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ABORDAGENS PSICOLÓGICAS

CONTEMPORÂNEAS
Profa. Ma. Raíssa Almoedo
TERAPIA RACIONAL- TERAPIA COGNITIVA TERAPIA DO
EMOTIVA (TCC) ESQUEMA
Os pais da Terapia
Cognitiva

� Aaron T. Beck
� Albert Ellis
Aaron T. Beck
� “Você pode aprender a ser otimista a partir da decisão de
olhar para o lado positivo das coisas, Porque muitas coisas
na vida, talvez a maior parte delas, tem algo positivo ou
negativo. E você pode olhar para o elemento negativo ou
focar no positivo. E eu percebi isso em mim, que não
importa o que aconteça, parece que eu sempre transformo
em virtude. Se eu quero muito ir lá fora curtir um dia
ensolarado e de repente, começa a chover, eu penso que é
ótimo porque eu posso ficar dentro de casa e trabalhar em
um artigo (...) eu tento fazer da adversidade uma virtude
mesmo que outras pessoas considerem que a adversidade
tenha só um jeito, um caminho.”

� Life wisdom from Beck


https://www.youtube.com/watch?v=1OpFdULj4UA
Aaron T. Beck

� Aaron T. Beck nasceu em Providence, Rhode Island, em 18 de julho de 1921, o caçula de


cinco filhos. Ambos os pais eram imigrantes judeus russos nos Estados Unidos. Dois dos
irmãos de Beck morreram antes de seu nascimento, um irmão mais velho na infância e
uma irmã mais velha na pandemia de gripe de 1919. Como resultado dessas tragédias, a
mãe de Beck ficou cronicamente deprimida por vários anos e tornou-se superprotetora de
seu filho mais novo.
Aaron T. Beck

� Beck chegou a pensar que ele era um substituto para sua irmã, e que sua
mãe estava desapontada por ele não ser uma menina. Quando Beck tinha
sete anos, ele quebrou um braço em um acidente de playground. O osso
quebrado ficou infectado, resultando em uma septicemia generalizada
(intoxicação sanguínea) que o manteve no hospital tempo suficiente para
reprovar a primeira série. Beck lembrou mais tarde que ele chegou a se
sentir "estúpido": "Eu fiquei preso na primeira série e eu sempre senti que
era porque eu era burro. Muitos anos depois perguntei à minha mãe e ela
disse que era porque eu estava muito doente."
Aaron T. Beck

� Beck sentia falta de seus amigos e não gostava de estar um ano atrás deles. Com a ajuda de
seus irmãos mais velhos, bem como sua própria determinação, Beck não só alcançou seus
ex-colegas de classe, mas acabou pulando um ano. Ele considerou seu sucesso como um
ponto de virada psicológico: "mostrou alguma evidência de que eu poderia fazer coisas,
que se eu entrasse em um buraco eu poderia cavar para fora. Eu poderia fazê-lo por conta
própria." Beck acabou se formando à frente de sua classe da Hope High School e entrou na
Universidade Brown no outono de 1938.
Aaron T. Beck

� Beck desenvolveu várias fobias durante sua infância. Uma deles foi uma fobia
de sangue/lesão, que ele relacionou à sua experiência com a cirurgia que
precisou fazer para o braço quebrado aos sete anos de idade. O cirurgião
aparentemente começou a fazer a incisão antes de Beck ser totalmente
anestesiado.
� Durante o treinamento médico de Beck anos depois, ele teve que lutar contra a
ansiedade e uma tendência a se sentir tonto enquanto ajudava nas operações. Ele
lidou com sua fobia de sangue/lesão, expondo-se gradualmente às imagens e
sons de uma sala de cirurgia, e mantendo-se ocupado enquanto ele estava
ajudando na cirurgia. "Eu não estava incomodado enquanto eu estava... fazendo
alguma coisa. Aprendi muito com minha própria experiência. Enquanto você
estiver ativamente envolvido em algo, a ansiedade tende a se conter."
Aaron T. Beck

� Uma segunda fobia foi o medo de sufocamento, que aparentemente foi causado por um
caso grave de coqueluche, asma crônica na infância, e um irmão mais velho que costumava
provocar Beck colocando um travesseiro sobre seu rosto. O medo de Beck de sufocamento
também emergiu na forma de uma fobia de túnel; ele sentiria aperto no peito e teria
dificuldade para respirar enquanto dirigia por um túnel. Além disso, ele desenvolveu
medos de altura e de falar em público. Ele afirma que foi capaz de resolver esses medos
trabalhando-os cognitivamente. Beck também se baseou em suas próprias experiências ao
escrever seu primeiro livro sobre depressão, que ele publicou em 1967. Beck estava
levemente deprimido enquanto escrevia o livro, mas considerava o projeto como uma
espécie de auto-tratamento.
Aaron T. Beck

