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1.

UFTM 2011
Considere as informações.
É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética [desse movimento literário].
(...)
Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida (a mimese pela mimese), concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no fundo, o ideal da
impessoalidade que partilhavam com os [escritores] do tempo.
(Alfredo Bosi. História concisa da Literatura Brasileira.)
O texto alude aos poetas

a. ultrarromânticos, que romperam com a poesia indianista e ufanista. a exemplo de Alvares de Azevedo.
b. realistas, que trataram. em sua obra poética, de temas ligados ao cotidiano, tal como fez Machado de Assis.
c. parnasianos, que, afastando-se dos ideais românticos, buscavam a linguagem isenta de subjetivismo. a exemplo de Olavo Bilac.
d. simbolistas, que romperam com o pessimismo romântico e propuseram uma poética espiritualizada, como fez Cruz e Souza.
e. modernistas. que. negando os preceitos da poesia romântica. buscavam uma poética nacional, a exemplo de Mário de Andrade.

2. FGV 2005
Assinale a alternativa correta a respeito do Parnasianismo:

a. A inspiração é mais importante que a técnica.


b. Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação, ao ritmo, as rimas ricas ou raras.
c. O nome do movimento vem de um poema de Raimundo Correia.
d. Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo.
e. No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco.

3. UNIFESP 2006
Leia os versos de Olavo Bilac e responda
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
E a força e a graça na simplicidade.
Nos versos, apresenta-se uma concepção de arte baseada __________ , própria dos poetas _________ .
Na frase, os espaços devem ser preenchidos por

a. na expressão dos sentimentos ... românticos.


b. na sugestão de sons e imagens ... parnasianos.
c. na contestação dos valores sociais ... simbolistas.
d. no extremo rigor formal ... parnasianos.
e. na expressão dos conflitos humanos ... simbolistas.

4. UNB 2012
Vaso grego
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
lgnota voz, quai se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.
Alberto de Oliveira. Poesias completas. In: Crítica. Marco Aurélio de Mello Reis. Rio de Janeiro: EDUERJ, 197. p.144.
A partir da leitura do soneto Vaso grego, assinale a opção correta a respeito do tratamento estético conferido aos mitos antigos pela poética parnasiana.

a. recorrência a temas mitológicos atraía o leitor comum e amenizava os efeitos de distanciamento impostos a ele pelo rebuscamento da linguagem parnasiana.
b. Os mitos antigos são atualizados na poesia parnasiana e recebem um significado poético novo, que promove a ruptura efetiva com o passado e a tradição
mítica.
c. O tratamento estético dos mitos gregos na poesia parnasiana aproxima o antigo mundo mitológico dos problemas imediatos e concretos da vida social
brasileira.
d. A presença de elementos da arte e da mitologia gregas no soneto apresentado está de acordo com uma máxima do Parnasianismo: a arte pela arte.

5. UNIFESP 2006
Leia os versos de Olavo Bilac e responda
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
E a força e a graça na simplicidade.
Os versos denunciam

a. vocabulário simples e pouca preocupação com as qualidades técnicas do poema. já que as sugestões sonoras não estão neles presentes.
b. emoção expressa racionalmente, embora seja bastante evidente o caráter subjetivo na construção das imagens.
c. a busca da perfeição na expressão, visando ao universalismo, como exemplificam os termos Beleza e Verdade. grafados com maiúsculas.
d. o afastamento da realidade social, decorrente de uma visão idealizada do mundo, descrito por metáforas pouco objetivas.
e. a forma de expressão pouco idealizada. resultante de uma concepção de mundo marcada pela complexidade que, nos versos. se manifesta em vocabulário
seleto.

6. Espcex (Aman) 2014


Quanto à poesia parnasiana, é correto afirmar que se caracteriza por

a. buscar uma linguagem capaz de sugerir a realidade, fazendo, para tanto, uso de símbolos, imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e
cromáticos, tudo com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo, antilógico e antirracional.
b. cultivar o desprezo pela vida urbana, ressaltando o gosto pela paisagem campestre; elevar o Ideal de uma vida simples, integrada a natureza; conter nos
poemas elementos da cultura greco-latina; apresentar equilíbrio espiritual, racionalismo.
c. apresentar interesse por temas religiosos, refletindo o conflito espiritual, a morbidez como forma de acentuar o sentido trágico da vida, além do emprego
constante de figuras de linguagem e de termos requintados.
d. possuir subjetivismo, egocentrismo e sentimentalismo, ampliando a experiência da sondagem Interior e preparando o terreno para investigação psicológica.
e. pretender ser universal, utilizando-se de uma linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal.

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7. UFG 2008
Leia o soneto a seguir.
XXXI
Longe de ti, se escuto, porventura,
Teu nome, que uma boca indiferente
Entre outros nomes de mulher munnura,
Sobe-me o pranto aos olhos, de repente...
Tal aquele, que, misero, a tortura
Sofre de amargo exílio, e tristemente
A linguagem natal, maviosa e pura,
Ouve falada por estranha gente...
Porque teu nome é para mim o nome
De uma pátria distante e idola trada,
Cuja saudade ardente me consome:
E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.
(BILAC. Olavo. 'Melhores poemas'. Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: Global, 2003. p. 54. (Coleção Melhores poemas).
Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços românticos em sua obra. No soneto apresentado observa-se o seguinte traço
romântico:

a. objetividade do eu lírico.
b. predominância de descrição.
c. utilização de universo mitológico.
d. erudição do vocabulário.
e. idealização do tema amoroso.

8. UFRGS 2006
Com relação ao Parnasianismo, são feitas as seguintes afirmações.
I - Pode ser considerado um movimento anti-romântico pelo fato de retomar muitos aspectos do racionalismo clássico.
II - Apresenta características que contrastam com o esteticismo e o culto da forma.
III - Definiu-se, no Brasil, com o livro "Poesias", de Olavo Bilac, publicado em 1888.
Quais estão corretas?

a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas I e III.
d. Apenas II e III.
e. I, Il e III.

9. FGV 2007
Leia o poema a seguir e responda às questões a ele pertinentes.
Vê-se no espelho; e vê, pela janela,
A dolorosa angústia vespertina:
Pálido morre o sol... Mas, ai!
Termina Outra tarde mais triste, dentro dela;
Outra queda mais funda lhe revela
O aço feroz, e o horror de outra ruína;
Rouba-Ihe a idade, pérfrda e assassina,

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Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!
Fios de prata... Rugas. O desgosto
Enche-a de sombras, como a sufocá-la.
Numa noite que aí vem... E no seu rosto
Uma lágrima trémula resvala,
Trémula, a cintilar, - como, ao so¡ posto,
Uma primeira estrela em céu de opala.
Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2004
A respeito do poema, pode-se dizer que:

a. "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a uma mulher.


b. "A dolorosa angústia vespertina" (verso 2, primeira estrofe) refere-se a uma mulher.
c. "dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a "tarde".
d. "dentro dela" (verso 4, primeira estrofe) refere-se a "janela".
e. "céu de opala" (verso 3, quarta estrofe) refere-se a um céu sombrio.

