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DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM ENGENHARIA CURSO DE

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

SAMUEL CANDUNDO JOÃO CASSUCUSSUCO

IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA HÍBRIDO COM


MICROGERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA E HIDRÁULICA
PARA CONSUMIDORES ISOLADOS EM UMA RESIDÊNCIA DO TIPO
T3 NO BAIRRO CAVONGUE

CAÁLA/2023
SAMUEL CANDUNDO JOÃO CASSUCUSSUCO

IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA HÍBRIDO COM


MICROGERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA E HIDRÁULICA
PARA CONSUMIDORES ISOLADOS EM UMA RESIDÊNCIA DO TIPO
T3 NO BAIRRO CAVONGUE

Projecto de Fim do Curso apresentado ao


departamento de ensino e investigação em
engenharia do Instituto Superior Politécnico da
Caála, como requisito para obtenção do grau de
licenciatura em Engenharia Eléctrica.
O Orientador: Junilson F.J Kaputo

CAÁLA/2023
Dedico este trabalho aos meus pais Abraão Cassucussuco &
Claudina Cassucussuco, por proporcionarem-me esta
formação e por acreditarem em meu potencial. Aos meus
queridos irmãos que sempre estiveram presente, pelo
excepcional apoio e incentivo que deram durante a minha
formação.”“Honro o fechamento deste ciclo dedicando este
projecto aos meus amigos, colegas e professores que
interviram diretamente na minha formação intelectual e
profissional que sempre estiveram ao meu lado
compartilhando suas experiências de forma construtiva. Sem
esquecer minha amada namorada Teresa Augusto por estar
sempre presente em todas as circunstâncias, quer nos
momentos de bonança quer nos momentos de crise.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, Dono de toda Ciência, Sabedoria &


Poder, pelo dom da vida, sabedoria e sua Misericórdia que se renova a cada manhã em minha
vida.

Aos meus pais Abraão Cassucussuco & Claudina Cassucussuco, aos meus irmãos,
namorada e amigos que sempre estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha
trajetória.

Agradeço ao meu Orientador Eng. Junilson Kaputo, Coorientador e coordenador Eng.


Pedro Quessongo, Professora Msc. Paulina Suquina, e o professor Ph.D. Anil Vila Pela
disponibilidade do tempo e conhecimento prestado.

A todos os meus professores do curso de Engenharia Elétrica da Universidade pela


excelência da qualidade técnica de cada um. Aos meus colegas pelas trocas de ideias e ajuda
mútua. Juntos conseguimos avançar e ultrapassar todos os obstáculos.

E a todos que indiretamente ajudaram-me a vencer esta jornada. O gueto venceu!


“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para
que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas
Graças a Deus, não sou o que era antes”. (Marthin Luther
King), Há Uma Força Motriz Mais Poderosa Que O Vapor, A Eletricidade
E A Energia Atómica: A Vontade.

(Albert Einsten)
RESUMO

Cassucussuco, S.C.J. Projecto de um sistema híbrido com microgeração de energia fotovoltaica


e hidráulica para consumidores isolados. 2023. TCC (Licenciatura em Engenharia Eléctrica),
Instituto Superior Politécnico da Caála. Huambo, 2023. Este trabalho de conclusão de curso
realizou o projeto e o estudo de viabilidade de um sistema híbrido de pequeno porte com
microgeração de energia fotovoltaica e hidráulica para consumidores isolados. Foram
realizadas as avaliações técnica e econômica da instalação de um microgerador de energia
através de duas Fontes alternativas, energia hidráulica e fotovoltaica em uma residência, com
o objetivo de suprir a carência de energia causada pelo não fornecimento de energia eléctrica
da rede eléctrica da concessionária. A geração hidráulica foi obtida a partir de um reservatório
de água instalado a cerca de 12 metros de altura útil, abastecido por água bombeada de um
reservatório inferior, através de energia solar. Esta pesquisa simulou-se a instalação de um
sistema fotovoltaico isolado, no qual parte da energia necessária para utilização no período
noturno não foi armazenado apenas em baterias químicas (baterias chumbo-ácido), foi também
utilizado como elemento de armazenamento de energia, o reservatório elevado de água, de tal
forma que durante o dia a geração solar além de carregar as baterias chumbo-ácido e alimentar
a carga, também bombeava água de uma cisterna para esse reservatório. Durante a noite um
microgerador hidráulico produzia, a partir da água armazenada na caixa, parte da energia
necessária para alimentar a residência. Para fins de simulação foi escolhida a localidade do
Cavongue, por ser uma região onde a rede elétrica da concessionária de energia não atende
todos consumidores.
Palavras-chave: Geração fotovoltaica isolada. Sistema fotovoltaico de bombeamento de água.
Sistema de microgeração hidráulica. Energia Elétrica
ABSTRAC
Cassucussuco, S.C.J. Project of a hybrid system with microgeneration of photovoltaic and
hydraulic energy for isolated consumers. 2023. TCC (graduation in Electrical Engineering),
Instituto Superior Politécnico da Caála. Huambo, 2023. This course completion work carried
out the design and feasibility study of a small hybrid system with microgeneration of
photovoltaic and hydraulic energy for isolated consumers. Technical and economic evaluations
were carried out for the installation of an energy microgenerator through two alternative sources
of hydraulic and photovoltaic energy in a residence, with the objective of supplying the energy
shortage caused by the non-supply of electrical energy from the concessionaire's electrical
network. Hydraulic generation was obtained from a water reservoir installed about 12-meter-
high, supplied by water pumped from a lower reservoir, using solar energy. This research
simulated the installation of an isolated photovoltaic system, in which part of the energy needed
for use at night was not only stored in chemical batteries (lead-acid batteries), it was also used
as an energy storage element, the elevated water reservoir, in such a way that during the day,
solar generation, in addition to charging the lead-acid batteries and feeding the load, also
pumped water from a cistern to this reservoir. During the night, a hydraulic microgenerator
produced, from the water stored in the box, part of the energy needed to power the house. For
simulation purposes, the location of Cavongue was chosen, as it is a region where the electricity
grid of the energy concessionaire does not serve all consumers.
Keywords: Isolated photovoltaic generation. Photovoltaic water pumping system. Hydraulic
microgeneration system. Electricity
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1-CAVONGUE LOCALIZAÇÃO ....................................................................................... 20

FIGURA 2- SISTEMAS DE GERAÇÃO PARA ABASTECIMENTO A REGIÕES ISOLADAS DA REDE


CONVENCIONAL: (A) SISTEMAS INDIVIDUAIS E (B) MINIREDES. ........................................ 24

FIGURA 3-CONFIGURAÇÃO BÁSICA DE UM SFI. ........................................................................ 25

FIGURA 4-EXEMPLO DE SISTEMA HÍBRIDO. ............................................................................... 25

FIGURA 5- MAPAS ENERGIA SOLAR, RADIÂNCIA GLOBAL ....................................................... 27

FIGURA 6– LUZ SOLAR NO SEU PERCURSO ATRAVÉS DA ATMOSFERA ........................................ 28

FIGURA 7- DIAGRAMA DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO DE BOMBEAMENTO COM APLICAÇÕES


PARA CONSUMO HUMANO, ANIMAL E IRRIGAÇÃO .............................................................. 31

FIGURA 8- EXEMPLOS DO POSICIONAMENTO DA MOTOBOMBA EM SISTEMAS DE BOMBEAMENTO


.......................................................................................................................................... 32

FIGURA 10-CONJUNTO TURBINA GERADOR ............................................................................... 38

FIGURA 11-ESQUEMA CONSTRUTIVO DE UMA USINA HIDRELÉTRICA ......................................... 38

FIGURA 12-TURBINA PELTON (RODA D'ÁGUA) .......................................................................... 39

FIGURA 13-TURBINA FRANCIS .................................................................................................. 40

FIGURA 14-TURBINA KAPLAN .................................................................................................. 40

FIGURA 16-MÉDIA DE PERFIS POR HORA ................................................................................... 48

FIGURA 17-MÉDIAS MENSAIS ................................................................................................... 49

FIGURA 18-VALORES OBTIDOS NA SIMULAÇÃO DO ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DOS PAINÉIS


FOTOVOLTAICOS ................................................................................................................ 50

FIGURA 19-PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DO SFI ........................................................................ 59


FIGURA 20-SUPORTE PARA PAINÉIS FOTOVOLTAICOS - 4 PAINÉIS DE ATÉ 375WP .................... 59

FIGURA 21-ALTURAS DO SFB................................................................................................... 60

FIGURA 23-CURVAS DE DESEMPENHO DA BOMBA SOLAR GRUNDFOS SQF 14-3 ....................... 62

FIGURA 24- SISTEMA PROPOSTO PARA A MICROGERAÇÃO HIDRÁULICA .................................... 63

FIGURA 25-CURVAS DA VAZÃO EM FUNÇÃO DO TEMPO E VOLUME ........................................... 65

FIGURA 26- CURVAS DA POTÊNCIA ESTIMADA EM FUNÇÃO DA VAZÃO E DO RENDIMENTO ....... 65

FIGURA 27- ENERGIA ELÉTRICA ACUMULADA EM FUNÇÃO DO VOLUME E DO RENDIMENTO...... 65

FIGURA 28-MICROTURBINA HIDRÁULICA NORTE AMERICANA, MARCA CANYON HYDRO, MODELO


MICRO HYDRO 300-30 ........................................................................................................ 66

FIGURA 29-CURVA DA VAZÃO (A) E CURVA DE POTÊNCIA GERADA (B), AMBAS EM FUNÇÃO DA
PRESSÃO PARA A MICROTURBINA CANYON HYDRO ............................................................ 67

FIGURA 30-DIAGRAMA MULTIFILAR DO SISTEMA HÍBRIDO FOTOVOLTAICO/HIDRÁULICO ...... 68

FIGURA 31-VALORES OBTIDOS NA SIMULAÇÃO DO ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DOS PAINÉIS


FOTOVOLTAICOS ................................................................................................................ 72
LISTA DE TABELAS

TABELA 1-DADOS DE RADIAÇÃO SOLAR EM ANGOLA .............................................................. 27

TABELA 2-DADOS TÉCNICOS DE CATÁLOGOS DE BATERIAS RECARREGÁVEIS DISPONÍVEIS


COMERCIALMENTE ............................................................................................................. 29

TABELA 3-PERDA DE CARGA EM TUBULAÇÕES DE PVC ............................................................ 36

TABELA 4-PERDAS DE CARGA EM CONEXÕES DE PVC .............................................................. 36

TABELA 5-CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS TURBINAS HIDRÁULICAS ................................... 39

TABELA 6-QUADRO DE CARGAS DA RESIDÊNCIA PADRÃO ......................................................... 46

TABELA 7- CURVA DE POTÊNCIA ESTIMADO DA RESIDÊNCIA .................................................... 47

TABELA 8- CURVA DE CONSUMO ESTIMADO DA RESIDÊNCIA .................................................... 47

TABELA 9-BANCO DE BATERIAS, MODELO E CARACTERÍSTICAS ................................................ 55

TABELA 10-PAINEL FOTOVOLTAICO, MODELO E CARACTERÍSTICAS ......................................... 56

TABELA 11-CRITÉRIOS ELÉTRICOS PARA ESCOLHA DO CONTROLADOR DE CARGAS .................. 57

TABELA 12-CONTROLADOR DE CARGA, MODELO E CARACTERÍSTICAS ..................................... 57

TABELA 13-INVERSOR, MODELO E CARATERÍSTICAS ................................................................. 58

TABELA 14-DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DO SFI ..................................................... 58

TABELA 15-CARACTERÍSTICAS DA BOMBA SOLAR GRUNDFOS SQF 14-3 E CONTROLADOR CU


200 .................................................................................................................................... 61

TABELA 16-CUSTO SISTEMA HÍBRIDO FOTOVOLTAICO / HIDRÁULICO ..................................... 70

TABELA 17-VAZÃO E POTÊNCIA GERADA PARA DIFERENTES ALTURAS ..................................... 73

TABELA 18- SIMULAÇÃO DA ENERGIA GERADA EM DIFERENTES VOLUMES E ALTURAS ............. 73


TABELA 19- VOLUME MÁXIMO BOMBEADO .............................................................................. 74

TABELA 20-VARIAÇÃO DO BANCO DE BATERIAS EM FUNÇÃO DA MICROGERAÇÃO HIDRÁULICA


.......................................................................................................................................... 74
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL-Agência Nacional de Energia Elétrica

ALER-Associação Lusófona de Energias Renováveis

ASAER-Associação Angolana de Energias Renováveis

BFT-Bomba Funcionado como Turbina

CA-Corrente Alternada

CC-Corrente Contínua

CEEAC-Comunidade Económica dos Estados África Central

ENDE-EP-Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade

FV-fotovoltaico

HSP-Horas de Sol Pleno

Imáx-Corrente Máxima

Imp-Corrente de Máxima Potência

IP20-Índice de Proteção 20

Isc-Current Short Circuit (Corrente de Curto Circuito)

