Tempo & Criação (Corrigido)

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar as três análises de tempo que Santo
Agostinho introduz em seu livro XI das Confissões,bem como, vou me propor em mais me
aprofundar na primeira análise que Santo Agostinho faz sobre o Tempo. Este trabalho é
desenvolvido em dois capítulos.
No primeiro capítulo será destrinchado uma breve visão sobre o que seria o tempo na
visão do dicionário Nicolas Abbagnano. Ainda, neste capítulo, vou abordar as três análises do
tempo com base o livro XI das confissões de Santo Agostinho,a primeira análise tratara de
querer decifrar de maneira racional de como seria possível explicar a criação do tempo em
Deus sem que este Deus pudesse estar em algum outro tempo. Nesta construção também é
abordado as três divisões que Agostinho faz sobre o tempo. Na segunda e terceira análises,
Agostinho procura decifrar profundamente a possibilidade de poder medir o tempo, pois para
ele é muito difícil medir-se algo que está sempre em movimento; como é possível medir algo
em que não é nem matéria e nem espaço?
O segundo capítulo tem o objetivo de aprofundar sobre a primeira construção de
tempo feita por Agostinho, portanto, em primeiro momento, será introduzida a questão da
criação, pois para se ter um bom entendimento sobre o tempo é necessário falar dela, pois
ambos foram construídos juntos. Depois, será indagado a eternidade: o que é a eternidade? O
que é o tempo? Qual a diferença entre tempo e eternidade? Como explicar a eternidade com o
tempo se a eternidade não é tempo? Estas questões serão abordadas neste capítulo, bem como,
questões que envolvem presente, passado e futuro, pois questiona-se: como pode existir o
passado se o passado não existe? Como existe o futuro se ele ainda não é? Como este é o
presente se ele está em movimento?
Estas são questões muito importantes para a visão de Agostinho: o que seria o tempo?
Para quem ele foi criado? O tempo foi feito para nós ou para o mundo? Estas e outras
questões serão abordadas e respondidas neste capítulo através de Santo Agostinho.
A CONCEPÇÃO DO TEMPO EM AGOSTINHO

Antes de começar a escrever sobre o tempo e a criação através de Agostinho, precisa-


se discorrer uma breve descrição sobre a questão do tempo na interpretação do dicionário
Nicola Abbagnano. Segundo ele, a termologia da palavra TEMPO, vem do latim: ´´ Tempus,
que traduzida para o português equivale a‘tempo’, ´´1O dicionário supracitado vem apresentar
o tempo em três concepções fundamentais;
1º O tempo como parte mensurável do movimento.
2º O tempo como movimento intuído.
3º O Tempo como estrutura das possibilidades.
Na primeira concepção de tempo, o dicionário está se referindo à vinculação da
antiguidade, bem como o conceito cíclico do mundo e da vida, assim como é visto o conceito
científico de tempo na idade moderna. Já a segunda concepção vinculará o conceito de
consciência, com o qual o tempo é identificado. E a terceiratratará de abordar a derivação da
existência da filosofia existencialista, a qual possui, em sua análise de tempo, algumas
inovações conceituais.2
A primeira concepção de tempo é a mais antiga, pois considera o movimento como
parte mensurável do tempo. Os Pitagóricos concedem uma definição sobre o tempo como ´´a
esfera que abrange tudo´´3 ou seja, é a esfera celeste. Na medida em que vai se relacionando
com o céu, o seu movimento irá proporcionar sua medida perfeita. Platão também define o
tempo como ´´ a imagem móvel da eternidade´´, ele se discorre dizendo que o tempo foi
reproduzido no movimento entre os aspectos dos períodos dos planetas, bem como o ciclo
constante das estações ou gerações vivas que se venham gerar mudanças. Para Platão, o ser
interno estaria ligado com a imutabilidade. Para os estoicos, o tempo é o intervalo do
movimento cósmico. Este intervalo não é visto como ritmo e sim como uma ordem do
movimento cósmico. Enquanto que para Epicuro, o tempo seria uma propriedade, isto é, um
acompanhamento do movimento.

