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1.

Introdução

O presente artigo versa sobre Estratificação social em enfasê no contexto moçambicano a estratificação
social nomeia um campo de estudos dedicado a classificar indivíduos e grupos sociais de acordo com
status sociais e poder econômico. De certa forma, esses estudos buscam compreender como uma
sociedade se organiza hierarquicamente. O que distingue àqueles que têm mais poder dos que não tem
poder , o que faz com que alguns tenham muita riqueza e outros sejam miseráveis .

1.1.Objectivos:

1.1.1Geral :

 Compreender as caracteristicas e teorias da estratificação social e adequar a realidade proxima

1.1.2Especificos:

 Definir estratificação social em diversos contextos

 Caracterizar a estratificação social

 Nomear as teorias de estratificação social nos respectivos contextos


2.Estratificação Social

Dois autores da sociologia são marcos referenciais desses estudos, são eles Karl Marx e Max Weber.
Embora o primeiro autor esteja sempre associado aos estudos econômicos ele também se dedicou à
crítica da economia política e, consequentemente, aos estudos sobre os aspectos sociais da economia e
de seus efeitos. O segundo busca explicar as posições de classe para além de seu caráter econômico,
associando-o aos aspectos simbólicos, como prestígio. Marx chama as posições sociais de classe,
enquanto Weber as nomeia enquanto estamentos.

A distribuição desigual de recursos, sejam eles riqueza, status, prestígio social ou poder, definem uma
sociedade estratificada. O status social de uma pessoa pode, portanto, ser definido por diferentes
fatores, que vão desde o gênero até a riqueza possuída. O cruzamento entre esses fatores, variando
entre autores e campos de estudos, posicionam os indivíduos em suas posições sociais.

Os estudos sobre estratificação social são importantes porque permitem compreender como o poder, a
riqueza e o status são distribuídos em uma dada sociedade. A partir disso, é possível pensar as
desigualdades para além dos fatores econômicos ou da concentração de renda, refinando o
conhecimento de conflitos e problemas que se relacionam mais com aspectos simbólicos que
econômicos (BOURDIEU, 2008)

2.1.Caracteristicas da estratificação social

2.1.1.Diferenciação social

De maneira geral, a estratificação social enxerga um conjunto de desigualdades que atingem um


determinado grupo de pessoas de uma sociedade, separando-os de algum forma dos demais. Um bom
exemplo de estratificação social em Moçambique associados abairros periféricos.

2.1.2.Hierarquia social

Hierarquização Social é um conceito que está relacionado à subordinação de poderes dentro da


estrutura social, no qual os indivíduos adquirem um status social.

Em outras palavras, ela classifica numa escala vertical, as diversas categorias quanto à classe social dos
indivíduos que compõem a sociedade. Ainda que seja utilizada no campo social e político, a hierarquia
social pode levar em consideração os gêneros, etnias e raças.E

De acordo com a condição socioeconômica, as escalas definidas pela hierarquia social são basicamente
classificadas em três grupos: Classe Alta, Classe Média e Classe Baixa.caso de Moçambique

No entanto, dentre cada categoria há subdivisões, seja quanto a qualidade de vida, quantidade de bens
ou quantidade de salários mínimos recebidos.
A hierarquia social é geralmente representada por uma pirâmide donde a parte inferior reúne os
indivíduos de classe social baixa, até chegar ao topo, cujas pessoas apresentam a classe social mais
superior, devido ao conjunto de bens que possuem.

2.1.3.Desigualidade Social

A desigualdade social refere-se a processos relacionais na sociedade que têm o efeito de limitar ou
prejudicar o status de um determinado grupo, classe ou círculo social. No caso de Moçambique podem
espelhar -a nas áreas que incluem o acesso aos na extensão dos direitos de propriedade e de acesso à
educação, saúde, moradia de qualidade, viajar, ter transporte, férias e outros bens e serviços sociais.
Além de que também pode ser visto na qualidade da vida familiar e da vizinhança, ocupação, satisfação
no trabalho e acesso ao crédito.

3.Teorias de estratificação social

Max Weber (1864-1920)

Max Weber ampliou a perspectiva de estratificação social, considerando o papel que cada grupo
ocupava na cadeia produtiva, mas atribuindo a outros fatores políticos, econômicos, sociais e culturais a
construção da posição dos indivíduos e grupos na sociedade.

Para Weber, a luta de classes seria apenas uma das possíveis causas de mudanças na sociedade.

Émile Durkheim (1858-1917)

Na visão de Durkheim, a divisão do trabalho no século XIX é dotada de complexidade e a mobilidade


social é possível a partir da liberdade do indivíduo de traçar seu próprio caminho.

Para Durkheim, a estratificação social traria uma configuração mais complexa, na medida em que
incluiria o funcionalismo público e o trabalho especializado.

A visão de Durkheim se aproxima da sociedade atual, na medida em que prevê a possibilidade de uma
harmonia social a partir do estabelecimento de regras, que condicionassem as formas de relação de
trabalho. Com regras claras, os diversos extratos sociais poderiam se integrar a partir de uma dinâmica
de relação solidária, remodelando o próprio conceito de sociedade, propondo uma travessia entre o
modelo feudal e o modelo multifacetado que caracteriza a sociedade atual.

Estratificação Social segundo Karl Marx

Karl Marx mostrou que o processo de transformação social do feudalismo para o capitalismo libertava o
indivíduo, pois permitia certa mobilidade. Mas ele foi um crítico ferrenho do sistema capitalista e
denunciou as péssimas condições de trabalho e as longas jornadas dos trabalhadores.

Para Karl Marx, a estratificação social se baseia principalmente nas questões econômicas. A sociedade se
divide entre proletariado e burguesia no pensamento marxista. Somente com a distribuição das riquezas
e da estatização dos meios de produção, a sociedade conseguiria uma harmonia e as desigualdades
diminuiriam.

