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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Conteúdo do Curso

1ª PARTE 2ª PARTE

Aula 01 Aula 07
Aula 02 Aula 08
Aula 03 Aula 09
Aula 04 Aula 10
Aula 05 Aula 11
Aula 06 Revisão Parte II
Revisão Parte I
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Apostila do Curso
Parte I
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 01
Juros Simples
Aula 01 – Juros Simples
Introdução

Objetivos da Matemática Financeira:


• Calcular o valor do dinheiro no tempo
Ex.: - Valor das prestações de um financiamento;
- Rendimento financeiro de uma aplicação.
• Precificação de ativos
Ex.: - Preço justo de uma ação ou empresa;
- Preço de um título público ou privado.

• Estes cálculos são feitos por juros compostos;

• Juros simples -> pouco utilizados no Brasil; memória inflacionária.


Pouca diferença quando taxas são baixas.
Aula 01 – Juros Simples
Transformação de Percentagens

• Em matemática financeira, é necessário SEMPRE transformar valores


percentuais em números ou vice-versa.
Deste modo, há duas situações possíveis:

1) Para transformar um valor percentual em número, basta dividir a


percentagem por 100.
Ex.: 1% ao mês = 1/100 = 0,01 ao mês.

2) Para transformar um número em valor percentual, basta fazer o


procedimento inverso, ou seja, multiplicar o número por 100.
Ex.: 0,01 ao mês = 0,01 * 100 = 1% ao mês.
Aula 01 – Juros Simples
Transformação de Períodos

• Para transformar períodos de tempo (dia, mês, ano etc), procede-se à


multiplicação simples;
• Por convenção, 1 mês = 30 dias corridos e 1 ano = 360 dias corridos.

1) Para transformar: i) Ano em mês, divide-se a taxa por 12;


ii) Ano em dia, divide-se por 360;
iii) Mês em dia, divide-se por 30.

Ex.: 12% ao ano = 1% ao mês = 1%/30 = 0,033% ao dia.

2) Para transformar dia em mês ou ano, basta multiplicar.

Ex.: 0,05% a.d. = 0,05% * 30 = 1,5% a.m. = 1,5% * 12 = 18% a.a.


Aula 01 – Juros Simples
Conceitos - Rendimento

Juros Simples:
• Rendimento sobre o principal (valor inicial) não cumulativo.
Ex.: 1% ao mês sobre R$ 10.000,00, durante 3 meses. O
rendimento mensal será de 0,01 * 10.000,00 = R$ 100,00. Em 3 meses,
o rendimento total será de 3 * 100,00 = R$ 300,00.

• Em resumo: J = P * i/100 * n
onde J = rendimento; P = principal (capital inicial); i = taxa de
juros ao período; e n = número de períodos (dias, meses, anos etc).

Exercício: Calcule o rendimento de R$ 1.000,00 aplicados por 5 meses


à taxa de 15% ao ano.
R.: P = 1.000,00; i = 15% a.a. = 15%/12 = 1,25% a.m.; n = 5; J = ?
J = 1.000,00 * 1,25/100 * 5 = R$ 62,50
Aula 01 – Juros Simples
Conceitos – Montante Final

• Montante final é o valor de resgate do investimento.


Ex.: 1% ao mês sobre R$ 10.000,00, durante 3 meses. O
rendimento total será de 10.000 * 0,01 * 3 = R$ 300,00. O montante final
será de 10.000,00 + 300,00 = R$ 10.300,00.
• Por dedução: Montante = P + P * I/100 * n = P (1 + i/100 * n)

• Em resumo: S = P * (1 + i/100 * n)
onde S = montante final, P = principal (capital inicial); i = taxa
de juros ao período; e n = número de períodos (dias, meses, anos etc).

Exercício: Calcule o montante final de R$ 1.000,00 aplicados por 5


meses à taxa de 15% ao ano.
R.: P = 1.000,00; i = 15% a.a. = 15%/12 = 1,25% a.m.; n = 5; S = ?
S = 1.000,00 * (1 + 1,25/100 * 5) = R$ 1.062,50
Aula 01 – Juros Simples
Conceitos – Valor Aplicado

• Valor aplicado é o principal. Para calculá-lo, usaremos a fórmula


anterior do montante:
S = P * (1 + i/100 * n)
A partir da qual obtém-se que:

P = S / (1 + i/100 * n)

onde P = principal (capital inicial); S = montante final, i = taxa


de juros ao período; e n = número de períodos (dias, meses, anos etc).

• S é também chamado de Valor Futuro (VF ou FV);


• (1 + i/100 * n) é também considerado o fator de desconto;
• P é também denominado Valor Presente (VP ou PV).
Aula 01 – Juros Simples
Exemplos Práticos

Exemplo 1: O valor futuro de um título, que vence daqui a 112 dias


corridos, é de $ 10.000,00. Sabendo que a taxa de juros deste papel é
de 8% ao ano, qual o seu valor presente?
R.: VF = FV = S = 10.000,00;
n = 112 dias corridos;
i = 8% a.a. = 0,08 / 360 = 0,00022 a.d. * 112 = 0,02489 / 112 dias;
VP = PV = P = 10.000,00 / (1 + 0,02489) = $ 9.757,16

Exemplo 2: Um Eurobônus tem valor de face de $ 1.000,00, vence em


90 dias e paga uma taxa de 1,84% ao ano. Calcule o preço de emissão.
R.: VF = Valor de face = 1.000,00; n = 90 dias = 3 meses; i = 1,84% a.a.
i = 3 * 0,0184 / 12 = 0,0046 a.t.; VP = preço de emissão = ?
VP = 1.000,00 / (1 + 0,0046) = $ 995,42
Aula 01 – Juros Simples
Cálculo do N° de Períodos

• Para descobrir o número de períodos de um investimento, utilizam-


se as fórmulas já conhecidas.

Exemplo 1: Um título, emitido a $ 900,00, que paga juros de 4% ao ano,


rendeu $ 27,00. Qual o período aplicado, em meses?
R.: Tendo o valor principal (preço de emissão), a taxa e o rendimento
do título, basta usar a fórmula J = P * i/100 * n. Substituindo os dados,
tem-se que: 27 = 900 * 4/100 * n -> n = 0,75 anos. Como queremos o
período em meses, e 1 ano = 12 meses, então: n = 0,75 * 12 = 9 meses.

Exemplo 2: Um título, emitido a $ 500,00, vale $ 600,00 hoje. Sabendo


que ele rende 5% ao ano, há quanto tempo foi emitido?
R.: Sabe-se que P = PV = 500, S = FV = 600 e i = 0,05. Então basta usar
a fórmula: S = P * (1 + i/100 * n) -> 600 = 500 * (1 + 0,05 * n) -> n = 4.
Como os juros são anuais, o título foi emitido há 4 anos.
Aula 01 – Juros Simples
Cálculo da Taxa Embutida

• Para obter a taxa de juros embutida em um investimento (chamada


de taxa de retorno), utilizam-se as mesmas fórmulas anteriores.

Exemplo 1: Um título, emitido a $ 800,00, rendeu $ 60,00 em 6 meses.


Qual a sua taxa anual de retorno?
R.: Tendo o valor principal (preço de emissão), o rendimento e o
período de aplicação do título, basta usar a fórmula J = P * i/100 * n.
Substituindo os dados: 60 = 800 * i/100 * 6 -> i = 1,25% a.m. Como
queremos a taxa anual, então: i = 1,25% * 12 = 15% a.a.

Exemplo 2: Um título, emitido a $ 400,00, vale $ 600,00. Sabendo que


ele foi emitido há 10 semestres, qual a sua taxa anual de retorno?
R.: Sabe-se que P = PV = 400, S = FV = 600 e n = 10. Então basta usar a
fórmula: S = P * (1 + i/100 * n) -> 600 = 400 * (1 + i/100 * 10) -> i = 5% a.s.
Como queremos a taxa anual, então: i = 5% * 2 = 10% a.a.
Aula 01 – Juros Simples
Equivalência de Juros e Capitais

• Uma taxa equivalente proporciona o mesmo rendimento em uma


mesma base de comparação. Por exemplo, uma taxa de 1% a.m. = 3%
a.t. = 6% a.s. = 12% a.a. = 0,033% a.d. (1% / 30 ou 12% / 360).

• Para capitais equivalentes, o raciocínio é o mesmo. Dois capitais são


equivalentes quando têm o mesmo valor em determinada data de
avaliação. Por exemplo, qual será o valor resgatado de R$ 1.000,00
aplicados por 7 meses à taxa trimestral de 4%?
R.: S = 1.000,00 * (1 + 0,04 / 3 * 7) = R$ 1.093,33

Exercício: Calcule o capital que, aplicado à taxa de 12% a.a., rende


juros de R$ 200,00 em 150 dias corridos.
R.: J = 200,00; i = 12% a.a.; n = 150 dias; P = ?
200 = P * 0,12/360 * 150 -> P = R$ 4.000,00
Ou seja, R$ 4.000 hoje equivalem a R$ 4.200 em 150 dias.
Aula 01 – Juros Simples
Conceitos – Taxa de Desconto

• Taxa de desconto é aquela utilizada para descontar do principal um


percentual de juros referente à antecipação de recursos.
D = P * (1 - d/100 * n)
onde D = valor descontado; P = principal; d = taxa de desconto
ao período e n = número de períodos (dias, meses, anos etc).

Exemplo: Calcule o valor recebido por uma loja que efetuou um


desconto de duplicatas de R$ 25 mil a vencer em 97 dias por uma taxa
de desconto de 3% a.m. no Banco Alfa.
R.: P = 25.000,00; d = 3% a.m. = 3%/ 30 = 0,1% a.d.; n = 97; D = ?
D = 25.000,00 * (1 - 0,1/100 * 97) = R$ 22.575,00

Note que a taxa de juros cobrada na operação é sempre maior:


25.000 = 22.575 * (1 + i/100 * 97) -> i = 0,1107% a.d. * 30 = 3,32% a.m.
Aula 01 – Juros Simples
Taxa de Desconto x Juros

• Sabe-se que, para um período “n”: S / P = 1 + i% ;


• Em um desconto de títulos, o valor que o banco receberá no
vencimento é de 100% da operação, desconsiderando inadimplência;
• No dia do desconto, o banco pagará 100 * (1-d)%. Então, a taxa de
juros embutida na operação de desconto será de:
1 + i% = 100 / [ 100 * (1-d%) ] = 1 / (1-d%) -> i = 100 * [ 1 / (1-d%) – 1 ]

Exemplo: Calcule a taxa de juros embutida em uma taxa de desconto


de 3% a.m. para um período de 30, 60 e 90 dias.
R.: 30 dias -> d = 0,03 -> i = 100 * [ 1 / 0,97 - 1 ] = 3,09% a.m.
60 dias -> d = 0,06 -> i = 100 * [ 1 / 0,94 - 1 ] = 6,38%/ 2m = 3,19% a.m.
90 dias -> d = 0,09 -> i = 100 * [ 1 / 0,91 - 1 ] = 9,89%/ 3m = 3,30% a.m.
Note que a taxa de juros é crescente quanto maior o período descontado.
Aula 01 – Juros Simples
Exemplo Prático

Exemplo: Um comerciante desconta 2 duplicatas. A primeira tem um


valor de R$ 10 mil, por 37 dias, e uma taxa de desconto de 2,10% a.m.
A segunda, de R$ 20 mil e 63 dias, tem uma taxa de 2,30% a.m. Calcule
o valor líquido recebido pelo comerciante e a taxa de juros mensal
embutida na operação.
R.: D1 = P * (1 - d/100 * n) = 10.000 * (1 - 0,0210 / 30 * 37) = R$ 9.741,00
D2 = P * (1 - d/100 * n) = 20.000 * (1 - 0,0230 / 30 * 63) = R$ 19.034,00
TOTAL R$ 28.775,00
Taxa Embutida:
n = prazo médio = (10.000 * 37 + 20.000 * 63) / 30.000 = 54,33 dias;
P = PV = 28.775,00; S = FV = 30.000,00; i = ?
Utilizando a fórmula: S = P * (1 + i/100 * n), obtém-se:
30.000 = 28.775 * (1 + i/100 * 54,33) -> i = 0,0784% a.d. * 30 = 2,35% a.m.
Aula 01 – Juros Simples
Exercício Proposto

Uma loja efetua o desconto de 3 duplicatas. A primeira tem um valor


de R$ 50 mil, por 40 dias, e uma taxa de desconto de 2,35% a.m. A
segunda, de R$ 90 mil e 85 dias, tem uma taxa de 2,50% a.m. E a
última, de R$ 140 mil e um prazo de 120 dias, é descontada à taxa de
2,70% a.m. Calcule:

1) O valor líquido de cada duplicata;


2) O valor líquido total recebido pelo comerciante;
3) A taxa de juros mensal embutida em cada duplicata;
4) A taxa de juros mensal embutida na operação.

