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Trabalho de pormenorização construtiva I e II

Tecnologia das construções

Docente: Romeu Vicente

Gonçalo Diogo Nº. Mec: 108125

Tiago Lajo Nº. Mec: 114162

1
Índice
Introdução e enquadramento.............................................................................................................................................. 3
Caraterização Construtiva ..................................................................................................................................................... 4
Paredes de alvenaria ........................................................................................................................................................... 4
Tijolos ......................................................................................................................................................................................... 4
Argamassas de assentamento ........................................................................................................................................ 5
Caixilharias............................................................................................................................................................................... 6
Estanqueidade da água ...................................................................................................................................................... 7
Resistência às solicitações do vento e de utilização; .......................................................................................... 8
Pormenores Construtivos...................................................................................................................................................... 8
Pormenor 1 – Muro em betão armado enterrado................................................................................................ 8
Pormenor 2 – Pavimento aligeirado pré-esforçado......................................................................................... 10
Pormenor 3 – Correção de ponte térmica pelo exterior –viga periférica............................................. 12
Pormenor 4 – Correção de ponte térmica pelo exterior na zona de cunhal ....................................... 14
Pormenor 5 – Padieira com correção de ponte térmica e caixa de estore ........................................... 16
Pormenor 6 – Zona de Rincão ..................................................................................................................................... 18
Pormenor 7 – Revestimento cerâmico 20x20x2cm colado ......................................................................... 20
Pormenor 8 – Caixilharia com corte térmico ou em PVC .............................................................................. 23
Pormenor 9 – Impermeabilização e Rufagem de chaminé........................................................................... 25
Pormenor 10 – Caleira interna ................................................................................................................................... 28
Pormenor 11– Revestimento em pedra natural ................................................................................................ 30
Síntese Final............................................................................................................................................................................... 33
Bibliografia ................................................................................................................................................................................. 34

2
Introdução e enquadramento

A qualidade de vida das pessoas melhora cada vez mais e, por isso, é necessário que a
evolução acompanhe e consiga responder em termos de conforto, saúde, higiene e
segurança. No entanto, os aspetos que falham mais frequentemente incidem na execução de
pontos singulares, isto é, pontos feitos de forma diferente daquela que está a ser construída,
uma vez que necessitam de mais cuidado na sua execução para lhes dar as caraterísticas
funcionais exigidas. A boa execução deriva de uma boa base a nível de projeto a nível de
projeto, que também tem na sua base um bom caderno de encargos com toda a informação
e detalhe construtivo e específico. Além disso, a compatibilização das diferentes
especialidades também se revela fundamental visto que apresenta as condições necessárias
para a otimização do projeto e permite um melhor aproveitamento dos processos construtivos,
entretanto, poder evitar as prováveis falhas de execução que possam ocorrer em obra; elidir
as dúvidas na fase de elaboração de projeto, uma vez que determinados pormenores
construtivos se revelem de difícil elaboração. Porém, essa base de informação deverá ser de
tal forma clara e eficiente que possibilite a quem a consultar poder elaborar o pormenor
também da mesma forma.
Dessa forma, de forma a analisar um conjunto de pormenores a corrigir e apresentar
diferentes tipos de abordagem tendo como finalidade a obtenção de um melhor
comportamento do edifício.

3
Caraterização Construtiva

Paredes de alvenaria
A forma da parede é, geralmente, constituída de alvenarias, argamassas e outros elementos
(mastique, elementos metálicos, etc.). Dependendo se a alvenaria constituinte a parede pode
ser classificada como resistente ou de compartimentação. As paredes resistentes são
constituídas por alvenaria resistente e têm a função estrutural, isto é, suportar as cargas das
paredes superiores e das lajes. As paredes de compartimentação são constituídas por
alvenaria não resistente e têm função de divisória dos espaços interiores do edifício e/ou de
enchimento. A leveza e o isolamento acústico são as principais exigências para este tipo de
parede.

Tijolos
Os tijolos são componentes feitos de argila queimada ou barro vermelho,
e em alguns casos utilizamos o tijolo com furação horizontal; razão porque
o produzem mais leve. O tijolo cerâmico para alvenaria, em Portugal, tem
dimensões normalizadas, definidas pela NP-834, como se ilustra na
figura 1.

Fig. 1 - Formatos correntes de tijolo furado.

