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O pooER DA IDEoLoGIA
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Tradução
Paulo Cezar Castanheira

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Copyright O desta ediçáo Boitempo Editoral, 2004
Copyright O Iswán Mész-áros, 1989

ll'ítulo original:
7he Power ofldeologlt
Harvester \íheatsheaf/Londres/ 1 989
Copyright @ 1996 da l" ediçáo brasileira: Editora Ensaio
SUMAzuO
Coordenaç,io editorial Ívana Jinkings
Editores Ana Paula Castellani e Joáo Alexandre Peschanski
Tiadução Paulo Cezar Castanheira
Preparaçáo de taxto Tilio Kawata
Rcuisão Antonio Orzari e Luicy Caetano

Capa Antonio Kehl l 'n lr 'Át :r( )

Nove EDrÇÃO: ouTRo MUNDO É possívsr E NECESSÁRIO


sohre foto de \ülralker Evats. Roadside Store between II
lr.r r.r<()DU<.tÃo À
and Greensbora, Alabama, 1936,
Tilscaloosa
copyrighr O L.tutc ofWalkcr fr:n<

Editoraçáo eletrônica Nobuca Rachi


l'Alil lr l: A NECESSIDADE, DA IDEOLOGIA
Coordenaçáo de produç,1o Livia Campos
Asistência de produçáo Carnila Nakazone
I lN'r noucrçÃo 57

l. l. A rlttrtrcza da ideologia ,7
68
L). l)r "modernidade" à "crise da pós-modernidade"
104
I i. Ar ticrrlação ideológica das necessidades sociais
108
Mészáros, Iswán, 1930- I r. l'rincipris determinantes das mudanças cultural-ideológicas
O poder da ideologia / Iswán Mészáros ; traduçáo Paulo Cezar Castanheira. - I 'J ( rltclusáo t17
Sáo Paulo : Boitempo Editorial, 2004.
II8
ISBN 978-85-7559,056-0 ' l)^r(^MlflRos socIoECoNôMICos
118
.' L l.xprursão do pós-guerra e "pós-ideologia"
Título original: the power of ideology
' .). li.rrrizrç:áo Premàtura do "fim da escassez"
1.21
Bibliografia 123
' i A ÍrrLicie das soluçóes tecnológicas para os problemas sociais r37
l. Classcs sociais 2. Icleologia. 3. Ciência Politica ' r A , rrrr do "subdesenvolvimento" pela "modernizaçáo"
! l\ l,Ír r(rn rl rDEoI-oGIA t4)
I I A itlcologiaadministrativaeoEstâdo t4tr
É vedada a reprocluçáo de qualquer parte deste livro sem a exPressa autorizaçáo da cditora.
i I As nízcs itlcokigices c1a "antiideologia' do pós-guerra 146

i i  pi rspr:ctiva weberiilla de Raymond Aron 148


1o ediçiro pela Boiternpo: .julho cle 2004; 1u reimpressáo: setembro de 2004;
I r A tlori;t críticlt t]e Adortro e Habermas 152
2'reimpressáo: agosto de 2007;3' reimpressáo: junho cle 20i2;
4u reimpressáo: julho de 2014; 5! reirnpressáo: setembro dc 202 1 i 'r ( )s rlilcrtres rh "Clrrndc llccusa" de Marcuse 203
i (r l)rrr lxrnttttr PtÍr todxs its cstações: o Pensâmento weberianÔ
BOiTEMPO ( \r'll l( llils( ill)cltttl tttl 1lt'ls-guerra
2t0
Jinkings Editores Associados l-tda. i Ilttiv.tsrtlistrrri'oci«ttrrt:rl r/í'lJrll "llacionâlismo doTêrceiro Mundo" 2t9
225
Rua Pereira Leite. 373 I )1 Nl.rlr':rtt l\rtrtv t rt "tit,r ,l,r tspcrrlrça abltndonada"
05442-000 Sáo Paulo SII i ') ( ) potlt I , ,, prtlr. l rrt iv,r tl't itlctlloqir 232
Tê1.: (1 1) 3875-7250 I 3875'7285
editor@)boitcmpocd itorirl.conr.br
boitcmpoetlitorial.cont.br I blogthb,rirt rrrpo.corl.br l'\li I I ll: ( ,ll N(.14. ll)1,()1,()(;l^ 11l\4lil'Ol)OLO(llA
hr:cbool<.corn/lroitcrrrpo I twitlcr.rrrttr/rrlit.rrtlroi{t tttptr
yorrtLrlrr'.torrr/tvlroit.ttr1r,, I itts{rt1,,rtttt.,,,ttt/lr.ilttttprt I \ I llM lr\(()l\l() II('lIlNt/\l)()llA l)lrINllrltl'SSliS ll)li()l'(i(:l(l()S
243
I I I'lrrt.rl t',trr,, , l, titt tt,,.t,,,t, '
)45
r ' \ t, r,,1, rr, r., r,1,,,1,,1'r,,, ,, t,tt.tl ,1" ' r' trtilr' ttrrr"
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" Irlr rtlrt,',,trt t tlllltttttttilltl r l()

