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DICAS DE REDAÇÃO

CONCEITO DE TEXTO
Identifique nas ocorrências se são
textos ou não:
b) José viajou para são Paulo, pois
a) gostava do Paraná. Ele adora
Som
frio. cidades pequenas, por isso escolheu
São Paulo.
Rio
Sombrio.
O longo som
do rio c) Pedro: João, você me empresta seu
frio.
carro amanhã?
O frio João: Se o homem foi à Lua há trinta
bom anos atrás como vou te emprestar meu
do longo rio.
carro?
Tão longe,
tão bom
tão frio
o claro som
PROPRIEDADES DA TEXTUALIDADE

a) CONECTIVIDADE
 Coesão
 Coerência
b) INTENCIONALIDADE
c) ACEITABILIDADE
d) INFORMATIVIDADE
e) SITUACIONALIDADE
f) INTERTEXTUALIDADE
FASES DO PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

O ato de escrever exige operações elementares como: organizar e selecionar


ideias, produzir e rever o texto para torná-lo cada vez mais inteligível. Neste
sentido, o primeiro passo para aprender a produzir um texto é distinguir as várias
fases de sua realização: planejamento (seleção e organização das ideias),
feitura do texto, revisão e redação final.
Portanto, ao escrever um texto, você, assim como qualquer escritor, deve
seguir algumas fases no processo de produção:
Primeira fase: PREPARAÇÃO - você pensa, anota, organiza os dados.
Prepara-se, nessa fase, o projeto do texto.
Segunda fase: ESCRITA - você escreve o texto com total liberdade, sem
medo de errar. Nessa fase, executa-se o projeto do texto.
Terceira fase: REVISÃO - você faz a leitura crítica do texto: lê, relê, risca,
acrescenta, retira, altera, reescreve. Nessa fase, você se torna um leitor crítico do
próprio texto.
Quarta fase: PUBLICAÇÃO - você escreve o texto definitivo e apresenta-o a
seus leitores (colegas, amigos, professor, etc.).
FASES DO PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

1. Identificação das características da redação


Assunto: Drogas
Tema: Liberar ou não liberar
Tipo: Argumentativo
Gênero (formato): Artigo
Destinatário: Público em geral
Propósito: Argumentar a favor ou contra a liberação
das drogas
2. Elenco desordenado e casual de ideias
para o tema

