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Universidade Estadual do Ceará – UECE

Mestrado Acadêmico em Sociologia - PPGS


PROGRAMA 2023.1
DISCIPLINA: Sociologia Brasileira
PROFESSORA: Dra. Lia Pinheiro Barbosa

SÍNTESE DE “A MULHER NA SOCIEDADE DE CLASSES:MITO E


REALIDADE” DE HELEIETH SAFFIOTI

GUILHERME XIMENES CASTELO BRANCO

FORTALEZA – CE
2023
A MULHER NA SOCIEDADE DE CLASSES:MITO E REALIDADE
Heleieth Iara Bongiovani Saffioti nasceu em 1934 e faleceu em 2010. Foi uma
socióloga marxista, graduada pela Universidade de São Paulo, em 1960. Foi a primeira
mulher a escrever um livro dentro da academia sobre a condição da dominação da
mulher. Me chama a atenção que na época em que ela publicou seu primeiro livro, o
espaço acadêmico ainda predominava os homens. Sempre se falou sobre as mulheres no
mundo intelectual, uma vezes mais outros menos absurdamente misóginas (mesmo
levando em conta a época em que foi escrito). Então Saffiote ocupa um lugar de fala
entre aquelas que são sujeitas da análise (evidente, sabendo que o espaço acadêmico
confere alguns privilégios). Talvez algumas categorias da obra já foram bastantes
debatidas na Ciências Sociais, mas é interessante que ela pensou alguns desses
conceitos num Brasil onde ninguém tinha pensado (ou pelo menos escrito).
Saffioti se propõe na escrita de uma obra que não sirva apenas para as mulheres,
mas para ambos os sexos refletirem sobre esse debate. Me parece, que mesmo que não
utilize essas palavras, Saffioti supera a tendencia de pensar os homens como o natural
para poder pensar as mulheres. A autora coloca os homens como os sujeitos que
produziram (produzem) a violências misóginas, então eles(nós) devem entrar na luta
anti-machista.
A autora recorre a história da evolução do capitalismo, que por si só é opressor
das mulheres, pois uma vez que se todo proletariado é desfavorecido das bonanças do
capital, às mulheres estiveram mais afastadas ainda. A Igreja Católica acompanha o
capitalismo nesse entrave, a autora a referencia como a instituição que legitimou as
violências de gênero e subordinação feminina. Essa postura perdura ainda hoje
amplamente na Igreja Católica, sendo ela a invenção da “Ideologia de Gênero”. O
capitalismo não é um sistema que “acolhe” as mulheres no seu sistema, mas é um
explorador também dessas pessoas. A autora faz ainda a diferenciação do feminismo
acadêmico e o feminismo militante, separa a luta das mulheres, divide a bandeira de
luta.
No desenvolvimento da obra, a autora passa por temas como fundamento
pecuniário, miscigenação, feminismo negro e o patriarcado. A autora adentra ainda em
alguns períodos históricos. No última dvisão do livro, A Mística Feminina na Era da
Ciências, a autora retoma o fenômenos social da mística feminina, responsável por
colocar a mulher como a sujeita que torna possível os ajustes sociais necessários para
tornar possível o capitalismo. É em detrimento delas.
A autora nos provoca a pensar uma sociedade que busque a superação das
desigualdades, e portanto, as desigualdades de gênero. A história mostrou que mesmo
com a superação do capitalismo, a violência de gênero ainda pode ser transpassada. É
necessário superar o capitalismo. É necessária a revolução. Mas não qualquer uma: uma
revolução feminista e latino americana, que tenha a identidade e atenda as demandas do
nosso povo.

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