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com

nenhuma perseguição ou contradição: semelhante ao amor dos


Apóstolos, que se alegraram em sofrer pelo nome de Jesus. Este
amor envolve um desejo ardente de perfeição:É a fome e a sede da
justiça de Deus,que vem acompanhado do dom da força para
triunfar sobre todas as dificuldades. E, finalmente, é a plena
realização, aqui na terra, daquele preceito supremo: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todas as tuas forças e de todo o teu espírito”.
Doravante, a alma será inteiramente de Deus. Porque finalmente
passou a viver quase continuamente, segundo a sua porção mais
nobre, a vida do espírito; eEla é uma adoradora em espírito e em
verdade.Nas trevas da fé já tem como prelúdio a vida eterna (quaedam
emchoatio vitae aeternae).E nele se cumprem plenamente as palavras
do Salvador: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba; e do seu peito
fluirão rios de água viva."1. Esta é verdadeiramente a água que jorra
para a vida eterna, como Jesus anunciou à mulher samaritana: «Se
conhecesses o dom de Deus e soubesses quem foi que te disse: Dá-me
de beber, pedir-lhe-ias verdadeiramente, e “Eu te daria água viva... Mas
a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra
para a vida eterna”.2.

6. Oração ao Espírito Santo


Entre em meu coração, ó Espírito Santo; atraia-o para ti, meu
Deus, com o teu poder; e dá-me, junto com a caridade, o temor
filial. Preserva-me, ó amor inefável!, de todos os maus
pensamentos; Acenda e acenda em mim a chama do seu amor mais
doce, e todas as dificuldades me parecerão leves. Meu Pai, meu
doce Senhor, ajuda-me em todas as minhas ações. Jesus amor,
Jesus amor (Santa Catarina de Sena).
O cristão que se consagrou a Maria Medianeira, segundo a
fórmula do beato Grignon de Montfort, depois de

1«Si quis sitit veniat ad me et bibat. Qui credit in me, sicut dicit Scriptura,
flumina de ventre eius fluent aquae vivae» (Jo 7,37-38).
2«Si scires donum Dei, et quis est qui dicit tibi: Da mihi bibere, tu forsitan
petisses ab eo, et dedisset tibi aquam vivam... Sed aqua quam ego dabo ei, fiet
in eo fons aquae salientis in vitam aeternam» (Jo 4,10.14).

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tendo feito isso ao Coração de Jesus, encontrareis ricos tesouros de
graças na consagração ao Espírito Santo, frequentemente
renovada. A proteção de Maria nos leva à intimidade com Jesus; e a
humanidade do Salvador conduz-nos ao Espírito Santo, que nos faz
entrar no mistério da Santíssima Trindade.

7. Consagração e oração ao Espírito Santo


Ó Espírito Santo, divino Espírito de luz e de amor! Consagro a você
meu entendimento, meu coração, minha vontade e todo o meu ser,
neste tempo e na eternidade.
Que o meu entendimento seja sempre dócil às vossas inspirações
celestiais e aos ensinamentos da santa Igreja Católica, da qual sois o
guia infalível; Que meu coração esteja sempre inflamado pelo amor de
Deus e do próximo; Que a minha vontade esteja sempre em
conformidade com a vontade divina; e que toda a minha vida seja uma
fiel imitação da vida e das virtudes de Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, a quem com o Pai e o Espírito Santo seja dada toda honra e
glória para todo o sempre. Assim seja.
Trezentos dias de indulgência, que podem ser conquistados
uma vez por dia, e aplicar às almas do purgatório.

SS Pio X.

Para renovar esta consagração basta repetir a primeira


parte da fórmula.

