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Traduzido do Original

Introduccion ai Turisdio
Copyright C 1998 da I* edição pela Organizaddn Mundial dei Turismo
ISBN: 92-844-0269-7

Copyright O 2001 da edição pela Editora Roca Ltda.


ISBN: 85-7241-341-3

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, guardada pelo sistemi"retrieval" ou
transmitida de qualquer modo ou por qualquer
outro meio, seja este eletrônico, mednico, de fotocópia,
de gravação, ou outros, sem prévia autorização escrita da Editora.

JM COPIADORA
Traduzido por .

Dolores Mardi] Rodriguez Comer PROF. .0,W4


1_4 copo

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Cbmara Brasildraido Livro, SP, Brasil)

Introdução ao turismo direção e redação Amparo Sancho ; traduzido


por Dotares Martin Rodriguez Comer. -- São Paulo : Roca, 2001.

Vários colaboradores,
Bibliografia.
ISBN: 85-7241-341-3

1. Turismo I. Sancho, Amparo.

01-2125
CDD-338 4791

Índice para catálogo sistemático:

Turismo Economia 338.4791

2001

Todos os direitos para a língua portuguesa são reservados pela

EDITORA ROCA LTDA.


Rua Dr. Cesárlo Mota Jr., 73
CEP 01221-020 - São Paulo - SP
Tel.: (1 1) 221-8609 - FAX; (11) 220-8653
e-mall: edroca@ucd.com.br - vrtvw.editoraroca.com.br

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2
Turismo: conceito
e definições

2.1 Introdução
Devido à relativa juventude do turismo corno atividade sociocconômica Ausência de definição
absoluta de turismo
em geral e a seu complexo caráter muttidisciplinar (o turismo engloba urna
grande variedade de setores econômicos de disciplinas acadêmicas), há
urna ausência de definições conceituais claras que delimitem a atividade
turística e a distingam de outros setores.

Existe um amplo debate acadêmico sobre o que é exatamente o turismo,


que elementos o compõem e quem deve ser considerado turista, o que ori-
ginou múltiplas definições, cada uma delas destacando diferentes aspectos
da mesma atividade. Nesse sentido, cabe afirmar que não existe definição
correta ou incorreta, uma vez que todas contribuem de alguma maneira
para aprofundar o entendimento de turismo,

No entanto, é necessário criar uni marco conceitua! que atue como pon- Importância da
coureitualização de
tõ de referência para que, entre outras coisas, possa elaborar boas estatísti-
turismo para elaboração
cas turísticas internacionais, pois, com a grande pluralidade de sistemas de estatísticas
estatísticos que existem atualmente, torna-se difícil expressar a importân-
cia da atividade turística em toda sua amplitude.

Efetivamente, existem problemas de comparabilidade e qualidade nas es-


tatísticas disponíveis, mesmo quando elas são valiosíssimas na hora de co-
mercializar e desenvolver um produto turístico, de medir os impactos do turis-
mo ou de analisar dados relacionados a outras indústrias e grupos de interesses.

Ainda que fosse aconselhável que todos os países elaborassem suas es- Pluralidade de sistemas
estatísticos
tatísticas baseando-se nos mesmos princípios, a realidade é bem diferente.
Existem países com múltiplas fontes de dados turísticos, cada uma com seu

