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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA

Anatomia Vegetal – IB610

Prof. Dr. Luiz Ricardo dos Santos Tozin

Seropédica
Aulas teóricas
• Quinta-feira: 13h – 15h (T1)
• Quinta-feira: 15h – 17h (T2)
• Sexta-feira: 08h – 10h (T3)
• Sexta-feira: 10h – 12h (T4)

Aulas práticas
• Segunda-feira: 14h, 15h (Sala 53)
• Terça-feira: 08h, 10h, 13h, 15h (Sala 29/53)
• Quarta-feira: 08h, 10h, 13h, 15h (Sala 53)
Bibliografia
• APEZZATO da GLÓRIA, B. & CARMELLO-GUERREIRO, S.M.C.
(eds.) 2022. Anatomia Vegetal. Viçosa, Ed. UFV, 422p.
• CUTTER, E. G. 1986. Anatomia Vegetal. Parte 1. Células e Tecidos.
São Paulo, Tradução Roca, 2°ed., 304p.
• CUTTER, E. G. 1987. Anatomia Vegetal. Parte2. Órgãos. São Paulo,
Tradução Roca, 336p.
• ESAU, K. 1988. Anatomia das Plantas com Sementes. São Paulo,
Edgard Blucher, 293p.
• RAVEN, P. H; EVERT, R. F. & EICHORN, S. E. 2001. Biologia
Vegetal. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan S.A., 6°ed., 906p.
Bibliografia

APEZZATO da GLÓRIA, B. & CARMELLO-GUERREIRO, S.M.C. (eds.) 2022. Anatomia


Vegetal. Viçosa, Ed. UFV, 422p.
Cronograma
Avaliações

Prova teórica 1 (10,0) + Prova teórica 2 (10,0) + Avaliação Prática (10,0) =


30,0 / 3 = 10,00

Prova teórica 1: 01 e 02 de junho


Prova teórica 2: 13 e 14 de julho
Prova prática: 17, 18 e 19 de julho

Prova Optativa: 27 e 28 de julho


Morfologia

• Ciência comparativa - examina estruturas em diversos grupos (da mesma ou de


diferentes espécies) e faz comparações → implicações taxonômicas, evolutivas,
funcionais, etc.
• Morfologia vegetal estuda as estruturas vegetais em várias escalas: morfologia
externa, anatomia, histologia e citologia

Fotos: Luiz Ricardo Tozin


Anatomia vegetal???
Objetivos:
-Constituição de órgãos e tecidos;
-Origem dos órgãos/tecidos;
-Relação com fisiologia;
-Busca de informações taxonômicas;
-Entendimento de relações patógeno-
hospedeiro;
-Propriedades nutricionais;
-Toxicidade;
- Etc...

Estudo da estrutura interna dos órgãos vegetativos


e reprodutivos das plantas
Fotos: Tatiane Rodrigues
Técnicas para o Estudo Anatômico

Fotos: https://pixabay.com/pt
Fotos: https://pixabay.com/pt
Fotos: https://pixabay.com/pt

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012 Foto: Luiz Ricardo Tozin

Microscopia de luz Microscopia eletrônica de


transmissão
Anatomia vegetal: cortes finos de tecido vegetal ao
microscópio de luz

Objetivos

Técnicas
Fotos: https://pixabay.com/pt
I. Coleta e Fixação de Material Vegetal

Fixador
H2O

Em Laboratório = Trabalhos com


material fresco ou fixado
Fotos: https://pixabay.com/pt
Material Vegetal
(campo / experimento)

Coleta

Foto: https://pixabay.com/pt
Material Fresco Material Fixado
Foto: Tatiane Rodrigues

Fixação: deve deter todos os processos vitais, especialmente autólise;

Fixadores: substâncias químicas (ou agentes físicos) - FAA, glutaraldeído, solução de


Karnovsky, nitrogênio líquido, etc
II. Preparo Convencional de lâminas

1. Seccionamento de Amostras

Principais Planos de Corte


a. Transversal: Perpendicular ao maior eixo do
órgão.
b. Longitudinal: Paralelo ao maior eixo do
órgão.
c. Paradérmico: paralelo à superfície
do órgão.

