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ÉTICA E CULTURA PROFISSIONAL

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Apresentação

Este módulo abordará questões essenciais para um desempenho profissional de


topo, num contexto de exigência, rigor qualitativo e responsabilidade.

Objectivos de Aprendizagem

 Identificar os códigos deontológicos que regem a actividade profissional


 Utilizar as boas práticas para o desempenho profissional.

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1. Código Deontológico do Organizador Profissional de Eventos

1.1. Análise e compreensão

A palavra Ética deriva do termo Grego “ Ethos”, usado pela primeira vez por Aristóteles.

É uma reflexão sobre os princípios que se baseiam na moral, ou seja é o modo de ser e de
actuar do homem, estabelece normas gerais de comportamento deixando a cada indivíduo a
responsabilidade pelos seus actos concretos.

Quando se fala de ética, fala-se de reflexão sobre os nossos actos, nosso carácter,
personalidade.

A deontologia é uma ciência que estuda os deveres especiais de uma determinada


situação, de certas profissões. Define-se como ciência, dos deveres do homem como cidadão
e, particularmente do homem como profissional.

É a única ciência das regras morais da profissão: neste sentido, o código deontológico
surge como o tratado dos deveres, mas também de direitos de uma dada área de actividade.

Em Portugal, não existem regras profissionais específicas que os organizadores de eventos


possam seguir. Eles devem seguir os códigos de conduta profissionais adequados e
identificar as regras aplicáveis ao seu evento para cumprir essas regras e evitar problemas
futuros.

No entanto, existem algumas associações profissionais do sector que, a nível internacional e


nacional, esboçaram preliminares códigos de ética e boas práticas no âmbito da organização
de eventos:

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IAPCO - International Association of Professional Congress Organizers
http://www.iapco.org

A Associação Internacional de Organizadores Profissionais de Congressos (IAPCO) é uma


organização sem fins lucrativos fundada em 1968. É uma associação profissional de
organizadores profissionais e gestores de congressos nacionais e internacionais , convenções
e eventos especiais.

Esta associação está empenhada em elevar o nível de serviço entre os seus membros e de
outros sectores da indústria de reuniões, por meio de uma interacção continuada com outros
profissionais.

A IAPCO visa o reconhecimento da profissão dos organizadores do Congresso, de acordo


com a manutenção de elevados padrões profissionais de qualidade , promovendo o estudo
relativos a aspectos teóricos e práticos de congressos internacionais, na identificação de
questões relacionadas com a organização de reuniões internacionais e pela procura e
promoção de soluções relevantes para os membros e outros interessados neste sector.

EFAPCO - European Federation of Associations of Professional Congress


Organizers
http://www.efapco.eu/

EFAPCO destina-se a apoio ao sector de organização de conferências da União Europeia,


com o desígnio de elevar o perfil da indústria conferência como um todo, bem como
proporcionar oportunidades educacionais para os organizadores profissionais de congressos
europeus.

Enquanto instituição sem fins lucrativos sedeada em Bruxelas, a EFAPCO complementa a


actividade nacional dos seus membros, permitindo aos organizadores profissionais de
congressos ter uma voz única, forte na Europa.

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Os principais objectivos da EFAPCO são:
 Aumentar o reconhecimento dos organizadores profissionais de congressos no seio
da União Europeia;
 Promover os interesses dos organizadores profissionais de congressos e seus
fornecedores;
 Aumentar e manter elevados padrões em relação às normas profissionais em toda a
indústria de reuniões, fornecendo oportunidades de educação e formação;
 Aumento de oportunidades de negócios para organizadores profissionais de
congressos na Europa;
 Acompanhar, propor e aconselhar sobre a Legislação da União Europeia Que tem
influência na indústria de reuniões;
 Avaliar os problemas enfrentados pelos organizadores profissionais de congressos e
promover soluções pertinentes;
 Oferecer oportunidades para comunicar em rede e trocar ideias e experiências;
 Encorajar relações profissionais entre os seus membros;
 Fornecer informações relevantes para autoridades públicas internacionais;
 Encorajar a sustentabilidade ambiental nas actividades dos seus membros e para os
eventos que organizam.

ICCA – International Congress and Convention Association


http://www.iccaworld.com/

A ICCA é a comunidade global para a indústria de reuniões, permitindo que os seus


membros gerar e manter uma vantagem competitiva significativa neste mercado.

A ICCA é uma das organizações mais importantes no mundo dos encontros internacionais. É
a única associação que representa os principais especialistas no manuseio, transporte e
acolhimento de eventos internacionais.

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A ICCA compreende uma rede de 900 fornecedores para a indústria internacional, a qual
abrange todas as reuniões do globo, com membros em 85 países.

Todas as empresas e organizações que têm um compromisso estratégico de oferecer


produtos de alta qualidade e serviços para reuniões internacionais devem considerar a
adesão do ICCA como parte dos seus planos de longo prazo.

ABEOC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE EVENTOS


http://www.abeoc.org.br

A ABEOC - Associação Brasileira de Empresas de Evento é uma entidade de classe fundada


em 15 de Janeiro de 1977, com jurisdição em todo o território nacional, Constitui uma
entidade civil, sem fins lucrativos, sem carácter político-partidário.

A ABEOC tem como principais objectivos:


 Defender os interesses das associadas, tornando a actividade de organização e
prestação de serviços em eventos conhecidas, valorizadas e respeitadas perante o
mercado e as entidades institucionais e órgãos públicos;
 Promover e incentivar as relações entre suas associadas no sentido de possibilitar
intercâmbio técnico e comercial através da promoção, realização e apoio de
encontros, reuniões, eventos, cursos, projectos e similares;
 Realizar um congresso e exposição anual independente ou em parceria com outras
entidades;
 Orientação de interessados em como proceder para actuar na área de eventos de
acordo com a legislação;
 Estímulo à pratica das actividades com um elevado sentido ético nas relações entre
as associadas e, entre essas e o mercado.

