Você está na página 1de 35

Conheça os principais fundamentos

da teoria psicológica capaz de auxiliar


de forma completa na compreensão
dos problemas atuais do indivíduo
contemporâneo.
A Logoterapia é a terapia através do
sentido, é a cura através do significado.
Sumário
Aperte nos números para ir às páginas

Introdução

O que é Logoterapia?

A Logoterapia é reconhecida como teoria psicológica?

Quem criou a Logoterapia?

Crítica ao reducionismo

Como a Logoterapia enxerga o homem?

3 fases do reducionismo

Ontologia dimensional

Sobre a dimensão noética

Alguns dos principais conceitos da Logoterapia

Gostou?

Dr. Alberto Nery

Referências
Introdução
Nem sempre as grandes demandas do indivíduo contemporâneo, tais como
a Depressão, Ansiedade, Vazio, Vícios e Stress, tem como origem traumas
na infância, crenças limitantes, comportamentos desajustados, disfunções
hormonais ou herança genética.

Segundo a Logoterapia, as crises existenciais também podem figurar entre


os principais gatilhos para esses problemas.

Viktor Frankl, o criador da Logoterapia, disse que as crises existenciais estão


entre os principais motivos que levam multidões às clínicas na contempo-
raneidade.

E eu criei esse material exclusivo para você, que tem dentro de si uma busca
incessante de conhecimento e o interesse em compreender melhor o indiví-
duo e assim conseguir ajudá-lo.

Esse material com certeza vai te deixar muito mais próximo dos conceitos e
fundamentos da Logoterapia.

Espero que goste!

↑ Voltar para sumário 3


O que é Logoterapia?

A Logoterapia é conhecida como a Psicologia do Sentido da Vida por ser uma


teoria psicológica que se fundamenta na busca por um significado.

A palavra Logoterapia, deriva-se de 2 vocábulos gregos.

Logos: um dos seus significados é Sentido.

Therapeia: tratamento ou cura para uma determinada disfunção ou problema.

“A Logoterapia, ou, como tem sido chamada por alguns autores, a “Terceira
Escola Vienense de Psicoterapia”, concentra-se no sentido da existência hu-
mana, bem como na busca da pessoa por este sentido.” (EBS p.48)

Frankl dá uma ênfase maior a um dos significados do termo “Logos”, que


é “Sentido”.

E é a partir desse conceito, que ele vai nomear a sua teoria: Logoterapia,
a terapia do sentido.

Porque esta se concentra no sentido e na busca do sentido da exis-


tência humana.

Portanto, a Logoterapia é a terapia através


dos sentidos, a cura através do significado.

↑ Voltar para sumário 4


A Logoterapia é reconhecida como
uma teoria psicológica?

Essa é uma dúvida comum. Pelo fato de ainda não ser muito conhecida
no Brasil, alguns pensam que a Logoterapia não é reconhecida nos meios
científicos da Psicologia. Muitas pessoas chegam a confundir a Logoterapia
com uma teoria religiosa, pelo simples fato de que ela permite e fornece
ferramentas para o diálogo e a compreensão das crenças religiosas e da
espiritualidade dos pacientes.

Entretanto, a Logoterapia não é uma teoria religiosa e sim uma teoria psi-
cológica, pois preenche as 4 instâncias de uma teoria psicológica:

1. Cosmovisão: Um ponto de partida objetivo com relação a como se vê o


mundo e as correntes filosóficas que sustentam a teoria.

2. Antropologia: Clareza sobre a maneira como o ser humano é visto den-


tro de seus pressupostos teóricos.

3. Psicopatologia: Uma noção clara do processo saúde-doença dentro de


suas referências, bem como uma classificação psicopatológica particular.

4. Métodos/Técnicas: Formas práticas de se aplicar a teoria, empiricamen-


te testadas e pesquisadas nos últimos 70 anos.

↑ Voltar para sumário 5


Ao contrário das teorias religiosas que geralmente não atendem as ins-
tâncias 3 e 4 (Psicopatologia e Métodos/Técnicas), a Logoterapia atende a
todas as instâncias de maneira muito clara e bem definida.

Além disso, a Logoterapia parte de um pressuposto científico para ancorar


sua cosmovisão e antropologia, enquanto as correntes de pensamento re-
ligiosas partem de pressupostos teológicos/doutrinários.

E sim! O CFP (Conselho Federal de Psicologia do Brasil) reconhece a Logote-


rapia como uma teoria psicológica.

↑ Voltar para sumário 6


Quem criou a Logoterapia?

