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PeriodoJoaninoEProcessoDeIndependencia 1 Desbloqueado
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PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0574-1
CDD 370.71
Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico
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O Processo de
emancipação
política do Brasil
João VI, em virtude da morte de sua mãe. D. João
estava diante de uma situação bem delicada, pois
via a economia portuguesa historicamente vinculada
e dependente da Inglaterra, pelo menos desde o fim
da União Ibérica (1640), quando contou com a ajuda
Estamos nos primeiros anos do século XIX. A inglesa para expulsar os espanhóis na Guerra de
ideologia liberal difunde-se pela Europa, levada no Restauração. Dependência agravada pelo Tratado
ritmo da expansão das tropas napoleônicas, em seu de Methuen (1703), que permitia o deslocamento de
combate ao absolutismo de países como a Áustria, parcela significativa do ouro brasileiro em direção à
Prússia e Rússia. O Antigo Regime sofre duros golpes, Inglaterra, ao garantir o fornecimento de produtos
assim como a política mercantilista que após a Inde- industrializados a Portugal em troca da compra dos
pendência das 13 Colônias (1776), tem um de seus vinhos portugueses.
princípios fundamentais – o pacto colonial – questio-
Domínio público.
nado, na formação dos Estados Unidos da América.
As hostilidades político-econômicas na Europa,
principalmente entre França e Inglaterra, atingem o
auge quando o Imperador Napoleão Bonaparte, da
França, valendo-se da superioridade de seu exército,
decreta o Bloqueio, Continental em 1806. O bloqueio
impedia que as nações do continente europeu co-
mercializassem com a Inglaterra e caso rompessem
com o bloqueio napoleônico, a resposta era clara:
invasão das tropas francesas. O objetivo de Bona-
parte era reservar para a França a hegemonia sobre
os mercados consumidores europeus, restringindo a
atuação inglesa, garantida pelo pioneirismo no pro-
cesso de industrialização, aliada à poderosa rede de
distribuição de produtos baseada em sua marinha. O D. João VI.
processo que gerou a emancipação (independência)
do Brasil é um desdobramento direto dos aconteci- Devido ao Bloqueio Continental, Napoleão
mentos ligados à política napoleônica. pressionava Portugal a fechar seus portos ao co-
mércio com a Inglaterra e declarar guerra a este
país, sob ameaça de invasão das tropas francesas,
Vinda da Família Real muito superiores à defesa de Portugal. Caso aderisse
para o Brasil ao bloqueio, Portugal ficaria impedido de comer-
cializar com seus domínios ultramarinos, uma vez
que a marinha inglesa dominava o Atlântico àquela
Em virtude da doença de Maria I, seu filho
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principais residências e despejou seus morado- com exceção de produtos portugueses, que
pagariam 16%.
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•• Tratados de Comércio e Navegação e de do Brasil. O predomínio da agroexportação e da
Aliança e Amizade (1810): Estes tratados, mão-de-obra escrava, que além de pouco produtiva,
negociados por lorde Strangford com D. dificultava a expansão do mercado consumidor in-
João VI, garantiam uma série de vantagens terno, agregada à grande concorrência dos produtos
à Inglaterra. O Tratado de Comércio e Na- importados, fez com que a atividade industrial no
vegação estabelecia que as mercadorias Brasil não prosperasse nesse período. Entretanto,
inglesas passariam a pagar 15% de tarifas foram instaladas a Fábrica de ferro Patriota (1811)
alfandegárias no Brasil, enquanto os pro- em Congonhas (Minas Gerais) e a Fábrica de ferro de
dutos portugueses pagariam 16% e os de Ipanema (1811) em Sorocaba (São Paulo), que tinha
outros países 24%. Na prática, os ingleses isenção de impostos para importar equipamentos e
garantiam o controle sobre o comércio brasi- matéria-prima.
leiro, uma vez que seus produtos entravam no D. João criou o Banco do Brasil, em 1808, com
Brasil a preços mais baixos que os similares o objetivo de servir de agente financeiro do governo,
de outros países. Entretanto, a abertura dos administrar os fundos orçamentários e ampliar a
portos e o Tratado de Comércio e Navegação oferta de moeda e crédito para a população.
não geraram uma ampliação significativa das
vendas de produtos produzidos no Brasil para
a Inglaterra, uma vez que esta dava preferên- Impactos culturais no Brasil
cia a comprar algodão dos Estados Unidos e
açúcar de suas colônias nas Antilhas. Ou seja, A presença da Família Real no Brasil também
em termos econômicos, a balança comercial trouxe profundas alterações culturais no Brasil.
do Brasil estava ainda mais desfavorável, Criou-se a Biblioteca Real, tendo como base livros
acumulando déficits para os cofres joaninos. do acervo da biblioteca real portuguesa, trazida
O tratado ainda estabelecia o direito de ex- por D. João VI, em 1808. Além disso, criou-se o
traterritorialidade para os ingleses, uma vez Teatro Real de São Pedro, o Jardim Botânico, a
que estes, quando estivessem no Brasil, não Escola de Comércio, Escola Real de Ciências, Artes
estariam sujeitos às leis portuguesas, e em e Ofícios.
caso de necessidade, seriam julgados pelas
Domínio público.
leis inglesas e por um juiz escolhido por eles.
