Você está na página 1de 32

Ensino

Profissional

QUÍMICA EXTENSÃO 7.1


Polímeros e materiais
poliméricos
Maria da Conceição Dantas
Maria Teresa Fontinha
Marta Duarte Ramalho
Revisão científica: João Sotomayor
Extensão 7.1

Polímeros
e materiais
poliméricos

1 Os plásticos e os estilos de


vida das sociedades atuais

2 Os plásticos e os materiais


poliméricos
3 Polímeros sintéticos
e a indústria dos polímeros
Os plásticos
1 e os estilos de vida
das sociedades atuais
1.1 Marcos históricos da indústria
dos polímeros

Extração de borracha, um polímero que ocorre naturalmente.

Etimologicamente a palavra polímero quer dizer “muitas partes”. Um


polímero é um material cujas moléculas são constituídas por um número
muito elevado de átomos (dezenas de milhar) ligados através de ligações
covalentes, organizados segundo conjuntos que se repetem. Devido ao
seu tamanho, as moléculas são normalmente designadas por macromo­
léculas ou cadeias.
Os polímeros podem ser naturais, como a borracha, o algodão e a lã,
A palavra plástico deriva do adjetivo ou sintéticos, como o polietileno, o PVC e o nylon.
grego plastikos, que significa No que diz respeito aos materiais sintéticos, as designações polímero
moldável. Os plásticos são polímeros. e plástico usam-se indiferenciadamente, embora seja comum empregar o
termo plástico em relação aos materiais comerciais com todos os aditivos
necessários ao seu processamento e utilização.
A nossa civilização começou com três tipos de materiais, além da pedra
e da madeira: os metais, a cerâmica e o vidro. Sendo todos eles essenciais
à vida moderna, verifica-se que os plásticos, apesar de terem surgido ape-
nas no início do século XX, se tornaram entretanto indispensáveis em
quase todos os aspetos da atividade humana.

2
1 Os plásticos e os estilos de vida das sociedades atuais

O plástico está presente nas mais variadas atividades económicas:


construção civil, componentes eletrónicos, indústria automóvel, transpor-
tes, agricultura, medicina, embalagens, etc. Existem hoje em dia inúmeros
plásticos diferentes, usados com as mais diversas aplicações (Fig. 1).

Fig. 1 O plástico é utilizado no fabrico de inúmeros produtos

Propriedades dos plásticos


Os plásticos têm vindo a substituir os materiais tradicionais em cada vez
mais aplicações e, além disso, têm permitido o fabrico de produtos ino­­­
vadores, devido a um conjunto de propriedades que possuem, tais como:
• têm baixa densidade;
• são resistentes à corrosão;
• são fáceis de colorir;
• possibilitam a integração de vários componentes, permitindo uma
maior flexibilidade aos designers;
• têm propriedades autolubrificantes importantes, por exemplo, em
engre­nagens;
• são bons isolantes térmicos;
• podem ser transformados através de um grande número de processos
de fabrico, o que permite obter uma grande variedade de produtos.

As matérias-primas para a produção dos plásticos são, essencialmente,


o gás natural e o petróleo (Fig. 2).
Os desenvolvimentos nos processos de fabrico fazem com que a
­produção de plástico consuma hoje menos 40 a 70% de energia do que há
30 anos.

Aquecimento Transporte

31% 29%

4%
Plásticos 7% 22%
7%
Petroquímica Energia

Vários

Fig. 2 Consumo de petróleo por setor de atividade.

3
DT_U3.1_01 _JP12
31 jan 2017
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

1.2 Plásticos, ambiente e


desenvolvimento económico.
A reciclagem de plásticos

Marcos importantes da história


dos polímeros
Os polímeros naturais são usados há milénios. A borracha natural,
também conhecida por cautchu, é um polímero natural e já era usada
pelos índios sul-americanos para produzir proteções para o corpo e para
os pés antes da chegada dos espanhóis.
A borracha foi introduzida na Europa no século XVII, tendo começado
a ser aplicada industrialmente em França (por exemplo, para apagar tra-
ços de lápis no papel).
Em 1828, Mackintosh, em Inglaterra, descobriu que a dissolução da
bor­ra­cha em nafta de carvão permitia utilizá-la, após evaporação do sol­
ven­te, no revestimento de tecidos impermeáveis.
Em 1833, Goodyear, nos Estados Unidos, descobriu a vulcanização da
borracha: aquecendo-a com enxofre, tornava-a menos pegajosa e mais
resistente a baixas temperaturas.
Os primeiros plásticos fabricados industrialmente foram os semissinté­
ticos e eram derivados da celulose.
Em 1860, o químico inglês Alexander Parkes fez reagir algodão (for-
mado por celulose) com uma mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico,
obtendo a nitrocelulose. Ao misturar a nitrocelulose com óleo de rícino
obteve o material plástico parkesino, que se podia moldar facilmente.
Na mesma época, um jogador de bilhar americano propôs oferecer um
prémio a quem conseguisse obter um material que fosse mais homogé-
neo que o marfim, material com que eram feitas as bolas de bilhar.
Entre 1870 e 1872 os irmãos Isaiah e John Hyatt patentearam nos EUA
um material com características inovadoras: o nitrato de celulose plastici­
zado com cânfora. Patentearam ainda uma máquina para moldar por inje-
ção este material.
Era esse o plástico que pretendia o jogador de bilhar. Chamou-se a
este novo material, que se tornou o primeiro plástico com êxito comercial,
celuloide. Era transparente como o vidro, mais resistente que o couro,
podia colorir-se e fundia a uma temperatura bastante baixa, dando lugar a
uma massa plástica que podia adotar formas muito variadas (Fig. 3).
Com o celuloide foram fabricadas bolas de ténis de mesa, botões, inter-
Fig. 3 As bolas de bilhar atualmente ruptores, suportes para películas fotográficas ou filmes, etc. O celu­loide
são produzidas com resina fenólica. tinha, no entanto, um problema grave: era muito inflamável.
A partir de 1899, graças ao trabalho do alemão Lederer, obteve-se o
acetato de celulose, que tinha melhores propriedades que o celuloide
(sobre­­tudo por não ser inflamável).