10. ESPM 2006


O texto que segue é do periodo parnasiano no Brasil. Após Iê-Io, marque a opção com afirmação COERENTE:
Nas fendas e desvãos, em lar humilde ou nobre,
Fora da luz, se esconde a tímida barata.
Se sai do esconderijo e humano olhar descobre,
Prestes foge, e o pavor mais a acelera e achata.
Raro espalma num voo as asas cor de cobre.
A farejar com a tromba, em tudo põe a pata.
Ladra voraz, não poupa o negro pão do pobre,
Tisna as cartas de amor, mancha o cristal e a prata.
Múmia escamosa, o odor que exala causa nojo.
Cauta, vive a espreitar do fundo do seu fojo
A lesma que rasteja e o pássaro que voa.
Mas raia uma hora azul também em sua vida:
De branco, um dia acorda! E é bela, assim vestida,
Como a noiva que o amor ao pé do altar coroa...
(Gustavo Teixeira)
VOCABULÁRIO:
tisnar: enegrecer com carvão; queimar; macular.
cauta: cautelosa; prevenida.
fojo: caverna ou cova onde se acoitam feras.

a. Trata-se de um soneto (estrofes organizadas em dois quartetos e dois tercetos) de versos decassílabos.
b. Para os padrões parnasianos, o poema usa vários 'enjambements', ou seja, encadeamento dos versos.
c. Olavo Bilac. ícone do movimento literário, fez várias poesias sobre o assunto em questão (a natureza identificada com o eu-Iírico).
d. O aspecto vil da temática do poema será intensamente explorado na obra de Augusto dos Anjos.
e. O tom equilibrado com que se trata o tema do texto diverge dos principios clássicos explorados pelos parnasianos.

11. UNESP 2020


Tal movimento distingue-se pela atenuação do sentimentalismo e da melancolia, a ausência quase completa de interesse político no contexto da obra
(embora não na conduta) e (como os modelos franceses) pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico. O mito da pureza da língua,
do casticismo vernacular abonado pela autoridade dos autores clássicos, empolgou toda essa fase da cultura brasileira e foi um critério de excelência. É
possível mesmo perguntar se a visão luxuosa dos autores desse movimento não representava para as classes dominantes uma espécie de correlativo da

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prosperidade material e, para o comum dos leitores, uma miragem compensadora que dava conforto.

(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)

O texto refere-se ao movimento denominado

a. Romantismo.
b. Barroco.
c. Parnasianismo.
d. Arcadismo.
e. Realismo.

12. UEL 1995


Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente as lacunas do texto inicial.

Esses poetas dedicavam-se, muitas vezes, a escrever sobre um "vaso grego", uma "taça de coral", uma "brilhante copa". Ao mesmo tempo em que
admiravam os "áureos relevos", o "fino lavor" e o som "canoro e doce" desses objetos, viam-se a si mesmos como artesãos do verso, verdadeiros "ourives"
da língua. Essa tendência preciosista teve em ............. e ............. dois dos principais representantes, dentro do estilo ........... .

a.
Castro Alves e Gonçalves Dias - romântico
b.
Olavo Bilac e Alberto de Oliveira - parnasiano
c.
Gonçalves Dias e Olavo Bilac - romântico
d.
Alberto de Oliveira e Castro Alves - parnasiano
e.
Gonçalves Dias e Alberto de Oliveira - parnasiano

13. UEMS 2006


Observe com atenção os poemas abaixo:

Profissão de fé

Invejo o ourives quando escrevo:


Imito o amor.
Com que ele, em ouro o alto-relevo
Faz de uma flor.
Imito-o e, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
BILAC, Olavo

Abaixo os puristas

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Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de
si mesmo.
BANDEIRA, Manuel.

Com base na leitura dos dois poemas e nos seus conhecimentos sobre literatura brasileira, é correto classificá-los como:

a.
Romântico e parnasiano
b.
Parnasiano e modernista
c.
Modernista e realista
d.
Romântico e modernista
e.
Simbolista e realista

14. UEL 1998


Olavo Bilac e Alberto de Oliveira representam um estilo de época de acordo com o qual

a.
o valor estético deve resultar da linguagem subjetiva e espontânea que brota diretamente das emoções.
b.
a forma literária não pode afastar-se das tradições e das crenças populares, sem as quais não se enraíza culturalmente.
c.
a poesia deve sustentar-se enquanto forma bem lapidada, cuja matéria-prima é um vocabulário raro, numa sintaxe elaborada.
d.
devem ser rejeitados os valores do antigo classicismo, em nome da busca de formas renovadas de expressão.
e.
os versos devem fluir segundo o ritmo irregular das impressões, para melhor atender ao ímpeto da inspiração.

15. UFV 2011


Leia o poema abaixo, de Olavo Bilac:

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

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Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(BILAC, Olavo. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1980. p. 86.)

A expressão metafórica usada para se referir à língua portuguesa é:

a.
exílio amargo.
b.
amor sem brilho.
c.
última flor do Lácio.
d.
gênio sem ventura.

16. PUC-PR 2001


A história da poesia brasileira no século XX pode ser dividida em cinco momentos:

I- A coexistência do Parnasianismo e do Simbolismo.


II- O Modernismo, iniciado oficialmente com a Semana de Arte Moderna.
III- A Geração de 45.
IV- O Concretismo.
V- A poesia contemporânea.

Numere as características abaixo de acordo com essa divisão e assinale a alternativa que contém a sequência encontrada:

( ) Incorporação do espaço gráfico.


( ) Ruptura com o formalismo da estética anterior.
( ) O culto da forma, seja na técnica de composição, seja na expressividade sonora.
( ) Misticismo e retomada da tradição formal.
( ) Metapoética e experimentalismo.

a.
II, III, IV, I e V.
b.
IV, V, II, I e III.
c.
II, III, V, I e IV.
d.
IV, II, I, III e V.
e.

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V, IV, II, I e III.

17. UFAM 2010


Coloque V para afirmativas verdadeiras e F para as falsas. Assinale a sequência correta.
Pode-se descrever o Parnasianismo como um movimento
( ) cujo conteúdo é mais importante que a forma de seus textos.
( ) que trabalha com temas greco-latinos e prefere formas fixas, como o soneto.
( ) que legou obras de cunho social, preocupado com a situação do país em seu tempo.
( ) cujo descritivismo dos poemas se iguala ao Romantismo, ambos preocupados com o ambiente político de seus respectivos momentos históricos.
( ) em que a mulher é apresentada como a musa inspiradora, situada em meio à natureza brasileira.

a.
F–V–F–V–F
b.
V–V–F–F–V
c.
F–V–F–F–F
d.
F–F–F–V–V
e.
V–F–F–F–V

18. UNEMAT 2008


O Romantismo foi uma escola literária em que uma das propostas era valorizar a cultura nacional. Considerando este comentário, assinale a alternativa
CORRETA.

a.
As vanguardas européias foram rejeitadas pelos românticos.
b.
O parnasianismo foi uma das tendências do Romantismo.
c.
A idealização da natureza e dos povos indígenas foi uma marca da literatura romântica.
d.
A mulher era a principal personagem da literatura nacionalista romântica.
e.
As personagens do Romantismo são pragmáticas e atuantes.

19. UPE 2011


Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,


Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela

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E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
BILAC, Olavo. Antologia Poética. São Paulo, 1990. 12.

