Semana 8 Filosofia Moderna e o Racionalismo

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Apresentação

Nesta semana, vamos aprender os fundamentos filosóficos e o contexto do período Moderno, bem
como a corrente filosófica do Racionalismo.

Vídeo 1 – Filosofia Moderna


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dq9NU31PqwU&ab_channel=BrasilEscola. Acesso em: 28 de outubro de
2021
Objetivo:
• Compreender os fundamentos filosóficos e o contexto do período Moderno, bem como a
corrente filosófica do Racionalismo.

Conteúdo
Filosofia Moderna e o Racionalismo

1. Filosofia Moderna: contextualização do período


Vejamos agora o contexto para o surgimento da Filosofia Moderna. De acordo com Aranha e Martins
(2016), compreendemos como modernidade o período que se esboçou no Renascimento e
desenvolveu-se na Idade Moderna. Inicia-se no séc. XV e permanece até o séc. XVIII. Trata-se da
transição do pensamento medieval, fundamentado na fé e nas relações entre os homens e Deus,
para o pensamento antropocêntrico, marca da modernidade, que eleva a humanidade a um novo
status como o grande objeto de estudo. A modernidade é marcada por descobertas científicas (nos
campos da astronomia, ciências naturais, matemática, física etc.), o que deu lugar ao pensamento
antropocêntrico (homem no centro do mundo). Assim, esse período esteve marcado pela revolução
do pensamento filosófico e científico. Isso porque deixou de lado as explicações religiosas do
medievo e criou novos métodos de investigação científica. Foi dessa maneira que o poder da Igreja
Católica foi enfraquecendo cada vez mais. Nesse momento, o humanismo tem um papel
centralizador, oferecendo uma posição mais ativa do ser humano na sociedade, ou seja, um ser
pensante e com maior liberdade de escolha. Junto aos elementos renascentistas e à valorização dos
ideais filosóficos da Antiguidade, muitas transformações econômicas, sociais e científicas
contribuíram para o estabelecimento da Modernidade. Temos, na transição do Renascimento para a
Modernidade, a criação da prensa de tipos móveis, máquina criada por Johannes Gutenberg, que
possibilitou a impressão de livros e a criação da imprensa; as descobertas de Nicolau Copérnico
(modelo heliocêntrico: propôs que o Sol, e não a Terra, era o centro do cosmo) e Johannes Keppler
(provou o movimento elíptico dos planetas em torno do sol e formulou as Leis de Keppler, as três leis
que regem os movimentos celestes); e as descobertas de Galileu Galilei (fez observações pioneiras
com o telescópio e contribuiu com a criação do método matemático experimental) para a Física
Moderna e a defesa do heliocentrismo. Em termos econômicos e políticos, temos a formação dos
Estados Nacionais europeus, o desenvolvimento do capitalismo em sua primeira forma, a
mercantilista, e o desenvolvimento naval, que possibilitou as Grandes Navegações. A expansão
náutica resultou no desbravamento dos mares e de novos territórios, colocando em xeque todo um
imaginário europeu medieval que acreditava em monstros marinhos e na finitude do oceano, dada à
crença de que o planeta Terra era formado por um grande terreno plano. Estão entre as principais
características da Filosofia Moderna o ceticismo em relação às crenças antigas e às crenças
costumeiras, a valorização da razão, a tentativa de estabelecer os limites do conhecimento humano e
do modo como podemos conhecer o mundo verdadeiramente e a valorização de uma vida política
que entende a existência de um elo entre política e conhecimento. Nesse período, destacam-se
pensadores como Galileu Galilei, Espinoza, René Descartes, David Hume, Francis Bacon, John Locke,
Thomas Hobbes, entre outros. Podemos elencar como duas grandes correntes epistemológicas da
modernidade o racionalismo e o empirismo, além de destacar, como figura principal da teoria
política moderna, o contratualismo, que influenciou fortemente o pensamento iluminista e teorias
políticas posteriores, como o socialismo e o liberalismo.

2. Racionalismo
Segundo Aranha e Martins (2016), o interesse principal dos filósofos da modernidade é questionar a
capacidade humana de conhecer, e, a partir disso, fazem perguntas, como: “O que é possível
conhecer?”, “Qual é a origem do conhecimento?”, “Qual é o critério de certeza para saber se o
conhecimento é verdadeiro?”. As questões epistemológicas, isto é, relativas ao conhecimento, deram
origem a duas correntes filosóficas, uma com ênfase na razão, e outra, nos sentidos: o racionalismo
e o empirismo. Falaremos, nesta semana, sobre o racionalismo.

