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DEPARTAMENTO DE ENSINO, INVESTIGAÇÃO E PRODUÇÃO EM

ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉTRICA

CELESTINO GERVÁCIO DA CONCEIÇÃO VINEVALA

PROPOSTA DE UM SISTEMA ENERGÉTICO EFICIENTE PARA A


ILUMINAÇÃO PÚBLICA NO CENTRO URBANO DA COMUNA SEDE
DO MUNICÍPIO DA CAÁLA UTILIZANDO LUMINÁRIAS DO TIPO
LED

CAÁLA-2023
CELESTINO GERVÁCIO DA CONCEIÇÃO VINEVALA

PROPOSTA DE UM SISTEMA ENERGÉTICO EFICIENTE PARA A


ILUMINAÇÃO PÚBLICA NO CENTRO URBANO DA COMUNA SEDE
DO MUNICÍPIO DA CAÁLA UTILIZANDO LUMINÁRIAS DO TIPO
LED

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao


Departamento de Ensino e Investigação, como
requisito parcial à obtenção de grau de Licenciatura,
no Curso de Engenharia Elétrica do Instituto Superior
Politécnico da Caála.
Orientador: Prof. Eng. Miqueias Constantino Mário
Vindi.

CAÁLA-2023
No fecho deste árduo cíclo, honro e prestegío o presente trabalho
dedicando a todos meus familiares especialmente aos meus queridos
pais, pelo apoio incondicional, carinho, amor, fé em mim e pelas
orações feitas que culminaram com esta façanha. Nesta altura, a
verdade é que tudo que fizeram não foi em vão. Gostaria também de
dedicar este trabalho ao meu tio Manuel Isaac Lufuemba (MIL) que
também contribuiu bastante para este grande feito.
AGRADECIMENTOS

Neste momento especial onde termino esta etapa, agradeço aos meus pais, Imaculada
da Conceição e Cipriano Vinevala pelo apoio, força, dedicação, paciência e por proporcionarem
esses 5 anos de graduação, acreditando em mim e sempre me apoiando com muito amor apesar
dos pesares. Minha eterna gratidão.
Ao meu querido tio Manuel Issac Lufuemba (MIL) por estar sempre disponível nos
momentos em que eu mais precisei, deus abençoe você.
Aos meus irmãos e aos meus colegas em particular Manuel Manji, Nestor Conde, Dinis
Kapungo e Brizio Wonona por estarem sempre comigo nos momentos bons e ruins no percurso
da minha formação.
À Deus pai todo-poderoso agradeço pela força, sabedoria e proteção que me
proporcionou durante esses 5 anos de formação.
Agradeço ao professor engenheiro Miqueias Mário Constantino Vinde e a o professor
engenheiro Pedro Quessongo pelo aprendizado, dedicação e ajuda durante este trabalho.
RESUMO

Este trabalho se propõe a apresentar informações relacionadas ao sistema de IP no centro urbano


da comuna sede do município da Caála, por meio da substituição de luminárias equipadas com
lâmpadas a vapor de sódio por luminárias equipadas com lâmpadas LED, de forma a enfatizar
a eficiência energética e a economia de gastos com o consumo de energia elétrica. De início são
apresentados os principais conceitos utilizados na ciência da iluminação e os equipamentos
utilizados. Em seguida é feito um estudo de caso para levantar os potenciais de economia no
consumo de energia elétrica e no valor pago com IP. O trabalho tem como finalidade a
substituição das luminárias convencionais (a vapor de sódio) que tem vida mediana curta e
maior consumo energético, por luminárias LED (Light Emitting Diode) que tem um tempo de
vida útil média maior e são mais eficientes. Por fim, este trabalho apresenta análises de dados
com o intuito de otimizar o sistema de iluminação pública e reduzir o consumo de energia
elétrica no centro urbano da comuna sede no município da Caála.
Palavras-chaves: iluminação pública; eficiência energética; LED.
ABSTRACT
This work aims to present information related to the IP system in the urban center of the city of
Caála, through the replacement of luminaires equipped with sodium vapor lamps by luminaires
equipped with LED lamps, in order to emphasize the energy efficiency and the saving of
expenses with the consumption of electric energy. Initially, the main concepts used in lighting
science and the equipment used are presented. Next, a case study is made to raise the potential
savings in electricity consumption and in the amount paid with IP. The work aims to replace
conventional luminaires (sodium vapor) that have a short median life and higher energy
consumption, by LED luminaires (Light Emitting Diode) which have a longer average lifespan
and are more efficient Finally, this work presents data analysis in order to optimize the public
lighting system and reduce the consumption of electricity in the urban center in the municipality
of Caála.
Keywords: street lighting; energy efficiency; LED.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IP_ Iluminação Pública


LED LED_ Díodo Emissor De Luz (Light Emitting Diodes)
ABNT_ Associação Brasileira Das Normas Técnicas;
IRC_ Baixo Índice De Reprodução De Cor
TCC_ Temperatura De Cor Correlata
DPS_ Dispositivo De Proteção Contra Surtos
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 : Reator interno ..................................................................................................... 17


Figura 2 Reator externo....................................................................................................... 17
Figura 3 Relé fotoelétrico .................................................................................................... 18
Figura 4 Lâmpada vapor mercúrio ...................................................................................... 19
Figura 5 Lâmpadas vapor de sódio ...................................................................................... 19
Figura 6 : Lâmpadas multivapor metálico ........................................................................... 20
Figura 7 Luminária Led ...................................................................................................... 21
Figura 8 Driver ................................................................................................................... 21
Figura 9 DPS – Dispositivo de proteção contra surtos ......................................................... 28
Figura 10 : Mapa do Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála ..................... 34
Figura 11 Composição do sistema de iluminação com poste de madeira .............................. 35
Figura 12 Composição do sistema de iluminação com poste de betão .................................. 35
Figura 13 Composição do Sistema de iluminação com poste de alumínio ............................ 36
Figura 14 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas de 400W ....................................... 37
Figura 15 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 400W ............................................ 37
Figura 16 Resultados luminotécnicos com lâmpadas 400W ................................................. 37
Figura 17 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas 250W ............................................. 38
Figura 18 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 250W ............................................. 38
Figura 19 Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 250W ............................................. 38
Figura 20 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas de 150W ....................................... 39
Figura 21 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 150W ............................................ 39
Figura 22 Resultados luminotécnicos com lâmpada de 150W.............................................. 40
Figura 23 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas de 80W .......................................... 40
Figura 24 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 80W ............................................... 40
Figura 25 Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 80W ............................................... 41
Figura 26: Luminária LED, Modelo NATH S Pro ............................................................... 42
Figura 27 Visão 3D – simulação Dialux com lâmpadas de 130W ........................................ 43
Figura 28 : Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 130W .......................................... 43
Figura 29: Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 130W ........................................... 43
Figura 30 Visão 3D – simulação Dialux com lâmpadas de 80W .......................................... 44
Figura 31 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 80W .............................................. 44
Figura 32 Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 80W .............................................. 44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Índice de proteção para iluminação pública ............................................................ 22
Tabela 2 Tipos de lâmpadas contendo mercúrio. .................................................................. 22
Tabela 3 Tipos de Lâmpadas perigosas para o meio ambiente. ............................................. 23
Tabela 4 Classe de iluminação para cada tipo de via............................................................. 30
Tabela 5 Níveis de iluminância e fatores de uniformidade para vias públicas ....................... 30
Tabela 6 Tipo de lâmpada, quantidade e a potência Instalada ............................................... 35
Tabela 7 Tipo de lâmpada, quantidade e a potência Instalada ............................................... 42
Tabela 8 Orçamentos obtidos no mercado ............................................................................ 48
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Sistema actual X sistema proposto ........................................................................ 45
Gráfico 2 Custo anual da energia. ......................................................................................... 46
Gráfico 3 Resultados esperados ............................................................................................ 46
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 14


1.2 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA ........................................................................................ 14
1.3 OBJETIVO .................................................................................................................. 14
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 14
1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16

2.1 SERVIÇO DE IP .......................................................................................................... 16