O Tratado de Aliança e Amizade estabelecia
que Portugal se comprometia a extinguir o
tráfico negreiro ao norte do Equador, elimi-
nando a retirada de escravos da Costa da
Mina (África) em direção ao Brasil. A Ingla-
terra já demonstrava seu interesse em desar-
ticular a escravidão, visando à ampliação dos
mercados consumidores através da difusão Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro
da mão-de-obra assalariada. (Antiga Biblioteca Real).
acompanharam na transferência da corte, porém, O objetivo dessa medida era restringir o desenvolvi-
esta medida não garantiu a efetiva industrialização mento intelectual na colônia, principalmente através
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da difusão de ideologias que pudessem questionar o absolutismo joanino, mostrava seu lado elitista,
exclusivismo comercial, como o Iluminismo do século pois era contrário à participação popular na vida
XVIII ou o Liberalismo já no século XIX. No Brasil, D. política. Dessa maneira, Hipólito conseguiu se
João criou a primeira imprensa do Brasil, a Impren- sustentar a partir apenas da venda dos jornais,
sa Régia. Entretanto, essa medida não objetivava o mesmo não sendo um jornal oficial.
desenvolvimento intelectual autônomo dos colonos.
Pelo contrário, a impressão de livros e periódicos
passou a ser dirigida pelo Estado, permitindo apenas
a produção intelectual capaz de legitimar o governo
português transplantado para o Brasil. Nesse contex- Mudanças políticas
to, criaram-se os jornais Gazeta do Rio de Janeiro
e a Idade de Ouro no Brasil. Além das alterações na área econômica e dos
Após a queda definitiva de Napoleão em 1814, impactos na área cultural, a vinda da Família Real
Brasil e França se reaproximaram, com destaque para para o Brasil e o governo de D. João VI foram fun-
as relações culturais, tendo na França o paradigma damentais, pois geraram modificações no cenário
internacional da sociedade de corte. Em 1816, chegou político do império português. Se por um lado as
ao Brasil a Missão Artística Francesa, que acabou medidas de D. João VI geraram profundo desconten-
contribuindo para a formação da Academia Real de tamento entre os portugueses, o que culminou com a
Belas Artes. Entre os artistas, destacaram-se o pintor Revolução Liberal do Porto de 1820, por outro fize-
e autor do livro Viagem Pitoresca ao Brasil, Jean-Bap- ram com que os brasileiros conseguissem alguma
tiste Debret, além do pintor Nicolas Antoine Taunay, autonomia política dentro do império português.
os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Defesa de interesses colonialistas pelos portugue-
Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny. Esses ses e defesa da autonomia pelos brasileiros, neste
artistas eram grandes representantes do neoclassi- debate em torno do ideário liberal, somente o povo
cismo, além de estarem vinculados ao bonapartismo não sentiu os impactos das transformações que es-
na França, daí a opção de vir para o Brasil, diante do tariam por vir.
conservadorismo do Congresso de Viena. Como o Brasil tornou-se a sede do Império de-
vido à presença da Família Real, foram instalados
Domínio público.
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Revolução Francesa ou por Napoleão. A medida se
referia também a D. João, uma vez que a dinastia de
Bragança se retirou de Portugal diante da invasão
napoleônica. Porém, a dinastia foi considerada ile-
gítima por não estar no Reino de Portugal, mas sim
na colônia do Brasil. A solução encontrada por D. A histórica corrupção dos funcionários pú-
João, sugerida pelo ministro francês Talleyrand para blicos no Brasil.
obter a legitimidade perante o congresso foi elevar Escândalos de corrupção, exoneração de fun-
o Brasil a Reino Unido, ou seja, o Brasil perdeu o cionários públicos, esse é um dos problemas que
status de colônia, equiparando-se à metrópole. Com atingem a administração do Estado brasileiro.
tal medida, D. João neutralizou qualquer tentativa O que poucos sabem é que essa corrupção tem
de emancipação do Brasil, através da ampliação da raízes históricas, principalmente se levarmos
autonomia e manteve-se no Brasil evitando o retorno em consideração a grave situação financeira da
para Portugal, devastado pela guerra contra Napo- Coroa joanina no Brasil. Com uma baixa arreca-
leão e pela crise econômica. dação alfandegária, após os tratados de 1810,
De fato, o transplante do Estado português o Estado muitas vezes não tinha condições de
contribuiu para retardar o processo de emancipação pagar regularmente os salários do funcionalismo
do Brasil, conferindo-lhe relativa autonomia, exigida público. Estes passaram a cobrar dos cidadãos
pelos colonos diante do exemplo da Independên- interessados em agilizar seus processos certa
cia das 13 Colônias e do avanço dos movimentos quantia de dinheiro, prática que se generalizou
emancipacionistas da América Hispânica. A própria e que infelizmente tornou-se uma característica
abertura dos portos também atendia a uma solici- de parte da administração estatal, restringindo
tação liberal dos colonos: o fim do pacto colonial, o direito à cidadania daqueles que não podiam
que representava a possibilidade de comercializar pagar a desejada quantia.
com outros países, em busca do melhor preço para
o seu produto.