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Argamassas de assentamento

A argamassa é uma mistura de um ou mais ligantes inorgânicos, inertes, água, adjuvantes


e/ou adições, sendo constituídas por cimento, cal hidráulica e cal aérea hidratada, ligantes
como, areia e água.

As argamassas devem cumprir as exigências de EN998-2 e devem ser especificadas ou pela


sua composição (traço volumétrico), por exemplo, 1:1:5 (cimento: cal: areia) ou pela sua
resistência à compressão, a qual deve ser expressa pela letra M seguida do seu valor em
kPa, por exemplo, M5 (Fig. 2)

Fig. 2 - Argamassas para alvenaria segundo a EN998-2

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Caixilharias

O desempenho das caixilharias em termos de permeabilidade ao ar é classificado de acordo


com a fig 3 e recomenda-se que as janelas sejam escolhidas de acordo com a fig 4.

Fig. 3 – Valores limite de pressões para cada classe.

Fig. 4 – Classificação das janelas relativamente à permeabilidade ao ar

6
Estanqueidade da água
As janelas devem permanecer estanques quando são sujeitas, em situações correntes, à
ação simultânea do vento e da chuva. O desempenho das caixilharias em termos de
estanquidade à água. Recomenda-se que as janelas sejam escolhidas de acordo com o Fig.
6.

Fig. 5 – Valor limite das pressões para cada classe.

Fig. 6 – Classificação das janelas relativamente à estanquidade à água

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Resistência às solicitações do vento e de utilização;

Sob a ação do vento, os perfis que constituem a janela não se devem deformar demasiado
e, no caso de ventos ciclónicos, a janela não pode ser arrancada do vão, as folhas não se
devem abrir e os vidros não devem partir.

Pormenores Construtivos

Pormenor 1 – Muro em betão armado enterrado

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

A zona do pormenor construtivo acima localiza-se numa zona de cave. De facto, este aspeto
mostra-se uma zona crítica nesta parte da construção, visto possuir características de
retenção de grandes quantidades de água, o que põe em causa a eficiência construtiva e, por
conseguinte, a funcionalidade dos materiais. Por isso, as soluções a ponderar passam pela
execução de um muro enterrado com drenagem, isolamento térmico e impermeabilização.
De facto, as intervenções visam o encaminhamento das águas por meio da drenagem e a
estanquidade do edifício com a impermeabilização. Os materiais a utilizar para ter os efeitos

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pretendidos resumem-se nas telas de poliéster, telas de fibra de vidro, resinas, tubos de
drenagem, tintas impermeabilizantes, membranas de PVC, silicatos, cristalizadores.

➢ Exigências funcionais e de comportamento

· Estanquidade;

· Resistência Mecânica;

· Isolamento Térmico.

➢ Pormenor construtivo

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➢ Síntese

Os elementos de construção que constituem a envolvente do edifício devem ser projetados


e construídos de modo a evitar a passagem de água para o interior do edifício, recorrendo-
se, portanto, a materiais e técnicas construtivas que facilitem o escoamento rápido das águas
que atinjam o edifício. É, por isso, essencial que se tenham em conta os vários fatores que
afetam a escolha do sistema de impermeabilização e de drenagem, tais como a posição do
nível freático, e a permeabilidade do terreno adjacente. Finalmente, o betão a utilizar deve
cumprir os requisitos necessários para sua aplicação (resistência adequada, volume de presa
e endurecimento, impermeabilidade).

Pormenor 2 – Pavimento aligeirado pré-esforçado

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

A solução a utilizar para este pormenor construtivo consiste na aplicação de um


pavimento composto por vigotas de betão pré-esforçado com secção em forma de
“T”. Este possui armadura ativa constituída por fios de aço aderentes, com blocos
de poliestireno expandido (EPS) que servem como material de aligeiramento,

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adicionando em obra uma camada de betão armado com função de solidarizar o
conjunto. A adição de blocos de EPS permite um melhor aligeiramento do
pavimento, redução do peso estrutural, melhor desempenho térmico e acústico
quando comparados com lajes maciças de betão armado. No momento da
betonagem, é necessário realizar um escoramento a meio vão, para garantir o
alinhamento das contra flechas, bem como obter um módulo de rigidez adequado.