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4. O problema das três idades da vida
espiritual na teologia ascética e no misticismo
Este capítulo, escrito especialmente para os teólogos, interessa
menos à maioria das almas da vida interior, que encontrarão, no
capítulo seguinte, a mesma doutrina de forma mais clara e mais
emotiva.
Um dos problemas mais importantes que se referem à vida
espiritual pode ser formulado assim: em que sentido deve ser
entendida a divisão tradicional dos três caminhos,purgante,
iluminadoreunitivo, segundo a terminologia de Dionísio; ou do
iniciantes,dos tendo vantagem sobree doperfeito,de acordo com a
terminologia anterior?
Duas interpretações notavelmente diferentes foram dadas sobre
esta divisão tradicional, segundo a qual a contemplação infundida
dos mistérios da fé e a união com Deus, que dela resulta, são
consideradas pertencentes aorota normalde santidade, ou como
um favorextraordinário,não apenas de fato, mas também de direito.

1. Declaração do problema
Esta diversidade de opiniões é óbvia se compararmos a divisão da
Teologia ascético-mística, geralmente seguida até meados do
século XVIII, com aquela geralmente dada por autores que
escreveram mais tarde. Por exemplo, parece manifesto,
comparando oMystica Theologja Divi Thomae,de P. Vallgornera, OP
(1662), com as duas obras de Scaramelli, SJ,Diretório Ascético(1751)
eDiretório Místico.
Vallgornera segue de perto o carmelita Felipe de la Santísima
Trinidad, e tenta harmonizar a divisão que ele dá com a encontrada
nos autores mais antigos; e também com alguns textos
característicos onde São João da Cruz fala do tempo em que as
purificações passivas do

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sentidos e espírito1. A obra, escrita para almas contemplativas, está
dividida em três partes:
1º)Do caminho purgativo, típico dos iniciantes,onde trata
purificação ativados sentidos internos e externos, das paixões, da
compreensão e da vontade, através da mortificação, da oração e da
meditação. E no final desta primeira parte ele fala sobre o
purificação passiva dos sentidos,em que começa a contemplação
infundida, pela qual a alma se eleva ao caminho iluminativo, como
ensina São João da Cruz no início doNoite Negra dos Sentidos2.

2º) Do modo esclarecedor, típico dos aproveitadores,onde, depois


de um capítulo preliminar sobre as divisões da contemplação, ele
fala dadons do Espírito Santo ede contemplação infundida, que
surge principalmente dos dons da compreensão e da sabedoria, e
que, segundo ele, deveria ser desejada por todas as almas da vida
interior, como complemento indispensável à plena perfeição da vida
cristã. Depois de alguns artigos dedicados às graças extraordinárias
(visões, revelações, locuções interiores), esta segunda parte da obra
termina com um capítulo de nove artigos, relacionados com a
purificação passiva do espírito,que marca a passagem para o
caminho unitivo. É também a mesma doutrina ensinada por São
João da Cruz noNoite Negra do Espírito3.

3º) Do modo unitivo, típico do perfeito,onde trata da união íntima


da alma contemplativa com Deus, e dos graus para alcançar a união
transformadora.
Vallgornera acredita que esta é a divisão tradicional e
verdadeiramente de acordo com a doutrina dos Padres, os
princípios de São Tomás e os ensinamentos de São João da Cruz e
dos maiores místicos que escreveram sobre os três

1Felipe de la Santísima Trinidad expõe as mesmas ideias no prólogo de


seuSuma Teológica,pág. 17 (Edic. 1874).
2 Local cit.c. VIII e XIV.
3Ibidem.c. II e XI.