Entretanto, essas medidas de autonomia não
garantiram total participação política para a elite
colonial, composta principalmente por latifundiários,
Política externa joanina
uma vez que boa parte dos cargos administrativos foi Em represália à invasão napoleônica a Portugal,
reservada para os poderosos comerciantes portugue- D. João VI, com apoio inglês, ordenou a invasão da
ses instalados no Brasil. Essa burguesia colonialista Guiana Francesa em 1809. Os franceses fundaram
estava afinada com o Antigo Regime, contrastando Caiena em 1626, após as frustradas iniciativas colo-
com a latente busca dos colonos por autonomia, sob nizadoras no Rio de Janeiro (França Antártica – 1555)
influência do liberalismo. e no Maranhão (França Equinocial – 1612). Após a
Além dos comerciantes, a nobreza e os funcioná- queda de Napoleão, Talleyrand, o embaixador fran-
rios públicos que acompanharam D. João, aclamado cês no Congresso de Viena conseguiu habilmente
D. João VI em 1818 devido ao falecimento de Maria negociar a devolução de Caiena à França.
I, puderam se sustentar, às custas de uma grande Outra campanha militar de D. João no Brasil
opressão fiscal sobre a população. A elevação dos foi a conquista da Província Cisplatina. Em 1801,
impostos, proporcionada por D. João VI, visava a aparentemente, os confrontos em Portugal e Espanha
garantir a manutenção da estrutura administrativa em torno das disputas territoriais na região platina
criada no Brasil, além da luxuosa rotina da Família com o Tratado de Badajóz, deram a Portugal a posse
Real e das melhorias na área cultural e urbanística dos Sete Povos das Missões e, à Espanha, a posse
do Rio de Janeiro. Vale destacar que os constantes da Colônia de Sacramento. Entretanto, com o avan-
déficits na balança comercial brasileira, saldo das ço dos movimentos de independência da América
relações com a Inglaterra, e a baixa arrecadação al- Espanhola no início do século XIX, surgiram nações
fandegária devido à redução dos impostos em 1810, como a Argentina em 1810, que logo vão manifestar
restringiam os cofres do Estado português no Brasil, seus interesses próprios, alterando o quadro na re-
fazendo com que a opressão fiscal se constituísse gião em destaque. Sob o comando de José Artigas,
na solução financeira da Coroa e num dos principais surgiu um movimento no Uruguai, que reconhecia a
motivos de revoltas como a Insurreição Pernambu- autoridade da Junta de Buenos Aires, o que poderia
cana de 1817.
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caso a Argentina anexasse o Uruguai. Diante desta piravam contra o governo de Beresford. Entre estas
possibilidade, foi enviado por D. João VI o coman- associações, destacou-se o Sinédrio, fundado por
dante Carlos Frederico Lécor que tomou Montevidéu, Manuel Fernandes Tomás, e de grande importância
criando a Província Cisplatina, que permaneceria até na difusão dos valores liberais opostos a Beresford
1827 como domínio português sob controle do próprio e ao absolutismo joanino.
Lécor, feito Barão de Laguna. Aproveitando a ausência de Beresford, que
viajou ao Rio de Janeiro, Manuel Fernandes Tomás
mente centralizado no Rio de Janeiro, capaz agricultura no Brasil devido à não qualificação do
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trabalho e à baixa produtividade. Este pensamento Português manifestaram-se contra a emancipação,
o distanciava do Partido Brasileiro, aproximando-o fazendo com que D. Pedro I tivesse que enviar tropas,
das propostas dos liberais radicais. auxiliadas por mercenários ingleses como Grenfell
e Cochrane.
A articulação com o Partido Brasileiro, além de
As Cortes insistiam na recolonização do Brasil excluir os demais grupos sociais, fez com que o Brasil
e na transferência dos órgãos administrativos para se constituísse como uma monarquia que prezou pela
Portugal ordenavam para que as províncias obede- unidade territorial e pela manutenção da escravidão,
cessem apenas a Portugal e não ao Rio de Janeiro, excluindo a grande massa através do voto censitário.
visando ao enfraquecimento da autoridade de D. A História do Brasil caminha agora para a cons-
Pedro. Essas medidas ampliaram as tensões entre trução do seu Estado Nacional, a partir do reinado de
“brasileiros” e “portugueses”, tensões que se acir- D. Pedro I (1822-1831), do Governo Regencial (1831-
raram com o envio de tropas portuguesas ao Rio de 1840) e do reinado de D. Pedro II (1840-1889).