� A infância e a adolescência de Beck também incluíram muitas experiências


positivas. Ele lembrou durante uma entrevista em 2001 que ele "estava
bastante interessado na natureza", quando ele estava crescendo, tornando-se
um observador de aves, aprendendo a identificar plantas e árvores, e
acabou se tornando um conselheiro de acampamento e naturalista. Os pais
de Beck encorajaram seu interesse pela ciência. Mais tarde, ele creditou
essas primeiras explorações como estimuladoras de seu interesse no que faz
as pessoas funcionarem; particularmente o que os torna felizes ou tristes, e
confiantes ou inseguras.“
Aaron T. Beck

� Beck estava incerto de seus planos de carreira durante seus anos de graduação; ele se
formou em ciência política e literatura inglesa na Brown em vez de cursar química ou
outro curso pré-médico. Ele também atuou como editor associado do jornal do campus, o
Brown Daily Herald. Como sua bolsa de estudos não cobria todas as suas despesas, ele
entregava jornais, trabalhava na biblioteca, e vendia pincéis fuller de porta em porta, para
cobrir as despesas. Beck se formou na universidade com grandes honras em 1942. Ele
ganhou uma série de honrarias e prêmios como estudante de graduação.
Aaron T. Beck

� Após a formatura na Brown, Beck foi para a faculdade de medicina na Universidade de


Yale, onde concluiu sua graduação em 1946. Ele não estava interessado em psiquiatria
naquele momento de sua carreira; depois de receber seu MD, ele serviu um estágio rotativo
seguido de uma residência em patologia no Hospital Rhode Island. Beck então decidiu se
especializar em neurologia porque foi atraído pelo grau de precisão que a especialidade
exige de seus praticantes. Enquanto ele estava concluindo uma rotação necessária em
psiquiatria durante sua residência no Cushing Veterans Administration Hospital em
Framingham, Massachusetts, ele se interessou por alguns dos recentes desenvolvimentos
no tratamento de doenças mentais. Beck então decidiu se tornar um psicoterapeuta.
Aaron T. Beck
� Beck foi originalmente treinado nas teorias e técnicas da psicanálise clássica. Depois de terminar
sua residência em Framingham, Beck aceitou uma bolsa de estudos de dois anos no Austin
Riggs Center, um pequeno hospital psiquiátrico privado em Stockbridge, Massachusetts, que
havia sido fundado em 1919. O Centro proporcionou a Beck ampla experiência no tratamento de
pacientes que precisavam de psicoterapia de longo prazo.
� Quando a Guerra da Coreia eclodiu em 1951, Beck mudou-se para a Pensilvânia e aceitou o
cargo de chefe assistente de neuropsiquiatria no Hospital do Exército de Valley Forge. Lá ele
tratava soldados que sofriam do que agora é chamado de transtorno de estresse pós-traumático,
ou TEPT. Beck recebeu sua certificação em psiquiatria em 1953, juntou-se ao Departamento de
Psiquiatria da Universidade da Pensilvânia em 1954, e concluiu sua pós-graduação em
psicanálise no Instituto Psicanalítico da Filadélfia em 1958. Beck permaneceu na Penn até se
aposentar do ensino ativo em 1992, quando foi nomeado Professor Universitário Emérito de
Psiquiatria.
Aaron T. Beck
� Beck, conhecido por “Tim” (Temkin) entre sua família e
amigos, é casado há mais de meio século e é pai de quatro
filhos. Beck casou-se com Phyllis Whitman em 1950. Ele a
conhecera quando ela estava na graduação em Brown e ele
estava terminando seu estágio médico. Phyllis trabalhou como
repórter por vários anos após o casamento, mas também se
formou em serviço social e direito enquanto criava seus
quatro filhos.
� Ela se formou na escola de direito da Temple University,
lecionou direito tanto em Temple quanto na Universidade da
Pensilvânia e tornou-se a primeira juíza nomeada para o
Tribunal Superior da Pensilvânia em 1981. Beck
frequentemente testava suas ideias em sua esposa durante os
anos de seu descontentamento com a psicanálise, e a credita
por sugerir a palavra "esquema" para descrever estruturas
cognitivas. Certa vez, ele prestou homenagem a Phyllis como
"a roda de equilíbrio entre minhas dúvidas e minhas fantasias
de fuga".
Aaron T. Beck

� A filha de Beck, Judith, tornou-se psicóloga clínica e


atualmente atua como diretora do Instituto Beck de
Terapia Cognitiva e Pesquisa, na Pensilvânia,
fundada em 1994. Ela publicou vários livros sobre
terapia cognitiva e supervisiona programas de
treinamento para terapeutas cognitivos do Instituto.