Viktor Frankl, autor do best-sel-


ler ‘’Em Busca de Sentido’’, que
vendeu mais de 16 milhões de
exemplares ao redor do mundo,
foi o criador da Logoterapia.

Ele nasceu no dia 26/03/1905,


em Viena e foi psiquiatra e neu-
rologista de formação, e psicó-
logo por vocação. Viktor Frankl

Frankl nasceu em 1905 na cidade de Viena que, na época, já era o berço


da Psicologia clínica.

Desde muito cedo, demonstrava talento e interesse pela Psicologia.

Prova disso é que seu trabalho de conclusão do ensino médio (veja


bem, de ensino médio!) teve como tema: “Sobre a Psicologia do Pensa-
mento Filosófico”.

Foi mais ou menos nessa época, por volta dos anos 20, que ele come-
çou a se corresponder com o já famoso psicanalista Sigmund Freud.

↑ Voltar para sumário 7


Nesse momento, Frankl recebe um grande incentivo:

Freud não apenas gosta do que lê nas cartas de Frankl,, como encoraja
o jovem que continue a escrever, ao aceitar um artigo de Frankl para ser
publicado em sua famosa revista de Psicanálise.

Mas, o interesse de Frankl pela psicanálise mudou com o passar do tem-


po, e ele começou a aderir a Psicologia Individual de Alfred Adler.

Frankl começou a frequentar as aulas de Adler e passou a fazer parte do


grupo de estudos sobre a Psicologia Individual.

Em paralelo, já como um estudante de medicina, ele começou a ter suas


próprias ideias a respeito da Psicologia, o que acabou acarretando no
rompimento entre Frankl e Adler.

Em 1926, usou pela primeira vez o termo “Logoterapia”.

Com o decorrer dos anos, Frankl foi estudando e publicando artigos a


respeito da Logoterapia, do sentido da vida, do vazio existencial e outros
temas de seu interesse.

Durante os anos 20, continuou seus estudos e ao mesmo tempo fez um


trabalho social de assistência psicológica junto a outros estudantes e mé-
dicos, que reduziu a zero a taxa de suicídios entre adolescentes em
Viena.

↑ Voltar para sumário 8


Já como um jovem médico, na década de 30, ele trabalhou em um hospi-
tal, numa ala de pacientes que haviam tentado o suicídio. Lá, ele aten-
deu cerca de 3.000 mulheres e, a partir da experiência naqueles anos,
disse que deixou para trás o que aprendeu com Freud e Adler, e passou a
aprender com seus próprios pacientes.

Em 1937 abriu o seu próprio consultório que teve que ser fechado al-
guns meses depois por conta do domínio nazista na Àustria e o início
da perseguição aos judeus. Seu trabalho agora passa a ser limitado aos
pacientes judeus.

Em 1940, recebeu um visto para imigrar aos Estados Unidos e fugir da per-
seguição, mas optou por ficar em Viena para cuidar de seus pais idosos.
Casou-se com Tilly Grosser em 1942, mas a essas alturas, sua vida estava
prestes a sofrer a maior tragédia até então.

Entre setembro de 1942 a Abril de 1945, ele enfrentou a sua via crucis,
tornando-se prisioneiro do regime totalitário nazista e sentindo na
pele suas políticas genocidas, ao passar como prisioneiro por 4 campos
de concentração.

Antes do domínio nazista na Áustria, ele estava vivendo um bom momen-


to em sua vida. Recém-casado, Era um jovem médico muito promissor,
reconhecido pela sua capacidade profissional e acadêmica. Em paralelo
já estava desenvolvendo e divulgando a sua própria teoria, a Logoterapia.

Porém, ao ser libertado do pesadelo dos campos de concentração, ele já


não tinha mais nada.

↑ Voltar para sumário 9


Não tinha mais sua carreira, sua clínica, sua esposa e seus pais.

Engana-se quem acha que Frankl criou a Logoterapia nos campos


de concentração.

Antes mesmo de ser enviado para os campos, ele já havia criado a Lo-
goterapia e, segundo ele, sua teoria acabou sendo testada da forma
mais adversa possível nos campos de concentração.

Ao colocar em prática sua própria teoria, tanto em sua experiência


como na tentativa de ajudar aos outros.

Frankl é testemunha de como a Logoterapia mostrou-se eficaz em


ajudar o indivíduo a encontrar sentido para a vida, mesmo em
meio ao sofrimento e total privação.

Alguns meses depois de voltar para sua cidade, ainda entre as ruínas
do pós-guerra, em 1946, Frankl torna-se diretor do departamento de
neurologia da policlínica universitária e professor da Universidade
de Viena.

