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GeraçãoDistribuida W Usinas Eolicas
GeraçãoDistribuida W Usinas Eolicas
DO FUTURO.
1. INTRODUÇÃO
Para complementação energética, países da Europa e os Estados Unidos, têm investido cada
vez mais em energia eólica, visto o potencial energético e as novas tecnologias aplicadas no
desempenho e confiabilidade do sistema.
Este artigo visa dar uma visão geral do uso desta fonte de energia alternativa e o seu
potencial futuro no mundo e principalmente no Brasil.
2. HISTÓRICO
Não se pode ignorar todas as contribuições advindas antes desta década, tais como a
utilização da energia eólica no período da 2a Guerra Mundial, pela Dinamarca, França e
Alemanha.
Por fim a Alemanha, entre 1955 e 1968, construiu e operou um aerogerador com o maior
número de inovações tecnológicas na época, que operou por mais de 4000 horas (1957-1968). O
aerogerador possuía rotor leve em materiais compostos, duas pás a jusante da torre, sistema de
orientação amortecida por rotores laterais e torre de tubos estaiada. Devido as pás serem feitas de
materiais compostos, aliviaram os esforços em rolamentos diminuindo assim os problemas de
fadiga. Os avanços tecnológicos desse modelo persistem até hoje, tendo em vista que até então os
modelos eram fabricados somente com metais.
Voltando a década de 70, quando a economia mundial é fortemente abalada pelo choque
das altas sucessivas do preço do petróleo, os países membros da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE), seguiram as diretivas propostas pela Agência
Internacional de Energia (AIE), com o objetivo de diversificar as fontes de importação de
petróleo, utilizar a energia com mais racionalidade e por fim, substituir o petróleo por outras
fontes de energia. Este último, especialmente, favorece a retomada de investimentos em energia
eólica, principalmente pelos Estados Unidos, Alemanha, França, Suécia e Dinamarca.
Os Estados Unidos iniciaram suas pesquisas com modelos de eixo horizontal e vertical,
aprimorando configurações e buscando novos sítios eólicos, através de órgãos de pesquisa, tais
como Lewis Research Center, órgão diretamente ligado ao National Aeronautics and Space
Administration (NASA). O modelo horizontal famoso, instalado em 1975, chamado Mod-0, foi
aprimorado durante mais de uma década e utilizado no Hawaii em 1987 na versão Mod-5B (3.5
MW de potência e diâmetro de 100 m).
O modelo Darrieus foi o marco das pesquisas de turbinas de eixo vertical nos Estados
Unidos já na década de 70, porém para que se tornasse competitivo com as de eixo horizontal,
muitas adaptações de formas e materiais foram necessárias, até que no início dos anos 80,
seiscentos modelos Darrieus com potência total de 90MW fossem instalados no Estado da
Califórnia.
A Alemanha tornou-se o país que mais contribuiu no mercado de energia eólica, tanto pela
busca de novos modelos e tecnologias, como nos investimentos e incentivos públicos e até mesmo
na intervenção do Estado com Leis de subsídios para o crescimento do mercado. No final da
década de oitenta, o governo lançou o “Programa Experimental de 250 MW” e, mais tarde, no
início da década de noventa, a “Lei de Alimentação de Eletricidade”, programas que expandiram
o mercado tanto interno como externo.
No início, as fazendas eólicas offshore eram instaladas em águas rasas, e somente em 2000,
na Inglaterra, foram instaladas as primeiras turbinas eólicas a mar aberto ainda numa
profundidade de 8 metros a 1 km da costa.
A utilização da energia eólica no mundo para produção de eletricidade em larga escala vem
sendo cada vez mais difundida entre diversos países. Iniciada na Europa com a Alemanha,
Dinamarca e Holanda e também nos Estados Unidos, a energia eólica hoje está presente em vários
outros países da Europa como Portugal, Espanha, Itália, Bélgica e Reino Unido além de ter uma
crescente penetração em países da América Latina, África e Ásia.