O Santo Agostinho de Hipona, em seu livro XI das Confissões, procura tentar


entender a criação do tempo e as suas divisões, bem como, encontrar uma maneira em medir o
1
Cf. N. Abbagnano, Dicionário de Filosofia, p.908.
2
Ibid: N. ABBAGNANO, p.908 a 909.
3
Ibid: N. ABBAGNANO, p.908 a 909.

2
tempo e compará-lo com a eternidade. Neste mesmo livro, Agostinho procura construir três
tipos de teorias na tentativa de entender e explicar a criação do tempo.
Na primeira construção, o filósofo busca querer decifrar o mistério racional de como
poderia ser possível Deus criar o tempo sem que ele pudesse estar no tempo, Para ele
primeiramenteera incabível afirmar que Deus pudesse criar o tempo sem estar em algum
lugar. Em virtude destas questões, Agostinho procura abordar outras questões em sua primeira
definição de tempo: se Deus criou o tempo e todas as coisas, onde estaria este Deus antes da
criação? O que este Deus fazia antes da criação? Por que Deus sentiu necessidade de criar o
mundo e o tempo? Se Ele mora na eternidade e tudo o que ele cria é eterno, por que o mundo
e o tempo não são eternos? Pois esses (mundo e tempo) também são obras da criação de Deus.
Com estas perguntas, o bispo de Hiponasentiu-se obrigado a procurar respostas na tentativa de
poder explicar a criação do tempo.Em sua primeira definição, dividiu o tempo em três partes;
presente-passado, presente do presente e presente-futuro, sendo que tudo isto é uma criação
feita pela vontade de Deus.
Embora Agostinho tenha conseguido de certo modo decifrar o mistério do tempo na
teoria das três divisões, não consegue se contentar com sua definição e procura construir uma
nova explicação com intuito de construir uma teoria mais sólida e mais coerente. Deste modo,
Agostinho aborda outras questões sobre a criação do tempo. Depois de ter analisado a questão
do tempo em três divisões, Santo Agostinho percebeu a necessidade de procurar medir o
tempo. Com este anseio, o filósofo abre um grande conflito, pois de acordo com ele, como
seria possível medir o passado se este passado não é mais? Como poderia medir o futuro se
este futuro ainda não existe? Ora podemos pressupor que é possível medir o presente, pois
poderia se dizer que este existe, mas como é possível medir o presente se ele não tem espaço?
Segundo ele é possível medir o presente enquanto passa, mas depois que passou já não é mais
possível medi-lo, porque presente torna-se passado e o passado já não é mais, e se não é mais,
então não se pode mais ser medido, pois só é possível medir aquilo que existe.4

Santo Agostinho, ainda nesta segunda construção da teoria do tempo, procura


examiná-lo como um movimento dos corpos.Segundo Erastóstenes“o tempo é o curso do sol”.

4
Cf. S. Agostinho, Confissões XI 21.

3
Esta visão de tempo é descartada por Agostinho. Segundo ele, os corpos só podem
mover-se no tempo, pois quando um corpo se move, é através do tempo que podemos medir o
movimento dele, desde que se tenha um começo e um fim.Se, por acaso, não for possível ver
o término do movimento, poderei medir o movimento do corpo a partir do momento em que
comecei a ver, até o momento em que deixei de ver. 5 Com este modo de analisar o tempo,
Agostinho percebe uma grande divergência de movimento entre os corpos, e por se tratar de
diferentes tipos de velocidade de tempo, é que o filósofo descarta a possibilidade do tempo ser
interpretado como o movimento dos corpos.
A terceira construção da teoria do Tempo, Agostinho procura refletir mais
profundamente a questão de como medir o tempo, ele indaga a seguinte questão: se podemos
medir um objeto no tempo, por que não é possível medir o tempo ao mesmo tempo que se
mede o objeto? Se é possível medir um corpo em movimento, por que então não é possível
medir este tempo que também está em movimento? Com que é possível medir este tempo?
Depois de analisar profundamente cada questão, Agostinho chega a uma conclusão de que só
é possível medir o tempo através do espírito 6 pois na medida em que houver no espírito a
expectação, atenção e a memória, então será possível medir o tempo, e, pensando desta forma,
é impossível negar a existência do futuro, pelo fato de que se encontra na expectação que
compõe o espírito em relação das coisas futuras.Não podemos dizer que não existe o passado,
pois o passado se encontra na alma da memória, bem como não se pode negar a existência
das coisas presentes uma vez que podemos percebê-las através do espírito da atenção. 7 Agora
que vimos as três construções da teoria do tempo,de acordo com o livro XI das Confissões,
convido o caro leitor para que no próximo capítulo mergulhe profundamente na primeira
análise do tempo feita por Agostinho, com a finalidade de destrinchar a existência do tempo,
afinal, O que é o tempo? Por que o tempo foi criado? O tempo foi criado para nós ou para o
mundo? Vejamos as respostas no capítulo a seguir.