� Biografia de Beck adaptada


de:https://www.encyclopedia.com/psychology/arts-
construction-medicine-science-and-technology-
magazines/beck-aaron-temkin

https://www.youtube.com/watch?time_continue=71&v=REfOR
V5ddlQ&feature=emb_logo
(Judith)
Aaron T. Beck
� Estudos iniciais sobre depressão - Beck desenvolveu a terapia cognitiva quase por
acidente no curso de seu crescente descontentamento com a psicanálise freudiana.
Como terapeuta praticante, Beck sabia que os psicólogos acadêmicos, cujo
trabalho ele respeitava, questionavam o relato de Freud sobre a depressão por
causa da falta de evidências de apoio de estudos bem conduzidos. Além disso,
Beck teve dificuldades com grande parte da teoria freudiana desde a faculdade de
medicina.
� Beck disse a um entrevistador em 1990: "Eu pensei que [a psicanálise] não fazia
sentido. Eu não podia ver que realmente se encaixava ... havia um aspecto rebelde
[em mim] que eu simplesmente não conseguia controlar ... Ser o filho caçula
provavelmente teve algo a ver com isso ". Beck inicialmente lidou com sua
desconfiança do freudianismo convencional, seguindo na direção dos chamados
neo-freudianos, um grupo que incluía Alfred Adler (1870-1937), Karen Horney
(1885-1952), Harry Stack Sullivan (1892-1949) e Erik Erikson (1902-1994), que
havia sido um dos supervisores de Beck em Riggs. Em geral, os neo-freudianos
colocaram uma ênfase maior nas influências sociais, interpessoais e culturais no
desenvolvimento humano e subestimaram a importância das pulsões biológicas
inatas.
Aaron T. Beck

� Freud afirma em Luto e Melancolia (1917) que a depressão resulta da raiva


voltada para dentro de si mesmo, emergindo externamente como a
"necessidade de sofrer" do paciente. Beck decidiu montar uma série de
estudos envolvendo pacientes deprimidos, em parte para coletar dados para
convencer os psicólogos da solidez da hipótese de Freud e, em parte, para
projetar uma breve forma de psicoterapia que visasse os principais sintomas
da depressão.
� Ele recebeu uma bolsa de pesquisa da Penn em 1959 e consultou dois
colegas do departamento de psicologia, Seymour Feshbach e Marvin
Hurvich, para metodologia de pesquisa e análise estatística. Beck então
analisou os sonhos de 12 pacientes diagnosticados com depressão. De fato,
os sonhos dos pacientes continham temas como perder algo de valor, ser
impedido de atingir uma meta ou parecer feio, danificado ou doente.
Aaron T. Beck

� Quando Beck deu aos pacientes deprimidos testes de condicionamento verbal e seleção de
cartas, no entanto, eles reagiram positivamente a resultados bem-sucedidos, ganhando
auto-estima e apresentando um melhor desempenho nos testes subsequentes. Se a teoria de
Freud de uma "necessidade de sofrer" estivesse correta, os pacientes deveriam ter ficado
chateados com seus sucessos. Essa discrepância entre a teoria psicanalítica e os resultados
da pesquisa levou Beck a reavaliar sua posição teórica. Ele voltou ao estudo dos sonhos e
começou a comparar o material dos sonhos de seus pacientes com o conteúdo verbal de
suas entrevistas. Na visão de Beck, a comparação refutou a noção de sonho de Freud como
representando motivações inconscientes e desejo de realização. Para Beck, os sonhos
simplesmente incorporavam o auto conceito de uma pessoa.
� Após essa reavaliação, Beck construiu seu primeiro modelo cognitivo de depressão, que
incorporou três conceitos específicos: a chamada tríade cognitiva; esquemas ou padrões estáveis
de pensamento; e erros cognitivos, ou processamento defeituoso da informação. De acordo com
Beck, a tríade cognitiva abrange a visão de uma pessoa deprimida de si mesma, suas experiências
contínuas e seu futuro, fazendo com que ela considere as experiências ou interações presentes
com outras pessoas como derrotas ou falhas, e pense no futuro como uma série de "dificuldades
incessantes, frustração e privação". Essa tríade de padrões cognitivos negativos gera os distúrbios
emocionais e a perda de energia ou motivação associada à depressão. Em seguida, Beck
desenvolveu uma abordagem terapêutica destinada a identificar as distorções do pensamento de
um paciente, testá-las contra as regras da lógica e da realidade externa e ajudar o paciente a
corrigir os padrões distorcidos de pensamento.
CBT/TCC - Beck por Beck

