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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

IMPLICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DO CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO NA


VILA DE MASSINGA

Domingas José Comé

Maxixe, Abril de 2021


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA

IMPLICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DO CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO NA


VILA DE MASSINGA

Trabalho do Campo submetido a


coordenação do curso de
licenciatura em ensino de
O/a Tutor/(a):
Geografia do ISCED

Domingas José Comé Codigo:41200116

Maxixe, Abril de 2021


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Índice

Conteúdo Página
1.0.Introdução ............................................................................................................... 1

1.1.Objectivos ............................................................................................................... 1

1.2.Metodologia ............................................................................................................ 1

2.0.Crescimento demográfico ........................................................................................ 2

2.1.Crescimento demográfico nas cidades Moçambicanas ............................................. 2

2.2.Crescimento natural................................................................................................. 2

2.3.Consequências socioambientais do crescimento urbano em Moçambique ................ 3

2.4.Implicações socioambientais do crescimento demográfico na vila de Massinga ....... 5

3.0.Conclusão ............................................................................................................... 6

4.0.Referências bibliográficas ....................................................................................... 7


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1.0.Introdução
A população mundial está crescendo progressivamente, e tal crescimento é responsável por
inúmeros problemas. Os malefícios ocasionados pelo crescimento demográfico acelerado podem
ser verificados em relação ao meio ambiente e ao próprio homem.

O grande aumento ocorrido com a população mundial tem sido responsabilizado com frequência
pela destruição do meio ambiente. É importante destacar que num mundo em que o consumo
aumentou significativamente, tornando-se uma meta para a construção da sociedade, a busca e o
acesso aos objectos de serviços tecnológicos e modernos se transformaram em modo de vida, a
escassez dos recursos naturais tem sido inevitável.

Assim pretendo-se com o presente trabalho debruçar acerca das implicações ambientais do
crescimento demográfico nas grandes cidades de Moçambique: Caso da Vila de Massinga. Para
melhor abordagem do tema estruturou-se o trabalho da seguinte forma: a presente introdução,
objectivos, metodologia, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.

1.1.Objectivos
Geral
 Compreender as implicações socioambientais do crescimento demográfico na vila de
Massinga.
Específicos
 Descrever a relação ente o homem e o meio ambiente
 Explicar a relação entre o crescimento demográfico e o meio ambiente
 Caracterizar as implicações socioambentais do crescimento demográfico na vila de
Massinga.

1.2.Metodologia
Para a elaboração do trabalho fez-se busca de informações em obras disponíveis físicas e virtuais
citadas no texto e nas referências bibliográficas, análise de informações consultadas e produção
final do trabalho.
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2.0.Crescimento demográfico

De acordo com Penna (2014, p.32), o crescimento populacional ou crescimento demográfico é


um conceito que corresponde ao aumento da quantidade de pessoas existentes no globo terrestre.

Ao longo da história houve períodos em que o crescimento da população esteve baixo e outros
em que ele aumentou consideravelmente. Isso ocorreu segundo factores como a qualidade de
vida dos indivíduos, as guerras, as epidemias, os avanços da medicina, etc.

2.1.Crescimento demográfico nas cidades Moçambicanas


O crescimento da população é determinado por três factores: natalidade, mortalidade e
movimentos migratórios. Nesta secção, apresentamos e discutimos a tendência dos indicadores
demográficos associados ao crescimento demográfico urbano, nomeadamente a fecundidade, a
mortalidade e a migração. Os dados foram obtidos dos censos de 1997 e 2007 e dos resultados
preliminares do Censo de 2017.

2.2.Crescimento natural
Os dados dos censos de 1997 e 2007 mostram que os níveis de fecundidade variam
significativamente entre as principais cidades de Moçambique. Em 1997, entre as cidades com a
taxa de fecundidade mais baixa, encontramos as cidades de Maxixe e Beira, com quatro filhos
por mulher, seguidas da cidade de Maputo e Matola, com 4,2, e Inhambane, com 4,3 filhos por
mulher. Em 1997, as taxas mais elevadas foram observadas em Chimoio (7,1), Tete (6,9), Xai-
Xai (6,6) e Nampula (6,5).