RESPOSTAS:
1) D1 = 48.433,33; D2 = 83.625,00; D3 = 124.880,00 2) D1 + D2 + D3 = 256.938,33
3) i1 = 2,43% a.m.; i2 = 2,69% a.m.; i3 = 3,03% a.m. 4) 2,85% a.m.
EXERCÍCIOS
Aula 01 – Juros Simples
Exercício 1

a) Uma empresa nos EUA tomou um empréstimo no valor de


US$ 400.000,00 de um grande banco à taxa de 4,50% a.a.
por um prazo de 390 dias corridos. Calcule o montante
pago no vencimento do empréstimo. Considere o regime
de juros simples.

b) Suponha que a mesma empresa resolvesse obter o capital


emitindo um título de renda fixa de mesmo valor inicial e
prazo e se propusesse a pagar aos credores um montante
de US$ 420.000,00 no vencimento. Qual a taxa de juros
anual embutida?

c) Qual a opção mais vantajosa para a empresa, captar junto


ao banco ou emitir um título de renda fixa? Explique
sucintamente.
Aula 01 – Juros Simples
Exercício 1 – Resposta

a) Uma empresa nos EUA tomou um empréstimo no valor de US$


400.000,00 de um grande banco à taxa de 4,50% a.a. por um prazo de
390 dias corridos. Calcule o montante pago no vencimento do
empréstimo. Considere o regime de juros simples.

R.: S = 400.000 * (1 + 4,50/100 * 390/360) = US$ 419.500,00

b) Suponha que a mesma empresa resolvesse obter o capital emitindo um


título de renda fixa de mesmo valor inicial e prazo e se propusesse a
pagar aos credores um montante de US$ 420.000,00 no vencimento.
Qual a taxa de juros anual embutida?

R.: 420.000 = 400.000 * (1 + i/100 * 390/360)


i = (420.000 / 400.000 -1) * 360/390 * 100 = 4,62% a.a.

c) Qual a opção mais vantajosa para a empresa, captar junto ao banco ou


emitir um título de renda fixa? Explique sucintamente.

R.: Captar junto ao banco, pois a taxa, em base anual, é menor.


Aula 01 – Juros Simples
Exercício 2

a) Um comerciante realiza um desconto de duplicatas de dois


prazos distintos. No primeiro, o valor é de R$ 20.000,00,
com uma taxa de 1,63% a.m. para 35 dias corridos. No
segundo prazo, o valor é de R$ 30.000,00 e a taxa, de 1,80%
a.m. para 50 dias corridos. Calcule o valor total
descontado.

b) Qual a taxa de juros mensal embutida? O prazo médio da


operação é de 44 dias.

c) Considerando que a taxa de desconto média da operação


foi de 1,73% a.m., comente o resultado encontrado para a
taxa de juros mensal embutida, no sentido desta última ser
menor ou maior que a taxa de desconto.
Aula 01 – Juros Simples
Exercício 2 – Resposta
a) Um comerciante realiza um desconto de duplicatas de dois prazos distintos. No primeiro, o
valor é de R$ 20.000,00, com uma taxa de 1,63% a.m. para 35 dias corridos. No segundo
prazo, o valor é de R$ 30.000,00 e a taxa, de 1,80% a.m. para 50 dias corridos. Calcule o
valor total descontado..

R.: D1 = 20.000 * (1 - 1,63/100 * 35/30) = R$ 19.619,67


D2 = 30.000 * (1 - 1,80/100 * 50/30) = R$ 29.100,00
TOTAL R$ 48.719,67
b) Qual a taxa de juros mensal embutida? O prazo médio da operação é de 44 dias.

R.: 50.000,00 = 48.719,67 * (1 + i/100 * 44/30)


i = (50.000,00 / 48.719,67 -1) * 30/44 * 100 = 1,79% a.m.
c) Considerando que a taxa de desconto média da operação foi de 1,73% a.m., comente o
resultado encontrado para a taxa de juros mensal embutida, no sentido desta última ser
menor ou maior que a taxa de desconto.

R.: Como esperado, a taxa de juros média superou a de


desconto, pois a fórmula de cálculo da taxa de desconto
traz a ilusão de ser mais baixa.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 02
Juros Compostos
Aula 02 – Juros Compostos
Introdução

• Em juros simples, o valor do dinheiro no tempo é não cumulativo, ou


seja, a taxa incide sempre sobre o valor principal;

• Em juros compostos, o regime é cumulativo, ou seja, a taxa incide


sempre sobre o montante do período imediatamente anterior;

• Regime utilizado no Brasil para cálculo de prestações de vendas a


prazo, financiamento imobiliário, remuneração de títulos públicos,
aplicações financeiras etc.

Exemplo: Uma aplicação de R$ 1.000,00 por 3 anos a 10% a.a.


Aula 02 – Juros Compostos
Conceitos – Montante Final

• Rendimento sobre o principal (valor inicial) cumulativo e sempre


maior que em juros simples. Fator exponencial.
Exemplo: 1% ao mês sobre R$ 10.000,00, durante 3 meses.
1° mês: 10.000 + 0,01 * 10.000 = 10.000 * 1,01 (valor acumulado)
2° mês: 10.000 * 1,01 + 0,01 * 10.000 * 1,01 = 10.000 * 1,01 * (1 + 0,01) =
10.000 * 1,01 * 1,01 = 10.000 * (1,01)2 = 10.000 * (1 + i/100) 2
3° mês = 10.000 * (1,01) 3

• Em resumo: S = P * (1 + i/100) n
onde: n = período acumulado (dia, mês, ano etc).

Exercício: Qual o resgate de um CDB de 5 anos, R$ 5.000,00, 12% a.a.?


R.: S = 5.000 * (1 + 12/100) 5 = 5.000 * 1,12 5 = R$ 8.811,71
Aula 02 – Juros Compostos
Transformação de Períodos

• Para transformar períodos de tempo (dia, mês, ano etc), utilizam-se


fatores exponenciais, já que as taxas são acumuladas período a
período. Expressos sempre em dias úteis;
• Por convenção, 1 mês = 21 dias úteis e 1 ano = 252 dias úteis.

1) Para transformar: i) Ano em mês: (1+i/100) 1/12


Exponencial
ii) Ano em dia: (1+i/100) 1/252
inverso (1/x)
iii) Mês em dia: (1+i/100) 1/21

Depois os fatores, se não forem usados para novos cálculos, devem


ser transformados em taxa, tirando a unidade e multiplicando por 100.

Ex.: 12% ao ano = (1+12/100) 1/12 = (1,12 1/12 -1) * 100 = 0,95% a.m.
12% ao ano = (1+12/100) 1/252 = (1,12 1/252 -1) * 100 = 0,045% a.d.
Aula 02 – Juros Compostos
Transformação de Períodos

2) Para transformar dia em mês ou ano, basta usar o fator


exponencial correspondente. Ao transformar períodos menores em
maiores, usa-se o exponencial normal (não inverso).
Ex.: 0,15% a.d. = (1+ 0,15/100) 252 = (1,0015 252 -1) * 100 = 45,89% a.a.

Note que ao transformar períodos menores em maiores, a taxa de


juros composta será sempre maior que a simples. Já quando é de
taxas maiores para menores, a taxa será sempre menor, devido ao
fator de desconto acumulado.

Exercício: Calcule o valor resgatado de uma aplicação de R$ 8.000,00


por 5 meses à taxa de 15% ao ano.

R.: P = 8.000,00; i = 15% a.a. = (1,15) 1/12 = 1,0117 (fator mensal); n = 5.


S = 8.000,00 * 1,0117 5 = R$ 8.479,71
Aula 02 – Juros Compostos
Conceitos – Taxa Acumulada

• Para obter o ganho percentual em juros compostos, primeiro deve-se


calcular o fator de juros acumulados, isto é, (1+i/100) n ;
• Deste fator, subtrai-se 1 (valor do principal) e multiplica-se por 100.

• Em resumo: I acum = [ (1+i/100) n – 1 ] * 100

onde I acum = taxa acumulada

Exemplo: Calcule o ganho percentual de uma aplicação de 30 meses


que rende 15% ao ano.
R.: A aplicação é mensal, então os juros também devem ser:
i = (1+15/100) 1/12 = 1,011715 (fator mensal)
I acum = [ (1,011715) 30 – 1 ] * 100 = 41,82%
Aula 02 – Juros Compostos
Taxas Diversas Acumuladas

• Para obter o ganho percentual total, primeiro deve-se calcular o fator


de juros acumulados para cada taxa, isto é, (1+i/100) nj, j = 1,2... n ;
• Deste fator, subtrai-se 1 (valor do principal) e multiplica-se por 100.

Considere o símbolo Σ
• Em resumo: I acum = [ Σj (1+i/100) nj – 1 ] * 100 como “multiplicatório”

onde I acum = taxa acumulada e j = períodos (1,2... n)

Exemplo: Calcule o ganho percentual de uma aplicação de 30 meses


que rende 15% a.a. nos primeiros 10 meses e 13% a.a. no restante.
R.: Fatores mensais: Para a taxa de 15% = (1+15/100) 1/12 = 1,011715
Para a taxa de 13% = (1+13/100) 1/12 = 1,010237
I acum = [ (1,011715) 10 * (1,010237) 20 – 1 ] * 100 = 37,74%
Aula 02 – Juros Compostos
Convenção de Mercado

• Normalmente, o mercado financeiro expressa as taxas em percentual


ao ano;
• Assim, quando se obtém um resultado para um certo período,
convém-se calcular a taxa anualizada;
• Esta taxa será comparada com o benchmark (referência) de
mercado, que costuma ser o CDI, ou seja, %CDI = (ianual / CDI) * 100.

Exemplo: Considere o exercício anterior e calcule a taxa anualizada.


Compare essa taxa com o CDI, supondo um CDI de 13,59% a.a.
R.: i acum = 37,74% para 30 meses.

Para transformar em taxa anual: [ (1+i/100) 1/30 ] 12 = (1+i/100) 12/30


i anual = [ (1+37,74/100) 12/30 – 1 ] * 100 = 13,66% a.a.

Taxa = (13,66 / 13,59) * 100 = 100,54% do CDI


Aula 02 – Juros Compostos
Conceitos – Rendimento

• Existem duas maneiras para calcular o rendimento em um regime de


juros compostos:
1) Multiplica-se o principal pela taxa acumulada, i.e. J = P * i acum

2) Calcula-se o montante final e diminui do principal, i.e. J = S - P

Exemplo: Qual o rendimento de uma aplicação de R$ 2.000,00 de 30


meses que paga 15% a.a. nos 10 primeiros e 13% a.a. nos demais?
R.: Fatores mensais: Para a taxa de 15% = (1+15/100) 1/12 = 1,011715
Para a taxa de 13% = (1+13/100) 1/12 = 1,010237
I acum = [ (1,011715) 10 * (1,010237) 20 – 1 ] * 100 = 37,74%

1) J = 2.000 * (37,74 / 100) = R$ 754,80 ou


2) J = S – P = 2.000 * (1 + 37,74 / 100) – 2.000 = R$ 754,80
Aula 02 – Juros Compostos
Conceitos – Valor Aplicado

• Valor aplicado é o principal ou Valor Presente (PV). Para calculá-lo,


usaremos a fórmula anterior do montante:
S = P * (1 + i/100) n
A partir da qual obtém-se que:

P = S / (1 + i/100) n

Se as taxas forem diferentes para os períodos, basta adaptar a


fórmula para o caso de taxas diversas acumuladas:
S = P * Σj (1 + i/100) nj
A partir da qual obtém-se que:

P = S / Σj (1+i/100) nj
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Práticos

Exemplo 1: O valor de resgate de uma LTN (título público pré-fixado) é


1.000. Sabendo que faltam 374 dias úteis para o seu vencimento e que
a taxa deste papel é de 11,32% a.a., qual o seu P.U. (Preço Unitário =
valor presente)?
R.: 1 + i/100 = (11,32 / 100 + 1) 374/252 = 1,172521 (fator acumulado)
P.U. = PV = P = 1.000 / 1,172521 = 852,863367
OBS.: O P.U. é sempre expresso com 6 casas decimais.

Exemplo 2: Uma dívida, a ser liquidada em 5 meses, teve seu valor


fixado em R$ 5.000,00. Sabendo que ela embute uma taxa de 16% a.a.,
qual seria a economia, caso ela fosse paga imediatamente?
R.: PV = 5.000 / (1 + 16/100) 5/12 = R$ 4.700,16
Economia = 5.000,00 – 4.700,16 = R$ 299,84 ou 299,84 / 5.000 = 6%
Aula 02 – Juros Compostos
Cálculo do N° de Períodos

• Para descobrir “n”, utilizam-se as fórmulas já conhecidas.

Exemplo 1: Uma LTN, que paga juros de 12,50% a.a., foi vendida a um
P.U. de 942,809042. Qual o seu prazo de vencimento?
R.: Tendo o valor presente (P.U. de emissão) e a taxa do título, basta
usar a fórmula S = P * (1 + i/100) n/252, onde “n” é o prazo em dias úteis.
Substituindo os dados, tem-se que: 1.000 = 942,809042 * 1,1250 n/252 ->
1,1250 n/252 = 1,060660 -> n/252 * LN (1,1250) = LN (1,060660). Ou seja:
n = 252 * LN (1,060660) / LN (1,1250) = 126 d.u. ou 126 / 21 = 6 meses.

Exemplo 2: Um CDB de $ 500,00 a 11% a.a. rendeu juros de $ 2,70.


Qual o período da aplicação?
R.: Sabe-se que P = 500 e S = 502,70. Então basta usar a fórmula
anterior: 502,70 = 500 * 1,11 n/252 -> n/252 * LN (1,11) = LN (1,0054). Ou
seja: n = 252 * LN (1,0054) / LN (1,11) = 13 d.u.
Aula 02 – Juros Compostos
Cálculo da Taxa Embutida

• Utiliza-se novamente a fórmula do montante: S = P * (1 + i/100) n

Exemplo 1: Um cliente fez um empréstimo de $ 800,00 e pagou juros


de $ 60,00 após 6 meses. Qual a taxa anual do financiamento?
R.: Tem-se que: P = 800, S = 860 e n = 6. Se 12 meses = 12/12 = 1 ano,
então “n” meses = n/12 anos. Daí: S = P * (1 + i/100) n/12. Substituindo
os dados: 860 = 800 * (1 + i/100) 6/12 -> (1 + i/100) = 1,0750 2 = 1,1556.
Assim, i = 15,56% a.a.