4
1 Os plásticos e os estilos de vida das sociedades atuais

Os primeiros plásticos sintéticos não foram logo fabricados à escala


industrial, por não estar ainda desenvolvida a tecnologia necessária.
Em 1838, o químico francês Victor Regmault obteve o PVC, mas só no
final de 1912 se iniciou a sua produção industrial, graças a Fritz Klatse.
A produção em grande escala iniciou-se em 1938.
O trabalho realizado pelo químico belga L. H. Baekeland permitiu que
em 1909 se fabricasse, à escala industrial, o primeiro plástico sintético
– a baquelite. Com a baquelite vão ser fabricadas tomadas, cavilhas elé­ Fig. 4 Interruptor de corrente de
tricas, caixas de rádios, etc. (Fig. 4). baquelite.
Durante a 1.a Guerra Mundial (1914-1918) houve escassez de muitos ma­te­
riais que os plásticos poderiam substituir, mas era preciso melhorar as suas
propriedades, o que conduziu ao início do estudo da sua estrutura interna.
Em 1924, Hermann Staudinger propôs, contra a opinião de parte da
comunidade científica da época, o conceito de um polímero ser cons­ti­
tuí­do por uma cadeia molecular de grandes dimensões. Este conceito,
que demorou quase dez anos a ser completamente aceite, está na base
de toda a ciência e engenharia de polímeros atual e conduziu à atribuição, Hermann Staudinger
em 1953, do prémio Nobel da Química a Staudinger. (1881-1965)
No entanto, um dos plásticos mais usados, o polietileno (PE), foi des­
coberto acidentalmente. Em 1933, Eric Fawcett e Reginald Gibson esta-
vam a fazer trabalhos de investigação com eteno a pressões elevadas.
Numa das suas experiências formou-se provavelmente uma fenda na
montagem, por onde foi entrando oxigénio. Obteve-se então uma subs-
tância sólida bran­ca cuja fórmula empírica era CH2, tal como a do eteno,
C2H4. Concluiu-se posteriormente que o eteno se havia polimerizado e
que o oxigénio tinha tido um papel importante no processo.
Em 1936 teve início a produção do polietileno, um material muito iso-
lante, ideal para os cabos de alta frequência (vitais para o desenvol­vi­
mento do radar). A utilização do polietileno aumentou grandemente nos
finais da 2.a Guerra Mundial.
Em 1953, o químico alemão Karl Ziegler, seguindo os trabalhos iniciais
do italiano Giulio Natta, conseguiu a polimerização do eteno à pressão
atmosférica, obtendo assim o polietileno de alta densidade.
Fig. 5 Filme de polietileno de baixa
O polietileno pode ser produzido por dois processos industriais:
densidade.
• processo a alta pressão (A.P.) – ocorre a uma pressão entre 1000 e
3000 bar e a uma temperatura entre 150 e 300 °C. Obtém-se o polí­
mero no estado fundido. Uma vez solidificado, apresenta-se na forma
de grânulos.
O polietileno assim obtido tem baixa densidade: cerca de 0,9 g cm–3,
pelo que se denomina polietileno de baixa densidade, PEBD. O PEBD
é a matéria-prima mais utilizada no mundo (Fig. 5);
• processo a baixa pressão (B.P.) – ocorre a uma pressão compreen-
Fig. 6 Tubos de polietileno de alta
dida entre 10 e 30 bar e a uma temperatura entre 50 a 150 °C. densidade.
Para que a polimerização ocorra é necessário um catalisador, o cata­
li­sador de Ziegler e Natta.
O grande boom da indústria dos
O polietileno assim obtido tem uma densidade relativamente elevada; plásticos deu-se no final da 2.a Guerra
chama-se polietileno de alta densidade, PEAD. Molda-se facilmente. Mundial.

5
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

A primeira poliamida (PA) a ser sintetizada foi o nylon. Wallace Caro-


thers tinha por objetivo a obtenção de fibras sintéticas e o conhecimento
da estrutura dos polímeros apontada por Staudinger seria uma grande
ajuda para o seu trabalho. Sabia-se que a lã e a seda, duas fibras de ori-
gem ani­mal, eram formadas por proteínas. Carothers tentou então sinteti-
zar uma cadeia semelhante à das proteínas, mas em vez de utilizar ami-
noácidos usou aminas e ácidos carboxílicos.
Em 1935, Carothers obteve a poliamida, que começou a ser comercia­li­
za­da a partir de 1937 com o nome de nylon.
Quase ao mesmo tempo, em 1938, o químico alemão Schlock conse-
guia uma polia­mida semelhante, denominada perlon (também conhecida
por nylon-6).
O impacto destas novas fibras foi enorme. Durante a 2.a Guerra Mun-
dial os países tinham mais dificuldade em aceder a matérias-primas, pelo
que a investigação sobre novos materiais se intensificou, conduzindo a
um grande aumento da produção de plásticos. Após a guerra a produção
de polímeros sintéticos acelerou e, na década de 1970, surgem os políme­
ros de engenharia, com propriedades especiais. Posteriormente, na
década de 1980, surgiram os polímeros de cristal líquido.

Vantagens e desvantagens do uso de plásticos


Algumas das características dos plásticos contribuíram para que se tor-
nassem omnipresentes no nosso dia a dia: são leves, o que permite redu-
? zir o peso das embalagens e dos resíduos e facilita o transporte de merca-
Nas últimas décadas os plásticos dorias, são versáteis, higiénicos e duráveis.
contribuíram para a alteração dos
hábitos de vida das populações.
Contudo, a sua durabilidade pode tornar-se uma desvantagem, na
Escreva um texto que apresente medida em que muitos destes materiais não são reutilizados e a sua
alguns exemplos dessas alterações. decom­posição na natureza demora centenas de anos (Fig. 7).

Fig. 7 Os plásticos têm um papel muito importante na sociedade atual mas também
têm impactos significativos no ambiente.

6
1 Os plásticos e os estilos de vida das sociedades atuais

A reciclagem
A maioria dos plásticos não são biodegradáveis, isto é, não são destruí­
dos por bactérias. No entanto, alguns são fotodegradáveis, decompondo-
-se quando são expostos à luz. Como nos aterros há falta de luz e oxigénio
os plásticos não se decompõem, pelo que os aterros não se adequam a
este tipo de resíduos.
Quando devidamente recolhidos, separados e processados, os plás­ti­
cos podem ser tratados de acordo com a sua especificidade, resul­tando
daí ganhos ambientais, económicos e sociais.
Se a matéria-prima que se vai reciclar estiver limpa e for pura, obtém-se
uma matéria plástica com a mesma qualidade do produto inicial.
Se a separação dos lixos plásticos for grosseira obtêm-se misturas de
matérias plásticas que se utilizam para fabricar estacas para vinhas, pai-
néis, móveis de jardim, etc.
As principais vantagens da reciclagem dos plásticos são a poupança
de matérias-primas não renováveis e a diminuição de resíduos urbanos.
A reciclagem de materiais plásticos já utilizados depende, essen­cial­
mente, da quantidade e qualidade dos resíduos. É da responsabilidade de
todos nós a separação adequada dos materiais, para que estes possam
ter uma segunda vida: cabe a cada um de nós fazer com que o ciclo de
vida dos plásticos não termine nas lixeiras e nos aterros sanitários.
Fig. 8 Contentor de recolha de
Para que a reciclagem dos lixos plásticos seja eficaz, é necessário que materiais plásticos (e não só) para
estes sejam recolhidos e colocados em contentores adequados (Fig. 8). reciclagem.

Matéria-prima
(petróleo, etc.)

Produção de plásticos Consumo doméstico


Recolha seletiva

Triagem dos resíduos

Reciclagem

Consumo industrial Material reciclado

Novos produtos obtidos a


partir de material reciclado

7
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Exercícios para resolver


PROFESSOR
1. Distinga plásticos biodegradáveis de fotodegradáveis.
SOLUÇÕES

1. Plásticos biodegradáveis: 2. Faça uma pesquisa sobre um dos tópicos seguintes. Elabore um tex-
plásticos que são destruídos por to sobre o tópico selecionado.
bactérias. A sua decomposição • A utilização do plástico na indústria automóvel.
ocorre através de um processo
biotecnológico, quando • A atuação da sua autarquia em relação à reciclagem dos plásticos
submetidos a determinadas quanto à contribuição dos cidadãos e tipos de atuação adequados.
condições de temperatura e • A indústria dos plásticos em Portugal, referindo as principais fábri-
humidade. Transformam-se
cas desta indústria e a(s) zona(s) do país onde se localizam.
pela ação de microrganismos
e podem ser convertidos em
dióxido de carbono, CO2, e água,
H2O.
Plásticos fotodegradáveis:
plásticos que se decompõem
quando são expostos à luz
solar. Apresentam a mesma
composição química dos
plásticos tradicionais, não são
biodegradáveis. É necessário
adicionar aditivos para que
se fragmentem em pedaços
menores e, por isso, a sua
decomposição faz-se através de
processos químicos.