35
Unidade 2— Turismo: conceito e definições

conceito sobre turismo e sua definição (assim alguns países refletem, em suas
estatísticas, os pernoites, outrots as entradas, etc.) e existem aqueles nos quais
não foi desenvolvido nenhum sistema oficial de estatísticas turísticas.
Importância de poder Tendo que o turismo representa um enorme potencialcle desenVolvimento
dispor de estatísticas
hornogêneas
e progresso para o futuro, se faz cada vez mais urgente a necessidade de se
dispor de estatísticas confiáveis e homogêneas, pois não sã as administra-
ções nacionais de cada país necessitam de dados sobre aspectos específicos
do turismo, também necessários para outras categorias de usuários, como
profissionais c empresas, organizações representativas, coletividades lo-
cais e estudiosos.
Conferência de Otawa A Conferência sobre Viagens e Estatísticas de Turismo (Conferência
de Otawa) organizada pelas Nações Unidas (ONU), a Organização Mun-
dial de Turismo (OMT) e o Governo do Canadá, ocorrida ern 1991, teve
como principal objetivo debater os sistemas de estatísticas com a finali-
dade de adotar cima série de recomendações internacionais sobre a'anã,
lise e a apresentaçãb das estatísticas de turismo. Como resultado desse
fórum de debates criouie uma comissão (Comissão de Estatísticas cias
Nações Unidas) que, em 1993, aprovou uma série de definições e classi-
ficações recomendáveis, qlle foram também ratificadas por seu Cons-
lho Econômico e Social.
Lucros que proporciona Essas definições oficialmente adotadas pela ONU e finalmente publicadas
um sistema coerente de
estatísticas turísticas
pela OMT (1995) pretendem unificar critérios e estabelecer um sistema
coerente de estatísticas turísticas que permita:
• Promover a elaboração de estatísticas turísticas mais representati-
vas, facilitando maior compatibilidade entre os dados nacionais e os
internacionais
• Proporcionar dados turísticos mais confiáveis e iretos aos profi
nais do setor, governos, etc. para melhorar seus conhecimentos sobre
os produtos ou serviços turísticos e as condições do mercado e para
que possam, conseqüentemente, atuar
• Oferecer uma conexão entre oferta e demanda turísticas
• Permitir a valorização mais justa da contribuição do turismo aos flu-
xos comerciais e internacionais

No capítulo seguinte, será analisado de forma ampla o conceito de


turismo, definindo os elementos mais importantes que emolduram a ati-
vidade turística.

36
Conceito e definições

2.2 Conceito e definições

O conceito de turismo pode ser estudado de diversas perspectivas e dis-


ciplinas, dada a complexidade das relações entre os elementos que o for-
mam. Como já foi mencionado, existe ainda um debate aberto para chegar
a um conceito único e padrão que reflita unia definição universal.

O turismo como matéria de estudos universitários começou a interes- O turismo conto


sar no período compreendido entre as duas grandes guerras mundiais matéria de interesse
universitário
(1919-1938). Durante esse período, economistas europeus começaram a
publicar os primeiros trabalhos, destacando a chamada Escola de Berlim
com autores como Glucksmann, Schwinck ou Bormann.

Em 1942, os professores da Universidade de Berna, W. Hunziker e K. Definição 194?


Krapf, definiam o turismo como: "A soma de fenômenos e de relações
que surgem das viagens e das estáncias dos não residentes, desde que
não estejam ligados a uma residência permanente nem a urna atividade
remunerada",

Obviamente essa definição lançada em plena guerra mundial e corno


antecipação do que seria o turismo de massa é muito ampla e pouco
esclarecedora, pois introduz muitos conceitos indeterminados que deve-
riam ser previamente definidos. Assim, a palavra "fenômenos" refere-se a
que? Pode-se considerar um fenômeno turístico o extravio de urna mala
num aeroporto? Por outro lado, a dita definição permite considerar como
turista quem tivesse de fazer um deslocamento para uma visita com fins
terapêuticos, por exemplo.

Posteriormente, definiu-se o turismo como: "Os deslocamentos curtos e Definição de turismo


temporais das pessoas para destinos fora do lugar de residência e de traba- com a conotação de
viagem
lho e as atividades empreendidas durante a estada nesses destinos" (Burkart
e Medlik, 1981).

' Nessa definição, conceitos como "deslocamentos fora do Lugar de


residência e de trabalhe" introduz positivamente a conotação de viagem
e férias/lazer, em contraposição à "residência" e ao "trabalho", mas, ao
mesmo tempo, deixa fora conceitos modernos de turismo corno são as
viagens por motivos de negócios, com ou sem complementos de lazer ou
as férias em segundas residências. É também criticável o termo vago
"deslocamento curto".

