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Capítulo Iii - Legislação - Cooperativismo-Final - I
Capítulo Iii - Legislação - Cooperativismo-Final - I
COOPERATIVISMO DE CONSUMO
Autor (a):
RESUMO
O sistema cooperativista tem como principais objetivos a participação dos associados nas
decisões das cooperativas, igualdade e interesse pelo desenvolvimento econômico e social.
As cooperativas de crédito são instituições financeiras reguladas pelo Sistema Financeiro
Nacional (SFN), normatizadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e supervisionadas
pelo Banco Central do Brasil (BACEN), com o passar dos anos estão conquistando espaço
entre os grandes conglomerados financeiros, em vista da oferta dos mesmos produtos e
serviços financeiros, aliados ao atendimento diferenciado e benefícios atrativos. O tema
proposto tem como objeto a análise da natureza jurídica da Lei nº 5.764/71, que define a
política nacional de cooperativismo e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas,
haja vista que a referida legislação tem gerado constante discussão nos meios acadêmicos,
doutrinários e jurisprudenciais, notadamente quanto a sua natureza jurídica; ou seja, se deve
ser considerada apenas lei ordinária ou lei complementar por disposição constitucional. A
metodologia de estudo desse breve ensaio teve como fonte principal de pesquisa as decisões
dos Tribunais pátrios, em virtude da escassa publicação de obras. Inicialmente, cumpre
demonstrar a essência do sistema cooperativista, sendo de conhecimento notório que as
sociedades cooperativas estruturam-se em bases de sustentação nitidamente distintas daquelas
nas quais se fixam as sociedades comerciais, e não por motivo outro estes entes especiais são
escoltados por uma norma legal específica ao cooperativismo, a Lei nº 5.764/71, devidamente
recepcionada pela Constituição Federal de 1988, e com natureza complementar, no que tange
a seus aspectos tributários, por força do art. 146, III, “c” c/c art. 174, §2º, ambos do Texto
Constitucional.
Ainda temos uma lacuna muito grande entre as condições e características do sistema
cooperativo, em comparação com a realidade da Europa e do Brasil. Vale ressaltar que em
nosso país ele não está preenchido com o espírito competitivo da realidade e mudanças
positivas. No nosso país, como pensou Misi (2013) ao apresentar o pensamento de Antunes:
De acordo com a Pesquisa Cooperativa Global (Dave Grace and Associates, 2014), a
economia cooperativa representa 14% do PIB do país e emprega cerca de 60.850 pessoas, o
equivalente a 1,12% da população. E de acordo com este relatório, as cooperativas do sector
agrícola e alimentar têm um rendimento anual total de mais de 15 mil milhões de dólares, e as
cooperativas e o sector dos seguros têm mais de 18 mil milhões de dólares. As pessoas
também participam ativamente em cooperativas. Fora do setor de seguros, existem mais de 7
milhões de membros, representando mais de 100% da população. Esta situação ocorre porque
os membros da comunidade podem aderir a cooperativas em diversas áreas.
Cracogna, Fici e Henrÿ (2013) relatam que cerca de 85% dos finlandeses adultos são
membros de pelo menos uma cooperativa. A lei que orienta e regulamenta as atividades das
cooperativas na Finlândia é a Lei nº 1. 247/1954, posteriormente alterada pelas Leis
1488/2001 e 421/2013. Podemos ver uma grande relação entre o modelo cooperativo
finlandês e a comunidade empresarial tradicional.
O primeiro artigo da Lei 247/1954 explica que a finalidade das cooperativas é apoiar
as atividades econômicas e financeiras dos seus associados porque esta atividade utiliza
recursos públicos. Quanto à filiação, a lei permite que indivíduos, comunidades e
organizações (pessoas jurídicas) o façam e define um número mínimo de três membros para
formar um sindicato.
A primeira cooperativa do país foi fundada em 1899 por Hannes Gebhard (1864-
1933) e recebeu o nome de Federação Cooperativa Finlandesa Pellervo (Bijaoui, 2017).
Inicialmente, esta organização prestava serviços para fins comerciais, mas o Coop Pellervo
Center (denominação atual) tornou-se um órgão representativo das organizações cooperativas
essencialmente vocacionadas para o “desenvolvimento de atividades cooperativas”. e
elevação psicológica da população em “saúde e bem-estar. (PELLERVO, 2018).
O Centro também direciona interesses entre organizações parceiras. Em termos de
valores, as cooperativas finlandesas baseiam-se em dois grupos de valores básicos e de ética.
Para eles, a autossuficiência, a autossuficiência, a democracia, a igualdade, a justiça e a
solidariedade são importantes. Também se baseiam em princípios éticos, como honestidade,
abertura, responsabilidade social e cuidado com os outros (PELLERVO, 2020).
No Brasil, as cooperativas são regidas pela Constituição nacional, pelo novo Código
Civil e pela Lei nº 12. 5.764/1971 (Lei das Cooperativas). Descrevem as principais regras que
regem o modelo cooperativo brasileiro. Uma cooperativa é uma comunidade de pessoas, com
estatuto e características jurídicas próprias, independentemente da finalidade de utilização:
Alguns gostariam de rejeitar esta proposta não como uma disciplina, mas apenas
como um plano. A linguagem do bom direito não cria planos, é utilizada para atos
escritos, é uma linguagem que transmite instruções que devem ser cumpridas.
Contudo, apesar de existir uma disposição expressa na Constituição Regional sobre
a obrigação de cumprimento da lei correspondente para controlar a boa gestão da
actividade cooperativa, até à data não existe tal lei, daí este problema. controlada
pelo legislativo geral (Lei nº 5.764/71).
Dado que esta lei correspondente ainda não foi publicada, a Lei 1 nº 1.5.764/71
permanece em vigor, tendo sido aceita pela Constituição Federal de 1988 como lei de caráter
geral, no entendimento do Tribunal. pelo Exmo. O Ministro José Delgado enfatizou a
seguinte citação: A validade das restrições merece ser apreciada, antes de tudo, como um
entendimento ao que foi dito na Constituição Federal de 1988, que reconhece claramente as
contribuições da cooperação dentro do país.
A análise da mensagem constitucional com foco nesse aspecto é construída
primeiramente pelo disposto no art. 146, III, da referida Carta Magna, ao estipular
de forma clara e contundente que a Lei Correspondente é responsável por:
“deficiências”; III – estabelecer regulamentação geral de direito tributário,
especialmente nesta matéria: c – administração tributária plena das atividades
cooperativas desenvolvidas pelas organizações cooperativas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CRACOGNA, D., Fici, A., & Henrÿ, H. (Eds.) International handbook of cooperative law.
Springer-Verlag. 2013.
DAVE GRACE, et al. Measuring the size and scope of the cooperative economy: results
of the 2014 global census on co-operatives. For the United Nation’s Secretariat. 2014.
GARNEVSKA, E., Callagher, L., Apparao, M. D., Shadbolt, N., & Siedlok, F. The New
Zealand co-operative economy. Massey University.2017.
Klaes, L. S. Cooperativismo e ensino a distância. (Tese de doutorado, Universidade Federal
de Santa Catarina). Repositório da UFSC.2015.
SANTOS, Boaventura de Sousa. (org.) Produzir para viver: os caminhos da produção não
capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia de bolso, 2014.
SIQUEIRA, K. B., Barros, R. C., Melor, N. R., & Gama, D. A. Competividade do leite em
pó integral brasileiro. Revista de Política Agrícola, 21(193).2012.