� Muitos anos atrás, eu queria testar uma intervenção que eu tinha desenvolvido chamada Terapia
Cognitiva, e então eu criei uma clínica que se chamava Clínica de Humor. A clínica serviu a muitos
propósitos. Era simultaneamente uma clínica de pesquisa, uma clínica de treinamento e uma clínica
de serviço. Nós primeiro lidamos com a depressão, e eu queria ver se o que tínhamos
desenvolvido como a intervenção para a depressão era válido. Naqueles dias, assim como hoje,
para comprovar a validade de qualquer tipo de intervenção, você teria que ter um ensaio clínico com
um grupo de controle e um grupo de intervenção.
� O grupo controle recebeu 12 semanas de Imipramina. O grupo de intervenção recebeu 12 sessões de
terapia cognitiva. Este ensaio controlado randomizado mostrou que o tratamento da terapia
cognitiva era mais eficaz do que a Imipramina. Este foi o primeiro estudo que mostrou que uma
intervenção psicossocial funcionou com pessoas deprimidas, e que a terapia cognitiva funcionou
pelo menos, tão bem quanto a terapia farmacológica (Beck, 2016).

� https://beckinstitute.org/biography-cognitive-behavior-therapy/
Beck por Beck

� De fato, quando continuamos acompanhando os pacientes durante o período de follow up,


descobrimos que os pacientes que haviam recebido 12 semanas de Imipramina tendiam a
não se dar bem no período de acompanhamento, mas aqueles que utilizavam nossa
intervenção psicossocial continuaram indo bem. A explicação era que a intervenção da
Terapia Cognitiva tinha realmente ensinado às pessoas novas habilidades. As pessoas
com o suporte exclusivo da farmacoterapia não conseguiam mais progredir sem receber
mais drogas.
Beck por Beck

� Para tornar uma longa história em uma não tão longa, ajustamos o tratamento e
escrevemos um livro descrevendo o tratamento. Então voltamos nossa atenção para os
transtornos de ansiedade. A partir daí, continuamos com o mesmo paradigma.
Faríamos observações clínicas de pacientes com um transtorno (distúrbio) diferente,
desenvolveríamos uma formulação cognitiva do transtorno e adaptaríamos nossas
intervenções. Faríamos então um teste clínico para demonstrar que era válido. E
publicávamos um livro. E assim passamos da depressão ao suicídio, uso de substâncias,
ansiedade e transtornos de personalidade. Descobrimos que nossos testes clínicos foram
bastante eficazes, e escrevemos vários livros sobre uma série de outras doenças também.
Isso levou cerca de quarenta ou cinquenta anos. Quando você tem uma nova terapia, você
tem que começar quando você é muito jovem, ou você não vai viver para ver as aplicações
finais!
Beck por Beck
� Em algum momento, a terapia cognitiva se transformou no que era chamado de terapia
comportamental cognitiva e continuou a ser bastante popular. Acabou sendo difundido, e
pessoas vieram até nós de todo o mundo para treinamento. No entanto, tive uma sensação
incômoda de que estávamos treinando terapeutas que iriam ver indivíduos em
consultório particular. Isso significava que as pessoas com um status socioeconômico
mais alto tendiam a receber terapia cognitiva, mas havia uma enorme população de outros
indivíduos em tratamento na comunidade, que não recebiam terapia cognitiva ou qualquer
outro tratamento baseado em evidências. (Beck, 2016)
� Em 2007, Beck iniciou uma parceria com Arthur Evans PH.D, diretor do Departamento de
serviços em Saúde Comportamental e Deficiência Intelectual da Filadélfia (DBHIDS).
� Em 2011, Beck desenvolveu um tipo de técnica específica voltada para a reabilitação de
pacientes severamente comprometidos (doentes mentais graves).
Beck por Beck

� Penso que levará vários anos para que realmente possamos implantar totalmente nossa
abordagem da Terapia Cognitiva Orientada à Recuperação. A razão é que a abordagem é
nova e, comparada à abordagem padrão para os doentes mentais graves, é revolucionária.
Por exemplo, um princípio importante é que, se você tratar essas pessoas como se fossem
normais, elas reagirão normalmente. Eles vão mostrar afeto normal, comportamento
normal e pensamento normal. Nossa ideia é que não apenas podemos “trazer” (fazer
emergir) a personalidade normal, mas também podemos manter a personalidade normal
durante toda a permanência do indivíduo em um hospital e depois, de volta à comunidade
(Beck, 2016).
Beck por Beck
� Mas o problema era: como você mantém a pessoa (e a personalidade normal)? Bem, isso se
torna o problema. Assim, o plano passou a treinar todos os indivíduos que têm contato com
os pacientes. Isso inclui os arteterapeutas, os terapeutas ocupacionais, os assistentes sociais,
os enfermeiros e os psiquiatras. Precisávamos de todos eles a bordo, usando essa nova
abordagem. Para fazer isso, eles precisavam de uma mudança de atitude, porque muitos deles
tinham a mesma crença errônea que eu tinha - a saber, que as pessoas que eram loucas por
definição, não eram capazes de serem sensatas em nenhum momento.