Ao longo de sua vida, Frankl escreveu 39 livros, 400 artigos, lecionou


em 209 universidades nos cinco continentes e recebeu 29 títulos de
doutor honoris causa.

↑ Voltar para sumário 10


Aos 91 anos de idade, em 21 de outubro de 1996, Frankl lecionou sua última
aula, na Universidade de Viena.

Para a teoria logoterapêutica de Frankl, a vida nunca deixa de ter um senti-


do, mesmo diante das mais difíceis situações e do sofrimento inevitável, foi a
sua própria história de vida, por exemplo.

As bases conceituais e as técnicas que constituem a Logoterapia, te auxiliam


nesse processo de encontrar um sentido para vida e assim superar os trau-
mas e os atuais adoecimentos emocionais, ajudando a pessoa a lidar com o
vazio existencial - e o sofrimento.

↑ Voltar para sumário 11


Crítica ao reducionismo
Ao olhar para as abordagens de sua época, Viktor Frankl faz uma crítica
ao dizer que estavam sendo reducionistas.

‘’O Homem não pode mais ser considerado apenas como uma criatura
cujo interesse fundamental é o de satisfazer as pulsões, de gratificar
os instintos, ou então, dentro de certos limites, reconciliar entre o id,
ego e o superego…

..nem a presença humana pode ser entendida simplesmente como o


resultado de condicionamentos ou de reflexões condicionadas.’’
(Um Sentido para a Vida - p. 15)

Ou seja…

A crítica ao reducionismo é enxergar no ser humano apenas o fruto


dos seus instintos ou um ser simplesmente que responde aos condicio-
namentos.

Segundo Frankl, faltava algo para uma compreensão mais completa.

Esse algo era uma visão antropológica mais completa que


abrangesse a dimensão espiritual do ser humano, ou,
como ele mesmo chamou, a dimensão noética.

↑ Voltar para sumário 12


Como a Logoterapia
enxerga o homem?
A Logoterapia enxerga o homem de forma tridimensional, como
um ser biopsiconoético.

Ou seja, o homem possui:

• Uma dimensão biológica (união de processos corporais, entre


eles os processos celulares e químicos).

• Uma dimensão psicológica (vai desde os impulsos, sensações e


desejos, até os processos intelectuais e padrões comportamentais
e sociais.

• Uma dimensão espiritual/noético (posturas do ser humano pe-


rante sua porção psicofísica, como, por exemplo: as decisões da
vontade, intencionalidade, interesses práticos e artísticos,
pensamento criativo, religiosidade, senso ético (consciên-
cia moral) e compreensão do valor.)

Nessa dimensão estariam os valores morais, a auto-


transcendência e sentido para a vida.

↑ Voltar para sumário 13


3 fases do reducionismo
Ao olharmos para o indivíduo com essa proposta, devemos tomar alguns
cuidados para não cair no reducionismo que Frankl tanto critica.

Segundo Frankl, existem 3 tipos de reducionismos:

• Espiritualismo: Reducionismo que consiste em fazer todos os fenôme-


nos humanos derivarem da dimensão noética.

• Psicologismo: Reducionismo que consiste em fazer todos os fenômeno


humanos derivarem da dimensão psíquica.

• Biologismo: Reducionismo que consiste em fazer todos os fenômenos


humanos derivarem da dimensão somática.

Para Frankl, o ser humano é formado pelas 3 dimensões integradas.


E qualquer abordagem que isola alguma delas, tende a cair no reducio-
nismo.

Ou seja, ele considera o indivíduo como um ser holístico. Ele chama esse
conceito de Ontologia Dimensional.

↑ Voltar para sumário 14


Ontologia dimensional
Esse termo tem a ver com as 3 dimensões que Viktor nos apresenta:

• Corpóreo (dimensão física)


• Psíquico (dimensão mental)
• Noético (dimensão espiritual)

Essa proposta prevê enxergar o homem como uma unidade apesar


da multiplicidade.

Ou seja, as dimensões física, mental e noética vão se inter relacionar,


mantendo as suas características individuais, mas, formando uma uni-
dade, que é o ser humano.

Para você entender, vou dar alguns exemplos hipotéticos:

• Um trauma emocional (psique) pode gerar uma reação no corpo (bio)


que acaba desencadeando uma depressão de base orgânica.

• Uma doença (bio) pode levar o indivíduo a um estado de depressão


emocional (psique) e levar o indivíduo a se questionar sobre o sentido
da vida (noético).

↑ Voltar para sumário 15


E até mesmo:

• Um questionamento sobre o sentido da vida (noético) pode levar a um sen-


timento deprimido (psique) e desencadear uma depressão orgânica (bio).