➢ Exigências funcionais e de comportamento

· Estanquidade;

· Resistência Mecânica;

· Isolamento térmico;

· Isolamento Sonoro;

· Durabilidade;

· Exigências geométricas e de estabilidade dimensional.

➢ Pormenor construtivo

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➢ Síntese

Neste caso, deve-se ter em atenção a direção das vigotas, sendo importante que
a sua aplicação esteja de acordo com a imagem acima, para que possam ser
evitadas anomalias e obter um melhor comportamento das mesmas.

Pormenor 3 – Correção de ponte térmica pelo exterior –viga periférica

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

No que se refere à correção desta ponte térmica, optou-se pela utilização de um


sistema ETICS (Sistema de isolamento térmico pelo exterior), que pode ser
aplicado tanto em paredes de betão como de alvenaria. Nesta solução é aplicada
uma camada de isolamento térmico na face exterior da parede, fixada por colagem
ou mecanicamente. De acordo com a resistência térmica que se pretende obter,
a espessura das placas pode variar.

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Sobre o isolante pode ser aplicada uma camada de base, normalmente constituída
por uma argamassa de cimento, incorporando as armaduras por forma a aumentar
a resistência à fendilhação e aos choques. Nos sistemas de fixação mecânica, a
ligação ao suporte pode ser constituída por ancoragens diretas do isolante ao
suporte ou por perfis metálicos ancorados ao suporte.

➢ Exigências funcionais e de comportamento

· Estanquidade à água;

· Resistência/Reação ao fogo;

· Conforto térmico;

· Resistência mecânica;

· Resistência aos agentes externos (Clima, UV, Sais).

➢ Pormenor Construtivo

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➢ Síntese
No pormenor acima representado, uma má aplicação da camada de isolamento térmico ou
o excesso de argamassa são dois fatores que contribuem para a formação de anomalias e
para isso é necessário garantir uma boa fiscalização

Pormenor 4 – Correção de ponte térmica pelo exterior na zona de


cunhal

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

A solução prevista para este tipo de pormenor consiste na criação de uma camada
de isolamento térmico pelo exterior que tem a função de constituir uma nova face
aparente da parede, permitindo ainda assegurar a proteção do ambiente interior
em relação a humidades que acedam à parede, minimizando assim o risco de
condensações.
Os cunhais de alvenaria de uma fachada correspondem à interação de duas
paredes, geralmente ortogonais entre si, e esta zona é extremamente sensível
pois está exposta às diversas ações exteriores que atuam nas construções (vento,
chuva).

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➢ Exigências funcionais e de comportamento

Os cunhais são pontos extremamente sensíveis por estarem expostos às ações


exteriores e o comportamento das alvenarias potencializa concentrações de
deformações e esforços nessas zonas. Por esta razão deve-se cumprir as
seguintes exigências:

· Segurança estrutural;

· Estanquidade;

· Proteção contra o fogo.

➢ Pormenor construtivo

➢ Síntese

A correção da ponte térmica no cunhal pode ser feita através da aplicação de


isolamento exterior na zona de encontro entre as duas paredes, para assim serem
obtidas resistências térmicas elevadas, o que permite aumentar a durabilidade
das fachadas. Sendo conveniente que a estrutura seja pouco deformável na zona
dos cunhais. Em alternativa, caso não seja possível assegurar essa situação,

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pode-se reforçar a alvenaria por espessamento ou melhorar as características dos
seus constituintes através da colocação de armadura nas juntas.
No que se refere à aplicação deste sistema, este não deve ser aplicado sem que
seja verificado o suporte, que deve ser plano e sem irregularidades e, deve-se
assegurar um período de secagem de cerca de 45 dias para suportes em betão e
30 dias para alvenarias.

Pormenor 5 – Padieira com correção de ponte térmica e caixa de estore

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

As padieiras são elementos construtivos que limitam superiormente os vãos,


permitindo a fixação de caixilharia e alojamento de estores. Quando atuam no
suporte de paredes com altura significativa, é de extrema importância garantir os
apoios laterais adequados. Um relevante aspeto na sua composição diz respeito
à sua deformabilidade, que deverá ser baixa e, no que diz respeito às tensões
introduzidas na parede, para que sejam compatíveis com a sua resistência, a
entrega terá de ser suficiente. Além disso, é necessário considerar o sistema de
impermeabilização das padieiras.