ISPC-Instituto Superior Politécnico Da Caála

LABSOL-Laboratório de Energia Solar da UFRGS

MINEA-Ministério da Energia e Água

MPPT-Maximum Power Point Tracker (Rastreador de Ponto de Máxima Potência)

NiCd-Níquel Cadmo

Pfv-Painel Fotovoltaico

PRODEL-EP -Empresa Pública de Produção de Eletricidade de Angola

PWM-Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso)

SADC-Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

SFB-Sistema Fotovoltaico de Bombeamento

SFCR-Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede


SFI-Sistema Fotovoltaico Isolado

SHI-Sistema Híbrido Isolado

STC-Standart Test Conditions (Condições Padrões de Teste)

THC-Turbina Hidrocinética

THD-Total Harmonic Distortion (Distorção Harmônica Total)

TMY-Typical Meteorologica Year (Ano Meteorológico Típico)

Vca-Tensão Alternada

Vcc-Tensão Contínua

Vmáx-Tensão Máxima

Voc -Voltage Open Circuit (Tensão de Circuito Aberto)


ÍNDICE GERAL

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

1.1 TEMA ............................................................................................................. 18

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................... 19

1.3 LOCAL DE ESTUDO ........................................................................................ 19

1.4 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO DO PROBLEMA .................................................... 20

1.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 20

1.6 OBJECTIVOS................................................................................................... 21

1.6.1 Geral ......................................................................................................... 21

1.6.2 Específicos ............................................................................................... 21

1.7 MOTIVAÇÃO .................................................................................................. 21

1.8 CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO ..................................................................... 22

1.9 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................... 23

2 REVISÃO TEÓRICA ........................................................................................ 24

2.1 SISTEMA DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICO ISOLADO ........................................... 24

2.1.1 Conceitos Básicos Para Geração De Energia Fotovoltaica ...................... 26

2.1.2 Radiação Solar ......................................................................................... 26

2.1.3 Distribuição Da Radiação Solar ............................................................... 26

2.1.4 Gerador fotovoltaico ................................................................................ 28

2.1.5 Acumulador.............................................................................................. 29
2.1.6 Determinação da irradiação – Método do mês crítico ............................. 30

2.1.7 Sistemas Fotovoltaicos Para Bombeamento De Água ............................. 31

2.1.8 Conjunto Motobomba .............................................................................. 31

2.1.9 Dimensionamento de sistema fotovoltaico de bombeamento .................. 33

2.1.10 Geração Hidráulica ................................................................................. 38

2.1.11 Principais Modelos De Turbinas E Critérios De Escolha ...................... 39

3 PROCEDIMENTOS METEDOLOGICOS ..................................................... 41

3.1 INSTRUMENTOS/TÉCNICAS DE RECOLHA DE DADOS .................................... 41

4 PROJECTO DE SOLUÇÃO ............................................................................. 43

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR EM ANGOLA ............................... 43

4.2 LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DO LOCAL DA INSTALAÇÃO E


ANÁLISE DE SOMBREAMENTOS .............................................................................................. 44

4.2.1 Residência padrão – definição das cargas ................................................ 44

4.3 SISTEMA FOTOVOLTAICO ISOLADO (SFI) – DIMENSIONAMENTO ................... 48

4.4 DETERMINAÇÃO DA IRRADIAÇÃO SOLAR NO BAIRRO CAVONGUE ................ 48

4.5 DIMENSIONAMENTO DOS PAINÉIS SOLARES .................................................. 52

4.6 DIMENSIONAMENTO DO BANCO DE BATERIAS ............................................... 52

4.7 ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS ...................................................................... 55

4.8 CONTROLADOR DE CARGAS .......................................................................... 56

4.9 INVERSOR ...................................................................................................... 57

4.10 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES ......................................................... 58


4.11 SISTEMA DE BOMBEAMENTO DE ÁGUA ........................................................ 60

4.12 ESTIMATIVA DA ENERGIA ACUMULADA NO RESERVATÓRIO SUPERIOR ....... 62

4.13 MICROGERAÇÃO HIDRÁULICA ....................................................................... 64

4.14 ESCOLHA DA MICROTURBINA HIDRÁULICA .................................................... 66

4.15 SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA HIDRIDO FOTOVOLTAICO / HIDRÁULICO


68

4.16 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE GERAÇÃO HÍBRIDO


FOTOVOLTAICO / HIDRÁULICO .............................................................................................. 68

4.17 DIAGRAMA MULTIFILAR DO SISTEMA HÍBRIDO ISOLADO PARA CONSUMO


DIÁRIO DE 2,469KWH FOTOVOLTAICO/HIDRÁULICO. ............................................................ 68

4.18 CUSTO DO SISTEMA HÍBRIDO ........................................................................ 69

4.19 SIMULAÇÕES E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ............................. 71

4.20 DIAGRAMAS UNIFILAR E EM BLOCO ............................................................. 75

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................ 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 78

APENDICE-1 ............................................................................................................ 81

ANEXO-2 .................................................................................................................. 82
1 INTRODUÇÃO

A energia é um factor de desenvolvimento não só nas áreas urbanas, mas também nas
zonas rurais. As zonas rurais caracterizam-se por uma baixa densidade populacional, elevada
dispersão da população e baixo consumo de energia, podendo subdividir-se as zonas rurais
afastadas da rede eléctrica em duas zonas: as zonas rurais de influência – sedes de comuna e
outras - e as zonas rurais dispersas. (MINEA,2018).

O sistema elétrico tem como base fundamental fornecer energia aos utilizadores finais.
Este fornecimento é feito através dos processos de Geração, transmissão e distribuição de
energia eléctrica. (MORAES, 20).

Nas zonas rurais de influência, é possível assegurar o fornecimento de energia eléctrica


através de pequenas redes locais ou sistemas de energias renováveis, particularmente solar e
pico ou micro hídricas, associados às infra-estruturas públicas ou comunais. É possível prever
soluções de incentivo à instalação dos designados “Sistemas Solares Individuais”, quer
fotovoltaicos, quer térmicos, ou à criação de lojas de energia envolvendo a iniciativa privada.
Os incentivos à iniciativa privada e as soluções de financiamento são fundamentais uma vez
que os investimentos a serem feitos são avultados e, muitas vezes, pouco atractivos face à
alternativa do gerador utilizando gasóleo ou gasolina com preço subsidiado que representa um
custo para o país. (MINEA,2018).

Nas zonas rurais dispersas, os sistemas ou soluções individuais assentes em energia


solar constituem a solução mais adequada para providenciar serviços básicos de energia. A
utilização da lenha ou carvão vegetal continuará a ser a solução mais utilizada para cozinhar,
sendo prioritária a disseminação dos fornos eficientes ou melhorados. A maior dispersão e
menor capacidade económica poderão justificar um nível superior de subsídio associado a
serviços de energia mais simples e de menor investimento. O uso produtivo das energias
renováveis em comunidades agrícolas ao nível da bombagem de água, secagem ou moagem
constitui uma área de intervenção prioritária nestes locais. (MINEA,2018).

Uma gestão integrada das várias intervenções ao nível da electrificação rural é


importante para optimizar a alocação de recursos e garantir a qualidade, coerência e equilíbrio
regional das iniciativas em curso. A qualidade é uma das questões relevantes pois muitas vezes
o baixo poder de compra obriga os consumidores a optar por soluções de baixa qualidade e com
17
reduzida duração, de que resultarão gastos acrescidos e um retrocesso para as soluções
tradicionais. (MINEA,2018).

1.1 Tema

Angola conta com uma rede de distribuição de energia elétrica interligada e espalhada
por quase todo o território Nacional. A situação atual caracteriza-se pelo baixo nível de
eletrificação já que pouco mais de 42% dos angolanos têm acesso a energia elétrica, dos
quais 37,8% através de ligação à rede elétrica nacional (ALER,2021).

Em 2021, a capacidade total instalada de produção elétrica era de 5,9 gigawatts,


repartidos por 63% de hídrica e 37% térmica(Asaer), num mercado dominado pela Prodel
(Empresa Pública de Produção de Eletricidade de Angola), onde existem 66 centrais, em que
63 são públicas, uma corresponde a uma parceria público-privada e duas são privadas.
(ASAER,2021).

Segundo o estudo apresentado na conferência internacional sobre energia


renovável em Angola, organizada pela ALER em parceria com a
Associação Angolana de Energias Renováveis (Asaer), o objetivo do
Governo é que até 2025 pelo menos 7,5% da eletricidade gerada no país
provenha de Fontes de energias renováveis.

Durante a noite um microgerador hidráulico produzirá, a partir da água armazenada na


caixa, parte da energia necessária para alimentar os consumidores.

Esta pesquisa contou com a simulação da instalação de um sistema fotovoltaico


isolado, no qual parte da energia necessária serviu de utilização para o bombeamento de água
em dóis reservatórios. Durante o dia, quando há irradiação solar o painel fotovoltaico de 1.500
Wp gera energia para carregar as baterias e abastecer a residência. O carregamento do banco de
baterias é realizado pelo controlador de carga e o inversor encarrega-se de converter a tensão
contínua em tensão alternada. Paralelamente a isto o painel fotovoltaico bombeia água do
reservatório inferior para o reservatório superior, sendo a alimentação, gerenciamento e
proteção da bomba realizado pelo controlador CU200, que também a desliga a bomba quando
o reservatório superior está cheio.

Quando cessa a irradiação solar e há consumo de energia na carga, a Unidade


de Controle da Geração Hidráulica abre a válvula solenoide e a água do reservatório superior

18
desce por gravidade, fazendo a microturbina girar e gerar energia elétrica, que é injetada no
barramento CC. Os díodos instalados no barramento evitam que a energia gerada na turbina
seja destinada para carregar as baterias. A Unidade de Controle monitora ainda o nível do
reservatório superior, para fechar a válvula solenoide quando o mesmo estiver vazio. A vazão
e o nível de tensão gerada são controlados por Unidade de Controle, através da abertura e
fechamento da válvula de modulação.

1.2 Delimitação Do Tema

Buscou-se neste estudo avaliar e apresentar viabilidade técnica de conjugar geração


solar isolada com microgeração hidráulica contando com um sistema de bombeamento de água
através de métodos adaptáveis e viáveis para a geração de energia eléctrica.

Para tanto foi necessário determinar a capacidade hidráulica e adaptar uma turbina com
o mesmo principio de funcionamento da turbina convencional Pelton, através de sistema de
bombeamento onde a água é retirada de um reservatório para outro, fazendo assim um processo
cíclico.

1.3 Local De Estudo

Para o estudo deste projecto foi necessário identificar um Local, que serviu como
centro de diagnostico.

O Cavongue é uma antiga comunidade localizada a sul do município do Huambo, uma


região onde a rede elétrica da concessionária de energia não atende todos os consumidores.

Segundo algumas visitas e consultas, percebeu-se que por questões politicas existe
uma zona denominada “zona de sombra” onde a rede de distribuição convencional passa, mas
não atende a todos os consumidores, considerando-se assim estes consumidores isolados.

19
A localidade, que pode ser visualizada no mapa da Figura 1.

Figura 1-Cavongue Localização

Fonte: WikiMapia

As coordenadas do local escolhido são: 12°47'51"S 15°44'13"E, correspondentes à


região conhecida como Cavongue.

1.4 Descrição Da Situação Do Problema

Com base aos factos e resultados obtidos da pesquisa feita no local, levantou-se a
seguinte situação problemática:

Falta de Energia Eléctrica proveniente da rede elétrica da concessionária no bairro Do


Cavongue, causada pelo não atendimento do sistema convencional de distribuição aos
consumidores isolados.

O atendimento desses consumidores muitas vezes é dificultado pelas longas distâncias,


obstáculos naturais, dificuldades de acesso e baixa densidade populacional, fazendo com que a
extensão do sistema convencional de distribuição seja, por razões técnicas ou econômicas,
inviável.

1.5 Justificativa

A situação actual energética Nacional, trouxe aspectos importantes no que diz respeito
as infraestruturas do sistema elétrico em Angola. Segundo a Associação Lusófona de Energias
Renováveis (ALER), estima-se que apenas 42% dos angolanos têm atualmente acesso à
eletricidade (AGÊNCIA LUSA, 2022).

20
Angola tem atualmente 33,93 milhões de Habitantes (BANCO MUNDIAL,2021).
Aproximadamente 58% da população Angolana (19,7 milhões de habitantes) não tem acesso à
energia elétrica, sendo a maioria residente de áreas remotas ou isoladas.

Para esses casos, a implementação de tecnologias de pequeno porte com base nas
Fontes renováveis de energia, como exemplo a hídrica, a solar, operando de forma isolada se
mostram atrativas, uma vez que elimina o investimento de alto custo do atendimento pelo
sistema convencional de distribuição.

1.6 Objectivos
1.6.1 Geral

Propor a construção de um sistema híbrido de pequeno porte com Microgeração de


Energia Eléctrica através de duas Fontes alternativas de Energia Solar e Hidroelétrica para
consumidores isolados.

1.6.2 Específicos

Em concomitância com o objetivo geral da pesquisa, o Projeto assume os seguintes


objetivos específicos:

1. Elaborar um projeto com microgeração de energia Eléctrica através de um


sistema híbrido isolado com duas Fontes alternativas de energia, solar e
hidroelétrica capaz de abastecer uma residência.

