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CENTRO SALESIANO DO MENOR – CESAM/DF

PROGRAMA ADOLESCENTE/JOVEM APRENDIZ

Módulo Formação Específica

Administração

Assistente Administrativo

A HISTÓRIA DO TRABALHO

Brasília-DF, 2020

Aprendizagem, mais que uma oportunidade!


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PROGRAMA ADOLESCENTE/JOVEM APRENDIZ

Tema: A HISTÓRIA DO TRABALHO:


O que é trabalho; trabalho x emprego; a importância e
benefícios do trabalho.

Prezado aprendiz,

Seja bem-vindo ao Módulo de História do trabalho.

Objetivo Geral:

Conhecer conceitos, características e diferenças entre trabalho e emprego.

Objetivos específicos:

1. Conhecer características e benefícios do trabalho;

2. Identificar a importância do trabalho e emprego;

3. Exemplificar a evolução do trabalho em relação a vida do ser humano.

Este conteúdo, contem textos explicativos do tema proposto para aprofundar o


conhecimento e também uma atividade de sistematização ao final.
Aproveite essa oportunidade para adquirir novos conhecimentos fazendo a leitura
de todos os capítulos, seguindo as dicas de pesquisas e realizando as atividades.
Bom estudo!

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Neste capítulo estudaremos os seguintes temas:


1. Trabalho x Emprego
2. Trabalho na contemporaneidade
3. Relação com o trabalho
4. Importância do trabalho
5. Trabalho e vida pessoal

Aquecimento

A expressão relação de trabalho representa o gênero, do qual a relação de emprego


é uma espécie. Podemos dizer que o gênero “relação de trabalho” engloba, além da
relação de emprego, outras formas de prestação/realização de trabalho como, por
exemplo, o trabalho voluntário, o trabalho autônomo, o trabalho portuário avulso, o trabalho
eventual, o trabalho institucional e o trabalho realizado pelo estagiário.

Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda
a relação de trabalho é uma relação de emprego. Para compreendermos o alcance das
expressões “relação de trabalho” e “relação de emprego”, é importante termos claro o
alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano. Por exemplo, a Carteira de
Trabalho e Previdência Social (CTPS) está ligada à relação de trabalho subordinado que
corresponde ao vínculo de emprego, querendo, por assim dizer, que se trata somente de
uma relação de emprego e não de uma relação de trabalho.

Nem todos os tipos de relações de trabalho são registrados na CTPS, mas todos os
tipos de relação de emprego são registrados no referido documento. O que identifica a
relação de emprego é o vínculo jurídico estabelecido entre as partes, de um lado
empregado, pessoa física, e de outro o empregador, que pode ser pessoa física ou
jurídica. Para a existência desse vínculo, que une o empregado ao empregador na
execução de uma obra ou prestação de serviços, deve haver a presença de alguns
requisitos ou elementos, sem os quais não se configura o vínculo de emprego.

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Bom estudo!

TRABALHO X EMPREGO

O trabalho tem relação direta com o estilo de vida do indivíduo: em quem ele hoje
em dia e em quem deseja se tornar. O conceito está pautado em projetos, metas, objetivos
e sonhos. O trabalho vai além da necessidade financeira, trata-se de um caminho para a
realização pessoal.

Já o emprego é uma atividade alienada em que o profissional atua por mera


necessidade financeira, distante de algum tipo de apreciação. Todos nós já passamos por
essa experiência, não é mesmo?
Seja pelo fato de ser a primeira
colocação ou recolocação no
mercado ou por não ter
descoberto a própria paixão. E
isso é o que verdadeiramente
está conectado com as suas
motivações e as suas
convicções mais autênticas.

Quando a sua busca é somente pela estabilidade financeira, então você tem um
emprego. Nesse caso, a chance de acabar infeliz realizando tarefas que não trazem
satisfação pessoal e profissional é maior. Essa situação pode resultar em cenários ruins
como a estagnação na sua carreira e até mesmo na sua vida pessoal.

Já quando você tem um trabalho tudo muda totalmente. Bem, como já dizia o
estudioso alemão Max Weber (1864 – 1920): “o trabalho enobrece o homem”, ressaltando
a diferença entre trabalho e emprego. Nessa perspectiva, a atuação profissional está
atrelada à existência do indivíduo, mais profundamente falando, à construção do seu

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legado. Por isso é determinante para a plenitude do indivíduo para identificar e esclarecer
o sentido de sua vida.

TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE

A palavra “trabalho” é compreendida como atividade profissional, remunerada ou


não, produtiva ou criativa, exercida para determinado fim. Embora as definições de
dicionários possam derivar da ideia de um trabalho fruto de acontecimentos históricos,
estão intrinsecamente
associadas ao discurso
ideológico de suas
épocas.

Para ilustrar esse


caráter ideológico, Bock
(2006, p. 20) comenta que
[...] se abríssemos, por
exemplo, um dicionário da Grécia antiga, possivelmente achar-se-ia o trabalho como [...]
atividade exclusivamente física, que se reduzia ao esforço que deviam fazer as pessoas
para assegurar seu sustento, satisfazer suas necessidades vitais [...] que não era
valorizada socialmente.

A partir dessas ideias, pode-se considerar que o sentido do trabalho é oriundo de


uma historicidade, isto é, está em consonância com a época, com a cultura, com o modo
de relacionar-se e compreender o mundo de cada sujeito e do grupo do qual fez e faz parte
(SACHUK e ARAÚJO, 2007).

Nos últimos tempos, muito se tem discutido e publicado sobre a aceleração e


diversidade das transformações do mundo do trabalho, sobretudo aquelas concernentes
e/ou decorrentes da introdução de novas tecnologias de produção, tais como a
informatização, a automação, os novos modelos de gestão e as novas possibilidades de
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produtividade. Tem-se discutido o alcance dessas transformações para uma mudança


acentuada na forma de conceber o trabalho, caracterizando o surgimento de novo um
paradigma, redefinindo o lugar do trabalho na vida da sociedade e de cada indivíduo
(OVEJERO, 2010a).

Essas mudanças nas formas de trabalho


e emprego trazem implicações objetivas e
subjetivas, já que a noção de trabalho envolve
tanto as condições socioeconômicas nas quais
essa atividade humana desenvolve-se como no
significado, no sentido e nos valores
socioculturais dessa experiência. As condições
de trabalho são relativas às circunstâncias nas
quais ele ocorre, já os significados remetem a
diferentes valores e concepções sobre trabalho
(COUTINHO, 2009).

Um dos principais estudos sobre os sentidos do trabalho foi realizado pelo grupo
MOW, entre 1981 e 1983, em 8 países. A equipe de investigação do MOW realizou
diversas pesquisas com o intuito de apresentar dados empíricos sobre o significado e o
sentido do trabalho.

Os pesquisadores desse grupo agruparam tais dados em 3 dimensões principais:

I. A centralidade do trabalho,
II. As normas sociais sobre o trabalho e
III. Os resultados valorizados do trabalho/as metas do trabalho.

A centralidade do trabalho é entendida como o grau de importância que o trabalho


tem na vida de uma pessoa, identificando o quanto é central para a autoimagem do sujeito.

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As normas sociais sobre o trabalho funcionam como modelos sociais que dizem
respeito às recompensas obtidas pelo trabalho, gerando no trabalhador a percepção do
que seriam trocas justas entre o que ele recebe do trabalho e as contribuições que ele traz.

Finalmente, os resultados valorizados do trabalho são os valores relacionados aos


motivos que levam uma pessoa a trabalhar, como, por exemplo, obter prestígio e retorno
financeiro, manter-se em atividade, o contato social e estabelecimento de relações
interpessoais, sentir-se útil para a sociedade, entre outros (MOW, 1987).

RELAÇÃO COM O TRABALHO

O trabalho preenche a nossa mente e tempo e nos faz crescer pessoalmente, além
de proporcionar as condições financeiras para vivermos bem. É por meio dele que você
cria os alicerces principais para realizar seus projetos. Para conquistá-lo, você deve
transformar a visão em relação ao ofício. Essa tarefa exige algumas reflexões e avaliações
sobre sua vida profissional, o que inclui mudanças de atitudes e análises de melhores
possibilidades. Entre elas, três passos são fundamentais para isso.

Humanização: compreenda que você não é uma máquina, e sim um ser humano,
que precisa ter suas necessidades básicas preenchidas.
Além de desempenhar suas tarefas com excelência,
atingir metas e gerar resultados, você também precisa se
sentir parte importante da corporação, ser respeitado
pelos colegas de trabalho e ser reconhecido por seu líder.
Essas são três questões fundamentais que te auxiliam a
identificar seu valor profissional e seu posicionamento na
carreira.