Exemplo 2: Uma LTN, que vai vencer em 378 d.u., está sendo
negociada a 850,610411 no mercado secundário. Calcule a sua taxa
anual de retorno.
R.: Dados: P.U. = PV = 850,610411, S = 1.000 e n = 378 d.u. Se 252 d.u.
= 252/252 = 1 ano, então “n” d.u. = n/252 anos. -> S = P * (1 + i/100) n/252
-> 1.000 = 850,610411 * (1 + i/100) 378/252 -> i = 11,39% a.a.
Aula 02 – Juros Compostos
Mercado Financeiro em Foco

• Mercado Primário: leilões do Banco Central de papéis emitidos pelo


Tesouro Nacional;
• Mercado Secundário: onde as instituições financeiras negociam os
títulos leiloados no mercado primário;
• DI Futuro: taxa pré-fixada, negociada na B3 (antiga BM&F Bovespa) para
meses futuros, equivalente à taxa média esperada do CDI acumulado;
• LTN: Letra do Tesouro Nacional, título pré-fixado que é cotado à taxa
do DI equivalente (mesmo mês), acrescido de um spread (prêmio) de
risco ou liquidez sobre o respectivo DI;
• Pontos-base (p.b., basis-point, b.p. ou pontos): 1 p.b. = 0,01%

Exemplo: Se o DI Jan/12 está em 11,28% e a LTN Jan/12 é negociada


com 20 pontos acima do respectivo DI, então a sua cotação no
mercado é de 11,28 + 0,20 = 11,48% a.a.
Aula 02 – Juros Compostos
Exercício Prático

O Tesouro leiloou uma LTN de 6 meses com um prêmio de 12 pontos


acima do DI correspondente, que era negociado a 11,27. Um investidor
comprou 2 mil papéis e vendeu no dia seguinte, quando o DI estava
em 11,22 e a LTN com um prêmio de 10 pontos. Qual foi seu lucro?

R.: Taxa da LTN no dia do leilão = 11,27 + 0,12 = 11,39%; n = 126 d.u.
P.U. = 1.000 / 1,1139 126/252 = 947,494937
Taxa da LTN após 1 dia = 11,22 + 0,10 = 11,32%; n = 125 d.u.
P.U. = 1.000 / 1,1132 125/252 = 948,196211
Lucro = (948,196211 - 947,494937) * 2.000 = R$ 1.402,55

OBS.: O DI e as LTNs são sempre negociados em taxa percentual ao


ano. Assim, se o DI vale 11,27 e a LTN 11,39, significa que o DI está
sendo negociado a 11,27% a.a. e a LTN, a 11,39% a.a.
Aula 02 – Juros Compostos
Equivalência de Juros e Capitais

• Taxas equivalentes proporcionam o mesmo retorno em igual base de


comparação. Por exemplo, 1% a.m. = (1,013 -1) * 100 = 3,03% a.t. =
(1,016 -1) * 100 = 6,15% a.s. = (1,0112 -1) * 100 = 12,68% a.a. = (1,011/21 -1)
* 100 = 0,05% a.d.

• Igualmente, dois capitais são equivalentes quando têm o mesmo


valor em determinada data de avaliação. Por exemplo, qual será o
valor resgatado de R$ 2.000,00 após 7 meses à taxa trimestral de 4%?
R.: S = 2.000,00 * (1 + 0,04) 7/3 = R$ 2.191,67

Exercício: Calcule o capital que, aplicado à taxa de 12% a.a., rende


juros de R$ 200,00 em 105 dias úteis.
R.: J = P * i acum = P * (1,12 105/252 -1)

200 = P * 0,048353 -> P = R$ 4.136,25


Ou seja, R$ 4.136,25 hoje equivalem a R$ 4.336,25 em 105 d.u.
Aula 02 – Juros Compostos
Usando a HP 12C

Os problemas anteriores podem ser resolvidos através da calculadora


HP 12C. Suas principais teclas são:

• n -> número de períodos (dias, meses, anos etc);


• i -> Taxa de juros ao período;
• PV -> Valor Presente ou principal;
• PMT -> Pagamentos periódicos, como, por exemplo, em compras a
prazo, empréstimos pessoais e prestações da casa própria;
• FV -> Valor futuro ou montante final.

Essas teclas são usadas tanto para impostar os dados quanto para
calcular o resultado da variável desejada.
Sempre ao fazer uma nova operação, devem-se apagar os registros
financeiros, teclando f FIN ou todos os registros, apertando f REG.
Aula 02 – Juros Compostos
Usando a HP 12C - Convenções

1) Ao registrar a taxa de juros “i”, basta digitar o valor sem dividir por
100. Por exemplo, para inserir 12%, digita-se “12” e aperta a tecla “I”;

2) Sempre que o fluxo for de saída, como uma aplicação (débito da


conta do cliente) ou pagamento de prestações, “PV” ou “PMT” devem
ter o sinal negativo. Para isso, basta digitar o valor e apertar a tecla
“CHS” (CHange Signal). Já o resgate de aplicações (FV) ou
recebimento de juros (PMT) terão o sinal positivo;

3) Nesse contexto, um financiamento para a compra de um bem (PV)


terá o sinal positivo, pois se trata de um crédito na conta do cliente. Já
os seus pagamentos (PMT) e amortização final (FV), caso haja, terão
sinais negativos;

4) Se o período do investimento for diferente daquele da taxa (por


exemplo, meses vs anos), deve-se transformar a taxa para a mesma
unidade temporal do investimento.
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 1: Resgate de um CDB de 5 anos, R$ 5.000,00, 12% a.a.


R.: n = 5; i = 12; PV = - 5.000; FV = ? -> FV = R$ 8.811,71

Exemplo 2: Calcule o valor resgatado de uma aplicação de R$ 8.000,00


por 5 meses à taxa de 15% ao ano.
R.: A aplicação é mensal, então a taxa também deve ser. Pode-se
utilizar a fórmula já conhecida i mês = [ (1+i/100)1/12 -1] * 100 ou fazer o
cálculo direto pela HP, da seguinte forma:
n = 12; PV = -1; FV = 1+i/100 = 1,15; i = ? -> i = 1,171492
Note que “n” está expresso em meses (1 ano = 12 meses), portanto o
resultado de “i” é ao mês.
Agora, com todos os dados do problema, acha-se a solução:
n = 5; i = 1,171492; PV = - 8.000; FV = ? -> FV = R$ 8.479,71
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 3: Calcule o ganho percentual de uma aplicação de 30 meses


que rende 15% ao ano.
R.: n = 12; PV = -1; FV = 1+i/100 = 1,15; i = ? -> i = 1,171492 a.m.
Considerando o investimento inicial como 1 e tendo “i mês”, acha-se
FV, que estará expresso em fator de juros, ou seja, 1+i/100:
n = 30; PV = -1; i = 1,171492; FV = ? -> FV = 1,418223 = 1 +i/100
Daí: i = (1,418223 -1) * 100 = 41,82%

Exemplo 4: i acum = 37,74% para 30 meses. Calcule a taxa anual.

R.: n = 30; PV = -1; FV = 1+i/100 = 1,3774; i = ? -> i = 1,073042 a.m.


Queremos a taxa anual, então “n” = 12:
n = 12; PV = -1; i = 1,073042; FV = ? -> FV = 1,136643 = 1 +i/100
Daí: i = (1,136643 -1) * 100 = 13,66% a.a.
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 5: Qual o rendimento de uma aplicação de R$ 2.000,00 de 30


meses que paga 15% a.a. nos 10 primeiros e 13% a.a. nos demais?
R.: 10 m iniciais: n = 12; PV = -1; FV = 1,15; i = ? -> i = 1,171492 a.m.
n = 10; PV = -2.000; i = 1,171492; FV = ? -> FV1 = 2.247,04
20 m finais: n = 12; PV = -1; FV = 1,13; i = ? -> i = 1,023684 a.m.
FV1 será reaplicado por mais 20 meses, virando o novo PV2
n = 20; PV2 = -2.247,04; i = 1,023684; FV2 = ? -> FV2 = 2.754,71
FV2 será o FVtotal ou FV resgatado
Rendimento = FV2 – PV = R$ 754,71

OBS.: PV e FV têm sinais contrários apenas para distinguir


aplicação de resgate. Contudo, ao apurar o ganho da operação,
consideramos os valores modulares.
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 5: SOLUÇÃO ALTERNATIVA

Qual o rendimento de uma aplicação de R$ 2.000,00 de 30 meses que


paga 15% a.a. nos 10 primeiros e 13% a.a. nos demais?
R.: 10 m iniciais: n = 12; PV = -1; FV = 1,15; i = ? -> i = 1,171492 a.m.
n = 10; PV = -1; i = 1,171492; FV = ? -> FV1 = 1,123522
20 m finais: n = 12; PV = -1; FV = 1,13; i = ? -> i = 1,023684 a.m.
n = 20; PV = -1; i = 1,023684; FV = ? -> FV2 = 1,225925
Total = (FV1 * FV2 – 1) * 100 = 37,7354%

n = 1; PV = -2.000; i = 37,7354; FVtotal = ? -> FVtotal = 2.754,71

Rendimento = FV – PV = R$ 754,71

OBS.: Como se vê, há várias formas de obter o mesmo resultado.


Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 6:. Sabendo que faltam 374 dias úteis para o vencimento de
uma LTN e que sua taxa é de 11,32% a.a., qual o seu P.U.?
R.: n = 252; PV = -1; FV = 1,1132; i = ? -> i = 0,042564 a.d.
n = 374; FV = 1.000; i = 0,042564; PV = ? -> PV = P.U. = 852,863367
OBS.: O P.U. é sempre positivo, por isso desconsidera-se o sinal.

Exemplo 7: Uma dívida deve ser liquidada em 5 meses a um valor de


R$ 5.000,00. Sabendo que ela embute uma taxa de 16% a.a., qual seria
a economia, caso ela fosse paga imediatamente?
R.: n = 12; PV = -1; FV = 1,16; i = ? -> i = 1,244514 a.m.
n = 5; FV = -5.000; i = 1,244514; PV = ? -> PV = 4.700,16
Economia = 5.000,00 – 4.700,16 = R$ 299,84
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 8:. Uma LTN, que paga juros de 12,50% a.a., foi vendida a um
P.U. de 942,809042. Qual o seu prazo de vencimento?
R.: “i” deve estar em d.u., então:
n = 252; PV = -1; FV = 1,1250; i = ? -> i = 0,046750 a.d.
PV = -942,809042; I = 0,046750; FV = 1.000; n = ? -> n = 126 d.u.

Exemplo 9: Um CDB de $ 500,00 a 11% a.a. rendeu juros de $ 2,70.


Qual o período da aplicação?
R.: “i” deve estar em d.u., então:
n = 252; PV = -1; FV = 1,11; i = ? -> i = 0,041421 a.d.
PV = -500,00; I = 0,041421; FV = 502,70; n = ? -> n = 13 d.u.
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 10:. Um cliente fez um empréstimo de $ 800,00 e pagou juros


de $ 60,00 após 6 meses. Qual a taxa anual do financiamento?
R.: PV = 800; FV = -860; n = 6; i = ? -> i = 1,212638 a.m.
n = 12; PV = -1; i = 1,212638; FV = ? -> FV = 1,155625 = 1 +I/100
Daí: i = (1,155625 -1) * 100 = 15,56% a.a.

Exemplo 11: Uma LTN a vencer em 378 d.u. está sendo negociada a
850,610411 no mercado secundário. Calcule sua taxa anual de retorno.
R.: PV = -850,610411; FV = 1.000; n = 378; i = ? -> i = 0,042814 a.d.
n = 252; PV = -1; i = 0,042814; FV = ? -> FV = 1,1139 = 1 +I/100
Daí: i = (1,1139 -1) * 100 = 11,39% a.a.
Aula 02 – Juros Compostos
Exemplos Usando a HP 12C

Exemplo 12:. Qual o valor resgatado de R$ 2.000,00 após 7 meses à


taxa trimestral de 4%?
R.: n = 3; PV = -1; FV = 1,04; i = ? -> i = 1,315940 a.m.
n = 7; PV = -2.000; i = 1,315940; FV = ? -> FV = 2.191,67

Exemplo 13: Calcule o capital que, aplicado à taxa de 12% a.a., rende
juros de R$ 200,00 em 105 d.u.
R.: n = 252; PV = -1; FV = 1,12; i = ? -> i = 0,044982 a.d.
n = 105; PV = -1; i = 0,044982; FV = ? -> FV = 1,048353 = 1 +I/100
Daí: i = (1,048353 -1) * 100 = 4,8353%
Como a HP calcula só PV e FV, o rendimento (J) pode ser obtido
pela fórmula tradicional: J = P * i acum

Então: P = J / i acum = 200 / 0,048353 = 4.136,25


Aula 02 – Juros Compostos
Apêndice – Logaritmos

Operações com logaritmos (LN)


• LN é o logaritmo neperiano;

• Na HP, tecle g LN (LN está na Tecla “%T” com a cor azul).

