Discursiva Prova

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Essa natureza interdisciplinar da neurociência trouxe à tona a

necessidade de estabelecer canais de comunicação entre


especialistas de diferentes campos. Assim, em 1961, a International
Brain Research Organization (IBRO) surgiu como uma resposta
global a essa demanda, unindo cientistas de várias partes do
mundo. Com um atual contingente de mais de 85 mil
pesquisadores, a IBRO desempenha um papel fundamental na
promoção do intercâmbio de ideias e na colaboração internacional.
Em seguida, nos Estados Unidos, a Society for Neuroscience (SfN),
criada em 1969, cresceu para se tornar a maior sociedade de
neurocientistas do mundo. Seu congresso anual, frequentado por
mais de 30 mil indivíduos, transformou-se no epicentro do
intercâmbio de conhecimento e inovações na neurociência.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Neurociência e


Comportamento (SBNeC), ao realizar congressos há mais de três
décadas, serve como um farol para pesquisadores, estudantes e
pós-graduandos interessados no sistema nervoso. Hoje, a SBNeC
reúne aproximadamente 3500 associados, consolidando seu papel
como um pilar no cenário neurocientífico nacional.

A neurociência brasileira, embora relativamente jovem, floresce


com nomes de destaque que contribuíram significativamente para
a disciplina. Miguel Nicolelis, diretor do Instituto Internacional de
Neurociências de Natal, é considerado um dos principais nomes na
área, concentrando-se na interface cérebro-máquina e na
reabilitação. Sidarta Ribeiro, autor e pesquisador prolífico, explora
domínios do sono, memória, psicodélicos e educação. O argentino
naturalizado brasileiro Ivan Izquierdo revolucionou a pesquisa nas
bases biológicas da memória e aprendizagem, elevando-o ao status
de um dos neurocientistas mais citados globalmente. Suzana
Herculano, conhecida por estimar o número de neurônios no
cérebro humano, amplia o impacto da neurociência por meio de
sua divulgação científica. Roberto Lent, autor de influentes obras
na interseção entre neurociência e educação, solidifica o
compromisso do Brasil com o desenvolvimento neurocientífico.
Carla Tieppo, pioneira na aplicação da neurociência no
desenvolvimento humano e organizacional, expande ainda mais as
aplicações práticas do campo.

O poder transformador da neurociência se estende para além do


laboratório. A compreensão profunda do sistema nervoso oferece
perspectivas valiosas para enfrentar os desafios que a sociedade
enfrenta. Doenças neurológicas, distúrbios mentais e questões de
saúde mental estão entre as áreas que podem se beneficiar
significativamente das descobertas neurocientíficas. A pesquisa
neurocientífica não apenas resulta em avanços econômicos, mas
também oferece a esperança de alívio para aqueles que sofrem, no
Brasil e no mundo. A consciência das ramificações econômicas e
emocionais de doenças e transtornos neurológicos impulsiona a
busca por investimentos públicos e privados em pesquisa
neurocientífica, abrindo caminho para uma sociedade mais
saudável e produtiva.

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