2.2 MATERIAIS EXISTENTES NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA. ................................................... 16
2.3 REATORES................................................................................................................. 16
2.4 RELÉ FOTOELÉTRICO ................................................................................................. 17
2.4.1 Lâmpada a Vapor de Mercúrio em Alta Pressão ................................................ 18
2.4.2 Lâmpada a Vapor de Sódio em Alta Pressão ..................................................... 19
2.4.3 Lâmpada Multivapores Metálicos ..................................................................... 19
2.4.4 Lâmpadas Leds ................................................................................................. 20
2.4.5 Driver ............................................................................................................... 21
2.4.6 Luminárias........................................................................................................ 21
2.5 IMPACTOS AMBIENTAIS DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA ..................................................... 22
2.6 CONCEITOS DE LUMINOTÉCNICA................................................................................ 24
2.6.1 Fluxo Luminoso................................................................................................ 24
2.6.2 Iluminância ....................................................................................................... 24
2.6.3 Intensidade Luminosa ....................................................................................... 25
2.6.4 Eficiência Luminosa ......................................................................................... 25
2.6.5 Fator de Uniformidade ...................................................................................... 25
2.6.6 Uniformidade Longitudinal ............................................................................... 26
2.6.7 TI - Incremento Linear ...................................................................................... 26
2.6.8 SR- Razão das Áreas Adjacentes à Via ............................................................. 26
2.6.9 Luminância Média ............................................................................................ 27
2.6.10 Fator De Potência ......................................................................................... 27
2.6.11 Temperatura De Cor Correlata ...................................................................... 27
2.6.12 Índice De Reprodução De Cores ................................................................... 28
2.7 DPS .......................................................................................................................... 28
2.8 PROJETO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA............................................................................ 29
2.8.1 Classificação das Vias e Nível de Tráfego ......................................................... 29
2.8.2 Níveis de Iluminância e Fatores de Uniformidade ............................................. 30
2.9 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ........................................................................................... 31

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................. 32

4. ANÁLISE E DISCUÇÃO DOS RESULTADOS ....................................................... 34

4.1 PANORAMA HISTÓRICO ............................................................................................. 34


4.2 LEVANTAMENTO DO SISTEMA ATUAL ........................................................................ 34
4.2.1 Equipamentos Instalados................................................................................... 35
4.2.2 Avaliação do Sistema Atual .............................................................................. 36
4.2.3 Simulação DIAlux para o Sistema Actual na V2 ............................................... 36
4.2.4 Simulação DIAlux para o Sistema Actual V3 .................................................... 39
4.3 PROPOSTA DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA...................................................... 41
4.3.1 Simulação DIALUX para o Sistema Proposto ................................................... 42
4.3.2 Simulação DIAlux para o Sistema Proposto na V2 ............................................ 42
4.3.3 Simulação DIAlux para o Sistema Proposto na V3 ............................................ 43
4.4 VIDA ÚTIL DAS LÂMPADAS......................................................................................... 47
4.5 CUSTO DA AQUISIÇÃO DAS LUMINÁRIAS .................................................................... 48

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 50

ANEXO A: CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS LÂMPADAS DO SISTEMA


PROPOSTO ....................................................................................................................... 52

ANEXO B: CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS LÂMPADAS DO SISTEMA


ATUAL ............................................................................................................................... 54

ANEXO C: IMAGEM DE RUAS DO CENTRO URBANO DA COMUNA SEDE DO


MUNICÍPIO DA CAÁLA ................................................................................................. 55

ANEXO D: MODELO DE INQUÉRITO UTILIZADO A POPULAÇÃO DO CENTRO


URBANO DA COMUMA SEDE DO MUNICÍPIO DA CAÁLA .................................... 56

ANEXO E: FACTURA PRÉ FORMA DOS PREÇOS DAS LUMINÁRIAS LEDS ...... 58
1. INTRODUÇÃO

Desde a pré-história, a evolução está ligada à utilização da iluminação natural e


artificial. Sendo que, boa parte do desenvolvimento do cérebro está relacionado às funções da
visão, desde as formas de vida mais primitivas até a espécie humana, todas têm a iluminação
como papel fundamental para tal desenvolvimento” (ROSITO, 2009).
A iluminação pública tem uma grande importância para o desenvolvimento social e
econômico dos municípios, pois não somente auxilia na segurança pública das cidades, no
tráfego de veículos e de pedestres e na prevenção da criminalidade, como também valoriza e
contribui para a preservação do patrimônio público, embelezando os dispositivos instalados e
proporcionando a prática noturna de actividades, como lazer, comércio e cultura.
Um novo conceito de iluminação vem sendo estabelecido na última década: o emprego
dos díodos emissores de luz, os Led (díodos emissores de luz). Eles são descritos como o
terceiro estágio da lâmpada elétrica, sendo o primeiro estágio as lâmpadas de filamentos
incandescentes de Thomas Edison, que ainda continuam a ser utilizadas e o segundo as
lâmpadas fluorescentes que geram luz partindo de uma mistura de gases em um tubo revestido
de fósforo. (KENNEDY VERLY, 2014).
Com o passar do tempo, o efeito já esperado é o desgaste dos materiais que compõem
o sistema de iluminação pública, principalmente as luminárias, lâmpadas, reatores, relés e
acessórios, o que implica na necessária troca desses itens, sendo que, como solução, são
necessários serviços de manutenção preventiva e corretiva (BARBOSA, 2004).
Cada ponto de iluminação pública é composto basicamente por uma lâmpada que, na
grande maioria, é do tipo de descarga em alta pressão, sendo a lâmpada de vapor de sódio uma
das mais utilizadas. Além da lâmpada, um reator, uma fotocélula e uma luminária são fixados
em um poste, geralmente das concessionárias de energia elétrica. A partir dessa realidade, para
que se alcance uma melhor eficiência deste ponto é necessária a substituição por luminárias
com tecnologias mais atuais. Nesse quesito, a tecnologia LED vem sendo uma das mais
utilizadas, pois permite um controle e gerenciamento através de um sistema de telegestão. Cabe
salientar que a eficiência do ponto está interligada às características e ao perfeito funcionamento
de cada componente.
A iluminação à base de Led causa mudanças no conceito de iluminação. Isso ocorre
porque não existe uma única fonte luminosa emitindo fluxo luminoso para todos os lados, e sim
um conjunto de Led emitindo fluxo luminoso de forma direcionada, com auxílio de todo o
aparato ótico que compõe a luminária LED, como lentes, colimadores e refletores. Este

13
direcionamento do fluxo luminoso dos Led causa a diminuição da poluição luminosa e uma
distribuição mais eficiente do fluxo luminoso. Com isso, luminárias LED com fluxo luminoso
de saída mais baixo podem produzir os mesmos níveis de iluminamento que luminárias com
outros tipos de lâmpadas. Esta é uma das grandes vantagens desta nova tecnologia de
iluminação. Isto sem levar em consideração a questão da resposta dinâmica do olho humano,
uma vez que a luz branca produzida por luminárias LED causa uma melhor sensação de
luminosidade em condições de baixa luminância, situação comum em IP. (NOGUEIRA, 2013).
As luminárias LED que irão substituir as luminárias existentes equipadas com
lâmpadas de descarga e seus reatores acabarão, por fim, deixando o Centro Urbano Da Comuna
Sede do Município da Caála revitalizado e eficiente.

1.1 Justificativa

De acordo com o tipo de luminária utilizado no Centro Urbano da Comuna Sede do


Município da Caála que apresenta um baixo rendimento, baixa eficiência e com um cíclo de
vida ínfimo que tem deixado as ruas primárias e secundárias a escuras, surge a necessidade de
se implementar luminárias eficientes do tipo LED que apresentam alta eficiência, alto
rendimento e maior fiabilidade, deixando assim o Centro Urbano da Comuna Sede do
Município da Caála com um sistema de iluminação pública funcional e duradouro.

1.2 Situação Problemática

Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála, apresenta um défice de


iluminação pública nas ruas primárias e secundárias. Isto é, devido ao tipo de luminária utilizada
nas IP´s existentes que possuem um alto consumo de energia eléctrica, baixa eficiência, baixo
rendimento e com o cíclo de vida muito ínfimo. Dada a situação actual do Centro Urbano da
Comuna Sede do Município Caála, levou-nos a formular a seguinte situação problemática
"Ineficiência energética no sistema de iluminação pública nas ruas primárias e
secundárias do Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála".