Considerando o texto, assinale a alternativa CORRETA.

a.
O soneto, nas suas quatro estrofes, traduz um sentimento subjetivo e uma métrica despreocupada com a forma comum aos textos de Olavo Bilac e de outros
autores parnasianos, como Alberto de Oliveira.
b.
“Última flor do Lácio” é uma expressão que demonstra o quanto a poesia de Bilac, claramente de natureza parnasiana, cuidadosamente metrificada, apresenta a
mesma atenção no trato com o vocabulário erudito.
c.
O eu lírico, em todas as estrofes, por meio de versos pouco metrificados e linguagem desatenta à sintaxe lusitana, faz uma ode à língua portuguesa, enfocando o
amor à pátria.
d.
No poema de Olavo Bilac, a língua portuguesa é homenageada. Da mesma maneira, em quase todos os seus poemas, Cruz e Sousa também tece homenagens à
língua portuguesa e à maneira europeia de ver a vida.
e.
O eu lírico, em vários versos do poema, adjetiva o idioma português com palavras que deixam transparecer a despreocupação da estética parnasiana em relação à
métrica poética.

20. UNIFESP 2006


Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac

Os versos de Olavo Bilac pertencem ao período conhecido como Parnasianismo e denunciam

a.
vocabulário simples e pouca preocupação com as qualidades técnicas do poema, já que as sugestões sonoras não estão neles presentes.
b.
emoção expressa racionalmente, embora seja bastante evidente o caráter subjetivo na construção das imagens.
c.
a busca da perfeição na expressão, visando ao universalismo, como exemplificam os termos Beleza e Verdade, grafados com maiúsculas.
d.
o afastamento da realidade social, decorrente de uma visão idealizada do mundo, descrito por metáforas pouco objetivas.
e.
a forma de expressão pouco idealizada, resultante de uma concepção de mundo marcada pela complexidade que, nos versos, se manifesta em vocabulário seleto.

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21. UPF 2012
Olavo Bilac e Cruz e Sousa estão situados, respectivamente, nos seguintes períodos literários:

a.
Parnasianismo e Simbolismo
b.
Simbolismo e Parnasianismo
c.
Parnasianismo e Pré-Modernismo
d.
Barroco e Simbolismo
e.
Simbolismo e Pré-Modernismo

22. UNIFESP 2013


Essa poesia não logrou estabelecer-se em Portugal. De origem francesa, suas primeiras manifestações datam de 1866, quando um editor parisiense publica
uma coletânea de poemas; em 1871 e 1876, saem outras duas coletâneas. Os poetas desse movimento literário pregam o princípio da Arte pela Arte, isto é,
defendem uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma arte inútil, uma arte voltada para si própria. A Arte procuraria a Beleza e a Verdade que
existiriam nos seres concretos, e não no sentimento do artista. Por isso, o belo se confundiria com a forma que o reveste, e não com algo que existiria
dentro dele. Daí vem que esses poetas sejam formalistas e preguem o cuidado da forma artística como exigência preliminar. Para consegui-lo, defendem
uma atitude de impassibilidade diante das coisas: não se emocionar jamais; antes, impessoalizar-se tanto quanto possível pela descrição dos objetos, via de
regra inertes ou obedientes aos movimentos próprios da Natureza (o fluxo e refluxo das ondas do mar, o voo dos pássaros, etc.). Esteticistas, anseiam uma
arte universalista.
Em Portugal, tentou-se introduzir esse movimento; certamente, impregnou alguns poetas, exerceu influência, mas não passou de prurido, que pouco
alterou o ritmo literário do tempo. Na verdade, o modo fortuito como alguns se deixaram contaminar da nova moda poética revelava apenas veleidade
francófila, em decorrência de razões de gosto pessoal ou de grupos restritos: faltou-lhes intuito comum.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa, 1999 (adaptado).
As informações apresentadas no texto referem-se à literatura

a.
simbolista, cuja busca pelo Belo implicou a liberdade na expressão dos sentimentos. O texto deixa claro que essa literatura alcançou notável aceitação entre os
poetas da época.
b.
simbolista, cuja preocupação com a expressão do sentimento filia-se à tradição poética do Renascimento. O texto deixa claro que essa literatura teve um
desenvolvimento tímido na cena literária portuguesa.
c.
parnasiana, cuja preocupação com a objetividade a opõe ao subjetivismo romântico. O texto deixa claro que essa literatura não se impôs na cena literária
portuguesa.
d.
parnasiana, cuja liberdade de expressão e cujo compromisso social permitem fundamentar a Arte pela Arte. O texto deixa claro que essa literatura teve pouco
espaço na cena literária portuguesa.
e.
realista, cuja influência da tradição clássica é fundamental para se chegar à perfeição. O texto deixa claro que essa literatura teve uma disseminação irregular na
cena literária portuguesa.

23. FGV-SP 2009


Comparando o Simbolismo com outros estilos de época, um crítico afirmou:

I – Ambos os movimentos exprimem o desgosto pelas soluções racionalistas.


II – É comum a ambas as correntes a tentação do esteticismo e do formalismo.

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Por meio das palavras “ambos” (I) e “ambas” (II), o crítico faz uma aproximação entre o Simbolismo e, respectivamente, o:

a.
Barroco e o Neoclassicismo.
b.
Naturalismo e o Expressionismo.
c.
Classicismo e o Impressionismo.
d.
Realismo e o Modernismo.
e.
Romantismo e o Parnasianismo.

24. UPE 2012

Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,


Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma


De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Olavo Bilac, http://www.releituras.com)
Considerando o Texto “Língua Portuguesa”, bem como os conteúdos a ele relacionados, assinale a alternativa CORRETA.

a.
O poema de Olavo Bilac tem uma estrutura condizente com a chamada “estética parnasiana”, que, embasada em textos em versos, adota os mesmos princípios
nos quais estão fundamentadas as poesias românticas de Castro Alves.
b.
A declaração de amor que Bilac faz à língua portuguesa na terceira estrofe do poema em análise aponta que, embora o eu-lírico expresse seu amor, ao mesmo
tempo demonstra reconhecer e entender a fragilidade da língua.
c.
Há, como se percebe, na última estrofe do poema em análise, traços de intertextualidade, o que, talvez - ou de maneira categórica - ponha Bilac para fora do
seleto grupo dos parnasianos brasileiros.
d.
A expressão “Última flor do Lácio, inculta e bela” escrita por Bilac traz à tona uma das características do parnasianismo: o uso de vocabulário comum e prosaico,
simples e ordinário.
e.

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O poema de Bilac possui, de um ponto de vista formal, quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos. Essa estrutura aponta características bem delineadas da
chamada estética parnasiana.

25. UFAL 2000


As afirmações seguintes referem-se ao Parnasianismo no Brasil:

I. Para bem definir como entendia o trabalho de um poeta, Olavo Bilac comparou-o ao de um joalheiro, ou seja: escrever poesia assemelha-se à perfeita
lapidação de uma matéria preciosa.

II. Pelas convicções que lhe são próprias, esse movimento se distancia da espontaneidade e do sentimentalismo que muitos românticos valorizavam.

III. Por se identificarem com os ideais da antiguidade clássica, é comum que os poetas mais representativos desse estilo aludam aos mitos daquela época.

Está correto o que se afirma em

a.
II, apenas.
b.
I e II, apenas
c.
I e III, apenas
d.
II e III, apenas.
e.
I, II e III

26. UPE 2014


TEXTO 1

Ao coração que sofre

Ao coração que sofre, separado


Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,


Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem


Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem


Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
Olavo Bilac. Disponível em: http://pensador.uol.com.br. Acesso em: 06 out. 2014

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TEXTO 2

Soneto

Pálida à luz da lâmpada sombria,


Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria


Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era a mais bela! Seio palpitando...


Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!


Por ti ? as noites eu velei chorando,
Por ti ? nos sonhos morrerei sorrindo!
Álvares de Azevedo. Disponível em: http://pensador.uol.com.br. Acesso em: 06 out. 2014.

Os Textos 1 e 2 têm por temática o amor, visto, entretanto, sob pontos de vista diferentes, em razão principalmente de seus autores pertencerem a
movimentos literários e contextos históricos distintos. Com base na leitura dos textos e no seu conhecimento sobre a produção literária dos autores,
assinale as relações adequadas.

I. Texto 1 – Visão carnal do amor: Parnasianismo.


II. Texto 2 – Visão irreal e casta da mulher: Ultrarromantismo.
III. Texto 1 – Visão racional do amor: Ultrarromantismo.
IV. Texto 1 – Visão antropocentrista da vida: Parnasianismo.
V. Texto 2 – Realização amorosa improvável: Ultrarromantismo.

As relações CORRETAMENTE estabelecidas são, apenas

a.
I, II, III e IV.
b.
I, II, IV e V.
c.
I, II e III.
d.
I, III e V.
e.
II, IV e V.

27. UNESP 2017


Os parnasianos brasileiros se distinguem dos românticos pela atenuação da subjetividade e do sentimentalismo, pela ausência quase completa de interesse
político no contexto da obra e pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo plástico.
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)

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A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está bem exemplificada na seguinte estrofe do poeta parnasiano Alberto de Oliveira (1859-
1937):

a. Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente.
b. Erguido em negro mármor luzidio, Portas fechadas, num mistério enorme, Numa terra de reis, mudo e sombrio, Sono de lendas um palácio dorme.
c. Eu vi-a e minha alma antes de vê-la Sonhara-a linda como agora a vi; Nos puros olhos e na face bela, Dos meus sonhos a virgem conheci.
d. Longe da pátria, sob um céu diverso Onde o sol como aqui tanto não arde, Chorei saudades do meu lar querido – Ave sem ninho que suspira à tarde. –
e. Eu morro qual nas mãos da cozinheira O marreco piando na agonia… Como o cisne de outrora… que gemendo Entre os hinos de amor se enternecia.

28. UPE 2016


Enquadram-se os três sonetos em distintos Movimentos Literários. Leia-os e analise-os.

Poema 1
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto


Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,


Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!


Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
(Álvares de Azevedo, Lira dos 20 anos)

Poema 2
A Morte

Oh! a jornada negra! A alma se despedaça...


Tremem as mãos... O olhar, molhado e ansioso, espia,
E vê fugir, fugir a ribanceira fria
Por onde a procissão dos dias mortos passa.

No céu gelado expira o derradeiro dia,


Na última região que o teu olhar devassa!
E só, trevoso e largo, o mar estardalhaça
No indizível horror de uma noite vazia...

Pobre! por que, a sofrer, a leste e a oeste, ao norte


E ao sul, desperdiçaste a força de tua alma?
Tinhas tão perto o Bem, tendo tão perto a Morte!

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Paz à tua ambição! paz à tua loucura!
A conquista melhor é a conquista da Calma:
- Conquistaste o país do Sono e da Ventura!
(Olavo Bilac)

Poema 3
A Morte

Oh! que doce tristeza e que ternura


No olhar ansioso, aflito dos que morrem…
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!

Da vida aos frios véus da sepultura


Vagos momentos trêmulos decorrem…
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.

Descem então aos golfos congelados


Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados.

Tudo negro e sinistro vai rolando


Báratro a baixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando…
(Cruz e Sousa)

A leitura dos poemas comprova que o tema da morte tanto quanto o tema do amor estão presentes em textos de todos os movimentos literários e em
produção de diferentes poetas. Nos três poemas, o tema da morte é ponto fundamental. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.

a.
Álvares de Azevedo, em diversos poemas, ao falar da morte, tema pelo qual tem certa obsessão, usa constantemente a palavra palor, cujo sentido cromático se
refere à palidez mórbida da morte, característica da poesia desse autor.
b.
Olavo Bilac toma a morte muito poucas vezes como tema, ainda que, ao fazê-lo, cria um eu lírico despojado de tom confessional, próprio do Romantismo,
mantendo assim imparcialidade e impessoalidade.
c.
O poema 3 apresenta elementos cromáticos e sinestésicos, tais como doce tristeza e noite escura. Contudo, embora seu tema seja a morte, o autor não utiliza esse
vocábulo, substituindo-o por metáforas, o que é próprio daqueles que fazem parte do parnaso.
d.
Há, no poema 2, determinados elementos que revelam, à semelhança do 3, preocupação com os aspectos formais, aproximando-os do Classicismo e do
Arcadismo.
e.
Existe uma ordem sequencial dos poemas que permite ao leitor relacioná-los ao Simbolismo, Romantismo e Parnasianismo. Dessa forma, pode-se afirmar que o
poema 1 é simbolista, pois apresenta um discurso de cunho confessional, peculiar a esse Movimento Literário.

29. UPE 2013


Texto 6

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Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas


Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,


que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir?vos as portas do Mistério?!
(Cruz e Souza)

Texto 7

A um poeta
Longe do estéril turbilhão das ruas,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e sofre, e lima, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego


Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício


Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,


Arte pura inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
(Olavo Bilac)

Após a leitura, assinale V para as afirmativas Verdadeiras e F para as Falsas.

( ) São dois sonetos pertencentes ao mesmo movimento literário. Suas temáticas expressam sentimentos idênticos; no primeiro, o constrangimento do
eu poético por ter sido preso injustamente e, no segundo, a equiparação do poeta a um monge beneditino.
( ) São poemas líricos que possuem forma fixa, preocupação tanto do Parnasianismo como do Simbolismo, pois ambos os movimentos se caracterizam
pela busca da forma perfeita, isto é, da Arte pela Arte.
( ) O primeiro poema revela um certo misticismo, próprio da poesia simbolista, enquanto o segundo trata do próprio fazer poético, constituindo?se,
portanto, como um meta? poema, tema característico da poesia parnasiana.
( ) Em A um poeta, Olavo Bilac discursa, em linguagem sóbria e erudita, sobre o trabalho do poeta, enquanto em Cárcere das almas, Cruz e Souza
metaforicamente concebe o corpo como uma prisão, daí a morte significar libertação.

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( ) Os dois poemas recorrem, em suas temáticas, a aspectos ligados à vida religiosa: o primeiro, ao tomar o corpo na acepção de cárcere e o segundo
quando metaforicamente relaciona a necessidade de isolamento exigida pelo labor poético à vida dos monges no claustro.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA.

a.
V, V, V, F, F
b.
F, V, F, V, F
c.
V, V, F, V, V
d.
F, F, F, V, V
e.
F, F, V, V, V

30. UFPA 2013


Em fevereiro de 1897, o poeta Olavo Bilac substitui o já renomado romancista Machado de Assis na função de cronista do periódico fluminense Gazeta de
Notícias. A crônica, que no século XIX cumpre a função de registrar as questões mais prementes do dia, fossem políticas, culturais ou literárias, é o gênero
ao qual se dedicará o poeta conhecido como um dos mestres do verso parnasiano.