Janeiro e com a ameaça de invasão das tropas lusas,
Domínio público.
caso D. Pedro não voltasse. Em meio a uma intensa
mobilização, membros da aristocracia do Rio de Ja-
neiro, São Paulo e Minas Gerais criaram o Clube da
Resistência, que apresentou a D. Pedro um abaixo-
-assinado com oito mil assinaturas, apontando que
o retorno de D. Pedro geraria a ruptura entre Brasil e
Portugal. Após o abaixo-assinado, D. Pedro tomou a
decisão de ficar no Brasil (Dia do Fico – 09/01/1822),
colocando o Brasil no caminho da emancipação. Quadro “Independência do Brasil”, de Pedro Américo.
Após o Dia do Fico,
Domínio público.
os ministros portugueses
no Brasil se demitiram e
D. Pedro convocou um mi-
nistério liderado por José
Bonifácio de Andrada. Em 1. (PUC-Campinas) A transmigração da Família Real
maio de 1822, D. Pedro portuguesa para o Brasil em 1808, repercutiu de forma
assinou a Lei do Cumpra- significativa, no que se refere à participação do Brasil
se, que decretava que as no mercado mundial, porque:
decisões emanadas das
a) organizou-se uma legislação visando à contenção
Cortes portuguesas só
D. Pedro. das importações de artigos supérfluos que naquela
seriam aceitas após sua
época começavam a abarrotar o porto do Rio de
aprovação.
Janeiro.
b) o ministério de D. João colocou em execução um
Independência do Brasil: projeto de cultivo e exportação do algodão visando
características e significados a substituir a exportação norte-americana, prejudi-
cada para guerra de independência.
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro decretou c) o tráfico de escravos negros para o Brasil foi extinto
a Independência do Brasil, a partir do famoso grito em troca do direito dos comerciantes portugueses
às margens do rio Ipiranga, em São Paulo: “Indepen- abastecerem, com exclusividade, algumas das co-
dência ou Morte!”. Se o Grito do Ipiranga denota a lônias inglesas, como a Guiana.
existência de uma luta que ameaçava a vida do novo
d) o corpo diplomático joanino catalisou rebeliões na
Imperador D. Pedro I (coroado em 1 de dezembro
Província Cisplatina, favorecendo assim, a exporta-
de 1822), a independência do Brasil foi, na verdade,
ção de couro sulino para a Europa.
obtida pacificamente, a partir da articulação entre o
Imperador e o Partido Brasileiro. As demais correntes e) foi promulgada a Abertura dos Portos e realizados
foram excluídas do processo. tratados com a Inglaterra.
Lutas mesmo ocorreram apenas em províncias
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2. (UFMG) A abertura dos portos do Brasil, logo após a “A emancipação política foi, no Brasil, realizada pelas
chegada de D. João VI, foi responsável pela entrada no categorias dominantes interessadas em assegurar a
país de uma grande quantidade de mercadorias inglesas, preservação da ordem estabelecida, cujo único objetivo
que passaram a dominar o mercado brasileiro. Essa era romper o sistema colonial.”
situação decorreu: a) Explique o interesse dos grupos dominantes na co-
a) da assinatura de tratados com a Inglaterra, que per- lônia em romper o sistema colonial.
mitiram a importação desses produtos. b) Aponte um elemento da “ordem estabelecida” que
b) da estrutura industrial brasileira, que se baseava na constituiu a pesada herança que sobreviveu à In-
produção de alimentos e tecidos. dependência.
`` Solução:
5. (Elite) No contexto do processo de emancipação
a) Foi devido ao Bloqueio Continental imposto pelo
política, a Revolução Liberal do Porto fez-se presente
governo francês liderado por Napoleão Bonaparte
através da exigência de retorno da Família Real e
com o objetivo de enfraquecer os ingleses.
elaboração pelas Cortes de uma Constituição para
b) Encefalopatia espongiforme bovina, transmitida por Portugal.
vacas doentes que têm uma proteína chamada prí-
No Brasil da década de 1980, um período de
on que, na forma defeituosa, destrói neurônios ao
transformações levou a pressões pela formação de
se encaixar na membrana dessa célula; quando se
uma Assembleia Constituinte que levou à votação
come a carne, o contato do príon defeituoso com
da Constituição de 1988.
príons normais altera as moléculas sadias, amplian-
do o número de agentes da doença no corpo hu- Explique o momento histórico que gerou à Consti-
mano. tuição de 1988.
`` Solução:
(Atualidades Vestibular 2003 – Almanaque Abril.)
A década de 1980 corresponde ao processo de
4. (Unirio) “Em 1825, terminava a guerra de independência, redemocratização do Brasil diante da eleição de um
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deixando uma pesada herança em toda a América”. governo civil (Tancredo Neves/José Sarney) após
duas décadas de governos militares.