Ill( :lll.l t.l;.ltt, tl Illttit() ( ()tttl)t( 1 lr',t\ ( I ,1rt, ,t s,rlUçlo rlr, "rot i:rlislrr,, ,l, rnt l,.t,l,, III(ll()ssist('lIt;i(it.t,. (l)('l()lil(r)1)s(lililr)l():rsilrttrrçr,ts:rlrtrl.rrrrtlrlr'.ttilln(i.t(l.ts(l().,
1,,rt.r
{)sl)t1)l)l(tttils('(()tl(tlt(li\()(s(xl)(rirrrtnt;rtl:rstctrlrr srrrltitlotorrrrtl:rtrv:r l;r,ilirl:rtltrlo filósofils) CIll tll)l:l (.\ll(tltlt:t t(('t/1(lr ('nr c()r)tr:lst('(()nl.l.\ (trrt,rtiv.rs tt.oltiqir-:rs:rlrtr.
nr(snl() solo, rcprcscnt:rrrtlo lr scrr rrr,rrlo:r "lirrh:r rlt.rnt.rr.rl rt'sistôrrci:r". riores cle escrevcr tclill()s allist(ir-icos cla lristtiria talo-solncntc prrru ilrrstr':rr lt vrrlirlrrtlt,
lirllr('t:rrrt(), pclll nâtLlrc:7.11 clo pro[rlctue cr]l ,()Íl(), scgrrir u "lirrlr;r rlt nr( n(,r r(,\;s eterna dâ mensagcm clivina através dos acoritecirnentos terrenos. Isto ocorretr a tlcs,
ti t rr i:t" rlir() (cnl Ínuita chânce de sucesso. Na mcd icla crn (lr.rc são tlirct:r rrrcrr t t. :r li.t:rtlos, peito de as limitações do ponto de vista social dos pensadores deixarem unla m2lrca
t.ttrl,r pt'lo ilttlrtl cstado de coisas como por quâlquer altcr-nutive pr:ític.:r il ('l(', s()ll)(,n((. indelével em suas concepçóes históricas, que rinham de ser conduzidas a uma culmi-
()s
l)t()(ltrtot-c:s lrssociados podem enfrentâr âs granc{es cliÍiculd:rclcs cnvolvitlrrs nrl lcr.s naçáo "eternizanre" no ponto focal do presente.
tt trtttrtçio proclutiva e motivacional da sociedacle pós-capitalista, tlcslÍiurrtlo l-rrtli,:rl
A tendência universalizante do capital era de fato muito real, apesar de conrra-
rr|( rrI( il divisíro clc trabalho estabelecida.
ditória. Dado o caráter intrínseco do capital, sua universâlidade dominante só poderia
llrrtlttto, de modo inevitável, o câminhopara ufirâ possível soluçã«r tlcsrt:s pr<r prevalecer através de antagonismos internos e externos; portanto, um resultado posi-
l)l('rrr:rs ( urna rua de mão dupla. Requer um profunclo cornpronrctillrclrr() (' irl((
tivo último - que era sempre implicitamente presumido, e com freqüência até expli-
( ()tl( irlurlcl()s sacriffcios dos produtores associâdos, se quiscre m essegrlrllr ils l-c('()n)
citado, nas filosofias da história aqui referidas - só poderia ser afirmado como um
l)('ns:ls qu.: podem produzir parâ si mesmos, rumo a condiçócs que lhcs pt.r'rnir.rrrr puro "ato de fe". Por essa razão, o próprio Hegel (que impulsionou vigorosa e frutife-
:rssrr rrri r plenamente sua atividade.
ramente a questão da universalidade para o cenrro do interesse filosófico) não pôde
Scm dúrvida, o ponto de partida deste empreendimento transforn.rador nã«r potlr.
resolver as contrâdiçóes subjacentes. Ele também, a despeito de, em geral, compreen-
s( t ()trtro senão âs condições em que as sociedades pós-capitalistâs se encontralrr lrojt.
der magistralmente os problemas com que se deparava, teve de adorar como "soluções",
Nirrgtrim mais discute que elas precisam enfrentar com urgência a tarefa clc srtisÍrrz,,r
em pontos fundamentais de seu esforço de síntese, meras declaraçóes de fé como uma
:ts lrc'ccrssidades e exigências há muito negligenciadas de seus membros indivitlrrlis. A, r
saída para as dificuldades.
rrr('srrro temPo, pode também surgir a questão: como ter a ceÍteza de evitar o r-is, o ,1,'
Assim, por um lado, quando teve de considerar, em slur Filoso/ia da bistririrt, ..ts
(l( strtrir suas realizaçôes reais e seu compromisso original com a callsa socilrlisriri
implicações potencialmente devastadoras dos antagonismos intrínsecos do incliviclua-
I)ara vencer estes desafios essencialmente estruturais é necessária a urloç:ro ,1,'
lismo burguês (deÊnido por ele como um dos "princípios" mais fundarlentais cla era
,tlgtttturs soluções estruturais importantes. Isto significa que os incentivos n)iu(.r r.u\
moderna), apenas foi capaz de decretar a resoluçáo positiva desse problema r.ro firturo,
irrtliviclLrais, que são agora tanto necessários como possíveis e que, em gr:rrrtlr. rnt.,li
- no contexto de seu resumo poético da história do mundo como llodicéia.7') Este f-oi
tl:t, sã«r inevitavelmente diuisiuos e não associatiuas -, devem ser parte de rrnt,r ( \t r.u (
l',r,r o modo pelo qual ele procurou, como se tudo dependesse da sua vontade, afirmar a
(()('r('t)tc clt) que desempenhem uma funçáo de mediação em relação:to olritrivo rl,'
inexistência dos antagonisÍ7-tos internos do "capital universal ererno".
r r t trr-r1ção radical, em vez de serem considerados rm ideal corre tiuo ,t st'r :r lr r .r,, r, l, ,
('('sl rt ,
Por outro lado, tampouco as implicações destrutivas de todos os incontroláveis
, ont<t rtnt .ftnt em si mesmo.
antagonismos externos, gerados pelo sistema do capital e por sua formaçáo esraral,