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➢ Exigências funcionais e de comportamento

· Robustez;

· Resistência mecânica – fixação de acessórios;

· Estanqueidade;

· Conforto térmico e acústico;

· Facilidade de acesso à caixa de estore;

· Minimização de pontes térmicas e acústicas associadas às caixas de estore.

➢ Pormenor construtivo

➢ Síntese

Devem ser reforçadas as superfícies do sistema nos cantos da zona envolvente


dos vãos antes da aplicação da primeira camada de revestimento. Este reforço é
feito aplicando tiras de rede de fibras de vidro com cerca de 50x25 𝑐𝑚2
posicionadas a 45º, coladas sobre as placas de XPS com auxilio de argamassa
de revestimento.
Nas padieiras das janelas e portas deve ser aplicado um perfil de pingadeira que
esteja em contacto com a aresta do plano da fachada com o plano interior do vão.

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Este perfil permite realizar o reforço da aresta e evitar o recuo da água que escorre
da fachada.

Pormenor 6 – Zona de Rincão

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

A zona de rincão trata-se da aresta oblíqua que se forma no encontro côncavo de


duas águas inclinadas do telhado. Essa zona requer bastante atenção na

construção civil. Nos telhados, seguindo as características de cada telha


(marselha, lusa, plana), na zona de rincão e nas cumeeiras, devem ser aplicados
remates de cumeeira, telhões, bandas apenas com um cordão de argamassa,
permitindo assim a circulação do ar e impedindo a retenção de humidade. Deve
dar preferência para aplicação de argamassas de cimento hidrófugo ou à base de
cal hidráulica. No acerto dos rincões deve-se cortar a última fiada de telhas para
facilitar a circulação de ar.
Há também acessórios não cerâmicos que podem ser aplicados para auxiliar as
soluções construtivas, melhorando o desempenho e prolongando a durabilidade
das coberturas.

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➢ Exigências funcionais e de comportamento
Tendo em conta que o rincão faz parte da cobertura, este deverá apresentar as
seguintes exigências:

· Estanqueidade;

· Permeabilidade ao ar;

· Resistência aos agentes químicos;

· Bom comportamento sob ação do vento;

· Isolamento térmico;

· Suscetibilidade de condensações;

· Exigências geométricas e de estabilidade dimensional;

· Comportamento ao gelo-degelo;

· Comportamento mecânico;

· Isolamento acústico;

· Uniformidade de aspeto;

· Facilidade de manutenção e reparação, durabilidade.

➢ Pormenor construtivo

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➢ Síntese

A zona de rincão é um ponto singular de extrema importância na construção civil


e deve-se ter em atenção a todo o processo de execução da cobertura para evitar
eventuais anomalias causadas pela má execução, como por exemplo, colocar
argamassa em excesso, não respeitar a inclinação correta da telha, falta de
isolamento térmico e barreira pára-vapor, não deixar espaço para ventilação.

Pormenor 7 – Revestimento cerâmico 20x20x2cm colado

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

Por ser um revestimento cerâmico aplicado no exterior, os agentes climáticos


atuam em abundância, provocando fortes tensões. Por este motivo, reforçam a
necessidade de adequar o cimento-cola à altura da fachada, já que a colagem de
revestimentos cerâmicos acima de 6 metros de altura, em fachadas, requer um
reforço adicional no sistema de colagem, de forma a minimizar todos os fatores
de risco que envolvem colagens em altura.

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Devido ao aquecimento a que os revestimentos exteriores estão sujeitos, e entre
outras fortes tensões provocadas pelo vento, água e neve, deve-se ter em conta
o fenômeno de choque térmico, de expansão e contração dos materiais, ter em
atenção as juntas de dilatação/colocação. Essas juntas deverão ser preenchidas
com uma argamassa própria para exteriores e com deformabilidade.
O método escolhido para este pormenor foi o método V2-paredes (ilustrado na
figura do pormenor construtivo), em que a argamassa é aplicada sobre o
paramento revestindo uma camada única de 10 a 15mm e os ajustes nos ladrilhos
deverão ser feitos imediatamente após a aplicação. O método consiste em uma
colagem dupla e esta é dimensionada com um pente específico referente a
argamassa utilizada.

