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Trabalho Entregue CPP 2grupo - 101701
Trabalho Entregue CPP 2grupo - 101701
Ismael Francisco
Ivanilde Loforte
Unirovuma
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Aldito Baptista Taquira
Ismael Francisco
Ivanilde Loforte
Universidade Rovuma
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Índice
Introdução........................................................................................................................................5
Abreviaturas
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CGP – Comando-Geral da Policia
CP - Código Penal
MP - Ministério Público
Introdução
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O presente trabalho de carácter avaliativo, da cadeira de direito processual penal aborda
sobre Ministério público e órgãos auxiliares como Sujeitos Processuais penais, estes que são as
pessoas e entidades sem a actuação das quais o processo penal não é pensável, entretanto são
sujeitos processuais, o Ministério Publico, o Serviço Nacional de Investigação Criminal.
Pois que um processo deve ser instaurado pelo ministério público ou determinados órgãos
titulares da acusação.
Tem como objectivo este trabalho estudar acerca do Ministério publico e órgãos auxiliares
como os sujeitos no processo penal, identificando-os, qualificando-os e verificando a
importância de sua inserção no processo. Bem como analisando o tratamento legal que lhes é
dispensado.
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1. Estrutura fundamental do processo penal moçambicano
A boa compreensão do assunto cuja discussão que foi assente, exige que, antes, esclarecesse
essencialmente as diferentes acepções em que pode ser ou tem sido tomado o conceito de parte
na teoria geral do processo.
a) Surge em primeiro lugar conceito substantivo de partes, segundo o qual estas seriam os
titulares da relação jurídica substantiva que no processo se discute, este conceito foi
elaborado, na doutrina do processo civil lógica e historicamente ligado ao conceito de acção
material que vis nesta uma pretensão de tutela jurídica deduzida contra o estado representado
pelo juiz, e, assim, ainda um momento mesmo que público do direito subjectivo que no
processo penal se fazia valer.
A sua aceitação em processo penal suporia, pois, que se visse como objecto daquele uma
relação jurídico-penal em tudo análoga a relação jurídica privada, e portanto um “direito
subjectivo penal uma strafanspruch” estadual contra o criminoso.
Existiriam então no processo penal (só então) duas verdadeiras partes: uma o estado, que,
representado em regra pelo MP, faria valer perante o juiz a sua pretensão de tutela penal,
outro arguido, que discutiria o seu dever de sofrer a pena; partes estas que, a traves da
decisão do tribunal, veriam imediatamente afirmados ou negados em seus direito e deveres
substantivos.
Mesmo ao nível do processo civil pode hoje, porem, dizer se definitivamente superada a
concepção da acção material, por isso que se não pode afirmar ter o Estado um interesse oposto
ao do autor e se não deve ver a actuação daquele como a de um “obrigado”, antes como a de
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alguém que age em beneficio própria o que lhe advêm da realização do direito objectivo. E ou
ultrapassado que se encontre o conceito de acção material ultrapassada fica do mesmo passo a
acepção subjectiva do conceito parte.
Para além disto, sucede que a aplicabilidade do conceito de acção material ao processo penal
radica em uma inadmissibilidade transposição de conceitos e formas de pensamento não apenas
do direito civil para o processo civil mas também deste para o processo penal.
Sabe se por outro lado, que o objecto do processo penal é em principio indisponível,
encontrando se subtraído a influencia da vontade de quem nele intervêm. O que na significa,
todavia, que certos participantes processuais não possam em certa medida, condicionar e
conformar concretamente a tramitação do processo penal.
A doutrina não é unânime a opinião, nem sobre a conveniência da distinção que, reconheça
se, não tem qualquer reflexo na lei, entre participantes e sujeitos processuais, nem sobre a forma
de a levar a cabo. Assim por exemplo, Henkel recusa interesse a distinção, enquanto Schmidt,
aceita mas dando ao conceito de sujeitos processuais âmbito mais estrito do que oque foi
assinalado. Ele abrangeria só as pessoas sem actuação das quais o processo penal não seria
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pensável. Feita a distinção, todavia, nos termos que foram preconizados, ela terá segundo se
vera, não apenas valor terminológico como ainda um certo interesse sistemático.