A respeito da crônica “A prostituição infantil”, é correto afirmar que Olavo Bilac

a.
assume uma postura neutra com relação à prostituição e exploração do trabalho infantil que grassavam nas ruas do Rio de Janeiro de fins do século XIX.
b.
narra seu encontro noturno com uma criança que vendia flores, demonstra sua indignação com a prostituição e exploração do trabalho infantil, pondo sua verve
literária a serviço de uma causa social.
c.
considera que a prostituição e o trabalho infantil não são um problema social no Rio de Janeiro de sua época.
d.
afirma que todos têm “mais o que fazer”, de forma que não interessa a ele e aos leitores o destino das meninas que se prostituem e vendem flores aos passantes.
e.
elogia a polícia por ter dado fim à prostituição e ao trabalho infantil nas ruas do Rio de Janeiro.

31. UNESP 2016


A questão aborda um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).

MÃOS

Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,


o vosso gesto é como um balouçar de palma;
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso
[gesto canta!
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
rolas à volta da negra torre da minh’alma.

Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes,


Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma,
O vosso gesto é como um balouçar de palma,

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Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes...

Mãos afiladas, mãos de insigne formosura,


Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,
Duas velas à flor duma baía escura.

Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,


Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,
Mas que depois me haveis coroado de rosas!

Afilhadas do luar, mãos de rainha,


Mãos que sois um perpétuo amanhecer,
Alegrai, como dois netinhos, o viver
Da minha alma, velha avó entrevadinha.
(Obras poéticas, 1968.)

A musicalidade, as reiterações, as aliterações e a profusão de imagens e metáforas são algumas características formais do poema, que apontam para sua
filiação ao movimento

a.
romântico.
b.
modernista.
c.
parnasiano.
d.
simbolista.
e.
neoclássico.

32. ENEM CANCELADO 2009


TEXTO I
O Morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou mandar levantar outra parede...”
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.

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TEXTO II
O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto
dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica.
CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).

Em consonância com os comentários do texto II acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema O morcego apresenta-se, enquanto percepção do
mundo, como forma estética capaz de

a.
reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na poesia.
b.
expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.
c.
representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho existencial.
d.
abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano.
e.
conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de horror e suspense na estrutura lírica da poesia.

33. PUC-RS 2016


Leia o excerto do poema “Borboleta morta”, de Alberto de Oliveira, e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.
Abrindo as asas, – leve fantasia
Da primavera quando despertava,
Sonho dos campos, – ao nascer do dia
De trecho em trecho a borboleta voava.
(...)
Ia e vinha, volteava no ar, arfando,
Descia às flores e, num torvelinho
De pétalas e pólen doidejando,
Ruflava as asas como um passarinho.

E voava. Os vossos olhos, entretanto,


Viam-na, e quando junto da janela
Passava acaso, enchendo-se de espanto:
–“Lá vai!” – disseram, enlevados nela.

“Lá vai! tão grande! tão azul! tão linda!


Apanhemo-la” – Assim foi que a tivestes;
E a esforçar por ser livre, vendo-a ainda,
A sacudir as pequeninas vestes,

Mão bárbara e cruel, mão feminina


De atro estilete segurando na haste
Como que vibra, lâmina assassina,
O peito, sem piedade, lhe varaste” (...)

( ) O poeta utiliza-se de imagens que revelam a delicadeza do voo da borboleta.


( ) O uso de aliterações pode também ser encontrado no poema, recurso que auxilia na construção sonora do bater das asas da borboleta.
( ) O poeta humaniza, em diversos momentos, a borboleta.
( ) A fragilidade da borboleta é presa fácil à mão humana, e o inseto não oferece qualquer tipo de resistência.
( ) O poeta suaviza a morte da borboleta com a utilização de eufemismos, técnica comum no movimento simbolista.

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A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a.
V–V–V–F–F
b.
V–V–F–V–V
c.
V–F–F–V–F
d.
F–V–V–F–V
e.
F–F–F–F–V

34. UEFS 2015


Paisagem noturna

A sombra imensa, a noite infinita enche o vale ...


E lá do fundo vem a voz
Humilde e lamentosa
Dos pássaros da treva. Em nós,
5 — Em noss’alma criminosa,
O pavor se insinua ...
Um carneiro bale.
Ouvem-se pios funerais.
Um como grande e doloroso arquejo
10 Corta a amplidão que a amplidão continua . . .
E cadentes, metálicos, pontuais,
Os tanoeiros do brejo,
Os vigias da noite silenciosa,
Malham nos aguaçais.
15 Pouco a pouco, porém, a muralha de treva
Vai perdendo a espessura, e em breve se adelgaça
Como um diáfano crepe, atrás do qual se eleva
A sombria massa
Das serranias. [...]
BANDEIRA, Manuel. Paisagem noturna.
Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira01.html >. Acesso em: 9 nov.2014.
Embora Manuel Bandeira seja o autor da primeira geração
modernista, propondo uma poética libertadora e transgressora,
muitas vezes, retoma perfis poéticos de outras tradições
literárias, como ocorre em relação ao

a.
Simbolismo, através de versos que reproduzem a atmosfera crepuscular e obscura, como em “A sombra imensa, a noite infinita enche o vale.../ E lá do fundo
vem a voz/ Humilde e lamentosa/ Dos pássaros da treva.” (v. 1-4).
b.
Realismo, pois, ainda que em versos, o eu poético assume postura crítica e niilista diante da estrutura social, metaforizada através da paisagem noturna: “Em
nós,/ — Em noss’alma criminosa,/ O pavor se insinua...” (v. 4-6).
c.

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Arcadismo, diante da valorização de elementos da natureza e da preferência por imagens bucólicas, como em “Um carneiro bale/ Ouvem-se pios funerais.” (v. 7-
8).
d.
Romantismo, por meio de versos que reproduzem a idealização dos sentimentos e evasão através da morte, representados por “Os vigias da noite silenciosa,/
Malham nos aguaçais.” (v. 13-14).
e.
Parnasianismo, na medida em que apresenta uma preocupação formal, através de métricas regulares, seleção vocabular e temática voltada para a reflexão sobre
um elemento da natureza, como em “Pouco a pouco, porém, a muralha de treva/ Vai perdendo a espessura, e em breve se adelgaça/ Como um diáfano crepe, atrás
do qual se eleva/ A sombria massa/ Das serranias.” (v. 15-19).

35. PUC-RS 2016


Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar:

a.
É autor de versos cujos temas, retirados do quotidiano, expressam a dolorosa situação do homem, que, mesmo entre tantos outros, continua sozinho no mundo.
b.
Pertence a uma geração de representativos poetas brasileiros como Manoel Bandeira, Mário de Andrade e Raimundo Corrêa.
c.
É considerado um poeta simbolista porque tematiza as relações entre o mundo real e a fantasia do homem contemporâneo.
d.
Publicou também as obras Vou me embora pra Pasárgada e A verdadeira arte de viajar.
e.
Foi autor de uma poética extensa e escreveu um único romance, intitulado Mar morto.

36. ENEM PPL 2019


Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de ouro e púrpura raiados,
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se além da serrania


Os vértices de chamas aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia.

Um mundo de vapores no ar flutua...


Como uma informe nódoa avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua.

A natureza apática esmaece...


Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.

CORRÊA, R. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 13 ago. 2017.

Composição de formato fixo, o soneto tornou-se um modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana. No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a
essa estética

a. as metáforas inspiradas na visão da natureza.