(DONGHI, Halperin. História da América Latina.)
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dura; outro enviou patins para o uso de pessoas que
ignoravam, por completo, poder a água transformar-se
em gelo; (...).”
1. (UERJ) Entre as alterações que favoreceram a emanci- Essa afirmação pode ser explicada pela:
pação política de 1822, e que foram ocasionadas pela a) crise de superprodução manufatureira europeia.
vinda da Família Real para o Brasil, encontra-se:
b) política empreendida pelas Cortes Constituintes de
a) o estabelecimento do Governo-Geral em Salvador. Lisboa.
b) a instalação da corte na cidade do Rio de Janeiro. c) vantagem dada aos britânicos a partir dos tratados
c) o abandono das colônias no Oriente nas mãos de de 1810.
holandeses e espanhóis. d) volta de D. João VI para Portugal após a Revolução
d) o enriquecimento da sociedade brasileira pela des- do Porto.
coberta das Minas Gerais. 4. (Alfenas) O Bloqueio Continental, em 1807, a vinda da
e) a implantação de uma constituição liberal no Brasil família real para o Brasil e a abertura dos portos, em
e em Portugal, por determinação real. 1808, constituíram fatos importantes:
turas no país.
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d) elevação do Brasil a Reino Unido. Identifique, a partir do poema, um fator para a indepen-
dência brasileira.
e) inauguração de institutos científicos como o Jardim
Botânico. 10. (UFRJ) “A massa popular a tudo ficou indiferente, pa-
recendo perguntar como o burro da fábula: não terei a
7. (Cesgranrio) “As ruas estão, em geral, repletas de mer- vida toda de carregar a albarda?”
cadorias inglesas. A cada porta, as palavras ‘Superfino
de Londres’ saltam aos olhos: algodão estampado, panos (Saint Hilaire, August de. A Segunda Viagem do Rio de
largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens
Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo. São Paulo:
de Birminghan, podem-se obter um pouco mais caro do
Companhia Editora Nacional , 1932. p.171.)
que em nossa terra nas lojas do Brasil, além de sedas,
crepes e outros artigos da China.”
Saint Hilaire era um botânico francês que, entre 1816
e 1822, viajou pelo Brasil, estudando a flora do país.
(GRAHAM, Mary. Diário de Uma Viagem ao Brasil.
Estava por aqui quando ocorreu a ruptura política
In: CAMPOS, Raymundo. História do Brasil. 2. ed.
dos laços coloniais entre Brasil e Portugal, ocasião em
São Paulo: Atual, 1991. p. 98.)
que escreveu as palavras acima. Albarda, segundo o
dicionário Aurélio, significa sela grosseira, enchumaçada
Essa descrição das lojas do Rio de Janeiro, feita por
de palha, para bestas de carga. E também opressão,
uma inglesa que estava no Brasil, em 1821, justifica-se
vexame, humilhação. No contexto da descolonização da
historicamente pelo(a):
América Latina, a ausência da participação popular no
a) Tratado de Maastricht. processo de independência política não foi exclusividade
b) Tratado de Fontainebleau. brasileira. O processo de independência política do
Brasil, contudo, teve peculiaridades notáveis.
c) Tratado de Comércio e Navegação.
Indique quatro acontecimentos característicos desse
d) Bloqueio Continental. processo, no século XIX.
e) criação do Nafta e da Alca. 11. (ESPM) Acontecimentos políticos europeus sempre
tiveram grande influência no processo da constituição
8. (UERJ) “O Deus da natureza fez a América para ser
do Estado brasileiro. Assim, pode-se relacionar a ele-
independente e livre: o Deus da Natureza conservou no
vação do Brasil à situação de Reino Unido a Portugal e
Brasil o príncipe regente para ser aquele que firmasse a
Algarves, ocorrida em 1815:
independência deste vasto continente. Que tardamos?
A época é esta. Portugal nos insulta... a América nos a) às tentativas de aprisionamento de D. João VI, pe-
convida... a Europa nos contempla... o príncipe nos de- las forças militares de Napoleão Bonaparte.
fende... Cidadãos! Soltai o grito festivo... Viva o Imperador
b) à Doutrina Monroe, que se caracterizava pelo lema:
Constitucional do Brasil, o senhor D. Pedro I.”
“a América para os americanos”.
(Correio Extraordinário do Rio de Janeiro, 21 set. 1822.) c) ao Bloqueio Continental decretado nesse momento
por Napoleão Bonaparte e que pressionava o Brasil
Apresente duas razões para a independência do Brasil. a interromper seu comércio com os ingleses.
9. (UERJ) d) ao Congresso de Viena, que se encontrava reunido
O Congresso Lisbonense naquele momento e se constituía em uma rearticu-
Por outro lado, a meu ver, comprado lação de forças políticas conservadoras.
Pensou em fazer com decretos e) a política de expansionismo econômico e à tenta-
Este Império desgraçado tiva de dominar o mercado brasileiro, desenvolvida
pelos ingleses após a Revolução Industrial.
