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PSICANALÍTICAS
Profa. Ma. Raíssa Almoedo
Planejamento (cap.
10)
Já vimos: (alguns) conceitos
fundamentais em Psicanálise; Avaliação
(entrevista inicial, etc.)
Vamos ver: Planejamento de Psicoterapia
de orientação analítica(Cap. 10 – POA
fundamentos teóricos e clínicos);
O contrato (Cap. 11 – POA fundamentos
teóricos e clínicos)
◦ Um longo caminho será percorrido até o objetivo inicial ser atingido ajudar o paciente a viver melhor,
não permanecer aprisionado ao problema;
◦ Forças inconscientes sempre estarão atravessando esse processo;
◦ Planejamento orienta a mente do terapeuta ao longo do processo
◦ Uma psicoterapia de bons resultados leva à alta, à separação;
◦ Planejamento não é estático! Mas um ponto de referência! (que precisa ser repensado ao longo de
todo o processo);
O Processo psicoterápico
◦ FULGENCIO, Leopoldo. The objective of psychoanalytical treatment for Freud and for Winnicott. Estilos da Clinica, v. 23,
n. 2, p. 344-361, 2018.
Planejamento em POA
◦ Planejamento é necessário Para que a gente pense nas formas de atingir os objetivos evitando a
vagueidade e aleatoriedade.
◦ Capacidade diagnóstica fator do processo psicoterápico
◦ Encontra-se muita literatura sobre outras abordagens psicoterápicas incentivo para nossos estudos e
nossa busca pela qualificação constante do instrumento psicoterapêutico que utilizamos (A POA).
◦ Alcances e limitações bons resultados (corretamente indicada e trabalhada).
◦ Bom aproveitamento da técnica Planejamento se faz essencial!
◦ Como eu costumo falar (e Zimmerman de certa forma endossa isso): O empreendimento (do estudo,
pesquisa, ensino e prática) psicanalítico é pra vida toda!
Planejamento em POA
◦ Riscos de uma Psicoterapia sem fim Desconhecimento dos problemas principais e conflitos básicos
(um cego conduzindo outro)
◦ Planejamento diagnóstico, objetivos e manejo (elementos em contínua interação;
◦ Terapeuta vai executar tais elementos no estabelecimento e cumprimento do planejamento
terapêutico.
◦ É um esboço de linhas de trabalho a seguir!
◦ (alguma) Noção prognóstica é importante;
Ilustração clínica - 1
◦ Adulto jovem;
◦ Início de carreira;
◦ Conteúdo trazido na demanda: Muita dificuldade de relacionamento, sentimento constante de estar errado que
o impedia de utilizar seus conhecimentos; Desistia rápido dos relacionamentos com mulheres diante de
contrariedades;
◦ Precisava estar sempre com a razão e embora lhe parecesse “absurdo”, se sentia ofendido e desvalorizado se
não fosse assim preferia o isolamento (mesmo com sofrimento);
◦ Buscou ajuda principalmente pela questão do isolamento mas não tinha certeza se poderia ser ajudado.
◦ Foi detectado um padrão de funcionamento coerente com a história de vida relatada;
◦ Padrão persistente, não de todo egodistônico (sentimento de inadequação a si) foi sendo esboçado na
mente do terapeuta;
Ilustração clínica - 1
◦ O paciente tinha uma viagem de intercâmbio dali a três meses;
◦ Havia se empenhado para isso (classificado entre os primeiros lugares) mas achava que não seria
possível ir mesmo sabendo que iria (havia recebido a bolsa);
◦ Diagnóstico foi estabelecido mas o plano precisou incluir a viagem, o seu significado e a relação com o
quadro geral.
◦ Incluiu-se aí o exame de sua atual dificuldade em levar adiante o programa se dar conta de sua
conduta (padrão) motivá-lo a seguir o tratamento futuramente.
◦ Se não houvesse planejamento, o que aconteceria?
◦ Haveria a confirmação para o paciente da impossibilidade de ser ajudado isolamento
Planejamento em POA
◦ Dupla Responsabilidade ao atender um paciente que nos procura por estar sofrendo e para indicar o
tratamento mais efetivo.
◦ Uma psicoterapia não aborda apenas os problemas de uma pessoa , mas também sua dificuldade de
resolvê-los.
◦ O que os sintomas significam para aquela pessoa?
◦ A POA e a Psicanálise métodos de atribuição de significado que procuram ampliar a mente com a
criação de modelo mentais que permitam pensar melhor determinada situação.
O caso de Rui, 21 anos
◦ A questão dos múltiplos diagnósticos (adequados ou não?);
◦ Ganho secundário;
◦ Padrões de dificuldades foram detectados...