 vulgarização e descontrole geral


 países com estados onde há liberação estão revendo a situação
 quem sairia ganhando?
 a posição do governo diante da paralisação da sociedade
 nenhum benefício poderia amenizar os males causados
 o governo seria o “traficante oficial” da nação
 sensação de poder X disposição para trabalhar
 liberar é desistir do combate e juntar-se ao inimigo
 a liberdade é o bem maior que possuímos, não devemos abrir
mão desse bem
 o futuro das crianças
 decisão equivocada e pouco racional
3. Seleção e a organização das ideias configuram
o seguinte roteiro
 1. Não liberar
 decisão equivocada e pouco racional
 vulgarização e descontrole geral
 nenhum benefício aliviaria os males causados
 sensação de poder x disposição para trabalhar
 2. Liberando
 2.1. quem sairia ganhando?
 2.2. a posição do governo
 2.3. seria o “traficante oficial”
 2.4. países onde há liberação estão re
 vendo a situação
  3. A liberdade
 3.1. bem maior
 3.2. jamais abrir mão dela
  Conclusão
 - Liberar é desistir do combate e juntar-se ao inimigo
 - O futuro das crianças
Versão final d texto
A liberação oficial das drogas é, sem dúvidas, uma decisão equivocada e pouco racional, uma
vez que as tornariam vulgares e ocasionaria um descontrole geral no aumento do consumo. Além disso,
os prejuízos causados por conta dessa liberação seriam incalculáveis, por conta da sensação de poder
que as drogas proporcionaram e a consequente falta de disposição para o trabalho.
Devemos questionar, no caso de uma provável liberação para essas substâncias, quem sairia
ganhando com isto? A sociedade, certamente, nada ganharia. Ademais, qual seria a função do governo
nesse caso? Seria o “traficante oficial” da nação? Países que as liberaram estão revendo suas
posições, exatamente porque a situação estava ficando caótica.
Além desses questionamentos, devemos refletir em torno da nossa liberdade. Que liberdade tem uma
pessoa que vive presa à sensação de uma substância? Não abramos mão do nosso bem maior!
Liberar as drogas é, portanto, desistir do combate e j A liberação oficial das drogas é, sem
dúvidas, uma decisão equivocada e pouco racional, uma vez que as tornariam vulgares e ocasionaria
um descontrole geral no aumento do consumo. Além disso, os prejuízos causados por conta dessa
liberação seriam incalculáveis, por conta da sensação de poder que as drogas proporcionaram e a
consequente falta de disposição para o trabalho.
Devemos questionar, no caso de uma provável liberação para essas substâncias, quem sairia
ganhando com isto? A sociedade, certamente, nada ganharia. Ademais, qual seria a função do governo
nesse caso? Seria o “traficante oficial” da nação? Países que as liberaram estão revendo suas
posições, exatamente porque a situação estava ficando caótica.
Além desses questionamentos, devemos refletir em torno da nossa liberdade. Que liberdade tem
uma pessoa que vive presa à sensação de uma substância? Não abramos mão do nosso bem maior!
Liberar as drogas é, portanto, desistir do combate e juntar-se ao inimigo. É tolher o futuro brilhante
de uma criança. Sejamos mais racionais e não troquemos a beleza do nosso mundo pela obscura trilha
que tem a morte como ponto final.
I. Identificação das características da redação
Assunto: Futebol
Tema: O brasileiro em época de copa do mundo
Tipo: Expositivo-argumentativo
Gênero (formato): Artigo
Destinatário: Público em geral
Propósito: Expor opinião sobre o brasileiro em época de
copa do mundo
FASES DO PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

ELENCO DAS IDÉIAS E ORDENAÇÃO

- coloca o jogo em 1º lugar


- enfeita as ruas
Patriota (2)
- esquece dos problemas
Conquista (5) - torna-se técnico
- comemora - o comércio e instituições
públicas fecham
- único penta O brasileiro em As - o trânsito pára
- participou de época de copa cidades - as pessoas se agregam para
todas as copas
do mundo param (1) ver o jogo
- hexa