2. Sem correção.

8
2 Os plásticos e os
materiais poliméricos
2.1 O que são polímeros.
Polímeros naturais, artificiais e sintéticos

Pellets plásticos tingidos com diferentes cores podem ser usados na produção de objetos.

O plástico é um material que faz parte de uma família de materiais mais


vasta, a dos polímeros.
Consoante a sua origem, os polímeros classificam-se em diversos tipos:

Polímeros

Naturais Semissintéticos Sintéticos

Exemplos: Exemplos:
Exemplos:
borracha vulcanizada polietileno, PVC
borracha, algodão e lã
e nitrocelulose e nylon

9
Extensão 7.1
7 Polímeros
Polímeroseemateriais
materiaispoliméricos
poliméricos

2.2 Tipos de polímeros. Polímeros


biodegradáveis, fotodegradáveis
e solúveis em água

Os polímeros podem ser classificados de diferentes formas. Segundo a


sua origem, podem classificar-se em polímeros naturais, polímeros
semis­sin­téticos, ou artificiais, e polímeros sintéticos.
Como exemplo de polímeros naturais temos o algodão, a lã, a seda e
a bor­racha. O algodão é uma fibra vegetal formada por celulose. A lã e a
seda são fibras animais formadas por proteínas. Muitas substâncias bio­
quí­micas, como os hidratos de carbono, as proteínas, o DNA, etc., também
são polímeros.
Os polímeros semissintéticos são polímeros naturais tratados com
pro­­dutos químicos para alterar as suas propriedades. Como exemplos
temos o celuloide, derivado da celulose, e a borracha vulcanizada.
Os polímeros sintéticos constituem a maioria dos materiais plásticos e
fibras. São exemplos de polímeros sintéticos o polietileno (PE), o policlo-
reto de vinilo (PVC), o polipropileno (PP), o nylon, etc.
Muitos polímeros naturais são biodegradáveis, isto é, são destruídos
por bactérias, enzimas e outros agentes biológicos, que os decompõem.
Os polímeros fotodegradáveis degradam-se sob a ação da luz, mais
es­pe­cificamente da luz ultravioleta.
Os polímeros solúveis em água, ou polímeros hidrossolúveis, são
geral­mente derivados de álcool polivinílico. Estes polímeros e os seus pro-
dutos finais são certificados internacionalmente para hidrossolubilidade e
Fig. 9 Sacos de plástico biodegradável.
a sua dissolução não origina resíduos nocivos para a saúde nem para o
ambiente. Estes polímeros são muitas vezes referidos como polímeros
biodegradáveis (Fig. 9).
Um dos modos de obter polímeros hidrossolúveis é através de produ-
ção por sistemas biológicos (microrganismos, plantas e animais) ou por
síntese química a partir de materiais biológicos (açúcar, amido, gor­duras
naturais e óleos). Um exemplo deste tipo de materiais são os poliés­teres
alifáticos, os quais se obtêm através da reação de poli­con­den­saç­ão de
glicol e ácidos carboxílicos alifáticos. Ambos os reagentes podem ser obti­
dos de fontes naturais (o glicol, por exemplo, pode ser obtido a partir da
fermentação do glicerol). Obtém-se assim um polímero biodegradável, o
qual é decomposto em dióxido de carbono, CO2, e água, H2O, quer no
solo, quer em água. Este material é utilizado em sacos de lixo, fraldas, gar­
ra­fas de bebidas e frascos de cosméticos.
Os produtos biodegradáveis são de origem natural. A sua decomposi-
ção não prejudica o ambiente. É fundamental ter-se em conta o ambiente
e a saúde. Neste contexto, o interesse na produção de materiais, principal-
mente plásticos com caráter biodegradável, tem-se intensificado como
política em diversos setores da sociedade.

10
2 Os plásticos e os materiais poliméricos

2.3 Macromolécula e cadeia polimérica

Os polímeros são constituídos por macromoléculas, isto é, moléculas


?
muito grandes, constituídas por milhares de átomos, organizados em con­
O polímero poliestireno (PS) apresenta
juntos que se repetem n vezes para formar a molécula. Esse conjunto de a seguinte unidade repetitiva:
átomos é designado unidade repetitiva ou de repetição.
Um polímero obtém-se a partir de reações químicas – reações de poli­ CH2 CH
me­rização – entre espécies de baixa massa molecular. Essas espécies
desi­gnam-se por monómeros. n
Para dar o nome ao polímero utiliza-se geralmente o nome do monó­ Escreva a fórmula do respetivo
mero precedido do prefixo poli-. monómero.

Para o polietileno, teremos:

( )
H H H H

n C C C C

H H H H n NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


EE.2017.0013.01.01

Monómero: dt_U3.1_07
H H
2.a prova
15 nov 2016
C C
Paulo Amorim
H H
Eteno (ou etileno)
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
Unidade repetitiva:
H H
dt_U3.1_02

2.a
C prova
C
15 nov 2016
Paulo
H Amorim
H

NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


EE.2017.0013.01.01

dt_U3.1_04

1.a prova
26 outub 2016
Paulo Amorim

NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


EE.2017.0013.01.01
11
dt_U3.1_03
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

2.4 Materiais plásticos.


Termoplásticos e plásticos
termofixos

Considerando a deformabilidade, os polímeros dividem-se em elas­tó­


me­ros, plásticos e fibras.
Muito deformáveis. Depois de
Elastómeros deformados voltam à forma original.
Exemplo: borracha

Quando deformados mantêm a


Polímeros nova forma, não voltando à forma
Plásticos
original.
Exemplo: polietileno

Difíceis de deformar.
Fibras
Exemplo: nylon

O polietileno (PE) e o policloreto Os polímeros também se podem classificar segundo o seu com­por­ta­
de vinilo (PVC) são exemplos de
termoplásticos. mento quando sujeitos a aquecimento: há polímeros termoplásticos e ter­
mo­f ixos (ou termoendurecíveis).
A maior parte dos termoplásticos são moldáveis de forma reversível
por ação do calor. São constituídos por cadeias muito longas de átomos de
carbono ligados covalentemente, podendo conter na cadeia principal áto-
mos de nitrogénio, oxigénio ou enxofre. Pode haver também átomos ou
grupos de átomos ligados covalentemente aos átomos da cadeia prin­cipal.
As cadeias moleculares longas dos termoplásticos estão ligadas umas
às outras por forças de Van der Waals e por ligações de hidrogénio (liga­
ções fracas). Durante a enformação, estas ligações fracas são destruídas
Fig. 10 Plástico em reciclagem. por aquecimento e o plástico passa ao estado fundido.
O estado sólido é restabelecido por arrefecimento. Como não há que-
Os poliuretanos, a baquelite bra de ligações covalentes, mas apenas de ligações fracas entre as
e as resinas fenólicas, são exemplos
de plásticos termofixos cadeias, este processo de enformação pode ser repetido várias vezes, o
ou termoendurecíveis. que torna estes materiais recicláveis (Fig. 10).
A formação de ligações covalentes Os termofixos ou termoendurecíveis são amorfos, não fundem, sendo
entre as cadeias nos polímeros moldáveis de forma irreversível por ação do calor. Durante a enformação
termofixos (termoendurecíveis)
também é conhecida pelo nome formam-se ligações covalentes entre as cadeias, obtendo-se uma estru-
de cura. tura reticulada difícil de quebrar (Fig. 11). Estes plásticos são rígidos e
quando aquecidos acima de determinada temperatura decompõem-se,
ou carbonizam-se. Por esta razão, não são recicláveis.