São os sujeitos processuais, tomados no sentido aludido, que conferem a um certo processo
penal, através da posição jurídica que aqueles lhes assegure a sua consideração conjunta e
dinâmica, por residir nela a forma óptima de se ficar a conhecer a estrutura fundamental de um
certo processo penal.
Portanto, são sujeitos processuais as pessoas e entidades sem actuação das quais o processo
penal não é pensável, pois que um processo deve ser instaurado pelo ministério público ou
determinados órgãos titulares da acusação; um processo penal só pode correr perante um
tribunal; um processo penal corre contra certa pessoa, o arguido; enfim, processo penal
pressupõe a existência de um ofendido, que poderá se constituir em assistente ou ter no processo
assistente.
Quanto as testemunhas, aos declarantes, peritos, intérpretes não são sujeitos processuais, se
não simples participantes processuais, visto a sua participação no processo ocorrer quando tal
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CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Penal Processual, Escolar Editora, Maputo, 2014, pág. 123.
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seja necessário. O processo penal é pensável, é concebível sem actuação daqueles, pode ser
tramitado (embora com maior ou menor grau de dificuldade de prova), sem a participação de
qualquer um deles e lograr alcançar o seu fim.
Com efeito, a actuação das testemunhas e declarantes releva para efeitos de prova, mais
existem outros meios de prova:
Prova documental;
Confissão e;
Inspecção judicial.
O mesmo se diz quanto aos peritos, cuja participação só é necessária quando deva ser
produzida provas que exija conhecimento que não estão ao alcancem dos órgãos judiciários, por
existir certa formação especifica, e no caso de interpretes quando haja necessidade de fazer
tradução durante uma diligência ou audiência judicial.
Quanto aos participantes processuais, não são a mesma coisa que sujeitos processuais, porque
estes são aquelas pessoas e entidades que actuam juridicamente no processo fazendo-o investidas
nas mais diversas funções.2
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isenção conforme resulta do número 2 do artigo 233˚ da CRM, e numero 1 do artigo 2˚ da
LOMP; incorrendo no crime de promoção dolosa do ministério publico o magistrado que, em
violação aqueles critérios que devem nortear a sua actuação, “…proceder criminalmente contra
determinada pessoa, tendo conhecimento de que as provas são falsas…” com base no artigo 404˚
do CP.
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g) Zelar pela observância da legalidade e fiscalizar o cumprimento da Constituição da
República, das leis e demais normas legais;
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CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Penal Processual, Escolar Editora, Maputo, 2014, pág. 126-129.
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t) Exercer o patrocínio oficioso dos trabalhadores e das respectivas famílias, em defesa
dos seus direitos sociais;
Importa realçar que conforme o nr. 1 do artigo 11° CPP epigrafe (Intervenção
processual) O Ministério Público tem intervenção principal nos processos, quando: a)
representa o Estado; b) defende o interesse público e os direitos indisponíveis; c) defende os
interesses dos menores, incertos, ausentes e incapazes; d) defende os interesses colectivos ou
difusos; e) defende outros interesses definidos por lei.
2.Nos casos previstos na alínea c), do número 1, do presente artigo, a intervenção principal do
Ministério Público cessa se for constituído mandatário judicial ou se o respectivo representante
legal a ela se opuser, por requerimento no processo.
4. O Ministério Público intervém nos processos, acessoriamente: a) fora dos casos previstos no
número 1, do presente artigo, quando sejam interessados na causa as autarquias locais, órgãos
de governação descentralizada, outras pessoas colectivas de utilidade pública, incapazes e
ausentes, ou a acção vise a realização de interesses colectivos ou difusos; b) nos demais casos
previstos na lei.