• Obviamente são exemplos bem simples, mas servem para ilustrar como
esse tipo de relação pode se articular.

• Hierarquicamente, Viktor Frankl vai dizer que a dimensão espiritual é su-


perior à psíquica, que é superior à física.

Sobre a dimensão noética


Viktor Frankl diz que os outros animais, assim como os seres humanos,
possuem as dimensões físicas e psíquicas.

Mas, a característica que nos distancia dos outros seres é justamente a


dimensão noética, que na sua essência está acima das outras dimensões.

Nessa dimensão estariam:

• Valores morais
• Sentido para a vida
• Autotranscendência
• Capacidade de escolha
• Liberdade para escolher

↑ Voltar para sumário 16


• Consciência de si mesmo enquanto ser autônomo
• Senso de humor
• Espiritualidade

Segundo Frankl, a partir desta dimensão, podem se desencadear as “Neu-


roses Noogênicas”, ou seja, neuroses têm como ponto de partida a dimen-
são noética.

Entre essas neuroses com origem na dimensão noética, estariam as cri-


ses existenciais, tão comum nos nossos tempos.

As crises existenciais podem ter como origem:

- Conflitos de consciência
- Questões existenciais
- Sentidos ou valores

E, como mencionado anteriormente, essas crises podem desencadear pro-


blemas de outras ordens

Por isso as crises existenciais podem ser gatilhos para problemas emo-
cionais como: Depressão, Ansiedade, Vazio, Vícios e Estresse.

↑ Voltar para sumário 17


Alguns dos principais
conceitos da Logoterapia
A Logoterapia encontrou seu lugar na Psicologia, entre as teorias classifica-
das como fenomenológico-existenciais e humanistas, no entanto, apresenta
algumas particularidades que a diferenciam das outras teorias dessas matri-
zes, e fazem dela uma teoria pioneira e inovadora em diversos aspectos.

“... a Logoterapia é habitualmente classificada dentro das categorias da psiquiatria exis-

tencial ou da psicologia humanística. Entretanto quem lê meus livros talvez tenha obser-

vado que faço alguns reparos críticos ao existencialismo, ou ao menos ao que tem sido

chamado de existencialismo”. p.11 (FRANKL, 1978/2005)

A Logoterapia, é uma teoria “aberta à sua própria evolução” (FRANKL,


1978/2005 p.15) e a contribuição de outras teorias psicológicas. Frankl a con-
siderava uma teoria “antidogmática e aberta” (1969/1988 p.197)
e que não tinha interesse em “em formar robôs, nem em
gerar papagaios que só repetem a voz do mestre”.

Considerava-se o “fundador” da teoria, no sentido da-


quele que lançou um fundamento para que outros
continuasse construindo. Em sua visão, a Logoterapia
deveria se configurar como uma “terra de ninguém”.
(1969/1988, p.108)

↑ Voltar para sumário 18


1 Sentido Para a Vida

O eixo central ao redor do qual giram todos os pressupostos teóricos da Lo-


goterapia, é a ideia de que a vida tem um sentido. Segundo Frankl, esta no-
ção surge cedo em sua vida:

“Durante meus anos de juventude, por muito tempo tomei o café da manhã (ou melhor, só o

café) na cama, e em seguida permaneceria na cama por mais alguns minutos, pensando sobre

o sentido da vida e, especialmente, o sentido do dia por vir - melhor dizendo, seu sentido para

mim”. (1996/2010, p.31).

Ele atribui a gênese dessa ideia a uma intuição que surgiu cedo em sua vida:

“É verdade, minha convicção que a vida seja incondicionalmente rica de sentido foi inicialmente

uma intuição, não há razão para admirar-se, que eu era um estudante de escola média supe-

rior”. (1978/2005, p.43)

Boa parte de sua obra é dedicada a fundamentar o conceito do que ele vai
chamar de “Sentido Para a Vida”, tanto justificando a existência do concei-
to, como também fundamentando teoricamente o mesmo.

Com relação ao conceito de sentido para a vida,


Frankl afirma:

a) É relativo na medida em que sempre se relacio-


na a cada pessoa especificamente. “Pode-se dizer que o
sentido difere, primeiramente, de homem para homem e, depois,

de dia para dia e, de fato, até de hora para hora”. (1978/2005, p. 72)

↑ Voltar para sumário 19


b) Os sentidos são mutáveis: “Não pode haver algo como um sentido universal na
vida, mas apenas os sentidos únicos das situações individuais. (1978/2005, p. 75)

c) Passível de ser encontrado ou descoberto por cada indivíduo. Esta é


uma responsabilidade individual. Ninguém pode criar ou inventar o sen-
tido, embora ele possa ser encontrado em atividade que o indivíduo cria.
(1978/2005, p. 81)

d) Embora sejam únicos, podem ser compartilhados: “Há sentidos partilhados


pelos seres humanos transversalmente, nas sociedades e ao longo da história. Eles dizem

respeito a própria condição humana. Esses sentidos são o que entendemos por valores.”