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idades da vida espiritual e indicou a forma como se verifica a transição de
um caminho para outro1.
***
Muito diferente é a divisão feita por Scaramelli e pelos autores
que o seguem. É claro que Scaramelli trata de Asceta e Misticismo,
não na mesma obra, mas em duas obras diferentes. EleDiretório
Ascético,duas vezes mais extenso que oMístico,É composto por
quatro partes: 1ª) Os meios de perfeição. 2º) Os obstáculos (o
caminho purgativo). 3º) As disposições próximas da perfeição cristã,
que se reduzem às virtudes morais em grau (ou modo) perfeito dos
beneficiados. 4ª) A perfeição essencial do cristão, que consiste nas
virtudes teologais, especialmente a caridade (o amor à
conformidade no perfeito).
EsseDiretório AscéticoPode-se afirmar que não fala dos dons do
Espírito Santo. Porém, segundo a opinião unânime dos Doutores,
sem os dons não é possível possuir as virtudes teologais no alto
grau que Scaramelli nos descreve.
EleDiretório MísticoAbrange cinco tratados: 1º) Introdução, onde
são estudados os dons do Espírito Santo e as graças,dados
gratuitos. 2º)De contemplação adquirida e infundida, para a qual,
segundo o próprio Scaramelli (c. XIV), bastam os dons. 3°) Dos graus
de contemplação indistinta, do recolhimento passivo à união
transformadora. No capítulo XXXII, Scaramelli admite que todas as
almas da vida interior podem desejar humildemente a
contemplação infundida, mas conclui afirmando que, na prática,
sem ter recebido um chamado especial, é preferível não desejá-lo:
Altiora te ne quaesieris2.4°) Dos graus de diferentes contemplações
infusas (visões e locuções interiores extraordinárias). 5°) Das
purificações passivas dos sentidos e do espírito.

1De maneira semelhante ele divide seu trabalho,teologia mística, publicado

em Nápoles em 1743, por outro escritor dominicano, o padre Juan María de


Lauro. E, seguindo a doutrina de São João da Cruz, coloca no mesmo lugar a
purificação passiva dos sentidos, como passo para o caminho iluminativo (pág.
113) e a purificação passiva do espírito como disposição para o perfeito unitivo.
caminho.
2 Local. cit., etr. Eu, c. 1, não. 10.

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É surpreendente que só no final desteDiretório Místicohá o
tratado da purificação passiva dos sentidos, que, para São João da
Cruz e para os autores acima mencionados, marca a entrada no
caminho iluminativo.
A divergência entre esta forma de dividir a Teologia Mística e a
divisão adotada pelos autores mais antigos decorre evidentemente
do fato de que eles, ao contrário dos modernos, sustentavam que
todas as almas verdadeiramente interiores podem, com humildade,
desejar e pedir a graça de Deus. contemplação infundida dos
mistérios da fé, da Encarnação, da Paixão do Salvador, da santa
missa e da vida eterna: mistérios que são tantas manifestações da
infinita bondade de Deus. Segundo eles, esta indistinta
contemplação sobrenatural é moralmente necessária para a união
com Deus, na qual consiste a plena perfeição da vida cristã.

Pode-se, portanto, perguntar se a nova divisão, tal como


proposta, por exemplo, por Scaramelli, não prejudicaunidadee
excelênciapara aperfeiçoar a vida espiritual. Separando assim o
ascetismo do misticismo, é possível preservar aunidadeafinal, quão
lamentavelmente isso divide? Uma boa divisão, para ser
fundamentada e lógica, e não extrínseca e acidental, deve basear-se
na própria definição do todo que se pretende dividir e na natureza
desse todo, que, no presente caso, éa vida da graça, chamado pela
tradição «graça de virtudes e dons»1. Porque os sete dons, unidos à
caridade, fazem parte do organismo

1Cf. Santo Tomás, Illa, q. 62. a.2:«Utrum gratia sacramentalis aliquid


addat super gratiam virtutum et doadorum». Onde se lembra que a graça
habitual ou santificadora aperfeiçoa a essência da alma; que dela nascem,
nos poderes, as virtudes infundidas (teológicas e morais) e os dons do
Espírito Santo, que são para a alma o que as velas são para o navio:
significa receber conforme apropriado o sopro do alto.