Teoria:
Se a x = b, então:
LN (a x) = LN (b)

x LN (a) = LN (b)
x = LN (b) / LN (a)
EXERCÍCIOS
Aula 02 – Juros Compostos
Exercícios

1) Uma aplicação de R$ 5.000,00 rende juros compostos de


11,25% a.a. Qual será o valor resgatado de um CDB pelo
prazo de 90 dias corridos (63 dias úteis)?

2) Um título vale R$ 1.000,00 no vencimento. Qual é seu valor


presente (6 casas decimais) se a taxa de juros compostos é
de 12,45% a.a. e faltam 2 meses para seu vencimento?

3) Um investidor aplicou R$ 10.000,00 e resgatou R$ 10.227,49.


Se o rendimento, pelo regime de juros compostos, é de
0,05% ao dia, qual o período aplicado, em dias?

4) Uma aplicação rendeu 13,75% no primeiro ano e 11,25% no


segundo. Calcule o rendimento acumulado e a taxa anual.
Aula 02 – Juros Compostos
Respostas

1) PV = -5.000,00
i = [(1,1125) 1/252 -1] * 100 = 0,042314% a.d.
n = 63
FV = 5.135,05

2) FV = 1.000,00
i = [(1,1245) 1/12 –1] * 100 = 0,982617% a.m.
n=2
PV = -980,633571

3) PV = -10.000,00
FV = 10.227,49
i = 0,05% a.d.
n = 45 dias

4) i acumulado = (1.1375 * 1,1125 -1) * 100 = 26,5469% em 2 anos


i anual = [(1,265469) 1/2 -1] * 100 = 12,49% a.a.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 03
Pagamentos e Taxas de Juros
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Conceito – Pagamentos

• Até agora, aprendemos a calcular PV e FV, ou seja, aplicações e


empréstimos sem rendimentos e prestações intermediárias. O resgate
ou pagamento ocorria em apenas uma data futura;
• Porém, é comum haver pagamentos periódicos, como em compras a
prazo. Estes são representados pela tecla PMT;
• PMT –> Pagamentos (ou receitas) periódicos, iguais e consecutivos,
a juros compostos, sem carência – isto é, começam na data 1;

PMT 1 PMT 2 PMT 3 PMT 4


PV = PMT 1 / (1+I)1 + PMT 2 / (1+I)2 +
PV PMT 3 / (1+i)3 + PMT 4 / (1+i)4

Exemplo: Uma compra de R$ 1.000,00 é dividida em 6 parcelas


mensais fixas, a uma taxa de 2,65% a.m. Qual o valor das prestações?
R.: PV = 1.000; n = 6; i = 2,65; PMT =? -> PMT = -182,46
Note que o valor financiado (PV) é positivo e as prestações (saídas) negativas.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Pagamentos – BEGIN x END

• Os pagamentos podem ocorrer no início ou final do período. Se


forem no final, a HP já considera como END. Senão, deve-se apertar a
tecla BEGIN (g7). Ao teclar END (g8), volta-se ao padrão original.
No exemplo anterior, se as parcelas fossem no início de cada mês,
qual seriam os valores das prestações?
R.: PV = 1.000; n = 6; i = 2,65; g7 BEGIN; PMT =? -> PMT = -177,75

• A tecla BEGIN equivale a uma entrada no primeiro período e


pagamentos periódicos no final (END) de cada um. Restarão (n-1)
períodos, já que a entrada conta como uma prestação.
Refazendo o exemplo anterior, temos que:
PV = 1.000 - 177,75 = 822,25; n = 5; i = 2,65; g8 END; PMT =? -> PMT = -177,75

• Quando um valor é dado como entrada, não incidirão juros sobre


este, por isso o valor das prestações se reduz.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Pagamentos – Carência

• Um financiamento pode ser feito com carência. No período de


carência, os juros se acumulam até o período imediatamente anterior
ao início do pagamento, de tal forma que PVC = PV0 * (1+i)C, onde C é o
período de carência.

Exemplo: Uma compra de R$ 1.000,00 é dividida em 6 parcelas


mensais fixas, a uma taxa de 2,65% a.m., e o primeiro pagamento
acontece em 90 dias. Qual o valor das prestações?
R.: A carência é de 2 meses, então o PV inicial será 2 meses à frente.
PV2 = PV0 * (1+i)2 -> PV = 1.000; n = 2; i = 2,65; FV = ? -> FV = -1.053,70
Note que FV tem sinal negativo, pois é o valor da dívida. Este valor
será o novo PV, que agora tem sinal positivo, pois é o financiamento.
PV = 1.053,70; n = 6; i = 2,65; PMT =? -> PMT = -192,26
O período de carência aumentou o valor da dívida, o que gerou prestações
maiores.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Pagamentos – Carência

• No exemplo anterior, a dívida é paga a partir do 3° mês. Assim, uma


forma alternativa de resolver o problema seria considerar o mês 3
como a data inicial, onde seria dada uma entrada. O PV inicial será,
então:

PV3 = PV0 * (1+i)3 -> PV = 1.000; n = 3; i = 2,65; FV = ? -> FV = -1.081,63


FV tem sinal negativo, pois é o valor da dívida. Este valor será o novo
PV, que agora tem sinal positivo, pois é o financiamento.

Utilizaremos a tecla BEGIN:


PV = 1.081,63; n = 6; i = 2,65; g7 BEGIN; PMT =? -> PMT = -192,26

Como era de se esperar, o resultado foi idêntico.


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Operações de Leasing

Operações de Leasing ocorrem quando um bem é financiado e, após a


última parcela, existe a opção de se pagar um valor residual para
adquiri-lo. É bastante comum em automóveis e empresas aéreas.
Exemplo: Um automóvel de R$ 30.000 é financiado em 18 meses à
taxa de 1,99% a.m. e o comprador tem a opção, após a última parcela,
de pagar um valor adicional de R$ 8.000 e ficar com o carro. Caso
contrário, deverá devolvê-lo à concessionária. Calcule o valor das
prestações mensais.
R.: n = 18; i = 1,99; PV = 30.000; FV = -8.000 -> PMT = -1.625,36
Caso fosse concedido um período de carência de 90 dias (primeiro
pagamento ocorre só no 4° mês), qual seria o valor das prestações?
R.: n = 3; i = 1,99; PV = 30.000; FV = -31.826,88
n = 18; i = 1,99; PV = 31.826,88; FV = -8.000 -> PMT = -1.747,11
O período de carência aumentou a dívida e, por consequência, as prestações.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Desconto para Pagamento à Vista

• A concessão de descontos para pagamentos à vista embute uma


taxa de juros, o que nem sempre é benéfico.

Exemplo: O rendimento do dinheiro (CDI) é de 0,95% a.m. Um


comerciante fornece um desconto de 2% para pagamentos à vista ou
financia em 3 vezes sem juros. Qual o juro embutido na operação e
qual a melhor forma de pagamento?

R.: Considerando P = 100 (número-índice) como o valor financiado,


temos que:
PV = 98,00; PMT = -100 / 3 = -33,33; n = 3; i = ? -> i = 1,01% a.m.

O pagamento a prazo embute uma taxa de 1,01% a.m., portanto


ligeiramente superior ao rendimento do CDI. Além disso, na aplicação
em CDI para 3 meses incide imposto de renda (IR) de 22,5%. Dessa
forma, é mais vantajoso pagar à vista.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Prazo de Pagamento

A partir do valor das prestações, saldo devedor (empréstimo) e taxa


acordada, é possível calcular o prazo da dívida.

Exemplo: Uma mercadoria custa R$ 3.000,00 para pagamento à vista.


Um cliente realizou uma compra a prazo, pagando prestações mensais
de R$ 463,36. Considerando uma taxa de juros de 1,99% a.m., qual foi
o prazo de financiamento? Se ele dispusesse apenas de R$ 283,50 por
mês, quantas parcelas pagaria?

R.: Prestações de R$ 463,36


PV = 3.000,00; PMT = -463,36; i = 1,99; n = ? -> n = 7

Parcelas de R$ 283,50
PV = 3.000,00; PMT = -283,50; i = 1,99; n = ? -> n = 12

Observe que prestações menores aumentam o prazo.


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Antecipação de Dívida

A antecipação de uma dívida ocorre quando o seu valor é quitado


integralmente na data inicial pelo seu saldo devedor. Pode ser
interessante para o devedor refinanciá-la a juros mais baixos.

Exemplo: A prestação de um imóvel de R$ 100 mil, financiado em 60


meses, é de R$ 2.329,83. Se a taxa de juros atual é de 11,75% a.a. e
faltam 12 prestações, vale a pena quitar a dívida? Qual o valor pago?

R.: Primeiro vamos analisar os dados, para descobrir a taxa de juros


anual embutida no empréstimo.
PV = 100.000; PMT = -2.329,83; n = 60; i = ? -> i = 1,171495% a.m.
Ianual = [(1,171495 /100 + 1)12 - 1] * 100 = 15% -> vale a pena quitar.

O saldo devedor será o PV dos 12 meses restantes à taxa antiga.


n = 12; i = 1,171495; PMT = -2.329,83; PV = ? -> PV = 25.940,50
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Antecipação de Dívida

Exercício: Considerando o exemplo anterior, se a dívida fosse


refinanciada à nova taxa de juros, qual seria o valor das prestações?

R.: Dados anteriores:


n = 12; i = 1,171495; PMT = -2.329,83; PV = 25.940,50
Novos dados:
A taxa de juros agora é de 11,75% a.a. Primeiro, vamos transformar a
taxa anual em taxa equivalente mensal.
Imensal = [(11,75/100 + 1)1/12 - 1] * 100 = 0,930082%

A partir do saldo devedor e da nova taxa de juros, acha-se o valor da


nova prestação:
n = 12; i = 0,930082; PV = 25.940,50; PMT = ? -> PMT = -2.294,61
O mutuário terá uma economia mensal de 2.329,83 – 2.294,61 = 35,22
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Adiamento de Dívida

O adiamento de uma dívida ocorre quando os pagamentos são


interrompidos e o seu valor é refinanciado em uma data futura pelo
seu saldo devedor corrigido.

Exemplo: A prestação de um imóvel de R$ 100 mil, financiado em 60


meses, é de R$ 2.329,83. Faltam 12 prestações, e o mutuário decide
adiar em 5 meses o pagamento. A nova taxa de financiamento exigida
é de 17% a.a. Calcule o novo valor da dívida e as prestações.

R.: Primeiro acha-se o saldo devedor atual.


PV = 100.000; PMT = -2.329,83; n = 60; i = 1,171495% a.m.
Saldo devedor:
n = 12; i = 1,171495; PMT = -2.329,83; PV = 25.940,50

O pagamento começa no 6º mês, então obtemos o FV para 5 meses.


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Adiamento de Dívida

Saldo devedor no mês 5:


A nova taxa de juros é de 17% a.a., que corrigirá o saldo devedor.
Imensal = [(17/100 + 1)1/12 - 1] * 100 = 1,316961%

n = 5; i = 1,316961; PV = 25.940,50; FV = ? -> FV = -27.694,22

Note que FV tem sinal negativo, pois é uma dívida. Como esse será o
novo valor financiado, torna-se um crédito ao mutuário, com valor
positivo. É o novo PV, a partir do qual se calculam as prestações.
Podemos aproveitar os dados do problema anterior sem usar a tecla
de limpar memória f REG. Basta aproveitar o cálculo de FV e dar o
comando CHS PV, digitar o novo valor de n = 12 e de FV = 0. A taxa de
juros é a mesma e já está na memória.

n = 12; i = 1,316961; PV = 27.694,22; PMT = ? -> PMT = -2.510,15


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Unificação de Dívida

Ocorre quando os diversos pagamentos são repactuados para uma


determinada data.

Exemplo: Uma dívida de R$ 5.000 vence daqui a 12 dias úteis e outra,


de R$ 10.000, em 2 meses. Se o devedor deseja pagá-las daqui a um
mês em uma única prestação, qual seu valor? Considere uma taxa de
11,75% a.a. para o prazo mais curto e de 12,25% para o mais longo.

12 d.u. 1 mês 2 meses R.: Prazo mais curto -> faltam 9 d.u.:
1 + i = (11,75/100 + 1)9/252 = 1,003976
12 d.u. 9 d.u. 1 mês
Valor = 5.000 * 1,003976 = 5.019,88

Prazo mais longo -> antecipa 1 mês: 1+ i = (12,25/100 + 1)1/12 = 1,009676


Valor = PV = 10.000 / 1,009676 = 9.904,16

Prestação única = 5.019,88 + 9.904,16 = 14.924,04


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Unificação de Prazos

Ocorre quando os diversos pagamentos são transformados em um


único pagamento, faltando determinar seu prazo.

Exemplo: Uma dívida de R$ 5.000 vence daqui a 5 anos e outra, de R$


10.000, em 12 anos. Se o devedor deseja fazer um pagamento único de
R$ 13.379,82, em qual ano fará? Considere uma taxa de 12% a.a. para
a dívida e sua renegociação.

R.: Resolvemos a seguinte equivalência de capitais, achando n:


5.000 / (1,12)5 + 10.000 / (1,12)12 = 13.379,82 / (1,12)n

2.837,13 + 2.566,75 = 13.379,82 / (1,12)n


(1,12)n = 13.379,82 / 5.403,89
n * ln (1,12) = ln (2,475963)
n = 8 -> o pagamento será feito no 8° ano.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Princípio dos Fluxos de Caixa

Para resolver qualquer problema de pagamentos, utiliza-se o princípio


dos fluxos de caixa, da seguinte forma:
• Trazer a valor presente: Σ PMT / (1 + i)n; ou
• Levar a valor futuro: Σ PMT * (1 + i)n

Exemplo: Uma dívida de R$ 20.000 vence em 10 anos e propõe-se


pagá-la em 4 parcelas: R$ 3.000 daqui a 3 anos, R$ 2.500 em 6 e 8
anos e uma última no vencimento. Considerando uma taxa de 13,80%
a.a., qual o valor da última parcela?