1.3 Objetivo

1.3.1 Objetivo Geral

Propor um sistema energético eficiente para a iluminação pública no Centro Urbano


da Comuna Sede do Município da Caála utilizando luminárias do tipo LED.

14
1.3.2 Objetivos Específicos

1. Revisar artigos científicos publicados com abordagem global sobre luminárias


públicas nos centros urbanos.
2. Efetuar estudos da situação actual da Iluminação Pública no Centro Urbano da
Comuna Sede do Município da Caála;
3. Elaborar um projecto arquitetónico para iluminação pública no Centro Urbano da
Comuna Sede do Município da Caála, com a utilização de luminárias do tipo Led.

15
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Serviço de IP

Conforme a norma NBR 5101/2012, da Associação Brasileira de Normas Técnicas


(ABNT), a iluminação pública é um serviço que tem como principal objetivo proporcionar
visibilidade para a segurança do tráfego de veículos e pedestres, de forma rápida, precisa e
confortável, provendo benefícios econômicos e sociais para os cidadãos, incluindo: redução de
acidentes noturnos; melhoria das condições de vida, auxílio à protecção policial, com ênfase na
segurança dos indivíduos e propriedades; facilidade do fluxo do tráfego; destaques a edifícios
e obras públicas durante a noite e eficiência energética (ABNT, 2012).
Isso mostra que a iluminação pública está intimamente associada com a qualidade de
vida dos cidadãos e com o desenvolvimento socioeconômico, apresentando-se como um
assunto de grande importância e sempre atual (CANDURA; GODOY, 2009).
O modelo de iluminação pública atualmente empregado nas vias evoluiu junto ao
avanço da tecnologia, porém uma de suas características de funcionamento que é ser iniciado
no período das 18 horas, um horário crítico para os sistemas de energia elétrica, o faz continuar
a ser objecto de políticas e estudos de desenvolvimento, pelo facto de sua demanda coincidir
por algumas horas coma de indústrias e comércios acarretando sobrecargas aos sistemas
(KENNEDY VERLY, 2014).
Inicialmente, é necessário informar que as responsabilidades pela prestação do serviço
de iluminação pública são das administrações municipais.

2.2 Materiais Existentes na Iluminação Pública.

A seguir, serão apresentados os principais componentes existentes no sistema de


iluminação pública, que incluem as lâmpadas, os reatores, o relé fotoelétrico e sistema de
fixação na rede de distribuição de energia elétrica (ABNT, 2012).

2.3 Reatores

A fim de limitar a corrente de alimentação é utilizado um reator. Basicamente, existem


duas tecnologias disponíveis para reatores: os magnéticos e os eletrônicos.
Os reatores eletrônicos são fontes chaveadas em alta frequência, da ordem de
quilohertz, que controlam a corrente de alimentação da lâmpada. Estes equipamentos,
diferentemente dos reatores magnéticos, dispensam o uso de ignitores e de grandes capacitores

16
externos para a correção do fator de potência. Possibilitam também o controle de outros
parâmetros elétricos da lâmpada, conferindo a ela maior vida útil e maior rendimento em todo
o conjunto. Contudo, devido ao alto custo e à menor robustez, se comparado ao magnético,
ainda não foram amplamente empregados.
Por sua vez, os reatores magnéticos são indutores dimensionados para operarem na
frequência da rede elétrica. Podem ser subdivididos em internos (Figura 1) e externos (Figura
2), dependendo da aplicação. Os externos são geralmente fixados na estrutura de sustentação e,
se necessário, possibilitam a conexão com os relés fotoelétricos. Junto com o indutor, no interior
do reator são instalados o ignitor e um capacitor para correção do fator de potência (DEMAPE,
2012).

Figura 1 : Reator interno

Fonte: (Demape 2019).

Figura 2 Reator externo

Fonte: (Demape 2019).

2.4 Relé Fotoelétrico

Como podemos verificar na Figura 3, o relé fotoelétrico pode ter os princípios de


funcionamento denominados térmicos, magnéticos e eletrônicos. O acionamento por princípio
térmico se dá por meio da deformação de lâminas bimetálicas, devido à passagem de uma
corrente elétrica, que só ocorre quando o nível de iluminância atinge valor suficiente para
sensibilizar o sensor fotoelétrico. No relé magnético é utilizada uma chave eletromecânica que

17
alterna a posição de seus polos através da força gerada por um campo magnético induzido por
uma corrente elétrica fluindo em sua bobina. Esta corrente também é originada pela
sensibilização da célula fotoelétrica.
Relés com acionamento eletrônico também utilizam chaves eletromecânicas, porém a
corrente de acionamento das chaves provém de circuitos eletrônicos que, a partir das alterações
da fotocélula, podem ser projetados de maneira a prover temporizações, proteções de sobre
correntes e sobretensões ou estresses na própria chave, conferindo maior durabilidade ao
equipamento. (INTRAL, 2012).

Figura 3 Relé fotoelétrico

Fonte: (Intral 2019).

2.4.1 Lâmpada a Vapor de Mercúrio em Alta Pressão

A lâmpada a vapor de mercúrio, ilustrada na Figura 4, tem sua produção de luz através
da excitação de gases provocada por corrente elétrica. Na partida desta lâmpada há a ionização
de um gás inerte, em geral o argónio, provocando um aquecimento no bulho, fazendo evaporar
o mercúrio e produzindo uma luz amarelada pela migração de elétrons. Na sequência, há a
ionização do mercúrio; as colisões entre os elétrons livres deste com o argónio produz uma luz
azulada, e a composição das duas é o resultado obtido desta lâmpada. Apresenta boa eficiência
luminosa; entretanto, não possui acendimento instantâneo. Seu índice de reprodução de cores é
mediano, a impressão de cor é fria, tendo um maior consumo de energia elétrica quando
comparado ao de outras com mesmo fluxo luminoso.
Esta tecnologia vem tendo sua utilização diminuída drasticamente, devido à introdução
de tecnologias mais eficientes (LEÃO, 2014).

18
Figura 4 Lâmpada vapor mercúrio

Fonte: (Avant 2019).

2.4.2 Lâmpada a Vapor de Sódio em Alta Pressão

A lâmpada a vapor de sódio em alta pressão, visualizada na Figura 5, tem seu princípio
de funcionamento muito similar à vapor de mercúrio, tendo como diferença básica a adição do
sódio que, devido suas características físicas, exige que a partida seja feita mediante a um pico
de tensão da ordem de alguns quilovolts, com duração da ordem de microssegundos (COPEL,
2012).
Esta tecnologia é utilizada para aplicação em sistemas de iluminação pública, sendo
que a grande desvantagem desta fonte luminosa é seu baixo índice de reprodução de cor (IRC),
além da cor amarelada da luz emitida.

Figura 5 Lâmpadas vapor de sódio

Fonte: (Empalux 2021).

2.4.3 Lâmpada Multivapores Metálicos

A Figura 6 mostra a lâmpada MVM (multivapor metálico) que apresenta-se como uma
evolução da tecnologia a vapor de mercúrio e muito semelhante a de vapor de sódio. O princípio

19
é o mesmo, porém a adição de iodetos metálicos proporciona à fonte luminosa maior eficiência
luminosa e IRC. A luz produzida é extremamente brilhante, realçando e valorizando espaços;
por estes motivos esta lâmpada é empregada em sistemas de IP em locais em que se busca
também o embelezamento urbano (COPEL, 2012).

Figura 6 : Lâmpadas multivapor metálico

Fonte: (Empalux 2021).

2.4.4 Lâmpadas Leds

De todas as luminárias utilizadas em iluminação pública, a Led provavelmente é a que


tem evoluído mais nos últimos anos. Com uma tecnologia de acionamento diferente das demais
lâmpadas, o Led é um dispositivo eletrônico composto por materiais semicondutores que
produzem luz visível quando energizados com polaridade correta. Eles operam em baixas
tensão e corrente, por isso não podem ser ligados diretamente à rede de energia elétrica. Para
evitar a queima por oscilações de corrente e garantir uma vida duradoura ao Led é preciso que
seja ligado a ele um equipamento eletrônico limitador de corrente, denominado driver. As
lâmpadas LED, demonstrada na Figura 7, além de apresentar uma economia de energia
considerável em relação às outras lâmpadas, têm uma vida útil elevada (pelo menos 60000 h),
alta eficiência luminosa (pelo menos 80 lm/W), elevado IRC (maiores que 70%), grande
variedade de temperaturas de cor (de branco quente a branco frio) e resistência a vibrações
(COPEL, 2012).