37
Unidade 2 — Turismo: conceito e definições

Nota temporária da Mathieson y Wall (1982), por sua vez, utilizaram uma definição muito
atividade turística
semelhante à anterior ainda que com algumas modificações: "Turismo é o.
movimento provisório das pessoas, por períodos inferiores a um ano, para
destinos. fora do lugar de residência e de trabalho, as atividades empreendi-
das durante a estada e as facilidades são criadas para satisfazer as necessi-
dades dos turistas". Como se pode observar, destaca o carátei temporário da
atividade turística ao introduzir o termo "período inferior a um ano". Tam-
bém introduzem duas importantes inovações: de um lado a perspectiva da
oferta quando mencionam as "facilidades criadas"; de outro, introduzem
na definição o fundamento de toda atividade turística: a satisfação das
necessidades dos turistas/clientes.

Finalmente, há que se destacar a definição que foi adõtada pela ON


(1994), que une todos os pontos positivos das expostas anteriormente e,
por sua vez, formaliza os aspectos da atividade turística. Como segue: ,
Definição da OMT "O turismo compreende as. atividades que realizam as pessoas durailte
suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por
um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negó-
cios ou outras".

Trata-se de uma definição ampla e flexível que concretiza as caracterís-


ticas mais importantes do turismo. São elas:
• Introdução dos possíveis eleMentos motivadores de viagem: lazer,
negócios ou outros
• Nota temporária do período por úm ano, período realmente amplo,
máximo se comparado com o tempo normal de duração dos vistos de
viagem para turismo dados pelos governos — três meses — ou com a
periodicidade prevista por algumas legislações para delimitar o que
se considera habitual — seis meses
• Delimitação da atividade desenvolvida antes e durante o período de
estada
• Localização da atividade turística como a atividade realizada o
do seu entorno habitual"

Com respeito a essa última característica e num intento de precisar o que


se entende por entorno habitual, a OMT (1995) esclarece: "O entorno habi--
p ua' de uma pessoa consiste em certa área que circunda sua residência mais
todos aqueles lugares que visita freqüentemente".

38
Sistema turístico

De todas as definições expostas, cabe destacar a importância dos seguintes Elementos CO11111115 a
todas as definições
elementos que são comuns a todas elas, não obstante as particularidades
próprias das mesmas:

• Existe um movimento físico dos turistas que, por definição, são os


que se deslocam fora de seu lugar de residência

• A estada no destino deve ser durante um determinado período não


permanente

• O turismo compreende tanto a viagem até o destino como as ativida-


des realizadas durante a estada

• Qualquer que seja o motivo da viagem, o turismo inclui os serviços e


produtos criados para satisfazer as necessidades dos turistas

2.3 Sistema turístico


A natureza da atividade turística é um conjunto complexo de inter-rela- Elementoibiísicos do
conceito de atividade
ções de diferentes fatores que devem sereconsiderados conjuntamente sob
turística
urna ótica sistemática, ou seja, uni conjunto de elementos inter-relacionados
que evoluem de forma dinâmica.

Efetivamente, se distinguem quatro elementos básicos no conceito de


atividade turística:

1. Demanda — Formada por um conjunto de consumidores o u possí-


veis consumidores — de bens e serviços turísticos.

2. Oferta — Composta pelo conjunto de produtos, serviços e organiza-


ções envolvidas ativamente na experiência turística.

3. Espaço geográfico — Base física na qual tem lugar a conjunção ou o


encontro entre a oferta e a demanda e em que se situa a população
residente, que, se não é em si mesma um elemento turístico, é consi-
derada um importante fator de coesão ou desagregação, conforme é
levado em conta ou não na hora de planejar a atividade turística.

4. Operadores de mercado — Empresas P organismos cuja principal


função é facilitar a inter-relação entre a oferta c a demanda. Aqui se
encontram as agências de viagens, as companhias de transporte
regular e aqueles órgãos públicos e privados que, mediante seu tra-
balho profissional, são artífices da organização e/ou promoção do
turismo.