O que define o racionalismo, em primeira e mais completa instância, é o fato de que eles defendiam
que o conhecimento verdadeiro é obtido por meio de um exercício estritamente racional, sem
recorrer aos dados da experiência prática, mas recorrendo ao puro raciocínio, por meio da abstração
intelectual. Em outras palavras, de acordo com Azevedo (2020), a razão é a única forma que o ser
humano tem de alcançar o verdadeiro conhecimento por completo. Nesse sentido, a razão é o
centro do conhecimento. Os filósofos que representam essa corrente argumentam que a mente do
ser humano é responsável pela percepção e organização das informações já existentes. Os
racionalistas defendem que, além de organizar, a mente também armazena e atribui significado às
informações que já foram adquiridas. O filósofo, físico e matemático René Descartes foi um dos
principais difusores dos pensamentos ligados a essa teoria. Ele defende que é preciso duvidar de
todo conhecimento adquirido para conseguir alcançar a razão absoluta. Veremos na próxima
semana, de modo aprofundado, sobre René Descartes.

Você Sabia?
Baruch de Espinosa nasceu em 24 de novembro de 1632, e foi considerado um dos grandes filósofos
racionalistas (ao lado de Leibiniz e Descartes) de sua época. Primeiro filho de uma família português-
judia, tinha a agradável aparência de um português de estatura mediana, cabelos e pele morena e
rosto oval. Espinosa era chamado por seus pais pelo seu nome português: Bento, e é curioso
imaginar que ele aprendeu suas primeiras palavras na mesma língua que nós. Ainda jovem, Espinosa
falava livremente sobre suas ideias religiosas: para ele, a noção de um Deus antropomórfico,
separado do mundo real, agindo como um déspota, parecia absurda. Suas opiniões não agradaram
os líderes religiosos de sua época e, após muitas ameaças, Espinosa foi acusado de ateísmo e
excomungado em 1656. Quando adulto, o filósofo adotou uma das máximas de Epicuro: “viver os
prazeres simples”. As práticas do filósofo do jardim moldam a vida de Espinosa: recusa de riquezas e
bens materiais, prazeres sem exageros, uma vida dedicada à reflexão e conhecimento. (RAZÃO
INADEQUADA, 2021)

Quer saber mais sobre a vida e obra de Espinosa? Disponível


em: https://razaoinadequada.com/filosofos/espinosa/. Acesso em: 28 de outubro de 2021.

Sintetizando
Chamamos de modernidade o período que se esboçou no Renascimento e desenvolveu-se na Idade
Moderna. Diversas transformações ocorreram no pensamento europeu da época, dos quais se
destacam: as Grandes Navegações e o descobrimento do Novo Mundo; a Revolução Comercial e a
implantação do capitalismo, com a ascensão da burguesia; a formação das monarquias nacionais; a
Reforma Protestante; as novas ciências da física e da astronomia.

Estão entre as principais características da Filosofia Moderna: o ceticismo em relação às crenças; a


valorização da razão; a tentativa de estabelecer os limites do conhecimento humano e do modo
como podemos conhecer o mundo verdadeiramente; a valorização de uma vida política; o
antropocentrismo e o humanismo.

Nesse período, destacam-se pensadores como: Galileu Galilei, Isaac Newton, René Descartes, David
Hume, Francis Bacon, John Locke, Thomas Hobbes, entre outros.

Podemos elencar as duas grandes correntes epistemológicas da modernidade: o racionalismo e o


empirismo. O racionalismo engloba as teorias que enfatizam o papel da razão no processo do
conhecimento. Na Idade Moderna, destacam-se como racionalistas: René Descartes – seu principal
representante –, Espinosa e Leibniz.

Atividade
Utilizando tudo o que foi aprendido na semana 8, elabore um mapa mental com os principais
conceitos relacionados à Filosofia Moderna e o contexto de seu desenvolvimento. A seguir,
indicamos algumas orientações para o desenvolvimento do mapa mental:

1. Defina o tema central;


2. Procure informações que envolvam esse tema e aprofunde seus estudos para colocar no mapa;
3. Utilize formas e cores para chamar atenção e ligar os conteúdos do mapa;
4. Use palavras-chave curtas para montar o fluxo do mapa.

Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 6ª
ed. São Paulo: Moderna, 2016.
AZEVEDO, Amanda Maria. Racionalismo: Teoria filosófica - que tem a razão como principal
instrumento de conhecimento. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-
portuguesa/racionalismo Acesso em: 15 de outubro de 2021.
FILÓSOFOS, Espinosa. Razão Inadequada. 2021. Disponível
em: https://razaoinadequada.com/filosofos/espinosa/. Acesso em: 01 de dezembro de 2021.

PORFÍRIO, Francisco. "Filosofia Moderna". Brasil Escola. Disponível


em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/filosofia-moderna.htm Acesso em: 15 de outubro de
2021.

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