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Forum 3 Mic Elisio
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Tal como a pesquisa etnográfica, o estudo de caso leva em conta a abordagem qualitativa.
O estudo de caso é “o estudo de um caso, seja ele simples e específico, como o de uma
professora competente de uma escola pública, ou complexo e abstrato, como o das classes de
alfabetização ou o do curso noturno” (Lüdke & André, 1986, 17).
Neste sentido, o caso deve ser sempre bem delimitado, mesmo que seja similar a outros, deve ter
sua singularidade, o que pode despertar interesse para o pesquisador, deve ser signficativo e bem
representativo, de modo que possa permitir a generalização para situações similares, a partir de
inferências.
As principais características no estudo de caso foram assim resumidas por Lüdke e Andre:
1) Tem por finalidade à descoberta, ou seja, busca encontrar novas respostas e soluções,
novas indagações no desenvolvimento das actividades e no trabalho do dia a dia.
3) Buscam retratar a realidade de forma completa e profunda, a partir do olhar que se faz
da influência da multiplicidade de dimensões na situação problema. Privilegia a inter-
relação entre as componentes sa situação a ser pesquisada;
4) Usam uma variedade de fontes de informação. Num estudo de caso a realizar-se numa
escola, por exemplo, o pesquisador deverá procurar ouvir/observar todos os
intervenientes (pais, professores, funcionários, alunos, etc.) da mesma e diversas
situações (reuniões, sala de aula, merenda, jogos, etc.);
7) Utilizam uma linguagem acessível na elaboração dos seus relatórios, que pode ser
expressa em forma de desenhos, fotografias, colagens, etc.
Lüdke & André (1986), apresentam três principais etapas do desenvolvimento do estudo de caso,
disignidamente: a fase exploratória, a colecta de dados e a análise sistemática e elaboração do
relatório (p. 21))
1ª etapa: exploratória
Esta etapa envolve a “colecta sistemática de informações, utilizando instrumentos mais ou menos
estruturados, técnicas mais ou menos variadoas, sua escolha sendo determinadas pelas
caracteristicas próprias do objectos estudado” (idem, p.22).
O pesquisador deve nesta etapa seleccionar os aspectos mais relevantes e determinar o recorte,
ou seja, o caso a ser estudado.
Todas as informações colectadas na primeira e segunda etapa devem merecer um tratamento, que
culminem com a elaboração de um relatório a ser apresentado na forma escrita, impressa, visual
ou auditiva.
É importante lembrar que a análise do estudo de caso é composta por relatórios que são
realizados em cada visita ao local de estudo e por todas as informações pertinentes para a
compreensão do caso.
Há que destacar que muitas das pesquisas realizadas no final de conclusão da licenciatura e que
são apresentadas em formas de monografias são feitas com base no estudo de caso, no qual
estudantes identificam, a partir de suas experiências profissionais e pessoais, suas vivências e
interações com os docentes e outros profissionais, situações únicas e singulares em suas escolas
ou locais de trabalho e as estudam.
Quanto ao estudo de caso, podemos concluir que constitui um método privilegiado para estudar
fenómenos ou acontecimentos sociais que revelam uma singularidade e, ao mesmo tempo, uma
complexidade, em termos de apreensão global. O seu carácter único e a ausência de estudos
empíricos similares, faz com que este método possa introduzir-nos numa primeira aproximação
(exploratória) empírica ao objecto de estudo (Canastra; Haanstra, & Vilanculos, 2012, p.12).
Assim, o contexto natural (ecológico) passa a ser o cenário privilegiado da colheita de dados.
Importa, ainda, referir que ao querermos estudar um fenómeno numa óptica holística e dentro da
sua complexidade própria, torna-se um imperativo recorrer à triangulação de instrumentos de
recolha de dados.
Referências bibliográficas
André, M. E. D. A.; Lüdke, M. (1986). Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. EPU.
São Paulo
Canastra, F., Haanstra, F.; Vilanculos, M. (2012). Manual de Investigação da UCM. (1.a ed.).
Instituto Integrado de Apoio a Investigação Científica. Beira