39
Unidade 2 — Turismo: conceito e definições

2.3.1 Demanda turística


Em seu romance "O céu protetor", Paul Bowles (1949) nos oferece, por
exclusão, uma definição original de turista: "A diferença entre um turista e
um viajante é que enquanto o primeiro pensa em regressar desde o momento
de sua chegada, o segundo pode nunca regressar". Naturalmente a defini-
ção de Bowles, longe de ser tecnicamente perfeita, tenta ressaltar o espírito
aventureiro e aberto a novas experiências do viajante sem destind fixo, não
submetido aos circuitos organizados do turismo moderno, tal como esse
autor teve a oportunidade de experimentar por si durante suas vivéncias
nas regiões do norte da África.

Diferentes classificações Turistas, viajantes e visitantes formam a demanda turística e, por trás
dentro do conceito de
demanda turística
desse termo, encontra-se um grupo heterogéneo de peSsoas (Fig. 2.1);
um agregado de personalidades e interesses com diferentes carikterísti-
cas sociodeniográficas, motivações c experiências. Por isso, sã'o varias
. -
as classifi cações que existem dentro da demanda turística e tdrs elas
são de grande interesse, urna vez que, pela identificação dos modelos de
demanda, busca-se — além da mencionada homogeneidade de conceitos
que facilite a elaboração cie estatísticas — formular adequadas estratégias
de marketing. Na Unidade 3, encontramos ampla exposição da demanda
no setor turístico.

Diferença entre A OMT (1995), por sua vez, distingue os conceitos de viajante: "qual-
viajante e visitante
quer pessoa que viaje entre dois ou mais países ou entre duas ou mais loca-
lidades em seu país de residência habitual" e de visitante: "todos os tipos
de viajantes relacionados ao turismo" (Fig. 2.2).

Diferença entre turista Outras classificações como as que servem de base para as estatísti-
e excursionista
cas elaboradas na Espanha pela Secretaria de Estado de Comércio, Tu-
rismo e de Pequena e Média Empresas (1993-1996) distinguem entre o
turista: "passageiro que permanece uma noite, pelo menos, em um meio
de alojamento coletivo ou privado do país visitado" e o excursionista
"viajante que não pernoita num meio de alojamento coletivo ou privado
do país visitado".

Ainda que a nomenclatura seja diferente, as definições da OMT e da


Secretaria de Estado para o comércio co turismo coincidem no fundamental.

Do ponto de vista da demanda, levando-se em conta a direção dos flu-


xos ou correntes turísticas, podemos determinar diferentes formas de turis-
mo (Fig. 2.3).

40
Si te o cístico

Todos os viajantes relacionados com o turismo são denominados " itantes", Por conseguinte,
o termo Egristtonte" é no cdnceito básico poro o conjunta do sistema de estatísticos de turismo:

Viajantes

Outro °jantes Visitantes

Turistas Visitantes de m dia


(Visitantes que pernoitam) (Excursion

POTO efeito dos estatísticos de turismo e de conformidade com os tipos de turismo, o


podem ser classificados como:

Visitantes internacionais

POr0efeitos estatísticos, o expressão visitante internacional designa todo pessoo que viaja par um
'o não superior o 72 meses, paro uru pars diferente daquele em que reside, fora de seu
entomo habitua/ e CiliO motiva principal não Seja exercer uma atividade remunerado no pais visitado.

Os visitantes irldernacianais incluem;


r-
r-
Turistas (vi ntes que pernoitam) ! Visitantes de um dia (excur n

Lins visitante que permanece uma noite pelo Um visitante que não pernoito num alojamento
menos ens um meio de aiojamento coletivo coletivo ov privado do pais visitado. Essa
ou privado no pais visitado, definiçõo inctui os passageiros de cruzeiros,
oue são pessoas que chegam a um país num
barco de cruzeiro e que vottans à noite a bordo
de seu borco para pernoitar, ainda que este
permaneça no porto durante vários dias. Estão
compreendidos nesse grupo, por extensão,
proprietários ou passageiros de iates e aqueles
que participam de programas de grupo e estão
alojados num trem.