Em síntese:
Termoplásticos Recicláveis Exemplo: polietileno

Fig. 11 A espuma rígida de poliuretano


Plásticos
é usada, por exemplo, no isolamento Termoendurecíveis Não recicláveis Exemplo: poliuretano
térmico.

12
2 Os plásticos e os materiais poliméricos

2.5 A identificação de plásticos pelos


códigos. Testes físico-químicos para
identificação de plásticos

Nas embalagens de plástico encontram-se geralmente símbolos que


identificam os tipos de plástico. Estes símbolos são muito úteis para a
sepa­ração dos diferentes plásticos e posterior reciclagem.
Apresentam-se os símbolos de identificação dos plásticos:

Com plásticos reciclados podem fabricar-se muitos objetos, como se mos-


tra na tabela.
Alguns objetos que
Objetos mais
Tipo de plástico Símbolo podem ser produzidos
facilmente recicláveis
com plástico reciclado

Fibras para vestuário,


PET 1 Garrafas, frascos caixas, fibras para
enchimento

Embalagens, tubos,
PE Grades de garrafas,
Alta densidade 2 frascos, sacos
vasos para plantas,
sacos

Tubos, molduras de Tapetes, cabos,


PVC 3 janelas, garrafas revestimentos de chão
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
PE Sacos, frascos Filme, pavimentos,
Baixa densidade 4
dt_U3.2_26 flexíveis, embalagens envelopes
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
1.a prova
EE.2017.0013.01.01
26 outub 2016 Caixas de baterias
Caixotes, vassouras,
PP Paulo
5
Amorim
dt_U3.2_27 de automóveis, sacos
de ráfia
escovas
1.a prova
NOVO _ Jogo26
deoutub
Partículas
201612 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
Paulo Amorim Embalagens de Vasos para plantas,
PS
EPS (esferovite) 6
dt_U3.2_28
iogurtes, caixas para
acondicionamento
cabides, material para
aligeiramento de solos
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
1.a prova
EE.2017.0013.01.01
Outros ou 26 outub 2016 Estacas de plástico,
combinação
NOVO
de resinas _
Paulo
Jogo de
7
Amorim
dt_U3.2_29
Partículas
Embalagens
12 (Manual)
produtos de uso
corrente
EE.2017.0013.01.01
1.a prova
26 outub 2016
dt_U3.2_30
Paulo Amorim

1.a prova
26 de
NOVO _ Jogo outub 2016 12 (Manual)
Partículas
13
Paulo Amorim
EE.2017.0013.01.01

NOVO _ Jogo dt_U3.2_31


de Partículas 12 (Manual)
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Através da Atividade Laboratorial n.º 1, pp. 27-31, veremos que testes físico-
-químicos podem ser aplicados tendo em vista a identificação de plásticos.

Exercícios para resolver


PROFESSOR
3. Considere cada um dos materiais do seguinte conjunto:
SOLUÇÕES
algodão; celuloide; nylon; borracha vulcanizada; celulose; proteínas;
3.1 Celuloide, nylon, borracha açúcar
vulcanizada. Identifique os materiais que podem ser classificados como:
3.2 Algodão, celulose,
proteínas, açúcar. 3.1 polímeros sintéticos.
3.2 polímeros naturais.

( )
4. Polietileno (PE)
H H H H

n C C Etileno (eteno) C C
4. Escreva as fórmulas de estrutura dos monómeros correspondentes
às unidades estruturais que se seguem.
H H H H n

Polímero Unidade estrutural


Polipropileno (PP)
H H
Polietileno
CH2 CH2
C C Propileno (propeno) (PE)
n
H CH3

_ Jogo de Partículas 12 (Manual) CH2 CH


5. A – V; B – F; C – V.
EE.2017.0013.01.01
Polipropileno
(PP)
dt_U3.1_02 CH3
n
2.a prova
15 nov 2016
Paulo Amorim
5. Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações
­seguintes.
(A) Nos termofixos as ligações entre as cadeias poliméricas são
O _ Jogo de Partículas 12 (Manual) mais fortes que nos termoplásticos.
EE.2017.0013.01.01 NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
(B) Tanto os termoplásticos como os termofixos podem ser fundidos
EE.2017.0013.01.01
dt_U3.1_03
para uma nova utilização.
1.a prova
26 outub 2016
(C) Os elastómeros deformam-se
dt_U3.1_05 por ação de uma força, mas voltam
Paulo Amorim à forma original quando a força deixa de se exercer sobre eles.
1.a prova
NOVO _ Jogo26
deoutub 201612 (Manual)
Partículas
Paulo Amorim
EE.2017.0013.01.01

dt_U3.1_06

1.a prova
26 outub 2016
Paulo Amorim

14
Polímeros sintéticos
3 e a indústria dos
polímeros
3.1 Como se preparam os polímeros
sintéticos: monómeros e reações
de polimerização

Molécula de nylon-6.

( )
A polimerização é o processo pelo qual os monómeros se unem, origi- H H H H
nando polímeros.
Já foi referida a obtenção do polietileno, que se dá a partir do eteno n C C C C
(etileno), C2H4, H H
H H H H n
Eteno Polietileno
sendo a unidade repetitiva: C C

H H H H

unidade estrutural que deriva do monómero eteno: C C

H H
Exemplos de unidades estruturais de alguns polímeros:
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
Polímero Polietileno (PE) Polipropileno (PP) PoliestirenoEE.2017.0013.01.01
(PS) Policloreto de vinilo (PVC)

CH2 CH dt_U3.1_02 CH CH
Unidade CH2 CH 2
CH2 CH2
estrutural n 2.a prova
CH3 15 nnov 2016 C
n n
Paulo Amorim

NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


EE.2017.0013.01.01
15
dt_U3.1_04
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Homopolímeros e copolímeros
Chama-se grau de polimerização ao número de vezes que a unidade
estrutural, ou motivo, se repete na cadeia.
O grau de polimerização do polietileno, dependendo das condições
ex­perimentais em que a polimerização é realizada, pode variar, apro­xi­ma­
da­mente, entre 3500 e 25 000, correspondendo a massas molares médias
entre 100 000 e 700 000 g mol−1. A massa molar de um polímero é sempre
um valor médio, uma vez que não se consegue que todas as moléculas do
polímero tenham exatamente o mesmo tamanho.
Os materiais poliméricos formados por cadeias que possuam um único
tipo de unidade estrutural chamam-se homopolímeros.
Se, por exemplo, A for uma unidade estrutural, a cadeia de um ho­mo­
po­­límero será:
…AAAAAAAAA…
Quando os materiais poliméricos são constituídos por duas ou mais
unidades estruturais quimicamente diferentes, chamam-se copolímeros.
Considerando B um segundo tipo de unidade estrutural, estas podem
aparecer na cadeia de um modo aleatório, alternado ou formando blocos,
dando origem a quatro tipos de copolímeros:
• copolímero aleatório: … A B B A B B B A B A B …
• copolímero alternado: … A B A B A B A B A B …
• copolímero de blocos: … A A A B B B A A A …
• copolímero de inserção (ou enxertado): A A A A A A A
B B
B B
B B
Existem outros fatores que influenciam as propriedades dos polímeros,
como o tamanho das cadeias e a existência de ramificações. Por exemplo:
a tem­­peratura de fusão é tanto mais elevada quanto maior o tamanho da
cadeia.
As cadeias lineares sem ramificações podem “empacotar-se” melhor
do que as cadeias ramificadas (Fig. 12).

A B

Fig. 12 Cadeias lineares mais uniformes (A) podem “empacotar-se” melhor, produzindo
um sólido mais denso do que as que apresentam ramificações (B).