2. Elaborar um projeto de bombeamento de água alimentado por energia solar;

3. Estruturar os diagramas unifilar, multifilar e em Bloco do SHI;

4. Apresentar estudos de Viabilidade Sociotécnico e Económico para


implementação de um SHI

1.7 Motivação

A motivação deste projeto deve-se a estratégia a longo prazo Angola 2025, lançado
Pelo Ministério de Energia e Água no programa Nacional de Desenvolvimento para o Sector
da Energia e Água (MINEA), que visa na expansão do acesso a energia elétrica nas áreas
urbanas, sedes de municípios e áreas rurais; Optimização e gestão sustentável do sistema

21
eléctrico e na participação privada do sector eléctrico no programa para energias novas e
renováveis (Plano de Ação MINEA,2018);

Estratégia esta que estabelece, Objectivos Globais e Pilares que representam


importantes desafios que deverão nortear o desenvolvimento do sector eléctrico,
nomeadamente:

1 Promover o desenvolvimento humano e bem-estar dos angolanos;


2 Garantir um ritmo elevado de desenvolvimento económico;
3 Desenvolver de forma harmoniosa o território Nacional;
4 Promover um desenvolvimento equitativo e sustentável;
5 Promover inserção competitiva de Angola na Economia Mundial.

1.8 Contribuição Do Trabalho

Feitas as delimitações julgadas do tema percebe-se que o projecto proposto gera um


significativo impacto social, em zonas rurais e não só visto que pode ser executado a curto
prazo, com uma produção autónoma de Energia Eléctrica. E que vem responder os Objectivos
Globais e Pilares do plano de estratégia do MINEA:

1. Promover o desenvolvimento humano e bem-estar dos angolanos: dar acesso a


energia elétrica à generalidade da população como forma de promover o
desenvolvimento humano.
2. Garantir um ritmo elevado de desenvolvimento económico: disponibilidade de
energia suficiente com facilidade e menores encargos dos centros de exploração
para atracção, da participação privada na economia Nacional.

3. Desenvolver de forma harmoniosa o território Nacional: Disposição Eficiente e


fiável dos centros de produção de Energia Elétrica;

4. Promover um desenvolvimento equitativo e sustentável: Utilização eficaz e


duradoura dos recursos naturais respeitando a sustentabilidade ambiental, e
garantia dos recursos naturais.

5. Promover inserção competitiva de Angola na Economia Mundial: atingir uma


integração competitiva no mercado de eletricidade na região da SADC e da

22
CEEAC, aproveitando a posição privilegiada de Angola e a abundância dos
recursos hídricos.

1.9 Estrutura Do Trabalho

1 Após apresentado neste primeiro capítulo o tema, as premissas e os problemas


que envolvem o assunto, os objetivos e as justificativas da pesquisa, bem como
a motivação e contribuição, nos capítulos seguintes tem-se o desenvolvimento
da pesquisa.
2 O segundo capítulo contém a revisão bibliográfica sobre a geração fotovoltaica
isolada, sobre sistema de bombeamento e sobre sistemas de geração de energia
hidráulica.
3 O terceiro capitulo contém os procedimentos metodológicos que serviram de
embasamento para o estudo e elaboração deste projecto.
4 A elaboração do projeto de geração fotovoltaica com armazenamento hidráulico,
caracterização do sistema, coleta de dados e o tratamento das informações
obtidas através dos cálculos e simulações são apresentadas no quarto capítulo.
5 No quinto capítulo estão as simulações e avaliações dos resultados obtidos.
6 O sexto e último capítulo foi reservado para as conclusões e recomendações para
estudos futuros

23
2 REVISÃO TEÓRICA

Este capitulo é dedicado à revisão da literatura sobre os três sistemas que formam a
base do sistema proposto pela Projécto. São eles o sistema de geração fotovoltaica isolado, o
sistema de bombeamento de água e o sistema de microgeração hidráulica.

2.1 Sistema de geração fotovoltaico isolado

Os sistemas de geração fotovoltaico podem ser divididos em dois grandes grupos que
são os conectados à rede elétrica de distribuição regular de energia e os não conectados, ou
isolados, sendo que em ambos os casos outras Fontes de geração de energia podem ser
combinadas com a geração fotovoltaica, tornando assim o sistema híbrido.

A utilização de uma Fonte conjunta com a solar dependerá de vários fatores, como
investimento inicial, custo de manutenção, facilidade de obtenção e custo do combustível da
segunda Fonte, área ocupada pela segunda Fonte, complexidade do projeto etc. (PINHO,
GALDINO, 2014). São exemplos de sistemas híbridos diesel-fotovoltaico e eólica-fotovoltaico.

Os sistemas de geração de energia isolados podem ainda ser divididos em individuais,


atendem apenas uma unidade consumidora, ou mini-redes, atendem vários consumidores que
estão geograficamente próximos, conforme pode ser observado na Figura 2 (MORAES, 20).

Figura 2- Sistemas de geração para abastecimento a regiões isoladas da rede convencional: (A) Sistemas
individuais e (B) Miniredes.

Fonte: MORAES, 2011

24
Este estudo focará apenas os sistemas isolados individuais, o qual é detalhado nos
tópicos seguintes.

Sistemas fotovoltaico isolados, híbridos ou não, normalmente necessitam armazenar a


energia gerada, sendo as baterias químicas a forma mais utilizada (PINHO, GALDINHO,
2014).

Na Figura 3 é possível observar a constituição básica de um SFI puro e na Figura 4 o


exemplo de um sistema híbrido, com Fontes de energia fotovoltaica, eólica e diesel. Em ambos
os sistemas se utilizam baterias químicas como acumuladores.

Figura 3-Configuração básica de um SFI.

Fonte: Adaptado de PINHO, GALDINO, 2014

Figura 4-Exemplo de sistema híbrido.

25
Fonte: Adaptado de PINHO, GALDINO, 2014

As baterias além de armazenar energia têm a função de estabilizar a tensão, absorvendo


os picos de corrente, por isso não podem ser totalmente suprimidas (PINHO, GALDINO, 2014).

A seguir são detalhados e explicados os principais componentes de um sistema


fotovoltaico isolado.

2.1.1 Conceitos Básicos Para Geração De Energia Fotovoltaica

A energia elétrica produzida pelos painéis fotovoltaicos é resultante da conversão da


luz sobre a superfície formada por um material semicondutor, normalmente silício
monocristalino (m-Si) e silício policristalino (p-Si) (PEREIRA et al., 2017).

2.1.2 Radiação Solar

O Sol como Fonte de energia

O Sol fornece energia na forma de radiação, que é a base de toda a vida na Terra. No
centro do Sol, a fusão transforma núcleos de hidrogénio em núcleos de hélio. Durante este
processo, parte da massa é transformada em energia. O Sol é assim um enorme reactor de fusão.
Devido à grande distância existente entre o Sol e a Terra, apenas uma mínima parte
(aproximadamente duas partes por milhão) da radiação solar emitida atinge a superfície da
Terra. Esta radiação corresponde a uma quantidade de energia de 1x1018 KWh/ano. (Portal
Energia ER, 2022)

2.1.3 Distribuição Da Radiação Solar

A intensidade da radiação solar fora da atmosfera, depende da distância entre o Sol e


a Terra. Durante o decorrer do ano, pode variar entre 1,47 x 108 km e 1,52 x 108 km. Devido a
este facto, a irradiância EO varia entre 1.325 W/m2 e 1.412 W/m2. O valor médio é designado
por constante solar, EO = 1.367 W/m². No entanto, apenas uma parte da quantidade total da
radiação solar atinge a superfície terrestre. A atmosfera reduz a radiação solar através da
reflexão, absorção (ozono, vapor de água, oxigénio, dióxido de carbono) e dispersão (partículas
de pó, poluição). O nível de irradiância na Terra atinge um total aproximado de 1.000 W/m2 ao
meio-dia, em boas condições climatéricas, independentemente da localização. Ao adicionar a

26
quantidade total da radiação solar que incide na superfície terrestre durante o período de um
ano, obtém-se a irradiação global anual, medida em kWh/m2. Esta parâmetro varia de um modo
significativo com as regiões. (Portal Energia ER, 2022).

Figura 5- Mapas Energia Solar, Radiância Global

Fonte: (European Communities, 2006 -Joint Research Center)

A irradiação solar, em algumas regiões situadas perto do Equador, excede 2.300


kWh/m2 por ano, De acordo com a Base de Dados PVGIS-helioclim a inclinação óptima para
Angola é de 18º. (Dados de radiação ma tabela seguinte), (ALER,2014).

Tabela 1-Dados de Radiação Solar em Angola

Fonte:(https://www.alerrenovaveis.org/contents/lerpublication/DNER_2014_JAN_Potencialidades_das_Energia
s_Renovaveis_Angola.pdf)
A radiação solar (W/m²) é composta pelas componentes:

27
Radiância direta: “apresenta direção de incidência na linha imaginária entre a
superfície e o Sol e representa a parcela que não sofreu os processos radiativos de absorção e
espalhamento que ocorrem na atmosfera.” (PEREIRA et al., 2017).

Radiância difusa: “engloba a radiação proveniente de todas as demais direções que são
decorrentes dos processos de espalhamento pelos gases e particulados presentes na atmosfera.”
(PEREIRA et al., 2017).

Figura 6– Luz solar no seu percurso através da atmosfera

Fonte: (Energia Fotovoltaica Autor Portal Energias Renováveis)

2.1.4 Gerador fotovoltaico

O gerador fotovoltaico é formado pelo módulo fotovoltaico, que são agrupados em


série e/ou paralelo até atingir a potência total a ser gerada, formando o painel.

A energia gerada por um módulo fotovoltaico depende basicamente da irradiância


incidente e da temperatura do semicondutor, sendo a irradiância muito mais significativa neste
processo, pois pode variar instantaneamente quando ocorre uma sombra, o que não ocorre com
a temperatura, que possui uma inercia maior (PINHO, GALDINO, 2014).

Conforme resolução 482/2012 da ANEEL, em sistemas conectados à rede


(SFCR) somente é permitido inversores senoidais que possuem, entre
outras características, a função de ilhamento, que consiste em desligar o
inversor em caso de falta de energia da rede (ANEEL, 2012).

28
2.1.5 Acumulador

Em sistemas fotovoltaicos isolados da rede elétrica é necessário a utilização de


dispositivos de armazenamento de energia, para suprir a demanda em horários de baixa
irradiação e durante o período noturno. Portanto, os sistemas isolados devem durante o dia gerar
energia suficiente para atender as demandas das cargas e para carregar os dispositivos de
armazenamento (PINHO, GALDINO, 2014).

O dispositivo de armazenamento mais utilizado é a bateria química do modelo


chumbo-ácido estacionária e embora existam outros modelos, ela ainda é a mais utilizada por
ser, entre as baterias químicas, a opção de menor custo (PINHO, GALDINO, 2014).

Na Tabela 2 são apresentados os diversos modelos de baterias recarregáveis


disponíveis no mercado e suas principais características, sendo que os dados da tabela não
correspondem necessariamente aos limites de cada tecnologia (PINHO, GALDINO, 2014).

Tabela 2-Dados técnicos de catálogos de baterias recarregáveis disponíveis


comercialmente

Fonte: (PINHO, GALDINO, 2014)

29
2.1.6 Determinação da irradiação – Método do mês crítico

Escolhido a localidade de instalação do SFI, faz-se necessário determinar o recurso


solar, isto é, a energia fornecida pelo sol, definida como irradiação solar. A energia solar varia
ao longo do tempo conforme as condições meteorológicas (cobertura de nuvens, concentração
de gases atmosféricos, sistemas sinóticos entre outros) e fatores astronômicos associados aos
movimentos orbital e de rotação da Terra, portanto uma medição instantânea pode não refletir
o comportamento da irradiação ao longo do tempo (PEREIRA et al., 2017).

Para dimensionamento de sistemas fotovoltaicos recomenda-se a determinação do


“Ano Meteorológico Padrão ou Típico” (em língua inglesa TMY – Typical meteorologica year)
(PINHO, GALDINO, 2014) e quanto maior a base de dados mais confiável será o valor
encontrado.

O método do mês crítico consiste em dimensionar o SFI para o período do ano no qual
ocorrem as condições médias mais desfavoráveis para o sistema. Supõe-se que se o sistema
funcionar adequadamente nesse mês, isso ocorrerá também nos demais meses do ano, assim
sendo, o sistema produzirá mais energia nos outros meses nos quais as condições forem mais
favoráveis (PINHO, GALDINO, 2014).

Determinado o valor da irradiação global horizontal no mês mais desfavorável, será


necessário determinar em qual ângulo de inclinação o painel solar deverá ser instalado para
obter a maior quantidade de energia, para isto utiliza-se do programa RADIASOL.

