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O Apartheid
O Apartheid
2o bimestre – Aula 04
Ensino Médio
● Apartheid na África do Sul. ● Identificar as políticas
racistas e segregacionistas
da minoria branca na África
do Sul;
● Investigar os mecanismos
de repressão, censura e
perseguição empregados
durante o regime do
apartheid;
● Analisar a resistência negra
contra o apartheid e seus
desdobramentos.
Todos falam!
Apartheid significa “separação” em africâner (ou africânder – língua dos brancos).
Ao observar as imagens da África do Sul atual, o quanto existe de permanência do
regime racista combatido por Nelson Mandela? Discutam!
15 MINUTOS
IMAGENS: A indignidade diária do apartheid
A Lei de Reserva dos Benefícios Sociais, de 1953, determinou que locais públicos
seriam reservados para determinada raça, criando, entre outras coisas, praias,
ônibus, hospitais, escolas e universidades para brancos e não brancos. Placas com os
dizeres “apenas para brancos” tiveram seu uso difundido em locais públicos, incluindo
até mesmo bancos de praças. Sob a mesma legislação, o governo se isentava da
responsabilidade de oferecer serviços públicos da mesma qualidade para todos os
cidadãos. Aos negros eram fornecidos serviços de qualidade muito inferior àqueles
prestados aos brancos e, em menor medida, àqueles prestados aos indianos e aos
mestiços. Em 1956, a discriminação racial no local de trabalho foi formalizada.
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A África do Sul tornou-se um país isolado do
mundo, condenado pela ONU e pela opinião
pública mundial. Em fins dos anos 1980, o
governo sul-africano preparou o fim da política
racista. Em 1990, Nelson Mandela foi libertado
e, em 1994, eleito presidente do país. O
apartheid chegava ao fim, mas não suas
permanências.” (VAINFAS, 2018).
10 MINUTOS
TEXTO 1. O Massacre de Sharpeville
“Em reação a esse conjunto de leis separatistas, a oposição ao apartheid tomou
forma e o Congresso Nacional Africano lançou uma campanha de
desobediência civil, que foi respondida com mais violência. Em 1960, o CNA
organizou uma campanha antipasses – o negro que era pego sem o seu passe,
um livrinho de quase cem páginas, era preso e punido. Em 21 de março, uma
multidão de voluntários foi arregimentada para se apresentar sem seus passes
em frente à delegacia de polícia de Sharpeville, em uma demonstração pacífica
de resistência. A manifestação foi reprimida com extrema violência, gerando 67
mortos. Como forma de repressão, o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson
Mandela, foi preso e condenado à prisão perpétua. O Massacre de Sharpeville,
como ficou conhecido, provocou protestos no país e no exterior.” (PINTO, 2007,
p. 398).
TEXTO 2. A Revolta de Soweto
“Em 16 de junho de 1976, estudantes negros protestavam por causa da
obrigatoriedade de aprender o afrikaans, língua oficial dos africânderes,
nas escolas. A polícia disparou contra os estudantes e dezenas de
jovens perderam suas vidas. O dia marcou um ponto importante na luta
contra o governo racista e criou uma nova consciência política na
juventude sul-africana. Nos meses seguintes, as revoltas estudantis,
com apoio de moradores, proliferaram-se nos guetos sul-africanos, e o
governo reprimiu violentamente os levantes. A série de rebeliões,
conhecidas como Revolta de Soweto, não teve precedentes em escopo
e duração. Na medida em que a revolta se expandia geograficamente,
aprofundava-se sociologicamente [...]. Continua...
A Revolta de Soweto foi propiciada pelo fortalecimento da militância negra
contra o apartheid, durante a primeira metade da década de 1970. A geração
dos anos 1950, no limbo após a violência do governo no Massacre de
Sharpeville, deu lugar a uma geração nova, originada na cena urbana. A
política educacional do apartheid que, em 1959, segregou o estudo
universitário no país, propiciou o nascimento do movimento Consciência
Negra, no final dos anos 1960. Estudantes universitários segregados nas áreas
rurais das homelands se organizaram e criaram, em 1969, a South African
Students Organization (SASO), ligando estudantes às universidades negras e,
em 1972, a Black People’s Convention (BPC). Nenhuma das duas
organizações esteve diretamente envolvida com a Revolta de Soweto, mas os
estudantes de Ensino Médio (Secondary Schools), que iniciaram os protestos
sem uma liderança estabelecida, foram influenciados por essa tradição
intelectual [...].” (BRAGA, 2011, p. 68-69)
FONTE 1. Fotos
Estudantes durante os protestos contra a
imposição do africâner como meio de
instrução nas escolas. Ao lado, dois
estudantes ajoelhados diante da polícia,
com as mãos para cima enquanto
mostram o sinal de paz. Soweto, África
do Sul, 16 de junho de 1976. Fotos:
Arquivos Mike Mzileni Baileys e Jan
Hamman.