N('stc scntido, o programa mafxiano de transferência do controlc,lo rrr, r.,l,,,lr.,
encontraram uma soluçáo mais satisfatória no quadro conceitual hegeliano. Mais uma
ttt,r soti:tl l)rr1r os produtores associados não perdeu nada de sun v;rli,l:r,1,,,1,.,,, 1,..r
vez, como já vimos na seção 9.1.5, Hegel só foi capaz de decretar a absoluta primazia
r:prt;t rlt str:r fbnr-rulaçáo. Ao contrário, surgiu de novo, mais fortc tlo (lu(. nun(,r, r,r
e a irrestrita sober:ania dos Estados nacionais particularisras e necessariamente confli-
.r1',. tt,l,t lrist<irica de nossos dias, visto que somente os pl'oclutores ussot i:r,l,s
;,,,, l, r,r
tântes, opondo, com desdém, esta visão à proposta alternativa de uma solução univer-
,l.rlxrr':rr', p,rr si próprios, as modalidades práticas com as quais p(xlc sr.r rr.:.llrrl.r .r
salmente adotada e pacífica. Assim, a despeito de sua devoção ao "princípio da uni-
,lrr1,l,r t risc, lrojc onipresenre, da autoridade e do desenvolvime nto.
versalidade", Hegel abraçoll em seu ato de fe, com um entusiasmo acrítico, a idéia de
que, nas relaçóes enrre os Estados, o que prevalece fundamenralmente (e, segundo ele,
Ar;trtsl;t,tl:r"ttttiversalidacle"apareceunaÍilosofiaclollunrinisnrotlt l,,rrrr.r ,rrlrrr,, corretamente) e o " estado de natureza" , adotando assim uma posrura particularmente
,rtirrliinrlo st'tt clítuux na lnonumental síntese dc l{egel. A ocorr'ôrr,i.r rlr'.,r, l.rr,, r,, problemática - e, muito reveladora quanro às suas determinações de classe - para um
lristriri:r irlt(l('((u:ll cr-ll cotllprccrusívcl, lrois os fikisofirs cnvolvitlos ( xl)r( \,,.r\.r, 1,,,r Íilósofo iclealista.
Itrlt lttttltlitt tlt stt,ts ciltcÍl()fils, einrl:t rluc tlt'rrrorl<t altstrato, o sct..\()(i.rl ,l.r ,1,,,, , ,,,, l)esde a époc.rr tlc Ilcgcl, os irspectos destrutivos da universalidade antagônica
rr r,r,, rrrr plt'r r,l:rrlt t' t orrI r':ttl i tor.it'tl:rtlt, t lt.st t.rrtt s. tlo crrpital t()rl'r:ir-iur) st ttttrito rnuis plonunciacl«rs. Aquilo que pode ria ser considcrado
()stts,tti:rl t'ttrtltrtstriottrtittstl,.rr.iv, l,l,,Porl,rrlirr:itrricorl,,,.rl,rr,rl,.,r,,,,,,, ill)('llils lill('lllr' l)() l):t:,s.t(l() trt:tis tlistlttttc vcio à ton:r sob lt Íirrnt:r rlc iltuts gucrr:ls glolteis
,lo olrjttiv.tttrt'tr(, ,, rr,r v,'r,1,r,1,, 1,,1.r 1,lun( r.r \,(.2 rr.r lristriri.r tr.t,1rr,.,,,,,,,1 r 1,,,,
l,l, rrr.itit,r trtrivt rs:rlirl:r,l, rlt slt.r,l,,r,,lr,.r,,.r,,1,,l,,l,,rl 'lilrr.rv,r s,..tssirrr ;ror,,trr I r r,,,rr
\irrrot,rl', l',rr,r.r,l,,r".r,)rlr(I1,1i,|Í.rz,l,,1,rirr,i1,r,,,1,rirrlrvr,lrr.rlr,l.r,l(n.rrr.rrr(,(l(.rr.r,r,,rl,,i1.,,/
/.t(,.to \()l)t( (i ( lls() ,l.r "lritt,',rt,t nlltrll.tl ( nr (lr ,,( l\'()lvitrrt.rrlo, rl, Í,,r rrr.r lr ,, ,l' t 1,,. t'1,r1,,,,'1'l,y ,,1 t tlt,,,1
..*
',11, lrlr'rtlrt.','t,t t t tutlnt tlttt\tttl
Irlr'rtlr,'.'t,t t tlillttilttiltttt,II
,l,r,rtsl:t,l0t,ts C tlos tstr,l1,,,s,l,, irrr;rr.lj,qlj11,,,,. A() nt(.snt() l('lnl)(), l.iltl{) n() (,ilt}l)() (l()
(()lll()(l :l l()llll l (l( ,1,, l.tt.tt ( nrl)or:r n( nr s( r)rl)r( (l( nr()(l() r.ro r,r.\\(.rJr) rllr(
.lllll:tltt(ltl()rrrilit:rl t()tlt()il();rl.rrr,,,,olr'r1,i11,,osttrt.itlst.rttrll0tl,tsrlr.tlr.silut\.t(,.t\,.ilt ", ,)
soci:rli.slrro ú
\ill:lll) ('ll) t:ll rrrctlitl:r (ltt('o (itttlilrlr:rt ir rt lrt:ivt'l ,lo t:rpit:rl I lln)() at tlolrrirr.rç.r,r rrrriv,.r Urna r:spócic,l, rl,,,ttçlt tlrrc lroilt :r(()r))('t(r urrrt s.tit'rl:rrl(.(.,)l rr.lrsr\.r, sr.,.l,r
illu:llr)l('nt('iuncilÇlr u l)r1il)riu sollrcvivi'rrt:ilr tl:r lrtrrrurrritl:rrlc.
s:rl rr.r,,
consegttir org:ttliz.:tt cÍt'tivarlcrrtc:rrlrrtlcs clc'nrclrr,,r.rrr st.rr rrr(.,ri,r t;rrt.(.sr.r.
St', lror cotrte clrt fàm dc as corttrltcliçócs rrnis (lcsllulivlrs rkr c:rpit:rl :rirrrl:r t.sr.r rados para levar :r c:rbo a tarcfà d:r moclcrnização.,,,
l,r(.1).r
lclll llltcll)tcs cl'lt st-ltt ópoca, IJegel aincla podc scr pcrckratlo l)()r sull visuo otirnist:r tl.r Por isso, a solução foi concebida como a "reduçrio" clos Iirrrirt's tl, s,ti,rlisrrr,,,
rrllivcr-seliclrrclc, esta clcsculpâ não cabe para os iderllog«rs (lr.rc continulurr:r irlt.:rliz.:rr
pata fazet prevalecer as pretensâs naturalidade e universalidadc clo sisrc.rrrrr
t.rrpirrrlrsr.r,
o "tlttivcrsalisrtto ocidi:ntal" contra as aspirações en)allciprlt(iriirs dc t(xl()s rrrlrrt,lt,s t;rr,. proferizando que
srio 1r«rr cle explorados e oprimidos. Assim, declarar quLr "ullra socicrlrrclc rutilr.t..r,tl A medida que a revolução vai Íicando para trás, o revisionismo gar;e l(.r r(..(), ,.rr,l
cstrí surgindo. t. .] O Ocidente está morrendo colno'cultlrrir'separ.ada, rrr:rs rt,rrr lir mente com um modo de vida mais de classe média.
Quanto r,r"is .',. lrolrrt.rx tlt.sÍr r r r.r rr r