Existem duas versões do programa RADIASOL, desenvolvidos no LABSOL da


UFRGS. Ambos permitem “que o usuário defina o ângulo de inclinação e o ângulo de
orientação azimutal do plano do painel para este projecto foi Utilizado Software Online Atlas
Global Solar. O usuário deve entrar com dados de irradiação diária em média mensal sobre um
plano horizontal e dados de temperatura em base mensal (ou utilizar dados incorporados na
instalação do programa) e selecionar a localização e orientação do plano em estudo. O programa
então sintetiza dados horários de irradiação global, divide esses dados em valores de radiação
direta e difusa para cada hora ao longo de um ano, e calcula a irradiação horária sobre o plano
inclinado. Como resultado, é possível observar em gráfico ou exportar dados mensais ou
horários de radiação solar e suas componentes direta e difusa e dados de temperatura ambiente
necessários para uma simulação.” Caso o usuário não disponha de dados mensais de um local
30
de interesse, o programa possui um banco de dados incorporado, com dados da primeira edição
do Atlas Solarimétrico (PINHO, GALDINO, 2014).

2.1.7 Sistemas Fotovoltaicos Para Bombeamento De Água

Os componentes básicos de um sistema de bombeamento de água a partir da energia


solar são os painéis fotovoltaicos, os equipamentos de condicionamento de potência, o conjunto
motobomba e o sistema de armazenamento de água, sendo que esse último dependerá da
topografia da região e da utilização que será dada à água (MORALES, 2011).

Alguns sistemas também podem utilizar bancos de bateria químicas, mas isso só se
aplica quando o gerador fotovoltaico abastecer outras cargas além das bombas (PINHO,
GALDINO, 2014).

Na Figura 7 é possível visualizar os componentes básicos de um sistema de


bombeamento solar.

Figura 7- Diagrama de um sistema fotovoltaico de bombeamento com aplicações para consumo humano, animal
e irrigação

Fonte: MORALES, 2011

2.1.8 Conjunto Motobomba

Motobomba é o equipamento que converte a energia elétrica em energia mecânica para


realizar o bombeamento de um reservatório para outro. O nome motobomba é utilizado quando
o motor e a bomba estão conectados e montados no mesmo bloco.
31
Existem quatro configurações básicas para a montagem do sistema de bombeamento,
com relação a posição da motobomba, as quais podem ser visualizadas na Figura 8. O esquema
(A) é caracterizado pela utilização da motobomba submersa em um poço estreito, essa
configuração é muito utilizada em poços artesianos com bombas multiestágios ou de
deslocamento positivo do tipo helicoidal. No esquema (B), também utilizado em poços, o motor
fica na superfície e a bomba fica submersa, é pouco utilizado por causa da baixa eficiência do
sistema. No esquema (C) a motobomba encontra-se submersa e próxima a superfície, sustentada
por um flutuador. No esquema (D) é utilizado uma motobomba centrífuga instalado na margem,
próximo ao ponto de captação, um mecanismo de sucção é introduzido no reservatório. Os
esquemas (C) e (D) são utilizados em rios, açudes ou poços e reservatórios de grande diâmetro
(FEDRIZZI, 1997).

Figura 8- Exemplos do posicionamento da motobomba em sistemas de bombeamento

Fonte: FEDRIZZI, 1997

32
Figura 9- Conjunto motobomba submersa.

Fonte: MELÉNDEZ, 2009

2.1.9 Dimensionamento de sistema fotovoltaico de bombeamento

O método descrito a seguir é baseado no Manual de Engenharia para Sistemas


Fotovoltaicos (PINHO, GALDINO, 2014).

O primeiro passo no dimensionamento do sistema de bombeamento de água é


determinar o consumo diário, equivalente ao que é realizado com o dimensionamento elétrico.
Para isto deve-se determinar qual será a utilização da água, consumo humano, irrigação ou
consumo animal. Com base na estimativa de consumo dimensiona-se o tamanho do
reservatório. Recomenda-se que o reservatório seja capaz de atender a demanda de dois dias de
consumo d´água.

Determinado o tamanho do reservatório é possível calcular, através da equação (1), a


vazão diária necessária para enche-lo, dividindo-se o volume pela quantidade de horas que a
bomba funcionará diariamente. A quantidade de horas de funcionamento é igual à quantidade
de horas de sol pleno (HSP).

33
Equação 1-Vazão média

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
𝑄𝑚 =
𝐻𝑆𝑃

Onde: Qm: Vazão média (L/h)

Volume: Volume do reservatório (Litros)

HSP: Horas de sol pleno (h/dia)

Figura 10- Níveis de interesse em um sistema de bombeamento fotovoltaico

Fonte: PINHO, GALDINO, 2014

Definição das alturas citadas na Figura 20:

1 Altura estática (he): distância entre o nível do solo e o nível da água em


repouso (nível estático);
2 Altura dinâmica (hd): distância entre o nível do solo e nível da água durante
o bombeamento (nível dinâmico), resultante do rebaixamento do nível de água
no poço; o nível dinâmico é proporcional à vazão bombeada, dependendo de
fatores como a permeabilidade do solo e diâmetro do poço, e geralmente é
medido em testes de vazão na ocasião da perfuração do poço;
3 Altura do reservatório (hr): distância entre o nível do solo e o ponto mais alto
do reservatório;
4 Altura manométrica (hm): soma da altura do reservatório e da altura
dinâmica.
34
A etapa seguinte é a definição da altura manométrica corrigida (hmc), que
correspondente a altura que água deverá ser elevada, considerando as perdas nas tubulações,
dada pela equação (2).

Equação 2- altura manométrica corrigida

𝒉𝒎𝒄 = 𝒉𝒎 + 𝒉𝒕 + 𝒉𝒄

Onde:

hmc: altura manométrica corrigida (m)

hm: soma da altura do reservatório e da altura dinâmica (m)

ht: perdas de cargas na tubulação (m)

hc: perdas de cargas nas conexões (m)

As perdas na tubulação e nas conexões produzem a diminuição da energia potencial e


da energia cinética, que na prática podem ser traduzidas como uma altura maior a ser alcançada
pela água bombeada, o que resulta em um gasto maior de energia. Essas perdas variam em
função da vazão média, do material de fabricação, do diâmetro e do comprimento dos tubos e
da quantidade de conexões e podem ser calculadas pela equação a seguir:

Equação 3- Perda da carga na tubulação

𝑷𝒕𝒖𝒃
𝒉𝒕 + 𝒉𝒄 = (𝑳𝒕𝒖𝒃 + ∑ 𝑷𝒄𝒐𝒏𝒆𝒙õ𝒆𝒔 ) .
𝟏𝟎𝟎

Onde:

ℎ𝑡 + ℎ𝑐 : Perda da carga na tubulação (m)

𝐿𝑡𝑢𝑏 : Comprimento da tubulação (m)

𝑃𝑐𝑜𝑛𝑒𝑥õ𝑒𝑠 : Somatório das perdas nas conexões e válvulas (m)

𝑃𝑡𝑢𝑏 : Perda na tubulação em função do diâmetro e da vazão (m)


Na Tabela 3 estão os valores das perdas na tubulação, a cada 100m, em função da
vazão média e do diâmetro interno. Na Tabela 9 estão os valores de perdas para as conexões

35
mais usuais em função do diâmetro interno da tubulação. Esses valores são obtidos a partir de
tabelas fornecidas pelos fabricantes de tubulações e conexões.

Tabela 3-Perda de carga em tubulações de PVC

Fonte: PINHO, GALDINO, 2014

Tabela 4-Perdas de carga em conexões de PVC

Fonte: PINHO, GALDINO, 2014


Calculada a vazão média e a altura manométrica corrigida é possível calcular a energia
hidráulica (EH) necessária para o bombeamento, que é obtida através da equação (4).

Equação 4- Energia Hidráulica

36
𝑬𝒉 = 𝝆. 𝒈. 𝒉𝒎𝒄 . 𝑽

Onde:

Eh: Energia Hidráulica (Wh);

𝜌: Densidade do líquido (kg/m³). Aproximadamente 1.000kg/m³ para água;

g: Aceleração da Gravidade (9,81m/s²);

hmc: altura manométrica corrigida (m);

V: Volume (m³).

A energia elétrica diária é calculada a partir da equação (5) e a potência do gerador


solar pela equação (6):

Equação 5- Energia Elétrica

𝑬𝒉
𝑬𝒆𝒍 =
𝜼𝒎𝒃

Onde:

𝐸𝑒𝑙 : Energia Elétrica (Wh/dia);

𝐸ℎ : Energia Hidráulica (Wh/dia);

𝜂𝑚𝑏 : Rendimento do conjunto motobomba.

Equação 6-Potência do Gerador Solar)

𝑬𝒆𝒍
𝑷𝑭𝑽 = 𝟏, 𝟐𝟓
𝑯𝑺𝑷

Onde:

1,25: factor que representa as perdas existentes entre o gerador FV e o conjunto


Motobomba;

PFV: Potência do Gerador (Wp);

Eel: Energia Elétrica (Wh/dia);

HSP: Horas do Sol Pleno (h/dia).

37
Realizado os cálculos e definidos os requisitos do sistema de bombeamento, o próximo
passo é a escolha dos equipamentos. Um exemplo completo do dimensionamento e escolha dos
equipamentos é apresentado no próximo item.

2.1.10 Geração Hidráulica

Centrais hidrelétricas são construções que transformam a energia hidráulica (energia


de pressão e energia cinética) dos rios ou reservatórios em energia elétrica, utilizando um
conjunto turbina e gerador, conhecido como grupo-gerador. As turbinas convertem a energia
hidráulica em torque e velocidade de rotação que aplicados ao eixo do gerador produz a energia
elétrica (OLIVEIRA, 2008).

Na Figura 21 pode ser visualizado um esquema simplificado do grupo gerador.

Figura 9-Conjunto turbina gerador

Fonte: (OLIVEIRA, 2008) (Adaptado)


Figura 10-Esquema construtivo de uma usina hidrelétrica

Fonte: IESA (2019)

38
2.1.11 Principais Modelos De Turbinas E Critérios De Escolha

Por ser o elemento que converte a energia cinética da água em energia mecânica, a
escolha da turbina deve ser realizada conforme o desempenho de cada modelo em função da
altura de queda, da vazão e da potência gerada. Cada modelo de turbina atende. Observa-se que
as regiões de atuações se sobrepõem, por isto após escolhido os modelos que atendem aos
critérios de queda, vazão e potência, critérios adicionais de seleção devem ser empregados,
como o custo do gerador elétrico, os custos de produção e manutenção da turbina, o custo da
construção civil, o rendimento, entre outros (HENN, 2006).

A partir dos estudos de Sosnoski (2015) e Morais (2011) foi possível


elaborar a Tabela 10 com as características principais das turbinas
mais comuns.

Tabela 5-Características principais das turbinas hidráulicas

Turbina Características Imagem


Turbina de ação Para grandes
Pelton alturas (250 a 1800m) Figura 12
Construção simples
Turbina de reação Para
alturas intermediárias (10 a
Francis 500m) Podem atingir eficiência Figura 13
de até 94% É a turbina mais
utilizada em Angola
Turbina de reação Para baixas
alturas (10 a 60m) Grandes
Kaplan volumes de água Vazões Figura 14
constantes
Fonte: Adaptado de SOSNOSKI, 2015 e MORAIS, 2011

Figura 11-Turbina Pelton (roda d'água)

Fonte: http://www.autogreen.ro/energie/turbina-pelton/, acessado em 02/01/2022.

39
Figura 12-Turbina Francis

Fonte:http://www.areatecnologia.com/mecanismos/turbinas-hidraulicas.html, acessado em
02/01/2022.
Figura 13-Turbina Kaplan

Fonte: http://voith.com/br/produtos-e-servicos/energia-hidreletrica/turbinas/turbinas-kaplan-
560.html, acessado em 02/01/2022

40
3 PROCEDIMENTOS METEDOLOGICOS

Qualquer trabalho de pesquisa requer procedimentos metodológicos para a sua


prossecução. No entanto, para a feitura deste trabalho recorremos a diferentes métodos e
técnicas com vista a encontramos a resposta da problemáticas colocada inicialmente. Como
defende Gil (2002), a pesquisa deve ser desenvolvida de forma racional e sistemática com vista
a alcançar o propósito inicial.

A utilização de qualquer metodologia depende dos dados produzidos ou recolhidos ao


longo da investigação, como postula o Griffee (2012) a inexistência de dados de investigação
não nos permite definir se estamos diante de uma metodologia qualitativa ou quantitativa.

Na presente pesquisa, utilizamos metodologia quantitativa para determinar e explicar


os dados relativos aos custos de Sistema Híbrido Fotovoltaico/hidráulico, de igual modo a
determinação a demanda de consumo da energia eléctrica, na qual envolveu a potência dada em
watts e o tempo de funcionamento dadov em segundos. Recorremos igualmente a metodologia
quantitativa para determinar a radiação da potência fotovoltaica em função dos períodos/meses
ao longo do ano.

3.1 Instrumentos/Técnicas De Recolha De Dados

Os instrumentos de pesquisa são meios que nos permitem obter informação


diferenciado de acordo com segundo a natureza da pesquisa (GRIFFEE, 2012). Podemos
considerar os instrumentos de pesquisa como a ferramenta de trabalho de um investigador para
trazer a informação que responderá a problemática da investigação. Dos vários instrumentos
existentes, tais como: a observação, entrevista, questionários e análise de documentos,
decidimos utilizar a entrevista, a observação e a análise de documentos.