(1969/1988, p.75).

e) Os sentidos nunca faltarão: “A vida não deixa jamais de ter sentido”.

f) Os sentidos podem ser encontrados: “...no criar uma obra ou no completar


uma ação, no fazer experiência de algo ou no encontrar alguém”, mas também “quan-

do nos vemos em uma situação sem esperança, na qualidade de vítimas sem

nenhuma ajuda, mesmo quando enfrentamos um destino que não pode

ser mudado”. (1978/2005, p.41)

g) Essas diferentes formas de se encontrar senti-


do podem ser classificadas como: Valores de Cria-
ção (o que o homem dá ao mundo, sob a forma
de suas obras e criações); Valores de Experiência
(o que o homem recebe do mundo, em termos de en-

↑ Voltar para sumário 20


contros e experiências), e Valores de Atitude (a postura que se adota dian-
te da vida, quando se é defrontado com um destino ao qual não pode mudar).
(1978/2005, p.91)

h) O sentido pode ser encontrado mesmo em meio ao sofrimento: “Se é que a


vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá.” (1946/2008, p.87)

i) O suprassentido é o sentido último que excede e ultrapassa a capacidade


intelectual finita do ser humano. (1993)

↑ Voltar para sumário 21


2 Vontade de Sentido

Assim como existe um sentido para a vida, o ser humano se caracteriza por
ter vontade e necessidade de encontrar o mesmo. É uma característica
fundamental do ser humano:

“A busca por sentido é a motivação primária da vida do homem”. (1946/2008, p.124)

É por essa razão que há tanta evidência


de bilhões de pessoas ao redor do mundo
se queixando do fato de suas vidas não
terem sentido…

Se queixando de crises existenciais e falta de propósito.

No fundo, elas estão ouvindo a súplica da alma e buscando por ajuda, por
alguém que as auxilie no processo de preenchimento de vazio exis-
tencial e às livre desses tormentos emocionais.

Dado isso, te apresento 3 motivos para você dominar


a Logoterapia:

> Você conseguirá usar as técnicas e conceitos da Logoterapia


na sua vida, para viver uma vida com mais sentido, resiliência e
saúde mental.

↑ Voltar para sumário 22


> Você conseguirá compreender melhor a si mesmo, promovendo um
maior autoconhecimento, e poderá compreender melhor as pessoas ao
seu redor.

> Você conseguirá ajudar com mais eficiência as pessoas que te cercam e
que sofrem com problemas existenciais, sendo luz na vida delas.

Veja o que tem a dizer quem já dominou a Logoterapia e hoje está aju-
dando o indivíduo contemporâneo de forma mais completa e eficiente
através do Núcleo de Formação em Logoterapia, nossa Formação:

“ Quando me encontrei com a Logoterapia estava passando por


um momento de questionamento em relação a minha prática
clínica. A abordagem que utilizava para sustentar meu tra-
balho não estava fazendo sentido e me causava mais descon-
forto do que suporte.

Foi nesse momento que me inscrevi para uma série de


palestras gratuitas do professor Alberto.

A partir desse contato inicial tive a certeza de que


a visão de Viktor Frankl estava muito mais ali-
nhada com meus próprios valores.

Foi aí que decidi fazer a formação e tem sido


um investimento, pessoal e profissional, mui-
to proveitoso. Recomendo a todos com inte-
resse de ampliar sua visão acerca do ser huma-
no e do mundo que o cerca, resgatando um olhar
mais humano para a vida.”
- Aline Sabbadini

↑ Voltar para sumário 23


“ Desde que tinha 16 anos, era apaixonada por psicologia, mas até então só conhecia
mais a psicanálise, e quando entrei na faculdade, foi uma identificação muito for-
te, porém sentia que faltava algo, até que conheci a analítica, que me fazia vibrar,
e tinha grande identificação, na época, não havia muitos meios de informações,
sem ser palestras e congressos, nunca havia ouvido falar em logoterapia.

