes observadas, caracterizam-se basicamente pela abertura da superfície primária (D), que
colecta a luz, e pela distância focal (F) da mesma. O processo de detecção da luz colectada exige
um outro dispositivo, o detector, no plano focal do telescópio.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Analisar o telescópio.

1.1.2. Específicos

1. Descrever a constituição do telescópio;


2. Identificar os elementos de um telescópio;
3. Compreender as características de telescópio.

1.2. Metodologia

Segundo (Barreto; Honorato, 1998), citado por Kumar et all. (2007:9) metodologia da pesquisa é um
conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da
pesquisa. Para a realização deste trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica baseada na consulta de
todas as fontes relativas ao tema em apresentação.

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2. Telescópio

Segundo Kaschny (2011), um dispositivo/equipamento óptico, desenhado para recolher a maior


quantidade de luz possível, proveniente dos objectos longínquos, e concentrá-la num espaço
reduzido, para sua observação e estudo.

A história sobre quem realmente fabricou o primeiro telescópio é cheia de controvérsias, porém
não há dúvidas que quem o imortalizou foi Galileu Galilei, iniciando de uma forma
revolucionária a nossa visão actual sobre o universo.

Em 1609 Galileu ouviu falar que um fabricante de óculos holandês, Hans Lippershey, havia
construído um instrumento “para se olhar a distância”, constituído por um tubo com uma lente
em cada extremidade. Contasse que mesmo sem ter visto o aparelho de Hans, Galileu construiu o
seu primeiro telescópio em Junho de 1609, que foi chamado por ele de perspicillum, que tinha
um aumento de cerca de 3x.

Ele o aprimorou rapidamente, e já em Novembro do mesmo ano, já fizera um telescópio com um


aumento de 20x, muito mais potente e nítido do que qualquer outro existente naquela época.
Com esse instrumento ele começou, ainda no mês de Novembro, as cautelosas observações que
marcaram o inicio da astronomia moderna.

De acordo com Las Casas (2016), os telescópios fabricados por Galileu chegaram a um aumento
de 30x. Galileu fez as primeiras observações sobre o relevo lunar, as estrelas, a Via Láctea e os
satélites de Júpiter, que ele descreveu como “quatro novos planetas que jamais foram vistos”, em
seu livro “Sidereus Nuncius” (A mensagem das estrelas).

O telescópio é utilizado para ver objectos situados a grandes distâncias, e é composto por lentes
delgadas, uma ocular e outra objectiva, ambas convergentes. A lente objectiva forma uma
imagem real reduzida I do objecto. Essa imagem é o objecto para a lente ocular, que por sua vez
forma uma forma uma imagem virtual ampliada de I. Os objectos que são vistos com um
telescópio quase sempre estão afastados do instrumento, que a primeira imagem I se forma
aproximadamente sobre o segundo foco da lente objectiva, que será também o foco da ocular, o
foco da objectiva e da ocular se coincidem. A distância entre a objectiva e a ocular, que é igual
ao comprimento do telescópio é, a soma f1 + f2 das distâncias focais da objectiva e da ocular. O

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grau da lente objectiva é +1 que corresponde a uma lente convergente de vergência 1di. O grau
da ocular é +8, que significa uma vergência 8 di.

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Pela definição: V =
f

2.1. Constituição do telescópio

Para Sanches (2017), qualquer telescópio é formado pelas seguintes partes básicas:

1 – Tubo que contém toda a óptica do telescópio;

2 – Objectiva que pode ser uma lente ou um espelho (ou um conjunto de


ambos) por onde entra a luz vinda do objeto que estamos a observar;

3 – Ocular sistema óptico de saída e amplificação da imagem observada;

4 – Focador local onde se insere a ocular e que se ajusta para focar o


objeto.

5 – Buscador pequena mira para ajudar na localização dos objectos.

6 – Montagem mecanismo responsável pela orientação e seguimento dos objectos observados;

7 – Tripé responsável pela estabilidade do telescópio.