Itrro como centro de uma tociedade uniuersal",Bo em vez cle subnte tcr lr rrrrr:r t r'Íl it.r da posse de um mundo que correm o risco de penJer, menos inrprcit:ntts
íit.;rrrr 1,.r.r
rigorosa o caráter profundamente divisivo e explorador clesta supostl "rrrrivr.r,s;rli mudar esse mundo.82
dade", mostrâ que a defesa ideológica dos interesses da classe clominantc rrio lrt.sir,r É dest. modo que
se negou categoricamenre que a alternativa s6cillisr;r Íirsr,.
cln rejeitar até as mais óbvias evidências factuais * a dominação cla csrrrrrg:rtl,,r,r -
aplicável às circunstâncias das "sociedades industriais avançadas", proclamard.,s(.(lr(.
Inaioria da humanidade por umâ minúscula minoria - para se legitimar, r)rlnl(.n(l() ela não tinha condições de competir com a ordem social do "universalisnro
ociclcnr:r1",
a ficção de sua própria "universalidade". Não surpreende, porranro, quc rcrrhrrnr,,r e muito menos de a suplantar.
testemunhado, nos debates dos últimos vinte anos, um grande desencrrrrro.,,n, ,r Para tornar plausível tal perspectiva, averdadeira situação nâs "sociedâclcs
irtlrrs
simples idéia da universalidade, devido em grande medida (mas não só) a tais pr;lri, .rr triais avançadas" teve de ser grosseiramenre distorcida, de modo que as carcgori.rs
t.rrr
ideológicas transparenres. cujos termos a crítica socialista da sociedade capitalista tem sido aiticulada *
acirlu rl,.
Apesar disso, seria completamente errado seguir o conselho cético orr pt.ssirrrrsr,r tudo as categorias de "classe" e "explorâçáo" pudessem ser declaradas copo nã6
- rrr:ris
daqueles que querem nos convencer a abandonar essas preocupações. A trnivt'r's:rlitl,r aplicáveis condiçóes das "sociedades industriais modernas". Mas, como correrll.(.,
às
de destrutiva do capital não pode ser enfrentada com umâ f*ga pare () lx.(lr(.r,, te rleclarou um artigo recente sobre os graves problemas vividos pelo sreviprt.rrr,
mundo" das disputas locais. Quer se goste ou não, náo há como escapâr'tlo plol,lr.nr.r trabalhista ocidental:
lristórico para o qual somente se concebem soluções globazs para enfretrrar nos,\()s O declínio dos sindicatos nos Estados Unidos não pode ser explicado pela c.rrrr:rq.:r.
/,/í,
blemas globais. da classe trabalhadora, nem mesmo de seu setor manufatureirÁ. N" ,"..i".1.,
crrlr.r,r
A concepção socialista foi concebida desde o início como alternativrr à rrrriv,.r,,,r o número de trabalhadores sindicalizados dos setores de produção renh:r dirrrirrrrí,1,,
lidade antagonística do sistema do capital. Como tal, no enranto, o rno,lr, ,1,' , ,,rr rr,, em 1,9 milhão nos Estados Unidos entre l9g0 e 19g4, esres serores riverarn rrrn irr
lc socialista não poderia constituir uma alternativa viável para a uniuüsrrlir/trr/r rlu, cremento de 1,1 milhão de novos empregos. Se os sindicatos norte-americ16,s
t.sr;r,
rcPresenta umâ condição histórica dinâmica e uma realizaçío da qrrll rr:ro r,t.plrlr declinando, náo é porque náo mais existem trabalhadores para organizar.
Srrrrt.rrrt.
entre os trabalhadores comuns da produção industrial, 12 milhões
c.§câPal, seja para o passado, seja para qualquer forma de regionalisrrrr» i.l..,rliz,r,l,, f,.r,rr",,..,.,,, ,,,,,,
organizados. Além disso, 50% dos metalúrgicos, mecânicos e eletricit:írios;
rrras apenas paÍa o antagonismo intetno destrutivo (e essencialmenrc lrrrrotlt.stlttt\,1) 69(X, tl,,s
trabalhadores das indústrias de produtos químicos, petróleo, borracha,
tlr capital como regulador da reprodução social. pl:ísritrr t.vitlrrr;
690/o dos trabalhadores das confecçóes e indústrias têxteis;64o/od.
No final, a grande questão histórica de nossa época deverá ser rlcti.lirl.r l)rr., r.,.1 to.ln, os rr.;rlr:rllr.r
dores das indústrias de madeira, papel e móveis; e 670/o d,e todos os
rn(:ntc em raziao da viabilidade (ou fracasso) universal tra[.,:rllr:rtl.rt.s .1.r,,
- ou seja, glo/ttt/ rlr.,,,,r',, ,1,,r'. indústrias de processamento de alimentos estão desorganizados r-rqs Esr:rtl.s [ ]rritl,,s
sistctnas de controle em um mundo inevitavelmente interligado t;ur.r,.rr,lt.
1,.rr,r r ["'] o declínio de algumas forças socialistas e progressistas nos úlrim.s ilr)()s .ir()
r:r,rnplcta integraçáo. Há demasiados problemas - alguns absolurarrrr.rrr(.vn,r,, l)()rl(.
I,u r ser-atribuído âo repentino colapso ou à contraçãoda classe traballrador.:r,
rrlrs ti .xlrli
:lsscliurar as condiçóes elementares de sobrevivência humana nestc
1rl:rtrt.r.r p,u,r 1,. cado pelo comportamento dos sindicatos, dos próprios parriclos e p.la
c,,r,.,.1,,ç.,,,.1.,,,
rlrr:ris são inrpensáveis ourrâs soluçóes que não literalmente globait. forças de classe. O declínio do movinrenro sinclical clos-listados l.Jnirlos
t. tlo l,.rrri,l,,
I)urante rnuito tempo a principal linha cla idcologia clominalrrc., (.nr \u.r,, r, nr r Democrata tt'ttt tlt'str cxplicado pelo cornport:lrncnt() rlcsscs instr.trpl(:1t()s. ( ) (
,,rr.l
tivrts tlc lrtinitnizar a irnportância cll:rlfclnrrtiv:r sociulistr, consislirr r.rn lirrrrr,l ,.u dá c tls Iist:ltl.s IJrritl.s tôltt c.stt-utrrras rle class., scnrt.llr,rrtt.s, n)lrs, clr(l.irll.
,,s sirr,li
t'rltirrr:r its concliçóes dc subclesclrvolvirrrcrrto. ( )rrrro vinros nt:» c:upílulo ,urt(.r,r, r,,,, cl'tttlstllrt:ttltltstst.l':tllirloSoci:rlclcrrrocr:rl:rtLr()rrr:rtl:í (Nl)l)) t,stlyrtrt.srr.lrrlr..:

