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FERRAMENTAS

TEÓRICAS PARA O
ESTUDO PSICOSSOCIAL
DO TRABALHO:
PRÁTICAS COTIDIANAS, PROCESSOS DE
SIGNIFICAÇÃO E IDENTIDADES
O trabalho é uma
característica muito
É muito comum e até marcante que muitas
natural a profissão de vezes se torna
uma pessoa, ser o identidade literal de um
definidor de quem ela é ser
na sociedade.

Um exemplo claro desse


significância e quando
conhecemos uma nova pessoa,
sempre procuramos saber o que
ela faz, ou seja, com o que ela
trabalha. E segundo ou terceiro
plano tentamos saber como ela
é.
 Quando a fronteira entre trabalho
e vida pessoal ficam turvas é
chamado de enredamento.

ENREDAMENTO  O enredamento é o permitir que


o trabalho consuma o tempo e a
identidade de alguém, deixando
menos espaço para hobbies
interesses.
•Interesse da Psicologia convencional do trabalho: A busca
pela satisfação ou - felicidade – no trabalho compreende a
identidade nas organizações laborais como um resultado.

Identidades e •PULIDO-MARTINEZ (2012): Identidade é concebida


“como resultado de um processo de interações sociais em

Trabalho diversos contextos e em particulares condições objetivas de


trabalho”.

•Dois exemplos de pesquisas realizadas por pesquisadoras


brasileiras, sendo adotados postura crítica direcionada para
o trabalho a partir do ponto de vista daqueles que o
executam: [1] Seu Pedro, MST - Contextos rural e urbano.
•Contribuição da memória no processo de enraizamento e
reconstrução da identidade social de trabalhadores rurais
assentados com experiências de migração que os levaram ao
desenraizamento e que poderiam conduzi-los à fragmentação
da identidade social.
IDENTIDADES
E TRABALHO
•Analisam a trajetória de vida de um trabalhador rural
assentado vinculado ao MST.
IDENTIDADES E
TRABALHO
 •Conceito de identidade a
partir da trajetória de Seu
Pedro, memorialista
participante da pesquisa.
 •Hipótese: a memória do Seu
Pedro “foi ressignificada pela
vivência dos princípios
organizativos preconizados
pelo MST, o que proporcionou
condições para o
enraizamento e para a
reconstrução da identidade
social”

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•A LEITURA ATUAL QUE FAZ DE SUA HISTÓRIA É •AO SE RECONHECER COMO SEM TERRA, SEU
ATRAVESSADA POR SUAS VIVÊNCIAS JUNTO AO PEDRO ESTABELECE RELAÇÕES COM AS
MST E SEU MODO DE ORGANIZAÇÃO. PERSONAGENS QUE O CONSTITUÍRAM EM SUA
HISTÓRIA, POIS O “PASSADO E O PRESENTE
PASSARAM A COEXISTIR NA IDENTIDADE SEM
TERRA, INFLUENCIANDO-SE MUTUAMENTE”

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Identidade e  “A identidade no trabalho se
refere aos processos

Trabalho
subjetivos a partir dos quais os
sujeitos atribuem continuidade
e diferenciação à sua
existência no marco de suas
experiências laborais,
outorgando sentido a suas
práticas sociais” (revista
Psykhe, 2012)
 Aspectos como responsabilidade,
status, reconhecimento, dignidade,
independência e realização
pessoal compõem
a identidade vinculada ao trabalho,
mas os valores a ele associados,
devem sempre levar em
consideração, variáveis como
cultura, faixa etária, classe e
gênero.
Identidade e 

Trabalho  Outro aspecto importante, atividade


profissional influencia outras
atividades da vida do sujeito,
dentre elas a psíquica. Assim, ela é
fonte de recursos materiais e é a
entrada do sujeito em um sistema
de relações sociais que é, por sua
vez, um lugar de construir
identidades.
 Podemos identificar as
seguintes etapas:
 Articulações entre identidade
e trabalho.
 1) Primeira: Se questiona o
lugar central tradicionalmente
ocupado pelo trabalho –
Identidade e assalariado – como suporte
Trabalho identitário.
 2) Segunda: Novos modelos ou
perfis de trabalhadores em
decorrência da emergência das
empresas flexíveis e de seus
esforços por modelar as
identidades dos trabalhadores.
 •Diferentes formas nas quais os
sujeitos latino-americanos se
constroem por meio do trabalho
O sobrenome mais popular na Alemanha e na Suíça é Müller,
enquanto na Ucrânia é Melnik; ambos podem ser traduzidos
como empregado ou proprietário de moinho. Na Eslováquia, o
sobrenome mais comum é Varga, palavra que significa sapateiro.
O perigo de
definirmos E no Reino Unido, na Austrália, na Nova Zelândia, no Canadá e
nossa nos Estados Unidos, é Smith — que remete a ferreiro, ourives e
chaveiro em inglês.
identidade pelo
trabalho
Esses nomes datam da Idade Média, quando o trabalho de uma
pessoa era uma característica tão marcante, que se tornava
sua identidade literal.
 Historicamente, a maioria das pessoas não escolhia seus empregos,
diz Anne Wilson, professora de psicologia da Universidade Wilfrid
Laurier, em Ontário, no Canadá.
Marcador de  "Costumava ser geracional — seu pai era carpinteiro, então você
identidade era carpinteiro", explica.
 "Ou, você simplesmente pegaria um emprego com base nas
oportunidades disponíveis."
Marcador de  Quando alguém diz que é um
cirurgião, você geralmente supõe
que a pessoa tenha uma boa