Visitantes internos

Para efeitos estatísticos, a expressão visitante interno designo toda pessoa que reside num pais
e que viaja, por um tempo não superior a 12 meses, para um lugar dentro cie seu pais diferente
do seu entorno habitual e cujo motivo princip& não seja o de exercer uma atividade remunerada
ne lugar visitado.
,

xer31.,i
O n s iateenetesic incluem:

—1 Visitantes de um dia (excur


Turist que pernoitam)

Vi ntes que permanecem num alajomento Visitantes que não pernoitam num alojamento
coletivo ou privado uma noite pelo menos. coletivo ou privado no lugar visitado.

Fonte: 0,NAT, 1994.

Figura 2.1 — Unidades básicos do turismo.

41
Unidade 2 — a: concerto e definições

Troboffladore%
de M dos frOnlerro,

a
mpartric (5

LAZER. inc ■ vIdos nos esta de, es


RECREAÇÃO de turismo
FERIAS

E Nómades 1
VISITAS A
Visitantes •
PARENTES E
AMIGOS

%agoiras em 1
NEGOCIOSE
s(to (6)
MOTIVOS Turistas Visitantes de um dia
PROFISSIONAIS (visitantes que pernoitam)! (excursionistas)

niados (T,
TRATAMENTOS DE
SAÚDE

RELIG ,
rPER EGRNA , bres dair o (3;!I Ve;ton
trEp.,:açáo den de um dia
o•(es ■ demes) im - Representantes
01 ( ; consulares (8
OUTROS
MOMOS

Dipk,m(it,ces
(e)

1. Tripulação de barcas ou aviões estrangeiros em reparos ou escola e que utilizam os


alojamentos.
2. Pessoas que chegam a um país num barco de cruzeiro (tal como define a Organização
Marítima Internacional, ONU, 1965) e que esteiam alojados a bordo, ainda que
desembarquem para realizar visitas de um ou mais dias.
3. Tripulação que não é residente do país visitado e que permanece nele durante o dia.i
4. Visitantes que chegam e saem no mesmo dia por lazer, recreação ou férias; visitas o parentes
e amigos; negócios ou motivos profissionais; tratamento de saúde, religião/peregrinações;
outros motivos, incluindo trânsito de visitantes de um dia que vão e voltam de seus poises de
origem.
5. Conforme tem sido definido pelas Nações Unidas nas recomendações sobre estatisticas de
Migrações Internacionais, 1980.
6. Que não abandonem o área de trOnsito do aeroporto ou do porto, incluindo o traslado
entre estes.
7. Conforme definida pela Alta Comissão para os Refugiados, 1967.
8. Quando se deslocam para outros poises onde estão ou inversamente (incluídos funcionário s
.e pessoas que acompanham o titular ou se reúnem com ele).

Fonte: OMT, 1994

Figura 2.2 — Classificação dos visitantes internacionais.

42
Domés tico

Internacional

Fonte OMT, 199:

Figura 2.3 — Tipos de tutismo, tendo em visto

Assim, o lugar de origem dos turistas'e o de


em função do lugar de
permite distinguir entre: origem e do destino

• Turismo doméstico: residentes visitando próprio país

receptivo: não residentes procedentes de t :i' i- dcsile ri nd iompasdo ep ilíss


• Turismo Classificaçã° :uris"'

-• Turismo emissor: residentes no próprio país se dirigem a outros países


Essas trés formas de turismo podem combinar-se com:

• Turismo interior: doméstico e receptivo

• 'Purismo nacional: doméstico e emiss or


Turismo internacional: emissor e receptivo

2.3.2 Oferta turíStica


Para explicar o turismo em toda sua extensão, não podemos nos [imitar Definição

à análise da demanda, é necessário ver o outro lado e delimitar concei-


malmente a oferta turística; que se define como: "o conjunto de produtos
turísticos e serviços postos à disposição do usuário turístico num determi-
nado destino, para seu desfrute e consumo".
Num destino turístico, a oferta à disposição dema co nstitui algo °feri, uristica
COMO uni todo
mais que a simples sorna dos produtos turísticos que co representa

