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Filosofia e o filme

“Matrix”

Disciplina de Filosofia
Prof. Paulo Rogério da Silva
Lembrando o filme
Neo e Morfeu são duas personagens do filme.
Trata-se de dois nomes gregos.
Lembrando o filme

Neo quer dizer “novo” ou “renovado” e, quando


dito de alguém, significa “jovem na força e no
ardor da juventude”.
Lembrando o filme

O nome “Morfeu”
pertence à mitologia
grega: trata-se de um
deus, filho do Sono e
da Noite, que
possuía asas.

Ao voar podia escolher pousar sobre um ser humano.


Ao fazer isso, ele fazia não somente a pessoa dormir
e sonhar, como também aparecia no sonho da
pessoa em forma humana.
Lembrando o filme

Várias vezes Morfeu perguntava a Neo se ele não tinha


sempre a impressão de estar dormindo e sonhando,
sem nunca ter certeza de estar realmente desperto.
Lembrando o filme

Morfeu é quem mostra a Neo o que é a Matrix, fazendo-


o compreender que passou a vida inteira achando que
estava consciente e desperto, mas na verdade tudo não
passava de um sono e um sonho.
Qual é o poder da Matrix?

Usar e dominar a inteligência humana para dominar


o mundo, criando uma realidade virtual na qual todos
acreditam. Mas na verdade, usam o ser humano
apenas para extrair a sua energia.
Relação entre Neo e
Sócrates
Neo e Sócrates
Por que as pessoas achavam que Neo era o
escolhido?

Porque ele era um pirata eletrônico capaz de invadir e


decifrar códigos de programas, como também ser um
criador de programas da realidade virtual, capaz
combater a própria Matrix.
Neo e Sócrates
Por ter um poder semelhante ao da Matrix, Neo
sempre desconfiou de que a realidade não era
exatamente como ela se aparentava ser.
Neo e Sócrates
Mas o que Neo tem a ver com Sócrates? Assim como
Neo, Sócrates nunca se contentou com as opiniões
estabelecidas e com as crenças inquestionáveis de sua
época.

Sócrates: patrono da Filosofia


Neo e Sócrates

Sócrates costumava dizer


que estava inspirado por
um espírito interior que o
levava a desconfiar das
aparências e procurar a
verdadeira realidade das
coisas.
Sócrates: Patrono da Filosofia
Sócrates andava pelas ruas de Atenas perguntando:
“O que é isso que você procura?” O que é isso que
você está dizendo?”

Os atenienses achavam que


sabiam o que era, por
exemplo, a justiça. No
entanto, quando Sócrates
começava a perguntar,
sentiam-se tão atrapalhados
que, no final das contas,
concluíam que realmente não
sabiam o que era a justiça.
Sócrates: Patrono da Filosofia

Com a pergunta “o que é?”, Sócrates levava os


atenienses a descobrir a diferença entre “ser” (verdade)
e “parecer” (mera opinião).
Sócrates: patrono da filosofia
É justamente por causa desta postura que Sócrates
foi condenado à morte, acusado de espalhar
dúvidas sobre os valores de Atenas e por
corromper a juventude.

Cena da morte de
Sócrates: condenado a
morrer envenenado.
“Só sei que nada sei”
Sócrates não dava respostas prontas, como os
sofistas, mas fazia perguntas: por exemplo, ao
invés de responder o que é a justiça, ele
perguntava: para você, o que é a justiça?
Sócrates falava que não podia ensinar nada a
ninguém, mas apenas auxiliar as pessoas a
descobrirem por elas mesmas a verdade das
coisas.
É neste sentido que se tornou famosa a frase de
Sócrates: “Só sei que nada sei”.
Metodologia socrática

Para o exame das


aparências e das
opiniões, Sócrates
utilizava um
procedimento muito
singular, chamado de
método socrático.

Este método era formado por quatro etapas.


Metodologia socrática
Ignorância: fingia não saber do estava falando;

Ironia: fingia admirar falsa “sabedoria” do aluno,


prestando-lhe elogios;

Refutação: tomava a autoridade do assunto como


mestre e concluía que o aluno estava errado;

Maiêutica: fazia o papel de “obstetra” do


conhecimento, levando o aluno a descobrir a
verdade por si mesmo.
Nossas crenças
costumeiras
Por que questionar o óbvio?

Logicamente que, todas


estas ideias são óbvias;
e por serem óbvias não
precisam ser ques-
tionadas.

É aí que vocês se enganam:o óbvio nem sempre é


tão claro quanto parece.
O que vocês vêem nestas imagens?
O que vocês vêem nesta imagem?
E se não for bem assim?

E se não for bem assim, isto é, se as coisas


óbvias (assim como na Matrix) não forem tão
evidentes assim?
Como é possível observar, nem sempre o óbvio é
claro: nossos sentidos nos enganam e nem
sempre estamos em condições humanas e
psicológicas de decifrar o código da realidade,
ou seja, o que de fato está acontecendo.
Assim como aconteceu com Neo e com
Sócrates, quantas vezes não passamos por
situações que nos levam a desconfiar ora das
coisas, ora de nós mesmos, ora dos outros?
Alguns exemplos

Cremos que o
tempo existe, que
é possível medi-lo
e que transcorre
independente de
nós.

No entanto, quando estamos numa festa legal, o


tempo passa velozmente, ainda que o relógio
mostre que já se passaram várias horas.
Alguns exemplos

Cremos que nossa vontade é livre para escolher


entre o bem e o mal. Como também cremos
também na necessidade de obedecer às normas
da sociedade.
• O que acontece, porém, quando nossa
vontade nos indica que é bom fazer ou
querer algo que nossa sociedade proíbe
ou condena?
• Ou, ao contrário, quando nossa vontade
julga que será um mal ou uma injustiça
fazer algo que a nossa sociedade obriga
fazer?
Sócrates e o Mito da Caverna
O Mito da Caverna de Platão é a história que mais se
encaixa neste relação entre o filme “Matrix” e a
postura de Sócrates.
Buscando a saída da Caverna
A busca por uma atitude filosófica é como se
fosse o esforço de sair da Caverna.
O que é filosofia? Para que serve?

Filosofia é a decisão de jamais aceitar como


óbvias, naturais e evidentes as coisas, os fatos,
as situações e os valores da nossa existência;
É o esforço de jamais aceitar tais coisas sem
antes tê-los investigado e compreendido.
E para que serve filosofia? Para não darmos
nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores
considerações.

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