R.: A solução é feita por equivalência de valores futuros:


20.000 = 3.000 * (1,1380)7 + 2.500 * (1,1380)4 + 2.500 * (1,1380)2 + X
X = 5.154,44 3.000 2.500 2.500 X
Hoje Vencimento
3 6 8 10
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Princípio dos Fluxos de Caixa

Exercício: Uma dívida de R$ 20.000 vence em 15 meses e propõe-se


pagá-la em 4 parcelas semestrais, onde as 2 últimas são o dobro das
primeiras. A juros compostos de 14,50% a.a., determine o valor das
parcelas.

R.: A solução é feita por equivalência de valores presentes e futuros,


conforme diagrama abaixo:
Fator de i mensal = (1,1450)1/12
6 12 18 24
15 = 1,011348

20.000 = X * (1,0113489 + 1,0113483) + 2X / (1,011348)3 + 2X / (1,011348)9


2,141321 X + 3,740288 X = 20.000 -> X = 3.400,43

X1 = 3.400,43 e X2 = 2 * 3.400,43 = 6.800,86


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Prazos Fracionários

Prazos fracionários ocorrem quando o primeiro pagamento não é feito


em um número inteiro de período. A fração pode ser calculada por
juros simples (convenção linear) ou compostos (convenção
exponencial). As fórmulas são as seguintes:
• Exponencial: S = P * (1 + i/100)n
• Linear: S = P * (1 + i/100)n * (1 + i/100 * f), onde f é o período fracionário.
Na calculadora HP 12C, para reconhecer o período fracionário como
exponencial, deve-se teclar STO EEX. Para voltar à convenção linear,
apertam-se a mesmas teclas novamente.

Exemplo: Uma aplicação em CDB de R$ 10.000,00 rende uma taxa


efetiva de 12% a.a. durante 115 dias corridos. Qual o valor resgatado,
utilizando-se as convenções linear e exponencial?
R.: A aplicação é feita por 3 meses e 25 dias. Os contratos de CDB
rendem juros compostos, mas são expressos em dias corridos.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Prazos Fracionários

a) Convenção Linear: O layout da calculadora já está definido para


calcular períodos fracionários por esta convenção. Note que
apenas utilizam-se juros simples para o período fracionário; o
inteiro é sempre por juros compostos. A taxa de juros mensal será:
I = [(1,12) 1/12 - 1] * 100 = 0,9489% a.m.

n = 115 / 30 = 3,833 meses; PV = 10.000; i = 0,9489; FV = ?


-> FV = -10.368,72

b) Convenção Exponencial: Aperta-se a tecla STO EEX. Os dados


usados serão os mesmos do problema anterior, por isso não é
necessário limpar a memória da máquina.
n = 115 / 30 = 3,833 meses; PV = 10.000; i = 0,9489; FV = ?
-> FV = -10.368,65 (note que a diferença é mínima)
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Taxa de Juros Nominal

Taxa nominal é aquela referencial (simples), na qual os juros são


capitalizados periodicamente. O resultado desta capitalização, por
taxas compostas, é denominado taxa efetiva. Para facilitar, segue o
exemplo abaixo.
Uma taxa de juros nominal de 24% a.a., capitalizada mensalmente,
corresponde a que taxa efetiva anual?
R.: Se a taxa anual é capitalizada mensalmente, então:

I nominal = 24% / 12 = 2% a.m.

I efetiva = [(1 + 2/100) 12 - 1] * 100 = 26,82% a.a.

O montante, advindo da capitalização periódica, pode ser obtido pela


seguinte fórmula:
S = P * (1 + i% / k) n * k
Onde: k é o período de capitalização e n o número de períodos.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Taxa de Juros Nominal

Exercício: Uma dívida de R$ 20.000 vence em 3 anos. Se a taxa de


juros nominal é de 24% a.a., capitalizada mensalmente, qual será o
valor pago no vencimento?

R.: Pode-se resolver pela fórmula apresentada ou diretamente pela


HP.

a) Pela HP

I = 24% / 12 = 2% a.m.
Im = 2; n = 3 * 12 = 36 meses; PV = 20.000; FV = ? -> FV = -40.797,75

b) Pela fórmula

S = P * (1 + i% / k) n * k = 20.000 * (1 + 0,24 / 12) 3 * 12 = 40.797,75


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Exercícios

Exercício 1: Uma aplicação na poupança rende juros de 9% a.a.,


capitalizados mensalmente. Qual será o rendimento de um investidor
que tenha aplicado R$ 10.000,00 em 15 de janeiro e retirado o dinheiro
em 30 de abril?

R.: Como a capitalização é mensal, os juros só serão creditados no


dia 15 de cada mês. Assim, o último crédito ocorreu em 15 de abril,
portanto o período do investimento foi de 3 meses.

Se a capitalização é mensal, achamos a taxa nominal mensal:


I = 9% a.a. / 12 = 0,75% a.m.

Usando a HP:
I = 0,75; n = 3; PV = -10.000; FV = ? -> FV = 10.226,69

J = Rendimento = 10.226,69 (saque) – 10.000,00 (depósito) = 226,69


Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Exercícios

Exercício 2: Quantos trimestres são necessários para uma aplicação


de R$ 4.000,00, a juros nominais de 12% a.a. com capitalização
trimestral, render juros de R$ 2.000,00?

R.: Capitalização trimestral -> i = 12% a.a. / 4 = 3% a.t.


It = 3; PV = -4.000; FV = 4.000 + 2.000 = 6.000; n = ? -> n = 14 trim.

Observe que a máquina sempre arredonda o valor de “n” para cima,


de forma a considerar o número mínimo de trimestres ou qualquer
outro período de referência. Ao realizar o cálculo pela fórmula de
capitalização, isso fica evidente:

6.000 = 4.000 * (1 + 0,12 / 4)n, onde “n” representa o número exato de


trimestres.
Ln (1,50) = n * ln (1,03) -> n = 13,72 trim.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Exercícios

Exercício 3: Um CDB rende 95% do CDI, que é a taxa para títulos


privados. Um investidor que aplique R$ 3.000,00 por 120 d.c. (82 d.u.)
resgatará quanto no vencimento? Suponha que nos 40 primeiros d.u.
o CDI médio seja de 11,12% a.a. e no restante 10,12% a.a. Qual a taxa
média da aplicação? (OBS,: d.c. = dias corridos e d.u. = dias úteis)

R.: 40 d.u. iniciais -> i = 0,95 * 11,12 = 10,564% a.a. = [(1,10564)1/252 -1] *
100 = 0,039859% a.d.; PV = -3.000; n = 40 -> FV = 3.048,20

42 d.u. finais -> i = 0,95 * 10,12 = 9,614% a.a. = [(1,09614)1/252 -1] * 100 =
0,036433% a.d.; PV = -3.048,20; n = 42 -> FV = 3.095,20

Taxa média: n = 82; PV = -3.000; FV = 3.095,20 -> i = 0,038105% a.d.


PV = -1; n = 252; i = 0,038105; FV = 1,100766 = 1 + i/100 -> i = 10,08% a.a.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Exercícios

Exercício 4: Um investidor aplicou R$ 2.500,00 por um prazo de 3


anos, capitalizados mensalmente, e resgatou R$ 3.684,72. Qual a taxa
nominal anual?

R.: PV = -2.500; n = 3 * 12 = 36 meses; FV = 3.684,72; I = ?


i = 1,083337% a.m. (taxa nominal capitalizada) * 12 = 13% a.a.

Exercício 5: Uma taxa nominal de 12% a.a., capitalizada diariamente,


equivale a qual taxa efetiva anual? Considerando o caso brasileiro
(ano de 252 d.u.), qual seria a taxa efetiva anual?

R.: i = 12% / 360 = 0,0333% a.d. (taxa nominal diária)


PV = -1; n = 360; i = 0,0333; FV = 1,127474 = 1 + i/100 -> i = 12,75% a.a.
Caso brasileiro:
PV = -1; n = 252; i = 0,0333; FV = 1,087614 = 1 + i/100 -> i = 8,76% a.a.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Taxa Efetiva

Taxa efetiva é a taxa por período de capitalização. Enquanto a taxa


nominal remete a juros simples, a efetiva remete a compostos.
Uma taxa nominal, capitalizada por n períodos, equivale a uma taxa
efetiva ao período. Por exemplo, uma taxa nominal anual, capitalizada
mensalmente, corresponde a uma taxa efetiva anual. A taxa efetiva é a
que remunera o capital. Quanto maior a frequencia de capitalizações,
maior a taxa efetiva.

Exemplo: Uma taxa nominal de 12% ao ano é capitalizada diária,


mensal, semestral e anualmente. Qual é a mais rentável?
R.: Diária: i = [(0,12 / 360 + 1)360 -1] * 100 = 12,75% a.a. -> mais rentável
Mensal: i = [(0,12 / 12 + 1)12 -1] * 100 = 12,68% a.a.
Semestral: i = [(0,12 / 2 + 1)2 -1] * 100 = 12,36% a.a.
Anual: i = [(0,12 / 1 + 1) 1 -1] * 100 = 12,00% a.a.
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Taxa Equivalente

Taxa equivalente é a taxa efetiva proporcional ao comparar diferentes


prazos. Por exemplo, 1% a.m. é equivalente a (1,0112 - 1) * 100 = 12,68%
a.a. Da mesma forma, 12,68% a.a. é equivalente a (1,1268 1/252 - 1) * 100
= 0,0474% a.d.

Exemplo: Um CDB de R$ 5.000,00 rende 0,50% em 2 semanas (10 d.u.).


Qual o seu rendimento anual? Qual o valor resgatado após 1 ano?
R.: i = [(1 + 0,50/100) 252/10 -1] * 100 = 13,39% a.a.
Ou: PV = -1; FV = 1 + 0,50/100 = 1,005; n = 10 -> i = 0,049888% a.d.
PV = -1; i = 0,049888; n = 252 -> FV = 1,1339 -> i = 13,39% a.a.

Valor Resgatado
PV = -5.000; i = 0,049888; n = 252 -> FV = 5.669,63
Ou: FV = 5.000 * (1 + 0,50 / 100) 252/10 = 5.000 * 1,133926 = 5.669,63
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Taxa Aparente e Taxa Real

Taxa aparente é a nominal, que incluí a inflação. Taxa real é a nominal


descontado o efeito inflacionário, ou seja: (1 + ir) = (1 + i) / (1 + Π),
onde i é a taxa nominal ou aparente, ir é a taxa real e Π a inflação.

Taxa aparente efetiva é a nominal capitalizada periodicamente.

Exemplo: Uma aplicação de R$ 10.000,00 rende 15% a.a. capitalizados


mensalmente. Suponha que a taxa de inflação média seja de 1% a.m.
Calcule a taxa aparente efetiva e a real, ambas anuais. Qual o valor
nominal e real resgatado após 18 meses?
R.: i = [(15/100 * 1/12 + 1)12 - 1] * 100 = 16,08% a.a.
(1 + Π)12 = 1,0112 = 1,1268 -> ir = (1,1608 / 1,1268 -1) * 100 = 3,01% a.a.
Valor Resgatado:
Nominal: PV = -10.000; i = 16,08; n = 1,5 anos; STO EEX; FV = 12.506,51
Real: PV = -10.000; i = 3,01; n = 1,5 anos; STO EEX; FV = 10.454,88
EXERCÍCIOS
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Exercícios
1) Um produto de R$ 1.000,00 é vendido em uma loja em quatro parcelas mensais
iguais sem entrada e sem juros. Se o pagamento for feito à vista, há 20% de
desconto. E se for dada uma entrada de 50% mais quatro parcelas, as
prestações caem para R$ 150,00. O consumidor não opta por pagar à vista e
as prestações são quitadas sempre ao final do mês. Calcule a taxa de juros
embutida em cada operação. Qual é a mais vantajosa? Por quê?

2) Um carro de R$ 25.000,00 é financiado em 18 meses a uma taxa de 2% a.m. Ao


final do último mês há a opção de pagar R$ 3.000,00 adicionais e ficar com o
veículo. Calcule o valor das parcelas mensais.

3) Um financiamento de R$ 100.000,00 para a compra da casa própria é feito com


um período de carência de dois meses. O valor financiado será pago em 10
anos (após o período de carência), em prestações mensais, a uma taxa de
juros anual efetiva de 14,03%. Qual será o valor das prestações mensais?

4) Uma aplicação de R$ 10.000,00 em CDB é feita para um prazo de cinco anos.


Considerando um ano de 252 dias úteis e uma taxa nominal anual de 18%,
capitalizada diariamente, calcule o valor resgatado da aplicação após cinco
anos. Se a inflação média no Brasil for de 5,02% a.a., qual a taxa de juros
efetiva real anual?
Aula 03 – Pagamentos e Taxas de Juros
Respostas

1) Op.1: PMT = -1.000 / 4 = -250; n = 4; PV = 0,8 * 1.000 = 800  i = 9,56% a.m.

Op.2: PMT = -150; n = 4; PV = [(1 - 0,5) * 1.000 - 200] = 300  i = 34,9% a.m.