20
Figura 7 Luminária Led

Fonte: (Procel 2021).

2.4.5 Driver

Em essência, um driver é um dispositivo que converte a corrente alternada proveniente


da rede eléctrica numa corrente contínua de tensão adequada para que as luminárias funcionem
correctamente. Este dispositivo regula o fornecimento de energia a um ou mais leds. O que
torna os drivers led especiais em relação a uma fonte de alimentação convencional, é que eles
são capazes de se adaptar às necessidades variáveis através de uma alimentação eléctrica
constante. (COPEL, 2012).

Figura 8 Driver

Fonte: (Procel 2021).

2.4.6 Luminárias

Tem por função abrigar, fixar a lâmpada e direcionar a luz composta por recetáculo,
refletor, difusor e carcaça, este equipamento acopla a fonte luminosa e faz a distribuição

21
espacial. A iluminação é direcionada pelo conjunto ótico que potencializa e explora o fluxo
luminoso emitido pelas lâmpadas.
A definição de protecção das luminárias deve obedecer aos índices de proteção
(IP), que são definidos de acordo com os agentes agressivos externos do ambiente onde
será executada a instalação. Na Tabela 1 dispõem-se os níveis de proteção indicados para
os possíveis ambientes em vias públicas.

Tabela 1 Índice de proteção para iluminação pública

Local de Utilização Grau de Proteção


Com pouca presença de poluição, pó e agentes agressivos IP 23
Com presença média de poluição, pó e agentes agressivos IP 44
Com forte presença de poluição, pó ou agentes agressivos IP 54
Luminárias situadas a até 2,80m em relação ao solo IP 44
Túneis IP 55
Fonte: (Guia Técnico Procel).

2.5 Impactos Ambientais da Iluminação Pública

Hoje, a iluminação eficiente e a melhoria contínua das fontes de luz devem considerar
como foco importante não só o custo de produção, mas também a proteção ao ambiente e
ecossistemas. (Claudia Zanicheli, 2016).
Um problema associado à iluminação pública é o risco de agressão ao meio ambiente
e à saúde humana, envolvendo no manejo de lâmpadas que contém mercúrio, principalmente
na fase de descarte ao final da sua vida útil. (Schubert, 2018)
As lâmpadas para iluminação pública são, em quase sua totalidade, lâmpadas de
descargas de alta pressão, contêm elementos químicos, tóxicos, como o mercúrio, o cádmio e o
chumbo, considerados altamente prejudiciais à saúde pública e ao meio ambiente. (Rezende,
2021).

Tabela 2 Tipos de lâmpadas contendo mercúrio.

Tipo de Lâmpada Potência Quantidade Média de Variação das médias de


Mercúrio Mercúrio por Potência

Fluorescentes Tubulares 15 W a 110 W 0,015 g 0,008 g a 0,025 g

Fluorescentes Compactas 5 W a 42 W 0,004 g 0,003 g a 0,010 g

Vapor de Mercúrio 80 W a 400 W 0,032 g 0,013 g a 0,080 g

22
Vapor de Sódio 70 W a 1000 W 0,019 g 0,015 g a 0,030 g

Vapor Metálico 35 W a 2000 W 0,045 g 0,010 g a 0,170 g

Fonte: (Cláudia Zanicheli 2016).

Como o Led causa menos impactos ambientais em seu descarte, pois não possui em
sua composição metais pesados como chumbo e mercúrio, não há necessidade de um descarte
especial, tornando-se uma tecnologia ambiental mais segura. (NOGUEIRA 2012)
Assim as lâmpadas Leds podem ter seus componentes separados e algumas peças
podem ser enviadas para reciclagem, como o alumínio e plástico. Em outras palavras, no caso
de descarte de lâmpadas Leds não se pode realizar o descarte diretamente no solo por ter em
seus componentes metais e plásticos, mas suas reciclagens é mais fácil e barata por não ter, em
seus componentes, material toxico.
E com isto, não há necessidade da criação de uma política de coleta e separação
específica para as lâmpadas de Leds, e isto pelo âmbito ambiental é extremamente relevante.
Na tabela 3 é possível observar lâmpadas perigosas para o meio ambiente.

Tabela 3 Tipos de Lâmpadas perigosas para o meio ambiente.

Tipos Funcionamento Componentes

Lâmpadas Descarga de Corrente Vidro, Metal (Alumínio) Mercúrio


Descarga Elétrica (10mg), Fósforo, Antimónio, Estrôncio,
Fluorescentes Tungsténio, Argão, Índio Bário, Ítrio,
Chumbo…

Vapor de Descarga de Corrente Vidro, Metal (Alumínio), Mercúrio, gases


mercúrio de alta Elétrica inertes, estrôncio, bário, Ítrio, Chumbo,
pressão Vanádio…

Vapor Metálico Descarga de Corrente Vidro, Metal (Alumínio), Sal de Sódio,


Elétrica Mercúrio, Iodetos de metal, gases inertes,
Lâmpadas Césio, Estanho, Tálio, Estrôncio, Bário,
Descarga Ítrio, Chumbo, Vanádio…
Fluorescentes
Vapor de Sódio Descarga de Corrente Vidro, Metal (Alumínio) Gás de Sódio,
Elétrica Gases inertes, Mercúrio (pequenas
quantidades), Bário, Ítrio, Chumbo,
Estrôncio Vanádio…

Vapor de sódio Descarga de Corrente Vidro, alumínio, sódio, mercúrio, gases


de baixa pressão Elétrica inertes…
Lâmpadas de e de
descarga não

23
fluorescentes de Alta Pressão
baixa pressão

Sódio-Xénon Descarga de Corrente Vidro, alumínio, sódio, mercúrio, gases


Elétrica inertes…

Fonte: (Claudia Zanicheli, 2016)

2.6 Conceitos de Luminotécnica

Para estimar um padrão ideal de iluminação pública para cada ambiente, conforme o
seu perfil de uso, é preciso conhecer um pouco sobre os principais conceitos de luminotécnica
usados nessas análises (Oliveira, 2021 ).

2.6.1 Fluxo Luminoso

O fluxo luminoso é compreendido como a quantidade total de luz ou potência de


radiação produzida por uma fonte luminosa e emitida igualmente em todas as direções, por
segundo. Sua unidade é o lúmen (𝑙𝑚).

2.6.2 Iluminância

A iluminância (ou o iluminamento) de uma superfície pode ser definida como o fluxo
luminoso incidente sobre uma unidade de área dessa superfície, a mesma pode ser medida por
um instrumento eletrônico simples e muito conhecido por quem trabalha com diagnósticos
energéticos, o luxímetro. A medida de iluminância deve ser feita na altura do plano de trabalho,
que pode variar entre 80𝑐𝑚 e 1,0𝑐𝑚 conforme o padrão de uso do local. A sua unidade é
o 𝑙𝑢𝑥(𝑙𝑥) e seu valor pode ser encontrado pela Equação 1:
𝜑
𝐸= (1)
𝐴

Onde:
𝜑 é o fluxo luminoso (𝑙𝑚);
𝐴 é a área da superfície (𝑚2 ).

24
2.6.3 Intensidade Luminosa

A intensidade luminosa pode ser definida como a concentração de luz irradiada ou


valor de energia radiante emitida em determinada direção, por segundo. Sua unidade é a candela
(𝑐𝑑).
A luminância é definida como a intensidade luminosa por unidade de área. Ela está
diretamente relacionada à luminosidade percebida por um observador, ou seja, à luz refletida
por uma superfície que chega aos olhos humanos. Sua unidade é a candela por metro quadrado
(cd/m²) e ela pode ser encontrada pela Equação 2.
𝐼
𝐿= (2)
𝐴
Na qual:
𝐼 é a intensidade luminosa (𝑐𝑑);
𝐴 é a área da superfície (𝑚2 )

2.6.4 Eficiência Luminosa

A eficiência luminosa corresponde à razão entre o fluxo luminoso total emitido por
uma determinada fonte e a potência dessa fonte. Em outras palavras, ela diz quão eficiente uma
luminária é converter a energia elétrica que consome em luz. Sua unidade é o lúmen por Watt
(𝑙𝑚/𝑊) e ela pode ser calculada pela Equação 3.
𝜂 = 𝜑𝑃 (3)

Na qual:
φ é o fluxo luminoso (𝑙𝑚);
P é a potência ativa (𝑊).