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,i.tltttlttt,tl.rspl.iti.:ts,1,,l.trr, t ptl.rspolit it:rsrl.rssisl.rst:rrlrr vt.z. 1l:lis.r1,rr.55jy;15 1lq; rniser:íve l t (ltr(, s( [ )trl<el<.is vcntt't, tlt'sltp,rrl;u:i l;rnto o r'\r:rr ito rl,,r 1rol,r, s , ,,rrr,ur
sisltttt:t ittslittttiotr.tltl()r l( iun(ritrrrro. l'.stttiltitrrolrorrtotltv,.strr(.ssirlr.r(l(),(liiurl(. dados por-f licl<s,,rt (ltlânto os cottscrv:t<lorcs llrclir'lris (lu(' n,rr) ll(,sr:url rlos rrt 1,,r,r ( )
tl.rttstrlt'(lu((sl:ul)()svivt.rrtlo(.nlll)t(:tl)il:llisr))()tlt.sorl,,rrtrizrtrlr,,r,rrrgr,tr:tl..,liÍtt que interessa ao l)artido'l-rabalhista não Ú corrro l)Lrl<:rliis v:ti :rtrr:rr r)() (.UJ,(,, ilr.r\ \(
s:t,r tlo llotlct: lt tl:tsst (:llpil:llisl:r rl()rtc-:un(ti(ilnil llii nluilo lenrl)() lr:r() (.stií tão ele pode vencer a eleição. [...] Se o I)articlo'l'r'ab:rlhistl, :rirrrl:r r;ut irrrirr,,.r.rrrr..rrr,,
()ll'ill)izil(lll, c()csil c xgtcssivit (lr.liurt() lttualnrcntc.'lcn)()s l(..st(.nluÍrll;r(lo llnrir r)l()vi-
aceitar o capitalismo moderno, a callsâ mais grave cla inccrrt'z:r rr;rr iorr:rl rt r:i sirl,,
lll( lll:l\':lo llltlito (lrittltiítica pall a dircita por purtr.tlus irrsritrriç:irt.s tlo sistcrrr.r norre- eliminada. Os ganhos dos últimos anos seriro prcservacLrs c <t sorirtli.çlt,t t\t j \t ttt) ttt/ t
.llll(li(llt)o p()lític1ls, ac:lclêtnicas, da mídia c tllrs Íirrrtleçocs , () (luc rr)osu-a lnta uma excentricidade inofensiua, celebrada em livros e enr rcprescnteqirts lt.rlr.ris, r
trotrivt l t:ttcsão ttrt PosiÇão ideológica. A perda da clivcrsitl:rtlc clcnrro clcssls instituiçóes ocasionalmente exibicla parâ a reverente adoração de trm banc]o c:rtla vcz rrrtrr,,r ,1,,
Itltt sitlo fàcilitada pelo virtrral desaparecimento da:rlternativ:r libcrrrl :'t rrrcnsagcrn con- fiéis.t1
t, rvltclt,ra. A classe caPitalistâ está na veldade muito bem organiz:rcla, coll unl:l cnonne
A crença do sistema estabelecido na universalidade
e na permanência ercr.nir (l()
(t'crcscente) concentração do poder político, econômico e social. Unr silror.na desse
capitalismo é, dessa maneira, reafirmada com o zelo ideológico caracrerísrico dos r'orr
Pocler é a capacidade da classe clominante de desagregar a classe dorninecla (isro é, a Yertidos. Entretanto, se os leitores procurarem alguma substância teórica pol rr:is
classe trabalhadora), facilitada pela grande diversidade racial e étnica desta.rl
desta declaraçáo de fé, frcarão desapontados, porque só irá encontrar as platitrrtlt.s
Ibrt:rnto, em vez de "náo serem mâis aplicáveis", as caregoriâs marxianas a;udam
confusâs (e confusionistas) da "direita radical". No espírito desta, o auror do rrris()
,r l:rnçur luz sobre âs condiçóes econômicas e políricas, que esráo muito longe de serem
citado nos oferece, ao explicar o que motiva os sistemas rivais clo capitalismo c tlo
uniíi)rmes, clos países capiralisras mais avançados, explicândo também alguns dos rnais
socialismo, sua versão diluída da oposição - posruladâ, pâra seus próprios Íir.rs, pcl:r
tlcsc.ncertantes reveses de suas oposições governamentais nas últimas décadas.
direita radical - enrre a"igualdade de oportunidade" e a"igualdade de resultados".l)t-
A idealização dos países capitalistas "avançados" corno a ordem social insuperá-
pois de declarar que Dukakis "tem de enganar Jackson e Jackson rem de fingir ter sirlo
r.'cl (natural) é buscada com rodos os meios à disposição da ideologia clominante. Se
enganado para que os democratas venham a vencer", ele acrescenta, baseado em sull
( ) "tlso econômico" dos fatos
ou a evidente distorçáo destes em favor de uma classe não 'própria experiência", que, "na época em que esrava no poder, o Partidotaball.ristl
lirr strÍlciente, outros métodos são adotados para desâcreditar o adversário social.
agia exatamente desta maneira. Sua liderança não âcreditaya na igualdade de resultados,
l'.rrbora os ideólogos do "fim da ideologia" canrem louvores à "objetividade desape-
mas declarava ser ela uma questáo interessante para o futuro distante. Muitos ativisras
li:r(l:r" t: à 'ireutralidade" teórica, na verdade todas as armas ideológicas estáo sendo do partido lamentavam a falta de convicção socialista da liderança, mas não espe ravr rrr
,rÍi:rtl:rs c utilizadas para derrotar e enterrar o oponente lristírrico.
algo melhor".
[Jrn dos estratagemas favoritos é mobilizar o exército ideológico daqueles que
Tâmbém nos é dito que: "em rermos simples, a igualdade de oportunidadc ó rrrrr
()u(r()r.rl pcrtenceram ao "outro lado" e depois "viram a luz". Supõe,se
que o anúncio conceito cã?itrtlistd, enquanto a igualdade de resultados é o princípio básico clo .vrry,r
s( r)tl)r'c rcpetido por eles da morte inevitável do socialisrnr: clc.scrito c6rro sendo no
lismo". Entretanto, emborâ a "igualdade de oportunidade" seja efetivamente trrrr «l.rs
rrriixirrr() r.lr)r sonho utópico - seja a última palavra da discussão. Assirr, crr-r artigo de
princípios mais freqüente e ruidosamente difundidos da ideologia burguesa, a pr..
ttttt tltslrtcaclo ex-membro trabalhista do parlamento, somos prt,scntc,r.los com os
cupação socialista com a igualdade é muito mais real e sutil do que sugere,r irrr,rg..rrr
s, 1',ttittlt's jtrízos sobre a dificil situaçáo das respectivas oposiçóes nl (iri lJrerrrnha e
grosseira da "igualdade de resultados". Como já vimos, ela foi definida há qrrasc tlu
tr,s l'.st:rtlos Unidos:
zentos anos nos seguintes termos:
A rrrrtttirt de Dukakis surgiu nos jornais e periódicos intelectuais cla cst;rr,.tl;r. Não <1gc
A igualdade deve ser medida pela capacidada do trabalhador e pela rttttssirlttr/r, tl.
l)rrk:tliis scja encarado com gosto ou aprovaçáo, mas ele parece rcr r..({)rr'ir(l() .1):r
consumidor, não pela intensidade do trabalho e pela quantidacle dc coisas t orrsrr rrr itl.rs.
ttt;ttrcira de conseguir os votos dos ingênuos. A esquerda britânica csr:i rrr rrrt.srr:r prr
si1:io c ebcrta a qualquer sugestão sobre o que ela poderia dizer'- clrrt.r ;rr rt tlirt rrisr.
[...] O objetivo é a igualdade das dores e dos prazeres, não das coisas «rrrsrrnrívt is ,
das tarefas dos trabalhadores.st
otr ltrlo -;rara voltar ao poder. [...] O estranho caso dos partidos soci:rlisr,rs rro porlt.r
Mas, mesmo em seus próprios termos de referência, o "concciro crrpitrrlisr:r",1,.
lrttttlrétrt não passou despercebido. Na França, na Espanha, na Atrstr':íli:r c rr.r N,rr,.r
igualda<le é completamente insustentável. A cham:lcla "igualilaclc clc o1rolrtrrri.l,r,l,.",
Zt lirrtlie, os pârtidos chamados socialistas que estáo no governo segilcnl p,rlír i,.r,, ,1rr, ,
1lo qLlc diz respeito à csnrrtgadora maioria clas pcssoa.s, nrcsÍno nos peíscs rrrrris pr ivilt.
1,,rr,r ,r It'igo, não são, etl tnttil:ts t'síi'rrrs, íracilrnente diferenciáveis clet1u..l.rr,l, lr'1.,r
11.rkl'l'lr;tl(lt('r. f...1I)rrklkislt:rttsPit;rrrrrlÍiitl:rtlr'Ílnrrnccirathatcherialrrr. nrr,,l,r,r,..r,, giaclos, i tto lrtlíxilrr«r trrrr:r funtlsiu, Iirnitlrcll :ro igrrul dircito tl.'sc colr,.,u unl lx (l.r\()