TEMPO E CRIAÇÃO

5
Cf. S. Agostinho, Confissões XI 23-24.
6
Cf. S. Agostinho, Confissões XI 27.
7
Cf. S. Agostinho, Confissões XI 28.

4
Em primeiro lugar, antes mesmo de entrar na primeira concepção de tempo em
Agostinho, gostaria de convidar o leitor a refletir um pouco sobre a questão da criação, pois é
inconcebível falar da criação do tempo sem falar da criação do mundo, o tempo e a criação
foram simplesmente criados juntos.
O bispo Santo Agostinho, em seu livro XI das Confissões, inicia exaltando a criação
do Céu e da Terra como obras criadas pela Sabedoria de Deus, e ainda, tudo o que existe e o
que ainda não existe, mas que por sua vez pode existir, já se pode ser encontrado na Sabedoria
de Deus. É Deus que é o Criador de todas as coisas existentes, e tudo o que antes não existia,
foi necessário não existir para que Deus mais tarde pudesse criá-lo, e tudo o que se existe e
que pode existir, já está ou estava no pensamento de Deus. 8 Com base no primeiro versículo
de Gênesis, Agostinho procura explicar a criação do mundo como matéria, por meio da
criação da imaginação, e sem ela seria impossível pensar na criação da matéria, pois para que
a matéria possa vir a existir é necessário que antes venha existir outra. Se é necessário que
exista uma matéria para explicar a criação de outra, como então é possível explicar a criação
do mundo como matéria sem partir de uma própria? Agostinho procura responder a esta
pergunta, dizendo que Deus criou primeiramente a imaginação, para depois criar a matéria, ou
seja, a matéria é fruto da imaginação de Deus.
Agostinho procura concluir que tudo o que foi inicialmente criado partiu da
imaginação e da palavra de Deus, pois para Deus o dizer e o criar são a mesma coisa, tudo o
que Deus criou, veio através de uma palavra; ´´ Deus disse: faça-se a luz. E a luz foi feita``.
Contudo, Agostinho fica inquieto em refletir na criação do céu e da terra, e tenta então
abordar a necessidade da presença da vontade de Deus para que fosse possível existir
qualquer tipo de criação.Segundo ele, a vontade de Deus não é uma criatura, e que Deus já
existia antes de qualquer existência de criação, mas tudo o que já existe, primeiramente antes
de existir, passou pela vontade do Criador. Esta vontade divina, pertence a própria substância
de Deus. Porém, em se tratando de substância de Deus, surge um pequeno problema: caso
queiramos afirmar que algo surgiu na substância de Deus sem que antes tenha existido,
estaremos no entanto impossibilitando a chamar a esta substância de Eterna. No entanto, se é
verdade de que toda criação feita por Deus é eterna, então por qual razão o tempo e o mundo
não são obras eternas?