Em 1990, a capacidade instalada no mundo era inferior a 2.000 MW. Em 1994, ela subiu
para 3.734 MW, divididos entre Europa (45,1%), América (48,4%), Ásia (6,4%) e outros países
(1,1%). Quatro anos mais tarde, chegou a 10.000 MW e no final de 2002 a capacidade total
instalada no mundo ultrapassou 32.000 MW. O mercado tem crescido substancialmente nos
últimos anos, principalmente na Alemanha, EUA, Dinamarca e Espanha, onde a potência
adicionada anualmente supera 3.000 MW (BTM, 2000; EWEA; GREENPEACE, 2003).
Esse crescimento de mercado fez com que a Associação Européia de Energia Eólica
estabelecesse novas metas, indicando que, até 2020, a energia eólica poderá suprir 10% de toda a
energia elétrica requerida no mundo (WIND FORCE, 2003).
De fato, em alguns países e regiões, a energia eólica já representa uma parcela considerável
da eletricidade produzida. Na Dinamarca, por exemplo, a energia eólica representa 18% de toda
a eletricidade gerada e a meta é aumentar essa parcela para 50% até 2030. Na região de Schleswig-
Holstein, na Alemanha, cerca de 25% do parque de energia elétrica instalado é de origem eólica.
Na região de Navarra, na Espanha, essa parcela é de 23%. Em termos de capacidade instalada,
estima-se que, até 2020, a Europa já terá 100.000 MW.
O Gráfico 1 mostra a distribuição da Capacidade Instalada no Mundo.
15%
22%
Espanha
Estados Unidos
19% Dinamarca
Alemanha
Resto do Mundo
35% 9%
Segundo Amarante (2001), já nos primeiros dados anemométricos aferidos (com baixa
precisão, medição à 10 metros do solo) no Brasil, nos anos 70, obteve-se números que indicavam
a viabilidade técnica de instalação de fazendas eólicas no litoral do Nordeste e Fernando de
Noronha.
BA;
SC; 233190,0kW
236400,0kW
RN;
395156,0kW MA; 25,1kW
MG; 156,0kW PB;
PI; 18000,0kW 69000,0kW
PR; 2500,0kW RJ; 28050,0kW PE; 26750,0kW
A região Nordeste, segundo o PNE 2030 (Plano Nacional de Energia), é a região que
apresenta melhores condições para o aproveitamento do potencial eólico, não somente pelas altas
médias de velocidade dos ventos (em torno dos 8m/s médios), mas como complementação à
geração hidráulica, pois as épocas do ano que apresentam as maiores médias de velocidade do
vento são aquelas que os rios apresentam menores vazões.
Figura 02 - Vazão do Rio São Francisco e comportamento médio do vento na região Nordeste
Fonte: CBEE, 2000 apud Dutra, 2004
5 O QUE SE VÊ AO HORIZONTE?
Com a maior preocupação com questões ambientais, a linha que deve ser traçada no
desenvolvimento energético é a adoção da geração eólica como parcela da matriz energética
brasileira. Segundo PINTO (2013), “o investimento mundial na área deve passar dos $16 bilhões
de 2006 para $60 bilhões ao redor de 2020”.
A geração distribuída no Brasil, pelas suas grandes dimensões, é mais uma opção de
estratégia energética pois ao se concentrar geração e consumo em um mesmo ponto, reduz-se
consideravelmente as perdas de transmissão e distribuição à partir de grandes geradoras.
Uma outra vantagem da geração distribuída em países que já possuem essa alternativa
regulamentada é a utilização do sistema em backup, eliminando a necessidade de armazenamento
de energia em baterias. Dessa forma, é possível obter-se uma forma de créditos, caso a geração
seja superior que o consumo.
1. AMARANTE, O.A.C.; BROWER, M.; ZACK, J.; DE SÁ, A.L., Atlas do Potencial
Eólico Brasileiro – CEPEL/ELETROBRAS/ MME, Brasília, 2001.
Kátia Verdini
João Marcos
Setembro 2013