" lltt.rtr\\,'.rl,lrrr, r lrr,,.rlrrr l,llrrlrr l)rrl..rLrsr',r 1,,1,,,,,, lltt,i, ll,, \t,r,l,tt,l,r,,, !1,1, ,.llr,,,l( l,)lilj
\lrlrl,.rrr,l 1,,,1'.rrrrrrlrr lolrrr\.rrrll, l,,rr,lr,. Nt,rlrll',, t,rlilj Ir rt,l ' \i r ,,,.rr,') I I
'r I I ltlr'rtlrt,,,'trt t't tltttltt Ilttt\tttl l,lr',,1,',','1,1 t tlttltttltttttttt',l',

,1, 1,.r1,,'l n.l llln.t (l( \,ol.t(,.to l).lr.r rr'.rlrrnr.rl .r l(t,llllni(l.lrl( rl.t oltltttt rlotttilt.ttllr'rltt (ltl( (()lrslrlil(r,,.,1,,r:, ,l.r t,r,l.r ((()tri)nti(.r, .,,,,i.r1.t1r,[(,(tit [.t r(r,|.r,1,,1,r,,1,,,.,,,,
(.rl)rt.rl l).rr.r ( ()iltirtlr.il ( \l)lor.u](l(, ('(l()nrin.tn(l() ()\ l)t()(lltl()t( .
llrlsltlrv(()rrrr(nli,l.t,l,s,l,'sr'ttr;tttt,t,l.t.,;rr,,,1,,,1,,(ur .r nu\r(ri,,r,.r,, 1,r.,,1,,rrr,,rrrr,r,
Al,lrrr rlisso,:r "igrr:rlrlltlt'tlt op.t'trtttitlir(l("', s('nl (lll( s(i:l r.(:llrlr(tllt'olirttiillt lt to. Lltrrbot:t ir (.lr.r(l(rístit:r rrot:ír,t'l tLr t:rPit:rlisrrro stj:r r;rrt ,rs I)(\s().r\ n,r() (()nrr(,1('nr
('l)l t('ltI)()s (ltl:llil:l(ivos o sistcnlir cctllttlttti.,,, tt).1\ (lltc rt ststcttt.t ((()llô1ti(1) r11lrllglt :ts l)(ss().rs,9 ;rl6lr'.,:,,,1
f)( rsl)(( tiv:r rlt s(':rl(;ln\'ilr.unril i!,uirl(l:l(lc srrh.çtrtrttit,,t, rlt'íirritl:r
(,orrro lI:rlrcrrÍ c llrrorr:rlrr)(i tclltru-:ur) tlcíini-l.r), ó itrtc'it:rttrctttc vllzill, sc trrtt-r ttltt:t Rostow encollttrl:l "causa Lr:ísica" clas n«rsses tliÍictrlrl,r,lt's, n,r,, nir n,lrur(/.r,1,,rr,,r,,.,
ordem econômica e social, mas eln "alguns hábitos cle rrrcrrt:rlitl,r,l( n()r l( .ur('l(.ur.r
rrrnrlrlt l;r ír':rrrrlr'. Nío tliz. nldx s()bre o poltÍo rh ptrtih tlos contpcticlorcrs, cmborâ
Por isso, a explicação da maneira corno nossos rccr.lrs()s procltrtivos s:ro rrsrrtlrs rr.r,,,.
rrirrllrri'rrr l)()ssu ncgar (lrrc o polrto de partiila tcÍn ulna rcl:rção viurl com o resub/ldl
buscada no atual sistema de propriedade ou nos princípios rlc opt.r':rqio,l, ur".r ,,,,
,1, ,1rt.tl,;tt. t (.rrrl)('li\' i().
nomia determinada pelo mercado e pelo lucro, mas em nossos "conct'il,rs", ,;u, 1,,,r
( l:rr':rctcristiclullente , a ideologia burguesa especialmcntc em sua vâriante de
sua vez são produzidos Por uma "ação combinada c]as caractcrístices irrrcltr lrr.rir r'
,lirt itrr (luc dcseia executar o socialismo na fogueira da "igLraldade de resultados" - políticas do contexto norte-americano". Assim sendo, o ín'rpeto do cspíriro Í,rz.,rs r,,,r,.,
s('r'c(r.lsir e considerâr este aspecto irnportantíssimo da qucstão da igualdade. Prefere da busca de lucros, a interaçáo de conceitos substitui a competição nr) l)lcrt:r,1,,,.,,..
l)('ilrrunccer eÍn silêncio quanto à embaraçosa verdacle cle que, no caPitalismo, uma hábitos de pensamento assumem o lugar das regularidacles do proc-csso lrisrririt,,.
r/,,siuualdade estruturalm€nte drticuladd e itlxposta constitui o ponto de partida neces- Esse tipo de ciência social da qual a sociedade é abstraída, e esse ri1.ro rlt: hisrrír'i:r ,.,,,
srir.io cl:r competição entre "os que têm" e "os que não têm". Por isso, é obsceno falar nômica em que não há mais espaço para os interesses econômicos, Íoram rcc()rn(.r)(lir( l( )s
crn "igtraldade de oportunidade" se o próprio ponto de partida permanece incorrigi' em uma das publicações recentes do professor RostowsT como unta alrenretiv.r l,.rr.r ,,
ut:lmente desigual. Os dados esráo uiciados contra a grande maioria dos competidores, marxismo, e com efeito sáo uma alternativa. Mas não uma alternariv:r que lrrc sr.tluz.r
tornando qualquer avanço significativo nesse âsPecto comPletamente impossível, a realizar a mudança.88
