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Povoamento Das Américas Primeiros Anos
Povoamento Das Américas Primeiros Anos
O estreito de Bering, indicado pelo retângulo, separa a Ásia da América. Segundo a teoria
mais aceita, por ali passaram os primeiros homens que chegaram à América.
Uma das possíveis rotas de entrada do homem nas Américas através da Beríngia
Um destes lugares foi a Beríngia, nome que recebe a região que divide a Ásia da
América. É nesta área que ambos os continentes entraram em contacto.[3] Devido a sua
baixa profundidade (entre 30 e 50 metros), a descida do nível do mar colocou, a
descoberto, um amplo território que alcançou 1 500 quilômetros, unindo as terras
da Sibéria e do Alasca, aproximadamente há 40 000 anos.[4]
Neste sentido, em concordância com a Beríngia, dados arqueológicos,
morfológicos, de esqueleto e de dentição, e até dados genéticos, têm demonstrado que os
povos americanos têm como ancestrais os povos asiáticos.[5] A hipótese do povoamento
pelo Estreito de Bering fortalece a perspectiva do povoamento humano durante
o Pleistoceno Tardio (± 17.000 - 13.000 anos) advindos da Ásia/Rússia para a América
do Norte/Alasca.[5]
Embora o período e as rotas do povoamento americano ainda sejam debatidos,
existem fortes evidências considerando o período da Última Grande Glaciação (do inglês:
Last Glacial Maximum - LGM) como momento propício para o deslocamento
intercontinental nesta região, uma vez que os níveis dos oceanos estavam 130 metros
abaixo dos níveis normais de profundidade.[5]
Vale ressaltar que as Américas não foram ocupadas de maneira contínua pelos
primeiros povoamentos humanos. Devido à junção das geleiras Cordilheira e Laurentide,
existia uma barreira física e climática para que fosse ocupado regiões mais ao
sul.[5] Portanto, houve um período de isolamento na Beríngia, no qual as populações
fundadoras residiam nessa faixa de terra. Somente ± 15 mil anos atrás, a geleira
Cordilheira começou a derreter, permitindo uma rota de migração sentido sul pela porção
oeste, na costa do pacífico.
A região do “corredor livre de gelo”, ao leste das Montanhas Rochosas, não possui
registros de habitação humana até ± 10.600 anos. Após essa data, teria ocorrido um
segundo pulso migratório vindo da Beríngia, que contribuiu para a estruturação das
populações da América do Norte. Há autores que defendem que essa estrutura tenha sido
definida anteriormente, na bifurcação ocorrida durante a migração pelo litoral.[5]
Hipótese Malaio-Polinésia
Esta teoria defende que diversas populações teriam se utilizado
de canoas primitivas e que, indo de ilha em ilha rumo a leste, teriam chegado na América
do Sul. O principal defensor desta teoria foi o antropólogo francês Paul Rivet, que
defendeu esta teoria em 1943. Não negava a passagem do homem pela Beríngia; apenas
defendia que a chegada do homem na América teria ocorrido por mais de uma rota. Esta
passagem teria ocorrido em dois momentos e em dois lugares diferentes. Primeiramente
na Austrália, 6 000 anos antes da Beríngia; e na Melanésia um pouco mais tarde.
Dados recentes de DNA ancestral (aDNA) indicam que há uma maior proporção
de ancestralidade australo-melanésia, em nativos americanos da América do Sul,
assinatura ausente em populações indígenas da América do Norte e Central.[8] Uma das
hipóteses para explicar essa observação está na proposta “população Y”. Segundo alguns
autores, haveria uma população ancestral, ainda não identificada, do nordeste da Ásia que
teria contribuído para a colonização tanto das Américas quanto da Austronésia. Portanto,
essa variação observada hoje em indígenas da América do Sul seria o resultado da
variabilidade presente no DNA de um grupo de paleoíndios que participaram da
colonização inicial do continente.
Outros humanos
Segundo a teoria geralmente aceita, os primeiros humanos teriam chegado à
América, entre 11 000 e 27 000 anos atrás por meio de uma "ponte" de terra que então
conectava a Sibéria e o Alasca.
Acredita-se que o Homo sapiens tenha deixado a África em várias ondas - a
primeira não antes de 130 000 anos - chegando à China, entre 80 000 e 120 000 anos
atrás, e à Austrália há 50 000 anos. Uma onda posterior, também proveniente
da África teria chegado à Europa Ocidental há cerca de 42 000 anos.