identidade educação e alta renda — duas


métricas que podem determinar a
posição de alguém na sociedade e
afetar como você
subsequentemente julga essa
pessoa.
Marcador de
identidade É claro que é uma via de mão dupla:
muitos recebem bem esse
"Isso é especialmente verdade entre
a 'elite educada'", afirma Wilson.
"Para pessoas que têm um certo tipo
de trabalho e determinada classe,
julgamento, porque desejam se muitas vezes é sobre como você se
associar à riqueza e à realização que identifica e como os outros te
seus títulos profissionais sugerem. identificam."
 No entanto, aqueles que
Marcador de permitem que seus empregos
consumam suas identidades
identidade podem estar fazendo isso às
próprias custas.
Marcador de identidade
 Quando as pessoas investem uma quantidade
desproporcional de tempo e energia em suas carreiras,
explica Wilson, isso pode levar a um estado psicológico
denominado 'enredamento', em que as fronteiras entre
trabalho e vida pessoal ficam turvas.
 "Isso tende a acontecer especialmente com pessoas com
empregos que são relativamente autodeterminados, em que
você não bate ponto às 9h e às 17h", diz ela.
 Pessoas em cargos executivos de alto escalão, advogados,
médicos, empresários, acadêmicos e outros que
estabelecem seus próprios horários

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A armadilha
do enredamento

 O enredamento permite que o trabalho "consuma o tempo e


a identidade de alguém, deixando menos espaço para
hobbies e interesses".
 Quando você fica tão enredado no trabalho a ponto de ele
começar a te definir, você também pode começar a permitir
que ele determine seu próprio valor. Isso pode ter efeitos
desastrosos.

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"Se você vincular [sua Janna Koretz, fundadora da "Inevitavelmente, algo vai "Haverá demissões, uma
autoestima] à sua carreira, Azimuth Psychological, acontecer", diz ela. recessão, sua empresa será
os sucessos e fracassos que uma clínica com sede em comprada e, de repente,
você vivenciar vão afetar Boston, nos EUA, focada na seu emprego não é mais o
diretamente sua saúde mental de pessoas que costumava ser. Vira
autoestima", adverte em empregos de alta uma questão realmente
Wilson. pressão, diz que vincular a existencial para as pessoas,
autoestima à carreira pode e elas têm estratégias de
transformar um obstáculo enfrentamento ruins
na carreira em algo porque é catastrófico.
consideravelmente mais Então isso leva à depressão,
difícil de superar. ansiedade e até mesmo ao
uso abusivo de
substâncias."
Armadilha do Enredamento
 Mas até que haja um problema, a maioria das pessoas que
adota uma identidade centrada na carreira nem sequer
percebe que isso está acontecendo.
Uma nova identidade cultural

 No entanto, podemos ter uma rara oportunidade de dissociar quem somos do que
fazemos.
 embora nossas carreiras ainda sejam relevantes, é claro, podemos estar em um
momento em que nossos empregos se tornaram apenas uma peça importante do
quebra-cabeça de nossas vidas.
 Wilson ressalta que fazer um trabalho que você ama não é algo ruim, tampouco
considerar o que você faz para viver uma parte importante de quem você é.
 Mas, segundo ela, deixar para trás um sistema em que as pessoas são definidas
sobretudo — ou exclusivamente — por seus empregos exigirá mais do que perceber
que há um problema ou redefinir as prioridades em consequência da pandemia.

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Uma nova identidade
cultural
 Também exigirá uma mudança
cultural abandonar a ideia de
que cada pessoa tem uma
"vocação" profissional, ditada
por quem elas são, e que o
objetivo da vida deve ser
encontrá-la.
 A mudança dessa narrativa
precisa começar, na verdade,
muito antes de as pessoas
entrarem no mercado de
trabalho.
E você, quem é?
ALUNOS:
Marine Alves de Lima
1322220205
Daiane Constantino
RA: 135210350
Renata Malig
RA: 132110248
Maria Elisabete Marchi Pereira
RA: 1322220250
Betina Idzi
RA: 1322220176
Tadeu K. Sakiyama
RA: 132110950
Juliana Mallmann
RA: 1322220412
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RA 132210789

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