..................................................
Se pois Portugal é forte 12. (FGA) A Revolução do Porto de 1820, caracterizou-se
como um movimento de:
E como tal se abaliza
O Brasil tem por divisa a) consolidação da independência do Brasil.
Independência ou Morte! b) retorno à ordem absolutista em Portugal.
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(1804). Em nome dos ideais revolucionários, a França
Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente
desenvolveu uma política expansionista, atingindo
alvará virem: que desejando promover e adiantar a
Portugal, aliado da Inglaterra (que procurava conter esse
riqueza nacional; e vendo um dos mananciais dela
expansionismo), em 1807. Em decorrência da política
as Manufaturas, e a Indústria, que multiplicam e
napoleônica, a Monarquia Portuguesa transfere-se para
melhoram e dão mais valor aos Gêneros e produtos
o Brasil em 1808.
da agricultura, das Artes, e aumentam a população,
dando que fazer a muitos braços, e fornecendo Explique uma medida de caráter político-administrativo
meios de subsistência muitos dos maus vassalos, que tomada pelo Príncipe-Regente D. João, no Brasil, que
por falta se entregariam aos vícios da ociosidade! E tenha objetivamente favorecido os grandes proprietários
convindo remover todos os obstáculos, que podem coloniais.
inutilizar e frustar tão vantajosos proveitos! Sou
servido abolir, revogar toda e qualquer proibição
que haja a este respeito no Estado do Brasil e nos
Meus Domínios Ultramarinos; e ordenar que daqui
em diante seja lícito a qualquer dos Meus Vassalos,
qualquer que seja o país em que habitem, estabelecer
todo o gênero de manufaturas, sem excetuar alguma,
fazendo os seus trabalhos em pequeno, ou em
grande, como entenderem que mais lhes convém,
para o que hei por bem derrogar o Alvará de cinco
de Janeiro de mil setecentos e oitenta e cinco, a
quaisquer leis, ou ordens, que o contrário decidem...
11. (UFF) “A preocupação (...) justificada de nossos histo-
dado no Palácio do Rio de Janeiro em primeiro de
riadores em integrar o processo de emancipação política
abril de 1808.”
com as pressões do cenário internacional envolve alguns
Dom João VI, com ao Alvará de 10 de abril de 1808, inconvenientes ao vincular demais os acontecimentos da
revoga o alvará de Dona Maria I, de 1785, que proibia época a um plano muito geral, (...) deixando em esque-
a instalação de manufaturas no Brasil. cimento o processo interno de ajustamento às mesmas
a) Se a afirmação confirma o texto. pressões que é o de (...) interiorização da metrópole no
Centro-Sul da Colônia”.
b) Se a afirmação contradiz o texto.
c) Se parte da afirmação confirma o texto e parte (DIAS, Maria Odila Silva da. A Interiorização da Metrópole.
contradiz. In: MOTA, Carlos Guilherme. 1822: dimensões.
d) Se parte da afirmação foge ao texto. São Paulo: Perspectiva, 1972. p.165.)
e) Se parte da afirmação confirma e parte foge. A citação anterior indica uma outra dimensão da análise
do processo de emancipação política do Brasil e sua
interpretação sugere:
10. (UFRJ) “As boas leis civis são o maior bem que os
a) a necessidade de associar-se o enraizamento dos
homens podem dar e receber, elas são a fonte dos
interesses portugueses no Centro-Sul ao processo
costumes, a proteção da propriedade e a garantia de
de emancipação política pouco traumática.
toda paz pública e particular: se elas não estabelecem
o governo, elas o mantêm, elas moderam a autoridade b) a valorização da reação conservadora na Europa
e contribuem para fazê-la respeitada como se ela fosse como determinante da independência política do
a própria justiça. Elas atingem cada indivíduo, elas se Brasil.
associam às principais ações de sua vida, elas o seguem c) a necessidade de atribuir-se relevância ao papel
por toda parte; elas são frequentemente a única moral do definitivo do sentimento de formação da nacionali-
povo, e elas sempre fazem parte de sua liberdade”. dade brasileira em nossa emancipação política.
(Discurso preliminar ao Projeto do Código Civil – 1801. Citado por d) a valorização dos elementos de ruptura presentes
Groupe de Recherche pour l’enseignement de l’Histoire et de la no processo de emancipação política, em detri-
Géographie. Histoire. Hérltages européens. Paris: Hachette, 1981. p.127.)
mento dos elementos de continuidade.
e) a necessidade de enfatizar-se o estudo das ideias
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b) arbitrariedade das Cortes Portuguesas, subordinan- b) à necessidade das Cortes Portuguesas de reco-
do os governos provinciais diretamente a Lisboa. nhecer à Independência do Brasil.
c) existência de facção separatista brasileira ligada ao c) à tensão política provocada pelas propostas de re-
tráfico negreiro, objetivando controlar as posses- colonização das Cortes Portuguesas.
sões portuguesas na África. d) à repercussão da Independência do Brasil nas Cortes
d) revogação da liberdade de culto concedida aos bri- portuguesas.
tânicos, ampliando os antagonismos entre Londres e) às consequências imediatas à proclamação da In-
e as Cortes Portuguesas. dependência.