Fotos: https://morfoanatomiavegetal.wordpress.com/cortes-histologicos/

Foto: Tatiane Rodrigues


III. Coloração dos cortes

A. Sem Coloração

Fotos: Luiz Ricardo Tozin


B. Coloração com Safrablau = Safranina + Azul de Astra
paredes celulósicas coram-se de azul
paredes lignificadas coram-se de vermelho

Fotos: Tatiane Rodrigues


Testes histoquímicos

Foto: Shelly Favorito


Foto: Luiz Ricardo Tozin
Reagente de Nadi Sudan IV
(Terpenos) (Lipídios)

Foto: Tatiane Rodrigues Foto: https://pixabay.com/pt Foto: Luiz Ricardo Tozin


Acetato cúprico Lugol Cloreto Férrico
(Resina) (Amido) (Compostos fenólicos)
Estudo de células vivas – transgenia
com proteínas fluorescentes

Fotos: Luiz Ricardo Tozin


UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA

Célula

Prof. Dr. Luiz Ricardo dos Santos Tozin

Seropédica
Célula: conceito e histórico

• Unidades estruturais e funcionais que constituem os seres vivos;

• Robert Hooke (1665) – descreveu a célula vegetal (do latim


cellula = pequena cela).

Células do corte de cortiça = célas ou clausuras dos

Foto: https://www.biography.com/scholar/robert-hooke conventos.


Célula Vegetal
Características típicas da
célula vegetal ??? Parede celular
Plastídios
Vacúolos

Fotos: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


1. Parece celular

• Nos vegetais o constituinte principal é a celulose


• Envolve externamente o protoplasto dando forma e proteção a célula.

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012

• Importância biológica da parede celular:


• Sítio de enzimas/proteínas
NÃO É
• Proteção contra microorganismos/patógenos
INERTE
• Controle do volume celular
• Importância econômica da parede celular:
• Alimentos
• Medicamentos
• Madeira
• Papel
• Tecidos
• Fibras (algodão, linho, cânhamo
• Construção civil e distintos produtos madeireiros
• Polissacarídeos extraídos e modificados (plásticos, tintas, filmes, adesivos e
géis)

Fotos: https://pixabay.com/pt
Constituição

Constituição Básica: Microfibrilas de Celulose


+
Polissacarídeos não-celulósicos (hemicelulose e pectina)

moléculas glicose
de celulose

microfibrila de celulose Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012

Muitas outras substâncias são encontradas na parede celular, tais como: proteínas (inclusive
enzimas) , lipídios (suberina, cutina, cera), lignina, sílica e cristais.
Síntese de microfibrilas de
celulose
• Em complexos enzimáticos com formato de
rosetas na membrana plasmática (Celulose-
sintase);
• Cada roseta = extrusão de uma microfibrila de
celulose;
• Microtubulos = direcionam a deposição das
microfibrilas.

Foto: Raven 2001


Síntese de polissacarídeos não-celulósicos: Pectina e Hemicelulose
• Nas cisternas do Golgi;
• Vesículas derivadas do Golgi se fundem com a membrana plasmática.

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Parede Celular Primária
• Primeira parede a se formar; pode ser a única que permanece;
• Microfibrilas de celulose em arranjo entrelaçado;
• Alto teor de água = 65%;
• Polissacarídeos (celulose, hemicelulose, pectina)
e proteínas;
• Impregnações: suberina, cera, cutina, etc.

Lamela média
• Camada de material cimentante de natureza
péctica;
• Adesão entre células vizinhas.

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Parede Celular Primária

Núcleo
Citoplasma

Parede Celular
Lamela Média

Foto: Raven 2001

Fotos: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Parede Celular Secundária
• Internamente à parede primária;
• Microfibrilas de celulose em arranjo ordenado;
• 3 camadas: S1, S2, S3 (Diferentes orientações
da deposição de microfibrilas);
• Teor de água reduzido;
• Matéria seca = polissacarídeos (celulose,
hemicelulose) e lignina;
• Ausência pectina;
• Morte da célula.

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012 Foto: Raven 2001


Parede Celular Secundária

microfibrilas em
arranjo ordenado

microfibrilas em
arranjo entrelaçado

Foto: Raven 2001

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


CORANTE SAFRABLAU → Safranina + Azul de Astra
Paredes primárias e celulósicas – Azul
Paredes secundárias e lignificadas - Vermelho

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Formação e crescimento
da parede celular

• Formação do fragmoplasto durante a


telófase;
• Placa celular;
• Porções do retículo endoplasmático
permanecem na região equatorial da
célula em divisão = plasmodesmo.