� O Instituto Beck para Terapia Cognitivo-Comportamental foi fundado em 1994 pelo Dr. Aaron Beck e
sua filha, Judith Beck, como um setting para a psicoterapia de ponta e o treinamento profissional.
https://beckinstitute.org/
Aaron T. Beck – Conselho para os novos
terapeutas
� Eu gostaria de imergir nas abordagens, teorias e tecnologias que são usadas e finalmente, esperaria que a pessoa chegasse à
conclusão de que há um mapa da estrada, e a gente precisa desse mapa, que se chama “conceitualização do transtorno” e que ele
será seu guia para aplicar qualquer que sejam as estratégias e técnicas indicadas.
� Quando você vê um paciente e pensa “deve ser estresse pós-traumático” você pensa em termos de sintomas e em termos de
“catastrofização”. Você tem um mapa geral, um desenho geral e então, você aplica para o problema individual. E aí, cada caso
tem que ter sua própria formulação, baseado em primeiro lugar na história do paciente e assim por diante, e então, na aplicação
do mapa. O mapa não é apenas um guia para a formulação do caso mas para qual técnica deverá ser usada.
� *Há uma correspondência entre o pensamento catastrófico e o desenvolvimento do Estresse pós-traumático; Uma revisão de
literatura sobre quadros de ansiedade, Pânico, depressão, TOC, Dor crônica na coluna, etc. foi feita e evidenciou-se a correlação
entre o desenvolvimento desses transtornos e o pensamento catastrófico. Beck enfatiza a importância do conteúdo catastrófico
em cada transtorno e em cada indivíduo.

� https://www.youtube.com/watch?v=f_kZKHcX4_E
Aaron T. Beck

� Integrando Psicodinâmica e TCC


Principalmente quando se trata de Transtornos de Personalidade;
� Transferência
� Eventos da infância
� Sonhos

https://www.youtube.com/watch?v=eZnDn5t-CKY (2015)
Terapia cognitiva - Beck
Capítulo 12 – Psicoterapias – Cordioli, 2019.
� “Há mais na superfície do que os
olhos alcançam”
Aaron T. Beck
Terapia Cognitiva

� A terapia cognitiva (TC) é um método psicoterapêutico fundamentado no modelo


cognitivo, segundo o qual a emoção e o comportamento são influenciados pela forma
como o indivíduo interpreta os acontecimentos. Embora o elemento central na
compreensão dos problemas do indivíduo seja a cognição, a TC reconhece a interação
recíproca entre pensamentos, emoções, comportamentos, reações físicas e o ambiente.
Terapia Cognitiva

� A TC foi desenvolvida por Aaron T. Beck no início da década de 1960. Buscando uma base
empírica para a teoria da melancolia de Freud, Beck atendeu pacientes com depressão, e
sua atenção foi despertada pelas características negativas do pensamento depressivo. Aos
poucos, Beck foi estruturando um modelo cognitivo da depressão que resultou
posteriormente no livro Terapia cognitiva da depressão.
� Nesse livro, Beck e colaboradores propuseram que, independentemente das causas, a
depressão poderia ser concebida como uma perturbação no pensamento consciente; isto é,
seus sintomas seriam decorrentes de um processamento cognitivo pessimista. Sendo de
natureza consciente, a ocorrência dos sintomas não estaria fora do controle do paciente,
pois seu estado de humor e seu comportamento seriam consequência de uma visão
distorcida de si, dos outros e do mundo. O tratamento consistiria na modificação desses
pensamentos disfuncionais.
Terapia Cognitiva – TC ou TCC?

� Tendo em vista que a TC e a terapia comportamental apresentam similaridades nos