Após o jogo (4) - se ganhar: faz folia


Comércio (3) - artefatos nas
- se perder: fica triste; lamenta;
cores do Brasil
chora
- fogos e bombas Esperança (6)
Versão final do texto
Em época de copa do mundo, o brasileiro é incomparável. Ele é o único povo capaz de
parar sua cidade, fechar o comércio e as instituições públicas e paralisar o trânsito,
simplesmente para agregar-se em grupos e assistir, pela televisão, o jogo da Seleção
Brasileira de Futebol.
Por conta disso, o brasileiro é visto, mesmo que temporariamente, como um
indivíduo extremamente patriota, pois coloca o jogo de sua seleção em primeiro lugar. É
fácil comprovar isto por meio de suas ações: enfeita as ruas; esquece dos problemas;
comemora; torna-se comentarista esportivo e, até mesmo, técnico.
O brasileiro, por ser apaixonado por futebol, nessa época, impulsiona o comércio a
colocar à sua disposição artefatos diversos nas cores da seleção e faz questão de
comprar fogos de artifício e bombas para tornar o momento do gol em uma inesquecível
explosão de alegria.
Após o jogo, se tiver a felicidade de o Brasil vencer, cai na folia: faz carreata e
extrapola a medida normal da comemoração. No entanto, se o Brasil perder, o brasileiro
fica triste, lamenta e chora, pois não aceita que uma seleção com tantas conquistas, a
única pentacampeã do mundo e que participou de todas as copas, venha a perder,
sequer, uma partida.
Em época de copa do mundo, o brasileiro, como nenhum outro povo, se reveste de
esperança, vibra, grita, chora e traz sempre no coração a certeza da vitória. Vitória que
começou com a conquista da primeira copa, passou para a segunda, a terceira, a quarta,
a quinta e, agora, já ensaia o Brasil Hexacampeão do Mundo. Se o Brasil for campeão, já
começará o sonho de vencer a próxima copa e, se não for, ficará triste, porém,
aguardará, ansiosamente, mais quatro anos para, novamente, se encher de esperança e
repetir todas as ações que fizera anteriormente. Assim é o brasileiro.
AS PALAVRAS-CHAVE E AS IDÉIAS-CHAVE NA ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO
As palavras-chave
Eu ensinei a todos eles
Lecionei no ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei tarefas a, entre outros, um
assassino, um evangelista, um pugilista, um ladrão e um imbecil.
O assassino era um menino tranqüilo que se sentava no banco da frente e me olhava com seus olhos
azuis-claros; o evangelista era o menino mais popular da escola, liderava as brincadeiras dos jovens; o
pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando, soltava uma risada rouca que espantava até os
gerânios; o ladrão era um jovem alegre com uma canção nos lábios; e o imbecil, um animalzinho de
olhos mansos, que procurava as sombras.
O assassino espera a morte na penitenciária do Estado; o evangelista há um ano jaz sepultado no
cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho numa briga em Hong Kong; o ladrão, se ficar na ponta
dos pés, pode ver minha casa da janela da cadeia municipal; e o pequeno imbecil, de olhos mansos de
outrora,bate a cabeça contra a parede acolchoada do asilo estadual.
Todos esses alunos outrora sentaram-se em minha sala,e me olhavam gravemente por cima de mesas
marrons.Eu devo ter sido muito útil para esses alunos – ensinei-lhes o plano rítmico do soneto
elisabetano, e como diagramar uma sentença complexa.
 Observações: O texto é construído com as palavras-chave: assassino, evangelista, pugilista, ladrão
e imbecil. O importante para a existência deste texto são essas cinco palavras.
O texto foi desenvolvido da seguinte forma:
- no primeiro parágrafo: são colocadas as palavras-chave;
- no segundo parágrafo: diz-se de cada palavra-chave algo relacionado com o passado. As palavras-
chave aparecem na mesma ordem em que foram enunciadas no primeiro parágrafo;
- no terceiro parágrafo: as mesmas palavras, na mesma ordem, são explicadas em relação ao que
aconteceu depois
Do princípio ao fim, o texto atém-se a explicar as personagens enunciadas no primeiro parágrafo.
 Para desenvolver o texto o autor utilizou o processo de articulação de parágrafos denominado
articulação por desmembramento do primeiro parágrafo.
As idéias-chave
 Quando se tem dificuldades para chegar à síntese de um texto através das
palavras-chave, a melhor solução é buscar suas idéias-chave. Vejamos como
isso pode ser feito:
Muita gente, pouco emprego
Os megaproblemas das grandes cidades
 A população das megacidades cresce muito mais depressa do que sua capacidade de
prover empregos e fornecer serviços decentes a seus novos moradores. O fenômeno,
detectado no relatório da ONU sobre a população, é tanto mais grave porque atinge em cheio
justamente os países mais pobres. Das dez megacidades do ano 2000, sete estão fincadas
no Terceiro Mundo. As pessoas saem do campo para as cidades por uma razão tão antiga
quanto a Revolução Industrial: querem melhorar de vida. Mesmo apinhadas em periferias e
favelas, suas chances de prosperar são maiores do que na área rural. As cidades, escreveu o
historiador Lewis Mumford, são ö lugar certo para multiplicar oportunidades”.
A típica explosão urbana é registrada em várias cidades da África e da Índia, que dobram de
população a cada doze anos e não dão conta da demanda por emprego, educação e
saneamento. Karachi, no Paquistão, com 8,4 milhões de habitantes, quase nada investe em
sua rede de esgotos desde 1962. Mesmo as que crescem a um taxa menos selvagem, como
a Cidade do México, têm pela frente seus megaproblemas. A poluição produzida pelos
milhões de veículos e 35.000 fábricas da capital mexicana, por exemplo, pode chegar, como
em fevereiro passado, a um nível quatro vezes além do ponto em que o ar é considerado
seguro em países desenvolvidos.
Ainda que todos os prognósticos sejam pessimistas, não se deve desprezar a capacidade de
as megacidades encontrarem soluções até para seus piores desastres. A mobilização da
população da capital mexicana em 1985 para reconstruir partes da cidade arrasadas por um
violentíssimo terremoto evitou o pior – e mostrou que as mobilizações coletivas podem driblar
o apocalipse anunciado para as megalópoles. (Veja, 14 jul. 1993)
 