5. . Em caso de conflito entre entidades, pessoas ou interesses que o Ministério Público deva
representar ou defender, o Magistrado do Ministério Público promove à Ordem dos
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Advogados de Moçambique ou ao Instituto de Patrocínio de Assistência Jurídica a indicação
de mandatário para representar uma das partes.
6. Os honorários devidos pelo patrocínio referido no número do presente artigo, constituem
encargo do Estado, nos termos da lei.
O MP deve fazer as necessárias diligências com vista a sua completa investigação e ao seu
possível esclarecimento, e porque tal ocorre no âmbito do processo penal particularmente na fase
de instrução preparatória, a lei atribui-lhe, a direcção de instrução preparatória, que o MP
exercerá com observância das máximas que regulam a sua actividade nomeadamente, princípio
da legalidade e dever de objectividade. Nos casos em que compete aos órgãos privativos da
Policia criminal proceder à instrução preparatória das causas que lhe sejam afectas, também nada
impede a direcção da instrução preparatória pelo MP uma vez que a SERNIC encontra-se
funcionalmente subordinada ao MP, tanto é que segundo o professor Figueiredo Dias, citado por
Ribeiro Cuna, a lei não faz nenhuma indicação sobre a entidade a quem em tais casos compete
dirigir a instrução preparatória, sabido que em regra a mesma cabe ao MP.4
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CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Penal Processual, Escolar Editora, Maputo, 2014, pág 141.
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julgamento, fazendo-o orientado pelos fins da descoberta da verdade e da realização da justiça e,
como consequência lógica, pela estrita observância de um dever de objectividade.
A função da representação da acusação em julgamento pelo MP tem uma íntima ligação com
a sua competência para participar nas audiências de discussão e julgamento, colaborando no
esclarecimento da verdade e enquadramento legal dos factos podendo para o efeito fazer
directamente perguntas e promover a realização e diligências que visem a descoberta da verdade
material, com base na alínea e numero 1 do artigo 4 da LOMP.
Uma vez que na instrução devem se realizar não só as diligências conducentes a comprovar a
culpabilidade do arguido como aquelas que comprovem a sua inocência ou a sua
irresponsabilidade pode, suceder que das diligências efectuadas se verifiquem não ter havido
crime, estar extinta a acção penal, ou constatar-se a existência de elementos de facto que
comprovem a irresponsabilidade do arguido. Em qualquer destes casos o MP deve abster-se de
acusar, devendo ao faze-lo declarar nos autos as razões de facto ou de direito justificativas. 5
5
CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Penal Processual, Escolar Editora, Maputo, 2014, pág 141-146.
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E desde sujeito que nessa secção iremos nos debruçar. Tal como fizemos relativamente
ao tribunal e ao em pé, iremos fazer uma abordagem do seu arguido e seu defensor numa
perspectiva estática dando essencialmente a conhecer cada um dele sem preocupação
com a sua actividade processual no processo, visto que esta, constituindo uma
abordagem numa perspectiva dinâmica, constitui matéria a ser tratada na segunda parte
desse trabalho;
Assim, no essencial, no que se refere ao arguido, curaremos deste aspecto relacionados
com seu conceito e terminologia, a sua posição jurídica no processo penal, os
interrogatórios a que é sujeito, e a sua falta, ausência ou morte. Quanto ao defensor,
também trata-se a da sua preposição jurídica em processo penal, é a admissibilidade e
obrigatoriedade da defesa6;
4. Impedimentos, Recusas E Escusas
A SERNIC enquanto órgão auxiliar do MP no exercicio da accao penal (artigo 61, 62,63,
308 CPP) , é uma instituição indispensavel para a boa administração da justiça penal, daí que
faremos uma abordagem em torno da mesma, fazendo em particular referência a competência
relevantes no domínio criminal. Aliás, a SERNIC nalguns casos tem competência exclusiva para
proceder à instrução preparatória dos processos-crime.
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CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Penal Processual, Escolar Editora, Maputo, 2014, pág. 146.