aspectos metodológicos, como a orientação objetiva, empírica e experimental, a
preocupação com a efetividade e com a manutenção dos resultados e o uso de técnicas
comportamentais e cognitivas de forma complementar, bem como compartilham práticas
similares orientadas para serem baseadas em evidências, elas passaram a ser chamadas de
terapias cognitivo-comportamentais (TCCs).
Princípios básicos da TC
� Beck afirma que a TC é, então, uma abordagem:
� Ativa, pois paciente e terapeuta estão constantemente agindo de forma cooperativa no
sentido de solucionar os problemas, de modo a permitir que o próprio paciente aprenda a
identificar e modicar seus pensamentos.
� Diretiva, pois é dirigida aos problemas apresentados no “aqui e agora” , trabalhando
pensamentos, sentimentos e comportamentos atuais do paciente, usando os dados da
história passada apenas quando contribuem para uma compreensão mais acurada das
crenças do paciente.
� Psicoeducativa, pois o terapeuta ensina ao paciente o modelo cognitivo, a natureza de
seu(s) problema(s), o processo terapêutico e a prevenção de recaída. Estruturada, pois a
terapia estabelece uma sequência de sessões previamente estabelecida.
Princípios básicos da TC
� Beck afirma que a TC é, então, uma abordagem:
� Breve, pois, de forma geral, após 16 a 20 sessões, já ocorre melhora visível nos
transtornos. O número de sessões necessárias para o tratamento completo varia conforme o
tipo, a gravidade e a quantidade de problemas, as características do paciente e a
experiência do terapeuta. Sabe-se que os casos de transtornos da personalidade exigem um
número maior de sessões.
� Que utiliza tarefas de casa como atividade integrada ao processo terapêutico. Elas
consistem na realização de exercícios e experimentos entre as sessões com o objetivo de
aumentar a efetividade e a generalização dos efeitos da terapia.
� Que utiliza técnicas cognitivas e/ou comportamentais para a modificação das crenças
do paciente.
Terapia Cognitiva – Principais Conceitos
� A noção de que são as interpretações − e não os fatos em si − que trazem sofrimento
ao indivíduo é central para compreender a psicopatologia. A forma como os eventos
são percebidos é expressa por meio dos pensamentos automáticos (PAs). Estes são
pensamentos que coexistem com o fluxo de pensamentos mais conscientes. Os PAs são
avaliações espontâneas, geralmente não muito conscientes, que podem ser mais ou menos
correspondentes com a realidade. Assim, por exemplo, em uma situação em que há duas
pessoas em um elevador que, de repente, para, a primeira pensa “Droga, vou chegar
atrasado ao dentista” e experimenta alguma irritação, enquanto a outra pensa “Não vou
conseguir respirar!” , o que a faz experimentar medo intenso.
Terapia Cognitiva – Principais Conceitos
� A origem dos PAs, disfuncionais ou não, são as crenças nucleares, que são muito
arraigadas, precoces, supergeneralizadas e absolutistas em relação a si mesmo, aos
outros e ao mundo. Elas representam o nível mais profundo do processamento cognitivo e
são desenvolvidas a partir da infância, como uma tentativa de organização dos dados
provenientes do mundo externo e interno. As crenças nucleares, quando desenvolvidas a
partir de experiências favoráveis, permitem o surgimento de conceitos positivos de si,
como “Sou atraente” ou “Sou competente”; caso contrário, surgem crenças negativas,
como “Sou indesejável” ou “Sou inadequado” .
Terapia Cognitiva – Principais Conceitos
� A partir das crenças nucleares, desenvolvem-se outros grupos de crenças,
denominadas crenças intermediárias ou condicionais, que incluem crenças, regras e
atitudes. As crenças intermediárias frequentemente são expressas na forma de “Se...
então...” e revelam estratégias compensatórias por meio das quais a pessoa imagina que
suas crenças mais negativas não se manifestarão ou não serão descobertas.9 As regras são
estruturadas de forma ampla, como “Tenho que fazer tudo certo” ou “Não devo confiar nas
pessoas”
Terapia Cognitiva – Principais Conceitos
� A compreensão desse grupo de crenças permite que o terapeuta entenda melhor o emprego
de certas estratégias comportamentais (mecanismos que visam ocultar ou compensar
crenças negativas) do paciente. As estratégias comportamentais são desenvolvidas desde a
infância e podem continuar a ser usadas na vida adulta sem que a pessoa reconheça seu
emprego inadequado. Apesar de evidências contrárias, as crenças disfuncionais podem ser
mantidas ao longo da vida pelas distorções cognitivas, que filtram os dados da realidade e
selecionam apenas aqueles que confirmam a crença disfuncional. As principais distorções
são as de pensamento dicotômico, inferência arbitrária, leitura mental e catastrofização.
Terapia Cognitiva – Processo Terapêutico
Processo terapêutico A eficácia da terapia depende do estabelecimento de um plano de
tratamento claro.
� O plano de tratamento deve incluir:
� conceitualização do problema
� educação do paciente sobre o modelo cognitivo
� desenvolvimento de relação colaboradora
� fortalecimento da motivação para o tratamento
� estabelecimento de metas
� várias intervenções cognitivas e comportamentais