43
Unidade 2 - Turismo: conceito e definições

um rodo integrado por esses produtos, os serviços precisamente turísticos e


os não turísticos, a imagem geml do destino, etc. Deve-se levar em conside-
ração, além disso, que a oferta turística pode ser usada de forma não turís-
tico pelos residentes ou pelos visitantes não relacionados corri a atividade
turística. daí a definição de "usuário turístico". Na linidade 4, realiza-se
um amplo estudo da oferta turística.
Elementos não Não obstante o citado anteriormente, definir o que se entende concreta-
integrantes da aferia
turística
mente por oferta turística não é tão simples como parece. Existe uma clara
tendência - que parte de uma visão muito ampla do negócio turístico - a
considerar as agências de viagens, companhias de transporte regular e inclu-
sive empresas e organismos promotores de turismo como parte integrante
dessa oferta quando, na verdade, são operadores do mercado encarregados
da comercialização turística, ou seja, de pôr em contato a oferta e a demanda
e que, ainda fazendo parte do sistema turístico, não são estritamente oferta,
não produzem bens e serviços turísticos consumidos pelos turistas, -
. -

Gastos turísticos Assim, a oNtr (1996) se apóia no conceito de gastos turísticos para
identificar diferentes categorias de oferta turística conforme o local em que
se realize o gasto. Dessa forma leva em consideração: "todo gasto de con-
sumo efetuado por um visitante ou por conta de um visitante, durante seu
deslocamento e sua estada no lugar de destino-. Nesse sentido, apresenta-se
ilustrativa a Figura 2.4, na qual aparecem agrupadas diferentes categorias
de oferta turística.

Caso fossem classificados por parteS, os principais conceitos de gasto


turístico, seriam obtidas as seguintes combinações:
Principais cotueitos 1. Alojamento.
de gasto turístico
2. Alimentação.
3. Transporte.
4. Lazer, cultura. atividades esportivas.
5. Compras.
6. Outros.
Agências de viagens nin Todas essas atividades são realizadas predominantemente no lugar de
incluídas no conceito de
oferta turística
destino turístico, pois é aí que se assenta a oferta turística. Dessa maneira a
atividade das agências de viagens, principalmente nos mercados de origem
é, tecnicamente, uma função de mediação entre a oferta e a demanda; rea-
lizam uma função de comercialização da oferta turística, comunicando e

44
Sistema turístico

iças precisamente tu indo o produto turístico. Quando as agências de viagens, principa'


itc. Deve-se levar ernts grandes ou as operadoras de turismo, planejam e elaboram seu
ser usada de forma ri, o qual sempre contará com, pelo menos, um dos elementos cita-
relacionados com a seja, com uma oferta colocada à sua disposição por outras empre-
o". Na Unidade 4, r fato, a margem de lucro das agências por sua mediação fará parte
temia nacional do país de origem, não do destino turístico. No en-
lir o que se entende apesar do que foi dito, a Secretaria Geral de Turismo, nos dados
pino parece. Existe cates à oferta turística na Espanha, em 1993, incluiu as agências de
npla do negócio turr como se observa no Quadro 2.1. Na Unidade 4 se explicam ampla-
s de transporte regula'odos esses aspectos.
trismo como parte ii
res do mercado enca Marketirvis

contato a oferta e a (
), não são estritarnen
t•
unidos pelos turista: „st, • Navio Acampamentos •
t)
• Bicicleta ''' --. • Hotel-Motel Co

ito de gastos turísti • Avião i • -Resort"
• Trem • Castelo
tica conforme o loca // • Taxi/limusine • Perisão-Hotel
cleração: "todo gaste • Automóvel • Apartamento em condomínio
• "Trailer"
de um visitante, dia!
'. Nesse sentido, apn Transporte Alojamento

capadas diferentes c r
k • Lojas de suvenir • Atividades recreativa
to
I • Lojas de artesanato • Visitas a atrações