◦ Compulsão à repetição - o paciente não se lembra de nada do que ele esqueceu e reprimiu, mas ele o atua. Ele o reproduz
não como memória, mas como uma ação; ele repete, sem saber, é claro, que está repetindo (Freud, SE, v. 12, p. 150).
◦ Diante do cenário que nos é apresentado: Haveria possibilidade de planejar uma POA com chances de bons resultados
pra ele? Por que POA?
◦ Os resultados da psicoterapia dependem do paciente, do terapeuta e da técnica, nesta incluída a RELAÇÃO entre
terapeuta e paciente.
◦ Independentemente da acurácia dos diagnósticos algo não foi atendido em sua busca;
◦ Por que POA? Padrão repetitivo de sua conduta e evidência de conflito inconsciente na raiz desta.
O caso de Rui, 21 anos
◦ Importância de seu conflito ics com o pai e com a posição infantil que se faz tão evidente;
◦ Motivação não favorece encaminhamento para Psicanálise;
◦ Em uma POA seria possível levar em consideração esses aspectos busca repetida por atendimento, padrão repetitivo
de abandono e insatisfação, pouca motivação);
◦ Estabelecer um foco O que é central do conflito que pode ser o ponto de convergência das atenções do terapeuta.
(foco Conflito atual)
◦ Estabelecimento desse foco é o passo inicial do planejamento associado a exploração das defesas e ansiedades que
previnem o paciente dessa percepção;
◦ O Estabelecimento de um foco deve encontrar concordância no paciente para que seja efetivo;
◦ A concordância pode surgir desde o início do tratamento, após um período de discordância ou não mostre sinais dela
durante todo o tratamento.
O caso de Rui, 21 anos
◦ Reflexão sobre o que são bons resultados em POA (com que objetivos se trabalha);
◦ O aproveitamento de um paciente deveria ser formulado em termos da “resolução” de seus conflitos,
objetivo de todas as formas de psicoterapia (...) respostas inadequadas x adequadas
◦ Máximo benefício terapêutico (POA) x Máximo conhecimento de si mesmo (Psicanálise)
◦ POA alcances, limitações e Riscos O planejamento deve levar isso em consideração.
◦ Planejamento deve estar próximo, alinhado às necessidades do paciente.
◦ Flexibilidade de reavaliar a hipótese diagnóstica inicial alterar o planejamento inicial.
◦ É um processo dinâmico e deve ocorrer ao longo da psicoterapia;
Planejamento: Como?
◦ Modelo psicodinâmico implica num modelo de conflito psíquico;
◦ Impulsos, necessidades e desejos; ansiedades associadas a eles; mecanismos de defesa (ics) que geram
sintomas (defensivos e expressivos).
◦ (a doença mental deriva de conflitos intrapsíquicos relacionados a experiências infantis e que foram
resolvidos de modo inadequado; fator desencadeante métodos para manter o equilíbrio (traços de
caráter – padrão de defesa) falham e os sintomas aparecem)
◦ Os sintomas revelam importantes elementos dos conflitos e dos meios pelos quais o ego tenta lidar com
eles e se manifestam nas relações atuais da vida do paciente e na sua relação com o terapeuta, com
repetições de relações do passado.
◦ Foco ponto de urgência tema principal em torno do qual convergem as interpretações do terapeuta;
Planejamento: Como?
◦ Avaliar as forças em ação na determinação e manutenção do problema do paciente para estudar de que
forma e utilizando que recursos (interpretações transferenciais e extratransferenciais, confrontações,
intervenções mais diretas ou questionamentos etc.) trabalhar com ele. (Táticas conjunto de medidas
para executar o plano estratégico);
◦ Interpretações momento oportuno (para evitar mais manobras defensivas);
◦ Tom utilizado na formulação da interpretação se utilizar de humor ou não? (por exemplo); termos
coerentes com o repertório do paciente.
◦ O que deve ser atingido para que possamos considerar a alta? (planejamento deve conter)
◦ Motivação para seguir buscando seus processos mentais considerado um bom resultado.
◦ Precisamos aprender com os nosso pacientes para poder ajudá-los.
O paciente nos procura…
◦ “para que o ajudemos na vida dele, e não para
que organizemos a sua vida de acordo com
nossas concepções”.
◦ “Neutralidade possível” foco nas
necessidades e valores do paciente.
◦ Meta ajudar o paciente a responsabilizar-se
pelo que é seu, por meio do insight.
◦ Alta? “Como se o mundo vai continuar cheio
de problemas?”