13. (FGV) “O reino britânico, que em 1807 acabara com o trá- 15. (UFRJ) “As boas leis civis são o maior bem que os
fico negreiro para as suas colônias nas Antilhas, tinha proi- homens podem dar e receber, elas são a fonte dos
bido o trabalho escravo em suas possessões em 1833”. costumes, a proteção da propriedade e a garantia de
toda paz pública e particular: se elas não estabelecem
(ALENCAR, Francisco et al. História da Sociedade Brasileira.) o governo, elas o mantêm, elas moderam a autoridade
e contribuem para fazê-la respeitada como se ela fosse
Pelo governo brasileiro, esse impacto foi sentido de a própria justiça. Elas atingem cada indivíduo, elas se
forma: associam às principais ações de sua vida, elas o seguem
a) despercebida, pois o processo de abolição no Bra- por toda parte; elas são frequentemente a única moral do
sil já estava em andamento com a promulgação das povo, e elas sempre fazem parte de sua liberdade”.
leis do Ventre Livre e dos Sexagenários.
(Discurso preliminar ao Projeto do Código Civil – 1801, citado por Groupe
b) indiferente, pois não há nenhuma relação entre o do- e Recherche pour l’enseignement de l’Histoire et de la Géographie.
mínio britânico nas Antilhas e a realidade brasileira. Histoire. Hérltages européens. Paris: Hachette. 1981, p.127.)
c) preocupante, pois, sendo a Inglaterra a maior po-
tência industrial do período, qualquer política por O período Napoleônico (1799-1815) representou a
ela implementada tinha consequências efetivas na consolidação dos valores da alta burguesia francesa,
condução dos negócios em todo o mundo. sintetizados no Código Civil ou Código Napoleônico
(1804). Em nome dos ideais revolucionários, a França
d) preocupante, pois, mesmo considerando o proces- desenvolveu uma política expansionista, atingindo
so de abolição em andamento, pela lei do Ventre Portugal, aliado da Inglaterra (que procurava conter esse
Livre, o governo brasileiro sentiu-se pressionado expansionismo), em 1807. Em decorrência da política
para acelerar os acordos de transição da forma de napoleônica, a Monarquia Portuguesa transfere-se para
trabalho com os latifundiários cafeeiros. o Brasil em 1808.
e) indiferente, pois o encaminhamento dado por José Explique uma medida de caráter político-administrativo
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Bonifácio à tramitação da lei do Ventre Livre pos- tomada pelo Príncipe-Regente D. João, no Brasil,
suía, em linhas gerais, a essência do projeto inglês que tenha objetivamente favorecido os grandes
para as Antilhas. proprietários coloniais.
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16. (Unirio) Ao compararmos os processos de formação dos 18. (Santa Casa–SP) A economia do Brasil, durante a “inver-
Estados Nacionais no Brasil e na América Hispânica, no são brasileira” (1808-1821) e no Império, apresentou-se
século XIX, podemos afirmar que: claramente:
a) a unidade brasileira foi garantida pela existência de a) subordinada ao progresso industrial dos Estados Uni-
uma monarquia de base popular, enquanto que o dos, nação emergente após a Revolução Industrial.
caudilhismo, na América Hispânica, impediu qual-
b) ligada à exploração agrícola para atendimento ex-
quer tipo de participação das camadas mais baixas
clusivo do mercado interno, fonte principal de sua
da população.
sustentação.
b) a unidade brasileira relacionou-se, exclusivamente,
c) dependente da economia imperial inglesa, donde
ao forte carisma dos representantes da Casa de
provinham, muitas vezes, grandes capitais.
Bragança, enquanto, na América Hispânica, não
surgiu nenhuma liderança que pudesse aglutinar d) unida aos interesses lusitanos, dos quais não podia
os diversos interesses em disputa. se desligar, porque Portugal e suas colônias consu-
miram grande parte de sua produção agrícola.
c) as diferenças regionais, no Brasil, não ofereceram
nenhum obstáculo à obra centralizadora em torno e) desenvolvimentista, pois aproveitou o know-how
da Coroa, ao passo que na América Hispânica as que os imigrantes europeus lhe deram na implanta-
diferenças regionais contribuíram para a sua frag- ção de indústrias.
mentação.
d) os interesses ingleses, na América Hispânica,
eram mais presentes e foram os únicos deter-
minantes da sua fragmentação, ao passo que no
Brasil aqueles interesses não existiram de ma-
neira tão marcante, de forma a impedir a obra da 19. (Elite) No contexto do processo de emancipação
centralização. política, a Revolução Liberal do Porto fez-se presente
e) não existiu, na América Hispânica, uma facção oli- através da exigência de retorno da Família Real e
gárquica hegemônica que conseguisse levar adian- elaboração pelas Cortes de uma Constituição para
te a obra da unidade, enquanto no Brasil os inte- Portugal.