� esforços para prevenção de recaídas
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
R., 38 anos, casada, três filhos (18, 15 e 12 anos), secretária, procurou psicoterapia por
indicação do psiquiatra com quem fazia tratamento há um mês sem obter melhora dos
sintomas.
1. O processo terapêutico inicia-se com a elaboração da conceitualização cognitiva. A
conceitualização cognitiva consiste em uma explicação lógica sobre o surgimento e a
manutenção do problema do paciente, que começa a ser desenvolvida na primeira entrevista e
vai sendo aprimorada ao longo das demais sessões. Esse processo pode ser orientado pelas
seguintes perguntas: Qual o diagnóstico da paciente? A paciente apresentava transtorno
depressivo maior. Quais são seus problemas atuais, como esses problemas se desenvolveram e
como eles são mantidos? A paciente queixava-se de falta de energia para realizar as tarefas
diárias, crises de choro, redução na capacidade de se concentrar, dores musculares por todo o
corpo, falta de ar, palpitações e insônia. Os sintomas já estavam presentes havia cerca de dois
meses, desde que ela soube que o Filho (15 anos) havia se envolvido com drogas.
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Que pensamentos e crenças disfuncionais estão associados aos problemas; quais
reações (emocionais, siológicas e comportamentais) estão associadas a seu pensamento?
Apresentava pensamentos automáticos do tipo “Não mereço ser feliz” , “Nada vai dar
certo” , “Perdi o controle” .
� Seus pensamentos eram acompanhados por reações emocionais, como intensa tristeza e
ansiedade, e comportamentais, como evitar o contato com outras pessoas e ficar deitada na
cama quase o dia inteiro.
� Que aprendizagens e experiências antigas (e talvez predisposições genéticas) talvez
contribuam para seu problema atual? Desde sua infância, a mãe exigia que ela
assumisse muitas tarefas, sem dar oportunidade para atividades prazerosas. Os pais eram
pouco afetuosos com ela. A mãe era muito preocupada com a avaliação dos outros. Quais
são suas crenças subjacentes (inclusive atitudes, expectativas e regras) e pensamentos?
Crença nuclear: “Não sou amada, não mereço ser feliz” . Crenças intermediárias: Atitude:
“É terrível não ser amada” .
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Suposições condicionais: Positiva: “Se zer o que os outros querem, então as pessoas irão
gostar de mim e serei feliz” . Negativa: “Se contrariar as pessoas, então serei rejeitada e
infeliz” .
� Regras: “Devo evitar conflitos com os outros” , “Devo resolver tudo sozinha” .Como a
paciente enfrenta suas crenças disfuncionais? Quais mecanismos cognitivos, afetivos e
comportamentais, positivos e negativos, ela desenvolveu para enfrentar suas crenças
disfuncionais? Como ela via (e vê) a si mesma, os outros, seu mundo pessoal e seu futuro?
Evitava expor suas ideias e necessidades. Não se opunha a nenhum pedido, mesmo que
fosse desagradável; entretanto sentia-se incapaz de solicitar favores.
� Que estressores contribuíram para seus problemas psicológicos ou interferiram em sua
habilidade para resolver esses problemas? O envolvimento do filho com drogas parece ter
ativado a crença “Não mereço ser feliz” .
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Educação da paciente. A relação terapêutica também se caracteriza por um aspecto
pedagógico. A paciente é ensinada a identificar, manejar e modicar seus pensamentos e
comportamentos com o objetivo de tornar-se sua terapeuta ao final da terapia. A paciente
recebeu explicações sobre o modelo cognitivo e seu problema específico (depressão).
Foram discutidos também o surgimento dos sintomas de ansiedade e o manejo desse
sintoma.
� Relação colaboradora. A adesão ao processo terapêutico manifesta-se pelo estabelecimento
de uma relação colaboradora entre terapeuta e paciente. O trabalho conjunto envolve
avaliação da validade das cognições e da funcionalidade do comportamento. Inicialmente,
o terapeuta é muito ativo e transfere ao paciente, de modo gradativo, a responsabilidade
pelo andamento do processo terapêutico. O paciente é incentivado, desde o início, a utilizar
os recursos aprendidos na terapia em seu cotidiano. Neste caso, por exemplo, inicialmente
o planejamento de atividades diárias foi feito durante as sessões, e a paciente assumiu de
modo gradativo a responsabilidade dessa tarefa
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Motivação do paciente. É necessário que o paciente se sinta motivado para aderir às
técnicas terapêuticas. R. inicialmente considerava difícil a realização de pequenas tarefas,
como, por exemplo, fazer uma caminhada. É importante também discutir as expectativas
do paciente em relação à terapia. Essa paciente esperava que os sintomas desaparecessem
sem nenhum tipo de trabalho ativo de sua parte.
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Conceitualização do caso. Essa é uma etapa fundamental no processo terapêutico, pois a
conceitualização cognitiva permite compreender o funcionamento do paciente e fazer um
planejamento das intervenções terapêuticas.
� O preenchimento do Diagrama de Conceituação Cognitiva (Tab. 12.1) permite relacionar