2.6.5 Fator de Uniformidade

Resulta na relação entre a iluminância mínima exigida e a média atual (obtida por
medições) para uma determinada área. Seu valor dimensional corresponde a escala entre zero
e um, e indica o quão uniforme se encontra a distribuição luminosa real.
Em vias públicas, diferenças acentuadas entre os dois índices expressam que o nível
do fluxo luminoso está abaixo do ideal, e que o desempenho visual será prejudicado,
diminuindo a segurança das áreas de circulação. Pode ser calculada pela equação 4.

25
𝐸𝑚𝑖𝑛
𝑈0 = (4)
𝐸𝑚𝑒𝑑

Onde:
𝐸𝑚𝑖𝑛 é a iluminância mínima
𝐸𝑚𝑒𝑑 é a iluminância média

2.6.6 Uniformidade Longitudinal

Numa via pública, o posicionamento das fontes luminosas geram áreas mais claras
e outras mais escuras, conhecido como efeito “zebrado”.
O parâmetro de uniformidade longitudinal resulta neste efeito, que corresponde
a relação entre os valores mínimo e máximo de iluminamento, junto a superfície da via,
medidos ao longo de uma reta paralela ao eixo de iluminação. Pode ser calculada pela equação
5.
𝐸𝑚𝑖𝑛
𝑈𝐿 = (5)
𝐸𝑚𝑎𝑥

Onde:
𝐸𝑚𝑖𝑛 é a iluminância mínima.
𝐸𝑚𝑎𝑥 é a iluminância máximo.

2.6.7 TI - Incremento Linear

Limitação do ofuscamento perturbador ou inabilitado nas vias públicas, que afecta a


visibilidade dos objectos. O valor do TI% é baseado no incremento necessário da luminância
de uma via para tornar visível um objecto que se tornou invisível devido ao ofuscamento
inabilitado provocado pelas luminárias. Pode ser calculada pela equação 6.
𝐿𝑉
𝑇𝐼% = 65 (6)
𝐿𝑚𝑒𝑑

Onde:
𝐿𝑉 é a iluminância de velamento.
𝐿𝑚𝑒𝑑 é a iluminância média da via.

2.6.8 SR- Razão das Áreas Adjacentes à Via

Relação entre a iluminância mínima das áreas adjacentes à via (faixa com largura de
até 5m) e a iluminância média da via (faixa com largura de até 5m ou metade da largura da via)

26
em ambos os lados de suas bordas. O parâmetro SR pressupõe a existência de uma iluminção
própria para a travessia de pedestres, levando em consideração o posicionamento da luminária
, de forma a permitir a percepção a silhueta do pedestre pelo motorista (contraste negativo).
Pode ser calculada pela equação 7.
𝐸𝑚𝑖𝑛
SR = (7)
𝐸𝑚𝑒𝑑

2.6.9 Luminância Média

É o valor médio da iluminância na área delimitada pela mínima considerada, ao nivel da via.
Pode ser calculada pela equação 8.
𝐸𝑚𝑖𝑛
𝐿med = (8)
𝐸𝑚𝑒𝑑

2.6.10 Fator De Potência

O fator de potência é definido pela razão entre a potência ativa (𝑃), dada em Watt (𝑊),
e a potência aparente (𝑆), dada em Volt-ampere (𝑉𝐴), de um determinado circuito ou
equipamento elétrico. O resultado é um número adimensional entre zero e um. Quanto mais
próximo da unidade, mais eficiente será o consumo de energia. São considerados eficientes os
dispositivos ou sistemas com valores de FP iguais ou superiores a 0,92. Ele pode ser calculado
pela Equação 9.

𝑃
𝐹𝑃 = (9)
𝑆

2.6.11 Temperatura De Cor Correlata

A temperatura de cor correlata indica a cor aparente da luz emitida por uma fonte
luminosa, medida em graus Celsius. Quanto mais alto for o valor da temperatura de cor, mais
branca será a luz emitida. Luzes com TCC fria estimulam o cérebro humano e deixam o
indivíduo mais atento reduzindo, consequentemente, a possibilidade de ele se envolver em
acidentes. As luminárias convencionais podem variar a sua temperatura de cor entre 2700°K
(muito quente) e 5000°K (muito fria).

27
2.6.12 Índice De Reprodução De Cores

O índice de reprodução de cor de uma fonte luminosa pode ser compreendido como o
valor de correspondência, em percentual, entre a cor real de um objeto e sua aparência diante
de uma determinada fonte luminosa (PROCEL, 2002). Uma luz artificial com bom IRC deve
possibilitar a reprodução de cores da forma mais próxima possível da luz natural (sol).

2.7 DPS

O DPS, também utilizado nas luminárias de iluminação pública, é um dispositivo de


proteção contra surtos elétricos, que é essencial para proteger os equipamentos elétricos e
eletrônicos, evitando com que eles queimem. (Viana, 2012)
Os surtos elétricos acontecem devidos vários fatores, como:
 Descargas atmosféricas que atingem redes elétricas;
 Partidas de grandes motores;
 Chaveamentos na rede elétrica.
É importante entender que o DPS desvia o surto elétrico para o sistema de aterramento.
Este desvio ocorre em uma velocidade muito rápida, dessa forma o disjuntor não é acionado,
pois não há tempo suficiente para detetar esta fuga pelo sistema de aterramento, por isso o DPS
só funciona com fase conectado a um terminal e terra conectado no outro. (Viana, 2012).

Figura 9 DPS – Dispositivo de proteção contra surtos

Fonte: (Viana, 2012)

Portanto, aterrar as luminárias é muito importante para garantir o funcionamento


correto e a segurança dos usuários. Atualmente, luminária do tipo LED vêm já associado com
DPS (Viana, 2012).

28
2.8 Projeto de Iluminação Pública

Um projeto de iluminação pública, para garantir a funcionalidade do sistema, deve


atender as diretrizes especificadas pela norma vigente ABNT NBR 5101/2012, Iluminação
Pública – Procedimento. Conforme esta norma:
A distribuição apropriada das intensidades luminosas das luminárias é
um dos fatores essenciais de iluminação eficiente em vias. As intensidades
emitidas pelas luminárias são controladas direccionalmente e distribuídas
de acordo com a necessidade para visibilidade adequada (rápida, precisa e
confortável). Distribuições de intensidades são, geralmente, projetadas para
uma faixa típica de condições, as quais incluem altura de montagem de
luminárias, posição transversal de luminárias (avanço), espaçamento,
posicionamento, largura das vias a serem efetivamente iluminadas,
porcentagem do fluxo luminoso na pista e áreas adjacentes, mantida a
eficiência do sistema. (Fonte: abnt nbr 5101).
A norma técnica ABNT NBR 5101/2012 fornece os requisitos mínimos para
iluminação das vias públicas, objetivando sempre a segurança dos tráfegos de pedestres e
veículos. No projeto ou readequação de um sistema, outras normas também podem ser
recorridas:
 ABNT NBR 5461 – Iluminação, terminologia;
 ABNT NBR 15129:2012 – Luminárias para Iluminação Pública –
Requisitos particulares;
 ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão;
 ABNT NBR 5181:2013 – Sistemas de Iluminação de Túneis – Requisitos.
Devem ser recorridas também as normas com os requisitos particulares para cada tipo
de lâmpada, reatores e relés. O seguimento dos padrões fornecidos resulta em padronização,
proteção e melhor qualidade do sistema.