2.2. Configuração óptica

Quanto à configuração óptica temos três tipos básicos de telescópios: Refractor, Reflector e
Catadióptrico. Telescópio refractor (galileano/kepleriano).

É um telescópio constituído apenas por lentes e baseia-se nos fenómenos da refracção da luz.
Conta com uma lente convergente, no cimo do tubo, que encaminha a luz directamente para a
ocular. São muito utilizados para observação planetária e astrofotografia.

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2.2.1. Telescópio reflector (newtoniano)

É um telescópio constituído por e

spelhos e baseia-se nos fenómenos da reflexão da luz. Conta com um espelho primário grande e
côncavo, no fundo do tubo, que recebe a luz do objeto e a reflecte convergindo-a para um
espelho secundário plano e diagonal, na parte superior do tubo, que a desvia para a ocular. São
muito utilizados para observação de objectos do céu profundo (galáxias, nebulosas, enxames
estrelares, etc.).

Figura 1: Telescópio reflector

2.2.2. Telescópio catadióptrico (composto)

Este telescópio já combina lentes como espelhos. Existem essencialmente dois modelos: os
Schmidt-Cassegrain e os Maksutov-Cassegrain. São telescópios mais versáteis mas também mais
caros.

Figura 2: Telescópio refractor

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2.3. Características dos telescópios

As características mais importantes dos telescópios são:

 O diâmetro (D) da objectiva (também chamado de abertura), normalmente expressa em


polegadas para os reflectores e catadióptricos;
 A sua distância focal (F) que traduz a distância da lente/espelho ao ponto de convergência
(foco), geralmente expressa em milímetros; a razão focal (F/D) que nos dá uma ideia do
poder colector; e
 O poder de resolução ou poder separador que nos permite ver melhor pequenos detalhes
dos objectos celestes.

Qualquer telescópio traz sempre uma ou duas oculares, com diferentes distâncias focais. Mas,
com a experiência, vai-se ficando a saber que existe uma grande variedade de oculares, diferindo
na sua constituição (número de elementos) e qualidade óptica, como no objectivo que se
pretende alcançar, por exemplo, o campo visual que abrange.

2.4. Ampliação = (F telescópio/ F ocular)

O telescópio com uma distância focal de 1000 mm e utiliza-se uma ocular de 20 mm, obtém-se
uma ampliação de 50x (1000/20).

Se utilizar uma ocular de 10 mm no mesmo telescópio já obteríamos uma ampliação de 100x.

Conclui-se que quanto menor for a distância focal da ocular maiores ampliações obtemos, mas
também vamos perdendo qualidade e contraste na imagem observada. Relativamente às
montagens, existem basicamente dois tipos: Azimutal e Equatorial. Uma variante da primeira, e
muito utilizada, é a dobsoniana, criada por John Dobson por apresentar uma construção muito
simples e de baixo custo.

As montagens azimutais utilizam coordenadas horizontais com movimentos em dois eixos: o


horizonte em azimute (AZ), de 0º a 360º e a altura (ALT) desde o horizonte ao zénite, de 0 a 90º.
As montagens equatoriais têm dois eixos ortogonais entre si correspondentes às coordenadas
equatoriais ascensão recta (A.R) e declinação (DEC).

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Um desses eixos, A.R, deve ser posicionado de forma paralela ao eixo de rotação da Terra
(alinhamento polar). As montagens tanto podem ser manuais como motorizadas.

Estas últimas têm a vantagem de permitir realizar observações mais confortáveis, uma vez que
ao estarem bem alinhadas, compensam o movimento de rotação da Terra e “seguem” o corpo
celeste que se está a observar, mantendo-o dentro do campo visual da ocular.