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b. a ausência de emotividade pelo eu lírico.
c. a retórica ornamental desvinculada da realidade.
d. o uso da descrição como meio de expressividade.
e. o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica.

37. ENEM CANCELADO 2009


Ouvir estrelas

“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo


perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda noite, enquanto
a Via-Láctea, como um pálio aberto,
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?” Que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.

Ouvir estrelas

Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo


que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo
que mais eu gozo se escabroso é o tema.
Uma boca de estrela dando beijo
é, meu amigo, assunto p’ra um poema.
Direis agora: Mas, enfim, meu caro,
As estrelas que dizem? Que sentido
têm suas frases de sabor tão raro?
Amigo, aprende inglês para entendê-las,
Pois só sabendo inglês se tem ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961.

A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que,

a.
no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa.
b.
no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as entendem.
c.
no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “entendê-las”.

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d.
no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema.”
e.
no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a recomendação de compreensão
de outras línguas.

38. UFF 2004


A PÁTRIA

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!


Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! jamais negou a quem trabalha


O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,


Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este:


Imita na grandeza a terra em que nasceste!
(Olavo Bilac)

As estéticas literárias, embora costumem ser datadas nos livros didáticos com início e término pós-determinados, não se deixam aprisionar pela rigidez
cronológica.

Assinale o comentário adequado em relação à expressão estética do poema "A Pátria" de Olavo Bilac (1865-1918).

a.
O poema transcende a estética parnasiana ao tratar a temática da exaltação da terra, segundo a estética romântica.
b.
O poema exemplifica os preceitos da estética parnasiana e valoriza a forma na expressão comedida do sentimento nacional.
c.
O poema se antecipa ao discurso crítico da identidade nacional - tema central da estética modernista.
d.
O poema se insere nas fronteiras rígidas da estética parnasiana, dando ênfase à permanência do ideário estético, no eixo temporal das escolas literárias.
e.
O poema reflete os valores essenciais e perenes da realidade, distanciando-se de um compromisso com a afirmação da nacionalidade.

39. UFAM 2009


Leia o texto abaixo, intitulado “Debaixo do Tamarindo”, e, em seguida, responda ao que sobre ele se indaga:
No tempo de meu Pai, sob estes galhos,

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Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,


Guarda, como uma caixa derradeira,
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios


De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,


Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!

O soneto acima, pelo uso de palavras longas e pouco usuais (“inexorabilíssimos”, “homogeneidade”) e pelo assunto desenvolvido, é facilmente
identificável como sendo de:

a.
Graça Aranha
b.
Olavo Bilac
c.
Alberto de Oliveira
d.
Raimundo Correia
e.
Augusto dos Anjos

40. UFPR
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!"

A presente estrofe reflete a temática predominante no período:

a.
romântico.
b.
parnasiano.
c.
arcádico.

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d.
simbolista.
e.
modernista.

41. UFPR 2016


O trecho a seguir integra o romance A última quimera, de Ana Miranda:

Meus sofrimentos sempre foram menores diante dos de Augusto, sempre competimos de certa maneira sobre quem sofria mais grandiosamente, como um
jogo de xadrez em que as peças não fossem cavalos, bispos, torres, reis, rainhas mas a angústia, a dor física, a dor mental, o vazio existencial, a depressão,
as forças subterrâneas, a morbidez, a neurose, o pesadelo, a convulsão de espírito, a negação, o não ser, a mágoa, a miséria humana, o uivo noturno, as
carnações abstêmias, os lúbricos arroubos, a fome incoercível, a paixão pelas mulheres impossíveis, a morte; e nesse momento ele parece zombar de mim,
como se dissesse: “Vê, como são tolos seus sofrimentos? Você perdeu um amigo e eu perdi a vida”. (p. 192)

Com base nesse trecho específico e na totalidade da obra, considere as seguintes afirmativas:

1. O romance cita documentos para confirmar os fatos históricos narrados, além de expor informações biográficas precisas sobre dois poetas brasileiros,
que ficaram conhecidos pelo rigor científico e pelo estilo descritivo.

2. O estilo poético de Augusto dos Anjos, um dos personagens centrais da obra, está exemplificado em vários trechos do romance. São exemplos disso a
enumeração de vocábulos de teor melancólico e pessimista e o uso de imagens que recriam uma atmosfera mórbida.

3. O narrador do romance adota uma perspectiva distanciada em relação à história e aos personagens reais que recria, contribuindo para reforçar o seu
caráter documental e o efeito de veracidade que pretende.

4. A construção dos personagens Olavo Bilac e Augusto dos Anjos combina dados biográficos dos dois poetas com cenas domésticas e particulares, que
conferem a eles uma inegável complexidade humana e psicológica.

5. A dimensão temporal-espacial do romance recria, ficcionalmente, a cidade do Rio de Janeiro, no final do século XIX, descrevendo o ambiente material
da cidade, os fatos de sua história no período e também a atmosfera intelectual da Belle Époque.

Assinale a alternativa correta.

a.
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b.
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
c.
Somente as afirmativas 3 e 5 são verdadeiras.
d.
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
e.
Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.

42. UEPB 2014


Considere o fragmento de Clara dos Anjos para responder à questão.
A educação que recebera, de mimos e vigilâncias, era errônea. Ela devia ter aprendido da boca dos seus pais que a sua honestidade de moça e de mulher
tinha todos por inimigo, mas isto ao vivo, com exemplos, claramente... O bonde vinha cheio. Olhou todos aqueles homens e mulheres... Não haveria um
talvez, entre toda aquela gente de ambos os sexos, que não fosse indiferente à sua desgraça... Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que era preciso,

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tanto a ela como as suas iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil D. Margarida, para se defender de Cassis e
semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às
outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam...
Chegaram em casa; Joaquim ainda não tinha vindo. D. Margarida relatou a entrevista, por entre o choro e os soluços da filha e da mãe.
Num dado momento, Clara ergueu-se da cadeira em que se sentara e abraçou muito fortemente a mãe, dizendo, com um grande acento de desespero:
– Mamãe! Mamãe!
– Que é minha filha?
– Nós não somos nada nesta vida.

Assinale a alternativa correta:

a.
Clara dos Anjos é ambientado em uma cidade imaginária, na qual a estrutura agrária do Brasil colonial e de suas relações sociais tradicionais não permitia
casamentos entre brancos e negros.
b.
Em Clara dos Anjos e em suas principais obras, a linguagem de Lima Barreto é o português parnasiano, no qual o trabalho retórico com a linguagem tinha
prioridade sobre sua comunicabilidade.
c.
O romance Clara dos Anjos é narrado em terceira pessoa por um narrador que emite opiniões e juízos de valor sobre as personagens e as cenas que narra.
d.
Os personagens de Clara dos Anjos são pobres que, à força de viverem em uma sociedade de privilégios, sucumbem, sem exceção, à corrupção e à miséria.
e.
Clara dos Anjos é um romance de resignação, que nos ensina a nos conformarmos com o lugar que nos é previamente reservado em nossa sociedade, sem lutar
por condições humanas mais dignas nem por cidadania plena.

43. ITA 2003


Canção
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
— depois, abri o mar com as mãos
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas
Cecília Meireles, poeta da segunda fase do Modernismo Brasileiro, faz parte da chamada "Poesia de 30". Sobre esta autora e seu estilo, é CORRETO
afirmar que ela

a.