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Estruturas especiais da parede celular
1. Campos de pontoação primários (CPP)
• Regiões da parede primária caracterizada pela menor deposição de microfibrilas de celulose;
• Plasmodesmos: canalículos revestidos por citoplasma;
• Desmotúbulos: porção do R.E. que atravessa o plasmodesmo;
• Função: comunicação intercelular.
Conexão do citoplasma de células vizinhas via plasmodesmos = SIMPLASTO.

Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Campos de pontoação
Regiões da parede primária onde ocorre menor deposição de microfibrilas de
celulose

campo de
pontoação

plasmodesmo Campo de pontoação

Microscopia eletrônica Microscopia óptica

Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


2. Pontoações
• Regiões da parede celular secundária onde não ocorre deposição de material de parede;

• Nessa região, a parede primária não é recoberta pela parede secundária.

Fotos: AWA 1989


Fotos: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012
Pontoação

Geralmente, onde está presente o campo primário de pontoação, nenhum material de parede é
depositado, dando origem à pontoação na parede secundária.

Esclereíde – vista frontal Esclereíde – vista lateral

Fotos: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


2.a. Pontoações simples 2.b. Pontoações areolada
• Interrupção da parede • Parede secundária se arqueia
secundária; sobre a cavidade da pontoação
= câmara da pontoação.
• Membrana da pontoação =
parede celular primária + lamela
média de células adjacentes.

Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


3. Paredes labirínticas
• Projeções da parede para dentro do citoplasma;
• Gera o aumento da parede celular e da membrana plasmática.

Foto: Luiz Ricardo Tozin


Impregnações da parede celular

Cutinização - cutina

Suberificação - suberina

Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012


Impregnações da parede celular

Mineralização – Lignificação - lignina


substâncias minerais
Plastídios
• Envolto por duas membranas lipoproteicas;
• Matriz: estroma; contém DNA e RNA, ribossomos e enzimas;
• Tilacóides: invaginação da membrana interna;
• Origem = proplastídios (pequenos, sem cor, amido e lipídios);
• Autoduplicação por fissão binária.
• Ciclose

Foto: Appezzato-da-Gloria & Carmello-Guerreiro 2012

Estroma: basicamente proteico, com todas enzimas


Foto: Luiz Ricardo Tozin responsáveis pela redução do carbono.
Teoria da Endossimbiose

• Origem dos cloroplastos;


• Cianobactéria englobada por uma célula
eucariótica precursora;
• Organelas com material genético circular e
capacidade de autoduplicação.
Classificação dos plastídios
• Classificados de acordo com a substância acumulada:
a) cloroplastos: clorofila (numerosos e diversificados em folhas)

Foto: https://pixabay.com/pt

Foto: https://pixabay.com/pt

Foto: Acervo LAV-UFRRJ

Função: Fotossíntese Foto: Acervo LAV-UFRRJ


Localização: órgãos verdes fotossintetizantes
b) cromoplastos: pigmentos carotenóides

Funções:
Atração de polinizadores e
dispersores de sementes.
Foto: https://pixabay.com/pt

Pigmento acessório na
fotossíntese.

Proteção contra a fotoxidação

Foto: Acervo LAV-UFRRJ


c) leucoplastos: sem cor
- amiloplastos: amido

Foto: Raven 2014 Foto: Luiz Ricardo Tozin


Teste histoquímico com Lugol

Sem tratamento Reação com Lugol


Fotos: Acervo LAV-UFRRJ
c) leucoplastos: sem cor
- elaioplastos ou oleoplastos: lipídios

Funções:

Atração de polinizadores e dispersores de


sementes.

Defesa contra herbivoria


Foto: Luiz Ricardo Tozin

Teste com o reagente Sudan IV


Plastídeos
Organela Substância Função

Cloroplasto Clorofila Fotossíntese


Atração de polinizadores e
dispersores de sementes
Cromoplasto Carotenóides
Fotossíntese (como
pigmento acessório)

Reserva energética
Amiloplasto Amido

Atração de polinizadores e
dispersores de sementes
Elaioplasto óleo
Defesa química contra
herbivoria
Diferenciação dos plastídeos

LUZ

Raven 2001
Próxima Aula:
Citologia: Sistema de endomembranas, conteúdos
citoplasmáticos e vacuolares

Capítulo 2
APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B; CARMELLO-GUERREIRO, SM. (2012). Anatomia
Vegetal. 3a. ed. UFV, Viçosa.
Obrigado!!!

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