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espiritual1e, como ensina São Tomás, são necessários à saúde; e
mais ainda, pela perfeição2.
Da mesma forma, a nova doutrina não diminui odignidadeda
perfeição evangélica, ao tratá-la na ascese, desconsiderando os
dons do Espírito Santo e a contemplação infundida dos mistérios da
fé, e a união que se segue como corolário imediato? Por outro lado,
ao insistirmos tanto na ascese, não é verdade que acabamos por
diminuí-la edesviar as razões para praticar meditação e exercícioas
virtudes, pois perdemos de vista a intimidade divina à qual todo
este trabalho deve conduzir? E pode-se dizer que lança luz suficiente
sobre osenso de evidência,das aridezes prolongadas que
comumente ocorrem na passagem de uma era espiritual para uma
superior?; E não diminui a importância e a gravidade do misticismo,
que, assim separado do ascetismo, parece converter-se, no âmbito
da vida espiritual, num objecto de luxo típico de certos
privilegiados, um luxo que não está isento de graves perigos? Por
fim, e sobretudo, este modo de ver não coloca num nível inferior os
caminhos iluminativo e unitivo, falando deles desde um simples
ponto de vista ascético? Podem estes dois caminhos existir
normalmente sem o exercício dos dons do Espírito Santo,
proporcionais ao da caridade e às demais virtudes infundidas?
Existem apenas três formas e idades de vida espiritual, como dizem
os antigos; ou sãoseis:três ascetas e ordinários, e três místicos e
extraordinários, não só de fato, mas também de direito? Por outro
lado, não é evidente que os tratados ascéticos dos caminhos
iluminativo e unitivo, uma vez separados do místico, não contêm
mais do que consideraçõesabstratosobre virtudes morais e
teológicas? E sim, como faz Scaramelli,

1o Ilae, q. 68, a. 5: "Sicut virtudes morais connectuntur sibi invicem in


prudentia, ita dona Spiritus Sancti connectuntur sibi invicem in caritate; ita
scilicet quod qui caritatem habet, omnia dona Spiritus Sancti habet,
quorum nullum sine caritate haberi potest».
2o IIae, q. 68, a. 2, onde são citadas estas palavras da Sagrada Escritura:
“O Senhor ama somente aquele que habita na sabedoria” (Sabedoria 7:28);
e “Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus” (Romanos 8:14).

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fala prático eespecificamentede progresso eperfeição das virtudes,Não é
verdade que, como ensina São João da Cruz, esta perfeição resulta
claramente inacessível sem purificações passivase sem a ajuda dos dons do
Espírito Santo? Aqui são muito relevantes as palavras de Santa Teresa:
«Vêem em todos os livros que se escrevem sobre a oração e a
contemplação, colocando coisas que devemos fazer para ascender a esta
dignidade, que depois não conseguem acabar consigo mesmos, ficam
desconsolados; Como é uma coisa, não nos será dado nada se disserem
coisas ruins sobre nós, mas sim teremos maior contentamento do que
quando dizem coisas boas, um baixo respeito pela honra, um
distanciamento dos seus parentes (que, se não o fizerem tem oração, não
gostaria de tratá-los, antes eles o cansam); muitas outras coisas desta
forma, que na minha opiniãoDeus deve dar-lhes,porque me parece que
eles já estãobens sobrenaturais,ou contra a nossa inclinação natural"1.

Para melhor preservar a unidade e a excelência da vida interior,


tal como nos é declarada pelo Evangelho e pelas Epístolas,
propomos fazer a seguinte divisão, que está de acordo com a
adotada pela maioria dos autores que escreveram antes do
segundo metade do século XVIII. E, ao mesmo tempo, assumindo
uma formaimperfeição dos caminhos iluminativos e unitivos, já
indicados por São João da Cruz2, também preserva, acreditamos, a
parte da verdade contida nas doutrinas mais recentes.

2. Proposta de divisão das três idades da vida


espiritual
Acima dos pecadores endurecidos e das almas escravizadas à
sensualidade, a conversão ou justificação coloca-nos num estado de
graça, que o pecado nunca deve destruir; e num grau de ser que,
como um germe sobrenatural, está destinado a crescer
constantemente, até alcançar o pleno desenvolvimento que
consiste na visão imediata da essência divina e no amor perfeito e
inadmissível.

1Vida,c. XXXII.
2Noite Negra dos Sentidos, c. XIV.