A primeira é a mais vantajosa, pois embute uma taxa menor que a segunda.

2) PV = 25.000; n = 18; i = 2%; FV = -3.000  PMT = -1.527,45

3) i = [(1,1403)1/12-1] * 100 = 1,1% a.m.; PV = 100.000; n = 2  FV = -102.212,31

PV = 102.212,31 ; FV = 0; n = 10 * 12 = 120 meses; i = 1,1% a.m.


 PMT = -1.538,29

4) i = 18 / 360 = 0,05% a.d. ; PV = 10.000; n = 252 * 5 = 1260 d.u.


 FV = -18.773,15

1 + i anual = (1 + 0,05/100)252 = 1,1342  1 + ir = 1,1342 / 1,0502  ir = 8% a.a.


MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 04
Operações de Curto Prazo
Aula 04 – Operações de Curto Prazo
Títulos Públicos – LTN

LTN -> Letra do Tesouro Nacional. Papel prefixado que não paga juros
intermediários (“cupons”). Possui o seguinte fluxo de caixa:
FV = 1.000 PU ou PV = FV / (1 + i) n/p, p = per. de ref.

PU ou PV = 1.000 / (1+i) n/p FV = 1.000; n = x; i = x; PV = - x

Exemplo: Uma LTN que vence em 55 d.u. tem um rendimento de 9,90%


a.a. Qual o seu P.U.?
R.: p = período de referência (ano) = 252; n= 55; i = 9,90%; FV = 1.000
P.U. = 1.000 / (1,0990) 55/252 = 979,607476

Pela HP: PV = -1; n = 252; FV = 1,0990 -> i = 0,037468


i = 0,037468; n = 55; FV = 1.000 -> PV = -979,607476
Aula 04 – Operações de Curto Prazo
Desconto Comercial x Racional

• Desconto bancário ou comercial simples: também conhecido como


desconto por fora (aula 01) -> D = P * (1 - d/100 * n);
• Desconto racional simples: também chamado desconto por dentro, é
o VP de um título -> VP = S / (1 + i/100 * n).

Note que, em desconto comercial, P é o valor que o comerciante receberá


daqui a “n” períodos de tempo, equivalente a S em juros simples.

Exemplo: Uma duplicata de R$ 5.000 a vencer em 15 d.c. é descontada


comercialmente a uma taxa de 3% a.m. Qual o valor recebido pelo
comerciante? E se o desconto fosse racional?
R.: Desconto Comercial: D = 5.000 * (1 - 0,03/30 * 15) = 4.925,00
Desconto Racional: VP = 5.000 / (1 + 0,03/30 * 15) = 4.926,11
Como esperado, no desconto comercial o valor recebido pelo comerciante é
menor – e o ganho do banco, maior.
Aula 04 – Operações de Curto Prazo
Principais Modalidades

Factoring: Operação na qual uma empresa vende seus direitos de


ativos a receber a um banco, que desconta esses direitos a uma taxa.
É semelhante ao desconto de duplicatas. Um exemplo clássico é o
desconto de cheques pré-datados.
Hot Money: Operações de curtíssimo prazo para atender às
necessidades imediatas de caixa da empresa, como capital de giro.
São garantidas por Nota Promissória e têm como referencial a taxa do
CDI acrescida de um spread (prêmio). Os juros são incorporados
diariamente sobre o saldo devedor (taxa composta).
Commercial Papers: Emitidos por sociedades de ações para obter
capital de giro. São negociadas em mercado por um valor descontado
(deságio) via desconto comercial e recompradas pelo seu valor
nominal. O prazo deve variar entre 30 e 360 dias corridos.
Export Note: Cessão de créditos de exportação, mediante a cobrança
de uma taxa da desconto.
Aula 04 – Operações de Curto Prazo
Principais Modalidades

Conta Garantida: “Cheque especial” para pessoas jurídicas, vinculada


à conta da empresa. Quando o saldo se torna devedor, a conta
garantida automaticamente faz a provisão, a juros compostos/mês.

Exercício: Uma empresa emite um Commercial Paper no valor de R$


1.000.000,00 para financiar o pagamento a fornecedores de curto
prazo. O papel tem prazo de 90 dias e a taxa oferecida aos
investidores é de 30% ao ano. Os custos de emissão totalizam R$
20.000,00. Quanto a empresa recebe e qual o custo efetivo total (CET)
da operação? (OBS.: CET é calculado em juros compostos anualizados)

R.: d = 0,30 / 12 * 3 = 0,075


D = (1 - 0,075) * 1.000.000 = 925.000,00
Valor recebido pela empresa = 925.000 – 20.000 = R$ 905.000,00
CET = [(1.000.000 / 905.000) 12/3 - 1] * 100 = 49,08% a.a.
EXERCÍCIOS
Aula 04 – Operações de Curto Prazo
Exercícios

1) Uma duplicata de R$ 10.000,00 que vence em dois meses é


descontada à taxa de 1,75% a.m. Qual o valor recebido pelo
comerciante em caso de desconto: (i) comercial; e (ii) racional?

2) Uma empresa que tem cheques pré-datados de R$ 20.000,00 para


60 dias realiza uma operação de factoring junto a um banco, que
cobra uma taxa de 2.5% a.m. Na operação, incidem impostos e
tarifas de R$ 150,00. Quanto a empresa recebe e qual o custo
efetivo total (CET) da operação?

3) Uma LTN que vence em 80 d.u. tem um P.U. de 959,263777. Qual a


sua taxa de retorno anual?

4) Uma firma tinha R$ 1.000 na conta, mas gastou R$ 4.000, ficando


no vermelho por 12 dias úteis. Se o banco cobra 130% a.a. pela
conta garantida, quanto a empresa pagou de juros (em R$)?
Aula 04 – Operações de Curto Prazo
Respostas

1) d = 1,75% a.m. = 0,0175 a.m.


Desconto Comercial: D = 10.000 * (1 - 0,0175 * 2) = R$ 9.650,00
Desconto Racional: VP = 10.000 / (1 + 0,0175 * 2) = R$ 9.661,84

2) D = 20.000 * (1 – 0,025 * 2) = 19.000,00


Valor recebido = 19.000,00 – 150,00 = 18.850,00
CET = [(20.000 / 18.850)6 – 1] * 100 = 42,6632% a.a.

3) PV = -959,263777; FV = 1.000; n = 80 -> i = 0,052% a.d.


PV = -1; i = 0,052; n = 252 -> FV = 1,139975 = 1 + i -> i = 13,9975% a.a.
Ou: i = [(1 + 0,052 / 100) 252 -1] * 100 = 13,9975% a.a.

4) A firma ficou com saldo negativo de R$ 3.000 por 12 dias úteis.


PV = 3.000; i = 130; n = 12 / 252 (STO EEX) -> FV = -3.121,38
A empresa pagou R$ 121,38 de juros pela conta garantida.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 05
Séries Periódicas Uniformes
Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Séries Postecipadas

São aquelas em que o pagamento acontece no final do período, por


exemplo, compras a prazo sem entrada.

PV
FLUXO:
PMT

Exemplo: Uma mercadoria de R$ 1.500,00 é financiada em três


prestações mensais iguais a uma taxa de 4,50% a.m., sem entrada.
Calcule o valor das prestações.

R.: PV = 1.500; i = 4,50; n = 3 -> PMT = -545,66

OBS.: Certifique-se que FV = 0.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Séries Antecipadas

São aquelas em que o pagamento acontece no início do período, por


exemplo, compras a prazo com entrada.

PV
FLUXO:
PMT

Exemplo: Uma mercadoria de R$ 1.500,00 é financiada em três


prestações mensais iguais a uma taxa de 4,50% a.m., com entrada.
Calcule o valor das prestações.

R.: PV = 1.500; i = 4,50; n = 3; g7 BEG -> PMT = -522,16

OBS.: A antecipação de uma parcela como entrada reduziu as demais.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Séries Antecipadas x Postecipadas

Em uma série antecipada, a entrada é paga no ato, reduzindo o


número de parcelas a serem pagas para n-1 e tornando o PV menor.

PV
FLUXO: A série virou postecipada com
PMT um período a menos e PV menor.

Exemplo: Uma mercadoria de R$ 977,84 (1.500 - 522,16) é financiada


em duas prestações mensais iguais a uma taxa de 4,50% a.m., sem
entrada. Calcule o valor das prestações.

R.: PV = 977,84; i = 4,50; n = 2; g8 END -> PMT = -522,16

Conforme esperado, o valor de PMT permaneceu o mesmo.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Séries Diferidas Postecipadas

São aquelas em que o primeiro pagamento ocorre no mês seguinte ao


período de carência.

PV FV

FLUXO: Período de carência: 2 meses


Carência PMT Pagamento inicial: mês 3

Exemplo: Uma mercadoria de R$ 1.500,00 é financiada em três


prestações mensais iguais a uma taxa de 4,50% a.m., com carência de
2 meses e início do pgto no 3°. Calcule o valor das prestações.

R.: PV = 1.500; i = 4,50; n = 2 -> FV = -1.638,04


PV = 1.638,04; FV = 0; i = 4,50; n = 3 -> PMT = -595,87

A carência aumentou o valor da dívida e as prestações.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Séries Diferidas Antecipadas

São aquelas em que o primeiro pagamento ocorre no mesmo mês do


período de carência (antecipa-se o pagamento em 1 mês).
Utiliza-se a tecla BEGIN:
PV FV
FLUXO: Período de carência: 2 meses
Carência PMT
Pagamento inicial: mês 2

Exemplo: Uma mercadoria de R$ 1.500,00 é financiada em três


prestações mensais iguais a uma taxa de 4,50% a.m., com carência de
2 meses e início do pgto naquele mês. Calcule o valor das prestações.

R.: PV = 1.500; i = 4,50; n = 2 -> FV = -1.638,04


PV = 1.638,04; FV = 0; i = 4,50; n = 3; g7 BEG -> PMT = -570,21

A antecipação em um mês reduziu as prestações.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Séries Diferidas Antecipadas x Postecipadas

Utilizando-se o modo END: Uma alternativa é considerar carência


postecipada de 1 mês, ou seja, o fluxo anterior sem entrada.

PV FV Carência: 2 meses antecipada


FLUXO: ou 1 mês postecipada
Carência PMT Pagamento inicial: mês 2

Exemplo: Uma mercadoria de R$ 1.500,00 é financiada em três


prestações mensais iguais a uma taxa de 4,50% a.m., com carência de
1 mês e início do pgto no mês 2. Calcule o valor das prestações.

R.: PV = 1.500; i = 4,50; n = 1 -> FV = -1.567,50


PV = 1.567,50; FV = 0; i = 4,50; n = 3 -> PMT = -570,21

O resultado não mudou. A antecipação em um mês reduziu as prestações.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Montante de Séries Periódicas

O montante de uma série periódica é o seu valor futuro na data da


última parcela, se nenhuma for paga.

PV FV

FLUXO: Não estão incluídas eventuais


PMT multas por atraso.

Exemplo: Uma mercadoria é financiada em três prestações mensais


iguais de R$ 545,66 a uma taxa de 4,50% a.m., sem entrada. Calcule o
saldo devedor no último mês, na hipótese de inadimplência do cliente.

R.: PMT = -545,66; i = 4,50; n = 3 -> FV = 1.711,75

OBS.: Certifique-se que PV = 0.


Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Juros de Séries Periódicas

É a taxa embutida em uma operação a prazo, incluindo todos os seus


custos e eventual desconto para pagamento à vista.

PV

FLUXO: PV = Σ PMT / (1+i) n

PMT -> i = ?

Exemplo: Uma mercadoria custa R$ 1.500,00. Se o cliente comprar à


vista, ganha 10% de desconto. Caso contrário, pode financiá-la em
três prestações mensais iguais sem juros, pagando uma taxa de 10%
para abertura de crédito, embutida nas prestações. Calcule a taxa de
juros mensal da operação.

R.: PV = (1 - 0,10) * 1.500 = 1.350; PMT = -1.500 * 1,10 / 3 = -550


n = 3; FV = 0 -> i = 10,75% a.m.
EXERCÍCIOS
Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Exercícios

1) Um automóvel custa R$ 25.000,00. A loja exige uma entrada de 30% e o


restante é financiado em 12 prestações mensais, com juros de 2,30%
a.m. Calcule as prestações.

2) Um apartamento de R$ 300.000,00 é financiado em 120 meses, à taxa de


1,85% a.m. O comprador é obrigado a dar um sinal de 5% e o restante
começará a ser pago a partir do sétimo mês (carência postecipada de 6
meses). Calcule o valor das prestações.

3) Uma mercadoria custa R$ 2.000,00. Se o pagamento for à vista, é


concedido um desconto de 5%. Caso contrário, não há desconto e a loja
cobra 2% a título de despesas administrativas, permitindo parcelar em 8
vezes “sem juros”. Calcule o juro embutido.

4) Um cliente realizou uma compra de R$ 700,00 em seu cartão de crédito,


optando por pagar 10 parcelas mensais de R$ 100,00. Caso ele se torne
inadimplente desde o início, qual será sua dívida após 10 meses?
Desconsidere a cobrança de multas por atraso.
Aula 05 – Séries Periódicas Uniformes
Respostas

1) Valor financiado = PV = 0,70 * 25.000 = 17.500


PV = 17.500; n = 12; i = 2,30 -> PMT = -1.685,43

2) PV = 0,95 * 300.000 = 285.000


n = 6; i = 1,85; PV = 285.000 -> FV = -318.134,71
PV = 318.134,71; FV = 0; n = 120; i = 1,85 -> PMT = -6.619,12

3) PV = 0,95 * 2.000 = 1.900,00; PMT = -2.000 * 1,02 / 8 = -255,00; n = 8


i = 1,6075% ao período.