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seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia de consciência histórica.
b.
não seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo uma obra de traços parnasianos.
c.
seguiu rigidamente o Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia panfletária e musical.
d.
não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia lírica, mística e musical.
e.
não seguiu rigidamente nenhuma corrente do Modernismo Brasileiro, produzindo uma poesia histórica, engajada e musical.

44. UFU 1999


Inania Verba

...........................................................................................
O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
E a Palavra pesada abafa a Ideia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.

Quem o molde achará para a expressão de tudo?


Ai! Quem há de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? E o céu que foge à mão que se levanta?
........................................................................................."
(Olavo Bilac, POESIAS)

Indique a alternativa que NÃO ESTÁ de acordo com o poema.

a.
O poeta parnasiano privilegiou a forma, a maneira mais perfeita que encontrou para efetivar sua arte, mesmo que, para isso, ele tivesse que sacrificar suas
emoções. Nesse sentido, os versos de Olavo Bilac são uma crítica ao Parnasianismo.
b.
O poeta fala da luta entre ideias e palavras e entre forma e conteúdo, quando estes fracassam ao traduzirem nossos sentimentos. As estrofes citadas são um
derramamento da alma sobre essa luta, contrariando os preceitos parnasianos de contenção lírica.
c.
O tema básico das estrofes é o amor irrealizado, que causa sofrimentos ao poeta.
d.
Os versos são alexandrinos, muito apreciados pelos parnasianos.
e.
O verso "E a Palavra pesada abafa a Ideia leve" contém uma antítese, que representa a contradição entre forma e conteúdo exposta pelo poeta.

45. PUC-CAMPINAS 2015


O termo vanguarda designava originalmente a posição dos guerreiros que iam à frente, nas batalhas. Mais tarde, já no campo da arte, passou a identificar a
posição de criadores que, preocupados com uma completa inovação estética, buscavam adiantar-se ao seu tempo e propunham, quando não impunham,
novos paradigmas para a linguagem artística. No Brasil do século XX há que se destacar o papel de vanguarda cultural e artística do movimento
modernista de 22, por sua vez inspirado por vanguardas europeias, e a radical atuação vanguardista dos poetas concretos, cujos manifestos datam da
década de 50 ? década em que a economia e a política nacional também buscaram modernizar-se.
(Alcebíades Valongo, inédito)

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A denominação vanguarda, tal como definida no texto, aplica-se a movimentos artísticos tão distintos quanto separados no tempo histórico. É o que se
pode comprovar examinando as obras representativas

a.
da poesia condoreira e da lírica simbolista.
b.
da Antropofagia de Oswald de Andrade e da poesia concreta de Augusto de Campos.
c.
da sátira de Gregório de Matos e da lírica intimista de Álvares de Azevedo.
d.
do romantismo de Gonçalves de Magalhães e de poetas da geração de 45.
e.
do parnasianismo de Olavo Bilac e do saudosismo de Casimiro de Abreu.

46. UFRGS 2014


Leia o poema abaixo.

Que lembrança darei ao país que me deu


tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

E mereço esperar mais do que os outros, eu?


Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Não deixarei de mim nenhum canto radioso,


uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso


na vida, restará, pois o resto se esfuma,
uma pedra que havia em meio do caminho.

Considere as seguintes afirmações sobre o poema.

I - No primeiro quarteto, o poeta pergunta pelo legado que deixará para o país a que deve tudo o que lhe é caro; no segundo quarteto, há uma invocação
um tanto irônica do mundo, não se trata mais apenas do país: há uma ampliação da referência que atravessaria os limites geográficos para lidar com o
mundo/realidade.

II - A forma soneto e a referência a Orfeu, o mitológico poeta grego capaz de encantar a todos com o som da sua lira, revelam que o modernismo de
Drummond agora se associa com o parnasianismo, o que permite ao poeta reivindicar uma posição fixa na tradição, em contraste com Orfeu, perplexo
entre o talvez e o se.

III- No último terceto, o poeta alega que, da sua trajetória um tanto instável, restará uma pedra que havia em meio do caminho, o que equivale a uma
paráfrase, agora em registro formal e sério, dos versos do célebre poema do início de sua carreira modernista: No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha
uma pedra no meio do caminho (...).

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Quais estão corretas?

a.
Apenas II.
b.
Apenas III.
c.
Apenas I e II.
d.
Apenas I e III.
e.
I, II e III.

47. UFAM 2009


Leia os versos abaixo:

Quando Ismália enlouqueceu,


Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...


Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

As estrofes reproduzidas constituem o início de um dos mais famosos poemas da literatura de nosso País:
“Ismália”. Seu autor é:

a.
Augusto dos Anjos
b.
Olavo Bilac
c.
Cruz e Sousa
d.
Alberto de Oliveira
e.
Alphonsus de Guimaraens

48. FATEC 2011

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O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até
ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a
produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu
tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia
romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de
passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer
culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e
poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram
edenicamente analfabetos.

A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em
sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às
regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os
românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime,
deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]

Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se
para a língua certa.

superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido
figurado.

À vista do texto e das teses correntes sobre os estilos de época em nossa literatura, é correto afirmar que, nesse texto, Mário de Andrade

a.
recusa-se a ver aspectos culturais positivos na arte parnasiana, que considera culteranista, tal qual a escola mineira (o arcadismo), na qual ele reconhece
simplicidade no tratamento da linguagem.
b.
reconhece, na simplicidade da linguagem romântica, a aproximação entre língua escrita e língua falada, o esforço para afirmação de uma língua nacional na
poesia, tal qual ocorreu na linguagem modernista.
c.
manifesta sua aprovação ao projeto parnasiano de afirmar uma língua certa, em lugar de uma língua boa, visto que esta última servia apenas para expressar o
atraso intelectual do país.
d.
contesta a importância que nossa cultura letrada dá a Gonçalves Dias, o qual ele entende ser uma exceção no quadro de uma poesia que já se afirmava como
nacionalista.
e.
adere às teses estilísticas do parnasianismo, as quais caracteriza como culto à forma, em especial pela contribuição daquelas para afirmar uma autêntica língua
brasileira.

49. UFSM 2001


Leia os versos de Raimundo Correia e considere as afirmativas que se seguem.

Vai-se a primeira pomba despertada ...


Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia a sanguínea e fresca madrugada ...

I. As rimas finais são intercaladas.

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II. A estrofe é marcada por aliterações e assonâncias.
III. Os versos são decassílabos, à exceção do segundo que é alexandrino.

Está(ão) correta(s)

a.
apenas I.
b.
apenas II.
c.
apenas I e II.
d.
apenas II e III.
e.
I, II e III.

50. UEG 2003


Sobre a poesia de Carlos Drummond de Andrade e Álvares de Azevedo, marque a alternativa INCORRETA:

a.
A valorização da poesia, como expressão e projeção da subjetividade, é um fator relevante em ambos os poetas.
b.
Nenhum dos poetas foi adepto de uma poesia apoiada num catolicismo militante e carola.
c.
O prosaico é completamente descartado por ambos os poetas, posto que concebem a poesia como expressão somente do sublime e do elevado.
d.
A temática amorosa é um índice recorrente na obra poética dos dois autores, oscilando entre o desejo e a posse, o júbilo e a danação, num retrato do movimento
contraditório do sentimento amoroso.
e.
A preocupação formal, nem de longe, sugere a obsessão parnasiana com o preciosismo vocabular e com a eleição do soneto como composição poética predileta.

