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PRÁTICA 

SIMULADA III ­ CCJ0047
Semana Aula: 11
Apelação ­ Procedimento Comum Ordinário

Tema

Apelação ­ Procedimento Comum Ordinário

Palavras­chave
Apelação ­ Procedimento Comum Ordinário

Objetivos

O aluno deverá ser capaz de:
Identificar no caso concreto o direito do recorrente e a forma de garanti­lo através da impugnação
da sentença;
Compreender que para cada decisão judicial interlocutória ou de mérito, haverá um meio de
impugnação próprio.
Redigir a peça processual de interposição e suas razões, direcionando ao órgão julgador competente..

Estrutura de Conteúdo
1.Recurso de apelação.

1.1 Dispositivos art. 593 do CPP e art. 82 da lei 9.099/95. 

1.2 Conceito.

1.3.Pressupostos, requisitos, prazos

Procedimentos de Ensino
Devemos sair da tradicional aula expositiva e buscar:

o debate oral sobre os fatos e normas de direito material e processual necessários para a análise do caso concreto objeto da aula;

estimular a participação de todos os alunos, provocando o debate sobre os temas e conceitos;

manter interação permanente entre o grupo para a construção de uma base conceitual que servirá de referência para a elaboração da peça.

construir  no quadro o roteiro da peça processual, identificando os pontos principais da narrativa lógica dos fatos, do direito material e processual, elaborando
uma síntese final;

manter­se disponível para os alunos durante o trabalho de redação das peças, orientando individualmente, de acordo com as solicitações.
instigar a pesquisa do tema objeto da aula seguinte, enfatizando a necessidade da participação consistente e fundamentada  de todos  os alunos no debate dos
casos, em todas as aulas.

Estratégias de Aprendizagem
Fundamento: artigos 593 do CPP e 82 da Lei 9.099/95 (JECRIM).

Conceito: com base no artigo 593 do CPP, podemos dizer que é o recurso cabível contra as seguintes decisões: a) definitivas de absolvição ou condenação,
proferidas por juiz singular (de primeira instância); b) do Tribunal do Júri[1], nas hipóteses previstas no artigo 593, III, do CPP; c) definitivas, quando não for o caso de
rese (portanto, residual) [2]; d) com força de definitivas ou interlocutórias mistas, salvo na hipótese de ?rese?.
Conceito: com base no artigo 593 do CPP, podemos dizer que é o recurso cabível contra as seguintes decisões: a) definitivas de absolvição ou condenação,
proferidas por juiz singular (de primeira instância); b) do Tribunal do Júri[1], nas hipóteses previstas no artigo 593, III, do CPP; c) definitivas, quando não for o caso de
rese (portanto, residual) [2]; d) com força de definitivas ou interlocutórias mistas, salvo na hipótese de ?rese?.

[1] Decisões em plenário, por Conselho de Sentença (jurados).

[2] Para não confundir as hipóteses de rese com as de apelação, entenda: o recurso em sentido estrito é cabível somente naquelas situações elencadas no artigo 581 do
CPP (exceção: há um rese no CTB). Caso o problema não se encaixe em nenhum dos incisos, a peça cabível será a apelação, que funciona de forma residual.

Prazo: para a interposição, 05 (cinco) dias; para as razões, 08 (oito)  salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 03 (três) dias. As razões podem
ser oferecidas diretamente ao Tribunal (artigo 600, § 4º, CPP). Se o processo for de competência do JECRIM, o prazo será de 10 (dez) dias (artigo 82, § 1º, da Lei
9.099/95).

Como identificá­la: o problema certamente dirá que o acusado foi intimado da sentença condenatória.

Dica: se a peça for a apelação, haverá, sem dúvida alguma, teses preliminares a serem alegadas (nulidades, por exemplo).

Atenção: ao contrário da sentença de pronúncia, em que a peça cabível é o rese (artigo 581, IV, CPP), contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária a
peça adequada é a apelação (artigo 416 do CPP).

Indicação de Leitura Específica
Curso de Direito Penal  Parte Geral  Vol. I ao IV  Autor: Rogério Greco; Editora: Impetus.

Manual de Direito Penal  Parte Geral (volume único): Rogério Sanches Cunha  Editora: Juspodivm.

Direito Penal Aplicado  Parte Especial do Código Penal (arts. 121 A 361)  Autor: Pedro Franco de Campos; Fábio Ramazzini Bechara; Luis Marcelo Mileo
Theodoro.  Editora: Saraiva.