O título do texto dá boa pista para encontrar as palavras-chave. No texto acima, temos: grandes
cidades e megaproblemas. Essas palavras deverão guiar-nos na busca das idéias-chave.
Vamos por partes:

1º parágrafo: a reportagem trata dos problemas das megacidades no ano 2000, quando os países
pobres são os mais afetados. Logo, chegamos à seguinte idéia-chave: Os países pobres são os
que terão mais problemas para resolver no ano 2000.
2º parágrafo: aqui o problema é a explosão urbana; mostra o crescimento desordenado das cidades
dos países pobres. Logo, podemos traduzir sua idéia-chave assim: As cidades dos países pobres
crescem desordenadamente.
3º parágrafo: a idéia deste parágrafo é que, mesmo com problemas tão complexos, as megacidades
têm capacidade para resolvê-los.Portanto, a idéia-chave é: As megacidades pobres podem
encontrar soluções para seus problemas.
Com essas três idéias-chave podemos formular um esquema que explique a essência do texto:
- no ano de 2000, os países pobres serão os mais atingidos;
- cidades dos países pobres crescem desordenadamente;
- megacidades pobres podem encontrar soluções para seus problemas.
Daí para a síntese é simples. Basta juntar as idéias-chave e dar-lhes uma boa redação.
Síntese a partir das idéias-chave:
As megacidades no ano 2000 irão enfrentar muitos problemas. As cidades dos países pobres são
as que sofrerão devido ao crescimento desordenado de sua população e à poluição. Mas isso Não
significa o caos absoluto, pois essas metrópoles do Terceiro Mundo têm capacidade para resolver
esses e outros problemas.
OBSERVAÇÃO: O texto acima foi construído através da utilização do processo de articulação de
parágrafos denominado: Articulação por introdução de elementos novos a cada parágrafo.
Observe que uma das palavras-chave do texto aparece direta ou indiretamente a cada passo do
texto. A elas se juntam outras que dão a unidade de cada parágrafo.
ESTRUTURAÇÃO DOS PARÁGRAFOS
TRAPALHADAS DO FISCO
1º parágrafo – RETOMADA DA PALAVRA CHAVE
a) O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades
fiscais.
b) Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida.
c) Não há ano em que se sinta a salvo.
d) É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu
bolso.
2º parágrafo – POR ENCADEAMENTO
a) A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que
facilitem a vida do brasileiro.
b) Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros.
c) Cada um que entra se acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente.
3º parágrafo – POR DIVISÃO
a) Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de
contribuintes que bem
conhecemos.
b) O que paga em dia seus tributos e o que sonega de tudo quanto é forma.
c) Enquanto este continua livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada
vez maiores.
d) A impressão que se tem é de que mais vale ser desonesto que honesto. (conclusão)
4º parágrafo – POR RECORTE

a) Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é porque há razões


muito fortes para isso. (que razões seriam essas?)
b) Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado.
c) O que deveria ser aplicado na educação e na saúde some como por
milagre ninguém sabe onde.
d) Há muitos anos que não se fazem investimentos em transportes.
e) Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia.
f) Paga-se muito imposto em troca de nada. (conclusão)

5º parágrafo – POR SALTO


a) Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações
costumeiras, os contribuintes
foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data
prevista.
b) Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator
multiplicador do imposto a
pagar e a receber.
c) Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário.
TIPOS TEXTUAIS

 
 
DESCRIÇÃO
Retrato verbal – imagem; aspectos que caracterizam, singularizam o ser ou
objeto descrito
 

NARRAÇÃO
 Fatos – “pessoas e ações que geram o fato e as circunstâncias em que este
ocorre: tempo, lugar, causa, conseqüência, etc.”

DISSERTAÇÃO
Idéias – exposição, debate, interpretação, avaliação – “explicar, discutir,
interpretar, avaliar idéias.”

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