51. FUVEST 1993


I. "Porque não merecia o que lograva,
Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava."

II."Se a flauta mal cadente


Entoa agora o verso harmonioso,
Sabei, me comunica este saudoso
Influxo a dor veemente;
Não o gênio suave,
Que ouviste já no acento agudo e grave."

III."Da delirante embriaguez de bardo


Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
Ardente orvalho de febris pranteios,
Que lucro à alma descrida?"

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Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando atentamente os recursos poéticos utilizados
em cada uma delas podemos dizer que os movimentos literários a que pertencem I, II e III são respectivamente:

a.
barroco - arcadismo - romantismo.
b.
barroco - romantismo - parnasianismo.
c.
romantismo - parnasianismo - simbolismo.
d.
romantismo - simbolismo - modernismo.
e.
parnasianismo - simbolismo - modernismo.

52. UFRR 2016


Assinale a afirmação INCORRETA acerca do movimento literário parnasiano.

a.
Enquanto a poesia romântica dava maior valor à inspiração do que ao acabamento formal, o Parnasianismo atribuiu grande valor à estética do texto.
b.
Foi o livro Poesias, de Olavo Bilac, publicado em 1882, que marcou o início do Parnasianismo brasileiro.
c.
Em virtude da preocupação com a forma do poema - que se refletia na precisão das palavras, na riqueza das rimas e no respeito pelas regras de composição
poética - o trabalho do poeta parnasiano comumente é comparado ao de um ourives ou escultor.
d.
O movimento parnasiano tem suas raízes na França, com a publicação, em 1866, da antologia poética O Parnaso Contemporâneo.
e.
Quanto à mulher, a poesia parnasiana a vê sob o prisma da sensualidade e do erotismo, privilegiando a descrição de seus aspectos físicos.

53. UFU 2006


Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
"- Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac - conhecem? - quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu
Bilac. A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
- (...) vou cantar a Promessa, conhecem?
- Não - disseram os dois irmãos.
- Oh! Anda por aí como as "Pombas" do Raimundo."
Lima Barreto. "Triste fim de Policarpo Quaresma".

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

a.
Olavo Bilac e Raimundo Correia deram vazão à sensibilidade pessoal, evitando como compromisso único o esmero técnico e produziram uma poesia lírica
amorosa e sensual (Olavo Bilac), marcada por uma certa inquietação filosófica (Raimundo Correia).
b.
Bilac (Olavo Bilac), Raimundo (Raimundo Correia) e Alberto de Oliveira formaram a "tríade parnasiana" da literatura brasileira, escrevendo uma poesia de
grande qualidade técnica, que concebia a atividade poética como a habilidade no manejo do verso.
c.
O Parnasianismo, pela supervalorização da linguagem preciosa, pela busca da palavra exata, do emprego da rima rica e da métrica perfeita, foi um estilo literário
de curta duração que se restringiu à elite literária do Rio de Janeiro.
d.

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Assim como Ricardo, que deseja "a palavra que o violão pede", Lima Barreto acreditava que a linguagem literária clássica, formal, não era adequada para o tipo
de literatura que produzia: marcada pela visão crítica, pela objetividade da denúncia, pela simplicidade comunicativa.

54. FATEC 2011


O parnasianismo, entre nós, foi especialmente uma reação de cultura. É mesmo isso que o torna simpático... As academias de arte, algumas delas, até
ridículas superfetações1 em nosso meio, como a de Belas Artes da Missão Lebreton, mesmo criadas muito anteriormente, só nesse período começam a
produzir verdadeiros frutos nativos, na pintura, na música. Se dava então um progresso cultural verdadeiramente fatal, escolas que tradicionalizavam seu
tipo, maior difusão de leitura, maior difusão da imprensa. Essa difusão de cultura atingiu também a poesia. Excetuado um Gonçalves Dias, a nossa poesia
romântica é fundamentalmente um lirismo inculto. Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileira mente por essa poesia analfabeta, canto de
passarinho, ou melhor, canto de cantador; em sensível oposição à poética culteranista anterior. Mesmo da escola mineira, que, se não se poderá dizer
culteranista, era bastante cultivada, principalmente com Cláudio Manuel e Dirceu. É possível reconhecer que os nossos românticos liam muito os poetas e
poetastros estrangeiros do tempo. Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas; por dentro, estes poemas perseveraram
edenicamente analfabetos.

A necessidade nova de cultura, se em grande parte produziu apenas, em nossos parnasianos, maior leitura e consequente enriquecimento de temática em
sua poesia, teve uma consequência que me parece fundamental. Levou poetas e prosadores em geral a um.... culteranismo novo, o bem falar conforme às
regras das gramáticas lusas. Com isso foi abandonada aquela franca tendência pra escrever apenas pondo em estilo gráfico a linguagem falada, com que os
românticos estavam caminhando vertiginosamente para a fixação estilística de uma língua nacional. Os parnasianos, e foi talvez o seu maior crime,
deformaram a língua nascente, “em prol do estilo”. [...]

Essa foi a grande transformação. Uma necessidade de maior extensão de cultivo intelectual para o poeta, atingiu também a poesia. Da língua boa passou-se
para a língua certa.

superfetações1: A palavra significa, literalmente, fecundação de um segundo óvulo, no curso de uma gestação. Mário de Andrade a emprega em sentido
figurado.

A construção, empregada por Mário de Andrade, que mais se desvia da norma culta do português escrito, para expressar tendência da língua coloquial
falada, é:

a.
Se dava então um progresso cultural verdadeiramente fatal.
b.
É mesmo isso que o torna simpático...
c.
...o bem falar conforme às regras das gramáticas lusas.
d.
Isso lhes deu apenas uma chuvarada de citações para epígrafe de seus poemas.
e.
Todo o nosso romantismo se caracteriza bem brasileiramente por essa poesia analfabeta.

55. IME 2016


PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...

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Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Quanto ao poema de Augusto dos Anjos, é coerente afirmar que

a.
revela um “eu” conformado com seu destino ao traduzir um olhar depressivo sobre o homem reduzido às leis fisiológicas.
b.
vai ao encontro do movimento parnasiano e da tendência geral de se pensar a poesia como a arte de dizer o sublime, o inefável.
c.
reduz as possibilidades de polissemia exigidas pela arte literária ao trazer palavras consideradas “antipoéticas” como “carbono”, “verme” e “epigênese”.
d.
resiste às classificações literárias de cunho didático por suas características formais e temáticas.
e.
despreza completamente o cientificismo em voga no início do século XX.

GABARITO: 1. c, 2. b, 3. d, 4. d, 5. c, 6. e, 7. e, 8. c, 9. a, 10. d, 11. c, 12. b, 13. b, 14. c, 15. c, 16. d, 17. c, 18. c, 19. b, 20. c, 21. a, 22. c, 23. e, 24. e,
25. e, 26. b, 27. b, 28. a, 29. e, 30. b, 31. d, 32. d, 33. a, 34. a, 35. a, 36. d, 37. d, 38. a, 39. e, 40. c, 41. e, 42. c, 43. d, 44. c, 45. b, 46. d, 47. e, 48. b,
49. c, 50. c, 51. a, 52. b, 53. c, 54. a, 55. d,

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