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DAYANE YUMI YAMAMOTO

PATRÍCIA LEMES MALAQUIAS


ANÁLISE E TRANSCRIÇÃO DE
ENTREVISTA COM UMA
COORDENADORA DO ENSINO
INFANTIL – MG

ALDO SAÚDE
07 de julho de 2022

Duração de 30 minutos.

Doutora na área da da

A ENTREVISTA educação

41 anos de idade

Trabalha a 12 anos na
mesma área, em uma
escola localizada no
centro da cidade de
Uberlândia - MG.
Por meio do estágio
curricular realizado na
escola, na qual

Primeiro demonstramos interesse


em entrevistá-la

Contato Tivemos dificuldade em


encontrar um ambiente
sem interferência para a
realização da entrevista
O trabalho tem como foco
sobretudo analisar os
aspectos que tangem à

Foco do percepção do
acerca de sua própria
sujeito

Trabalho condição de trabalho, sua


realidade cotidiana,
desgastes físicos e
psicológicos, posição
econômica e a situação
geral do país.
Trabalho é o que eu faço,
tanto do ponto de vista de
sobrevivência econômica,
mas também é aquilo que eu

Trabalho
gosto de fazer, que preenche
o meu dia, na minha
atuação, na minha relação
com as crianças e com meus
colegas de trabalho. Então
assim, é o que preenche, é o
que dá sentido na minha
vida, pelo menos pra mim.
Trabalho é o que eu faço,
tanto do ponto de vista de
sobrevivência econômica,
mas também é aquilo que eu

Trabalho
gosto de fazer, que preenche
o meu dia, na minha
atuação, na minha relação
com as crianças e com meus
colegas de trabalho. Então
assim, é o que preenche, é o
que dá sentido na minha
vida, pelo menos pra mim.
consideramos o professor

Trabalho como um proletariado, uma


vez que “a forma de

Intelectual exploração do proletariado


moderno está associada à
sua existência como
trabalhadores assalariados”.
(Sousa Sobrinho, J. P.
Chagas, E. F. 2014).
Além de todo impacto que
a educação sofreu com a

Impactos da
pandemia, podemos
pensar sobre as
condições de trabalho

pandemia no desses
durante o
professores
período

trabalho.
remoto, para os
professores o levar
trabalho para a casa já é
um cenário típico, mas
durante a pandemia esse
trabalho foi totalmente
exercido em casa.
Pontos para destacar:
- O primeiro ponto: se refere ao
instituto em que ela trabalha, que
cobra dela a formação continuada e
que isso acaba qualificando para um

Remuneração salário maior;


- Segundo ponto: desvalorização do

salarial.
trabalhador na sociedade capitalista
que no entendimento popular, o
trabalho está sempre ligado com o
estudo, e ao conectar esses dois
elementos, vem o pensamento
meritocrático, que traz a ideia de que
um merece ganhar mais por estudar
mais e o outro ganhar menos por
estudar menos.
Condições de isso nos fez pensar sobre a

trabalho e
participação do trabalhador, que
mesmo tendo a consciência de que
não é valorizado, e não concordando

participação com o salário, permanece, sem


questionar ou lutar por essa

em sindicato.
valorização, não participando
ativamente com sindicatos ou lutas
que, inclusive são de seu interesse.
conhecimento aprofundado do
assunto, somente no que se refere ao
tempo necessário para o
recebimento integral de seu salário

Reforma da na aposentadoria. A emancipação no


trabalho se torna possível através da

previdência.
revolta contra a precariedade e a
instabilidade, “como caminho para a
construção da solidariedade que
reafirma a cooperação na
constituição do compromisso coletivo
de uma política do trabalho de
garantia da esfera pública.”(PIRES,
2020a, n.p)
Conclusão
Por intermédio da análise dos dados que foram coletados a partir da
entrevista, sobre as relações entre trabalho e educação, é possível discutir
sobre as condições de vida, os direitos trabalhistas, os desgastes físicos e
emocionais e a situação do país. Percebemos que os trabalhadores estão,
ainda hoje, alienados e subjugados, sem reconhecer o real contexto em que
estão inseridos.
O neoliberalismo apresenta um projeto de reforma ideológica da sociedade,
que coloca os direitos do consumidor acima das liberdades públicas e
democráticas, esse sistema tem crescido no Brasil por meio das políticas
conservadoras, convicto de que a economia internacional é autorregulável, e
capaz de vencer crises, beneficiando o desenvolvimento em escala global, sem
a intervenção do Estado.
Conclusão
Além disso, intensificam políticas “de insegurança social com centralidade no
empreendedor de si mesmo contra o assalariado protegido, a dominação do
capital sobre o trabalho impõe a precariedade como forma de existência e como
estilo de vida”. (PIRES, 2020a, n.p).
Para romper com esse paradigma é preciso que haja a emancipação no trabalho,
por meio da não aceitação, da revolta com esse sistema autoritário, que com o
passar dos anos se reinventa para explorar mais e mais a classe trabalhadora, e
usa o capital como relação social de dominação. O próprio trabalho pode se
tornar um caminho para a emancipação da dominação, mas para que isso ocorra
é necessário que os trabalhadores tomem consciência de sua realidade, e
condições de trabalho.
Referências
CAPPELLANO, Thatiana; CARRAMENHA, Bruno. Trabalho e sofrimento psíquico: Histórias que contam essa História. São Paulo:
Atarukas Produção Editorial, 2019.

FOUCAULT, M. (1977). Vigiar e Punir, tradução de Raquel Ramalhete, Petrópolis. Vozes. Disponivel em
<http://www.uel.br/projetos/foucaultianos/pages/arquivos/Obras/VIGIAR%20E%20PUNIR.pdf>

FOUCAULT, M. (2001). A vontade de saber—História da sexualidade vol. 1. Trad: Maria


Sousa Sobrinho, J. P.; Chagas, E. F. (2014) disponivel em <http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/22926>

MARX, Karl. Da manufatura à fábrica automática. In: GORZ, André (org.). Crítica da divisão do trabalho. 3a ed. São Paulo: Martins
Fontes, p. 21-36, 1996.

PIRES, Joelma. A dialética do trabalho. Blog A Terra é Redonda, 22 set. 2020. Disponível em:<https://aterraeredonda.com.br/a-
dialetica-do-trabalho/>

SAVIANI, Demerval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 12,
n. 34, p. 152-165, jan./abr. 2007.

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