8
Cf. S. Agostinho, Confissões XI 5 e 10.

5
Santo Agostinho procura em seu livro XI das Confissões comparar e entender a
diferença entre o tempo e a eternidade. Segundo ele, Deus seria o ser supremo a qual vive a
saborear as coisas eternas, e que está eternidade é incomparável com o nosso ‘tempo
temporal’de existir um passado, um presente e um futuro. A eternidade seria algo onde nada
passa por se tratar de algo presente.Na eternidade não existe passado e o futuro, existeapenas
o presente, ao contrário do tempo, em que possui um constante movimento aonde tudo está
passando. Por essa razão é que não temos o tempo todo o presente, pois tudo está passando, é
o presente que está virando passado, e ao mesmo tempo é o futuro que está virando presente;
o passado é um tempo que vive por consequência da morte do tempo presente, e por se tratar
de um tempo que está em constante movimento de passagem, isso implica a medição da
eternidade através do tempo. Para Santo Agostinho é impossível medir a eternidade através do
tempo.9
Mesmo que a eternidade não possa ser medida pelo tempo, Agostinho considera o
tempo e a eternidade como coisas criadas por Deus; para ele, o tempo seria uma interrupção
da eternidade. Aceitar que o tempo é uma criação de Deus é também aceitar que o tempo não
existia antes de ser criado, e que Deus não é o tempo em que se precede os tempos, caso
contrário o ser Supremo não poderia ser anterior a todos os tempos passados e presentes. 10
Para o Santo, Deus é o Ser que precede todo passado, sabe do futuro e ainda vive a eternidade
no presente. Os anos para Deus não morrem em virtude de sempre ele viver no eterno
presente; todos os anos na eternidade são parados em virtude de estarem fixos e, com
isso,para a chegada de um ano não se necessita expulsar outro ano para passar a existir,
enquanto que para as criaturas da terra que estão no tempo, a existência de um ano só pode
acontecer com a morte de outro ano, portanto, só podemos dizer que todos os anos existem a
partir do momento em que todos os anos passem a existir.

Com toda esta explicação do tempo e eternidade como obra criada por Deus,
Agostinho procura então se questionar sobre o que seria este tempo? O filósofo, então, r

9
Cf.S. Agostinho, Confissões XI 11 e 15.
10
Cf. S.Agostinho, Confissões XI 13.

6
esponde esta questão da seguinte maneira; ´´Se ninguém me perguntar, eu sei o que é o
tempo, mas se alguém me perguntar, então já não sei mais o que poderia ser este tal tempo.
``11 Esta resposta é uma resposta que causa muita polêmica na tentativa de dar um significado
ao tempo por meio de fórmulas de pensamento racional e tradicional, pois o que se percebe é
que o tempo não deixa ser explicado por meio de palavras.
Ora se o tempo não se deixa ser traduzido sobre o que ele é por palavras, como então é
possível explicar a existência do passado, do presente e do futuro? Por que e para quem o
tempo foi criado? O tempo foi feito para nós ou para o mundo? Como pode existir o passado
se este passado não é mais? Como pode dizer que existe um futuro se ele não é ainda, como
pode-se dizer que existe um presente se este está passando o tempo todo? Se o presente
permanecesse presente sem se transformar em passado, ele não seria mais tempo e sim
eternidade, pois a eternidade é um presente que não vira pretérito, e se virasse pretérito, já não
seria mais eternidade e sim teríamos então o tempo. O presente nada mais é do que aquilo que
deixa de ser a cada instante, já a eternidade podemos dizer que é tudo o que o tempo não pode
ser.
Escrever e analisar a existência do tempo não é fácil. Para facilitar, poderíamos então
eliminar o problema do tempo em nossas vidas dizendo que tudo é uma ilusão e que nada
existe a não ser a alma por ser eterna. Se pensarmos desta maneira poderemos então eliminar
este problema. Contudo, se optarmos por eliminar este problema através desta lógica, então
teremos que também eliminar a nós mesmos, pois somos temporais, nascemos no tempo,
vivemos no tempo e morremos no tempo. Em suma, não é possível eliminar o problema do
tempo, e ainda, é melhor enfrentá-lo ao invés de eliminá-lo, pois não é possível dizer que o
tempo não existe se na realidade somos frutos dele, afirmo: tempo e criação foram criados
juntos.
Podemos perceber que Agostinho quer de certa maneira dividir o tempo em dois;
Tempo do mundo e o Tempo da alma. O tempo do mundo seria o tempo do relógio, é aquele
que sempre está passando e o tempo da alma seria aquele tempo feito para nós, e nesta lógica,
passado, presente e futuro apenas existem para nós. Não existe passado no mundo, o que
existe é um passado atual em nossa memória, pois o passado não tem realidade material, e o
que passou, passou, o que aconteceu não pode ser mais modificado pois já não existe, o que