2.8.1 Classificação das Vias e Nível de Tráfego

O ponto inicial de um projeto de iluminação pública consiste na classificação da


via que se pretende iluminar. As vias são definidas em urbanas, rurais, de ligação e especiais,
e cada qual possui uma derivação da classificação quanto a sua finalidade.
Outro fator relevante de classificação da via tem referência ao tipo de tráfego, tanto
para pedestres quanto para veículos, definidas como: sem, leve, médio ou intenso.

29
Tabela 4 Classe de iluminação para cada tipo de via

Descrição da via Classe de


Iluminação
Vias de tráfego rápido; vias de alta velocidade de tráfego, com separação de pistas, sem
cruzamentos em nível e com controle de acesso; vias de trânsito rápido em geral;
Autoestrada.
Volume de tráfego intenso V1
Volume de trafego médio V2
Vias arteriais; vias de alta velocidade de tráfego com separação de pistas; vias de mão
dupla, com cruzamentos e travessias de pedestres eventuais em pontos bem definidos; vias
rurais de mão dupla com separação por canteiro ou obstáculo.
Volume de tráfego intenso V1
Volume de tráfego médio V2
Vias colaterais; vias de tráfego importante; vias radicais e urbanas de interligação entre
bairros, com tráfego de pedestre elevado
Volume de tráfego intenso V2
Volume de tráfego médio V3
Volume de tráfego leve V4
Vias locais; vias com conexão menos importante; vias de acesso residencial
Volume de tráfego médio V4
Volume de tráfego leve V5
Fonte: (Manual De Iluminação Procel 2016)

2.8.2 Níveis de Iluminância e Fatores de Uniformidade

O nível de iluminância e fator de uniformidade mínimo para cada tipo de via é obtido
na ABNT NBR 5101 e apresentado na Tabela 4.

Tabela 5 Níveis de iluminância e fatores de uniformidade para vias públicas

Classe da 𝒍𝒎𝒆𝒅 𝑼𝟎 𝑼𝑳 𝑻𝑰 𝑺𝑹
Iluminação ≥ ≥ ≥ ≤ ≥
V1 2,00 0,40 0,70 10 0,5
V2 1,50 0,40 0,70 10 0,5
V3 1,00 0,40 0,70 15 0,5
V4 0,70 0,40 0,60 15 -
V5 0,50 0,40 0,60 15 -
Fonte: (Manual De Iluminação Procel 2016)

30
2.9 Eficiência Energética

Compreende-se por eficiência energética as ações de inúmeras naturezas que


culminam na redução da energia necessária para atender às demandas da sociedade por serviços
de energia sob a forma de luz, calor/frio, acionamento, transporte e uso em processos (MME,
2011). Em síntese, ela tem como objetivo principal o atendimento às necessidades econômicas
de uma nação usando a menor quantidade de energia primária (recursos naturais renováveis e
não renováveis), dessa forma reduzindo os impactos sobre o meio ambiente. Sob esse ponto de
vista, vale citar que um dos objetivos da Agenda 2030 está relacionado em facilitar o acesso a
pesquisa e tecnologias de energia limpa, incluindo energias renováveis, eficiência energética e
tecnologias de combustíveis fósseis avançadas e mais limpas, e promover o investimento em
infraestrutura de energia e em tecnologias de energia limpa.
Nessa aceção, “a eficiência energética é um importante vetor no atendimento à
demanda futura de energia, já que contribui para a segurança energética, competitividade
econômica e redução de impactos ambientais” (KRUGER&RAMOS, 2016, apud
BERNARDES et al, 2020).

31
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em termos metodológicos, faz-se menção ao tipo de investigação e de estudo, o


paradigma metodológico e os métodos utilizados, pois pretende-se descrever e clarificar
sistema energético eficiente para a iluminação pública.
Quanto ao tipo de investigação o presente trabalho é aplicado, isto porque procura-se
resolver um problema prático em que uma solução teórica não é suficiente.
O tipo de estudo é descritivo, uma vez que se usou para descrever a realidade
observada durante o trabalho realizado no campo acerca do sistema de iluminação pública no
Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála.
O presente trabalho foi auxiliado de métodos teóricos e métodos empíricos.
Os métodos teóricos utilizados são:
Revisão da literatura: utilizou-se para a criação de bases teóricas sólidas que
permitiram realizar uma abordagem lógica e segura dos fundamentos teóricos do presente
trabalho. Fez-se uma pesquisa bibliográfica em que se utiliza diversas fontes, como se pode
constatar na referência bibliográfica apresentada no final deste documento.
Análise-síntese: utilizaram-se para organizar e resumir os dados obtidos na entrevista
e os obtidos a partir da pesquisa bibliográfica, permitindo selecionar os dados relevantes para
este trabalho.
Dedução-dedução: utilizaram-se em todo o processo investigativo. Por exemplo, na
sistematização dos referentes teóricos, através da dedução se adotaram conceitos de iluminação
pública que já foram generalizados. O raciocínio indutivo, permitiu selecionar as tecnologias
que foram utilizadas na solução do problema de investigação.
Métodos empíricos
Entrevista: consistiu na obtenção de dados sobre o actual sistema de iluminação
pública no Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála através de um guia de
questões que foram respondidas pelos munícipes.
Observação: permitiu obter dados relacionados com a caracterização do sistema de
iluminação pública no Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála.
O presente trabalho tem como contribuições, a execução de um sistema que se espera,
que se confirma a sua utilidade e funcionalidade como um mecanismo na utilização de
luminárias do tipo Leds, este mecanismo permitirá também contribuir na eficiência energética
e tempo prolongado de vida útil da iluminação pública, redução significativa de consumo de

32
energia e acidentes rodoviários, iluminação pública de qualidade e de forma contínuo., espera-
se também que:
As suas vantagens possam cativar e promover a sua aplicação, comprovando uma
proposta que possa responder as necessidades da sociedade, no que diz respeito à sua
funcionalidade.
Se mostre adequado e adaptável ao local proposto e que a sua aplicabilidade se possa
confirmar em outros locais que vivem a mesma realidade.
No entanto, não menos importante, fazer desta investigação uma forma de valorizar os
conhecimentos adquiridos pelo autor durante a sua formação e ainda torná-la uma fonte de
investigação futura na biblioteca do Instituto Superior Politécnico da Caála.

33
4. ANÁLISE E DISCUÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 Panorama Histórico

Caála é uma cidade e município da província do Huambo, em Angola.


Tem 3 680 km² e cerca de 373 mil habitantes. O município da Caála localiza-se na
parte central da província do Huambo tendo como limites a norte os municípios da Ecunha, a
leste o município de Huambo, a sul o município de Chipindo, e a oeste os municípios de
Longonjo e Caconda.
O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Caála, e pelas
comunas de Cuíma, Calenga e Catata.
Forma com a cidade do Huambo e com a cidade de Ecunha uma grande área
conturbada, a virtual Região Metropolitana do Huambo.
Antes da formação do reino do Huambo, um dos grandes Estados ovimbundos, Caála
era uma área de culto sob domínio do clã Nganda, no século XV, centrada na chamada Pedra
Cau É. Os ovimbundos da província do Huambo formaram-se pela fusão dos Nganda com dois
clãs nômades vindo do Cuanza Sul, mais especificamente da região de Cela. Os clãs de Cela
eram liderados por Wambu Kalunga e Sunguandumbu, que entraram em acordo com os Nganda
para também se estabeleceram naquele local, a que deram o nome de Nganda-ya-Kawe, que
também é grafado como Ganda-a-Caué ou Ganda de Caué. Estava assim formada a localidade
de Caála, nas cercanias de 1650, que foi elevada a ombala (cidade-capital) do reino do Huambo.
O reino teve como primeiro rei justamente a Wambu Kalunga.

Figura 10 : Mapa do Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála

Fonte: (Earth 2023).

4.2 Levantamento do Sistema Atual

O levantamento do sistema atual de iluminação Pública no Centro urbano da Comuna


Sede do Município da Caála deu-se pela visita técnica.

34
4.2.1 Equipamentos Instalados

Na Tabela 5 apresentam-se os tipos de lâmpadas, e respetivas quantidades, aplicadas


para a iluminação no Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála.