4) Primeiro vamos achar a taxa de juros das prestações:


PV = 700,00; n = 10; PMT = -100,00 -> i = 7,0728% a.m.

Sabendo a taxa de juros, calculamos FV:


n = 10; PMT = -100,00; i = 7,0728; PV = 0 -> FV = 1.386,41
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 06
TIR, Séries Mistas e Variáveis
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Séries Variáveis

Uma série variável é aquela cujos fluxos não são uniformes. Nesse
caso, utilizaremos as teclas de fluxo de caixa da HP 12-C, que são:

• CF0 (g PV) para o valor inicial da série, também conhecido como


investimento inicial;
• CFj (g PMT), onde j = 1,2,3 (...) para os valores posteriores de receitas
ou desembolsos;
• Nj (g FV), onde j = 1,2,3 (...) para as vezes em que determinado fluxo
se repete consecutivamente;
• i para a taxa de juros do fluxo de caixa;
• NPV (f NPV) para o Valor Presente Líquido (Net Present Value) ou
VPL dos fluxos de caixa.

Note que CF0 é lançado à parte, pois já está em valor presente, por ser
o desembolso feito na data zero.
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Séries Variáveis

O fluxograma abaixo ilustra uma série variável:

CF1 CF2 CF3 CF4


FLUXOS: CF0 é o investimento inicial;
CF1 a CF4 são os pagamentos.
CF0

Exemplo: Uma empresa investe R$ 10.000,00 na compra de um


equipamento. Espera-se que essa máquina gere receitas de R$ 2.000
no 1° ano, R$ 3.000 no 2° ano e R$ 5.000 nos dois anos seguintes.
Sabendo-se que a taxa de juros do investimento é de 12,25% a.a.,
calcule o ganho ou perda líquido (NPV).

R.: NPV é o valor presente das receitas menos o investimento inicial,


por isso é chamado de ganho ou perda líquida. A taxa de juros será
utilizada para calcular o PV dos fluxos (nesse caso, receitas) e é
conhecida como taxa de desconto.
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Séries Variáveis

Fluxos de Caixa:

• CF0 (g PV) = -10.000,00 (investimento inicial)


• CF1 (g PMT) = 2.000,00 (receita no 1° ano)
• CF2 (g PMT) = 3.000,00 (receita no 2° ano)
• CF3 (g PMT) = 5.000,00 (receita no 3° e 4° anos)
• N3 (g FV) = 2 (n° de vezes que CF3 se repete)
• i = 12,25 (taxa de juros ou de desconto do investimento)

Resultado: NPV (f NPV) = 847,23

Interpretação: A máquina custa R$ 10.000, porém gera receitas de R$


10.847,23 (a valor presente), o que resulta em um ganho líquido (NPV)
de R$ 847,23.
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Séries Mistas

São séries não uniformes e com fluxos positivos (receitas) e


negativos (despesas) ao longo do tempo:
CF1 CF4 CF0 é o investimento inicial;
FLUXOS: CF1 a CF4 são as receitas (ou
lucros) e despesas (ou prejuízos)
CF0 CF2 posteriores.
CF3

Exemplo: Uma empresa investe R$ 10.000,00 na compra de um


equipamento. Espera-se que essa máquina gere lucro de R$ 4.000 no
1° ano, prejuízos de R$ 1.000 no 2° e 3° anos e lucro de R$ 11.000 no
4° ano. Sabendo-se que a taxa de juros do investimento é de 12,25%
a.a., calcule o ganho ou perda líquido (NPV).

R.: Nesse caso, há um investimento inicial (compra da máquina), que


irá gerar lucros no primeiro e último ano e prejuízos intermediários –
provavelmente decorrentes de vendas fracas (acúmulo de estoques).
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Séries Mistas

Fluxos de Caixa:

• CF0 (g PV) = -10.000,00 (investimento inicial)


• CF1 (g PMT) = 4.000,00 (lucro no 1° ano)
• CF2 (g PMT) = -1.000,00 (prejuízo no 2° e 3° anos)
• N2 (g FV) = 2 (n° de vezes que CF2 se repete)
• CF3 (g PMT) = 11.000,00 (lucro no 4° ano)
• i = 12,25 (taxa de juros ou de desconto do investimento)

Resultado: NPV (f NPV) = -1.008,58

Interpretação: A máquina custa R$ 10.000, porém gera receitas de R$


8.991,42 (a valor presente), o que resulta em uma perda líquida (NPV)
de R$ 1.008,58 (= 8.991,42 - 10.000,00).
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Perpetuidade

A perpetuidade ocorre quando estimamos o PV de fluxos futuros a


partir de um determinado ano, assumindo uma taxa de desconto e de
crescimento do lucro constantes ao longo do tempo:
CFperp
FLUXOS: CF0 é o investimento inicial;
CF1 CF2 CF3
CF1 a CF3 são as receitas (lucro);

CF0 CFperp é a perpetuidade (ano 4 em diante).

A perpetuidade é o valor presente dos fluxos a partir do ano seguinte


ao último da série. No exemplo acima, o último ano da série é o CF3,
então a perpetuidade considera CF4 em diante e traz todos os fluxos
para a data 3.
CFperp = CFi * (1 + g) / (r – g) , onde CFi é o fluxo do último ano, “g” é
a taxa de crescimento anual do fluxo e “r” é a taxa de juros ou de
desconto. Note que CFi+1 = CFi * (1 + g).
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Perpetuidade

Exemplo: Uma empresa investe R$ 10.000,00 na compra de um


equipamento. Espera-se que essa máquina gere lucros de R$ 2.000 no
1° ano, R$ 3.000 no 2° ano e R$ 4.000 no 3° ano. A partir do 4° ano,
projeta-se que o lucro cresça a uma taxa de 5% a.a. Sabendo-se que a
taxa de juros do investimento é de 12,25% a.a., calcule o ganho ou
perda líquido (NPV).

R.: Primeiro, vamos calcular o valor da perpetuidade a partir do 4°


ano, obtendo o CFperp no ano 3.

Os seguintes dados são conhecidos:


• g = taxa de crescimento anual do lucro = 5% a.a. = 0,05
• r = taxa de desconto = 12,25% a.a. = 0,1225

CFperp (ano 3) = 4.000 * (1 + 0,05) / (0,1225 – 0,05) = 57.931,03


Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Perpetuidade

Fluxos de Caixa:

• CF0 (g PV) = -10.000,00 (investimento inicial)


• CF1 (g PMT) = 2.000,00 (lucro no 1° ano)
• CF2 (g PMT) = 3.000,00 (lucro no 2° ano)
• CF3 (g PMT) = 4.000,00 + 57.931,03 = 61.931,03 (lucro no 3° ano +
perpetuidade -> sempre adicionada ao fluxo do último ano)

• i = 12,25 (taxa de juros ou de desconto do investimento)

Resultado: NPV (f NPV) = 37.950,09

Interpretação: A máquina custa R$ 10.000, porém gera receitas de R$


47.950,09 (a valor presente), o que resulta em um ganho líquido (NPV)
de R$ 37.950,09.
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
TIR

TIR é a Taxa Interna de Retorno de um investimento. É utilizada para


séries mistas e/ou variáveis, ou seja, que não têm um fluxo de caixa
uniforme. A TIR é, na prática, a taxa que zera, na data inicial (PV), os
fluxos de saída (investimentos, despesas) e de entrada (receitas). É a
taxa até a qual o investimento dá lucro.
CF1 CF2 CF4
FLUXOS: A TIR faz com que PV (CF0 +
CF3) = PV (CF1 + CF2 + CF4).
CF0
CF3

Exemplo 1: Um projeto de uma nova máquina requer investimento


inicial de R$ 20 milhões. Espera-se que no 1° ano haja prejuízo de R$
2 milhões e nos outros 9, lucro de R$ 3 milhões. Calcule a TIR.

R.: CF0 (g PV) = -20.000.000; CF1 (CFj -> g PMT) = -2.000.000;


CF2 (CFj) = 3.000.000; N2 (Nj -> g FV) = 9 -> IRR (f IRR) = 3,60% a.a.
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
TIR

Exemplo 2: No exemplo anterior, suponha dois cenários e diga se o


investimento é lucrativo:

i) Taxa de mercado de 3%
Como a TIR é de 3,60% a.a., temos que TIR > taxa de mercado ->
investimento é lucrativo -> NPV > 0
Calculando NPV: CF0 = -20.000.000; CF1 = -2.000.000; CF2 = 3.000.000;
N2 = 9; i = 3 -> NPV = 736.240 > 0

ii) Taxa de mercado de 5%


Como a TIR é de 3,60% a.a., temos que TIR < taxa de mercado ->
investimento dá prejuízo -> NPV < 0
Calculando NPV: CF0 = -20.000.000; CF1 = -2.000.000; CF2 = 3.000.000;
n2 = 9; i = 5 -> NPV = -1.596.700 < 0
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
TIR x NPV

Conceito: Sempre que NPV > 0, diz se que um projeto é viável, pois ele
estará criando valor para a empresa.
Neste caso, o projeto irá remunerar o investidor a uma taxa (TIR)
superior à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que é a taxa de
desconto do projeto. A idéia é que TMA é o percentual mínimo exigido
pelo investidor para que o projeto seja rentável. Caso contrário, valerá
mais a pena aplicar no mercado financeiro do que na firma.
CONCLUSÃO: Sempre que NPV > 0  TIR > TMA

OBSERVAÇÕES:

1) Sempre que algum fluxo tiver mais de uma inversão de sinal (-CF1;
+CF2; -CF3), a TIR vai gerar mais de um resultado. Portanto, será mais
confiável usar o critério do VPL ou NPV.
2) O VPL deve ser SEMPRE confrontado com o Investimento Inicial (II).
Se VPL > 0, mas só pouco acima do II, o risco pode não compensar.
EXERCÍCIOS
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Exercícios

1) Um projeto requer um investimento inicial de R$ 50.000. No 1°


ano, gera um prejuízo de R$ 15.000, do 2° ao 4° ano há um
lucro de R$ 8.000 por ano, do 5° ao 8° ano o lucro aumenta
para R$ 10.000 por ano e no 9° ano sobe para R$ 11.000.
Considerando uma taxa de juros de 11,25% a.a., calcule o NPV
e diga se o projeto é viável.

2) Qual é a TIR do projeto anterior? Compare a TIR com a taxa de


mercado (11,25%) e discuta se o resultado é coerente.

3) Considerando o mesmo projeto, suponha que a partir do 10°


ano o lucro cresça a uma taxa de 1,25% a.a. Qual será o novo
NPV? O projeto é viável?

4) Se a taxa de juros da economia subisse de 11,25% a.a. para


16,25% a.a., inclusive sobre a perpetuidade (recalcule), o projeto
continuaria viável? Justifique, calculando o novo NPV e a TIR.
Aula 06 – TIR, Séries Mistas e Variáveis
Respostas

1) Inv. Inicial: -50.000 CF0 Ano 9: 11.000 CFj


Ano 1: -15.000 CFj Taxa: 11,25 i
Ano 2 a 4: 8.000 CFj 3 Nj f NPV -21.626,46
Ano 5 a 8: 10.000 CFj 4 Nj NPV < 0 -> Projeto não é viável.

2) Basta digitar f IRR


f IRR 2,66
A TIR é de 2,66% a.a., portanto TIR < 11,25% (taxa de mercado), o que não
compensa o investimento. O projeto não é viável, confirmando o resultado anterior.
Sempre que NPV < 0 -> TIR < taxa de mercado.

3) CF perp = 11.000 * (1 + 0,0125) / (0,1125 – 0,0125) = 111.375,00


Inv. Inicial: -50.000 CF0 Ano 9: 11.000 + 111.375 = 122.375 CFj
Ano 1: -15.000 CFj Taxa: 11,25 i
Ano 2 a 4: 8.000 CFj 3 Nj f NPV 21.040,09
Ano 5 a 8: 10.000 CFj 4 Nj NPV > 0 -> Projeto é viável.

4) Considerando o exercício anterior, a nova perpetuidade ficaria: CF perp =


11.000 * (1 + 0,0125) / (0,1625 – 0,0125) = 74.250. Assim, CF9 = 11.000 + 74.250
= 85.250. NPV = -10.278,73 e TIR = 13,02%. Conclusão: Projeto não é viável.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Revisão – Parte I
Exercícios
Revisão – Parte I
Exercícios

Exercício 1: Uma empresa capta dinheiro no exterior emitindo um


título de renda fixa, a juros simples de 3,80% a.a., com vencimento em
270 dias. Sabendo que o preço no vencimento é 1.000, calcule o P.U.

Exercício 2: Um comerciante realiza um desconto de duplicatas de


dois valores distintos, ambas para 60 dias. Uma de R$ 5.000,00, com
taxa de 1,75% a.m., e outra de R$ 10.000,00, à taxa de 1,90% a.m.
Calcule o valor total descontado e a taxa mensal de juros embutida.

Exercício 3: Um investidor aplica R$ 15.000,00 em um CDB à taxa


composta de 10,75% a.a. pelo prazo de 121 d.u. Qual será o valor
resgatado? E se incidisse IR de 20%, qual seria o valor de resgate?