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Portanto, após a conversão, você deve iniciar seriamente o
caminhopurgante,em que oiniciantesAmam a Deus, fugindo do
pecado mortal e do pecado venial deliberado, através da oração e
da mortificação externa e interna. Mas quando chegamos aqui, os
iniciantes se enquadram em duas categorias diferentes. Alguns,
muito poucos, empreendem uma vida interiorintensoe generoso;
Em outras palavras: eles seguem o caminho estreito daabnegação
perfeita.A maioria, porém, segue um caminhopurgativo, preguiçoso
e mediado,que admite, por sua vez, vários graus, desde as almas
boas, ainda um pouco fracas, até as mornas e atrasadas que
costumam cair novamente no pecado mortal. Uma observação
semelhante deve ser feita em relação às duas vias superiores,
distinguindo nelas um estado lânguido de um estado intenso e
vigoroso.
A transição para o caminho iluminativo faz-se a partir das
consolações sensíveis que geralmente vêm recompensar os
generosos esforços de mortificação. Quando alguém gosta muito
deles, o Senhor os afasta; e então a alma mergulha na aridez
sensível, mais ou menos prolongada, do purificação passiva dos
sentidos.Esta purificação continua, sem interrupção, nas almas
generosas; e para oinfundiu contemplação inicial,Isso os leva ao
caminho totalmente iluminador. Mas, nas almas que não são
amantes da cruz, esta purificação sofre frequentes interrupções; e
essas almas mornas não desfrutarão de uma vida robusta e
iluminadora, nem receberão contemplação infundida, exceto de vez
em quando.1. A noite passiva dos sentidos aparece assim como uma
segunda conversão, mais ou menos perfeita.
A vida plena e iluminadoracarrega consigo ocontemplação
infundida indistinto dos mistérios da fé, iniciado na noite passiva
dos sentidos. e capasduas formas normais:um, puramente
contemplativo,dos quais tantos santos carmelitas são exemplos; e a
outra, ativa, que foi a de São Vicente de Paulo, que, nas crianças
pobres e desamparadas, via constantemente representados os
membros sofredores do Redentor.Algumas vezesA plenitude desta
vida iluminadora envolve não apenas a contemplação infundida de

1Cf. São João da Cruz,Noite Negra dos Sentidos,c. IX e XIV;Chama viva do


amor,canc. v.

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os mistérios da fé, mas tambémagradecimento extraordinário:
visões, revelações, locuções interiores, como a seráfica Mestra do
Carmelo nos descreve em sua própria vida.
ElepassadoA vida unitiva costuma ser efeito de luzes mais
abundantes, ou de um apostolado mais fácil e alegre, que o Senhor
concede a quem beneficia como recompensa pela sua generosidade; e
que eles, não raramente, devido a um resquício de orgulho inato,
transformam em objeto de vã complacência. Mas então, se ele deseja
efetivamente conduzi-los ao caminho unitivo, ele os faz passar pelo
noite doespírito,purificação dolorosa da parte superior da alma. Se a
prova for suportada com um espírito verdadeiramente sobrenatural, a
purificação continua, por assim dizer, até conduzir à vida unitiva
perfeita. Mas, se faltar generosidade, só haverá uma vida unitiva
lânguida e mediada. Esta dolorosa purificação representa, na vida dos
servos de Deus, a terceira conversão.
Ovida unitiva perfeitaÉ acompanhado por uma contemplação
infundida dos mistérios da fé e por uma união passiva quase contínua.
Tal como o anterior, é apresentado em doisformas normais:aquele,
quase exclusivamentecontemplativo,o que aconteceu em San Bruno ou
em San Juan de la Cruz; a outra,apostólico,que são modelos acabados,
um São Domingos, um São Francisco, um São Tomás e um São
Boaventura.Algumas vezes,Além da contemplação infundida e da união
passiva quase contínua, também traz consigo agradecimento
extraordinário,como a visão da Santíssima Trindade que Santa Teresa
recebeu, e que a própria Santa descreve noHabitação VII.
Evidentemente, há também nesta vida unitiva perfeita, acompanhada
ou não de favores extraordinários, graus e categorias diversos: dos
santos menos exaltados aos mais elevados; dos Apóstolos, a São José e
à Santíssima Virgem.
Esta divisão das três idades da vida espiritual pode ser resumida
no quadro seguinte, que deve ser lido de cima para baixo. As três
purificações, ou conversões, aparecem nele como etapas de
transição entre os vários estados.