➢ Exigências funcionais e de comportamento

· Resistência mecânica e estabilidade;

· Segurança em caso de incêndio;

· Higiene, saúde e ambiente;

· Protecção contra ruído;

· Economia de energia e retenção de calor;

· Estanqueidade

· Conforto visual e táctil;

· Compatibilidade com o suporte.

· Durabilidade.

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➢ Pormenor construtivo

➢ Síntese

As anomalias mais recorrentes durante o processo da colagem dos revestimentos


cerâmicos podem ser devido ao tempo que o cimento cola esteve aberto pois vai
perdendo a aderência com o passar do tempo, a mistura da argamassa não ter
sido feita de forma adequada, a falta de espaçadores das juntas provocando o mal
enquadramento e também deve verificar se o suporte exterior está limpo, seco e
resistente.
De forma a evitar e minorar esses defeitos, uma boa fiscalização é sempre uma
mais valia para o produto final.

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Pormenor 8 – Caixilharia com corte térmico ou em PVC

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção


As caixilharias desempenham um importante papel na sua função de elementos
da envolvente do edifício, estando associados a numerosas manifestações
patológicas, quer da caixilharia em si, quer das paredes em que se inserem, quer
nos restantes elementos de construção que podem ser afetados por infiltrações
de água das chuvas.
A solução para este tipo de pormenor divide-se em duas aplicações: caixilharia
com corte térmico ou em PVC. Com vista a utilizar uma solução mais económica,
optou-se pela aplicação de caixilharias em PVC. Apesar de não garantir tanta
durabilidade e resistência mecânica como as caixilharias de alumínio, o PVC
utilizado na produção de caixilharias pode receber aditivos químicos que
contribuem para uma melhoria acentuada no que se refere ao isolamento térmico
e acústico.

Relativamente à montagem da caixilharia, esta ocorre em regra depois da


finalização dos rebocos e pinturas exteriores, estuques e pinturas interiores e
assentamento das soleiras ou peitoris. Durante e depois da montagem, os
caixilhos devem ser protegidos com filme de polietileno, fita autocolante ou
envernizada de modo a evitar-se o contacto com agentes corrosivos. É essencial

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ter em conta o detalhe das ligações entre as partes fixas das caixilharias e as
paredes, entre as partes fixas e as partes móveis e entre as próprias partes
móveis, incluindo os mecanismos de abertura e fecho.

➢ Exigências funcionais e de comportamento

Um caixilho, sendo um elemento construtivo, tem de responder a certos requisitos


funcionais e mecânicos que podem ser avaliados através de vários ensaios
específicos. Podem-se salientar as seguintes exigências:

• Permeabilidade ao ar;

• Estanqueidade à água;

• Isolamento acústico;

• Isolamento térmico;

• Protecção contra o fogo;

• Resistência mecânica aos agentes atmosféricos (vento);

• Resistência mecânica a acções diversas (choque, intrusão);

• Resistência mecânica ao manuseamento (ligações, manuseamento);

• Aspecto geral (acabamentos, polimento);

• Transparência (vidros)

➢ Pormenor construtivo

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➢ Síntese

Para além de todo o rigor de projeto necessário na definição das caixilharias, a


montagem em obra é também essencial para o seu desempenho. Assim, o
controlo é feito em relação aos materiais recebidos - o caixilho que vai ser
instalado deve coincidir, em todos os aspectos, com a referência de projeto. Deste
modo, a fiscalização torna-se essencial para verificar a conformidade dos
caixilhos, bem como as suas técnicas de montagem que devem ser realizadas
segundo os critérios do fabricante.

Pormenor 9 – Impermeabilização e Rufagem de chaminé

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

O pormenor indicado diz respeito a uma rufagem de uma chaminé localizada na


parte posterior da cobertura. A rufagem tem uma importante função, que é
proteger os encontros de coberturas ou chaminés com as paredes, evitando
infiltrações das águas das chuvas nas juntas entre os mesmos ou infiltrações por
capilaridade.
A metodologia a utilizar tem em vista a aplicação de uma rufagem com chapas
metálicas nas zonas de encontro entre a cobertura e chaminés de alvenaria. Na
execução do remate da chaminé, deve realizar-se um rebordo no rufo,