Análises- Documental: através deste instrumento/técnica analisamos alguns


documentos intrinsecamente relacionados com a problemática em estudo, mormente, o Plano
de Acção do MINEA, onde obtivemos as informações estatísticas sobre o estado actual do
fornecimento da energia eléctrica, analisamos ainda através deste instrumento o Plano
Estratégico do MINEA 2025, informação esta que nos permitiu também verificar o crescimento
dos consumidores de energia eléctrica.

41
Analisamos também o Mapa Solar Global que se consubstanciasse num software que
funcionam via satélite e que permite determinar com precisão os dados da radiação média solar
em qualquer contexto/lugar. Neste sentido, aproveitamos o software para obter uma visão
holística sobre a capacidade de produção da radiação solar sobre os meses críticos no contexto
angolano (objecto de estudo).

Entrevista: tal como diz Gil (2002) que a entrevista é uma conversa entre duas ou mais
pessoas, onde uma faz perguntas e outra(s) responde(m) as questões com o propósito de obter
informações que permitem responder a problemática da pesquisa. No nosso caso, aplicamos
uma entrevista semi-estruturada que foi aplicado face-to-face ao Director Técnico da ENDE-
EP/SHILINAVICK & FILHOS, LDA.

Observação: este(a) instrumento/técnica serviu basicamente para recolher informação


sobre o estado actual da localidade onde se pretende materializar o projecto de pesquisa, para
verificar com objectividade as condições reais de implementabilidade, orientação e inclinação
das estruturas disponíveis à colocação do sistema; Comprimento dos cabos, rede de cablagem
e método de implantação da canalização eléctrica, Produção energética desejada versus
potência fotovoltaica a instalar.

42
4 PROJECTO DE SOLUÇÃO
4.1 Contextualização Da Energia Solar Em Angola

Angola tem um elevado potencial de recurso solar, com uma radiação solar global em
plano horizontal anual média compreendida entre 1.350 e 2.070 kWh/m2/ano. Este é o maior
recurso renovável do país e o mais uniformemente distribuído.(MINEA,2023)

Os projectos de média e grande escala no sistema leste e em sistemas isolados – sem


baterias – apresentam em Angola custos nivelados inferiores a $0,2/kWh, constituindo já
alternativas económicas para substituição de gasóleo. No sistema Centro e Sul, é possível
inclusive atingir custos inferiores a $0,15/kWh e, se durante os anos iniciais os projectos forem
remunerados ao custo do gasóleo que evitam, o custo nivelado desce para valores inferiores a
$0,1/kWh após o 3º ano. Prevê-se adicionalmente que os custos da tecnologia continuem a
cair.(MINEA,2023)

Com base nestes resultados, a Estratégia estabeleceu uma meta de instalar 100 MW de
projectos solares até 2025. O estudo realizado de planeamento da electrificação rural
(apresentado na primeira parte desta estratégia) permitiu identificar potencial para integrar 22
MW de projectos solares fotovoltaicos nos esforços de electrificação rural: 10 MW nas aldeias
solares, 10 MW de forma complementar ao gasóleo nas sedes de município electrificadas por
sistemas isolados e 2 MW no projecto 100% solar de Rivungo.(MINEA,2023)

O mapa seguinte apresenta o atlas do recurso solar, os inúmeros locais identificados


com potencial para instalação de vários GW de projectos solares fotovoltaicos e os locais
seleccionados para a instalação dos 78 MW ligados à rede, em projectos de média e grande
dimensão, necessários para perfazer a meta de 100 MW. Estes locais foram seleccionados pelo
seu menor custo nivelado de energia e encontram-se essencialmente no Centro e Sul do país.

43
Figura 15- atlas, potencial de projectos e projectos fotovoltaicos seleccionados para cumprir a
meta de 100 mw

Fonte: (Portal MINEA,2023)

4.2 Levantamento das características do local da instalação e análise de sombreamentos

Neste capítulo foram elaborados os projetos do sistema fotovoltaico isolado, do


sistema de bombeamento, do sistema de microgeração hidráulica e por último o projeto do
sistema híbrido.

4.2.1 Residência padrão – definição das cargas

O primeiro passo para elaboração dos projetos deste estudo foi definir a carga que será
atendida e servirá como base das simulações. Foi definido uma residência composta por sala,
cozinha, um banheiro, três quartos, uma área de serviço e uma varanda, com cargas elétricas
típicas para gerar o mínimo de conforto a uma família de quatro pessoas. Considerou-se que o
aquecimento de água e os processos de preparação de alimentos não utilizarão energia elétrica,
ou seja, deverão utilizar outras Fontes de energia, como por exemplo a queima de lenha, gás
de cozinha ou sistema de aquecimento solar para a água do banho.
44
Para essa residência foram previstas oito lâmpadas led de 8W, uma por cômodo, um
refrigerador de 300 litros, um televisor de led de 32”, um receptor via satélite para a TV, uma
bomba centrifuga para bombear a água de consumo até a caixa d’água e uma reserva técnica de
300W para eletrodomésticos. A potência, o tempo de utilização e a energia consumida por cada
equipamento podem ser visualizados no quadro de cargas da Tabela 6.

Na Tabela 7 e na Tabela 8, foram estimados os horários de funcionamento de cada


equipamento, para determinar, respectivamente a potência e a energia consumida em cada
período do dia. Os horários de utilização são apenas estimativas, tendo em vista que nada, além
da utilização consciente, impede o morador de ligar os equipamentos quando bem entender. A
excepção é a bomba centrifuga, pois como a água acumulada na caixa é suficiente para atender
às necessidades dos moradores por dois dias, não faz sentido utilizar a energia acumulada em
baterias para liga-la. Normalmente em sistemas fotovoltaicos isolados recomenda-se que a
bomba da água funcione apenas durante o dia.

É importante destacar que o consumo do refrigerador não pode ser calculado


multiplicando-se o tempo que o mesmo fica ligado pela potência do motor, pois o refrigerador
fica conectado na tomada 24 horas por dia, mas o motor liga conforme a temperatura interna
sobe acima do ajustado, o que depende da temperatura dos alimentos quando são guardados, da
temperatura externa, de quantas vezes a porta é aberta, do tempo que a porta permanece aberta
e da isolação térmica do gabinete e da porta. Como na prática essas variáveis são difíceis de
prever ou mensurar, o consumo do refrigerador deve ser obtido no manual do equipamento. No
caso deste estudo foi obtido o consumo mensal, o qual foi divido por 30 para obter o valor
inserido na Tabela 6.

45
Tabela 6-Quadro de cargas da residência padrão

Descrição da Quant. Tensão Potência Potência Horas Consumo


carga (Vca) individua total de uso diário (kWh)
l (kW) (kW) Diário
(h)
Iluminação 8 220 0,008 0,064 6 0,384
TV Led 32" 1 220 0,039 0,039 4 0,156
Receptor de TV 0,024
via satélite
1 220 0,006 0,006 4
(Descodificador)
Eletrodomésticos 1 220 0,300 0,300 1 0,300
Bomba 1 220 0,405 0,405 1 0,405
centrifuga 1/3 cv
Refrigerador 1 220 - - - 1,200
300L
Consumo Médio Diário (kWh) 2,469
Consumo Médio Mensal (kWh) 74,07
Consumo Médio Anual (kWh) 901,185
Fonte: (Autor 2023)

As potências e consumos indicados foram obtidas a partir das tabelas dos


equipamentos, que estão disponíveis no site do PROCEL (2018).

Na Tabela 8 o consumo em cada período para a geladeira foi obtido divido o consumo
diário por 24 horas e multiplicado pelo tempo em cada coluna. Para os demais equipamentos o
consumo em cada período é proporcional ao tempo que o mesmo ficará ligado e nem sempre
corresponde ao número de horas do período.

46
Tabela 7- Curva de potência estimado da residência

Descrição da 07:00 - 18:00 18:00 - 24:00 24:00 - 5:00 5:00 - 07:00


carga 11 horas (kW) 6 horas 5 horas 2 horas
(kW) (kW) (kW)
Iluminação 0 0,064 0,008 0,024
TV Led 32" 0,039 0,039 0 0
Receptor de TV 0,006 0,006 0 0
via satélite

Eletrodomésticos 0,300 0,300 0 0,300


Bomba centrifuga 0,405 0 0 0
1/3 cv

Refrigerador 0,350 0,350 0,350 0,350


300L

Potência
Instantânea (kW) 1,1 0,759 0,358 0,674
Fonte: (Autor 2023)

Tabela 8- Curva de consumo estimado da residência

Descrição da carga 07:00 - 18:00 18:00 - 24:00 24:00 - 5:00 5:00 - 07:00
11 horas 6 horas 5 horas 2 horas
(kWh) (kWh) (kWh) (kWh)
Iluminação 0 0,384 0 0,024
TV Led 32" 0 0,156 0 0
0 0,024 0 0
Receptor de TV
via satélite
Eletrodomésticos 0,075 0,150 0 0,075
0,405 0 0 0
Bomba centrifuga
1/3 cv
0,550 0,300 0,250 0,100
Refrigerador 300L

Consumo kWh 1,030 1,014 0,250 0,199


Fonte: (Autor 2023)

47
4.3 Sistema Fotovoltaico Isolado (SFI) – Dimensionamento

Definido a carga e estimando seu comportamento de utilização no que se refere ao


consumo e a potência instantânea, os próximos passos para dimensionar o SFI foram a avaliação
no local da instalação dos níveis de irradiação solar, o cálculo da potência de pico a ser gerada
pelos painéis, o dimensionamento e escolha do banco de baterias, a escolha do controlador de
cargas e do inversor e por último o dimensionamento dos cabos que serão utilizados para
interligar os diversos equipamentos.

4.4 Determinação da Irradiação Solar no Bairro Cavongue

Definido a localidade de instalação do SFI e definido a carga a ser atendida, o próximo


passo foi determinar a irradiação, para possibilitar o dimensionamento dos painéis solares e
demais equipamentos do sistema. Para tanto foi utilizado a base de dados do Atlas Solar Global,
Edição GSA 2.8 (fevereiro,2023).

Figura 14-Média de perfis por hora

Fonte: (globalsolaratlas)

48
Figura 15-Médias mensais

J F M A M J J A S O N D
jan fev Mar Abr Mai Jun Julh Ago Set Out Nov Dez
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
27,4 16,3 34,8 39,6 64,7 65 70,7 67,6 49,5 37,3 23,1 21,3

Fonte: (globalsolaratlas)

Através do Atlas Global Solar conforme mostrado na Figura 18, foi possível realizar
as simulações de alguns factores imprescindíveis no processo de implementação de um SFI,
assim como o ângulo de Inclinação ideal dos módulos fotovoltaicos de forma a maximizar a
entrada de irradiação global horizontal, a Temperatura do ar e outros elementos apresentados
na Figura.

49
Figura 16-Valores obtidos na simulação do ângulo de inclinação dos painéis fotovoltaicos

a) Radiação Solar

Visão Geral

Configuração Sistema Fotovoltaico

50
Mapa Solar

Fonte: (solargis prospect)

Tabela 14- Glossário

Sigla Nome completo Unidade Explicação


Quantifica a demanda de energia necessária para
resfriar um edifício. "Graus-dia de resfriamento"
são uma medida de quanto (em graus) e por quanto
tempo (em dias) a temperatura do ar externo foi mais
alta do que uma temperatura média diária básica
CDD Graus-dia de resfriamento graus específica (18°C). Os valores anuais e mensais são
dias agregados a partir dos valores diários
D2G Razão entre irradiação difusa kWh/m Razão entre irradiação difusa horizontal e
e global irradiação global horizontal (DIF/GHI)
DIF Irradiação difusa horizontal kWh/m Soma média anual, mensal ou diária de
irradiação difusa horizontal
DNI Irradiação direta normal kWh/m Soma média anual, mensal ou diária de
irradiação direta normal
DHI Irradiação global horizontal kWh/m Soma média anual, mensal ou diária de
irradiação global horizontal
GTI Irradiação global inclinada Soma média anual, mensal ou diária de
opta em ângulo ideal irradiação global inclinada para módulos
fotovoltaicos montados em ângulo ideal
Quantifica a demanda de energia necessária
para aquecer um edifício. "Graus-dia de
aquecimento" são uma medida de quanto (em
graus) e por quanto tempo (em dias) a
temperatura do ar externo foi mais baixa do
HDD Graus-dia de aquecimento graus que uma temperatura média diária básica
dias específica (18°C). Os valores anuais e mensais
são agregados a partir dos valores diários
Inclinação ideal dos módulos fotovoltaicos fixos
OPTA Inclinação ideal dos módulos ° voltados para o Equador para maximizar a
fotovoltaicos entrada de GTI
Temperatura média anual, mensal e diária do
TEMP Temperatura do ar °C ar a 2 m acima do solo

Fonte: (solargis prospect)

51
Portanto, para dimensionamento do SFI através do método do mês critico a inclinação
dos painéis deverá ser de 19º e a irradiação base para os cálculos deverá ser de 2247.4 Wh/m².