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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DAS EMPRESAS DE CONGRESSOS,
ANIMAÇÃO TURÍSTICA E EVENTOS – APECATE
http://www.aope.net/apecateweb/homepage.do2

A APECATE, constituída por escritura pública em 17 de Janeiro de 2007, é uma associação


civil sem fins lucrativos que resulta da fusão de três associações:
 APOPC - Associação Portuguesa de Organizadores Profissionais de Congressos,
 PACTA - Associação Portuguesa de Empresas de Animação Cultural e de Turismo de
Natureza e Aventura,
 AOPE - Associação de Organizadores Profissionais de Eventos.

A APECATE assume, naturalmente, as funções, o trabalho, os projectos, a representação


destes sectores e a responsabilidade de apoiar as suas necessidades e de servir os seus
interesses, e ganha, agora com mais força, melhores meios e novos recursos assim como o
prestígio das três associações fundadoras.

Esta fusão entre associações que representam três sectores distintos e complementares da
actividade económica faz total sentido se assentarmos no reconhecimento da identidade de
cada um. Esta união tem como objectivo reforçar as suas naturais sinergias.

A essência desta fusão está expressa, de uma forma muito clara, na parte dos Estatutos da
APECATE que diz respeito às chamadas Secções Especializadas, que têm como função tratar
dos problemas profissionais específicos do seu ramo de actividade:
 Eventos
 Congressos
 Animação turística

Fazem parte dos corpos sociais da Associação, a par da Direcção, da Assembleia Geral e do
Conselho Fiscal, tendo, cada uma, um representante com assento, por inerência, na Direcção
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da Associação. Mais, só os membros da Direcção das Secções Especializadas podem
concorrer aos cargos de Presidente e Vice-Presidentes da Associação.

Esta orgânica é considerada o instrumento fundamental da fusão, uma vez que:


 Garante a continuidade do trabalho até agora desenvolvido por cada associação
fundadora e a transição do seu património para a nova associação;
 Representa um passo em frente relativamente ao trabalho das associações
fundadoras, ao permitir que um associado participe no trabalho de várias secções;
 Cria as condições necessárias para que no âmbito de uma única associação, sejam
apoiadas todas as empresas cujo objecto inclua, em simultâneo, a organização de
eventos, congressos e actividades de animação turística;
 Promove, ao nível da Direcção, a unidade na diversidade que motivou esta fusão, o
que contribuirá decisivamente para a criação de novas e vantajosas relações entre as
empresas dos três sectores;
 Admite a criação de outras secções especializadas, revelando-se como uma fusão
aberta a outros sectores de actividade complementares a estas três que domina.

Resumem-se então os objectivos da APECATE como:


 Unir esforços;
 Aprofundar a colaboração entre os seus associados;
 Afirmar a importância estratégica destes sectores para o desenvolvimento do Turismo
em Portugal.
 Defender e promover os interesses globais e comuns dos associados;
 Promover o estatuto profissional dos agentes dos sectores abrangidos bem como
definir regras de conduta de qualidade e deontológicas para os associados;
 Dialogar, dar pareceres e propor medidas à Administração Pública sobre assuntos de
interesse do sector;
 Representar os associados a nível nacional e internacional, perante a Administração
Pública, outras associações, organizações sindicais e o público em geral;
 Promover e manter serviços de interesse para os associados;
 Prestar formação profissional aos associados;
 Fomentar a união profissional e a colaboração entre os seus membros.

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Em relação ao plano de actividades que a APECATE se propõe desenvolver inclui, entre
outros aspectos, acções no âmbito da:
 Formação;
 Certificação de Empresas
 Promoção nos mercados interno e externo.

No que concerne aos órgãos sociais que compõem a estrutura da APECATE, esses são:
 Direcção
 Assembleia Geral
 Conselho Fiscal
 Secção especializada – Congressos
 Secção especializada – Animação Turística
 Secção especializada – Eventos

Código Deontológico dos Associados da APECATE

O presente Código Deontológico estabelece linhas orientadoras de conduta para os


Associados da APECATE, tendo como objectivo o estabelecimento de uma salutar e ética
colaboração entre os seus membros, clientes e fornecedores.

Estes princípios são aceites por todos os associados e a sua prática dignifica e prestigia a
Associação e o mercado.

De acordo com os Estatutos, o não cumprimento deste Código Deontológico viola o artigo
10º-g), podendo, ao abrigo do artigo 11º-a) originar a perda da qualidade de associado.

Código Deontológico dos Associados da APECATE


 Manter a integridade profissional, agindo honestamente dentro da suas áreas de
competência.
 Evitar acções que possam ser interpretadas como conflitos de interesses ou
favorecimento.
 Oferecer ou aceitar apenas remunerações, bens e serviços no âmbito das transacções
negociais decorrentes do normal funcionamento do negócio.

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 Utilizar práticas negociais profissionais, honrando os contratos escritos e verbais,
procurando garantir uma comunicação clara e inequívoca entre as partes e
respeitando os direitos legais e contratuais de terceiros.
 Assegurar o direito à privacidade e proteger a confidencialidade das informações
privilegiadas recebidas verbalmente, por escrito e electronicamente.
 Respeitar os direitos autorais, não utilizando informação privilegiada ou confidencial.
 Empenhar-se na protecção do património natural e cultural, através da utilização
responsável dos recursos necessários à sua actividade profissional.
 Procurar atingir activamente níveis crescentes de competência profissional, através
da formação contínua e da partilha de conhecimentos e experiências.
 Respeitar a diversidade, abraçando e mantendo um clima negocial de respeito por
todas as pessoas, independentemente da sua origem, raça, religião, sexo, estado
civil, idade, orientação sexual e capacidades físicas e mentais.
 Aderir a estes princípios significa profissionalismo, competência, justiça nos negócios
e integridade.