Foco no resultado e não tarefa: exercite sua visão sistêmica a respeito da empresa
em que faz parte, seja mais ativo e participativo. Compreenda como o sistema

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organizacional funciona de maneira geral, como os diversos departamentos e funções se


integralizam em direção a um objetivo comum.

Não engesse seu potencial: não se limite a fazer apenas o que lhe é delegado,
procure ir além do horizonte, seja mais analítico, provoque seu senso crítico e estimule sua
criatividade. Essa é uma forma bastante efetiva para desenvolver soluções que possam
agregar com o crescimento da empresa, e consequentemente, a evolução do seu trabalho.

IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

Quanto da sua vida é dedicado ao trabalho? Para responder a essa pergunta basta
contabilizar as horas semanais que você fica na empresa e o tempo de deslocamento de
ida e volta. Além disso, leve também em conta os minutos ou as horas em que você reflete
sobre o emprego mesmo estando fora dele. Se a somatória é maior do que o que você
esperava é hora de rever os seus conceitos.

Com certeza, há leitores que vão achar que trabalhar demais, outros que trabalham
menos do que imaginava e uma parcela de pessoas que vão julgar que, mesmo
trabalhando muito, está tudo bem, pois amam o que fazem. Entenda que não há problema
nenhum em quem dedica mais de 60 horas semanais trabalhando, desde que o indivíduo
esteja de acordo com essa quantia. O pensador e filósofo chinês, Confúcio (551 a.C.-479
a.C.), uma vez afirmou: “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar
nem um dia na tua vida. ”.

Muitas vezes as pessoas


questionam se trabalhar é
realmente importante,

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independente do cargo ou dos rendimentos financeiros que tenha. O que motiva alguém a
trabalhar?

A primeira motivação que se costuma ter na hora de procurar por um emprego é o


sustento – seja o de si mesmo, seja da própria família. Mas, esta não é a motivação que
mantém todos os profissionais do mundo exercendo suas funções. Tampouco é o que dá
sentido para o trabalho. Dentre os fatores que motivam os profissionais, estão:

1 – Desenvolvimento de habilidades: A prática leva a perfeição, certo? Por isso,


muitas pessoas procuram experiências profissionais para desenvolver habilidades que
possam contribuir com a ascensão profissional. Tais habilidades não serão desenvolvidas
sem exercícios e vivência. Daí vem a motivação para trabalhar.

2 – Realização: Ver o resultado do


trabalho feito é muito gratificante,
independente da área de atuação.
Testemunhar a felicidade de um cliente ao
encontrar o produto que queria na loja, bater
as metas de vendas ou trabalhar na
construção de um grande edifício, tudo pode
ser motivo de orgulho por ter contribuído
para que aquilo se tornasse possível. A realização também motiva a ida ao trabalho.

3 – Relacionamento Interpessoal: A grande maioria dos profissionais trabalha de


forma colaborativa com outros, o que permite que sejam criados laços de amizade e
cooperação. Fazer parte de uma equipe que trabalha em prol de um mesmo objetivo é
muito enriquecedor e motivador.

4 – Disciplina e Responsabilidade: Em qualquer tipo de empresa, seja como


proprietário ou colaborador, é necessário cumprir regras em relação a prazos, horários e
metas. Esse aspecto faz com que os indivíduos desenvolvam a noção de organização e
disciplina que é muito importante para o seu desenvolvimento profissional.
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COMO VOCÊ VÊ SEU TRABALHO?

Ter um propósito é o que diferencia as pessoas de sucesso daquelas que trabalham


apenas porque é sua única opção de sobrevivência. Existe um conto muito antigo que
ilustra muito bem essa diferença: Três pedreiros estavam trabalhando em uma construção,
porém, quando alguém perguntou o que eles estavam fazendo, cada um demonstrou ter
uma visão diferente. O primeiro disse que estava assentando tijolos; o segundo,
preparando a massa; enquanto isso, o terceiro afirmou que estava construindo uma bela
catedral.

Você é feliz?