Tabela 6 Tipo de lâmpada, quantidade e a potência Instalada

Lâmpada Potência (W) Quantidade Potência Instalada (kW)

80 15 1,2
Lâmpada Vapor de Sódio 150 1820 273

250 453 113,25

400 186 74,4

Total 2474 462


Fonte: (Autor 2023)

Verificou-se que nem todos os pontos de iluminação estavam acionados, isto porque
O Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála tem um total de 577 pontos
iluminação em bom estado, 968 em curto-circuito, 99 em estado regular, 797 em falta e 33
avariados, as luminárias usadas são em carcaça de alumínio e com difusor ótico fixado em
3 tipos de poste tais como: betão, madeira e alumínio, conforme figura 12, 13 e 14

Figura 11 Composição do sistema de iluminação com poste de madeira

Fonte: (Autor 2023)

Figura 12 Composição do sistema de iluminação com poste de betão

Fonte: Autor (2023)

35
Figura 13 Composição do Sistema de iluminação com poste de alumínio

Fonte: (Autor 2023)

Os relés fotoelétricos são fixados em postes de transformação e reatores encontra-


se no interior da luminária.

4.2.2 Avaliação do Sistema Atual

Para avaliação do sistema atual, fez-se o uso do DIAlux de modo a obtermos os


resultados, conforme a Dial (empresa desenvolvedora), trata-se de um software de design
da iluminação. Uma plataforma que permite projetar, calcular e visualizar a projeção da luz.
A partir deste, executou-se as simulações da iluminação pública no Centro Urbano da
Comuna Sede do Município da Caála.
A descrição das vias do Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála,
segundo a norma NBR 5101, são vias coletoras que podem ser de volume com tráfego intenso
para as vias primárias que segundo a classe de iluminção é designada por V2 e para o volume
de tráfego médio para as vias secundárias que segundo a classe de iluminação é designidas por
V3, tendo em conta a tabela 4.

4.2.3 Simulação DIAlux para o Sistema Actual na V2

Para a simulação do sistema actual na V2, pontos de iluminação estão distribuídos a


uma distância ou vão à 33m, com a largura total das faixas de rodagem de 10m, sendo 5m para
cada faixa.
Os postes possuem 9m de altura e braço de 1,5m, formando um ângulo de
aproximadamente 110º. Os postes, foram fixados no centro do passeio a uma distância de 33cm.
Neste processo, também observou-se que as luminárias estão instaladas no topo dos postes a
uma distância de 9m de altura em relação ao solo, contendo assim lâmpadas de potências de
400W com fluxo luminoso 49000lm de e de potências de 250 com fluxo luminoso de 29000lm.

36
Para este cenário, com a aplicação de luminárias existentes na V2, o resultado
da simulação é apresentado nas figuras abaixo.

Figura 14 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas de 400W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 15 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 400W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 16 Resultados luminotécnicos com lâmpadas 400W

Fonte: (Dialux 2023)

37
Figura 17 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas 250W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 18 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 250W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 19 Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 250W

Fonte: (Dialux 2023)

38
4.2.4 Simulação DIAlux para o Sistema Actual V3

Para a simulação do sistema actual V3, pontos de iluminação estão distribuídos a uma
distância ou vão à 29m, com a largura total das faixas de rodagem de 8m, sendo 4m para cada
faixa.
Os postes possuem 7m de altura e braço de 1,5m, formando um ângulo de
aproximadamente 110º. Os postes, foram fixados no centro do passeio a uma distância de 29cm.
Neste processo, também observou-se que as luminárias estão instaladas no topo dos postes a
uma distância de 7m de altura em relação ao solo, contendo assim lâmpadas de potências de
80W com fluxo luminoso 7000lm de e de potências de 150W com fluxo luminoso de 15000lm.
Para este cenário, com a aplicação da luminária existente na V3, o resultado
da simulação é apresentado nas figuras abaixo.

Figura 20 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas de 150W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 21 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 150W

Fonte: (Dialux 2023)

39
Figura 22 Resultados luminotécnicos com lâmpada de 150W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 23 Visão 3D – Simulação Dialux com lâmpadas de 80W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 24 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 80W

Fonte: (Dialux 2023)

40
Figura 25 Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 80W

Fonte: (Dialux 2023)

Tendo em conta as simulações feitas do sistema actual, levando em consideração a


largura das vias, a distância e altura dos postes de iluminação pública e o tipo de lâmpada e
potência utlizada, os resultados para o V2 e V3 são negativos isto porque o sistema de
iluminação pública no Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála não cumpre com
os requisitos mínimos exigidos pela norma NBR 5101, por esta razão há presença do efeito
zebrado, a queima constante das lâmpadas causadas pelo mau dimensionamento.

4.3 Proposta do Sistema de Iluminação Pública

Primeiramente, observa-se que antes da decisão da escolha final da luminária a


ser aplicada, as simulações devem ser executadas, a fim de validar as condições iniciais que
a iluminação precisa atender.
A proposta prevê luminárias que atendam as condições mínimas (nível de iluminância
e fator de uniformidade) exigidas pela norma NBR 5101.
A direção para a escolha dos modelos de teste foi a partir do nível de fluxo luminoso
e potência que os modelos no mercado oferecem. Após testes, definiu-se pela aplicação
de luminárias LED, Nath S Pro que oferece 20000lm de fluxo luminoso, numa potência de
consumo equivalente a 80W para a classe de iluminação V3 e 130W com o fluxo luminoso de
29000lm para a classe de iluminação V2.
Na Figura 1 7 apresenta-se uma imagem ilustrativa desta luminária, atentando-se
ao sistema de fixação. O conjunto pode ser instalado em ponta de braço, com diâmetro
externo de 60,3mm, e possibilita o ajuste de inclinação em até 4 posições: -5°, 0°, +5°, +10°.

41
Figura 26: Luminária LED, Modelo NATH S Pro

Fonte: (Techowatt 2023)

Tabela 7 Tipo de lâmpada, quantidade e a potência Instalada

Lâmpada Potência Quantidade Potência Instalada kW


80W 1835 146,8
LED
130W 639 83,07

Total 2474 230


Fonte: Autor (2023)

4.3.1 Simulação DIALUX para o Sistema Proposto

Para a simulação do sistema proposto, levou-se em consideração os requisitos já


existente no Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála, utilizando luminárias do
tipo Leds com características adequadas de modo a atender os requisitos mínimos exigidos pela
norma NBR 5101.

4.3.2 Simulação DIAlux para o Sistema Proposto na V2

Para a simulação do sistema actual na V2, pontos de iluminação estão distribuídos a


uma distância ou vão à 33m, com a largura total das faixas de rodagem de 10m, sendo 5m para
cada faixa.
Os postes possuem 9m de altura e braço de 1,5m, formando um ângulo de
aproximadamente 110º. Os postes, foram fixados no centro do passeio a uma distância de 33cm.
Neste processo, também observou-se que as luminárias estão instaladas no topo dos postes a
uma distância de 9m de altura em relação ao solo.
Para esta classe de iluminação propõe-se a utilização de luminárias do tipo Leds com a
potência de 130W e o fluxo luminoso de 29000lm. Tendo como os resultados da simulação
apresentados nas figuras abaixo.

42
Figura 27 Visão 3D – simulação Dialux com lâmpadas de 130W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 28 : Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 130W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 29: Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 130W

Fonte: (Dialux 2023)

4.3.3 Simulação DIAlux para o Sistema Proposto na V3

No sistema proposto V3, os pontos de iluminação estão distribuídos a uma distância


ou vão à 29m, com a largura total das faixas de rodagem de 8m, sendo 4m para cada faixa.

43
Os postes possuem 7m de altura e braço de 1,5m, formando um ângulo de
aproximadamente 110º. Os postes, foram fixados no centro do passeio a uma distância de 33cm.
Neste processo, também observou-se que as luminárias estão instaladas no topo dos postes a
uma distância de 7m de altura em relação ao solo.
Para esta classe de iluminação propõe-se a utilização luminárias do tipo Leds com a
potência de 80W e o fluxo luminoso de 20000lm.