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AVANÇO ESPIRITUAL
Primeira conversão ou justificativa>> dá lugar ao >>>>
CAMINHO PURGATIVO PARA INICIANTES
Lânguido:Almas mornas ou atrasadas com algumas recaídas.
Generoso:almas fervorosas.
--------------------------------------------------------------------------------
Segunda conversão : Purificação passiva dos sentidos,
superado com resultados mais ou menos felizes>> dá lugar ao >>>>
CAMINHO ILUMINADOR DOS VANTAGENS
Lânguido:atos intermitentes de contemplação infundida.
Robusto:
Ordinário:
- Sob forma ativa (ex. São Vicente de Paulo).
- Sob uma forma puramente contemplativa.
Extraordinário:acompanhado de visões, revelações, etc.
--------------------------------------------------------------------------------
Terceira conversão : Purificação passiva do espírito,superado
com resultados mais ou menos felizes>> dá lugar ao >>>>
CAMINHO UNITIVO DOS PERFEITOS
Lânguido:união frequentemente interrompida.
Robusto:
Ordinário:
- Forma apostólica.
- Forma puramente contemplativa. Extraordinário:pág. por
exemplo. com visão do Stma. Trindade

Esta divisão das três idades da vida espiritual pode ser


comparada com os ensinamentos da tradição, especialmente com a
doutrina de São Tomás sobre a graça das virtudes e dos dons; e
com a de São João da Cruz sobre purificações passivas,
contemplação infundida e união perfeita, prelúdio

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vida normal no céu. Comparemos agora brevemente com a divisão
das três idades da vida corporal: infância, adolescência e meia-
idade.
É sabido que São Tomás1ele já propôs esta comparação; e que,
como vimos2, há nele uma analogia que vale a pena estudar,
especialmente examinando a passagem de um período da vida para
outro.

3. Transição de uma época para outra na vida espiritual


Assim como a mentalidade da criança não é a do adolescente, nem a
do adolescente é idêntica à do adulto, de tal forma que, sobre muitos
assuntos, dificilmente é possível o tratamento e a conversa entre eles,
da mesma forma , a mentalidade do iniciante, que ainda trilha o
caminho purgativo, não é a do favorecido, que avança na vida
iluminadora, nem a do perfeito, que já alcançou a vida de união. Ele, é
claro, entende o que significam as eras pelas quais passou, mas os
outros, que estão no início ou no meio do caminho, não serão capazes
de compreender as coisas que são peculiares àqueles que estão nas
proximidades. do caminho.objetivo.
Além disso, tal como na passagem da infância para a
adolescência existe uma crise, mais ou menos latente, mais ou
menos difícil de ultrapassar, a crise da puberdade, ao mesmo
tempo fisiológica e psicológica, de forma análoga existe uma crise
semelhante quando Tenta passar da vida purgativa dos iniciantes à
vida iluminadora dos beneficiados. Esta crise tem sido objeto de
análise sutil por muitos autores espirituais, especialmente Taulero3;
sobretudo, de São João da Cruz4, que o designa com o nome de

1IIa Ilae, q. 24, a. 9.


2Indivíduo. I, seção “A vida eterna começou”, p. 22ss.
3Deuxième Sermon de Carême e Sermon pour le lundi avant le Dimanche
des Rameaux(não. 3 e 4), que, na tradução latina de Surio, se encontra no
primeiro domingo após a oitava da Epifania.
4Noite Negra dos Sentidos, c. IX e X.Dos sinais em que se saberá que o
espiritual está no caminho desta purgação noturna e sensível; Do jeito que
devem ser nesta noite escura.

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