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A SERNIC constitui um dos ramos da sendo lhe atribuída uma importante missão no
domínio do processo penal, pois que deve concorrer para a realização de diligências instrutórias
orientadas para a materialização dos fins da instrução preparatória, uma vez que “ tem como
função garantir as diligências que, nos termos da lei processual penal, se destinam a averiguar a
existência de crime, determinar os seus agentes e sua responsabilidade, descobrir e recolher
provas, no âmbito do processo.
A SERNIC não pode ser vista fora do contexto do MINT, este que sendo definido como
órgão central do Aparelho do Estado responsável por assegura a ordem, segurança e
tranquilidade pública, a identificação dos cidadãos nacionais e estrangeiros, o controlo
migratório e a prevenção e combate aos incêndios e calamidades naturais, é um dos órgãos de
administração da justiça, o que se depreende da apreciação e análise a algumas das suas
competências através das quais materializa as suas.
Tendo em vista a realização dos seus objectivos e funções específicas, o MINT está
organizado ou compreende, de entre outras áreas de actividade, a de Policia, aliás a área de
actividade em que se enquadram as competências mencionadas no parágrafo anterior. De acordo
com a estrutura do MINT, a área de Policia é uma área sob alçada do CGP7.8
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Comando-Geral da Policia
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CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Penal Processual, Escolar Editora, Maputo, 2014, Pág. 146 à 148.
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O SERNIC tem competências ou funções essencialmente de investigação e instrução
processuais, nomeadamente a competência para investigar actos de natureza criminal e realizar
actividade atinentes à instrução preparatória de processos-crime e cumprir as diligências
processuais requisitadas pelo MP art.º 315˚ art. 308 CPP, da lei n. 25/2019, de 12 de
Dezembro, e artigo 21 do Decreto n.º 46/2017 de 17 de Agosto).
Outra competência do SERNIC, embora não revista natureza processual, tem em vista
facilitar a investigação e instrução processuais que venham a ser feitas, trata-se da competência
para exercer a vigilância e fiscalização de estabelecimentos e locais suspeitos ou propensos à
preparação e execução de crimes ou a utilização de seus resultados previstos no artigo 7 do
Decreto n.º 46/2017 de 17 de Agosto).
“A polícia de investigação criminal tem por fim efectuar a investigação dos crimes e
descobrir os seus agentes, procedendo à instrução de criminalidade, especialmente da
criminalidade habitual.”
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investigação antes do cometimento do crime, facilitando assim a instrução do processo face a
disponibilidade imediata de elementos para o efeito.9
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Conclusão
Exercício da acção penal compete ao Ministério Público. Este exercício consiste no poder que a
si cabe para levar a juízo um infractor para responder pelo crime que cometeu. Como órgão
autónomo, o Ministério Público é independente dos tribunais, desempenhando a função de
administração de justiça Importa ainda dizer que, em função disto, manifesta-se aqui o Principio
da Separação de Poderes em relação aos Tribunais penais que exercem a função judicial. No
processo penal, o M.P é o titular das funções de investigação da suspeita da prática de um tipo
legal de crime através de uma dedução da acusação no processo penal. Do que ficou dito acima
vamos reter as seguintes ideias principais:
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O exercício da acção penal o Ministério Público desempenha as seguintes funções a titulo de
exemplo a direcção da instrução preparatória. Aqui o M.P pode delegar esta competência a
outras entidades, no caso específico o SERNIC que Funciona como seu auxiliar, em matéria da
instrução preparatória, importa realçar que o SERNIC não é o único órgão auxiliar do MP,
podendo também ser a PRM.
Referência Bibliografia
Manuais
CUNA, Ribeiro José, Lições de Direito Processual Penal, Escolar Editora, Maputo 2014.
DIAS, Figueiredo, Direito processual penal. 1ª Edição, Reimpressão de 2004, Coimbra Editora,
1974.
Legislações
Lei Orgânica do Ministério Público e que aprova o Estatuto dos Magistrados do Ministério
Público - Lei 4/2017, de 18 de Janeiro;
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