rnesmo nos pâíses capitalistas mais desenvolvidos (e privilegiados), que dirá em seus Que àçam â mudança aqueles que gostam de se deixar levar ao sabor das crr'
rlcpendentes subdesenvolvidos do "trceiro Mundo". A recusa categóricàde levar em rentes ideológico-intelectuais da moda. E que os Panglosses da "modernidadc" c tl'r
conra esta circunstância revela o verdadeiro significado do "universalismo ocidental" 'pós-modernidade" esperem pelo milagre transcendental ou cultivem conro lhcs,rgr,r
rlo capital. de os pequenos cantos de seus jardins bem cuidados. Enquanto isso, os verdrclciros
A irrelevância da alternativa marxiana tem sido ânunciada com monótona regu- problemas do nosso mundo colrtinuam a pedir soluções tangíveis. Elas dificilnrt'rrrt.
laridade nas últimas décadas - particularmente em relaçáo aos problemas do país ca- serão encontradas abstraindo-se as condiçóes e contradiçóes globalmente inrcrligetl:rs
piralista mais avançado, os Estados Unidos - e continua até hoje a inspirar inúmeros da "sociedade industrial modernd', não importa que tipo de variaçóes sejam intrrtlu
livros e ârtigos. No entanto, o arsenal teórico da ideologia dominante que produz zidas no jogo intelectual de bolas de gude com categorias desencarnadas.
tsscs livros e artigos náo impressiona muito, ainda que sua dominação institucional Certamente, a insistência na continuada validade e universalidade da soltrç,r,,
scj:r poderosíssima. Paul Baran * autor do pioneiro Economia Políticd do desenuoluimento socialista como a única alternativa possível à realidade antagônica e à tendêncirr t[.s
(', (onr Paul Sweezy, co-autor de um igualmente importante livro sobre o desenvolvi- trutiva todo-abrangente do "universalismo ocidental" do capital não pode scr r'o[r
rrr.rrto clo Capitalismo monopolistasç - caracterizou de modo pungente o método ar- cada apenas como uma aÍirmação tranqülizadora. lJm modo alternativo dc rcgrrl:r1,r,,
lritr':ír'io e as precárias credenciais intelectuais de uma muito divulgada "alternativa ao do metabolismo social só pode pretender a universalidade se for adequaclo l):u:r r(.
rrrlr rxismo": solver os problemas e as dificuldades da reprodução social que surgem elil tor.h ftrtttr',
[)izem-nos que temos de refazer nossâ estrutura de preços, remodelar nossos salários, não importa quáo avançadas ou subdesenvolvidas sejam as condiçóes tlc <lrrt.r,ris
rcclirnensionar nossos lucros, reforçar nosso espírito empreendedor, dar novo destintr problemas e dificuldades emergem.
l n()ssos recursos, com todas estas categorias tratadas como se fossem bolas de grrclc Isto significa que a potencial universalidade da alternativa socialistrr uo rrr,,,l,, ,1,'
rlrrc puclessem ser jogadas à vontade de um lado para outro. Um preço, porém, nã«r ú controle do capital só pode prevalecer se abranger as sociedades lto rlonrcn to il Il ir n r ( r r t ('
ill)cr):ls pago, mas também recebido; o iucro náo é apenas um conceito de contabili- privilegiadas dos países capitalistas avânçâdos, incluindo os Estackrs LJniclos, sul)('r:ul
cletlc, nras renda; o espírito empreendedor não é apenas um termo bastante t'rtil clo os obstáculos apresentados pelos interesses predominantes erl sct()rcs sigrr iÍi, :rr ir,,,:,
lruallncnte nas propostas para obtençáo de subvençóes para pesquisas, mas a atlrtri clas classes trabalhaclrres. Sen-r a rcalização desta concliçio, hrí poucrr cs[)criur!:r I).u.r ()
nisrraçã<i teal clos negócios corporativos; e os recursos produtivos não siro clons gratui
tos tlrr nattrrcz.a, mas proprieclarlc privada.'loclos estes elementos e relaçócs L()n(r(1,,\