resses escravistas aglutinaram as Elites em torno de No Brasil da década de 1980, um período de trans-
um projeto centralista. formações levou a pressões pela formação de uma
17. (PUC-Rio) “Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o Brasil Assembléia Constituinte que levou à votação da
foi uma colônia de Portugal. No século XIX não era mais; Constituição de 1988.
tornara-se um país independente politicamente. Durante Explique o momento histórico que gerou a Consti-
trezentos anos, as vidas dos habitantes da Colônia es- tuição de 1988.
tiveram submetidas aos interesses da Metrópole. Nas
primeiras décadas do século passado, deixaram de estar,
e muitos daqueles habitantes tornaram-se cidadãos de 20. (UFF) A vinda da Família Real portuguesa para o Brasil
um novo país - o Império do Brasil”. modificou significativamente a posição desta área co-
lonial no cenário internacional, provocando, ao mesmo
tempo, alterações nas características internas da Colônia.
(MATTOS, Ilmar Rohloff de; ALBUQUERQUE, Luiz Affonso
A Revolução do Porto de 1820 e a Independência do
Seigneur de. Independência ou Morte: a emancipação
Brasil em 1822 são decorrências dessas modificações.
política do Brasil. Rio de Janeiro: Atual, 1994, p. 3.)
A partir do que foi exposto, explique as relações entre a
vinda da Família Real e as mudanças no sistema escravis-
a) Explique dois mecanismos utilizados pelos coloni-
ta e nos vínculos econômicos entre Portugal e Brasil.
zadores portugueses para submeter as vidas dos
habitantes da colônia aos seus interesses, durante
os séculos XVI, XVII e XVIII.
b) Levando em consideração tanto as rupturas ou
descontinuidades quanto as permanências ou con-
tinuidades entre o Brasil Colônia e o Império do
Brasil, explique duas razões por que nem todos os
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os que eram livres (e não possuíam escravos); e os
que eram livres e proprietários de escravos. Deste
modo, parcela considerável dos habitantes do Im-
1. B pério do Brasil (cerca de metade dos 3 000 000
de indivíduos) era constituída por aqueles que, por
2. A não serem livres, não eram considerados cidadãos.
3. C Os pressupostos hierárquicos e excludentes que
caracterizavam a sociedade gerada pela coloniza-
4. B ção se expressariam na nova organização política
5. A (de acordo com a Constituição de 1824), ao atri-
buir apenas aos que eram livres e proprietários (os
6. B cidadãos ativos) a responsabilidade pelos assuntos
7. D políticos, vedados aos que apenas eram livres (os
cidadãos não-ativos).
8. E
18. C
9. A
19. A década de 1980 corresponde ao processo de rede-
10. O decreto de abertura dos portos levou ao fim do pacto mocratização do Brasil diante da eleição de um governo
colonial, permitindo que os latifundiários negociassem civil (Tancredo Neves/José Sarney) após duas décadas
com outros mercados. de governos militares.
11. A 20. Com a vinda da Família Real teve início a pressão ingle-
12. B sa pelo fim da escravidão, assinalado pelo Tratado de
Comércio e Navegação, baseado no compromisso de
13. C extinguir o tráfico negreiro ao norte do Equador, elimi-
14. C nando a retirada de escravos da Costa da Mina (África)
em direção ao Brasil. No contexto do mesmo tratado,
15. O decreto de abertura dos portos permitiu aos latifun-
além do decreto de abertura dos portos, os vínculos
diários o contato com outros mercados em busca de
econômicos entre Portugal e Brasil dirigiram-se para
melhores preços aos seus produtos.
a Inglaterra.
16. E
17.
a) As relações entre a metrópole portuguesa e sua
colônia americana foram caracterizadas pelas práti-
cas monopolistas. Elas garantiam a submissão das
vidas dos habitantes da colônia aos interesses da
metrópole. Nesse sentido, aparecem como meca-
nismos de submissão, dentre inúmeros outros: a)
a imposição do monopólio comercial (a Colônia só
pode comerciar com a metrópole ou através dela),
que garantia a transferência de renda da Colônia
para a metrópole; b) a monopolização dos cargos
administrativos pelos colonizadores; e c) a imposi-
ção de “uma fé, uma Lei, um Rei” aos habitantes da
Colônia, expressada na imposição da religião Cató-
lica, da língua portuguesa e das leis do Estado ab-
soluto português, da qual decorria tanto a formação
de cristãos e súditos quanto proibições, como a da
existência da imprensa.
b) A emancipação política do Brasil no início do século
XIX não provocou mudanças significativas em sua
estrutura socioeconômica de base colonial, na qual
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