Depois de se montar um telescópio, e antes de se iniciar uma sessão de observação, é necessário


realizar alguns alinhamentos prévios, como sejam:

 Alinhamento do buscador, de forma a que o seu eixo óptico fique paralelo ao eixo óptico
da objectiva;
 Alinhamento dos espelhos (colimação), no caso dos telescópios reflectores;
 Equilíbrio do peso do tubo sobre os dois eixos das montagens equatoriais;
 Alinhamento da montagem, quer seja pela estrela polar no caso das montagens
equatoriais, ou por duas estrelas no caso das montagens motorizadas com função GoTo.

Existe também um elevado número de acessórios para telescópios (oculares, diagonais, barlows,
filtros, adaptadores, motores, etc.) que permitem aprimorar o nosso equipamento. O material de
astronomia não é barato, mas mais vale um bom investimento com garantias de qualidade do que
um de baixo custo.

2.5. Elementos de um Telescópio Reflector e seus Acessórios

Segundo Martioli (2016), os elementos de um telescópio reflector e seus acessórios são descritos
da seguinte forma:

2.5.1. Componentes Ópticos Espelho primário

É o principal componente do telescópio reflector e, por isso, é muitas vezes também o mais caro.
O espelho primário é um espelho curvo côncavo, podendo ser esférico, parabólico, hiperbólico,
etc., dependendo do tipo de óptica adoptada. Este formato especial permite que a luz incidente
em toda sua superfície seja reflectida para um único plano focal.

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Esse efeito faz com que objectos de fraco brilho, como é o caso dos objectos astronómicos,
sejam intensificados. Assim, a função principal desse elemento é a de colectar a maior
quantidade possível de luz do objeto que pretendemos observar. Por esse motivo, quanto maior
for o tamanho desse espelho, maior será a intensificação e, portanto, o telescópio será mais
potente.

Além do tamanho, outra característica importante que esse espelho deve possuir é a regularidade
da sua superfície reflectora. Qualquer defeito nessa superfície pode deformar o padrão da luz que
incide no espelho e a imagem resultante também será deformada.

Por isso, a qualidade da superfície reflectora deve ser uma das principais preocupações quando
for construir um telescópio. Um telescópio de qualidade razoável possui uma superfície com
irregularidades menores que 1/4 do comprimento de onda da luz visível, que mede
aproximadamente 0,5 micrometros.

Figura 3: Lente

2.5.2. Espelho secundário

É um elemento intermediário utilizado para desviar a luz até a ocular. Normalmente utiliza-se
esse espelho na frente do espelho primário, fazendo com que a luz seja desviada da entrada
principal do telescópio, permitindo assim que os objetos sejam observados numa posição onde o
observador não obstrua a entrada de luz. O telescópio com óptica newtoniana utiliza um espelho
secundário plano, porém, outros tipos de óptica utilizam formas variadas para esse espelho. A
qualidade da superfície desse espelho deve ser tão boa quanto à do espelho primário, caso
contrário, o padrão de luz será deformado e a qualidade da imagem será comprometida, mesmo
que o espelho primário seja de qualidade excelente.

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2.5.3. Ocular

São similiares às oculares de um microscópio, ou seja, aquela lente por onde olhamos. Uma
ocular constitui-se de um objeto cilíndrico com um jogo de lentes internas. Essas lentes têm a
função de projectar uma imagem do objeto em uma forma que nosso olho seja capaz de
visualizar. O tamanho dessa imagem projectada pode variar dependendo da ocular utilizada,
portanto, para cada tamanho de ocular, obtêm-se um aumento diferente.

Por esse motivo, um telescópio normalmente possui várias oculares. A qualidade da ocular
também influencia na qualidade final da imagem observada. Uma ocular de má qualidade pode
causar, por exemplo, distorções nas bordas da imagem, diferenças de cores, borrões, etc.

Utilizar uma ocular de boa qualidade, mas com um aumento não compatível, pode também ser
desastroso. Por exemplo, oculares de grande aumento (~6 mm) em telescópios pequenos (~15 cm
de diâmetro) não são recomendadas para observação de objectos fracos, como galáxias,
nebulosas, etc.