Inspirado no conto, eu te
pergunto: quem você quer ser? Um
profissional que está apenas exercendo
a função que lhe foi passada ou aquele
que deseja realmente fazer parte de
uma causa maior e contribuir para sua
realização? Tenho a certeza de que os
indivíduos que se encaixam na segunda
categoria terão grandes oportunidades, tanto profissionais quanto de felicidade e
satisfação.

Experimente ter uma nova visão sobre o trabalho que realiza. Se é um corretor de
imóveis, por exemplo, ao invés de casas, venda sonhos e conquistas para outras pessoas.
Essa pequena mudança de pensamento trará diversos benefícios e, inclusive, te ajudará a
fechar mais negócios, pois a sua abordagem em relação aos clientes será outra e não
apenas a de um vendedor que deseja receber sua comissão.

Exerça a gratidão pelo seu trabalho

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Em tempos de crise econômica é bastante comum encontrar profissionais


exercendo funções diferentes de sua formação. Se esse é o seu caso, aproveite o
momento para se aperfeiçoar e desenvolver novas habilidades. Além disso, saiba ser grato
pelo trabalho que tem, pois mesmo que não seja o que sempre sonhou, poderá te
proporcionar descobertas, aprendizado e crescimento e ser uma ponte para fazer aquilo
que deseja no futuro.

No início, pode ser bastante desafiante sair de um emprego em que tinha um cargo
mais alto e um salário maior para trabalhar em uma função considerada menos importante.
Entretanto, procure sempre pensar que todas as profissões são relevantes. Em um
hospital, por exemplo, desde os médicos até os responsáveis pela limpeza são
fundamentais para que os pacientes recebam o tratamento adequado e possam se curar.
Uma função não é capaz de suprir todas as necessidades do ambiente e a cooperação é
fundamental.

Vale lembrar que ser grato pelo seu trabalho atual é diferente de se acomodar e não
buscar o crescimento. O fato de ser agradecido pela oportunidade não impede que
continue buscando evoluir e aperfeiçoar para ir à busca de suas metas. Aliás, a gratidão irá
de ajudar a se manter motivado para prosseguir.

TRABALHO X VIDA PESSOAL

Como você pode ver, o trabalho é realmente muito importante, mas não é tudo.
Manter o equilíbrio entre o lado pessoal e
profissional é fundamental para levar a
vida de forma saudável, plena e feliz. Além
disso, tentar se forçar a trabalhar durante
mais horas do que a capacidade natural
do corpo e da mente pode te levar a
desenvolver problemas, como ansiedade,
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síndrome de burnout e estresse, por exemplo, que terão um impacto negativo sobre sua
saúde emocional, mental e física e também em seu desempenho profissional.

Existem algumas fases da vida de um indivíduo em que o trabalho irá exigir um


pouco mais de atenção, como, por exemplo, ao abrir um novo negócio ou se dedicar a um
projeto especial. Contudo, manter uma rotina organizada e com tempo para descanso é
indispensável para ter energia e conseguir conquistar seus objetivos e sonhos com saúde
e equilíbrio.

TRABALHO X DINHEIRO

O trabalho e o dinheiro sempre estiveram relacionados de alguma forma. É através


da nossa atuação profissional que podemos conseguir os recursos para as despesas
diárias e para a realização de sonhos.

E, realmente, nada mais justo do


que sermos remunerados por
desempenhar bem as nossas funções.
Todo mundo precisa investir dinheiro e
tempo para obter as habilidades que
usa no trabalho. Seja através de uma
faculdade, curso de capacitação ou até
mesmo a compra de ferramentas para
trabalhar.

Consequentemente, se faz necessário ter um retorno desse investimento. Contudo,


por mais que o dinheiro seja um dos maiores benefícios do trabalho, ele nunca deve ser o
principal foco para se manter em uma ocupação.

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Nessa relação, é importante considerar que o dinheiro representa apenas um dos


pontos de compensação pelo trabalho executado. Mas a essência de exercer uma
atividade profissional envolve outras questões, como realização profissional e bem-estar.

O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM

Trabalhar é condição essencial, não somente pela


manutenção financeira, mas pela dignificação da vida.
Trabalhar se constitui numa parte importante da vida. E
vai além do ganha-pão. Tem a ver com realização
pessoal, com sentir-se útil e encontrar sentido para os dias. “A importância do trabalho na
vida do ser humano vai muito além do fato de que, através dele, satisfazemos nossas
necessidades básicas. O trabalho, por si só, é revelador da nossa humanidade, uma vez
que possibilita ação transformadora sobre a natureza e si mesmo. Além disso, a nossa
capacidade inventiva e criadora é exteriorizada através do ofício que realizamos”.