Para esse primeiros humanos, uma ponte para a América estaria muito longe. Mas
os primeiros membros do gênero Homo- incluindo as espécies que eventualmente
evoluíram para os Neandertais - já haviam deixado a África e povoado a Eurásia[18]. Em
2015, especialistas especularam que o Sapiens ou outra espécie de Homo poderia ter
entrado na América do Norte, por uma ponte de terra e, em seguida, por barcos. Mas ainda
não há provas suficientemente convincentes. Não há indicação genética de que os
Neanderthais tenham alcançado a América, e nada sugere que fossem marinheiros.
Ademais, também é prematuro invocar os Denisovanos, dado o pouco que se sabe sobre
eles[19]
No entanto, sabe-se que uma espécie Homo usou ferramentas de pedra para
separar ossos, dentes e presas de um mastodonte, há aproximadamente 130.700 anos, em
local próximo ao que agora é San Diego.[20] Há cerca de 130 000 anos, segundo os
pesquisadores, um clima relativamente quente e úmido teria deixado submersa qualquer
ligação terrestre entre o nordeste da Ásia e o que é agora o Alasca. Assim, os antigos
colonizadores da América devem ter chegado ao continente, em canoas ou outras
embarcações, e viajado pela costa do Pacífico. As evidências sobre os candidatos a
quebradores de ossos de mastodonte do sul da Califórnia incluem Neandertals,
Denisovanos e Homo erectus - todos habitantes do nordeste da Ásia há cerca de 130 000
anos. Candidato menos provável é o Homo sapiens, que alcançou o Sul da China, entre
80 000 e 120 000 anos atrás.[21]
Povos de Luzia.
É o fóssil humano mais antigo encontrado na América do Sul, com cerca de 12
500 a 13 000 anos[1] que reacendeu questionamentos acerca das teorias da origem do
homem americano.[2] O fóssil pertenceu a uma mulher que morreu entre seus 20 a 24 anos
de idade[3] e foi considerado como parte da primeira população humana que entrou no
continente americano.[3][4]
O esqueleto foi descoberto nos anos 1970 em escavações na Lapa Vermelha, uma
gruta no município de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte.[5] Em 2018, o fóssil foi queimado e quase destruído no incêndio do Museu
Nacional.[6] Em 19 de outubro de 2018, o museu anunciou que conseguiu recuperar até
80% dos fragmentos e poderá reconstruir o esqueleto
Origem do nome
Formalmente, o esqueleto se chama "Lapa Vermelha IV Hominídeo 1".[8] "Luzia"
é um apelido dado pelo biólogo Walter Alves Neves, do Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo. Ele se inspirou em Lucy, o célebre fóssil de Australopithecus
afarensis de 3,5 milhões de anos achado na Etiópia no ano de 1974.[carece de fontes]
Condição
Além de "fóssil", Luzia é também referida simplesmente como um "esqueleto" de
hominídio. Os ossos não apresentam "sinais clássicos de fossilização",[9] logo, segundo a
definição de certos autores, poderiam ser chamados de "subfósseis". Entretanto,
atualmente, muitos paleontólogos desconsideram a necessidade de alteração química
(fossilização, ou diagênese) para a classificação de um resto biológico como fóssil, em
sentido amplo.[10]
Descoberta
O esqueleto foi encontrado no início dos anos 1970, pela missão
arqueológica franco-brasileira chefiada pela arqueóloga francesa Annette Laming-
Emperaire (1917-1977), em escavações na Lapa Vermelha, uma gruta no município
de Pedro Leopoldo (MG).[5] A gruta era famosa pelos trabalhos do cientista Peter
Lund (1801-1880), que lá descobrira, entre 1835 e 1845, milhares de fósseis de animais
extintos da época do Pleistoceno e 31 crânios humanos em estado fóssil do que passou a
ser conhecido como o Homem de Lagoa Santa. Seus hábitos alimentares incluíam folhas,
frutas, raízes e algumas vezes, carne.[11]
Inicialmente, Emperaire, acreditava que havia na verdade dois esqueletos
diferentes no local do sítio arqueológico: um mais recente, datado em 11 mil anos, e outro
localizado um metro abaixo, datado em 12 mil anos, o qual seria da cultura Clóvis e ao
qual pertenceria o crânio de Luzia. Entretanto, análises posteriores pelo arqueólogo
francês André Prous revelaram que ambos os restos encontrados pertenciam a um mesmo
indivíduo, datado em 11 mil anos – como o crânio havio rolado para longe do resto do
esqueleto, Emperaire fizera uma interpretação errônea dos achados.[12][13]
Teoria de 2018