Me formei em fevereiro de 2004 e sempre atuando na abordagem da analítica,


sentia que faltava algo, sempre senti que a psicologia deveria ter mais a oferecer
do que apenas aquilo, e por intuição, eu acabava trabalhando com esse algo a
mais que eu sentia que deveria existir, até que em 2017 em um congresso eu ouvi
falar da logoterapia pela primeira vez, e a partir desse momento, tudo começou
a fazer sentido dentro de mim, inclusive, lidar com alguns pacientes de forma a
buscar um sentido, conhecer cada vez mais a logo estava tendo nexo pra mim
e comecei a buscar meios de conhecer cada vez mais a logo. No ano de 2019,
eu conheci o canal do youtube, do DR Alberto, e fui criando de imediato uma
identificação com ele, com a forma dele falar e explicar a logo. Em 2020
não consegui fazer nenhum curso dele, apenas os gratuitos, além de
assistir vários vídeos dele.

Um dia chegou em minha clínica uma paciente que após a


primeira sessão falou: você é da abordagem da logoterapia?

Foi nesse dia que a minha ficha caiu e eu percebi que já estava
aplicando alguns conceitos da logo no meu trabalho clinico, e foi
nesse momento que eu decidi, depois de 15 anos mudar de aborda-
gem e assumir aquela que a cada sessão me fazia transcender, ao
dar um pouco de esperança aos pacientes.

↑ Voltar para sumário 24


“ E agora, aqui estou eu fazendo o curso, amando profundamente cada aula, cada
conteúdo, pois sei que neste curso, sairei uma profissional logoterapeuta muito
competente. Diria que estou viciada em conhecer cada vez mais a logo, pois não
me canso de ler, ver, estudar cada vez mais sobre a logo, pois cada coisa faz tanto
sentido pra mim, que ao terminar os estudos ou as leituras, eu simplesmente en-
tro em êxtase. Não sei usar outra palavra senão essa, êxtase. Pois é como um raio
de amor que sai de dentro de mim e parece que vai atingir a todas as pessoas
que eu encontrar.

E uma coisa afirmo com toda a certeza, que após decidir mudar para essa abor-
dagem maravilhosa, eu me tornei uma profissional melhor e uma pessoa
muito mais feliz, pois sei que posso fazer da minha profissão — psicóloga — um
sentido para minha vida, muitas outras pessoas.

Realmente a logoterapia nos faz, me faz transcender a todo momento.

- Ana Carla Gans Pereira

↑ Voltar para sumário 25


“ Olá Professor Alberto Nery

Eu tive a oportunidade de ter tido aula com o Sr de algumas disciplinas no Unasp,


porém nos estágios clínicos acabei fazendo em outras abordagens que também
foram muito importante.
No entanto após a graduação eu buscava algo que fosse relevante tanto profis-
sional quanto pessoal.

Foi então que tive acesso ao curso e os conteúdos de Logoterapia do IPLogo.


Estou com o curso em andamento, e digo que é a abordagem que mas traz
sentido para minha vida e o quanto é significativo poder aplica-las em meus
atendimentos clínicos.

Meu desejo é aprofundar a cada dia através de leituras, acompanhando os ví-


deos, as aulas do curso claro por em prática na vida pessoal e profissional.
A história de vida de Victor Frankl, os conceitos e maneira de ver
o ser humano me abre horizonte e me deixa ainda mais segu-
ro quanto ao que almejo enquanto Psicólogo e também como
pessoa.
Obrigado Professor Alberto Nery
Por abrir portas com conteúdo e propostas relevantes para nós.
Saiba que o seu intuito de promover a Logoterapia e trazer sentido
para tantos está sendo cumprido.

Abraços

↑ Voltar para sumário 26


“ Boa tarde!
Tenho muito carinho e reconhecimento pelo Prof. Alberto Nery, em seu empe-
nho em espalhar a Logoterapia pelo Brasil. Eu cursei psicologia, mas não havia
ouvido falar em Logoterapia. Fiz formação clínica em outra abordagem, mas
tinha certeza que faltava algo, inclusive estava desacreditando de trata-
mentos psicoterápicos.

Com o advento das restrições para cursos presenciais neste ano, comecei uma
jornada virtual por algo que renovasse minhas esperanças naquilo que eu
amava tanto: a psicoterapia. Em abril de 2020, acompanhei um Intensivão de
Logoterapia com o Professor Alberto Nery, do Instituto de Psicologia e Logotera-
pia, o que foi definitivo para eu saber que havia encontrado minha aborda-
gem teórica para o atendimento clínico, por isto - imediatamente - fiz minha
inscrição na Formação Fundamental em Logoterapia, hoje já concluida.