As estimativas do Censo de 2007 mostram que as taxas globais de fecundidade mais baixas nas
principais cidades de Moçambique registaram-se nas cidades de Maputo (3,2), Matola (3,4),
Maxixe (3,6), Inhambane (3,7) e Xai-Xai (3,7). Por seu turno, as taxas globais de fecundidade
mais elevadas foram observadas em Chimoio (5,7), Lichinga (5,6), Quelimane (5,2) e Tete (4,9).
Entre os dois censos, a fecundidade reduziu-se nas principais cidades moçambicanas, com a
excepção de Quelimane.

Nesta cidade, a fecundidade aumentou ligeiramente, passando de 5 para 5,2 filhos por mulher.
As maiores reduções da taxa de fecundidade foram observadas em Xai-Xai, (3 filhos por
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mulher), seguida da cidade da Beira (2 filhos por mulher) e Nampula e Chimoio (1,5 filhos
cada).

Estas disparidades mostram-nos que, no contexto moçambicano, a relação entre urbanização e


redução da fecundidade, embora plausível, é complexa. Portanto, não são as semelhanças em
relação ao nível de fecundidade que são importantes para caracterizar a fecundidade urbana. Se
alguma semelhança existe ao nível da fecundidade entre as cidades moçambicanas é o facto de
esta continuar a ser relativamente alta.

Apesar do declínio observado entre 1997 e 2007, o número de filhos por mulher nas cidades
moçambicanas é ainda elevado, com a excepção das cidades localizadas no sul do País,
nomeadamente Maputo, Matola, Maxixe, Inhambane e Xai- -Xai.

Nestas cidades, a taxa global de fecundidade está abaixo de quatro filhos por mulher. Portanto, é
possível constatar que a fecundidade está a decair em algumas cidades moçambicanas, porém as
significativas disparidades interurbanas não permitem inferir uma clara associação entre a
urbanização e o declínio da fecundidade.

2.3.Consequências socioambientais do crescimento urbano em Moçambique


McNamara (1983, p.43) argumenta que o principal obstáculo ao desenvolvimento dos países do
Sul Global é a elevada taxa de crescimento demográfico pelos impactos adversos que resultam
da concentração da população sem que sejam criadas as condições necessárias para uma vida
decente.

O aumento da densidade demográfica nas cidades moçambicanas não tem sido acompanhado por
um planeamento urbano sistemático. Em geral, o planeamento urbano é uma prática pouco
comum nas cidades do Sul Global (Cohen, 2004, p.43).

Como resultado, as vantagens associadas aos assentamentos urbanos concentrados são


substituídas pelos desafios que surgem da falta de planificação, da planificação deficiente ou de
uma implementação ineficaz do planeamento urbano. Portanto, na generalidade das cidades
moçambicanas, assiste-se a formas de uso e gestão do solo urbano que tendem a agudizar as
desigualdades socioeconómicas e espaciais, incluindo a degradação do ambiente urbano (Araújo,
2003).
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Assim, o impacto ambiental do crescimento demográfico urbano pode ser um problema


preocupante. No entanto, Schneider (2009, p.65) mostram que os impactos resultantes da
expansão de aglomerações e da população urbana, tais como a destruição e contaminação de
ecossistemas, não são os únicos problemas.

O modelo de sociedade de consumo que caracteriza a vida urbana actual implica o uso de
recursos naturais, em particular, os energéticos, em grande escala e a deposição de resíduos
resultantes do consumo crescente. Os autores da obra Limites de Crescimento, Meadows (1992,
p.32), também chamaram a atenção para os problemas ambientais associados ao
desenvolvimento da sociedade urbana e de consumo, tendo em conta, especialmente, o
crescimento demográfico e a elevada densificação urbana.

Portanto, o rápido crescimento demográfico urbano em Moçambique e o aumento da densidade


demográfica a ele associado tem e terá o condão de produzir danos ambientais de enorme
magnitude, cujas medidas de contenção ainda estão longe de responder ao problema, dada a
inexistência de medidas de gestão urbanas eficientes. Um exemplo concreto é a gestão de
resíduos sólidos e águas residuais.

Nas cidades moçambicanas, os aterros a céu aberto são a forma comum de tratamento de
resíduos sólidos. Quanto às águas residuais, a maioria são simplesmente descarregadas em
terrenos baldios ou directamente em águas superficiais e no mar sem tratamento prévio (Banco
Mundial, 2010). O rápido crescimento urbano e o aumento da densidade demográfica urbana
pressupõem o aumento da quantidade de resíduos sólidos e águas residuais.