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1.2. As boas práticas no contexto da organização de eventos

O impacto da ética profissional nos eventos

O efeito da ética profissional nos eventos é muito importante. Ela pode influenciar o
planeamento, a contratação, os termos e condições, bem como a política de cancelamento.

Por mais perfeita que seja a preparação de um evento, é muito provável que nem todos os
aspectos sejam antecipados. Mas se acontecer algo que não estava previsto, deverá poder
confiar na ética profissional do seu parceiro comercial para, em conjunto, encontrarem uma
solução amigável e que satisfaça ambas as partes.

A indústria de eventos é única, no sentido em que o cliente pode por vezes encontrar-se com
os outros parceiros comerciais uma vez e depois nunca mais os voltar a ver. Em qualquer
caso é sempre preferível ser honesto, transparente e digno de confiança em todas as
parcerias profissionais.

Não se deve, por outro lado, recorrer a meios desonestos para roubar negócios à
concorrência – você poderá ganhar no curto prazo mas perder a longo prazo.

Regras das relações profissionais

As principais regras de relacionamento profissional são geralmente indicadas nos Códigos


Comerciais de cada país e, por isso, é hábito utilizar-se como referência o Código do país em
que decorre o evento.

É recomendável que conheça e siga as regras nacionais para evitar o embaraço de violar
uma regra que desconhecia. Além disso, existem regras específicas ou códigos de conduta
definidos pelas associações da indústria de eventos, de que você poderá ser membro e,
nessa qualidade, queira respeitar (em relação, por exemplo, a contratos, preços, termos e

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condições, métodos de trabalho, etc.), embora estas sejam apenas recomendações, cabendo
à empresa a decisão de as seguir ou não.

Regras profissionais e de concorrência

Os contratos com o cliente ou com os responsáveis do local do evento devem ser redigidos
com o apoio de advogados especializados que conheçam a legislação aplicável.

Acordo de cavalheiros

Os acordos de cavalheiros são muitas vezes usados nas relações comerciais. Nalguns países
eles têm um estatuto legal, enquanto noutros é essencial que existam acordos escritos,
assinados e testemunhados para que tenham força legal.

Um exemplo de um acordo de cavalheiros é a regra da “prioridade por ordem de chegada”


na reserva dos locais para a organização de eventos. Isto significa que os responsáveis do
local não se comprometem até receberem uma confirmação do organizador – que por vezes
só é dada quando surge outro pedido de reserva para as mesmas datas.

Se, por exemplo, outro organizador, com um evento de maior dimensão e mais lucrativo,
solicitar uma reserva para as mesmas datas, e existir um acordo de cavalheiros deste tipo,
os responsáveis do local deverão honrar a reserva feita pelo primeiro organizador, mantendo
o segundo em lista de espera. Os responsáveis do local actuam, por vezes, de forma menos
escrupulosa, aceitando a reserva mais lucrativa, mas isto pode destruir a sua imagem e as
relações profissionais futuras com o primeiro organizador.

Algumas qualidades fundamentais nos profissionais de organização de eventos

O perfil das pessoas que trabalham em organização de eventos deve ser exigente. Além do
currículo académico, importa considerar o nível social e profissional, enriquecidos com ampla
experiência e bom nível cultural.

A formação do organizador de eventos é constante. Para além da cultura geral e de se


manter informado sobre os acontecimentos mediático e deter uma boa base de contactos,
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deve saber estar, ter boas maneiras, conhecer as regras de comportamento,
responsabilidade e domínio das bases do protocolo.

O profissionalismo no domínio da organização de eventos começa com o respeito pelas


hierarquias, sentido de compromisso, lealdade, pontualidade, disciplina no trabalho. Ter
exigência e rigor consigo e com quem trabalha nos projectos que leva a efeito são
indispensáveis.

Funcionários e colaboradores devem cumprir as exigências éticas, ser discretos, deferentes,


respeitadores, considerar e cooperar com os colegas com cortesia e amabilidade, demonstrar
capacidade de relacionamento, ser sociável, diligente.

A forma correcta de tratar as pessoas, clientes ou convidados, distingue o tratamento cortês


do tratamento mal-educado e até ofensivo. Deve saber pronunciar e escrever nomes e
apelidos de todos em geral.

Convidados e clientes são hoje um universo de exigência pois conhecem a qualidade. São os
melhores júris de avaliação de equipas de trabalho. Prestar um serviço de exigência
materializado na qualidade dos serviços e grande satisfação é o objectivo.

A imagem da eficácia depende de todos estes valores. É essencial ter presente o espírito de
grupo, a orientação para o cliente, a procura de inovação, a solução para o problema.

A tabela seguinte ilustra algumas actividades e comportamentos a desenvolver pelo


organizador de eventos, de forma a cumprir a sua tarefa de liderança de equipas com a
melhor eficácia:

OS ORGANIZADORES DE EVENTOS DEVEM


Tentar Desenvolver habilidades para Tentar permanecer
Ser responsáveis Manter-se saudáveis Entusiastas
Escutar Dizer não Acessíveis
Ser eficientes Reflectir Positivos
Ser organizados Priorizar Qualificados

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Dar o exemplo Pesquisar Responsáveis
Ser lógicos Manter registos
Ser facilitadores

Apresentação e imagem pessoal

Imagem pessoal do organizador de eventos


O organizador do evento é, durante a sua realização, o principal responsável pela imagem da
empresa. Como cartão-de-visita dela, ele deverá ter uma apresentação pessoal impecável e
que, ao mesmo tempo, se reflicta nas características da empresa que representa.

