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Graduação em Psicologia

Caiane Bispo dos Santos Sá

História da Psicanálise
Contexto histórico e cultural da psicanalítica na época de Freud e os impasses que o mesmo
encontrou no início de seu ofício e o atual contexto da psicanálise

Paulo Afonso - Ba
2022
Graduação em Psicologia
Caiane Bispo dos Santos Sá

História da Psicanálise
Contexto histórico e cultural da psicanalítica na época de Freud e os impasses que o mesmo
encontrou no início de seu ofício e o atual contexto da psicanálise.

Síntese apresentada à
disciplina de Teorias Psicanalítica I,
como requisito à obtenção de nota.

Docente: Gleci Mar Machado de Lima

Paulo Afonso- BA
2022
É impossível falar sobre a História da Psicanálise sem considerar a vida de
Sigmund Freud. Nascido em 1856 na Morávia, hoje é a atual República Tcheca, entretanto,
logo mais foi morar em Viena na Áustria e lá viveu até 1938, quando acabou indo para a
Inglaterra, onde morreu em 1939, um ano depois, aos 83 anos. Originalmente de família de
judia e, portanto ele próprio era um judeu, e para a sua graduação na época só tinha duas
opções para se formar: ou ele podia fazer direito, ou ele podia fazer medicina.
Acabou optando por fazer medicina, se formando aos 26 anos, começou atuando na
clínica geral, fez algumas cirurgias, mas logo fez depois alguns cursos na área de psiquiatria
e de neurologia, o que desencadeou ele a realizar também alguns estudos com cocaína, na
época estava na fase dos benefícios dela, fazendo algumas experiências e até mesmo chegou
a defender o uso da cocaína, entretanto, logo percebeu depois o lado negativo (a
dependência) e começou a aceitar seus malefícios.
Formado ele chegou a ir para Paris, na França, onde lá ele conheceu Charcot, um
famoso hipnoterapeuta, com ele aprendeu a arte e a ciência da hipnose, começando a
entender um pouco melhor as coisas que fazemos e o porquê fazemos, percebendo que não
são meros produtos racionais desses processos conscientes, então ele próprio a fazer certos
estudos a respeito do inconsciente. Para isso, encorajava nessa época os seus pacientes a
falarem livremente e fazer qualquer analogia com certos sintomas, então um paciente
chegava lá com algum sintoma histérico (como era muito chamado na época) e aí ele ia
falando sobre a sua vida, que fazia associações do seu passado e da sua vida com o sintoma.
Esse método irá se chamar após método da associação livre, ainda muito usado por
profissionais da psicanálise, mas foi em 1896 que o termo psicanálise foi cunhado por Freud
para designar a sua própria abordagem, os seus próprios conceitos que nessa época estavam
começando a fazer sentido para ele. Tanto que quatro anos depois, em 1900, lançou um livro
que mudou a forma de analisar os nossos processos psíquicos, o livro“ A interpretação dos
sonhos”, no entanto, não teve muita ênfase, assim depois de um ano, ele lançou um livro
chamado “A psicopatologia da vida quotidiana” algo que mudou a forma de pensar em
algumas pessoas, tanto que, começaram a aparecer pessoas interessadas em estudar com ele,
para formar um círculo em torno desse gênio que começou a parecer, que era Freud.
Tanto que pouco tempo depois, nomes como Jung, Adler e autores importantes
começaram a formar uma sociedade psicanalítica, começaram a de fato criar um movimento,
uma renovação da psicologia tendo como base esses preceitos fundamentais de Freud. No
entanto, cada um desses estudantes tinham alguns conceitos próprios que não eram tão
coincidentes com o de Freud.
Em 1910, Freud foi para a América para realizar importantes conferências que
darão origem a obras ainda mais importantes, usadas e estudadas até hoje. Deste modo, ele
passou a vida para ampliar a psicanálise, mas manteve sobre as rédeas muito curtas,
principalmente dos outros membros, tentando controlar o movimento psicanalítico o
máximo que pôde, exigindo um grau de lealdade relativamente incomum e chegou a
expulsar alguns membros por terem uma visão, na posição dele, muito diferente. Como foi o
caso de Jung e Adler que acabaram montando uma psicologia própria, com abordagem
diferente, Jung com a “Psicologia Analítica” e Adler com a“ Psicologia Individual”.
Já em 1933, em Berlim, na Alemanha, os nazistas queimaram os livros de Freud.
Logo depois, no ano de 1938, quando os nazistas invadiram a Áustria, ele acabou tendo
autorização para ir para Londres, na Inglaterra, mas infelizmente depois de um ano acabou
morrendo. É notório que mesmo assim Freud escreveu muito e a totalidade do que ele
escreveu mais a coleção das obras completas são de 24 volumes.
Deste modo, o pensamento geral da psicanálise, principalmente na época de Freud,
era de que todos os fenômenos mentais, ou seja, tudo que acontece dentro da nossa cabeça,
pode ser explicado de forma fisiológica, de forma médica. Então, cada pensamento, cada
memória que revisita, sentimento e cada ação tem uma fonte, seja ela consciente ou
inconsciente.
É válido ressaltar que, após mais de 100 anos, o Freudismo está implantado em 50
países. Posto isso, a Psicanálise é muito pensada, pesquisada e estudada. Formando uma
profunda introspecção que urge um retorno crítico à obra de grandes escritores,
especialmente de Freud, por meio de sua genialidade, que deixou um legado de grande
vontade de desenvolver cada vez mais essa ideia.
Cada vez mais psicanalistas estão se reunindo em grupos de pesquisa para dialogar
sobre teoria e prática clínica de diversas formas, mas dado todo o legado de Freud e seus
discípulos, fiéis e desertores, pois todo material é significativo e relevante para o
pensamento e comportamento psicanalítico atual, sempre considerando o aprimoramento da
prática psicanalítica. Essa é a mágica da psicanálise, a busca de meios adicionais,
multidisciplinares e pluralistas de apoio ao analisando.

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