Na ausência de medidas eficazes de gestão urbana, as consequências para o ambiente urbano


podem ser catastróficas.
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2.4.Implicações socioambientais do crescimento demográfico na vila de Massinga

Em Massinga as mudanças ambientais como resultado do processo de urbanização, tiveram


maior aceleração a partir de 2010. O crescimento da Vila se deu associado à degradação dos
elementos físico-ambientais no seu entorno. As principais alterações provocadas pelas
actividades humanas são: supressão da vegetação, movimentos de terra, impermeabilização do
solo, aterramento de riachos, lagoas, etc, ocupação das encostas; destruição de ecossistemas;
emissão de resíduos e gases.

Os impactos ambientais em Massinga surgem quando as actividades humanas são executadas de


forma inadequada, resultando em vários impactos, tais como: alterações climáticas, danos à flora
e fauna, erosão do solo, empobrecimento do solo, assoreamento de recursos hídricos, aumento de
escoamento da água, redução da infiltração da água, inundações, alterações na drenagem das
águas, deslizamentos de terra, desfiguração da paisagem e poluição ambiental.

Essas relações de dispersão no espaço ou de crescimento territorial urbano podem ser


consideradas de forma intensiva quando a ocupação do solo ocorre de modo intensificado,
aproveitando espaços já existentes dentro da área urbana, ou pode se apresentar de modo
extensivo, quando há o aumento do limite da cidade.

Outro factor decorrente do crescimento populacional em Massinga é a redução de áreas verdes a


partir da supressão da vegetação para implantação de novas áreas para habitação, comércio e
serviços. Retira-se a vegetação para construir, mas, não se leva em consideração o ambiente
sistémico como um todo, assim, primeiramente, há uma destruição do ambiente natural para, em
seguida, artificializar o ambiente.

Logo, tendo em vista o crescimento urbano em Massinga pode ocorrer de diferentes formas, o
processo de urbanização provoca diversas alterações no seu entorno, pois, à medida que a vila
cresce, vários impactos podem ser notados no meio ambiente e no modo de vida social. O
aumento da população e a consequente ampliação da Vila necessita ser acompanhado por uma
infra-estrutura urbana, que deve ser implantada a partir de uma planificação urbana e ambiental,
que proporcione aos habitantes uma mínima condição de vida.
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3.0.Conclusão
Nas cidades moçambicanas o número de nascimentos não apenas supera o número de óbitos,
como também é o factor que mais contribui para o aumento da população urbana. Assim, quer se
use a terminologia de gestão de nascimentos ou de planeamento familiar, no que diz respeito ao
crescimento demográfico urbano, a natalidade é o factor decisivo.

Podemos, pois, considerar que a manterem-se as actuais tendências das dinâmicas demográficas
no que diz respeito à fecundidade e mortalidade, as medidas de gestão ou redução da migração
campo-cidade terão um efeito secundário na redução do crescimento demográfico urbano.

O crescimento da Vila se deu associado à degradação dos elementos físico-ambientais no seu


entorno. As principais alterações provocadas pelas actividades humanas são: supressão da
vegetação, movimentos de terra, impermeabilização do solo, aterramento de riachos, lagoas, etc,
ocupação das encostas; destruição de ecossistemas; emissão de resíduos e gases.

Os impactos ambientais em Massinga surgem quando as actividades humanas são executadas de


forma inadequada, resultando em vários impactos, tais como: alterações climáticas, danos à flora
e fauna, erosão do solo, empobrecimento do solo, assoreamento de recursos hídricos, aumento de
escoamento da água, redução da infiltração da água, inundações, alterações na drenagem das
águas, deslizamentos de terra, desfiguração da paisagem e poluição ambiental.
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4.0.Referências bibliográficas
CERVI, T. M (2009). O estudo de impacto ambiental: A realidade entre a protecção jurídica do
meio ambiente e o desenvolvimento. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/o-estudo-de-impacto-ambiental-a-
realidade-entre-a-protecao-juridica-do-meio-ambiente-e-o-desenvolvimento/. Acesso em? 28 de
Março de 2021

DIAS, Genebaldo Freire. (2003). Educação Ambiental: Princípios e práticas. 8. Ed. São Paulo.

FERNANDO, Oliveira (2003). Educação Ambiental e Cidadania: cenários brasileiros. Santa


Cruz do Sul.

PENNA, A. M (2014). Projectos, Planejamento e Licenciamento Ambiental. Revisão


actualizada segundo o novo acordo ortográfico, São Paulo.

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