4.Diferentes tipos de formações sociais

4.1.Sociedades semi-igualitarias (primitivas)

Era caractezado por agrupamentos de homens primitivos, cujo nível de desenvolvimento comunitário
era tão baixo, que foram classificados de «rebanhos humanos primitivos». A estes rebanhos primitivos
era estranha qualquer ideia de hierarquia ou desigualdade. Não tinham noção de propriedade ou de
laços familiares.

Quem quer que se afastasse de rebanho era considerado como um estranho, o que naquela altura
equivalia a ser um inimigo. Esta era a razão, por que os homens lutavam por se manterem juntos: a vida
fora do rebanho era cheia de perigos e estava para além das possibilidades de qualquer indivíduo
isolado.

4.2.Sociedades esclavagistas

A escravidão é uma forma extrema de desigualdade. Nesse sistema, alguns indivíduos tornam-se
propriedade de outros, sendo tratados como objetos, sem força de ação ou vontade que não seja a de
seu senhor. Embora tenha sido formalmente erradicada, a escravidão ainda existe em certas partes do
mundo, inclusive em Moçambique.

4.3.Sociedades de Casta ( India, Japão)

O sistema de castas está associado principalmente às culturas indianas que partilham da crença hindu
referente à reencarnação. Esse sistema parte da crença de que os indivíduos estão separados em
diferentes níveis hierárquicos determinados desde o nascimento. Cada casta possui um papel fixo a ser
cumprido, e aqueles que não forem fiéis aos rituais e aos deveres de sua casta renascerão em uma
posição inferior na próxima encarnação. Não existe, portanto, mobilidade entre as hierarquias de uma
casta, que determina até o tipo de contato que cada indivíduo pode ter com membros de outras castas.

4.4.Sociedades Estamental

Os estamentos foram a forma de organização social de um grande número de civilizações no mundo


antigo. O mais famoso deles foi visto na era feudal europeia. Os estamentos feudais constituíam
estratos com diferentes obrigações e direitos, isto é, eram divididos em aristocratas e nobres, que
ocupavam o posto mais alto da hierarquia, o clero ou as autoridades religiosas, que formavam outro
estamento voltado exclusivamente para atividades religiosas, e os servos, mercadores e artesãos, que
compunham a plebe. Nesse sistema, cada estamento possuía obrigações específicas: os nobres
guerreavam; o clero cuidava dos costumes religiosos, e os servos eram responsáveis pela produção dos
bens consumíveis necessários.
O sistema de classes possui maior complexidade e é muito diferente dos outros tipos de estratificação.
Embora não haja consenso entre os estudiosos do assunto, podemos definir, resumidamente, uma
classe social como um grande agrupamento de pessoas que dividem condições materiais parecidas,
condições essas que influenciam imensamente os demais aspectos de suas vidas. Isso quer dizer que a
condição econômica tem profunda influência sobre as formas de diferenciação das classes.
Diferentemente de outros tipos de estratificação, as classes não são estabelecidas por intermédio de
posição religiosa ou por posição herdada. Os indivíduos possuem certa mobilidade na organização
social, podendo ascender ou descender na estrutura hierárquica. A esse movimento damos o nome de
mobilidade social, uma importante parte da dinâmica de uma sociedade.

4.5.Sociedade Moderna

Na cultura ocidental moderna, a estratificação é amplamente organizada em três camadas principais:


classe alta, classe média e classe baixa. Cada uma destas classes podem ser ainda subdivididas em
classes menores.

Essas categorias não são particulares de sociedades baseadas em estado como distinguido de
sociedades feudais compostas da relação nobreza-camponeses. A estratificação pode também ser
definida por laços de parentesco ou castas. Para Max Weber, a classe social pertencente amplamente à
riqueza material é diferente do status de classe, que é baseado em variáveis tais como a honra, prestígio
e filiação religiosa.
5.Considerações finais

Os estudos sobre estratificação social são importantes porque permitem compreender como o poder, a
riqueza e o status são distribuídos em uma dada sociedade. A partir disso, é possível pensar as
desigualdades para além dos fatores econômicos ou da concentração de renda, refinando o
conhecimento de conflitos e problemas que se relacionam mais com aspectos simbólicos que
econômicos , os livros didáticos de história trazem análises sobre aspectos sociais que estão
diretamente ligados à estratificação social em diferentes civilizações e momentos históricos. Quando se
fala sobre a divisão de uma sociedade como a medieval em três estamentos, servos, nobres e clero,
está-se a falar sobre estratificação social. Como se vê o status pode ser atribuído ou adquirido; o
segundo também é chamado de meritocracia. Mas, também se nota que essas análises envolvem outras
perguntas que não somente a classificação e posicionamento social: é possível mudar de classe,
estamento ou posição? Depende da sociedade, da rigidez de suas regras sociais e culturais, das
oportunidades econômicas bem como muitos outros fatores.
6.Referências bibliográficas:

 BOURDIEU, P. A distinção – crítica social do julgamento. Zouk, Porto Alegre, 2008.

 HOLLINGSHEAD, A. B. Four Factor Index of Social Status (Non-published work, 1975). Yale
Journal of Sociology Volume 8 Fall, 2011.

 BREEN, RICHARD e ROTTMAN, DAVID B., Class Stratification – A Comparative Perspective,


Londres, HarvesterWheatsheaf, 1995

 MANACORDA, Mario Alighiero. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias.


São Paulo. Cortez: Autores Associados, 1989.

 MARX, K. Formações econômicas pré-capitalistas. 4.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1985.

 PONCE, Aníbal. Educação e Luta de Classes. 21.ed. São Paulo. Cortez, 2005.

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