No que se refere à postura a ser adoptada, dependendo da situação e de com quem estiver
a lidar, deverá actuar de forma diferenciada, ser paciente e atencioso com os clientes, firme
e rigoroso com os funcionários no cumprimento dos seus deveres e prestativo para com os
seus superiores. Em nenhuma circunstancia se deverá apresentar carrancudo ou mal-
humorado.

A postura que o organizador irá adoptar terá que condizer com o seu nível de
responsabilidade pela condução e pelo sucesso do evento. È importante que ele se projecte,
mas com discrição, e que adopte uma postura de seriedade e profissionalismo.

Para conseguir essa projecção, deve procurar permanecer o maior tempo possível junto aos
directores e gerentes da empresa, levantando opiniões e sugestões do que poderia ser feito
pata melhorar a participação e alimentando-os com boas novidades, curiosidades e
informações úteis e positivas em relação ao evento.

Vestuário e comportamento dos funcionários

O vestuário, o comportamento e a imagem dos funcionários são muito importantes, porque


fazem parte da imagem profissional da equipa de organização do evento. Os funcionários
devem ter sempre uma atitude aberta e disponível para resolver quaisquer problemas
levantados pelos delegados de forma rápida, serena e eficiente. O seu vestuário deverá ser
adequada e facilmente identificável pelo uniforme.
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Contratos

É importante definir em todos os contratos:


• As áreas de responsabilidade e as funções do agente ou principal;
• Comissões e pagamentos;
• Montante total previsto no caso de cancelamento;
• Os termos do caderno de encargos, incluindo prazos e actividades previstas.

Num contrato poderão estar previstas muitas condições. É importante que ambas as partes
tenham condições idênticas (direitos e deveres), mas o mais importante são os preços e as
condições de cancelamento, que devem ser claras, simples e acordadas entre as partes.

Igualdade

Uma política de preços transparente é muito importante para manter boas relações
comerciais. Não há nada mais negativo para a credibilidade de uma empresa do que não ter
uma política de preços transparente.

As empresas mais profissionais na indústria de eventos têm uma atitude de transparência


para com os clientes, estando dispostas a apresentar os seus contratos com os fornecedores
e a acordar os preços e condições, antecipadamente e de forma transparente, respeitando
depois as condições acordadas.

Se um organizador celebrar um contrato com os responsáveis do local do evento três anos


antes deste ocorrer, é natural que a inflação ou variações cambiais façam subir os preços
durante este período. Contudo, os responsáveis do local do evento devem respeitar o preço
acordado na altura em que a reserva foi feita, podendo o contrato incluir disposições que
tomem em conta a inflação ou quaisquer flutuações cambiais.

A consistência e a oferta de condições idênticas a todos os clientes é muito importante para


os organizadores – isto significa que não é dada preferência a um cliente em detrimento de
outro (embora possam naturalmente existir políticas de preços diferentes para grupos

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distintos, por exemplo: preços mais favoráveis para instituições de caridade, organismos de
educação, etc.).

Responsabilidade ambiental

A responsabilidade ambiental constitui outro campo de aplicação dos princípios éticos no


âmbito da organização de eventos, contribuindo para uma imagem positiva da sua
organização.

Os efeitos mais evidentes são: a utilização de menor quantidade de papel; circulação de


anúncios do evento; convites à apresentação de comunicações e sistema de inscrição
através da Internet; menor número de funcionários necessários para fazer cópias e
assegurar a respectiva distribuição, etc.

O organizador deverá estar ciente de que a preocupação com o meio ambiente dará os seus
frutos – por exemplo, a remoção dos lixos poderá ser mais barata, os crachás de plástico
serão adquiridos apenas uma vez e poderão ser usadas com maior frequência, etc. Ainda
assim, pode dizer-se que este não é um dos negócios mais influenciados por questões
ambientais, e que, por restrições orçamentais, é muitas vezes necessário optar por métodos
menos ecológicos.

As medidas mais eficientes são:


 - Escolha do local do evento;
 - Meios de transporte eficazes;
 - Inscrições via Internet;
 - Correio electrónico interno;
 - Crachás de plástico reciclados;
 - Papel reciclado;
 - Limites ao número de materiais impressos/Internet;
 - Redução da preparação que exija materiais;
 - Utilização do sistema de orientação local;
 - Sistema de tratamento de lixo eficaz;

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 - Montagem e desmontagem eficaz.

Os 10 Principais Erros Cometidos pelas Organizações no Desenvolvimento de


Programas de Ética Globais

1. Não conseguem obter consensos sobre os objectivos para a globalização


2. Não integram funcionários estrangeiros no processo de desenvolvimento
3. Subestimam a importância de promover o programa como uma vantagem competitiva
4. Baseiam as políticas organizacionais nos requisitos legais do mercado doméstico
5. Não instalam gabinetes de ética ou recursos em localizações internacionais
6. Nomeiam funcionários da sede ou expatriados (isto é, funcionários não estrangeiros) para
preencher cargos de ética
7. Preparam materiais de formação apenas em língua inglesa
8. Utilizam extensivamente a palavra "ética" nos materiais do programa
9. Traduzem o código sem traduzir efectivamente o código
10. Centram-se no pequeno número de diferenças culturais existentes em vez de
reconhecerem as inúmeras semelhanças culturais.