Figura 30 Visão 3D – simulação Dialux com lâmpadas de 80W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 31 Visão 3D com cores falsas com lâmpadas de 80W

Fonte: (Dialux 2023)

Figura 32 Resultados luminotécnicos com lâmpadas de 80W

44
Fk

Fonte: (Dialux 2023)

Tendo em conta as simulações feitas do sistema proposto com a utilização de


luminárias do tipo led, levando em consideração a largura das vias, a distância e altura dos
postes de iluminação pública, como podemos observar nas figuras 29 e 32 os resultados são
positivos isto porque o sistema proposto de iluminação pública para Centro Urbano da Comuna
Sede do Município da Caála cumpre com os requisitos mínimos exigidos pela norma NBR
5101, garantido assim um sistema eficiente e bem dimensionado.

No gráfico 1 é apresentada uma comparação entre os dois sistemas de iluminação


pública, a potência instalada, a energia consumida e a quantidade total de luminárias.

Gráfico 1 Sistema actual X sistema proposto

3000
2500
2474 2474
2000
2024
1500
1000
1007
500
462 230
0
Sistema Actua l(VS) Sistema Proposto (Led)

Potência Instalada (kW) Energia Consumida (MWh/ano) Pontos de Iluminação

Fonte: (Autor 2023)

É possível visualizar uma redução de aproximadamente 50% da potência instalada e


consequentemente da energia consumida. Assim, é percetível que a quantidade de pontos de
iluminação pública não se altera em nenhum dos sistemas.
A partir do exposto acima pode-se mencionar o gráfico 2, da qual trata do benefício
financeiro obtido apenas pela redução da energia consumida do atual sistema de iluminação de
lâmpadas a vapor de sódio, pelo sistema proposto por lâmpadas Led.

45
Gráfico 2 Custo anual da energia.

16000000
14000000
14266098
12000000
10000000
8000000
6000000 7102170
4000000
2000000
0
Sistema Actual Sistema Proposto
Fonte: (Autor 2023)

Tal redução é notável por ser equivalente e aproximadamente metade do custo sistema
actual. Assim a gráfico 3 traz os resultados esperados com a troca das lâmpadas de Vapor de
Sódio por luminárias LED equivalentes.

Gráfico 3 Resultados esperados

Energia Economizada (MWh/ano) 1017

Redução da Potência (Kw) 233

Economia % 50

Fonte: (Autor 2023)

Pode-se observar números promissores em relação à eficiência energética com o


sistema de iluminação Led, no qual reduz 1017 MWh/ano de energia e uma redução de potência
de 233 kW, isso corresponde a uma economia de 50%.
Para elaboração dos dados apresentados nos gráficos 1 e 2 utilizou-se as Equações 10, 11 e 12:

(𝑃𝑙𝑄)
𝑃𝑖 = (10)
1000

46
(𝑃𝑖. 𝑇.365 𝐷𝑖𝑎𝑠)
Energia Consumida (MWh/ano) = (11)
1000

Custo Anual da Energia = 𝑃𝑖. 𝑇. 365 𝐷𝑖𝑎𝑠. 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛e𝑟𝑔𝑖𝑎 (12)


Sendo:
Potência da Luminária: 𝑃𝑙
Quantidade de Lâmpadas: 𝑄
Potência Instalada: 𝑃𝑖.
Tempo de funcionamento: 𝑇

Onde:
-Tempo de funcionamento (h) é definido como 12h de acordo com manual de eficiência
energética da ANEEL 2008.
-Preço da Energia (AKz) para iluminação pública, segundo o Instituto Regulador dos Serviços
de Eletricidade e de Água (IRSEA) é 7,05 kzs.

4.4 Vida útil das lâmpadas

Para o cálculo da vida útil das lâmpadas do atual sistema e do sistema proposto Leds
que se pretende utilizar no sistema de IP no centro urbano do município sede da Caála é
considerado como seu tempo de funcionamento de 12 horas por dia; tempo esse que é padrão
de acordo com manual de eficiência energética para fins de cálculo de consumo em IP. Esse
cálculo é feito utilizando como padrão a Equação (13).
𝑉𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 (ℎ)
𝑉𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 = (𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜∗365 𝑑𝑖𝑎𝑠 ) (13)

Cálculo da vida útil do sistema actual.


24.000
𝑉𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 = (12∗365 𝑑𝑖𝑎𝑠 )
24.000
𝑉𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 = ( )= 4,96≅ 5 𝑎𝑛𝑜𝑠
4380

Cálculo da vida útil do sistema proposto.


60.000
𝑉𝑖𝑑𝑎 út𝑖𝑙 𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠 = (12∗365 𝑑ias)
60.000
Vida útil em anos = ( ) = 13,69 ≅ 14 anos
4380

47
A partir do cálculo de vida útil das lâmpadas é possível observar que o sistema
proposto Leds tem uma vida útil totalmente superior em relação ao sistema actual, uma
diferença de 9 anos, que proporcionará mais anos ao sistema de iluminação pública no centro
urbano do município da sede da Caála.

4.5 Custo da Aquisição das Luminárias

Para a realização de um estudo de caso mais robusto e concreto fez-se uma pesquisa
de luminárias Leds, garantindo a legitimidade das especificações técnicas e eficiência dos
equipamentos.
Para definição dos custos com a aquisição de luminárias é apresentado abaixo o quadro
abaixo que traz o orçamento inicial de cada fornecedor.

Tabela 8 Orçamentos obtidos no mercado

Fornecedor 1 - Siluz

Potência da Luminária Preço Quantidade Total

Luminária 80W 60.000,00 1820 109.200.000,00

Luminária 130W 98.000,00 654 64.092.000,00

Fonte: (Autor 2023)

48
5. CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento do presente trabalho baseado nos objetivos traçados e


suportados pelas respetivas tarefas de investigação pode se concluir que:
A proposta apresentada a respeito da aplicação de luminárias com tecnologia Leds em
substituição às luminárias existentes equipadas com lâmpadas vapor de sódio, no âmbito da
eficiência energética municipal, os resultados afirmam que haverá uma redução de 50% da
potência instalada que gera uma economia anual em energia de 1017 MW/Ano. Contudo, é
significativo lembrar que o sistema atual consome 2.024 MWh/ano e essa redução traz uma
economia monetária anual de 7.163.928 Kz para os cofres do município.
Os dados obtidos sobre os Leds mostraram que eles apresentam índice de reprodução
de cores (IRC)> 70, muito superior em relação as de VS que possuem respetivamente em média
25. Há de se destacar a vida útil do díodo emissor de luz em relação à VS, sendo sua
durabilidade da ordem de 60.000 horas de operação correspondendo aproximadamente uma
vida útil de 14 anos. A lâmpada de VS utilizadas na iluminação pública no Centro Urbano da
Comuna Sede do Município da Caála têm uma vida útil de apenas 24.000 horas correspondendo
a 5 anos. Isso implica na redução da manutenção dessas lâmpadas e em uma redução de custos
no projecto.
Ao se levar os aspetos ambientais abordados, e a constante atualização do mercado da
tecnologia dos Díodos Emissores de Luz (LED) tanto no aumento de eficiência quanto na
redução dos custos, esse modelo se apresenta como uma nova alternativa atrativa para o sistema
de iluminação pública no Centro Urbano da Comuna Sede do Município da Caála.

49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http://www.empalux.com.br/?a1=p&m=000036&c=000013.> Acesso em: 23 mar. 2023.

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Desperdício de Energia Elétrica / Rio de Janeiro, ELETROBRAS.

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LEÃO, Marcus Vinícius Silva. Eficientização do sistema de Iluminação Pública: estudo de


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MME. Ministério de Minas e Energia. Manual de Iluminação. Disponível


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50
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Viana, A. N. (2012). EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: FUNDAMENTOS E


APLICAÇÕES. Campinas – SP.

51
ANEXO A: CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS LÂMPADAS DO SISTEMA
PROPOSTO

52
53
ANEXO B: CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DAS LÂMPADAS DO SISTEMA
ATUAL

54
ANEXO C: IMAGEM DE RUAS DO CENTRO URBANO DA COMUNA SEDE DO
MUNICÍPIO DA CAÁLA

55
ANEXO D: MODELO DE INQUÉRITO UTILIZADO A POPULAÇÃO DO
CENTRO URBANO DA COMUMA SEDE DO MUNICÍPIO DA CAÁLA

56
57
ANEXO E: FACTURA PRÉ FORMA DOS PREÇOS DAS LUMINÁRIAS LEDS

58

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