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RESUMO - DOCUMENTÁRIO: A INVENÇÃO DA PSICANÁLISE

Aluna: Kaylane Kalyne da Silva


Psicologia - 2°P - Manhã - Turma N01

O documentário em questão, começa, ao meu ver, com um breve resumo


sobre alguns eventos importantes da vida de Sigmund Freud - como sua carreira de
neurologista e sua admiração pelo inconsciente e pela histeria. Posteriormente, em
ordem cronológica e de forma detalhada, são apresentados os principais feitos e
acontecimentos de Freud, iniciando-se de quando ele foi a Paris em meados de
1885, para descobrir sua verdadeira vocação. Nesse começo de caminhada do
psicanalista, ele foi bastante influenciado pelo método de Charcot, que consistia em
hipnose em pacientes histéricos com a observação e descrição para mostrar que a
histeria é uma neurose funcional, sem relação com o útero - que era uma questão
imposta na época. Dessa forma, sendo influenciado, Freud repensa suas ideias e é
influenciado pela hipnose, e essa influência foi intensificada quando ele conheceu
Breuer, que utilizava a terapia de fala junto com a hipnose - o método catártico. Tal
método foi o primeiro passo de tratamento que Freud utilizou, porém, em meados de
1889, uma paciente ordenou que ele parasse de falar e a escutasse, e assim, ele
repensa o método, cria o divã para que haja apenas palavras e análise da escuta da
paciente. Até aqui, foi observável que Freud estava sempre repensando seus
métodos para avançar, e o documentário mostra que ele continuou fazendo isso até
o resto de sua vida, mostrando também a dificuldade em tornar a Psicanálise uma
abordagem da vida psíquica bem vista, pois sempre estava sendo modificada e não
tinha provas claras, como a Medicina. Porém, foi quando Freud conheceu Fliess
com teorias acerca da sexualidade que a Psicanálise realmente foi estabelecida,
com a elaboração das primeiras teorias de Freud sobre a sexualidade e a vida
psíquica. Assim, o psicanalista aborda que existe um trauma sexual infantil para
toda neurose e algum tempo depois, na “Teoria da Fantasia”, ele elabora o método
da associação livre - questionamento de si mesmo, um grande passo chamado até
de Revolução Freudiana, onde ele deixou de utilizar a hipnose. Nesse contexto, na
minha visão, uma dúvida que assola bastante os indivíduos é se a Psicanálise
necessita da hipnose, mas o documentário mostrou exatamente que a hipnose
participou no princípio dos métodos de Freud, mas depois, uma não ficou mais
subordinada a outra. É perceptível, também, que ele era bem influenciado de forma
familiar, pois é mostrado que ele enfrentou muitos preconceitos - principalmente por
ser judeu, por causa do amor incondicional de sua mãe, e ainda nessa linha, após a
morte do pai, Freud começa uma busca ao passado - inclusive com suas coleções
de antiguidades - e inicia a fase de interpretação dos sonhos, marcando a 1ª
Associação Freudiana, também chamada de noites de quarta-feira, reunindo
médicos, escritores e interessados na Psicanálise. Alguns anos depois, Freud
publica seus ensaios sobre a teoria sexual, causando grande escândalo e mais
aversões contra a abordagem, pois a teoria era relacionada à infância - antes de
começar a estudar sobre isso, eu tinha uma certa aversão também a essa teoria, o
que geralmente, ainda hoje, é comum na maioria das pessoas que não conhecem
realmente o que ele quer ressaltar com tudo isso, e eu observei que o documentário
mesmo sendo bem descritivo, não deixou a teoria de forma tão clara. Dessa forma,
ainda nessa teoria, ele elaborou o Complexo de Édipo, inspirado na tragédia de
Sófocles - novamente foi notável sua apreciação pelo passado e antiguidade. Ele
também elaborava regras para Psicanálise, como quando se opôs à ideia de afetos
absurdos - como aceitar presentes e abraços - na clínica, proposta por Ferenczi -