Curso de Direito Processual Penal  Autor: Nestor Távora e Rosmar Antonni Rodrigues C. De Alencar. ? Editora: Juspodivm

Revista Brasileira de Ciências Criminais, publicação do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais ­ IBCCrim. Ed. RT.

Manual de Processo e Execução Penal ­ Guilherme de Souza Nucci. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2011.  

Recursos

Quadro e Pincel.
Datashow.
Código de Processo Penal. 
Código Penal.
Jurisprudência.
CODJERJ.
Estatuto da Advocacia.

Aplicação: articulação teoria e prática
BRAD NORONHA foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de
arma de fogo. Ainda durante a fase do inquérito policial, BRAD NORONHA foi reconhecido pela vítima.  Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou
através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu.  Já em sede de instrução criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirmaram ter
escutado qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar  que o assaltante portava uma.  Não houve perícia, pois os policiais que
prenderam o réu em flagrante  não lograram êxito  em apreender a arma.  Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de ?pega ladrão!?, viram o réu
correndo  e foram ao seu encalço.  Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu,  bem como este jogou um objeto no córrego que
passava próxima ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo utilizada.  O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito  ao silêncio. Ao cabo da instrução
criminal, BRAD NORONHA foi condenado a dez anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fechado
para cumprimento da pena. O magistrado, para fins de condenação  e fixação da pena,  levou em conta os depoimentos  testemunhais colhidos em juízo e o
reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato  de o réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas  no curso do
processo.
para cumprimento da pena. O magistrado, para fins de condenação  e fixação da pena,  levou em conta os depoimentos  testemunhais colhidos em juízo e o
reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato  de o réu ser reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas  no curso do
processo.

Você, na condição de advogado de BRAD NORONHA, é intimado da decisão no dia 20 de maço de 2017. Com base somente nas informações de que dispõe e nas
que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija  a peça cabível, apresentando as razões, e sustentando as teses jurídicas pertinentes, indicando o último dia
para o oferecimento da peça cabível.

Avaliação
Teses:
Preliminar: inobservância do procedimento reconhecimento de pessoas, artigo 226, II, CPP, e a
consequente nulidade ? art. 564, IV do CPP
Mérito:  Autoria não comprovada; Prova ilícita. Alternativamente, arma não apreendida e, por
conseguinte, não periciada. Desclassificação de roubo majorado para roubo/furto.  Absolvição, artigo
386, V do CPP.
Peça: Apelação, artigo 593, I do CPP (interposição e razões).

PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO (SUGESTÃO)

Excelentíssimo Senhor
Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de  xxxx

 BRAD NORONHA, já qualificado nos autos do Processo número xxxx, que lhe move o Ministério
Público, por seu procurador abaixo assinado vem à presença de Vossa Excelência para, inconformado
com a sentença condenatória proferida, interpor

RECURSO DE APELAÇÃO,
 o que faz tempestivamente, com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo Penal.
 Requer, assim, que após recebida, com as razões anexas, ouvida a parte contrária, sejam os autos
encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do xxxx, onde deverá ser processado o presente
recurso e, ao final, provido.

Nestes termos,
Pede Deferimento.

Xxxxx, 21 de agosto de 2011.
______________________ 
Advogado ? OAB

RAZÕES DE APELAÇÃO

Processo No.
 Apelante: BRAD NORONHA
 Apelado: Ministério Público
 Apelante: BRAD NORONHA
 Apelado: Ministério Público

 Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Xxx
 Colenda Câmara

1. Dos Fatos

Em síntese:

O Apelante foi condenado  como incurso nas sanções do artigo 157, parágrafo segundo, inciso I do
Código Penal Brasileiro  ? roubo majorado pelo emprego de arma ? à pena de reclusão de oito anos e seis
meses, a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado.

Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito Policial teria sido reconhecido pela
vítima, através de um procedimento de reconhecimento consubstanciado pela visão, através de um
pequeno orifício, da sala onde se encontrava o Apelante.  Durante a instrução criminal, a vítima não
confirmou ter escutado disparos de arma de fogo, tampouco as testemunhas ouvidas confirmaram os
tiros, muito embora todos tenha afirmado  que o autor do fato portava uma arma.

Não houve apreensão de qualquer arma e, também por isso, não houve qualquer perícia. Os policiais
ouvidos em juízo, afirmaram que após ouvirem gritos de ?pega ladrão?, saíram ao encalço do acusado.
Também disseram que durante a perseguição o acusado era apontado por pessoas que passavam
próximas, e que perceberam quando este jogou algo no córrego que existe ali perto,  imaginando que
fosse uma arma.

No interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu direito de ficar em silêncio, tendo o juízo ?a
quo? considerado, para a condenação e fixação da pena, os depoimentos das testemunhas e o
reconhecimento feito pela vítima em sede policial. 
A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos.

2. Preliminarmente:
Destaque­se, inicialmente, a desobediência do disposto no artigo 226, II, do Código de Processo Penal,
que impõe condições para o procedimento de reconhecimento de pessoas e, por isso mesmo, impõe se
reconheça a nulidade processual, nos termos do artigo 564, IV do CPP. 

3. No mérito:
Evidentemente, pelo que consta dos autos, merece o Apelante ser absolvido da imputação que lhe é feita
através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o acusado, ora Apelante, concorrido para a prática do
crime de roubo, eis que não comprovada a autoria.

Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima reconheceu o acusado,
ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e inadequado, já que ?espiou? por um pequeno
orifício de porta em direção a sala onde se encontrava o réu.  Assim procedendo, não observou a
autoridade as condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas,
expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal.  Assim, procedendo, incorreu,
inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no artigo 157 do CPP.
orifício de porta em direção a sala onde se encontrava o réu.  Assim procedendo, não observou a
autoridade as condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas,
expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal.  Assim, procedendo, incorreu,
inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no artigo 157 do CPP.

Frise­se, também, que a coleta da prova, irregular e ilícita, foi feita em sede policial, não tendo sido
judicializada e, por isso mesmo, imprestável para sustentar a condenação do acusado, ora Apelante.

Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em preliminar, já que o acusado deveria ter sido
colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente,
identificado pela vítima.

Assim, não há como se sustentar esteja provada a autoria, impondo­se, não reconhecida a nulidade, a
absolvição, por ausência de prova da autoria.

Alternativamente, há se de apontar para a ausência de comprovação da utilização de arma ? se por
hipótese, e por mera argumentação, aceitar­se tenha o agente sido o autor do delito. A arma não foi
apreendida e, se ela existisse, deveria ter sido alcançada pois que os policiais afirmam ter sido a mesma
jogada em um córrego. Embora a afirmação, não houve qualquer empenho na busca da suposta arma.
Assim, apenas para argumentar, tivesse sido o agente autor de algum delito, esse não poderia ser de
roubo majorado pelo emprego de arma. Não poderia, sequer, ser considerado crime de roubo, eis que não
há prova, nos autos, do emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa. Assim, se alguma
condenação deva pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela prática de furto, mas não de
roubo.

4. Do Pedido:
Ante a todo o exposto requer a reforma da decisão proferida pelo MM. Juiz ?a quo? para decretar a
absolvição do Apelante, com fulcro no artigo 386, V do Código de Processo Penal, uma vez que não está
provada tenha o acusado concorrido para prática de infração penal.

No caso de não ser decretada absolvição, seja declarada nula a decisão condenatória, eis que não
observadas as condições impostas para o reconhecimento de pessoas, existindo omissão quanto a
formalidade essencial do ato, de acordo com o previsto no artigo 226, II do CPP e artigo 564, IV do
mesmo diploma legal.

Ainda, não havendo convencimento quanto à absolvição ou à nulidade, seja o acusado, ora Apelante,
beneficiado pelo princípio do in dúbio pro reo, a fim de vê­lo, no máximo, condenado por crime de furto.

Por ser medida de Justiça,

Pede Deferimento.

Xxxxx, 21 de agosto de 2011

Advogado ­ OAB 

OBSERVAÇÃO :
Apelação, recurso previsto no art. 593 e seus incisos do CPP, além do art. 416 do mesmo diploma.
Advogado ­ OAB 

OBSERVAÇÃO :
Apelação, recurso previsto no art. 593 e seus incisos do CPP, além do art. 416 do mesmo diploma.
Também existe previsão de apelação na Lei 9.099/95, em seu art. 82. 
O prazo para sua interposição é de 05 dias, a contar da intimação da sentença ou decisão. 
Devem ser intimados tanto o réu quanto o seu defensor, iniciando­se o prazo a partir da última
intimação. 
Lembre­se que o réu revel não será intimado dos atos do processo enquanto não se fizer presente nos
autos. 
As razões podem ser apresentadas em até 08 dias. Devem ser observados o art. 798, p. 1º e 5º do CPP,
bem com o verbete da Súmula do STF 310 e 710.
Observar também os verbetes da Súmula do STF

Considerações Adicionais

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