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A conceção de estratificação social remete para a apresentação das determinadas

desigualdades presentes na sociedade, criando entre si separações que dividem os


grupos de forma hierárquica criando sistemas de estratificação designados por classes,
associação ou casta.
A forma como sociedade se organiza, tendo na sua génese a existência de vários
fenómenos e acontecimentos sociais como, por exemplo, a pobreza, a riqueza ou
questões etnográficas, formalizam e desencadeiam uma estrutura que permite observar
as diferenças que daqui resultam estatutos e papéis sociais dissemelhantes entre os
indivíduos.
São estes estatutos que se revestem de direitos e deveres que permitem a determinados
grupos o distanciamento e o acesso que idealmente se definiria como equitativo às
matérias que circundam a sociedade, permitindo a alguns, vantagens criadas desde o
nascimento ou, posteriormente, no desencadeamento da sua socialização secundária,
tirando partido do sucesso profissional.
Contudo, a ascensão ou queda no estrato social em alguns meios é vista como a possível
mobilidade e obtenção de astuto consoante os eventos nos quais o individuo atravessa,
tomando como exemplo: o prémio de uma lotaria ou a perda de um investimento a partir
dessa recompensa.
Todavia, o conceito de estratificação social foi amplamente observado e enquadrado
num contexto histórico-económico, cuja definição permitiu analisar as diferentes
organizações sociais e perceber como cada sociedade se organiza e atribui os papeis
sociais aos indivíduos.
Primeiramente, o termo “casta” é visto como a caracterização de uma sociedade
fechada, pois, a mobilidade social anteriormente referida é um factor inexistente nessas
realidades, sendo que, qualquer individuo tem a posição ou estatuto definido a partir do
seu nascimento. Assim sendo, quem nasce no seio da pobreza, permanecerá pobre,
mantendo-se inalterado a sua posição numa dita “sociedade por castas”, não permitindo
qualquer controlo sobre esta situação.
Tal como, acontece na Índia, a endogamia reforça a estagnação do estatuto social e
sobressai a ideia de que fatores económicos estão associados ao distanciamento entre os
grupos sociais.
Por outro lado, outra teoria de estratificação social, caracteriza uma sociedade de ordem,
ou seja, o posicionamento dos vários grupos conforme o seu “estilo de vida”, isto é a
consonância dos modos de pensar ou de viver que definiam cada estrato social.
Embora, em cada um destes estratos socias existissem fatores económicos observáveis
no distanciamento entre cada extrato, nesta sociedade eram permitidos os matrimónios
entre pessoas oriundas de diferentes posições sociais, sendo que, a mobilidade
verificava-se de forma menos rígida que uma sociedade de casta.
Na perspetiva contemporânea, surgem as sociedades de classes, predominantes na maior
parte dos países, fazem desvanecer a “ordem” dentro da estratificação social,
assemelhando-se mais a uma realidade menos desigual e, com isto, mais móvel.
Porém, a Revolução Industrial em meados do século XVIII, a relação entre os meios de
produção e o processo de manufatura, desencadearam o início de uma era ligada entre
capitalismo e ao proletariado.
Deste modo, a diferenciação de estatuto entre as classes alta, média ou baixa, são
caracterizadas pelo nível de conhecimento dos indivíduos alienados ás suas capacidades
produtivas dentro da sociedade.
Todavia, na tentativa de explicar a constituição da estratificação social foram criadas
diversas teorias (conflito, funcionalista, evolutiva e reputacional).
Na teoria do conflito, encontram-se relacionadas definições que contemplam a relação
entre o feudalismo, capitalismo em contraste com o proletariado. Nesta conjetura, é
observado o comportamento de uma classe dominante em relação á outra que, por
motivações económicas, revestem-se de poder para exercer sobre a vida de outra classe
social, sendo os bens materiais o maior critério de distinção entre os indivíduos. Este
sentimento de exploração colide com as intenções económicos de outros grupos.
A teoria funcional, incentiva a integração de cada individuo, dando relevância ao papel
social que este representa e contribui para o sistema funcional da sociedade.
Deste modo, a motivação e a respetiva recompensa e reconhecimento por parte de todos
os membros da sociedade tornarão mais produtiva e qualitativa a realidade envolvente,
atribuindo papéis sociais de maior relevância aos indivíduos mais dotados.
Este incentivo á participação da vida em sociedade, sobre a perspetiva evolutiva,
demonstra que o excedente produzido pelos grupos sociais mais capacitados contribuem
para a diminuição da pobreza e maior distribuição da riqueza entre as classes.
Por fim, a divisão do trabalho, dominada pelos indivíduos mais dotados, permite que
esse sucesso se transforme em reputação e desta forma sejam vistos como membros da
sociedade com maiores privilégios, ligando-os á ideia de que os melhores sucedidos
profissionalmente farão parte de uma sociedade mais “importante”.
Pergunta 2