'rindpais conceitos • Feiras locais • Visitas a amigos/parentes


\ • Lojas de materiais esportivos • Negócios e convenções /
tçôes: • Shopping Center • Festivais e eventos
• Vendas de estradas • Entretenimento
• Estudos
4 • Esportes

00
Compras e outras atividades

Base de recursos
naturais, culturais e
elaborados pelo homem

minantemente no
a turística. Dessa rr
ite nos mercados dt
a oferta e a demar McInthosh e Goeldner, 1990.
a turística. comuni Figura 2.4 - Atividades e oferta tur
Unidade 2 — Turismo: conceito e definições

Quadro 2.1 - Geria turística na Esp lho.


n—Hotéis ........
i
. 9.436
Acampamentos .. ................ .., ..... .........,....,.. ...........
„. ..... ..... 928
Restaurantes
50 055
Agências de Viagens (Centrais e Sucursais) 4.450
Instalações náuticas
335
Estações de esqui ,......„............. ... .. .... ..... . ... ...',. .. . .. . .. . . . .. .. 30
Campos de golfe .. .......... . ......... ............. ....... ........ ...
. .......... 127
Parques aquáticos 31
Parques de diversões 6
Estações termais ....... ..... ..... .... . ...... ......... ...... . ....... ...... .. 96
Cassinos..,..... ................... . ..... .... .......... . .. ,... ......... ...... .20

Fonte: Secretaria Geral de Turismo, 1993.

O transporte: Os transportes
supõem urna categoria mista urna vez que, em função da
categoria mista
aproximação entre demanda e lugar de destino - onde se encontra a oferta
turística -, realizam, também, uma função de mediação. No entanto, o V4-
jante considera este produto corno pane de seus gastos turísticos, princi-
palmente quando faz pzírte do pacote turístico. Quando o transporte é, além
disso, urna das principais partes do produto turístico (por exemplo, cruzei-
ros, circuitos combinados) ou supõem urna atividade complementar no
destino (por exemplo, carros alugados), não resta dúvida de que estamos
falando de oferta turística. Na Unidade 5, este assunto será aprofundado.

2.3.3 Espaço geográfico


Corno tem sido exposto, a atividade turística total é composta por urna
combinação de produtos e serviços ofertados para satisfazer às expectati-
vas dos visitantes durante sua experiência turística.
Diversas
Esta experiência turística ocorre em espaço geográfico e num tempo
terruirsogias
determinado. Em relação ao primeiro - ao lugar em que ocorre a experiên-
cia turística-é possível encontrar, ao longo da literatura turística, os seguin-
tes termos que mesmo a primeira vista pareçam ter o mesmo significado,
têm matizes diferenciadoras:

• Espaço turístico é um determinado lugar geográfico qual acontece


a oferta turística e de onde flui a demanda
Boullón (1990)
decompõe este espaço em unidades menores: zona
turística, área turística, complexo turístico, centro turístico ou núcleos
turísticos