4.5 Dimensionamento dos Painéis Solares

Para dimensionamento dos painéis solares foi utilizada a equação (7):

Equação 7-Potência de pico necessária para atender à energia

(𝑬⁄𝑯 )
𝑻𝑶𝑻
𝑷𝑭𝑽 = . 𝑭𝑪𝑨𝑹𝑹𝑬𝑮
𝑹

Onde:

E = 2,469 kWh/dia (Energia demandada pelas cargas diariamente - Tabela 11);

HTOT =2,247 kWh/m²/dia (Irradiação solar incidente no plano do painel FV);

FCARREG = 1,1 (Fator de carregamento diário das baterias);

R = 0,7 (Rendimento do conjunto de aparelhos e componentes do sistema);

PFV = 1,727 kWp (Potência de pico necessária para atender à energia demandada
diariamente);

Aplicando-se os valores na equação (12) obtém-se que para atender a demanda média
diária, com uma irradiação de 2,247 kWh/m²/dia, são necessários painéis fotovoltaicos capazes
de fornecer 1,727 kWp. O fator de segurança em 1,1 garante que, havendo irradiação, as
baterias sempre serão carregadas. O rendimento em 0,7 expressa as perdas do sistema referentes
a fiação, controlador, díodos, um eventual acúmulo de sujeira na superfície ao longo do tempo
de uso; degradação física permanente ao longo do tempo; tolerância de fabricação para menos,
em relação ao valor nominal; perdas devido à temperatura etc. (PINHO, GALDINO, 2014).

4.6 Dimensionamento do Banco de Baterias

Para dimensionamento do banco de baterias foi necessário definir algumas variáveis


do sistema a ser instalado, quais são relacionadas a seguir:
52
1. Tensão do barramento CC 24 Vcc
2. Autonomia desejada 2 dias
3. Máxima profundidade de descarga 50 %
4. Máxima profundidade de descarga diária 20 %
5. Fator de segurança 10 %

A tensão no barramento CC está relacionada com as entradas de tensões disponíveis


nos controladores de carga e nos inversores, normalmente 12V, 36V ou 48V, e com a potência
total do sistema, quanto maior a potência, recomenda-se maior tensão, para diminuir as perdas
por aquecimento nos cabos e conexões. Para este caso optou-se por 24Vcc para facilitar a
comparação com o banco de baterias que será redimensionado quando for acoplada a geração
hidráulica, pois a mesma irá gerar em 24Vcc. Entretanto, devido a demanda ser de 1,1kW o
mais indicado seria operar em 48Vcc, pois assim diminui-se a corrente possibilitando a
utilização de cabos mais finos.

A autonomia foi estimada em 2 dias, que é o mínimo recomendado, para suprir a


demanda de energia em caso da falta de irradiação solar provocada por dias nublados ou
chuvosos.

A profundidade de descarga de 50% expressa o máximo que o banco de bateria poderia


descarregar esporadicamente. Já a profundidade de descarga diária expressa o quanto o banco
pode descarregar diariamente. A escolha destes dois fatores implica diretamente na capacidade
e na vida útil do banco de baterias.

Determinado as variáveis iniciais, passa-se ao dimensionamento do banco de baterias,


utilizando-se o método descrito abaixo, que foi adaptado da ABNT NBR 14298:1999, Sistemas
fotovoltaicos - Banco de baterias – Dimensionamento. Aqui cabe uma observação, embora essa
norma tenha sido cancelada em novembro de 2012, ainda não foi publicada uma substituta, por
isto continua sendo utilizada.

Método simplificado para dimensionamento do banco de baterias:

1º). Determinar, conforme equação (8), o consumo em Ah/dia

53
Equação 8-Consumo Diário
𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 𝒅𝒆𝒎𝒂𝒏𝒅𝒂𝒅𝒂 𝒑𝒆𝒍𝒂𝒔 𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂𝒔
𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝑫𝒊á𝒓𝒊𝒐 =
𝑻𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒏𝒐 𝑩𝒂𝒓𝒓𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐

𝟐𝟒𝟔𝟗 𝑾𝒉/𝒅𝒊𝒂
𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝑫𝒊á𝒓𝒊𝒐 = = 𝟏𝟎𝟐, 𝟗𝑨𝒉/𝑫𝒊𝒂
𝟐𝟒𝑽𝑪𝑪

2º). Ajustar, conforme equação (14), a capacidade do banco em função da


autonomia desejada.
Equação 9-capacidade do banco em função da autonomia desejada
Capacidade preliminar não ajustada (Cpna) = Consumo diário x Dias de Autonomia

Cpna = 102,9Ah/dia x 2dias = 205,8 Ah

3º). Ajustar, conforme equação (10), a capacidade do banco em função da máxima


profundidade de descarga.
Equação 10- capacidade do banco em função da máxima profundidade de
descarga
𝑪𝒑𝒏𝒂
𝑪𝒂𝒑. 𝒆𝒎 𝒇𝒖𝒏çã𝒐 𝒅𝒂 𝒎á𝒙𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 =
𝑷𝒓𝒐𝒇𝒖𝒏𝒅𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒎á𝒙𝒊𝒎𝒂

𝟐𝟎𝟓, 𝟖 𝑨𝒉
𝑪𝒎á𝒙 = = 𝟒𝟏𝟏, 𝟔 𝑨𝒉
𝟎, 𝟓𝟎

4º). Ajustar, conforme equação (11), a capacidade do banco em função da máxima


profundidade de descarga diária.
Equação 11- capacidade do banco em função da máxima profundidade de
descarga diária
𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐 𝒅𝒊á𝒓𝒊𝒐
𝑪𝒂𝒑. 𝒆𝒎 𝒇𝒖𝒏çã𝒐 𝒅𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 𝒅𝒊á𝒓𝒊𝒂 =
𝑷𝒓𝒐𝒇𝒖𝒏𝒅𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑫𝒊á𝒓𝒊𝒂

𝟏𝟎𝟐, 𝟗 𝑨𝒉
𝑪𝒅 = = 𝟓𝟏𝟒, 𝟓 𝑨𝒉
𝟎, 𝟐𝟎

5º). Escolher a maior capacidade entre as obtidas no 3º e 4º passo e acrescentar um fator de


segurança de 10%, equação (12).
Equação 12-Capacidade em função do fator de segurança

𝑪𝒂𝒑. 𝒆𝒎 𝒇𝒖𝒏çã𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒂𝒄𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒓𝒂𝒏ç𝒂 = (𝑴𝒂𝒊𝒐𝒓 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑪𝒎𝒂𝒙 𝒆 𝑪𝒅 ) × 𝟏, 𝟏

𝑪𝒂𝒑. 𝒆𝒎 𝒇𝒖𝒏çã𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒂𝒄𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒓𝒂𝒏ç𝒂 = 𝟓𝟏𝟒, 𝟓 × 𝟏, 𝟏 = 𝟓𝟔𝟔 𝑨𝒉

54
Portanto, conforme calculado no 5º passo, o banco de baterias para suprir uma
demanda de 2,469 kWh/dia, por até dois dias sem irradiação solar, deverá ter uma capacidade
mínima de 566 Ah em 24Vcc.

Após dimensionado através do método acima a capacidade mínima do banco de


baterias, escolhe-se entre as disponíveis comercialmente a bateria de chumbo ácido estacionária
que atenda ao requisito, considerando-se que quanto maior a capacidade individual de cada
bateria, menor a quantidade de baterias, e com isso menores as perdas nas conexões. Optou-se
por uma bacteria de 200 Ah/12V, pois no conjunto do banco é a que mais se aproxima da
capacidade total calculada. O arranjo do banco será formado por duas baterias em série, para
obter a tensão de 24Vcc, e duas bactérias de 80Ah conectadas em pareleo com outro conjunto
em serie. Nesta configuração a capacidade final do banco de baterias ficou em de 560Ah/24Vcc,
mas para a nossa aplicação dividimos por 560Ah/2 garantido apenas em 1 dia de autonomia,
devido a conservação de energia do reservatório, conforme visualizado na Tabela 9.

Tabela 9-Banco de baterias, modelo e características


Bacteria escolhida:
Bacteria Estacionária Energy DF1500 (80Ah / 200Ah
Características da bacteria:
Capacidade C20 200 Ah & 80 Ah
Modelo Chumbo-ácido estacionária
Arranjo do banco de bactérias:
Série 4 baterias
Paralelo 2 conjuntos
Quantidade 4 bactérias
Tensão do banco 24 Vcc
Capacidade
do banco 283 Ah em 24Vcc
Fonte: (Autor, 2023)

4.7 Escolha dos Equipamentos

Concluído o dimensionamento do banco de baterias o passo seguinte é a escolha,


no mercado nacional, dos equipamentos que podem atender aos requisitos calculados. Os
parágrafos seguintes apresentam os critérios de escolha de cada equipamento.

Para a geração fotovoltaico foi escolhido um módulo de silício policristalino com


capacidade de gerar 375 Wp. A tecnologia de silício policristalino foi escolhida porque no local
a área necessária para instalação não é um fator crítico, quando isso ocorre é possível optar por
um módulo de eficiência e preço menor que um de eficiência e preço mais elevado. A ligação
55
em série e paralelo dos módulos forma o painel fotovoltaico, cuja as características podem ser
visualizadas na Tabela 10.

Tabela 10-Painel Fotovoltaico, modelo e características

Módulo escolhido:
Módulo Solar Fotovoltaico 375Wp - Yingli Solar YL150P-17b (policristalino)
Características do módulo Arranjo do painel
Potência máx. Série 2 módulos
STC 0,375 kWp
Vmp 18,5Vcc Paralelo 1 conjunto
Voc 22,9Vcc Painel
Isc 8,61A Quantidade 4 módulos
Imp 8,12 Capacidade do painel 1,5 kWp
Altura 1470 mm Vmáx 114,5 V
Largura 680mm Imáx 17,2 A
Espessura 24,5 mm Área dos painéis 10 m²
Peso 10,8 kg Peso total s/ estrut. 108 kg
Fonte: (Adaptado de YINGLI, 2018)
Conhecendo a área dos painéis é possível através da equação (13) calcular a eficiência
do painel por área, que neste caso ficou em 15%.

Equação 13- Eficiência do Painel

𝑪𝒂𝒑𝒂𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒐 𝑷𝒂𝒊𝒏𝒆𝒍
𝑬𝒇𝒇 = × 𝟏𝟎𝟎%
Á𝒓𝒆𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒊𝒏é𝒊𝒔

𝟏, 𝟓 𝒌𝑾𝒑
𝑬𝒇𝒇 = × 𝟏𝟎𝟎% = 𝟏𝟓%
𝟏𝟎𝒎𝟐

Escolhido e configurado o arranjo de montagem dos módulos, o próximo


equipamento a ser escolhido é o controlador de cargas.

4.8 Controlador de Cargas

Entre os equipamentos recomendados para SFI, existem duas tecnologias de


controlador de cargas e neste caso a opção foi pelo controlador com MTTP, que apesar de ter
um custo mais elevado possui uma eficiência melhor. O segundo critério é de que o controlador
deve ser compatível com o tipo de bateria utilizada, que neste caso é de chumbo-ácido. Os
demais critérios estão relacionados com a corrente, tensão e potência máxima que o controlador
pode suportar. A corrente máxima do controlador deve ser 25% maior que a corrente máxima
do painel fotovoltaico (a corrente máxima do painel é igual a corrente máxima de cada módulo
56
vezes a quantidade de arranjos em paralelo que formam o painel), a tensão máxima do
controlador deve ser maior que a tensão máxima do painel (igual a tensão em circuito aberto do
módulo vezes a quantidade de módulos em série) e a potência máxima do controlador deve ser
maior que a potência de pico do painel. Esses parâmetros de escolha estão demostrados na
Tabela 11 e as características do controlador escolhido são apresentadas na Tabela 12.

Tabela 11-Critérios elétricos para escolha do controlador de cargas

Fonte: (Autor 2023)


Tabela 12-Controlador de carga, modelo e características

Fonte: (Adaptado de EPEVER, 2018)

4.9 Inversor

O último equipamento a ser escolhido foi o inversor, este deverá ser um inversor
específico para SFI, com saída senoidal, pois alimentará cargas com motor (geladeira e bomba
d´água), tensão de entrada de 24Vcc, a mesma do banco de baterias, e potência superior à maior
demanda instantânea, prevista na Tabela 12. As características do inversor são apresentadas na
Tabela 13.

57
Tabela 13-Inversor, modelo e caraterísticas

Fonte: Adaptado de EPSOLAR, 2018

4.10 Dimensionamento dos condutores

Neste item foram dimensionados os condutores CC (lado da tensão contínua) e os


condutores CA (lado da tensão alternada) até o quadro de disjuntores da residência. O correto
dimensionamento dos cabos evita perdas de energia por aquecimento e quedas de tensão. O
dimensionamento para evitar a queda de tensão é realizado através da equação (19) e os
resultados calculados podem ser visualizados na Tabela 14.