16
3 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

Um polímero com cadeias sem ramificações é mais resistente à tração,


é mais denso e tem uma temperatura de fusão maior do que a do polímero
com cadeias ramificadas.
Em relação ao polietileno, há duas variedades comerciais. O polietileno
de baixa densidade, que apresenta algumas ramificações na cadeia, e o
polietileno de alta densidade, no qual as cadeias são quase todas linea-
res. O polietileno de alta densidade é mais forte, mas o polietileno de
baixa den­­sidade é mais transparente.
O tipo de ligações entre as cadeias tam­bém influencia as propriedades
dos polímeros. A existência de um grande número de ligações covalentes
entre as cadeias faz com que o polímero seja rígido, duro e frágil.
Após a sua síntese, é necessário adicionar aos po­lí­meros diversos adi-
tivos, tais como estabilizadores, plastificantes, car­gas pulverulentas ou
fibras, corantes, etc., para facilitar o processamento e melhorar o desem-
penho dos produtos finais.
Quanto maior o grau de polimerização, maior será o comprimento da
macromolécula e maior será a sua massa molecular.

Exercícios resolvidos

1. A massa molar média de um polipropileno é 126 kg mol–1.


1.1 Escreva a equação de polimerização.
1.2 Qual é o grau de polimerização?

Resolução

( )
1.1 O polipropileno resulta de uma polimerização por adição de n molécu-
nlasCH
de propeno.
CH CH2 CH

( )
2

n CH2 CH
CH CH2 CH
CH
3 3 n

CH3 CH3 n

1.2 Uma macromolécula tem, em média, n unidades repetitivas, número


que constitui o grau de polimerização.
massa molar média do polímero
grau de polimerização =
massa molar da unidade repetitiva
M
n = polímero
M(u.r.)
A unidade repetitiva é CH2 CH

CH2 CH
CH
3

M(u.r.) = 3 × 12,0 + 6 × 1,0 = 42,0 gCH


mol–1
3

M(polímero) = 126 kg mol–1


126 × 103
n= ⇔ n = 3000
42
O grau de polimerização é 3,00 × 103.

17
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Exercícios resolvidos

CH2 CH
2. O poliacrilonitrilo (PAN) tem a seguinte fórmula: CH2 CH

CN n CN n

Este polímero serve, sobretudo, para o fabrico de fibras têxteis.


2.1 Qual a fórmula do monómero?
2.2 O índice de polimerização deste composto é igual a 2000. Qual
é a sua massa molar média?

Resolução
H H H H
2.1

C C C C
H CN H CN
2.2 Monómero = C3H3N
M(monómero) = 53 g mol–1
n = 2000
M(polímero) = n × M(monómero) = 2000 × 53 = 1,06 × 105 g mol–1 = 1,06 × 102 kg mol–1

18
3 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

3.2 Polímeros de adição e polímeros


de condensação

A polimerização é o processo pelo qual os monómeros se unem, ori­gi­


nan­do polímeros.
Há dois tipos de polimerização: polimerização por adição, ou radicalar,
e polimerização por condensação, ou por passos.

Polimerização por adição


Na polimerização por adição, as moléculas completas dos monómeros
passam a fazer parte do polímero.
As moléculas dos monómeros têm ligações duplas ou triplas: são molé-
culas insaturadas. Por exemplo, a molécula do etileno (eteno), C2H4, tem
uma ligação covalente dupla entre os átomos de carbono e quatro liga-
ções covalentes simples entre os átomos de carbono e os átomos de
hidrogénio:
H H
H H

C C ou C C
H H H H

Sendo uma molécula insaturada, quando ativada, a ligação dupla entre


os átomos de carbono “abre-se”, sendo substituída por uma ligação cova-
lente simples. Cada átomo de carbono da molécula inicial de etileno fica
com um eletrão disponível para formar uma ligação covalente com outro
átomo de carbono de outra molécula.
H H H H

C C C C

H H H H
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
A reação de polimerização por adição do etileno pode representar-se
EE.2017.0013.01.01
da seguinte forma:
dt_U3.2_01

1.a prova
H H H H H H H H H H H H
26 outub 2016
Paulo Amorim
C C C C C C ... ... C C C C C C ...
H H H H H H H H H H H H

19
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

( )
Generalizando, tem-se:
H H H H

n C C C C

H H H H n
R O O R R O + R • O•
Etileno Polietileno
(monómero) (polímero)
eletrão livre
Numa reação de polimerização por adição podemos considerar três
etapas: iniciação, propagação e finalização.
R O O R R O• + R O•
Na etapa de iniciação intervém um iniciador, uma espécie química rea-
tiva que vai provocar a quebra de ligações na membrana.
eletrão livre Se o iniciador for
um peróxido, a ligação
NOVO _ Jogo oxigénio-oxigénio
de Partículas 12 (Manual) pode decompor-se, dando ori-
EE.2017.0013.01.01
gem a dois radicais livres. Representando o peróxido por R – O – O – R,
em que R é um radical orgânico, tem-se:
dt_U3.1_02

R O O
2.a prova R R O• + R O•
H H 15 nov 2016 H H
Paulo Amorim eletrão livre
R O• + C C R O C C•
tuv Um dos radicais livres pode reagir com uma molécula de etileno e for-
radical livre
mar um novo
H radical
H livre, de cadeiaH maisH longa:
tuv twuwv
etileno H
radical H
livre H H

R O + • C C R O C C•
tuv
radical livre
H H H H
tuv twuwv
etileno radical livre

O radical orgânico Hlivre atua


H como iniciadorHcatalítico
H da polimerização
do etileno.
R O• + C C R O C C•
Na etapa
tuv de propagação ocorre o crescimento da cadeia polimérica
radical livre
por adição sucessiva Hdas unidades
H do monómero.H H
tuv twuwv
A ligação dupla do monómero etileno é aberta pelo radical livre e liga-se
etileno radical livre
covalentemente a este:

R CH2 CH•2 + CH2 CH2 R CH2 CH2 CH2 CH2•

A cadeia vai, assim, crescendo.


Na polimerização por adição as cadeias poliméricas continuam a cres-
cer espontaneamenteR porque CH2 a CH • + CH
energia do sistema
CH2 químico
R vai dimi-
CH CH2 CH2 C
2 2 2
nuindo, isto é, a soma das energias das cadeias dos polímeros pro­duzidos
é inferior à soma das energias dos monómeros que as produzem.
A finalização, ou terminação, ocorre através da adição de um radical
livre terminador, ou quando duas cadeias se combinam. Quantidades
residuais de impurezas também podem provocar a terminação da cadeia.

R CH2 CH•2 + CH2 CH2 R CH2 CH2 CH2 CH2•

20
3 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

Na polimerização por adição os monómeros são moléculas insa­tu­ra­


das e a cadeia cresce por adição monómero a monómero.