25
dependendo do tipo de estrutura da cobertura no mínimo de 2 cm. Nesta solução
foi optado por utilizar o ruflex ou banda multiuso, que é um substituto do rufo
metálico. Antes de utilizá-lo devemos limpar as paredes e as telhas para retirar
qualquer poeira ou sujeira, pois o ruflex deve ser aplicado numa superfície limpa.
Com o processo de limpeza feito, deve iniciar a aplicação pela frente da chaminé,
tendo em atenção que para qualquer superfície com partículas soltas devem
aplicar um selante, feito isso, devemos dar o início a colagem do ruflex e deve-se
colar apenas a metade dele na parede e a outra nas telhas. Na parte de trás deve
levantar as telhas da segunda fiada acima da chaminé e emendar dois pedaços
de ruflex para cobrir toda a fiada anterior a chaminé. Para terminar todas as bordas
do ruflex devem ser arrematadas.

➢ Exigências funcionais e de comportamento

As coberturas têm que cumprir uma série de exigências funcionais bem como
exigências dos seus materiais constituintes por forma a evitar o aparecimento de
diversas anomalias. Das exigências funcionais, as que se destacam são:
•Estanquidade à água;

•Suscetibilidade de condensações;

•Comportamento ao gelo-degelo;

•Permeabilidade ao ar;

•Isolamento térmico;

•Comportamento mecânico;

•Comportamento sob a ação do vento;

•Estanquidade aos materiais em suspensão no ar;

•Isolamento sonoro;

•Exigências geométricas e de estabilidade dimensional;

•Uniformidade de aspeto;

•Reação ao fogo;

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•Resistência aos agentes químicos;

•Economia, durabilidade e facilidade de manutenção e reparação.

Das exigências acima expostas as que assumem um caráter mais importante


são o comportamento mecânico, a estanquidade à água, o comportamento
térmico e a durabilidade.

➢ Pormenor construtivo

➢ Síntese

A ausência ou insuficiência de pormenorização nos projetos, a reduzida formação


específica da mão-de-obra, a adoção de novos materiais complementares com
desconhecimento do seu comportamento e princípios de utilização e a
desadequação da geometria de algumas coberturas ao sistema em análise,
poderão constituir causas principais de anomalias. As soluções de cobertura
deverão manter-se eficazes ao longo do tempo, evitando que seja a cobertura a
principal fonte de degradação dos edifícios, como frequentemente se verifica.

27
Pormenor 10 – Caleira interna

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

A caleira é um elemento construtivo composto por um cano entrecortado ao longo


do beiral de um telhado, a sua finalidade é a drenagem de águas pluviais que
caem da cobertura, seja ela plana ou inclinada. As caleiras podem ser parte da
parede, constituindo uma saliência, em forma de aba que acompanha o beiral e,
nestas situações o material constituinte é o mesmo material usado nas paredes
(geralmente argamassa) e uma tela de impermeabilização, visto que a
estanquidade da argamassa, em contato com a água, é muito baixa e nestas
situações, a caleira é designada por caleira interna. Porém, as caleiras também
podem ser feitas de metal ou material plástico (PVC) cuja ligação à parede é feita
através de consolas de aço.
As caleiras têm como principal função impedir as infiltrações de água nas
coberturas que podem depois causar fissuração e/ou degradação das mesmas.
De um modo geral a água da chuva cai da cobertura para a caleira interna, onde
depois é escoada através de uma tubagem (tubo de queda) para um coletor.

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➢ Exigências funcionais e de comportamento

•Estanquidade à água;

•Suscetibilidade de condensações;

•Comportamento ao gelo-degelo;

•Resistência mecânica a ação do vento;

•Economia, durabilidade e facilidade de manutenção.

➢ Pormenor construtivo

➢ Síntese

A má execução das várias fases de conceção da caleira poderá provocar danos


que, a longo prazo, podem ser irreversíveis. Deve-se, deste modo, ter muito
cuidado na instalação da tela de impermeabilização, pois é deste passo que
podem surgir muitos problemas que colocarão em causa a durabilidade da
solução construtiva. Deste modo, é necessário garantir que se dobre a tela até ao
rufo dilatado de modo a não deixar espaço para a infiltração de água que, pode
vir a causar condensações e, consequentemente, provocar degradação da parte

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inferior da tela. Deve-se, também, ter o cuidado de se limpar frequentemente a
caleira de modo a não haver entupimentos que, a longo prazo, acabam por
interferir no percurso da água e acabaram por colocar em causa a sua
durabilidade.