Ainda mais, tenho a certeza de que se faz urgente levar ao maior número de
pessoas que pudermos este legado valioso que Frankl nos deixou, TOR-
NANDO-NOS, antes de qualquer pretensão de compreensão teó-
rica, como nos chama a atenção o Prof. Alberto Nery, LOGOVI-
VENTES. Frankl foi e continua sendo um exemplo de coerência
entre vida e obra! Abraços!

Dominando a Logoterapia você estará preparado para aten-


der a gigante demanda de pessoas que sofrem com crises
existenciais e precisam encontrar sentido para superarem
seus adoecimentos emocionais.

↑ Voltar para sumário 27


3 Liberdade de Vontade

a) O conceito de liberdade de vontade, pressupõe que na busca pelo sentido,


o indivíduo é livre para exercer sua vontade.

b) Mesmo nas situações de maior opressão, existe algum nível de liberdade


de escolha:
“Nosso argumento é o de que há um sentido para a vida – isto é, um sentido pelo qual o homem

sempre esteve a buscar – e de que o homem tem a liberdade de engajar-se, ou não, na realização

desse sentido”. (1969/1988)

c) O uso dessa liberdade pode fazer do sofrimento uma conquista: Esta liber-
dade pode ser exercida mesmo nas piores condições:
“Inerente o sofrimento, há uma conquista, que é uma conquista interior. A liberdade espiritual do

ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe até o último suspiro, configurar sua vida de

modo que tenha sentido”. (1969/1988)

4 Autotranscendência

a) Para Frankl, esta é uma das características funda-


mentais dos seres humanos. Significa ser direcionado
para algo que não o “si mesmo”.
“A existência não só é intencional, como também é transcendente. A

autotranscendência constitui a essência da existência. Ser humano é

ser direcionado para algo que não si mesmo”. (1969/2011)

↑ Voltar para sumário 28


b) É uma condição para a realização pessoal.
“Somente na medida em que consegue viver essa autotranscendência da existência humana,

alguém é autenticamente homem e autenticamente si próprio. Assim o homem se realiza,

não se preocupando com o realizar-se, mas esquecendo-se a si mesmo e dando-se, descui-

dando de si e concentrando seus pensamentos para além de si”. (1969/1988, p.36)

5 Dimensão Noética/Espiritual

a) Além das dimensões biológica/orgânica, e psicológica, o ser humano é


dotado, na visão de Frankl, de uma dimensão noética, ou espiritual: “A essa
totalidade, ao ser humano total, pertence o espiritual, e lhe pertence como sua característica
mais específica. Enquanto somente se falar de corpo e mente, é evidente que não se pode

estar falando de totalidade”. (1993, p.23).

Frankl complementa: “O espiritual, contudo, não é apenas uma dimensão própria, mas
também a dimensão propriamente dita do ser do homem. Por mais que a dimensão espiritual
constitua a dimensão propriamente dita, ela não é a única dimensão do ser do homem. O

homem é uma unidade e uma totalidade corpóreo-psíquico- espiritual”. (1959, p.62)

b) A autotranscendência humana se dá na dimen-


são noética
“É esse distanciar-se de si mesmo enquanto organismo psicofísico que
constitui pela primeira vez efetivamente a pessoa espiritual enquanto
tal, enquanto espiritual, dimensionando ao mesmo tempo o espaço
do humano enquanto espiritual. Somente quando o homem se con-
fronta consigo mesmo, o espiritual e o psíquico-corporal se estrutu-

ram”. (1959, p.60)

↑ Voltar para sumário 29


c) Dentre os existenciais do ser humano estão: a espiritualidade, a liberdade e a
responsabilidade do homem. (1959, p.72)

d) O elemento espiritual é por definição justamente, apenas o elemento livre no


homem. (1959, p.96)

e) A existência propriamente humana é existência espiritual, noética. Neste sen-


tido, a dimensão noética é considerada superior às demais, sendo também mais
compreensiva porque inclui as dimensões inferiores, sem negá-las. O homem se
difere dos animais porque faz parte de seu ser a dimensão noética.

6 Tríade Trágica

O sofrimento humano é algo inevitável. Para Frankl ele está inserido naquilo que
chamou de: Tríade Trágica.

a) Os três elementos da tríade trágica são: dor, culpa e morte. “Não há um único ser
humano que possa dizer que jamais sofreu, que jamais falhou e que não morrerá”.