A sociologia é a ciência que aborda as relações e inter-relações da vida humana. A


abrangência e complexidade com que se faz essa análise levou desde sempre a
contradições e conclusões diversas para explicar os comportamentos sociais.
Qualquer abordagem teórica acerca de um fenómeno social pressupõe a capacidade de
imaginação sociológica que permita a intenção de verificar e aprofundar teorias que
expliquem tais atos ou acontecimentos.
Contudo, poderão existir conflitos e desacordos na apresentação e investigação pelos
próprios diferentes pensamentos sociológicos que revestem cada autor ou até mesmo
pela descontinuidade e acompanhamento das matérias que a sociedade apresenta m
constante evolução.
Tal esforço foi necessário para desenvolver vários métodos de análise em sociologia que
vários autores clássicos deram início á compreensão da vida humana em sociedade.
Para justificar que existem várias “abordagens teóricas divergentes ou mesmo
contraditórias” dentro do pensamento sociológico, serve de exemplo, em comparação
com outros filósofos, Karl Marx.
Karl Marx, influenciado pelo materialismo e historicismo, ganha preponderância na área
das ciências sociais para explicar o fenómeno do capitalismo vivido após a crise que
marcou a sociedade inglesa. Este, pretendia analisar a evolução da sociedade baseada
em conceitos que ligavam as mentalidade capitalistas e dominantes sobre as classes de
proletariado e como se assistia á reformulação da estratificação social desse tempo.
A relação entre os avanços económicos e as transformações sociais justificavam os
conflitos sentidos dentro da sociedade. Eram então explicadas estas contradições sociais
pelas desigualdades de poder económico ou politico entre as classes.
Esta análise pela transformação social conduziu às ideias praticadas em doutrina
comunista levando a cabo a ideia que a coletividade tinha razão e força suficiente para
mudar a história da sociedade caracterizada pela luta entre classes.
Para Karl Marx, a sociedade era marcada pelas relações de produção entre quem de fato
produzia e de quem se concentrava em colher os dividendos desse efeito.
A conceção politica deste autor permitiu concluir que a sociedade era efetivamente
estratificada e que existiam grandes diferenças e privilégios desiguais, dendo os
detentores de certas vantagens apenas os indivíduos com maior domínio económico sob
a “força do trabalho”.
Em contrapartida, em França, surgia Émile Durkheim, surge durante a considerada
sociedade liberal. Influenciado pelo positivismo, concentrava-se em compreender cada
fenómeno social de forma cientificista, ou seja, a observação conforme o estudo de
qualquer ciência.
Durkheim, insistia que a neutralidade era fator determinante de análise da sociedade,
afastando teorias baseadas pelo senso comum. Cada abordagem teórica é debruçada
sobre o que se consideram um fato social, ou, como “coisa”.
Desta forma, algumas das características que envolviam as conceções da ciência ou
sobre a relação da sociedade e o individuo de cada autor clássico mencionado,
justificavam as diferentes metodologias de análise e meios de observação para atingir a
explicação sociológica de um determinado fenómeno ou transformação social.

Pergunta 3

A problemática apresentada remete para a análise entre o conflito de um cultura e as


suas normas perante uma sociedade dita normativa que se atualiza e impõe a mudança
novas regras que colidem com hábitos e costumes respeitados na comunidade
muçulmana.
Os valores próprios de pertença dessa cultura encontra-se em conflito, neste caso, com a
sociedade francesa.
No entanto, o ser humano caracteriza-se pela sua capacidade de adaptação ao meio
envolvente no qual lhe permite moldar alguns hábitos, partilhando ou respeitando as
normas de um determinado contexto.
A cultura, enquanto bem coletivo e incutido no ser humano á nascença e cultivado pela
família ao longo da existência do individuo até a integração nessa sociedade que toma
como aparente normalidade tais comportamentos que a caracterizam, tornam difíceis,
embora possíveis, a integração de grupos sociais dentro de outros contextos. Para tal, é
necessário que a sociedade que os recebe esteja para aceitar tais diferenças.
A utilização da burqa na sociedade muçulmana é um ato perfeitamente aceite e de cariz
religiosa, no entanto, o respeito pelas opções ou imposições religiosas de cada
comunidade entra em confronto a partir do momento em que decisores políticos
decidem priorizar normas que incluam a adaptação da sociedade face ás questões
pandémicas.
Ainda assim, é pertinente salientar que dentro de um país europeu, cujo cristianismo é a
religião predominante, outros grupos sociais, tentam manter as suas crenças e costumes,
embora sejam considerados “minorias”

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