46
Sistema turístico

• Município turístico é o termo empregado em algumas normas, com


no caso da Lei n 2 7/1995 da Organização de Turismo em Canárias.
Suas conotações devem-se à delimitação administrativa do espaço
com seus limites coincidindo com os limites municipais e definindo
assim, por extensão, os limites de competência das entidades locais
nas suas atuações em matéria de política turística
Mas, do ponto de vista estritamente turístico, este marco é fictício
uma vez que o turista não entende as demarcações. Geralmente, se
tem uma idéia mais completa dos termos corno zonas turísticas — que
podem abranger mais de um município — ou como núcleos turísticos,
que podem abranger um âmbito inferior ao municipal
De outro lado, deve se levar em conta que nem todo município onde
se desenvolve uma atividade precisa de interesse turístico, pode ser
qualificado como município turístico
• Destino turístico, para Bull (1994), é o "país, região ou cidade para
onde se dirigem os visitantes, tendA-os corno principal objetivo". Ou-
tros autores (Cooper et at,1993) definem o destino turístico como a
"concentração de instalações e serviços planejados para satisfazer as
necessidades dos turistas"
Esta parece adequada, urna vez que introduz uni elemento dinâmico
no conceito. Ao falar de destino se faz referência a um lugar de che-
gada, de acolhida (actuei!), em suma de recepção dos visitantes
O destino turístico é o lugar para onde tem de se deslocar a demanda, Destino tw o
a fim de consumir o produto turístico. O deslocamento é um dos ele- objetivo do

mentos determinantes da experiência turística. Justamente o lugar para


o qual se dirige pode ter a dimensão de um núcleo turístico (exemplo,
um parque temático), como zona turística (Costa do Sol), município
turístico (Benidorm) ou como região (Canadas), mas o importante é
que esse destino constitui o objetivo do turista

2.3.4 Operadoras de turismo


As operadoras de turismo são aqueles agentes que participam da atividade Definição
turística, geralmente, na qualidade de intermediários entre o consumidor
final (o turista, a demanda turística) e o produto turístico (bem ou serviço,
destino turístico), ainda que possam estender sua ação mediadora ao resto
da oferta complementar (alimentação, hotel, conjunto de oferta de aloja-
mento, etc.).

47
Unidade 2 — Turismo: conceito e definições

Função de distribuição e Como indica, as operadoras de turismo assoei' -1-se à função de distri-
contercialização
buição e esta, por sua vez, aos aspectos relacionados aos transportes e à
comercialização dos pacotes turísticos. Aqui aparecem as agências de via-
gens em todas as suas modalidades (operadoras, agências de viagens, etc.)
os grandes "tours operators" (seu nome indica: óperadoras turísticas) e,
ultimamente, as centrais de reserva. -
Similar aos catalisadores Pode se estabelecer uma analogia com a função dos catalisadores na
da indústria química
terrninologia química: eles intervêm no processo de transformação de umas
substâncias em outras quando são introduzidos, mas não participam do
resultado final, podendo recuperar as substâncias catalisadoras quando
separadas do resto do composto. De maneira análoga, as operadoras de
turismo intervém na atividade turística e a induzem (criação de pacotes
turísticos, ofertas, controle de preços, etc.), mas não fazem parte da ativi-
dade turística propriamente dita, pois se tudo está funcionando correta-
mente, ficam à parte da experiência turística do consumidor.
-

Assim, a agéneila de viagens ou o avião favorecem e, em alguns caso ,


possibilitam o consumo de determinado produto turístico, mas o cliente
não o associa a seu consumo final: foi e voltou num avião, com bilhetes
comprados numa agência, mas sua experiência tun'stica ficara ligada prin-
cipalmente ao consumo do produto turístico em si (o hotel, a qualidade cla
oferta no destino, etc.).
Possibilidades de Quando isso não é assim e o intermedia'rio cria o produto como
inclusão do
intermediário na é o caso dos "tour operators" britânicos, que contratam diretamente os
oferta turodeei hotéis e supervisionam até o último detalhe do produto turístico), criam
situações de dependência do pnxiuto final e de seu consumidor com res-
peito ao suposto intermediário, o que o faz perder esta consideração.
Todos os aspectos comentados nesta Unidade formam o âmbito da in-
dústria turística, na além da totalidade dos elementos que a compõe,
deve-se ter em conta os fatores denominados exógenos, não controláveis,
que podem nela influir e que, portanto, contribuem, de certa forma, para a
conceitualização sistemática do turismo (Quadro 2.2).
ição de distri Quadro 2.2 - Marcas da indústria turística.
- ansportes e .-
Entorno da indústria Turístico
ênciaS de Via
Economia Sociedade Politica
viagens, etc,
turísticas) e Produtos e Serviços Turísticos

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