(1978/2005, p.94)

b) O sofrimento não invalida o sentido da vida: “É possível


tirar sentido até do sofrimento, embora com esforço; isto significa por-

tanto, que o sentido potencial da vida é incondicional”. (1993, p.104)

c) O sofrimento, porém, não é condição para se encon-


trar o sentido:

↑ Voltar para sumário 30


“Será que com isso quero dizer que o sofrimento é necessário para se encontrar um sentido? De
maneira alguma. O que quero dizer não é absolutamente que o sofrimento é necessário, mas que
o sentido é possível apesar do sofrimento, contanto que esse sofrimento sseja inevitável, que não
possa ser eliminada sua causa, quer biológica, psicológica ou social...Um sofrimento desnecessário
redundaria em masoquismo e não em heroísmo”. (1993, p. 104)

7 Homo Patiens

a) Consiste em uma possibilidade existencial que se abre quando o ser huma-


no é desafiado a transformar a dor em uma conquista. O conceito de Homo
Patiens refere-se ao “homem que sofre, que sabe como sofrer, como transformar seus sofri-
mentos em uma conquista humana”. (1978/2005, p. 44).

8 Vazio Existencial

a) O vazio existencial é um conceito criado por Frankl que emerge da frustração


da realização da necessidade de sentido, ou seja do sentimento de falta de senti-
do.

b) É uma característica marcante do mundo contemporâ-


neo: “Hoje, vive-se uma era de esgotamento e desaparecimento das
tradições. Desse modo, em vez de novos valores serem encontrados
através de sentidos únicos, o contrário ocorre. Valores universais
estão em declínio. Por isso, cada vez mais as pessoas são tomadas
por um sentimento de falta de propósito, ou de vazio ou vácuo exis-

tencial” (1969/1988, p. 84)

↑ Voltar para sumário 31


c) Resulta de uma dupla perda:

“As tradições que serviam como norte diminuíram e os instintos já não dizem mais
ao homem o que deve fazer. Assim, o indivíduo acaba caindo no conformismo (fa-
zer o que todos fazem), ou no autoritarismo (fazer o que querem que ele faça)”.
(1946/2008, p.131)

d) Também pode levar o indivíduo ao tédio (perda de interesse pelo mundo)


e a indiferença (Falta de iniciativa para melhorar ou modificar algo no mun-
do). (1993, p.101)

↑ Voltar para sumário 32


Gostou?

Tire um PRINT desse material e poste nos Stories marcando meu


perfil (@logoterapiabr) e me contando o que achou desse mate-
rial bônus.

↑ Voltar para sumário 33


Depois de 22 anos como professor, 17 como psicólo-
go e 12 de experiência com a Logoterapia, percebi o
quão importante era fortalecer a presença da Logote-
rapia no Brasil.

Foi então que, há 5 anos, resolvi entrar para o mundo


online com o objetivo de fornecer conteúdos de alta
qualidade e muitas vezes exclusivos na língua portu-
guesa para todos que gostam de Psicologia e Logote-

Dr. Alberto Nery


rapia.

Como pioneiro no digital, trouxe material próprio que obtive quando visitei os campos de
Terezin e Auschwitz e em minhas entrevistas com o neto de Viktor Frankl, com um dos
seus melhores amigos e seu biógrafo oficial.

De lá pra cá, já são mais de 140 mil vidas impactadas entre alunos e cursos transmitidos,
54 mil inscritos no Youtube e 76 mil seguidores no Instagram.

Sigo firme na intenção de fomentar a Logoterapia no Brasil.

• Doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo- 2019;

• Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - 2014;

• Psicólogo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – 2005;

• Teólogo pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) – 1999;

• Membro da IAPR - International Association For The Psychology of Religion;

• Pesquisador do Laboratório de Psicologia Social da Religião do Instituto de Psicologia

da Universidade de São Paulo;

• Membro do Grupo de Estudos Ci.CRESS: Ciência, Crença, Sentido e Saúde do Instituto

de Estudos Avançados da USP.

• Criador do IP Logo – Instituto de Psicologia e Logoterapia, sediado em São Paulo.

↑ Voltar para sumário 34


Referências
FRANKL, V. A Questão do Sentido em Psicoterapia. 1a Ed. Tradução de Jorge Mitre.
Campinas: Papirus, 1991.

FRANKL, V. A Presença Ignorada de Deus. (3a Ed). Petrópolis: Vozes, 1993.

FRANKL, V. A Vontade de Sentido. São Paulo: Paulus, (1969/2011).

FRANKL, V. Em Busca de Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração. Petrópolis:


Vozes. (1946/2008)

FRANKL, V. O Que Não Está Escrito nos Meus Livros. São Paulo: É Realizações, 2010.

FRANKL, V. Um Sentido Para A Vida: Psicoterapia E Humanismo. São Paulo: Ed. Ideias E
Letras, 2005.

FRANKL, V. Psicoterapia e Sentido da Vida. São Paulo: Quadrante, 1989.

↑ Voltar para sumário 35

Você também pode gostar