𝛀. 𝒎𝒎𝟐 𝒅(𝒎) × 𝑰(𝑨)


𝑺(𝒎𝒎𝟐 ) = 𝑷( )×
𝒎 ∆𝑽 (𝑽)
Onde:

ρ: Resistividade do cobre (Ω.mm²/m)

d: Distância total do condutor, considerando o trecho de retorno, ida e volta (m)

I: Corrente que passa pelo condutor (A)

ΔV: Queda de tensão tolerada no cabeamento para o trecho analisado (V)

S: Diâmetro do condutor (mm²)

Tabela 14-Dimensionamento dos condutores do SFI

58
Fonte: (Autor 2023)
Na Figura 19 é possível visualizar os principais equipamentos orçados e na Figura 20
é apresentado o suporte para instalação dos painéis

Figura 17-Principais equipamentos do SFI

Fonte: www.neosolar.com.br/loja, a cessado em julho/2023

Figura 18-Suporte para Painéis Fotovoltaicos - 4 Painéis de até 375Wp

59
Fonte: https://www.neosolar.com.br/loja/suporte-para-paineis-fotovoltaicos-4-
placas.html, acessado em julho/2023

4.11 Sistema De Bombeamento De Água

Neste item foi realizado o dimensionamento de um sistema fotovoltaico de


bombeamento (SFB) para bombear a água que depois será utilizado na geração hidráulica.

Adotou-se que o reservatório superior ficará a 10 metros (hr) (8 metros de altura e 2


metros de profundidade) e o reservatório inferior terá 2 metros de profundidade (hp),
totalizando 12 metros de altura bruta (hm), como pode ser visualizado na Figura 21.

Figura 19-Alturas do SFB

Fonte: (Auto 2023)


No estudo realizado por Meléndez para avaliar o rendimento de três SFB, foram
bombeados cerca de 30 m³ a diversas alturas manométricas, sendo que o mesmo concluiu que

60
os melhores rendimentos foram obtidos com bombas e controladores de potência especialmente
desenvolvidos para utilização em SFB (MELENDEZ, 2009).

Baseado neste estudo, optou-se em buscar entre os fabricantes de SFB um


equipamento que possibilitasse o bombeamento do maior volume possível, sendo localizada a
bomba submersa SQL 14-3, com controlador CU200 da Grundfos, cujos os dados podem ser
visualizados na Tabela 15.

Tabela 15-Características da bomba solar Grundfos SQF 14-3 e controlador


CU 200

Fonte: https://br.grundfos.com/, a cessado em 21/julho/2018


Definido o equipamento foi calculado a altura manométrica na qual a bomba deverá
trabalhar. Isto foi realizado através do método citado no item 2.4.1, com o emprego das
equações (3) e (2) e os valores citados abaixo:

Equação 14-altura manométrica da Bomba

𝑷𝒕𝒖𝒃
𝒉𝒕 + 𝒉𝒄 = (𝑳𝒕𝒖𝒃 + ∑ 𝑷𝒄𝒐𝒏𝒆𝒙õ𝒆𝒔 ) . = 𝟏, 𝟎𝟑𝒎
𝟏𝟎𝟎

Onde:

Ltub= 12 m

Pconexões = 0,762 m (1 joelho 90º, ø 50mm, PVC, Tabela 9)

Ptub= 8,10 m (Tubulação de ø 50mm, vazão 15m³/h, Tabela 8)

61
Somando-se o valor encontrado para as perdas na altura bruta, tem-se que a altura
manométrica é igual a:

𝒉𝒎𝒄 = 𝒉𝒎 × 𝒉𝒕 × 𝒉𝒄 = 𝟏𝟐 + 𝟏, 𝟎𝟑 = 𝟏𝟑, 𝟎𝟑𝒎

Utilizando das curvas de desempenho interativas existentes no site da Grundfos foi


realizado um pré-dimensionamento, no qual verificou-se que a vazão na altura manométrica de
13 metros é de 18,6m³/h. multiplicando esse valor por uma HSP igual a 5 tem-se que seria
possível bombear 93m³ ao dia. As curvas de desempenho e o ponto calculado no pré-
dimensionamento podem ser visualizados na Figura 43, onde também pode-se visualizar que a
potência necessária seria de 1,418kW e a eficiência da motobomba ficaria em 46,6%.

Figura 20-Curvas de desempenho da bomba solar Grundfos SQF 14-3

Fonte: https://br.grundfos.com/, acessado em 21/julho/2023


A motobomba bombeará em média 101,9m³/dia e cerca de 90m³/dia no pior mês, que
foi fevereiro.

4.12 Estimativa Da Energia Acumulada No Reservatório Superior

No item anterior foi proposto um SFB capaz de bombear no mínimo 90 m³ para o


reservatório a oito metros de altura. Toda essa água ao ser elevada ganhou uma energia
potencial, que aplicada a um grupo-gerador hidráulico, conforme esquema da Figura 36,
durante um certo intervalo de tempo será convertido em energia elétrica, descontadas as perdas
do processo, que são resultado da eficiência do grupo-gerador e das perdas de carga na
tubulação.

62
As perdas de carga na tubulação são mais simples de serem calculadas pois dependem
apenas da vazão, do diâmetro e da quantidade de conexões e foram calculadas com base na
Figura 24, pelas equações (3), (2) e utilizando os valores citados abaixo:

𝑷𝒕𝒖𝒃
𝒉𝒕 + 𝒉𝒄 = (𝑳𝒕𝒖𝒃 + ∑ 𝑷𝒄𝒐𝒏𝒆𝒙õ𝒆𝒔 ) . = 𝟎, 𝟒𝟑𝟒𝒎
𝟏𝟎𝟎

Onde:

Ltub= 8 m (comprimento da tubulação)

Pconexões= 13,716 m (1 válvula globo, ø 50mm, PVC, Tabela 9)

Ptub= 2,00 m (Tubulação de ø 50mm, vazão 7m³/h, Tabela 8

Somando-se o valor encontrado para as perdas na altura bruta, equação (7),


tem-se que a altura manométrica, ou altura útil, é igual a:

𝑯 = 𝒉𝒃𝒓𝒖𝒕𝒂 − (𝒉𝒕 + 𝒉𝒄 ) = 𝟖 − 𝟎, 𝟒𝟑𝟒 = 𝟕, 𝟓𝟕𝒎

Figura 21- Sistema proposto para a microgeração hidráulica

Fonte: Autor
Aplicando essa altura na equação (4) e já substituindo os valores de ρ e g é possível
estimar a energia hidráulica (Eh) na unidade Watt x segundo (Ws), gerando a equação (4a).

𝑬𝒉 = 𝒑. 𝒈. 𝒉𝒎𝒄 . 𝑽
Para converter a unidade de Ws para Wh será necessário dividir equação (4a) por 3600,
obtendo assim a equação (4b). Multiplicando a equação (4b) pelo fator de rendimento do grupo-
gerador temos equação , na qual é possível obter a energia elétrica (Eel ).

63
𝑬𝒆𝒍 = 𝑬𝒉 = 𝒑. 𝒈. 𝒉𝒎𝒄 . 𝑽
Onde:

ρ = 1000kg/m³ (densidade da água)

g = 9,81m/s² (aceleração da gravidade)

hmc = 7,57 m (altura útil)

V = 90m³ (volume do reservatório superior)

ɳgg = 0,53 (rendimento do conjunto grupo-gerador)

Na equação acima o rendimento de 53% refere-se ao conjunto grupo-gerador. Este


valor foi utilizado com base no estudo realizado por Oliveira (2014), no qual realizou ensaios
em uma bomba funcionado como turbina (BFT) conectada a um motor assíncrono.

O principal objetivo desse item foi verificar se o volume de água bombeado


representava uma energia elétrica significativa, o que foi confirmado quando foi encontrado o
valor igual a 983,7 Wh.

4.13 Microgeração Hidráulica

O projeto de um sistema de geração hidráulica inicia pela determinação da energia


potencial disponível no curso d’água, através da medição da vazão e do desnível do terreno.. O
dimensionamento iniciou calculando-se a energia elétrica disponível a partir do volume que foi
possível bombear com equipamentos disponíveis no mercado.

Conhecendo-se esse valor e a altura útil, que também foi dimensionada no item
anterior, o próximo passo foi determinar a vazão e então localizar uma turbina e um gerador
que atendesse aos requisitos de vazão e altura. Para determinação da vazão foi definido um
período diário para geração a partir da Fonte hidráulica.

Observando a curva de consumo da residência, disponível na Tabela 9, conclui-se que


o melhor horário é das 18 às 24 horas, que corresponde ao período de seis horas no qual o
consumo é de 966Wh e o pico de potência de 751W. Com esses valores foi possível pilotar as
curvas mostradas nas figuras Figura 25, Figura 26 e Figura 27.

Na Figura 25 o tempo de utilização do grupo-gerador foi variado de uma a seis horas


e observado o comportamento da vazão, para três volumes de reservatório, 50m³, 90m³ e 110m³.

64
Figura 22-Curvas da vazão em função do tempo e volume

Fonte: (Autor 2023)

No gráfico da Figura 26 foram estimados os valores de potência variando o


rendimento do grupo-gerador e a vazão. O rendimento (ɳgg) igual a um utilizado nos gráficos é
ideal e foi pilotado apenas para fins de balizamento do limite superior da geração de energia e
potência

No gráfico da Figura 27 foi estimado qual seria a energia elétrica gerada para três
volumes de reservatório (50m³, 90m³ e 110m³), conforme diversos rendimentos (ɳgg), que foi
variando de 1,0 que é o ideal, até 0,3 que seria a estimativa mais conservadora.
Figura 23- Curvas da potência estimada em função da vazão e do rendimento

Fonte: (Autor 2023)

Figura 24- Energia elétrica acumulada em função do volume e do rendimento

65
Fonte: (Autor, 2023): Autor
Após estimados os valores de vazão, altura útil e potência o próximo passo foi
encontrar um grupo-gerador de fabricação em escala comercial que atenda a esses requisitos.

4.14 Escolha da microturbina hidráulica

Para geração de energia a partir de pequenos volumes de água foram localizados dois
equipamentos que disponibilizam os dados necessários para projeto, sendo um de fabricação
espanhol e outro de fabricação norte americano. Esses equipamentos foram projetos para
gerarem energia a partir da pressão existente em tubulações dos sistemas de fornecimento de
água potável.

Para altura de manométrica de 7,57m o melhor rendimento foi obtido com o


equipamento norte americano, apresentado na Figura 48. Foram localizados alguns geradores
que poderiam ser utilizados nesse estudo, mas não foram localizadas microturbinas hidráulicas
que pudessem ser acoplados nesses geradores e o principal, que tivessem seus parâmetros
disponibilizados para consulta.

Procurou-se de forma ideal fazer um estudo de aplicação com as microturbinas acima


mencionadas, optou pelo equipamento norte americano, apesar do custo elevado de aquisição,
cerca de U$ 7.000,00 sem os impostos de importação e o frete. Na Figura 49 são apresentadas
as curvas de vazões e potências geradas em função da pressão para a microturbina Micro Hydro
300-30. Foram desenhados em cada curva, na cor vermelha, uma linha para indicar o ponto de
operação que é de 7,57m. Neste ponto a vazão necessária para girar a turbina é de
aproximadamente 9,3m³/h e potência gerada de 75W.

Figura 25-microturbina hidráulica norte americana, marca canyon hydro, modelo micro hydro
300-30

66
Fonte: (CANYON HYDRO, 2019)

Figura 26-curva da vazão (a) e curva de potência gerada (b), ambas em função da pressão
para a microturbina canyon hydro

Fonte: adaptado CANYON HYDRO, 2019


Considerando o reservatório com 90m³, a vazão de 9,3m³/h irá esvaziá-lo em 9,68h.
Neste tempo com a turbina gerando a potência de 75W, seriam produzidos 725,8Wh.
Comparando com a energia gerada em uma situação ideal, que é igual a 1.857Wh para o volume
de 90m³, conforme gráfico da Figura 29, pode-se estimar o rendimento da microturbina da
CANYON HYDRO, através da equação a seguir.

Equação 15 --Rendimento da Turbina

𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂𝑪𝒂𝒏𝒚𝒐𝒏 𝑯𝒊𝒅𝒓𝒐 𝟕𝟐𝟓, 𝟖 𝑾𝒉


𝜼= = = 𝟎, 𝟑𝟗
𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂𝒓𝒆𝒏𝒅=𝟏 𝟏. 𝟖𝟓𝟕𝑾𝒉

Onde:

EnergiaCanyon Hydro = Energia gerada pela microturbina à 7,57m e com 90m³ de água.

67
EnergiaRend=1 = Energia gerada por uma turbina com rendimento igual a 1, à 7,57m e
90m³ de água.

4.15 Sistema De Geração De Energia Hidrido Fotovoltaico / Hidráulico

A partir das informações obtidas nas etapas de dimensionamento do SFI, SFB e


Microgeração Hidráulica, foi concebido o sistema híbrido, descrito a seguir.

4.16 Princípio De Funcionamento Do Sistema De Geração Híbrido Fotovoltaico /


Hidráulico

Na Figura 30 tem-se o esquema funcional completo da microgeração hidráulica.