emoções, comportamentos, pensamentos automáticos e crenças intermediárias e centrais.
Geralmente, esse diagrama começa a ser preenchido pelo próprio paciente, que registra
exemplos de situações, bem como os pensamentos, sentimentos e comportamentos a elas
associados, e a forma como foram interpretadas (significados, crenças), os significados que
adquiriram ou o que ativaram na ocasião. A partir de então, é realizada uma referência às
experiências de vida do paciente, de onde surgiram suas crenças centrais ou nucleares, as
crenças condicionais positivas e negativas e os comportamentos habituais.
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Compreendendo a história de R.
� Os pais de R. tiveram diversas dificuldades financeiras, e, desde cedo, ela e os irmãos
foram privados de vários pequenos confortos, sendo que R. considerava que ela havia
passado por maiores privações. O pai era autoritário, e a mãe se submetia a ele para evitar
conflitos. R. cresceu achando que a mãe dava maior importância aos desejos do pai dela do
que aos dela. A mãe era muito exigente e dificilmente expressava afeto por ela. R.
desenvolveu crenças centrais disfuncionais como “Não sou amada” , “Não mereço ser
feliz” , “Os outros são insensíveis às minhas necessidades” e o “O mundo é um lugar cheio
de dificuldades” . Para lidar com essas crenças, R. desenvolveu crenças condicionais como
“Se fizer tudo o que os outros querem, posso conseguir ser feliz” e regras como “Devo
evitar conflitos” .
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
� Compreendendo a história de R.
� Ao longo da vida, R. procurou corresponder às expectativas dos pais e, depois, do marido e dos
lhos, mas nunca se sentiu estimada. Aos 19 anos, engravidou acidentalmente e foi muito criticada
e pressionada por seus pais a se casar. Após o casamento, o marido passou a fazer uso abusivo de
álcool e tornou-se verbalmente agressivo com ela. Ele sentia muito ciúme e exigia que ela se
afastasse das amigas. Tentou se separar, mas os pais e os irmãos não a apoiaram.
� O comportamento do marido era visto pela paciente como prova de seu descaso com ela e de que
não poderia ser feliz. Quando o filho se envolveu com drogas, o marido a acusou de ter errado na
educação dos filhos. R. assumiu a acusação como um fato, e não uma interpretação dos fatos.
Esse evento veio confirmar para ela que não merecia mesmo ser feliz. Passou a apresentar
sintomas de ansiedade, como falta de ar e palpitações, que eram interpretados como mais uma
infelicidade a ser vivida. Nesse período, adoeceu e não recebeu ajuda da mãe ou dos irmãos, o que
novamente foi interpretado como um sinal de que não era estimada por ninguém. As limitações
provocadas pela doença foram interpretadas como nova ameaça, o que intensificou os sintomas de
ansiedade.
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
Metas do tratamento:
Planejar e realizar atividades agradáveis.
Aprender a manejar a ansiedade para reduzir o desconforto físico.
Fazer reestruturação cognitiva de pensamentos negativos.
Questionar crenças disfuncionais.
Desenvolver sua assertividade.
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
Intervenções realizadas:
Planejamento de atividades (visando preparar a paciente para a reestruturação cognitiva);
Para o manejo de ansiedade – Intervenções no nível cognitivo: fisiologia, sintomas etc. e
questionamento socrático (“vou perder meu filho”); nível fisiológico: treino de relaxamento
muscular e respiratório.
Uma vez que houve redução dos sintomas depressivos e da ansiedade, foi iniciado o trabalho
de identificação e modificação de crenças centrais disfuncionais. A técnica da seta descendente
foi empregada para obter acesso à crença nuclear. Ao usar essa técnica, o terapeuta pergunta,
sucessivamente: “E se isso fosse verdadeiro, qual seria o significado?”
EXEMPLO CLÍNICO - TCC
Intervenções realizadas:
Na etapa seguinte, a paciente foi orientada sobre as crenças nucleares, destacando-se a noção
de que essas crenças são ideias, e não verdades absolutas. A paciente também foi ensinada a
buscar evidências que apontassem se suas crenças eram ou não 100% verdadeiras. Depois, a
paciente foi orientada a construir crenças alternativas menos absolutas e negativas. Para lidar
com a crença de que os outros eram insensíveis às suas necessidades, foram realizados treinos
de assertividade, por meio dos quais a paciente aprendeu a recusar pedidos e expressar desejos
e ideias contrários aos de terceiros.
Terapia Cognitiva
Na fase final da terapia, a frequência das sessões é gradualmente reduzida. Nesse momento, é
importante discutir pontos como (a) a responsabilidade do paciente por seus progressos e (b)
as possíveis oscilações no futuro do estado de humor, uma revisão de técnicas que devem ser
constantemente utilizadas em eventuais recaídas, etc. A alta em TC é dada quando o paciente
se mostra capaz de utilizar os recursos adquiridos na terapia para solucionar problemas
cotidianos e quando está apto a identificar seus pensamentos e crenças disfuncionais e
substituí-los por outros mais realistas.

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