11
Cf. S. Agostinho, Confissões XI 14.

7
existe é a história dos acontecimentos em nossa memória. O passado não é o ser, mas o
passado é o ser para nós.

Através deste raciocínio é que agostinho descobre que não apenas existe um passado,
um presente e um futuro e sim existe um presente-passado, um presente do presente e um
futuro-presente. Na medida em que vamos trazendo a história do passado em nossa memória,
estaremos então fazendo isso no presente, só poderemos recordar o passado no presente e por
isso é que podemos dizer que existe um presente-passado. Na medida em que vamos
percebendo o presente de forma aqui e agora, podemos dizer que estamos vivendo um
presente do presente, é um presente que apenas existe no aqui e agora, enquanto que o futuro
existe em virtude da expectação que existe na alma, é a esperança que o indivíduo tem de que
o amanhã possa vir, é o que Agostinho vem afirmar que existe um futuro-presente, e não
apenas um futuro.
O tempo do Mundo, seria aquele tempo em que nada dura e sim tudo transita, tudo
escapa, enquanto que para nós o tempo possui uma durabilidade, pois o tempo existe para nós,
e as coisas duráveis sãs coisas que possuem um presente estendido enquanto que para o
mundo isso não existe,mas sim um presente instantâneo. Santo Agostinho termina sua
primeira análise de tempo afirmando a existência do tempo presente do passado, presente do
presente e futuro do presente.

8
CONCLUSÃO

Em virtude de termos analisado a questão do tempo em Santo Agostinho, podemos


concluir que é mais correto afirmar que é impossível pensar na criação do tempo sem pensar
na criação do mundo, pois uma vez em que os dois foram criados juntos, ambos fazem parte
da mesma história da criação feita por Deus.
Sobre o primeiro capítulo podemos concluir de que Santo Agostinho procura analisar
três teorias do tempo com a finalidade de poder explicar a criação dele, graças a estas análises
podemos verificar que temos um passado-presente, um presente do presente e um futuro-
presente, bem como podemos concluir de que a eternidade é um eterno-presente que não
passa, e que o tempo seria aquilo que passa. Também podemos concluir que o tempo é a
interrupção da eternidade e que apenas só é possível medi-lo através do espírito em virtude de
possuir em si a expectação, atenção e a memória.
No que se refere ao segundo capítulo pude concluir que, Santo Agostinhoprocura
afirmar que tudo o que foi inicialmente criado partiu da imaginação e da vontade de
Deus,segundo ele, a vontade de Deus não é uma criatura, e que Deus já existia antes de
qualquer existência de criação, mas tudo o que já existe, primeiramente antes de existir,
passou pela vontade do Criador. Esta vontade divina, pertence a própria substância de Deus.
Sobre a questão do tempo, penso que Agostinho quer-nos dizer que temos dois tipos de
tempo; o tempo do mundo, que seria aquele tempo instantâneo o qual não possui durabilidade,
pois é o tempo do relógio, e o tempo da alma, que seria aquele tempo feito para nós, um
tempo que possui uma durabilidade em um presente estendido.
Portanto, não existe passado para o mundo, o passado só existe para nós, pois este
passado apenas se encontra em nossas memórias, o presente sóexiste na medida em que
podemos percebê-lo no aqui e agora, o futuro-presente só existe, na medida em que temos a
expectativa em que o futuro pode se tornar.

9
10

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