Durante o dia, quando há irradiação solar o painel fotovoltaico de 1.500 Wp gera energia para
carregar as baterias e abastecer a residência. O carregamento do banco de baterias é realizado
pelo controlador de carga e o inversor encarrega-se de converter a tensão contínua em tensão
alternada. Paralelamente a isto o painel fotovoltaico bombeia água do reservatório inferior para
o reservatório superior, sendo a alimentação, gerenciamento e proteção da bomba realizado pelo
controlador CU200, que também a desliga a bomba quando o reservatório superior está cheio.
Quando cessa a irradiação solar e há consumo de energia na carga, a Unidade de Controle da
Geração Hidráulica abre a válvula solenoide e a água do reservatório superior desce por
gravidade, fazendo a microturbina girar e gerar energia elétrica, que é injetada no barramento
CC. Os díodos instalados no barramento evitam que a energia gerada na turbina seja destinada
para carregar as baterias. A Unidade de Controle monitora ainda o nível do reservatório
superior, para fechar a válvula solenoide quando o mesmo estiver vazio. A vazão e o nível de
tensão gerada são controlados por Unidade de Controle, através da abertura e fechamento da
válvula de modulação.

4.17 Diagrama Multifilar do Sistema Híbrido Isolado para consumo diário de 2,469kWh
Fotovoltaico/Hidráulico.

Figura 27-Diagrama Multifilar do Sistema Híbrido Fotovoltaico/Hidráulico

68
Fonte: Autor

4.18 Custo do Sistema Híbrido

Na Tabela abaixo são apresentados os custos aproximados desse sistema, sendo que
não foram considerados os custos com o frete, a estrutura de sustentação do reservatório
superior e as bases dos dois reservatórios, Turbina CANYON que serviu apenas de estudo, os
valores dos equipamentos foram obtidos no site da Made in China (pt.made-in-china.com),
acessados em julho de 2023. e na loja Ango-Cortesia, LDA localizada na cidade do Huambo
Rua 5.

69
Tabela 16-Custo Sistema Híbrido Fotovoltaico / Hidráulico

Item Descrição Quant. Valor Unit. Valor Total


(kz) (Kzs)
1 Sistema Fotovoltaico Isolado (SFI)
1.1 Bateria Estacionária Heliar Freedom DF1500 4 40.000.00
(80Ah / 200Ah) 80.000.00 240.000,00
1.2 Módulo Solar Fotovoltaico 375Wp –Yingli Solar 4
YL150P-17b (policristalino) 70.000.00 300.000,00
1.3 Controlador de Carga MPPT Epever eTracer- 1
6415BND 60A 12/24/36/48V 48.968.00 48.968,00
1.4 Inversor Senoidal Epsolar SHI2000-22 - 2000VA 39.789.00 39.789,00
/ 24Vcc / 220Vca 1
1.5 Conector MC4 - Multibranch (par) 1 408.00 408,00

1.6 Suporte para Painéis Fotovoltaicos - 4 Painéis de


até 375 Wp 2 10.000.00 20.000,00
1.7 cabo de cobre flexível 16mm², isolação PVC 13.500.00 13.500,00
750/450V 50m
1.8 cabo de cobre flexível 2,5mm², isolação PVC 100m 28.000.00 28.000,00
750/450V
Subtotal 1: Sistema Fotovoltaico Isolado (SFI) 690.665,00
2 Sistema de bombeamento

2.1 Bomba SQF 14-3 Rp2 CPL. 1 2.732.398,74 2.732.398,74

2.2 CU 200 control unit CPL 1 808.946,28 808.946,28

2.3 Array to controller wireng kit (MC4), 1 17.340,00 17.340,00


Adaptador
2.4 Array wireng kit (MC4), adaptador 1 2.550,00 2.550,00

2.5 Sensor de nível (on/off) 1 6.120,00 6.120,00

Subtotal 2: Sistema de Bombeamento 3.567.355,02

3 Sistema de Micro Geração Hidráulica

3.1 Micro gerador Hidráulico CANYON HYDRO 1 - -


M300-30
3.2 Controlador 24Vcc, Válvula de Modulação de 17.850,00 17.850,00
Vazão 1
3.3 Sensor de Nível Aquário Arduino PIC 1 2.040,00 2.040,00
Microcontrolador CLP Led
3.4 Arduino Uno V3 1 12.000,00 12.000,00

3.5 Rele Fotoelétrico Fotocélula 12v 10ª 1 5.100,00 5.100,00

3.6 Fonte: (Autor, 2023) Chaveada 12v 10a Tipo 1 5.406,00 5.406,00
Colmeia
3.7 Resistor Shunt 50a 75mv 1 963,9 963,9

3.8 Caixa Montagem PVC 250mmx160mmx120mm 1 3.570,00 3.570,00

3.9 Válvula Solenoide 50mm 1 5.100,00 5.100,00

3.10 Reservatório (Hipo) 2 198.377,00 396.754,00

Subtotal 3: Microgeração Hidráulica 448.783,9

70
Total: Sistema Híbrido 4.706.603,00

Fonte: (Autor, 2023)

Obs: Microgerador Hidráulico CANYON HYDRO M300-30 ronda no valor estimado


de U$ 7.000,00 equivalente 3.570.000,00 Kz, devido o alto custo de aquisição será aplicado
método adaptável de uma turbina com o mesmo principio de funcionamento da Turbina Pelton,
descrito no item 2.6.

4.19 SIMULAÇÕES E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo foram apresentados os resultados obtidos e feitas avaliações através de


Simulações, Cálculos determinísticos e Gráficos.

O primeiro passo para elaboração doo projeto deste estudo foi definir a carga que será
atendida e serviu como base das simulações. Foi definido uma residência composta por sala,
cozinha, um banheiro, três quartos, uma área de serviço e uma varanda, com cargas elétricas
típicas para gerar o mínimo de conforto a uma família de quatro pessoas. Considerou-se que o
aquecimento de água e os processos de preparação de alimentos não utilizarão energia elétrica,
ou seja, deverão utilizar outras Fontes de energia, como por exemplo a queima de lenha, gás
de cozinha ou sistema de aquecimento solar para a água do banho.

Conforme ilustra a tabela 7, Através da Relação entre a potencia e o Tempo estimado


de uso foi obtido um consumo Diário Médio Mensal de 74,07 kWh As potências e consumos
indicados foram obtidas a partir das tabelas dos equipamentos, que estão disponíveis no site do
PROCEL (2018).

Definido a carga e estimando seu comportamento de utilização no que se refere ao


consumo e a potência instantânea, o segundo passo para dimensionamento o SFI foi feita a
avaliação no local da instalação dos níveis de irradiação solar, o cálculo da potência de pico a
ser gerada pelos painéis, o dimensionamento e escolha do banco de baterias, a escolha do
controlador de cargas e do inversor e por último o dimensionamento dos cabos que serão
utilizados para interligar os diversos equipamentos, Onde obteve-se os seguintes Resultados:

71
Figura 28-Valores obtidos na simulação do ângulo de inclinação dos painéis fotovoltaicos

Radiação Solar

Visão Geral

Configuração Sistema Fotovoltaico

Fonte: (solargis prospect)

O Terceiro passo foi, após definir as alturas úteis de geração em 8,75m 16m, 28m e
40m, calcular as alturas de bombeamento somando as profundidades de cada reservatório e as
perdas de cargas, que resultou, respectivamente, em 12,8m, 20m, 32m e 44m.

Obs: frisar que estas simulações foram feitas em um projecto já Desenvolvido na Barra
do Superagui, no Brasil, coma as mesmas caracteristicas do local escolhido deste projecto. É
uma antiga comunidade existente no litoral do Paraná.
72
Conhecido o volume de água, a altura útil de geração, a vazão e a potência gerada foi
calculado a energia acumulada e a energia efetivamente gerada pela microturbina, considerando
seu rendimento em cada faixa de operação.

Tabela 17-Vazão e potência gerada para diferentes alturas

Simulação Altura útil Turbina Vazão Turbina Potência (w)


(m) (m3/h)
1 8,75 10,3 100
2 16 13,5 230
3 28 4,5 125
4 40 5,6 200
Fonte: (Autor, 2023)

Tabela 18- Simulação da energia gerada em diferentes volumes e alturas


Tempo de
geração Energia
Volume p/ vazão Gerada Rendimento
Altura de Bombeado Energia constante (wh) Microturbina
Simulação bombeamento no pior Acumulada na
(m) mês (wh) Turbina
(m³) (h)

1 12,8 100 2384 9,7 971 0,41


2 20,0 84 3662 6,2 1431 0,39
3 32,0 50 4815 11,1 1389 0,36
4 44,0 22 2398 3,9 786 0,33
Fonte: (Autor, 2023)

Obs.

1. O mês Crítico nas simulações foi fevereiro.

2. Foi somado à altura útil da turbina a perda de carga, a profundidade do


reservatório inferior e a profundidade do superior, ambos definidos em 2 metros.

3. Para cálculo da perda de carga, foi considerado tubulação de 2", um joelho 90º e
um registro de gaveta. O cálculo foi realizado na vazão de cada simulação.
Uma nota importante sobre Volume máximo que seria bombeado, pois isto irá definir
o tamanho do reservatório. Na Tabela 19 é apresentado este volume para cada simulação.

73
Tabela 19- Volume máximo bombeado

Fonte: (Autor, 2023)


Tabela 20 é possível observar a variação do banco de baterias em função da energia
acumulada no reservatório superior que efetivamente seria convertida pela microturbina. A
situação mais vantajosa foi a encontrada na simulação 2, na qual seriam necessários bombear
no mínimo 84m³ a altura de 20 metros, possibilitando uma geração de 1.431Wh e uma redução
de 57,1% no banco de baterias.

Tabela 20-Variação do banco de baterias em função da microgeração hidráulica

Fonte: (Autor, 2023)

Os valores encontrados na simulação 2 comprovam que o sistema é viável


tecnicamente, pois foi capaz de produzir uma quantidade de energia para a subvenção das
necessidades energéticas, a partir da energia potencial acumulada em 93m³ de água aos 12
metros de altura convertida em energia elétrica por uma microturbina com rendimento de 39%.

Observado a curva de consumo da residência, disponível na Tabela 8, conclui-se que


o melhor horário é das 18 às 24 horas, que corresponde ao período de seis horas no qual o
consumo é de 966Wh e o pico de potência de 751W. Com esses valores foi possível pilotar as
curvas mostradas nas figuras Figura 25, Figura 26 e Figura 27.

74
4.20 Diagramas Unifilar E Em Bloco

Fonte:(Autor 2023)

75
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este estudo iniciou-se com o objetivo de projetar um sistema de geração de energia


Elétrica, para consumidores isolados, utilizando energia fotovoltaica e hidráulica operando de
forma combinada.

Elaborou-se o projecto, composto por um sistema de bombeamento capaz de bombear


por dia 90m³ aos 12 metros de altura, um sistema híbrido fotovoltaico / hidráulico, capaz de
atender as necessidades energéticas em uma Residência, que serviu como diagnostico de
campo, o mesmo projecto chega a ser mais viável em fazendas agrícolas onde o atendimento
de energia eléctrica seja por razões técnicas inviáveis e se tenha um maior capital económico
para a implementação do mesmo.

O sistema híbrido projetado foi capaz de reduzir o banco de baterias em 28,6% e de


atender a demanda do consumo de 2,469kWh, utilizando a energia potencial de 90m³ de água
à altura útil de 7,57m, com uma microturbina com 39% de eficiência.

A avaliação técnica do sistema híbrido foi realizada através de simulações teóricas e


a avaliação econômica através de cotação dos equipamentos no mercado nacional e
internacional. Foram alteradas as alturas e volumes bombeados e consequentemente a energia
potencial gerada pela microturbina, o que permitiu concluir com a presença de uma
microturbina é possível reduzir a utilização do banco de baterias em até 57,1%, deste modo
aumentando o tempo de vida Útil das Baterias e garantido maior sustentabilidade técnica
operacional do sistema, levado em consideração o custo de aquisição das bactérias.
comprovando assim que o sistema é viável tecnicamente

Embora que para a implementação em uma Residência, exija um custo alto, chega a
ser mais compensável em comparação a utilização de outras Fontes de Energia não Renováveis
como a geração a diesel que envolve custo de aquisição de combustível e outros factores.

Para a construção do Sistema Híbrido seriam necessários investir mais de AOA


4.706.603,00 kz. Mais de 60% do valor do sistema híbrido corresponde à construção dos
reservatórios inferior e superior dentro do sistema de Bombeamento.

Portanto concluiu-se que o Sistema, é tecnicamente e economicamente viável.

76
Como recomendações para estudos similares, sugere-se o estudo da construção do
sistema híbrido de pequeno porte em zonas remotas.

Outra recomendação é fazer um estudo da água armazenada quanto ao seu estado de


conservação.

Uma terceira Recomendação é o estudo aprofundado de Bombas funcionando como


Turbinas para implementação no sistema de microgeração hidráulica.

77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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80
APENDICE-1

Fonte: (solargis prospect)

81
ANEXO-2

Fonte:(Autor 2023)

82

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