"O que brilha com luz própria ninguém pode apagar" (Pablo Milanés)
A verdadeira Gestalt-Terapia não existe em nenhum castelo ou igreja, é uma prática
viva, em permanente construção e nenhuma "igreja" é dona dessa abordagem. A Gestalt-Terapia é permanentemente recriada por seus praticantes sérios, se renova permanentemente sem perder os seus pilares constitutivos que não deixam margem para qualquer ortodoxia. Depois de fundar o Instituto de Gestalt de NY que começou na casa do próprio Fritz e de Laura e depois o de Instituto de Cleveland, Fritz fez uma viagem pela Europa e Japão, deixando os institutos e seus clientes particulares com alguns dos seus seguidores dos tempos dos primórdios em NY. Ao voltar de viagem Fritz se instalou em Esalen (Esalen Istitute) e renovou significativamente seu modo de ver e atuar e assim viveu até a fase mais madura em Lake Cowichan no Canadá. Não faria sentido ao espírito inteligente e inquieto de Fritz limitar-se ao passado em NY, ele não se limitou ao que estava no livro "Gestalt-Terapia" (PHG) ou a qualquer suposto compromisso com antigos colaboradores. Fritz evoluiu, mudou sem perder obviamente o essencial do que assimilou em todo seu percurso de vida. Assim sendo, não pode existir sob a perspectiva do fundador da Gestalt-Terapia um dogma ou mesmo um “Livro Sagrado” da Gestalt-Terapia, pois livros sagrados falam de verdades eternas e imutáveis. Ainda em Esalen Fritz enfatizava que naquele momento, aquele era seu modo de ver psicoterapia, mas que ele poderia mudar e, para ele, isso era óbvio, pois estagnação é morte e vida é mudança, criação, movimento, amadurecimento. Fritz não era um dogmático, era uma pessoa pronta para crescer e rever seus conceitos. Estiveram com Fritz , e também com outros Gestaltistas, convivendo aprendendo com ele, personalidades como Jim Simkin, Barry Stevens, Joseph Zinker, Erving Polster, Bob Resnick, Claudio Naranjo, Gary Yontef e inúmeras outras pessoas. Foi a partir de Esalen que a Gestalt-Terapia ganhou destaque e apareceu de fato como relevante nos EUA, Europa e lá também estiveram fundadores da Gestalt Terapia no Brasil como o saudoso Paulo Barros. Uma Gestalt viva não tem livro sagrado como base, não tem autoridade legitimadora, não tem dogmas. A Gestalt-Terapia tem fundamentos elementares que a caracterizam como tal, como totalidade coerente, mas estará sempre aberta à criatividade daqueles que a praticam. A Gestalt-Terapia não depende de nenhuma “igreja” e seus pastores iluminados para existir, é viva e seus praticantes autênticos têm luz própria. Jean Clark Juliano no XX Encontro Internacional de Gestalt-Terapia, contando o que aconteceu no Brasil diz: "foram muitas Gestalts", "foram tantas Gestalts quanto foram os Gestaltistas". Jean ainda incita para que não haja limites na construção do futuro. Repetindo: “"O que brilha com luz própria ninguém pode apagar" (Pablo Milanés).