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1.3. Exemplos práticos

Vamos analisar os seguintes exemplos práticos, provenientes da realidade brasileira,


tentando comparar e transpor os seus princípios para o caso português:
 Norma Nacional para o Organizador de eventos;
 Código de ética da ABEOC – Associação Brasileira de empresas de eventos

Norma Nacional para o Organizador de eventos

NIH-29: 2002 – Rev. 01

1 OBJETIVO
Esta Norma do Sistema Brasileiro de Certificação da Qualidade Profissional para o Sector de
Turismo estabelece os resultados esperados e as competências para organizador de eventos,
no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação da Qualidade Profissional para o Sector de
Turismo.

2 DEFINIÇÕES
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

2.1 Competência: Capacidade de mobilizar, desenvolver e aplicar conhecimentos,


habilidades e atitudes no desempenho do trabalho e na solução de problemas, para gerar os
resultados esperados.

2.2 Certificação profissional: Processo que atesta publicamente a competência para o


trabalho, tendo como referência uma norma.

2.3 Resultados esperados: Conjunto mínimo de serviços que compõem uma ocupação.

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3 DESCRIÇÃO DA OCUPAÇÃO
O organizador de eventos ocupa-se, principalmente, do desenvolvimento de actividades de
planeamento, organização, promoção, realização, administração dos recursos e prestação de
serviço especializado de eventos.

4 RESULTADOS ESPERADOS
O organizador de eventos deve ser capaz de:

a) Identificar e definir o evento – o que pode incluir analisar pesquisas; acompanhar


tendência de mercado, serviços e acções da concorrência; identificar oportunidade e
possibilidade de patrocínio e apoio; idealizar evento; elaborar estudo de viabilidade;
conhecer o histórico do evento e de similar anterior; identificar e analisar as características
do evento; identificar perfil do público alvo e expectativa de número de participantes;
planejar objectivo e resultados esperados; identificar local, estrutura e serviços necessários,
complementares e de terceiros; analisar e definir temário e calendário; planejar
programação técnica, científica e social; analisar e planejar exposição, mostra e lançamento;
definir produtos e serviços adicionais; elaborar estratégia de comunicação e divulgação;

b) Coordenar o pré-evento – o que pode incluir definir metas, acções estratégicas e


logística; escolher fornecedores e prestadores de serviços; formar equipas; obter autorização
de despesas extras; controlar gastos; elaborar protocolo, cerimonial e regulamento;
providenciar transporte e hospedagem; cuidar dos procedimentos legais e de seguro;
elaborar e controlar lista de participantes, convidados e palestrantes; elaborar e acompanhar
a lista de verificação (check list); coordenar a organização do dossiê informativo e portfólio
do evento; examinar e dimensionar equipamentos, instalação, móveis, sinalização e
materiais diversos; analisar riscos e definir cobertura de seguro;

c) Coordenar a comercialização e divulgação do evento – o que pode incluir identificar


clientes potenciais; manter contacto com o cliente; elaborar e analisar propostas, contratos,
acordos e termo de responsabilidade; elaborar e apresentar relatórios; actuar como relações
públicas, vendedor e comprador; estabelecer acordos e parcerias comerciais; avaliar
resultados; captar patrocínio, apoio e recursos; estabelecer preço e formas de pagamento;
analisar fluxo de vendas; munir os meios de comunicação de informações sobre o evento;
administrar pagamentos;
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d) Coordenar a realização do evento – o que pode incluir dimensionar e implementar
secretaria; implementar a programação do evento; administrar contratos, acordos e
parcerias; coordenar o transporte e a montagem de material; supervisionar a equipe e os
serviços; atender os veículos de comunicação; observar higiene, limpeza e apresentação de
funcionários e prestadores de serviço; acompanhar a realização do evento; tomar
providências correctivas; orientar a desmontagem do evento; acompanhar a abertura e o
encerramento;

e) Assegurar a satisfação do cliente – o que pode incluir acolher e recepcionar cliente,


participante, palestrante e convidado; acompanhar o serviço de atendimento; orientar e
acompanhar o atendimento a cliente recomendado ( VIP), ou com necessidade especial;
prevenir e solucionar problemas; controlar e manter padrão de qualidade; oferecer serviço
personalizado; efectuar avaliação final junto ao cliente ou participante;

f) Actuar empresarialmente – o que pode incluir maximizar rentabilidade e lucro;


optimizar resultados; impulsionar novos negócios; manter-se informado sobre todos os
aspectos do estabelecimento, novas tecnologias e negócios; representar a empresa;
estabelecer e manter rede de contactos; trabalhar em parceria com empresas do sector;
manter o valor comercial e o activo do empreendimento; aumentar a projecção do
empreendimento no mercado; incentivar e desenvolver acções motivadoras, de cooperação,
participação e comprometimento da equipe; analisar resultados frente aos padrões de
qualidade definidos; controlar custos e receita; obedecer a legislação e ao código de ética;

g) Maximizar a segurança e privacidade do participante – o que pode incluir


assegurar a privacidade do participante no fornecimento de informações; supervisionar o
controle de acesso ao evento; encaminhar à segurança informações sobre anormalidades;
accionar a segurança; orientar e providenciar socorro em caso de acidente e emergência;

h) Operar equipamentos – o que pode incluir operar telefone, fax, computador,


impressora, copiadora, calculadora, rádio interlocutor, equipamento audiovisual e
equipamento de incêndio;

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i) Coordenar o pós-evento – o que pode incluir elaborar e encaminhar carta de
agradecimento; fornecer cadastro de participante inscrito; tabular e apresentar dado
estatístico; controlar e efectuar pagamento a fornecedor contratado; elaborar e apresentar
relatório financeiro e nota de despesa; concluir e fornecer dossiê do evento; apresentar
avaliação global do evento.