2.5.4. Lente Barlow

a lente Barlow 2x, por exemplo, é uma lente auxiliar utilizada junto à ocular para produzir um
aumento de duas vezes igual ao aumento que a ocular produziria sozinha. Existem também
Barlows de 3x ou mais, porém as mais comuns são de 2x.

Figura 4: Barlows

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2.5.5. Luneta buscadora

essa é uma pequena luneta auxiliar de pouco aumento e grande campo, posicionada na estrutura
do telescópio e alinhada com a óptica do telescópio. Essa luneta serve para observar a mesma
região do céu com um aumento menor, e assim ser possível encontrar objectos mais facilmente,
utilizando como referência uma região mais ampla do céu.

Figura 5: Luneta

2.5.6. Filtros

São componentes posicionados no caminho da luz, normalmente no fundo da ocular ou na tampa


frontal do telescópio. Os filtros têm a função de bloquear parte da luz. Pode-se, por exemplo,
utilizar um filtro neutro para diminuir a intensidade de objectos muito brilhantes.

Pode-se também utilizar filtros de cor para destacar determinados objectos que aparecem
predominantemente naquela cor. Alguns filtros deixam passar somente uma pequena fracção da
luz que é emitida por algumas moléculas, tornando assim possível a observação isolada de
estruturas de objectos astronómicos constituídos por essas moléculas.

Figura 6: Filtros

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2.5.7. Prisma zenital

É um prisma de 45 graus utilizado para reflectir a luz em um ângulo de 90 graus e tornar mais
cómoda a observação. O prisma torna-se quase que essencial em alguns modelos de telescópios,
principalmente para os telescópios com óptica do tipo Cassegrain.

Figura 7: Prismal

2.5.8. Focalizador

É um suporte para a ocular colocado no foco da objectiva. Esse equipamento possui um ajuste
estável de distância permitindo que o observador ajuste a distância focal desejada para a ocular.
Essa distância varia de acordo com cada ocular, e ainda pode variar para duas pessoas diferentes
olhando por uma mesma ocular.

Figura 8: Focalizador

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2.5.9. Tubo

O tubo é um elemento do telescópio que possui algumas funções essenciais mas que não são
necessariamente atendidas com um tubo. Isso significa que aquela visão clássica de um
telescópio formado por um tubo, não necessariamente precisa ser seguida.

O tubo é onde fixamos e alinhamos os componentes ópticos. Existem várias estruturas, inclusive
mais simples e práticas que funcionam tão bem, ou até melhor que o tubo. Independente da
estrutura utilizada, esta deve suportar os elementos ópticos com rigidez, e mantê-los protegidos e
acessíveis para eventuais ajustes.

Outra função dessa estrutura é a de proteger contra qualquer iluminação lateral que
eventualmente atinja os espelhos e prejudique as observações. O ar dentro dessa estrutura deve
estar nas mesmas condições que o ar exterior, por isso essa estrutura deve permitir circulação
interna de ar.

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3. Conclusão

Em suma, o telescópio é um instrumento muito importante para a Física hoje em dia. Ele amplia
a capacidade dos olhos humanos de observar e mensurar objectos que estão longe. Nos
refractores, o principal componente é uma lente objectiva curva que refracta os raios de luz até o
ponto focal, onde a imagem pode ser ampliada e observada através de uma ocular. Já os
reflectores utilizam espelhos curvos, que realizam a mesma função da lente objectiva dos
refractores, porém, ao invés da luz passar através do vidro, ela é reflectida por uma superfície
polida e coberta por algum material metálico.

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Bibliografia

Sanches, P. (2017). Telescópios: Tipos e Características. Revista de Ciência Elementar, Brasil.

Martioli, E. (2018). Apostila do curso de construção de telescópios. INPE, Brasil.

Kaschny, J.R. (2011). Tipos e montagens de telescópios. Vitória da Conquista, IFET, Bahia,
Brasil.

Las Casas, R. (2016). Os primeiros telescópios. Universidade Federal de Minas Gerais,


Divulgação Científica, Ciência e Sociedade, Brasil.

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