Pormenor 11– Revestimento em pedra natural

➢ Caracterização dos materiais, soluções, tecnologia e processo de construção

Os revestimentos são elementos decorativos que têm como função fornecer


isolamento térmico bem como contribuir para uma melhor impermeabilização do
edifício.
Os revestimentos em pedra natural, tal como nome indica, são elementos
construtivos constituídos, maioritariamente, por rochas (pedras naturais) que
podem ser encontradas em abundância na natureza, tais como: granito, basalto,
xisto, entre outras.
Devido à sua elevada resistência mecânica, permanecem inalteradas ao desgaste
ao longo do tempo e são, na maioria das vezes, usadas para revestir a parte
exterior de habitações.
Estes elementos construtivos podem ser executados sobre uma base de cimento
e reforçados com uma malha de fibra de vidro, evitando o risco de possíveis
destacamentos.

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➢ Exigências funcionais e de comportamento

•Segurança;

•Compatibilidade;

•Proteção em relação à água;

•Conforto térmico e acústico;

•Conforto visual;

•Durabilidade.

➢ Pormenor Construtivo

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➢ Síntese

Deve-se considerar a disposição correta dos revestimentos, especialmente as pedras e sua


união com a parede estrutural. Para promover uma melhor adesão e fixação, devem ser
utilizados fixadores e cimento/argamassa cola de alta resistência e espera-se reforçar a sua
colocação, como abordado no não ponto, por meio de uma malha de vidro, devido ao
revestimento exterior ser afetado pelo vento.

Da mesma forma, outra preocupação a ter em conta refere-se ao correto faseamento com
que as várias camadas que suportam um revestimento são colocadas para não haver
formação de condensações que são a principal causa de deterioração interna da parede e do
revestimento. Bem como, a compatibilidade entre eles e a boa fixação de todos os elementos
da parede considerado, para a passagem de água para o interior e/ou suporte do
revestimento.

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Síntese Final
Detalhamento é essencial para garantir bons resultados em construção civil sem surpresas
indesejadas, por meio de estudo focado no detalhe específico, antevendo problemas
possíveis. Assim, pode-se dizer que minuciosa especificação reflete na durabilidade do
edifício livre de problemas. Falta de tais cuidados e ausência de descrição precisa de
execução constituem combinação que resultará no mau desempenho de soluções. O cerne
da questão está na definição detida do que precisa acontecer em cada etapa para evitar
falhas improdutivas no futuro. Com planejamento detalhista e antecipação de obstáculos, a
qualidade se mantém alta ao longo de toda a jornada de construção.

O detalhamento pormenorizado de áreas singulares é privilegiado, já que são nestes locais


que as probabilidades de ocorrência de anomalias são mais elevadas. Tais zonas, muitas
vezes negligenciadas por serem pontuais, exercem, contudo, influência determinante no
desempenho global da solução projetada, na medida em que prejudicam habitualmente o
comportamento térmico e a estanqueidade do edifício. Os projetos visam assim evitar
improvisações durante a execução sempre que surgem imprevistos. Esta minúcia e
profundidade de pormenor tornam o projeto mais nítido nos objetivos e finalidades a alcançar,
acabando por otimizar a aplicação do tempo de construção.

33
Bibliografia

https://www.apfac.pt/eventos/seminario_patologias_de_sistemas_de_isolamento_termico_p
elo_exterior_2015/01%20VPFreitas.pdf

https://engenhariacivil.wordpress.com/2007/05/21/sistema-capotto-etics/

https://www.researchgate.net/profile/Jorge-Brito-
13/publication/281825937_Caixilharias/links/55f9bcf308aeafc8ac284c2a/Caixilharias.pdf

http://pormenoresconstrutivos.cype.pt/

https://www.researchgate.net/publication/282183828_Pavimentos_Aligeirados_de_Vigotas_
Pre-esforcadas

https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395137860516/dissertacao.pdf

https://paginas.fe.up.pt/~jmfaria/TesesOrientadas/MIEC/JoaoBentopdf/Patologias_RevestCe
ramicos.pdf

https://www.ceramicatorreense.pt/pt/suporte-tecnico/aplicacao-telha-canudo/telhao-para-
telha-canudo/

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https://www.apfac.pt/documentos-tecnicos/

https://www.danosa.com/pt-pt/danotherm-etics-pormenores/

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