t !tilil/ilitltt-

,1, I'.rrrl\wrr.zr',,1rrr.Ír,,,rliz,r(()nr(\ll(,lt,ltr,r.r,,,r1,r,rÍ',.r,1,,,1,,1,1'.r,l,,ttt,trri:ttt,r,stt:t,ottlíttttrtitrrl,r,r r'1,rrl,li,,r,l,r rr,, r,,,lrrrrr, I,,),,rllr),1, , rr.,ri,,.,l, ll.rr,rrr, I l', L,rrr,,'r I r, rt, /
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Iuttrt,, ,1,, r,,, i,tlrrrtt,, 1)lr, rn.rr', ( \.rt.ln( rrt(, l).rr.r .r :.lrrr',,ivitr, i.r ,l.r Irurrr,urr,l.r,l,
Islo lr0lr;tlt r:tttt1,t 11'..11',1 (ltt( \( l)( llr( llt( (i,tltt.tl lrr'r ()',( rt \.tt(l.t ( ttlt( ()\ (l(,t', \i\l( llr.rs
tirr:tis, lcttrlo (nl visl:r os P1ri1,1;s t o lrtoilritiv,r tltsl,trrli,i, rrr:rttri.rl t lrrrur;rrro «;rrt'
.r( ()nrl):rr)lr:uil sU;t lx'r nl:ln('n ((' ( ()n li.()n(il\it()-
Nluitos iugunlL'nt:u:lnt tto p:tsslrlo ('(()r)lirru:u)r ir ;rÍirn;u lrojt r;rrt «r sori:rlisrrro
tst:i rotttlctt:tclo portlttc j:rrrreis trittnÍer:í rtos l.strttlos [.Jrritlos ('cr]l ()utr-()s puíscs "uvun-
\rl(l()s", rllttlrr l "irttcgr.lção" irrLrversívcI cle su:ls classcs tr':rb:rllr:rclores. ['.ntrrranto, po-
.ltrn,rs ent'ontmr trnlbénr uÍr ponto de vist;r conr[)le(rlnlcrrt.r ilifercntc. Il, nrrrit,, sig- BIBLIOGRAFIA
rriÍic:rlivo (lr.rc crstrr pcrspectiva alternativa, niro obstante tocll a rrdversidadc, tcnha siclo
strstcrrtacla coÍn grande vitalidade e compromisso - no caso clos principais intelectuais
Irgrtrpados eo1 torno da Monthly Reuiew, há quarentlt dttui prccisànrente nos Estados
[.Jn irios.
As çralavras do falecido Harry Braverman - autor de um estudo pioneiro sobre
'Trabalho
e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX - resumem com
uma âutenticidade comovente esta "visão de maior alcance":
-ltnho toda a confiança no potencial revolucionário clas classes trabalhadoras
dos Adorno, T. \7. Artigo em Die Siiddeutsche Zeitung,26-7 de abril de 1969.
chamados países capitalistas desenvolvidos. O capitalismo, a longo prazo, não dei- Áesthetic 7'heory. Londres, 1984.
xará nenhuma outra escolha a estas classes, e irá forçáJas a realizar aquela tarefa que Minima Moralia: Reflections from Damaged Life. Londrcs, 1974. ILrcl. brls.: A.lirrirrr,r
somente elas podem realizar. Isto pressupóe uma enorme intensiÂcaçáo das pressóes -. moralia: reflexões a pârtir da vida danificada. Sáo Paulo: Ática, 1992.]
que âpenas começaram a atuar sobre a classe trabalhadora, mas creio não haver dúvida -.
_. Negatiue Dialectics. NovaYork, 1973.
de que isto ocorrerá. Durante muito tempo estive inclinado a concordar com aqueles _. Prisms. Lorrdres, 1967.
que acham que ainda falta muito para isso acontecer. Mas o tempo é um conceito _. Commitment. In: Adorno et al. Áesthetics and Politics. Londres, 1927.
social e histórico, não um conceito puramente cronológico. Quando observo as gran- _. Lyric Poetry and Society. Telos, n. 20, veráo de 1974.
cles mudanças ocorridas nos írltimos dez ou quinze anos, vejo este tempo passando Reconciliation under Duress. In: Adorno et al. Aesthetics and Politics,l.ontlrt.s. I')/./
muito mais rapidamente do que eu acreditava. De qualquer modo, o tempo histórico Edição original alemã: Erpresste Versoehnung. In: Der Monat, novembro clc l.)5ti.
é diÍicil de prever e pode ser medido em geraçóes: estabelece seu próprio ritmo e ní<r -. Introduçã.o a The Positiuist Dispute in German Sociology. Londres, l9Z(r.
um ritmo pârâ satisfazer nossos <lesejos. Mas ele passará, rápida ou lentamente, c trarri e Horkheimer, M. Dialectic of Enlightenmezr, Nova York, 1972. {Ed. brx.: l)ittlttr j,,r rl,,
aqueles desenvolvimentos explosivos que durante as írltimas décadas pareciam linri -. esclarecimento. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1985.)
taclos a "outras" partes do mundo.se -
Aiken, H. D. The Revolt Against Ideoiogy. Commentary, abrll de 1964.
Há muito pouco o que acrescentar a estas palavras. tlvez duas coisas. Prirnciro, Albertini, M. New Culture or New Politics. Comunità, agosto-setembro dc 195Íi.
o óbvio, que hoje em dia estamos um pouco mais próxin-ros da maturaçáo dos frutos Althusser, L. Montesquieu, Rousseau, Marx. Londres, 1982.
claquela "época social e histórica" a que Braverman relâcionou suas esperanças quand,, Ideology and the State (1969). ln: Lenin and Philosophy and Other llssty.r. l,,rrrrlr,r,
cscreveu estas linhâs. E, segundo - o que deueria ser óbvio, se não fosse a desrnobili r97r.
-. Marxt Relation to Hegel (1968). In Montesquieu, Rousseau, Marx. lrtntlrts, l()ll.l.
z.iurte cobertura ideológica criada pelos interesses dominantes entre os membros tlrrs
classes subordinadas, com a participação ativa de muitos de seus líderes e teóricos
Amin, and Unequal Deuelopmettt. Hassocks, 1977.
S. Imperialism
-.
Anderson, P. Considerations onWestern Marxism. Londres, 1976. ÍFd. L'»rlts.: ( )ot.çirl,,ttlrtt't ttt/ttr
rlue é impossível tornar reais as potencialidades socialistas de que está carregado n«rss.
o marxismo ocidental e Nas trilhas do marxismo histórico. São Patrlo: 13oirt rr po, .loo.r .
tcrnpo histórico sem ativar o poder da ideologia emancipadora. Sem esta, as clrss('s r I

Antunes, R. Classe openirirt, sindicatos e ?drtidos no Brrtsil. São l)aulo, l9[J2.


tllbalhadoras dos países capitalistas avançados náo seráo capazes de se tornar ".,,rrt
Apter, D. (ed.). Itleology lul Discontent Nova Vrrk, l9(r4.
cicntes de seus interesses", muito menos de "lutar por eles" - em solidaricclrrrle c t's;,í
Aron, R. Hitor.y anl t/r' l)iaht.-tit of'Violcuce. ()xíirrcl, l9l5 (public;rtlo ,»igirr.rlrrrt rrr,. ,.rrr
lito clc cÉcriva cooperaÇão com as classes trabalhadoras das "outras" pru'tcs rlo rirri,,, Paris, I 973).
nrrrnckr rcll - até umâ conclusão positiva.
_. lSlrttrrn'çrtllttlrltt'irtl ,\itttitty,Lontllcs, l()(r7. llrl, ltr;ts.:l)o:ttitrtliq.,,t,,tt,l,n,,r,rt,i,.,l,r,/,
itrlrt.çtri,rl. S.ro l'.rrrl,r: N..1;utirrs Iirlrtt.s, |()8 I.l
. A'lrtt.ri:rtrt t irtt,t.t,rtr,/rri r. l'.rr ls, I(),/O,
.ll,, lrtt/rr'ttr,rl.\t,,r,tt,. llrr,, l'.ss.rysonltltol,rli\,,rrrrl l)trrloIrrt.rrl.Nor,.r \'()rli, l()(,.'
, l.,,rr,lr,
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