Alguns polímeros de adição:

Polímero Unidade estrutural Aplicações

– Sacos de plástico
– Grades de garrafas
CH2 CH2 – Frascos (de champô, de gel de
Polietileno (PE)
n banho, etc.)
– Bidões e contentores de lixo
– Tubos

– Caixas de armazenamento de
CH2 CH alimentos
– Cadeiras
Polipropileno (PP)
– Embalagens
CH3 – Tubos
n
– Caixas de DVD

– Tubagens de drenagem
CH2 CH – Tapetes e cortinas de casa de
PolicloretoNOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
banho
de vinilo (PVC) EE.2017.0013.01.01
C – Garrafas de óleo
n
dt_U3.1_05 – Perfis para janelas

Teflon 1.a prova


F F – Revestimentos antiaderentes
26 outub 2016
ou Paulo – Tubagens para químicos
C Amorim
C agressivos
Politetrafluoretileno
(PTFE) NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
F F
EE.2017.0013.01.01n

dt_U3.1_06

1.a prova
Polimerização por condensação
26 outub 2016 ou por passos sucessivos
Paulo Amorim
Uma reação de condensação consiste na união de duas moléculas
grandes comNOVO _ Jogo dede
a eliminação Partículas 12 (Manual)pequena, normalmente uma
uma molécula
EE.2017.0013.01.01
molécula de H2O ou de HC.
dt_U3.1_08
A – OH + H – B → A – B + H2O
NOVO _ Jogo 1.a
de prova
Partículas 12 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
Na polimerização por
26condensação
outub 2016 tem lugar uma reação de con­den­
Paulo Amorim
sa­ção, normalmente entre dois monómeros diferentes:
dt_U3.2_08
H – X – H + HO – Y – OH + H 2.a – H + HO – Y – OH → H – X – Y – X – Y – OH + 3 H2O
– X prova
15 nov 2016
São exemplos de polímeros de condensação a celulose, as proteínas
Paulo Amorim
e o DNA – polímeros naturais –, os poliésteres e as poliamidas – políme-
ros sin­téticos. Na polimerização por condensação a cadeia desenvolve-se
não por adições unitárias, mas por blocos. Isto é possível porque os mo­nó­
me­ros são bifuncionais e, reagindo entre si, dão origem a dímeros, trí­me­
ros, etc. que também podem reagir uns com os outros.

21
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Nas reações de condensação os monómeros são bifuncionais.


?
O PET é usado para produzir garrafas Exemplos:
de água, entre outras aplicações. • A + B → AB
Apresente as vantagens e as
desvantagens do uso de garrafas
• AB + A → ABA
de PET, comparando com o uso • AB + AB → ABAB
de garrafas de vidro. • ABABAB … AB + ABAB → ABABAB … ABABAB
ou seja, na polimerização por condensação, as cadeias que se vão
for­mando podem reagir umas com as outras para formar outras cadeias
mais longas.

Os poliésteres, que podem ser utilizados como fibras sintéticas para


subs­tituir o algodão e a lã, são formados a partir da condensação de diá­
ci­­dos e diálcoois.

Alguns polímeros de condensação:

Polímero Unidade estrutural Aplicações


O O – Garrafas de água
Politereftalato – Película para embalagens
de etileno O C C O CH2 CH2 – Fibras têxteis (terylene)
(PET)
n

O – Escudos de proteção da polícia


CH3
– «Vidros» antivandalismo
Policarbonato O C O C – CD
(PC)
– Faróis de automóveis
CH3
n – Coberturas de estádios de futebol
O – Películas para embalagens
Poliamida – Fibras têxteis
ou nylon-6 (CH2) 5 C N – Material de revestimento
(PA) de ferramentas (berbequins)
H n – Depósitos de gasolina

NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


As reações podem, teoricamente,
EE.2017.0013.01.01 prosseguir mas, na prática, podem
ser interrompidas, como por exemplo:
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
• dt_U3.2_16
se oEE.2017.0013.01.01
monómero se esgotar;
• se a adição de uma determinada substância provocar o fim da rea-
1.a prova
dt_U3.2_17
26ção;
outub 2016NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
• Paulo Amorim
… 1.a prova EE.2017.0013.01.01
O controlo outub
26 2016
da extensão destas reações de polimerização condiciona o
Paulo Amorim dt_U3.2_18
comprimento da cadeia polimérica. No entanto, como é difícil controlar a
extensão das mesmas, dá-se, regra geral, um valor médio ao comprimento
1.a prova
26 outub 2016
das referidas cadeias poliméricas.
Paulo Amorim

22
3 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

3.3 Famílias de polímeros

De acordo com as características da unidade estrutural que os consti- Poliolefinas


tui, os polímeros podem ser agrupados em poliolefinas, poliacrílicos, poliu­
re­tanos, poliésteres e poliamidas. Poliacrílicos
Por exemplo, as poliamidas, ou nylon, incorporam na sua cadeia a fun­ Famílias
ção amida. de Poliuretanos
polímeros
O
H Poliésteres
O H
R C N R' Grupo amida:
Poliamidas
n C N

Existem diversos tipos de nylon com unidades estruturais diferentes,


mas todos têm em comum a função amida.
Os nylon podem obter-se por reações de polimerização por con­den­sa­
ção, fazendo reagir uma diamida com um diácido NOVO _carboxílico,
Jogo de Partículas
com 12eli(Manual)
­mi­
EE.2017.0013.01.01
na­ção de água.
O nylon-6,6 (Fig. 13), por exemplo, é uma poliamida que se obtém a par-
dt_U3.2_14
tir da polimerização por condensação entre a hexano-1,6-diamina e o
ácido hexanodióico. 2.a prova
15 nov 2016
Este_ nylon
NOVO chama-se
Jogo de Partículas 6,6 porque estes dois monómeros
12 (Manual) contêm, cada
Paulo Amorim
EE.2017.0013.01.01
um, 6 átomos de carbono. O nylon-6,6 tem natureza estrutural. Fig. 13 Preparação do nylon-6,6.
dt_U3.2_14a
H H O O H H O O
... + 1.a2prova
N — (CH )6 — N + C — (CH2)4 — C + N — (CH2)6 — N + C — (CH2)4 — C + ...
H 16 nov 2016
H HO OH H H HO OH
Paulo Amorim

O O O O

... — HN — (CH2)6 — NH — C — (CH2)4 — C — HN — (CH2)6 — NH — C — (CH2)4 — C — ... + 4 H2O

Unidade estrutural

Na polimerização do nylon verifica-se que, se o crescimento for reali- Os nylons são resistentes e rígidos,
zado em passos sucessivos, as cadeias que se vão formando podem rea- tendo começado por substituir a seda
gir umas com as outras, originando cadeias mais longas. na confeção de alcatifas e cordões.

O nylon é um termoplástico muito utilizado. Existem outros tipos de


nylon disponíveis, nomeadamente o nylon-4,6NOVO e _o nylon-6,10.
Jogo A nomencla-
de Partículas 12 (Manual)
tura do nylon-6,10, tal como já foi referido, é função do número de átomos
EE.2017.0013.01.01
de carbono do monómero e do número de átomos de carbono do diácido.
dt_U3.2_15
A proporção de átomos de carbono dá a cada tipo de nylon características
específicas. No que se refere ao nylon-6,10, ele apresenta
2.a prova uma marca
registada de polímeros da família das poliamidas enov 15 2016
tem, entre outras
Paulo Amorim
características, boa resistência à maioria dos solventes e à diluição de
alguns ácidos minerais.

23
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

A diminuição dos recursos naturais levou à necessidade de se encon-


trarem novos materiais ou, até mesmo, à transformação de materiais anti-
gos em novos produtos através de manipulações físicas e químicas.
Consideram-se novos materiais, materiais com propriedades especiais
recém-descobertas. São também considerados novos materiais os que
são modificados de modo a adquirirem novas propriedades.
Alguns exemplos de novos materiais são os vidros inquebráveis, plásti-
cos mais duros que o aço, plásticos condutores e polímeros com proprie-
dades óticas.
A investigação contínua de novos materiais que possam ser aplicados
na indústria, medicina e outras áreas tem conduzido a resultados sur-
preendentes. De entre os novos materiais, os mais importantes são os
biomateriais, os biopolímeros e os materiais compósitos.
Exercícios resolvidos

3. Os soalhos de plástico são consti- Resolução

( )
tuídos por um copolímero de ace­
Monómero A Monómero B
ta­to de vinilo e cloreto de vinilo.

