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giários, porém representam um mí- nado.

Após a leitura do livro, pres-


nimo daquilo que compõe uma aula. sinto que os estagiãrios ainda teriam
Uma pequena discussão sobre psi- dificuldades de aplicar as inovações.
~._:'eragirem, cologia do adolescente e teorias da caso desenvolvessem apenas as for-
~ c;,ma peque- instrução adaptadas ao objeto for- mas de estágio descritas.
mal do ensino poderiam. também,
r.~!pantes ou oferecer bons subsídios nos momen-
- uma regra tos criticas do Estágio Supervisio- André Waldir Zuni no
.a.do. A auto-
: problemas
,]e e biblio-
- ;Jodem ser KHÉDE, Sonia Salomão. Personagens da Literatura Infanto-
_ . ·ncipiante. Juvenil. São Paulo, Ática, 1986, 96 p.
"-O também
- àosalunos
o NOVO MOVIMENTO DOS PER- como consegue dar-nos um estudo
SONAGENS NOS TEXTOS IN~ interesante e há muito desejado pe-
.:...·cas. Aqui
FANTO-JUVENIS - UMA CARAC- los estudiosos do gênero.
a :ntrodução
TERÍSTICA DA EVOLUÇÃO DO Seguindo um percurso histórico
as suas
. arte do pro-
GÊNERO. do mesmo: "( ... ) desde seu nasci-
_ em casos mento, seus objetivos. a relação lite-
Segundo a própria autora. Sonia ratura - escola. a recepção do pú-
_ tórios. Salomão Khéde, este seu estudo dos
em a au- blico. as questões de marketing e as
personagens da literatura infanto- peculiaridades brasileiras" (p. 7),
bre o Mi- juvenil, constitui dois grandes desa- oferece-nos uma visão muito ampla,
fios: tanto da função como das mudan-
- O primeiro. ligado "á crise teó- ças ocorridas na construção de seus
rica que atravessamos e á crise do personagens. Iniciando com a leitu-
próprio personagem consagrado pe- ra moralizante. pedagógica. onde o
la tradição, a partir de uma hierar- narrador é o doador exclusivo do
quia que o levava de herói a vilão, discurso (univocidade) chega ã poli-
identificando-o com a pessoa huma- fonia. onde o texto literãrio se enri-
na". (p. 6) quece através das múltiplas vozes
- O segundo, decorrente "(. ,I da que se entrecruzam, permitindo ao
própria natureza do trabalho: am- jovem criar sua própria história. a
pla e diferenciada. Ampla. porque partir cjas diferentes visões que o
toda discussão sobre a produção, di- novo texto apresenta.
mria de rigida a crianças e jovens, vai dos
_o livro. de
Num estudo diferente do que tem
contos de fadas aos quadrinhos. Di- sido feito até agora. Bania trata dos
que a au- ferenciada, porque o estudo do con-
...ripalmen- Contos de Fadas. dos mitos e das
to popular. da cultura de massa e do lendas. traçando paralelos entre e:;-
.':ncias. Que texto literário pressupõe conheci- tes e os textos contemporâneos. que
:.rat€gias os r•.ntos espeCÍficos e hoje bastante retomam os primeiro:; através da in-
:-egar para desenvolvida. embora polemica- tertextualidade. Além da aborda-
~ ativa dos mente". lp. 7) gem interessante. ficam excelentes
práticas? Entrando fundo na questão, 130- sugestões de leitura dos bons textos
.icroensino nia não só aceita o duplo desafio. já existentes Colocando em contra-
• <1 aos esta-

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Estabelecend:
ponto O Chapeuzinho Vermelho, de mostram-nos personagens fragmen- cos do posici nn • ~,.....
Ferrault e Grimm, e Chapeuzinho tados. que mesmo retratando o co- res, sem entrar' ,
Amarelo. de Chico Buarque de Ho- tidiano e diferentes perfis culturais. teorias, D'A\'ü"
landa, A Gata Borralheira. de Fer- não deixam, no entanto. de configu- que estabelece,
rault e Grimm, e A Fada Desencan- rar o ser humano universal. a sociedade \'ig-e.,-
tada, de Eliane Ganen, evidencia as Por tudo o que se disse até aqui e "atitude apolo
mudanças estruturais ocorridas na mais pela análise de textos contem- ta última",
construção dos personagens, atra- porãneos, de autoresjá consagrados a-critica da e ..
vés da contextualização histórica (como Lygia Bojunga Nunes, Ana sociedade de
dos mesmos, Maria Machado, Ruth Rocha e ou- buem à educa
Ressaltando a importância da tros); pela abordagem feita a respei- produzi-las ou
criação de personagens-criança, nos to da importância da ilustração nes- aperfeiçoã-la ,"
textos infantis, tornando-as identi· te gênero: bem como pelo levanta· BourdieueP
flcãveis com seus leitores, faz um es- mento de personagens que fizeram das Trocas Sirr:_
tudo apurado de três obras. que história (como Mônica. Peter Pano e A Reprodu !ir-
além de clâssicas do gênero, apre- Tia Nastãcia e outros) é que se reco- (Sociedade e n -
sentam esta caractelistica: Alice no menda a leitura desse excelente es- II deologia e A ~
Pais das Mararilhas ele Lewis Car- tudo. que além de atingir sua pro· do Estadol e B
rol. As A1.'ent1lras de Tom Sawyer. posta. nos leva a concluir. junta- (L'école capita.: "
de Mark Twain e Reinaç6es de Na- mente com Sonia, que "Nos ültimos os aivos princip _
rizinho, de Monteiro Lobato, anos, apesar do forte apelo merca- nidos na Catego.
Finalmente chega aos persona- dológico que a escola apresenta, a cuja marca distir'~_
gens da literatura infanto-juvenil literatura infanto-juvenil tem-se li- dagens sobre a _
contemporãnea brasileira Para es- bertado do pedagogismo e do mora- da educação b
tudá-los. a autora vai retomando lismo que a aprisionavam e a torna- pitalista, Como _
personagens anteriores, traçando vam problemãtica". (p. 74) Introdução, são 3 •
paralelos entre as narrativas fecha- nhecendo esta
das de então, e as obras atuais bra- da educação, e
Sueli de Souza Cagneti principalmente. IJ
sileiras. que simbolizando o real.
mas modernizad _'-
de ensino. mant',.
tica diante das te> -
D'AVILA. José Luiz Piôtto. A críttca da escola capitalista em da sociedade. a
debate. Petrópolis. Vozes: Ijl.Ú, RS: Fundação de Integração, das" (p. 141
Desenvolvimento e Educação do Nordeste do Estado, 1985, Ao a:1ulisar o ~
nacategoriaB. D',
120 p. por sua vez. e
critica das suas c
Neste livro. originalmente disser- Na categoria A. analisa a posição ca essa que é o e~,'
tação de mestrado apresentada à de autores como Durkheim, Man- ceitos de hegem .
UFRGS, D'Avila analisa os posicio- nheim. Dewey. Parsons leste como nia e contra-he~
namentos teóricos de autores. ou de um dos iniciadores da teoria sistê- palavras. procura
"escolas" a respeito da "relação en- mica aplicada à~ Ciências Sociais, rias desses a to,
tre a educação institucional e a so- teoria essa que penetrou a teoria e a que apontam p
cied.ade", agrupando-os em catego- política educacionais!. Skinner e
rias S.chultz (teoria do capital humano),

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