5 COMPETÊNCIA
A competência necessária ao alcance dos resultados esperados deve ser avaliada através dos
seguintes conhecimentos, habilidades e atitudes:

5.1 Conhecimentos de:


a) Métodos de pesquisa e análise de resultados;
b) Técnicas administrativas para planeamento de curto e longo prazo, traçado de estratégia
e elaboração de regulamentos e procedimentos operacionais;
c) Procedimentos e métodos de levantamento de necessidades e tomada de preço;
d) Técnicas de negociação e administração de contratos, acordos e parcerias; legislação e
código de ética da categoria;
e) Regras de protocolo, cerimonial e etiqueta social;
f) Vocabulário operacional relativo à ocupação;
g) Requisitos de higiene e apresentação pessoal adequados à ocupação;
h) Procedimentos de análise de risco e seguro e aspectos legais relativos à contratação de
serviços de terceiros, lei do silêncio, lei de direitos autorais;
i) Tipos de eventos e aspectos de logística relativos a eventos.

5.2 Habilidades para:


a) Avaliação de ideias de maneira crítica e julgamento com base em dados e factos.

5.3 Atitudes/Atributos:
a) Inovação e criatividade na geração de ideias;
b) Atitude comunicativa, sociável, amigável e empática, gerando bom relacionamento
interpessoal;
c) Consciência de detalhe e atenção para controle;
d) Optimismo, persuasão e postura democrática;
e) Raciocínio numérico aplicado a negócios;
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f) Raciocínio lógico verbal para entender e comunicar-se, de maneira clara e articulada, na
forma oral e escrita;
g) Iniciativa para prevenir e solucionar problema, mantendo o equilíbrio emocional para
administrar situação de emergência;
h) Capacidade para tomar decisões complexas, individualmente ou envolvendo outras
pessoas.

Código de ética da ABEOC – Associação Brasileira de empresas de eventos

CAPÍTULO I - definições e Princípios

Art.1º
As actividades de organização, promoção e prestação de serviços especializados para
eventos são as exercidas por pessoas jurídicas, ainda que em nome individual, regular e
legalmente constituídas, que tenham por objecto social o desenvolvimento de actividades de
assessoria, planeamento, organização, promoção, realização ou prestação de serviço
especializado de eventos.

Art.2º
A actividade de organização de eventos deverá ser exercida com estrita e obrigatória
observância do disposto neste Código, sem prejuízo do cumprimento da legislação
pertinente, sendo estas normas destinadas também ao uso subsidiário dos Tribunais na
dirimência de eventuais conflitos do sector, bem assim servirão de orientação legislativa em
caso de regulamentação, prevalecendo sobre a expressão literal os princípios gerais e a
razão intrínseca de cada norma.

Art.3º
O presente Código constitui o conjunto de regras atinentes às relações jurídicas de consumo
de bens e serviços envolvidos pela actividade principal de organização de eventos, para vigir
e serem aplicadas às associadas entre si, entre estas e as empresas ou organismos dos
sectores conexos, bem assim com os contratantes de serviços.

Art.4º -

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O exercício das actividades de organização, promoção e prestação de serviço especializado
para eventos deve envolver senso integral de responsabilidade negocial e social, afastadas
quaisquer discriminações ilegais, bem assim conduta compatível com os padrões éticos
mínimos fixados neste Código.

Art.5º
O exercício da actividade deve envolver ainda atitudes e instrumental capazes de:

 Serem evitadas ao público em geral fraudes e enganos, bem assim práticas que
possam prejudicar a integridade e a dignidade profissional da categoria;
 Propiciarem a adequada identificação, de forma clara, fácil e imediata, dos precisos
dados sobre a oferta, divulgação, contratação e execução dos bens e serviços
contratados;
 Serem preservados os princípios da leal concorrência, eliminando a ilegal, a
predatória e emulatória;
 Evitarem a propaganda enganosa, os contratos leoninos ou de duvidosa
interpretação;
 Subordinarem aos princípios maiores de relacionamento ético em torno da Associação
a àqueles pertinentes emanados da categoria económica.

Art.6º
As empresas associadas devem procurar manter e desenvolver alto padrão técnico,
qualidade de bens e recursos humanos qualificados e capacitados.

Art.7º
É obrigação das empresas associadas observarem a mais absoluta lisura nos procedimentos
económicos, financeiros, fiscais e comportamentais, tanto no âmbito de sua empresa, como
nas relações com seus clientes, fornecedores e participantes dos eventos sob sua
responsabilidade.

CAPÍTULO II - Das Relações Éticas

SEÇÃO I - Das Relações com o Cliente

Art.8º

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Toda a prestação de serviços por associada, deve ser regida por um Contrato de Prestação
de Serviços, ou documento equivalente, o qual defina, necessariamente e com clareza, pelo
menos, os seguintes pontos:
• Os serviços específicos a serem prestados;
• O preço e a condição de pagamento;
• O prazo de execução do serviço; e
• A especificação das condições recíprocas de rescisão.

Art.9º
É obrigatório, pela associada, o total conhecimento dos direitos e obrigações contratuais,
bem como solicitar o mesmo de seu cliente.

Art.10º
As associadas, em seu relacionamento com os clientes, devem adoptar atitudes profissionais,
empenhando-se ao máximo para prestar os serviços contratados com a melhor qualidade e
desenvolvendo, sempre, os seus contactos de forma a assegurar, em alto nível, não só o seu
conceito como empresa, mas, também, o conceito de classe como um todo.