( )
Escreva a equação química que H2C CH CH CH2 CH CH2
H H
traduz a reação deste processo. O O C
n + n C C
C O C O
C H
CH3 CH3 n

Acetato de vinilo Cloreto de vinilo Copolímero

4. A massa molar média de um po- Resolução


lietileno é 300 kg mol−1.
4.1 O polietileno resulta de uma polimerização por adição de n moléculas
4.1 Escreva a reação de polime­ de etileno (eteno):

( )
ri­zação do polietileno.
Monómero A Monómero B
4.2 Selecione a opção que cor­

( )
res­ponde ao grau de poli- H2C CH CH CH2 CH CH2
merização deste polímero. H H
O O C
(A) 1,1 × 10 n + n C C
C O C O
C H
(B) 2,2 × 10 CH3 CH3 n

(C) 1,1 × 104 Acetato de vinilo Cloreto


NOVO _de vinilo
Jogo Copolímero
de Partículas 12 (Manual)
(D) 2,2 × 10 4 EE.2017.0013.01.01
4.2 Uma macromolécula tem, em média, n unidades estruturais, número que
constitui o grau de polimerização.dt_U3.2_19
massa molar média do polímero
grau de polimerização =
massa molar da unidade estrutural
2.a prova
unidade estrutural (u.e.): –CH2–CH 162–
nov 2016
M = 28,05 g mol−1; M Paulo
= 300 kgAmorim
mol−1
(u.e.) (polímero)
M(polímero) 300 × 103
n= → n= ⇔ n = 10 695 ⇔ n = 1,1 × 104
M(u.e.) 28,05
Resposta: Opção (C).

NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


24 EE.2017.0013.01.01

dt_U3.2_19
3 Polímeros sintéticos e a indústria dos polímeros

Exercícios para resolver


PROFESSOR
6. Considere as unidades estruturais dos seguintes polímeros e indique o grupo
fun­cional presente em cada um deles. SOLUÇÕES

I. Nylon 6. I. Amida; II. Éter; III. Éster.

C ( CH2) 4 C N ( CH2) 6 N 7.1 Opção (B)


7.2 Opção (C)
O O H H

II. Carbowax

O CH2 CH2

III. Dacron

O C C O CH2 CH2
O O
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
EE.2017.0013.01.01
7. A polimerizaçãodt_U3.3_03
de derivados do etileno dá origem a compostos cujas estruturas
dt_U3.3_04
con­têm a longa cadeia do polietileno, com substituintes a ela ligados, mais ou
1.a prova_emendad
me­nos regularmente, ao longo da cadeia. Um desses derivados é o policloreto
1.a prova_emendad
de vinilo, PVC,26 umoutub
26
2016
polímero
outub 2016 termoplástico utilizado em tubos de plástico, brin­
Paulo Amorim
que­dos, etc. A unidade estrutural do PVC pode ser representada por:
Paulo Amorim

CH2 CH

NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)


EE.2017.0013.01.01
C
n
dt_U3.3_05
7.1 Selecione a opção que corresponde ao monómero utilizado no fabrico do
PVC. 1.a prova_emendad
26 outub 2016
(A) CH3–CH2C Paulo Amorim
(B) CH2=CHC
(C) CCH2–CH2C
(D) CCH=CHC
7.2 Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte. O PVC é um
homopolímero de adição porque…
(A) resulta da combinação de compostos orgânicos com vários grupos fun-
cionais.
(B) os monómeros envolvidos na sua formação são compostos orgânicos
com ligaçõesNOVO _ Jogo de Partículas
carbono-carbono triplas.12 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
(C) a sua massa molar é múltipla da massa molar do monómero.
(D) há associação de monómeros com formação simultânea de outras
dt_U3.1_08
moléculas mais pequenas.
1.a prova
26 outub 2016
Paulo Amorim

25
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Exercícios para resolver


PROFESSOR
H H
8. Considere a fórmula de estrutura do polímero policloreto de vinilo, conhecido
C C por PVC.
SOLUÇÕES
H C
8.1 H HH H CH2 CH
C CC C

H HC C C
8.2 Opção (C) n
CH CH2
8.3 1,50 × 103
C 8.1 Escreva a fórmula da unidade estrutural deste polímero.
9.1 Policloreto de vinilo 8.2 Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte. O policloreto
9.2 CH CH CH2CH2
de vinilo é…
C C
(A) um homopolímero de condensação.
9.3 CH CH2
(B) um copolímero de adição.
C
ou CHC CH2 (C) um homopolímero de adição.
Por exemplo,
CH CH CH2CH2tapetes e (D) um copolímero de condensação.
cortinas de casa de banho.
C C 8.3 Determine o grau de polimerização (arredondado por defeito) de um policlo-
ou CHC
ou CHC CH2CH2
10. Opção (D) reto de vinilo cuja massa molar média é 9,375 × 104 g mol−1.

11. Opção (B) 9. Considere o seguinte polímero.


NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
EE.2017.0013.01.01
CH2 CH CH2 CH CH2 CH CH2
dt_U3.1_08
C C C n
1.a prova
9.1 26 outub 2016
Que nome tem este polímero?
Paulo Amorim
9.2 Escreva a unidade repetitiva.
9.3 Escreva a fórmula química e o nome do monómero que origina este polímero.
Identifique duas aplicações do polímero no quotidiano.

10. Escolha a opção que completa corretamente a frase seguinte.


A copolimerização resulta da…
(A) adição de duas moléculas iguais.
(B) condensação NOVO _ Jogo de Partículas 12 (Manual)
de duas moléculas diferentes.
EE.2017.0013.01.01
(C) condensação de duas moléculas
dt_U3.3_02
iguais.
(D) adição de duas moléculas diferentes.
1.a prova
26 outub 2016
Paulo Amorim
11. Escolha a opção que completa corretamente a frase seguinte.
O nylon é um polímero que se obtém por…
(A) adição de ácido adípico a uma poliamida com 6 átomos de carbono.
(B) condensação do ácido hexanodióico e da hexano-1,6-diamina.
(C) condensação do ácido ftálico.
(D) adição de ácido hexanodióico com hexano-1,6 diamida.

26
1 ATIVIDADE LABORATORIAL
Identificação de plásticos através de testes físico-químicos

A identificação de plásticos pode ser feita por testes físico-químicos.


Processos físicos – comparação da densidade com a água e álcool isopropílico.
Processos químicos – cor da chama da combustão, análise por via seca, reação com a ace-
tona a frio e a quente.

Tipo de plástico Comportamento

Não flutua em água;


A chama é amarelo alaranjada;
PET ou PTE
Não reage com a acetona a frio;
Amolece quando aquecido em acetona.

Flutua em água;
PEAD
Não flutua em álcool isopropílico.
Não flutua em água;
PVC
A chama é verde.
Flutua em água;
PEBD A chama é azul;
Flutua em álcool isopropílico.
Flutua em água;
PP A chama é amarela;
Flutua em álcool isopropílico. O diagrama mostra uma sequência
Não flutua em água; de ensaios quí­mi­cos, também cha­mada
PS A chama é amarela; “mar­cha de análise”, que permite iden­
Dissolve-se e dilata em acetona.
ti­f i­car diferentes tipos de plásticos.