De outro lado, o fato de não trabalhar pode ter consequências negativas, que afetam
diretamente a personalidade. “Em razão da centralidade que o trabalho ocupa em nossas
vidas, é que podemos compreender as consequências negativas do não-trabalho, da
inatividade. Um sujeito sem trabalho é impedido de se realizar como homem e cidadão, o
que afeta diretamente sua dignidade”.

Ter um ofício é primordial na vida do ser humano. Durante a própria evolução, cada
indivíduo veio desempenhando um papel, o que não é diferente nos dias de hoje. “O
trabalho é um meio inexorável da existência humana e constituinte da identidade do
sujeito. Isto significa que cada um se torna o que é por meio do ofício que executa. Através
do trabalho as pessoas podem imprimir sua marca, o seu registro.

Gostar do que faz: Tão importante quando desempenhar o seu ofício é gostar do
que se faz. Quem realiza o seu trabalho sem estar contente com o que executa,

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certamente não terá empenho e sua produção será menor, além da propensão ao
desenvolvimento da depressão.

Trabalhar sem sentir prazer é sinônimo de sofrimento e de adoecimento. Um


trabalho que não for considerado gerador de bem-estar trará mais prejuízos do que
benefícios. Não é possível que um trabalho, ao causar sofrimento, cumpra a sua função de
dignificar o homem. A gênese do sofrimento pelo trabalho está, por exemplo, relacionada a
fatores como conflitos constantes entre líderes e liderados, ausência de espaço para
discussão, expressão e resolução de problemas e/ou fragmentação e inserção muito
limitada das tarefas no processo produtivo.

Bem-estar no trabalho: A sensação de bem-estar no trabalho está ligada


diretamente a características como: trabalho estimulante e desafiador, possibilidade de
crescimento na carreira, aprendizado e desenvolvimento, ter um bom chefe, clima
organizacional positivo, remuneração e benefícios justos, entre outros. Por isso, tão
importante quanto gostar do que se faz é desempenhar esta função num local que ofereça
as condições necessárias.

Durante mais de 50 anos, os


pesquisadores estudaram os fatores que
satisfazem, motivam ou envolvem os
seus funcionários talentosos. Abrahm
Maslow, por exemplo, identificou as
necessidades básicas de sobrevivência
e descobriu que, quando essas
necessidades eram satisfeitas, as pessoas se concentravam nas necessidades sociais e
na autorrealização do trabalho.

Frederick Herzberg identificou os ‘fatores de higiene’ como o ambiente de trabalho,


salário e benefícios decentes como possíveis motivos de insatisfação, quando são
inadequados, mas eles não são necessariamente motivadores. Se as pessoas não forem

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desafiadas no trabalho ou não estiverem progredindo, ou ainda, se não se dão bem com o
chefe, o salário provavelmente não os reterá por muito tempo.

Saiba mais em:


https://www.youtube.com/watch?
v=nUO2R-8KwCQ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OVEJERO, A. B. Efeitos da globalização no trabalho. In: OVEJERO, A. B. Psicologia do


trabalho em um mundo globalizado: como enfrentar o assédio psicológico e o stress no
trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2010a. p. 37-52.

COUTINHO, M. C. Sentidos do trabalho contemporâneo: as trajetórias identitárias como


estratégia de investigação. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 12, n. 2, p. 189-
202, 2009.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os
Economistas, v. 1).

MEANING OF WORK INTERNATIONAL RESEARCH TEAM – MOW. The meaning of


working. London: Academic Press, 1987.

SACHUK, M. I.; ARAÚJO, R. R. Os sentidos do trabalho e suas implicações na formação


dos indivíduos inseridos nas organizações contemporâneas. Revista de Gestão USP, v.
14, n. 1, p. 53-66, 2007.CASTRO, Róbison Gonçalves de; e GOMES, Luciano de Souza.
Administração e Direito Financeiro e Orçamentário. 4ª ed. Editora Vestcon, Brasília: 2000.

SANCHES, Osvaldo Maldonado. Dicionário de Orçamento, Planejamento e Áreas Afins. 1ª


ed.Prisma, Brasília: 1997.

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