Art.11º
No exercício das actividades, são vedadas expressamente às associadas:
• A propaganda enganosa consoante a conceituação legal ou conforme caracterizada
pela Comissão de Ética;
• A manutenção e imposição de contratos e cláusulas manifestamente potestativas ou
leoninas;
• Induzir em erro os clientes, não imprimindo clareza e transparência nas
informações, em especial as relativas ao Contrato de Prestação de Serviços;
• Manter e ofertar serviços e recursos humanos desqualificados tecnicamente;
• Impor e exigir ónus ao cliente, não previsto em contrato ou que sejam
incompatíveis com a natureza do negócio com ele pactuado;
• Furtar-se, sem justa causa ou força maior, ao cumprimento dos compromissos
assumidos com o cliente;
• Expor o cliente a situações vexatórias ou humilhantes desrespeitando seus direitos
e valores ou mesmo induzindo-os à prática de ilícitos, situações essas caracterizadas
a critério da Comissão de Ética;

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• Divulgar dado falso ou que saiba incorrecto ou mesmo estritamente confidencial
sobre o cliente;
• Deixar de observar toda e qualquer norma de conduta ética editada por organismos
pertencentes à categoria económica e que sejam adoptadas pela ABEOC, visando a
preservação dos interesses dos clientes e do mercado.

SEÇÃO II - Das Relações entre os Associados

Art.12º
Compete obrigatoriamente às associadas, indistintamente, observar no exercício de suas
actividades específicas e nas relações com outras associadas, o zelo pela imagem do sector,
da própria ABEOC e da categoria profissional, não realizando, directa ou indirectamente, e
não permitindo que se realize:
• Concorrência desleal, configurada como a adopção de métodos e preços
predatórios, absolutamente incompatíveis com a prática do mercado regional ou
local, levadas em consideração a qualidade dos serviços ofertados, consoante
critérios aferidos pela Comissão de Ética;
• O contacto aliciatório de clientes tradicionais de outra empresa, mediante a
utilização de referências antiéticas e de depredação da imagem de sua(s)
concorrente(s);
• O não cumprimento de compromissos assumidos com outra(s) empresa(s), visando
atendimento comum de clientes, colocando em risco a imagem do sector;
• Inibir, por qualquer forma identificada como ilegal, fraudulenta ou coercitiva, a
actividade de organização ou promoção de eventos por qualquer outra empresa,
filiada ou não à ABEOC;
• Proibir ou coagir a não participar das actividades associativas, de qualquer outra
associada, bem assim dos organismos sectoriais ligados à categoria;
• Proibir ou inibir qualquer associada considerada lesada de valer-se dos meios e
instrumentos internos da ABEOC, na preservação dos direitos outorgados por este
Código;
• Valer-se ou prevalecer-se de vantagens ilícitas ou de meios escusos para vencer
concorrências públicas;

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• Frustrar ou proibir que a Comissão de Ética apure administrativamente em seus
livros e assentamentos gerais os fatos que são imputados ou referidos em processo
regular de apuramento de conduta ética;
• Deteriorar e denegrir a imagem ou fazer referências inverídicas ou tendenciosas
sobre a categoria económica e a respeito da Associação de classe, seus organismos
internos e seus dirigentes, não se utilizando dos meios e processos que lhe são
conferidos pelos Estatutos Sociais e mantendo dentro do âmbito associativo as
eventuais dissidências internas.

Art.13º
Toda associada, uma vez solicitada por outra, para prestar serviço em determinado evento,
deverá empenhar-se em atender o pedido, sempre com a melhor qualidade possível e
mediante remuneração pré-convencionada.

Art.14º
É vedado a associada oferecer prestação de serviço a cliente já contratado com outra
associada, para o mesmo serviço. Parágrafo Único - Sempre que, por desinformação, uma
associada oferecer serviço a cliente já contratado com outra associada, deverá adoptar os
seguintes procedimentos, tão logo tome ciência do facto:
• Solicitar ao cliente que desconsidere sua oferta de serviços; comunicar o fato,
imediatamente, à associada
• Contratada, por escrito.

Art.15º
Toda associada, ao elaborar uma Proposta de Prestação de Serviços, deverá solicitar ao
contratante o detalhamento específico dos serviços a serem contratados, enfatizando que,
na hipótese de serem convidadas outras empresas, para a mesma licitação, todas deverão
receber idênticas informações.

SEÇÃO III - Das Relações com Fornecedores

Art.16º
As associadas envidarão todos os esforços para que a contratação de fornecedores de bens
e serviços necessários à realização de eventos, atenda plenamente ao nível de qualidade e

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complexidade técnica requerido, desde que compatíveis com os recursos disponíveis para
tanto.

Art.17º
Em nenhuma hipótese a associada exigirá, ou condicionará o recebimento de compensações
ou benefícios adicionais dos fornecedores para contratação dos serviços destes.

Art.18º
A associada deverá, sempre que possível, realizar licitação para a contratação de
fornecedores, sugerindo, sempre, a contratação, pelo cliente, daqueles que, na média,
ofereçam garantia no cumprimento dos contratos de fornecimento, qualidade dos serviços
prestados, custos e preços adequados às disponibilidades do cliente e do evento.

SEÇÃO IV - Das Relações com o Governo e com a Comunidade

Art.19º
A associada deverá manter, com os órgãos governamentais, atitude de colaboração e
cumprimento de suas obrigações fiscais, trabalhistas, previdenciais e legais.

Art.20º
Com a sociedade em geral, a associada deverá manter atitude de colaboração, sem prestar o
concurso de sua especialidade profissional em actividades que contribuam para a
degradação social ou ambiental.

CAPÍTULO III - Da Exclusão da Responsabilidade

Art.21º
A associada poderá ser eximida de responsabilidade pela prática dos atos que lhe forem
imputados, desde que, a critério da Comissão de Ética, demonstre que:
• Agiu com absoluta boa-fé;
• Agiu em cumprimento a dever legal;
• Agiu em cumprimento a determinação judicial;
• Agiu mediante induzimento em erro ou uso de instrumentos falsos, ou ainda
mediante coação irresistível efectivada pela outra parte contratante ou denunciante;

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• Quando tiver, antecipada e espontaneamente, reparado o dano causado, sendo
cabível, pelos meios e formas usuais ou legais.