Marcha de análise

AMOSTRA DE PLÁSTICO
faz-se o

Teste de densidade (água)


se mergulha faz-se o se flutua faz-se o

Teste da chama Teste de densidade


se apresenta se apresenta (álcool isopropílico)
cor verde cor amarela faz-se o se mergulha se flutua
faz-se o
PVC Teste de acetona
(policloreto se dilata se não dilata PEAD Teste de
de vinilo) (polietileno de alta
faz-se o densidade) combustão
PS Teste se a chama se a chama
(poliestireno) de aquecimento é azul é amarela
se amolece
PEBD
PET PP
(polietileno de baixa
(politeraftalato de etileno) (polipropileno)
densidade)

27
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Esta atividade laboratorial pode ser dividida em duas parte:


1.a parte – verificar a funcionalidade da marcha de análise, executando ensaios físico-químicos
que englobem todos os tipos de plástico, tendo em conta o símbolo respetivo;
2.a parte – identificar uma amostra de plástico desconhecida, executando os ensaios físico-
-químicos presentes na marcha de análise.

Procedimento experimental
1. Entregar a cada um dos grupos uma amostra do mesmo tipo de polímero de compo- Material: Balança
analítica; bico de Bunsen
sição conhecida e seguir o procedimento indicado na marcha de análise. ou lamparina; 3 copos de
2. Registar o que observa. precipitação de 250 mL;
pinça; pipeta; pompete;
3. R
 epetir o procedimento indicado na marcha de análise, agora para analisar uma 2 pares de luvas de
amostra de plástico de composição desconhecida. borracha; vareta de
vidro; vidro de relógio.
Para realizar os diferentes testes deve proceder-se do seguinte modo:
Reagentes: Diferentes
tipos de plástico
Teste de densidade em água devidamente
Num copo de 250 mL, colocar cerca de 175 mL de água à identificados; amostra de
temperatura ambiente. Introduzir a amostra e agitar com uma plástico não identificado;
vareta para retirar as bolhas de ar aderentes. Deixar repousar álcool isopropílico
e observar se o plástico flutua ou mergulha. a 70% V/V*; acetona;
água desionizada; fio
de cromoníquel.

* Substância corrosiva
Teste da chama
Colocar um fio de cromoníquel na chama de um bico de Bun-
sen (lamparina) até ficar ao rubro. Cui­da­do­sa­mente, tocar
com o fio na amostra de plástico. Levar o fio novamente à
chama e observar se a cor da chama fica verde ou amarela.
Teste de densidade em álcool isopropílico
Num copo de 250 mL, colocar 64 g de ácido iso­pro­pí­lico
(70% V/V) e adicionar água até perfazer 100 g de solução.
Teste de acetona Introduzir a amostra e agitar com uma vareta para retirar as
Colocar, num copo de 250 mL, 30 cm3 de acetona; tapar o bolhas de ar aderentes. Deixar repousar e observar se o plás-
copo com um vidro de relógio e mantê-lo afastado de cha- tico flutua ou mergulha.
mas. Introduzir a amostra de plástico na acetona e aguardar
cerca de 5 segundos. Com­pri­mir a amostra e verificar se fica
dilatada / amolecida.
Teste de combustão
Preparar uma amostra em forma de anel (com um ori­fí­cio no
centro). Segurar a amostra com uma pinça e aquecê-la na
chama de um bico de Bunsen até co­me­çar a arder. Retirar a
Teste do aquecimento amostra e observar a cor que a chama tem até arder por com-
Num copo de 250 mL, colocar cerca de 125 mL de água e pleto (azul ou amarela).
aquecer até à ebulição. Com o auxílio de uma pinça, mergulhar
a amostra de plástico na água e observar se amolece ou não.

Sugestão: propõe-se que no final da atividade laboratorial os diferentes grupos comparem os


resultados obtidos.

28
Elaboração de relatório
Nesta atividade verificou-se a funcionalidade da marcha de análise, executando ensaios físico-
-químicos, tendo em conta o tipo de plástico a analisar e o símbolo respetivo e identificando uma
amostra de plástico desconhecido. Com base nas observações feitas no decurso da atividade, os
alunos poderão responder à seguinte questão:
• Como se pode identificar um plástico no laboratório?

No final da atividade, os alunos deverão elaborar um relatório, que contemple os seguintes


pontos:
• Título
• Pequena introdução teórica
indicando os diferentes tipos de polímeros e, para cada tipo de plástico analisado, o mo­nó­
me­ro, a unidade repetitiva e o polímero, explicitando ainda a diferença entre elastómeros e
plás­ticos;
• Material e reagentes utilizados
neste ponto é importante indicar as regras de segurança a adotar quando se trabalha com
acetona e o álcool isopropílico, substâncias inflamáveis;
• modo de proceder;
• registo das observações efetuadas
este registo pode ser organizado numa tabela semelhante à que se segue

Teste de densidade
Tipos de Teste de Teste de Teste de
Ensaios Em álcool
plástico Em água aquecimento combustão acetona
isopropílico

PET (1)

PEAD (2)

PVC (3)
1.a Parte
PEBD (4)

PP (5)

PS (6)

Plástico
2.a Parte não
identificado

• Análise dos resultados obtidos / conclusões


na qual se deve distinguir os diferentes tipos de plásticos através dos registos efetuados.
Os alunos deverão, ainda, discutir em plenário de turma:
– a questão colocada, comentando as observações registadas;
– a finalidade dos testes laboratoriais (isolados ou conjugados) na identificação de uma
amostra desconhecida.

29
Extensão 7.1 Polímeros e materiais poliméricos

Questões teórico-práticas
1. Com o objetivo de identificar quatro amostras de plásticos, rotuladas X, Y, W e Z, num conjunto
que se sabe incluir polietileno de alta densidade (PEAD), poliestireno (PS), politereftalato de
etileno (PET) e polipropileno (PP), foi fornecido a um grupo de alunos a seguinte marcha para a
identificação das referidas amostras.

AMOSTRA DE PLÁSTICO

Flutua em água

não sim

Flutua numa mistura de massas


A acetona dilata / dissolve?
iguais de etanol e de água?

não sim não sim

PET PS PEAD PP

No gráfico estão registados valores experimentais de massa volúmica, ρ, de misturas etanol / água
em função da respetiva percentagem, em massa, de água na mistura, %m/m, a 25 ºC.

Os resultados observados apresentam-se registados na tabela seguinte.


1,00
ρ / g cm–3

Teste de flutuação
Amostra Numa mistura de massas Teste de acetona
Em água 0,95
iguais de etanol e de água
X Não Não Não dilata 0,90
Y Não Não Dilata / dissolve
0,85
W Sim Não
Z Sim Sim 0,80

0,75
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
1.1 
Selecione, de entre as alternativas indicadas, a que completa Percentagem, em massa, de água na mistura
corretamente a frase seguinte.
Face aos resultados experimentais, pode concluir-se que as
amos­­tras X, Y, W e Z são, respetivamente, …
(A) PP, PS, PET e PEAD.
(B) PET, PS, PEAD e PP.
(C) PS, PET, PP e PEAD.
(D) PET, PP, PS e PEAD.

30
1.2 Com base nas informações da marcha e/ou do gráfico esclareça, através de um texto, se é
possível substituir o teste de dissolução em acetona, utilizado para identificar o PET e o PS,
por um teste de flutuação numa qualquer mistura de etanol / água.

2. A figura representa esquematicamente a identificação de três materiais poliméricos.

B C

B C B C
A

2.1 
Das seguintes conclusões identifica as que se referem à experiência.
(A) A é um polímero de alta densidade.
(B) Os materiais B e C são mais densos que a água.
(C) O material B é esferovite.
(D) A acetona dissolve o material B.
(E) A é poliestireno, que pertence à família dos acrílicos.

2.2 O material C é um polietileno.


• Escreve a fórmula do monómero.
• Classifica o polímero quanto aos monómeros e ao tipo de cadeia.
• Identifica a família a que pertence este polímero.

31

Você também pode gostar