que foi se acostumando com o tempo com os métodos e regras freudianas. Freud
foi influenciado por uma série de coisas, mas o documentário também mostra seu
papel como influenciador, apresentando Bleuler, Jung - mesmo que mais tarde Jung
venha a contradizer Freud -, Ferenczi, Ernest Jones, Karl Abraham, artistas
surrealistas - que Freud não concordava com essa arte, pois era iluminista, e muitos
outros, mas o que travou minha atenção foram mulheres sendo influenciadas, como
a Lou Andreas Salomé, Melanie Klein, Anna - filha de Freud, pois havia uma grande
repressão quanto às mulheres na época, e o psicanalista quebrou vários tabus
quanto a isso, “emancipando” as mulheres. Logo, com toda influência exercida,
Freud funda, em meados de 1920, a Associação Psicanalítica Internacional e a
abordagem vai se espalhando pelo mundo, conquistando fama e admiração pelos
sucessos nos tratamentos. Porém, as guerras e o nazismo fizeram com que muitos
psicanalistas judeus - que, aliás, era a maioria - fossem obrigados a imigrar por
causa da intensa opressão ao judaísmo e consequentemente, à Psicanálise, que
perdeu sua força e identidade. Sendo assim, muitos imigraram para Berlim, que tem
uma tradição forte de psiquiatria e é criado o Instituto Psicanalítico de Berlim (1920)
por Max Eitingon, transformando em um centro de formação, sendo um modelo para
o mundo nessa época de intensa opressão. Freud continuou suas pesquisas e
análises, porém após a morte de sua filha Sophie - mais uma vez a influência
familiar, ele elabora a pulsão da vida e da morte. Alguns anos depois, ele revisa
novamente suas ideias como de costume, e em “Além do Princípio do Prazer” revisa
o aparelho psíquico e apresenta o Id, o Ego e o Superego. Assim, algum tempo
depois, em 1923, ele perde o neto e no mesmo ano, descobriu um câncer na
mandíbula. O documentário mostra Ernest Jones dando seu testemunho sobre
como Freud suportou com muita força o câncer por 16 anos, até sua morte. Antes
de sua morte, o nazismo e as guerras ainda eram opressores da Psicanálise, e com
Hitler isso se intensificou, pois a Psicanálise que foi mantida se tornou rígida e sem
os conceitos de Freud por ele ser judeu. Sendo analista e amigo de Marie
Bonaparte, ele recebe a ajuda dela para fugir e vai a Paris e depois para Londres,
onde passou seu último ano de vida e ainda apresentou a Psicanálise, com ajuda de
sua filha Anna, no Congresso de Psicanálise em Paris. Em 21 de setembro ele
pediu ajuda ao médico para morrer, e no dia 23, ele foi embora, deixando toda sua
história, bagagem e luta psicanalítica para sua filha Anna que o admirava muito e
para todos que ele influenciou. Por fim, foi um documentário muito bem construído e
lógico, mostrou a vida e as peculiaridades de Freud, suas teorias e da abordagem
Psicanalítica relacionada a ele e aos fatos históricos das épocas. Mostrou as
opressões sofridas, a intensa luta contra o preconceito para inserção da Psicanálise
na sociedade, como o mesmo diz em uma entrevista à BBC em Londres, em 1938,
que foi mostrada no documentário: “Eu tive que pagar um alto preço por este
pedaço de boa sorte, as pessoas não acreditaram nos meus fatos e acharam
minhas teorias repugnantes. Por fim, eu tive sucesso em conseguir discípulos, mas
a luta ainda não terminou.” Mostrou todo o caminho até Freud, que foi um exemplo
psicanalítico inspirador e genial, o começo de tudo no caminho do inconsciente,
além de mostrar um pouco do pós-Freud, quando houve a decadência da
Psicanálise nos EUA em 1970.

REFERÊNCIA
A INVENÇÃO DA PSICANÁLISE. Direção: ROUDINESCO, Elizabeth; KAPNIST,
Elizabeth. Produção: France3/BFC Productions. Local: França, 1997. Documentário:
115 min. Disponível em: https://youtu.be/7JabKzJZXZ0. Acessado em: 19-20 ago.
2020.

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