CAPÍTULO IV - Infracções e Penalidades

Art.22º
Às infractoras das normas estabelecidas neste Código serão aplicadas, alternada ou
cumulativamente, pelo Conselho Director da ABEOC, ouvida a Comissão de Ética, as
seguintes penas:
• Carta de advertência;
• Suspensão temporária do quadro associativo, por período não superior a 180 (cento
e oitenta) dias;
• Expulsão do quadro associativo;
• Denúncia ao Instituto Brasileiro de Turismo - EMBRATUR, ou outro organismo que
venha a sucedê-lo nas funções que lhe são inerentes.
• Denúncia pública.

Art.23º
Para a perfeita apuração dos fatos e documentos que indiquem infracções às normas supra
em processo regularmente instaurado, as associadas, indistintamente, desde logo autorizam
a ABEOC, por sua Comissão de Ética, a proceder aos levantamentos internos que julgar
necessários, valendo-se, se necessário for, de técnicos ou de auditorias externas.

Art.24º
A negativa ou oposição no cumprimento à autorização referida no artigo anterior, importará
em confissão dos fatos imputados e agravamento das sanções a serem impostas, não
significando esta disposição como renúncia de lançar mão dos meios legais apropriados à
obtenção dos resultados visados.

Art.25º
Na aplicação, cumulação e graduação das penas previstas neste CAPÍTULO, serão
observados:

 A intenção do agente e os meios por ele empregados, além de seus antecedentes e


as circunstâncias da prática dos actos denunciados como lesivos;

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 A reincidência, assim considerado o cometimento pela mesma infractora, de infracção
da mesma natureza, consoante capitulação deste Código;
 A habitualidade, não sendo admitida prova em contrário, caracterizada pela associada
que:
 Deixar de cumprir com ressarcimento espontâneo dos danos que tiver provocado,
segundo as normas previstas neste Código ou na lei, por mais de uma vez;
 Empregar, no ato imputado como infractora, de meios ardilosos ou ilegais, ou
exercitar coação sobre as partes envolvidas.

CAPÍTULO V - Da Comissão de Ética e do Processo de Representação

SEÇÃO I - Comissão de Ética: Composição e Atribuições

Art.26º
Para zelar pela aplicação deste Código de Ética e para dirimir quaisquer questões que
envolva associadas, poderá ser instituída Comissão de Ética, dentre as componentes do
quadro associativo da ABEOC, instituída pelo Conselho Director, composta por 5(cinco)
membros titulares e 3(três) suplentes, respectivamente primeiro, segundo e terceiro
suplentes, os quais, se necessário, deverão ser convocados nesta ordem e cuja duração se
estenderá até o julgamento da denúncia, extinguindo-se, então, automaticamente.

Art.27º
Considerar-se-á impedido de participar da Comissão de Ética, associadas que, directa ou
indirectamente, tenham interesse na reclamação em apreciação.

Art.28º
O Presidente da Comissão de Ética designará as datas de reuniões, bem como será
responsável por:
• Registo do processo que lhe for encaminhado, por ofício, pelo Conselho Director;
• Expedição e controle de recebimento das notificações às partes, especialmente
aquelas que importem em diligências;
• Fixação das datas de reuniões e de julgamento;
• Organização das pautas;
• Convocação dos membros para as reuniões;
• Elaboração das atas das reuniões, inclusive a de julgamento;

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• Envio, através de ofício, ao Conselho Director, da deliberação final da Comissão de
Ética, com as recomendações das penalidades aplicáveis, se for o caso.

Art.29º
Ao julgar, compete à Comissão de Ética:
• Assegurar às partes igualdade de tratamento;
• Assegurar aos representados o direito de ampla defesa;
• Solucionar os litígios nos prazos e pelos modos especificados neste Código de Ética,
não se eximindo de decidir as questões que lhe forem apresentadas;
• Fundamentar todas as decisões;
• Preservar o absoluto sigilo das questões e documentos que lhe forem submetidos
nos feitos em andamento.

Art.30º
A Comissão de Ética terá o prazo máximo de 180 dias para o julgamento e encaminhamento
do resultado ao Conselho Director, contado a partir de sua constituição.

Art.31º
A Comissão de Ética, para cada uma das suas reuniões, lavrará a competente ata, que fará
parte integrante do processo.

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Bibliografia

 Allen, John. et al. Organização e gestão de eventos. Ed. Campos, 2002


 Bobone, Paula, Eventologia: Ciência e artes da criação e gestão de eventos , Edições
Universidade Fernando Pessoa, 2010
 Giacaglia, Maria Cecília, Organização de eventos: teoria e prática, Ed. Thomson, 2003
 Watt, David, Gestão de eventos em lazer e turismo, Ed. Bookman, 2004
 Zita, Carmen, Organização de eventos – Da ideia à realidade , Ed. Senac, 2008

Webgrafia

 ABEOC – Associação Brasileira de empresas de eventos


http://www.abeoc.org.br
 APECATE – Associação Portuguesa de empresas de congressos, animação
turística e eventos
http://194.79.84.222/APECATEWeb/homepage.do2?18766
 EFAPCO - European Federation of Associations of Professional Congress
Organizers
http://www.efapco.eu/

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 IAPCO - International Association of Professional Congress Organizers
http://www.iapco.org
 ICCA – International Congress and Convention Association
http://www.iccaworld.com/
 Norma Nacional para o Organizador de Eventos
http://200.150.149.245/hospitalidade/Downloads/Normas_pdf/Norma%20IH
%2029%20Organizador%20de%20Eventos.pdf

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