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Centro Universitário do Rio Grande do Norte

Curso de Psicologia
Disciplina: Teoria Existencial-Humanista
Prof.ª Me. Mariana Cela
VIKTOR EMIL FRANKL
(1905-1997)
• Nasceu na Áustria, Judeu.
• Psiquiatra, Neurologista e Doutor em
filosofia.
• Foi diretor do hospital psiquiátrico
em Viena e Professor de Neurologia
da Universidade de Viena.
• Foi professor visitante em 4
universidades americanas e fundou
na Califórnia o 1º Instituto de
Logoterapia.
• Publicou 32 livros que foram traduzidos em mais de 30
idiomas.
VIKTOR EMIL FRANKL
(1905-1997)
• Aos 15 anos começou a se corresponder com Sigmund
Freud.
• 1924 (com 19 anos) Frankl teve um artigo publicado por
Freud na revista internacional de psicanálise
• Teve como principal influência a psicologia individual de
Alfred Adler (aos 20 anos publicou seu segundo artigo na
Revista Internacional de Psicologia Individual)
• Também sofreu influências de Karl Jaspers, Heidegger,
Biswanger, Scheler e Buber.
• Tentou se afastar das infuências da psicanálise para
escutar e aprender com os pacientes o que os fazia
melhorar.
• Freud “No momento em que se interroga sobre o sentido
e sobre o valor da vida já se está doente”
• O que contrasta radicalmente com Frankl, que vê
nesta preocupação uma manifestação de saúde do ser
humano
• Em 1926 Frankl apresentou um trabalho no qual defendia
que a neurose pode ser um indício da necessidade profunda
de significado
• O artigo deste trabalho não foi aceito por Adler
• Durante a 2ª guerra mundial sobreviveu a 4 campos de
concentração.
• Ao ser libertado dos campos de concentração (após
quase 3 anos), com 40 anos e 25kg, toma conhecimento
da morte de seu pai, irmão e de sua esposa Tilly
• Tomado pela dor, se isola por nove dias nos quais dita
para um gravador a sua história – o que seria uma
primeira versão do seu livro “Em busca de sentido.
Um psicólogo no campo de concentração”
• Validou sua teoria a partir de sua própria vivência nos
campos de concentração
“Observamos e testemunhamos alguns de nossos
companheiros se portarem como porcos, ao passo que
outros agiram como se fossem santos. A pessoa humana
tem dentro si ambas as potencialidades; qual será
concretizada, depende de decisões, e não de condições”
(Frankl).
• Três fases de seu experimentum crucis (experiência que
demonstra cabalmente a legitimidade de uma teoria):
• Existência Desnuda
• Apatia e morte emocional
• Libertação do campo – alívio, amargura, desilusão e
despersonalização
Principais idéias

• Era contra as posições reducionistas e deterministas


sobre o homem;
• O homem não pode ser reduzido a processos
psicológicos, sociológicos ou somáticos;
• O homem não possui somente a vontade de prazer e de
poder, mas a vontade de sentido – “Quem tiver um por-
que-viver suporta quase sempre o como-viver”
• O homem possui uma dimensão noética/espiritual (além
do processos psicológicos básicos e inclui e capacidade
de valorar, posicionar-se e decidir)
• Espiritual não significa religioso
Principais idéias
• O ser humano é bio-psico-sócio-espiritual;

• Liberdade e responsabilidade - poder-ser (liberdade lhe


abre possibilidades que podem ou não ser
concretizadas)

• Homem capaz de posicionar-se diante dos


condicionamentos da vida;

• Homem como existencialmente frustrado;

• O homem possui a necessidade de engajamento pessoal


para com a vida
Principais conceitos

• Liberdade de vontade: ser que responde; é consciente e


responsável perante algo ou alguém. O homem não é livre
de condições, mas livre para posicionar-se apesar das
condições.

• Vontade de sentido: motivação primária; orientar a vida


para além de si mesmo; é o que impulsiona sua existência.
Principais conceitos

• Sentido da vida: o homem não é empurrado pelos


instintos, mas é arrastado pelo o que tem valor. Encontra
sentido por meio da capacidade de amar, trabalhar e
suportar sofrimento, ou seja, por meio da realização de
valores.

• Vazio existencial: falta de sentido que se manifesta pelo


tédio, falta de interesse e indiferença.
Prática da Logoterapia
• Tem como objetivo ajudar a pessoa a encontrar o seu
sentido.
• Mais importante que as técnicas é o encontro terapeuta-
paciente, a relação estabelecida.
• Terapeuta precisa ser criativo e saber improvisar;
• O método psicoterápico deve ser modificado de acordo
com a individualidade do paciente e a personalidade do
terapeuta
• Ampliar o campo visual do paciente de modo que se torne
visível e consciente o espectro de valores e significados.
• Desbloquear a dimensão noética.
Prática da Logoterapia

• Restabelecer a capacidade do indivíduo de amar, trabalhar


e suportar um sofrimento.
• O homem neurótico focaliza naquilo que não pode
modificar, mas o homem saudável transcende sua
facticidade e se liberta
• Frankl propõe o uso do diálogo socrático.
• Esse diálogo parte de questionamentos que leva o
paciente a dar conta de si mesmo (Que ocorreria se?
Qual poderia ser? Qual deveria ser?)
Prática da Logoterapia

• Quatro fases do tratamento:


• Autodistanciamento – distanciamento entre paciente e
sintoma
• Mudança de atitude – construir novas e positivas
atitudes com relação aos fatores negativos imodificáveis
• Redução do sintoma
• Orientação para o sentido – descobrir os fatos positivos
que podem preencher a situação pessoal
Prática da Logoterapia

•Não se pode pretender aplicar a todos os casos; ex.:


• Quando se está diante da culpa, sofrimento e morte,
“não se dá um autodistanciamento dos sintomas (quem
poderia distanciar-se da dor, da culpa e da morte?); aqui
já não se dá uma redução dos sintomas (quem poderia
desfazer o feito?); porém sempre se dá a escolha de uma
atitude frente a eles (segunda fase) e sempre se dá o
desenvolvimento de outras possibilidades intactas de
sentido (quarta fase)”
Prática da Logoterapia
Paciente: Há dois anos que minha esposa faleceu; amava-a
sobre todas as coisas, e ainda não consigo superar essa perda.
Bem sei que o senhor não pode ajudar, e muito menos
ressuscitar minha mulher. E receitar-me um calmante, isso até
eu o posso fazer.
Frankl: Caro colega, diga-me apenas o seguinte: que teria
acontecido se, em vez dela, tivesse sido o senhor a falecer
primeiro?
Paciente: Isso teria sido horrível para ela. Teria sofrido muito.
Frankl: Como o senhor vê, essa dor foi poupada à sua esposa,
e foi o senhor que a protegeu do sofrimento, mas a este
preço: agora tem de chorá-la e sofrer sua ausência.

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