Exercício 4: Uma LTN rende uma taxa de 12,25% a.a. Calcule o seu
P.U., sabendo que falta 1 trimestre para o seu vencimento. Calcule,
também, qual será o P.U. no dia seguinte, caso a taxa não mude.
Revisão – Parte I
Exercícios

Exercício 5: Uma mercadoria custa R$ 1.000,00. Se a compra for feita a


prazo, há um acréscimo de 10% e pagamento em 11 vezes. Se ocorrer
à vista, o cliente ganha um desconto de 10%. Calcule o juro embutido.

Exercício 6: Um automóvel custa R$ 30.000,00. A loja exige uma


entrada de 30% e o restante é financiado a 1,99% a.m. em 24 vezes,
com o 1° pagamento daqui a 3 meses. Calcule as prestações.

Exercício 7: Considere que no exercício anterior fosse feita uma


operação de leasing, onde, após o último pagamento, houvesse um
valor residual de R$ 5.000,00. Obtenha as novas prestações.

Exercício 8: Agora, suponha que a concessionária facilite a compra,


através de um prazo maior de financiamento, de 60 meses, com as
mesmas condições de juros, entrada, carência e valor residual. Qual
será a nova prestação mensal? Explique o resultado.
Revisão – Parte I
Exercícios

Exercício 9: Uma imobiliária financia o imóvel novo em 240 meses, a


uma taxa de 12% a.a. mais TR, hoje em 0,21% a.m. O imóvel custa R$ 1
milhão, com uma entrada de 10% no ato e duas intermediárias de 15%,
no 5º e 10º ano, após a carência de 6 meses. Ache as prestações.

Exercício 10: Uma dívida de 2 parcelas de R$ 25.000 deve ser paga


daqui a 6 e 24 meses a uma taxa de 13% a.a., mas pode ser unificada
para daqui a 1 ano, em uma única prestação. Calcule seu valor.

Exercício 11: Uma firma usa seu limite de R$ 5 mil da conta garantida
por 15 dias úteis. Se o CET cobrado pelo banco é de 160% a.a., qual o
lucro do banco, e quanto a empresa devolveu?

Exercício 12: Um projeto requer um investimento inicial de R$ 50.000.


No 1° ano, gera uma perda de R$ 10.000, no 2° e 3° um ganho de R$
8.000 cada e no 4° um lucro de R$ 20.000. A partir daí, cresce a 3% a.a.
Se a taxa de mercado é de 12% a.a., qual seu NPV? O projeto é viável?
Revisão – Parte I
Respostas

Exercício 1: 1.000 = P (1 + 3,80 / 100 * 270 / 360) -> P = PU = 972,289742

Exercício 2: D1 = 5.000 * (1 – 0,0175 * 2) = 4.825,00


D2 = 10.000 * (1 – 0,0190 * 2) = 9.620,00
TOTAL 14.445,00
15.000 = 14.445 * (1 + I / 100 * 2) -> i = 1,9211% a.m.
Como esperado, a taxa de juros é maior que a taxa média de desconto, que
seria de: (5.000 * 1,75 + 10.000 * 1,90) / 15.000 = 1,85% a.m.

Exercício 3: i = (1,1075 1/252 – 1) * 100 = 0,040526% a.d.


I = 0,040526; n = 121; PV = -15.000 -> FV = 15.753,73
Se incidisse Imposto de renda (IR) de 20% sobre o rendimento:
IR = 0,20 * (15.753,73 – 15.000,00) = 150,75
Resgate Líquido = 15.753,73 – 150,75 = 15.602,98
Revisão – Parte I
Respostas

Exercício 4: i = (1,1225 1/4 – 1) * 100 = 2,931094% a.t.


n = 1 trimestre; i = 2,931094; FV = 1.000 -> PV = P.U. = -971,523729
n = 62 d.u.; i = (1,12251/252-1) * 100 = 0,045867% a.d.-> P.U. = 971,969338

Exercício 5: Se a compra for à vista: PV = 1.000 * (1- 0,10) = 900,00


Se a compra for a prazo: cliente paga 1.000 * (1 + 0,10) em 11 vezes
PMT = -1.100 / 11 = -100,00; PV = 900,00; n = 11; i = 3,5032% a.m.

Exercício 6: PV = Preço à vista - entrada = 30.000 – 9.000 = 21.000


Como o 1° pagamento só ocorre daqui a 3 meses, então vão correr 2
meses de juros:
PV = 21.000; n = 2; i = 1,99 -> FV = -21.844,12
FV vai ser o novo PV:
PV = 21,844,12; n = 24; i = 1,99; FV = 0 -> PMT = -1,153,61
Revisão – Parte I
Respostas

Exercício 7: Inclui-se o valor residual de R$ 5.000 como FV:


PV = 21,844,12; n = 24; i = 1,99; FV = -5.000 -> PMT = -989,06

Exercício 8: Substitui-se n = 24 por n = 60:


PV = 21,844,12; n = 60; i = 1,99; FV = -5.000 -> PMT = -582,90
Como o prazo aumentou, as prestações diminuíram (diluição).

Exercício 9: i = 12% a.a. = 0,948879% a.m.


I total = [(1,00948879 * 1,0021) – 1] * 100 = 1,160872%
PV = 0,90 * 1.000.000 = 900.000; n = 6; FV = 964.534,78 (a)
Intermediárias = 0,15 * 1.000.000 = 150.000 (FV); n1 = 60; i = 1,160872;
PV1 = 75.047,70 / n2 = 120; PV2 = 37.547,72
TOTAL = 112.595,42 (b)  PV financiado = (a) – (b) = 851.939,36
Revisão – Parte I
Respostas

Exercício 9 (CONT.): PV = 851.939,36; n = 240; i = 1,160872


PMT = -10.551,05

Exercício 10: Pagamento semestral  i = 13% a.a. = 6,301458% a.s.


Unificação de prazos (1 ano):
1ª prestação: 1 semestre adiante
PV = 25.000; i = 6,301458; n = 1; FV = 26.575,36 (a)
2ª prestação: 1 ano para trás
FV = 25.000; i = 13; n = 1; PV = 22.123,89 (b)

TOTAL: (a) + (b) = 48.699,25


Revisão – Parte I
Respostas

Exercício 11: O CET (Custo Efetivo Total) é uma taxa anual, em juros
compostos, de todos os encargos cobrados pelo banco. Já a conta
garantida é um “cheque especial” concedido à empresa.

PV = -5.000; i = 160; n = 15 / 252 (STO EEX) -> FV = 5.292,62


A firma devolveu ao banco R$ 5.292,62
O lucro do banco foi de R$ 292,62

Exercício 12: -50.000 CFo / -10.000 CFj / 8.000 CFj 2 Nj


248.888,89 CFj / 12 i / f NPV 111.316,61 / f IRR 48,8631

CF perp = 20.000 * (1 + 0,03) / (0,12 – 0,03) = 228.888,89


CF4 = 20.000,00 + 228.888,89 = 248.888,89

Como NPV > 0 e TIR > 12% (TMA = taxa de mercado), o projeto é viável.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Apostila do Curso
Parte II
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 07
Capitalização Contínua e Planos de
Amortização
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Tabelas Financeiras

• As operações feitas na HP para calcular os valores de PV, FV e PMT


estão resumidas em tabelas financeiras;

• Para um determinado número de períodos n e uma taxa de juros i, as


tabelas fornecem os fatores que, multiplicados ao valor inicial,
resultam em um valor presente (PV), valor futuro (FV) ou prestações
(PMT) de um financiamento ou aplicação;

• São normalmente usadas em lojas, financeiras e comércio em geral;

• São 5 as tabelas:
• tendo PV, calcula-se PMT ou FV;
• tendo PMT, calcula-se PV ou FV;
• tendo FV, calcula-se PV.

• A planilha Excel em anexo mostra as tabelas.


Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Capitalização Contínua

• Até agora, estudamos valores monetários concentrados em datas


determinadas, ou seja, em instantes discretos de tempo (n = 0,1,2...);

• No regime de capitalização contínua, os valores monetários fluem


contínua e uniformemente ao longo do tempo, segundo uma função
matemática;

• Bastante utilizada em finanças na avaliação de opções, derivativos e


projetos de investimentos;

• Na prática, muitas situações exigem o uso de capitalização contínua,


como é o caso de recebimentos e pagamentos de empresas e sistema
bancário ao longo do dia;

• Contudo, esse regime é mais utilizado em modelagens, estudos e


simulações de resultados, sendo um importante instrumento de
engenharia financeira.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Capitalização Contínua

Exemplo: Um capital de R$ 100,00 é aplicado à taxa nominal de 12%


ao ano e capitalizado periodicamente, considerando as seguintes
frequências de capitalizações da taxa nominal:

Capitalização Montante Financeiro


Anual 100 * (1 + 0,12) 112,00
2
Semestral 100 * (1 + 0,12 / 2) 112,36
4
Trimestral 100 * (1 + 0,12 / 4) 112,55
12
Mensal 100 * (1 + 0,12 / 12) 112,68
365
Diária 100 * (1 + 0,12 / 365) 112,75
365*24
Horária 100 * (1 + 0,12 / 365*24) 112,75

O montante aumenta à medida que a frequência de capitalização


aumenta, tendendo a um valor limite. Isso já se nota, por exemplo,
quando a frequencia muda de diária para horária. Ou seja, o montante
de um capital tende a um limite quando a frequencia tende a infinito.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Capitalização Contínua – Montante

O montante de uma aplicação que gera rendimentos contínuos é:


S = P * e δ*m

Onde: δ (delta) é a taxa instantânea ou contínua de juros;


m é o prazo (dias, meses, anos etc).

Exemplo: Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado por 12 meses à taxa


composta de 1% a.m. Calcule o montante (valor resgatado) em caso
de: 1) capitalização discreta; 2) capitalização contínua.

R.: 1) n = 12 -> S = P * (1 + i) n = 1.000 * (1,01) 12 = 1.126,83


2) S = 1.000 * e 0,01 * 12 = 1.000 * e 0,12 = 1.127,50

No caso 1 o rendimento da aplicação é mensal, ao passo que no caso


2 os juros são creditados continuamente (em frações infinitesimais de
tempo). Assim, neste último caso, o montante será sempre maior.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Capitalização Contínua – Equivalência de Taxas

Para transformar taxas discretas em contínuas, usamos o logaritmo


neperiano (ln):
δ = ln (1 + i)

Para transformar taxas contínuas em discretas, usamos a função


exponencial (e):
i=eδ–1

Exemplo: Uma taxa discreta de 1% a.m. equivale à qual taxa contínua?


R.: δ = ln (1 + i) = ln (1,01) = 0,009950 = 0,995033% a.m.

Uma aplicação de R$ 1.000,00 à taxa composta de 1% a.m. por 12


meses com rentabilidade mensal (discreta) equivale à taxa composta
de 0,995033% a.m. com rentabilidade contínua.
S = 1.000 * (1,01) 12 = 1.000 * e 0,00995033 * 12 = 1.126,83
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Capitalização Contínua – Valor Presente

Muitos projetos de investimento podem ser mensurados através da


técnica de fluxos contínuos. Por exemplo:
• As receitas produzidas por uma hidrelétrica / estação de
bombeio de água operando a uma potência e desempenho
constantes; ou
• A receita de um poço de petróleo explorado ininterruptamente
por um determinado período de tempo.

Nesse caso, a fórmula do Valor Presente (Po) será:

Po = K * (1 – e – δ * m) / (δ * m)

Onde: K é o valor do capital distribuído uniformemente por m períodos;


Po é o valor presente deste capital.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Capitalização Contínua – Valor Presente

Exemplo 1: Um projeto de irrigação proporcionará um lucro de R$ 64


milhões durante 20 anos de operação. Calcule o valor atual deste
lucro, considerando um fluxo uniforme de receitas e uma taxa
contínua equivalente à taxa efetiva discreta de 8% a.a.
R.: K = 64.000.000 e δ = ln (1 + 0,08) = 0,076961
Utilizando a fórmula do Valor Presente:
Po = K * (1 – e – δ * m) / (δ * m) = 64.000.000 * (1 – e -0,076961 * 20) / (0,076961 * 20)
Po = 50.268.914,73 / 1,539221 = 32.658.676,38

Exemplo 2: Qual o fluxo discreto equivalente?


R.: O projeto tem 20 anos e queremos saber qual deveria ser o lucro
anual para geral um VP de R$ 32.658.676,38.
PV = 32.658.676,38; n = 20; i = 8 -> PMT = -3.326.358,33 (Note que PMT
é lucro, então desconsidere o sinal negativo)
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Planos de Amortização

Um plano de amortização representa a forma de pagamentos


periódicos escolhida para quitar uma dívida.
• Saldo Devedor (SD): Valor líquido devido. Inclui juros não pagos em
caso de carência.
• Amortização: Refere-se ao principal ou montante da dívida que foi
quitado e é abatido do saldo devedor.
• Prestação = Amortização + Juros.
• Tabela Price ou Sistema Francês: prestações são constantes.
• SAC: Sistema de Amortizações Constantes.
• SACRE: Sistema de Amortizações Crescentes; também conhecido
por Sistema Misto, pois Prestação = média (Price; SAC).
• Sistema Americano: principal é pago em uma única parcela no
vencimento e juros são pagos periodicamente (mais comum) ou no final.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Tabela Price

Exemplo 1: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado em 6 prestações


iguais à taxa de 2% a.m. Monte a Tabela Price.

R.: Na HP: PV = 10.000; i = 2; n = 6 -> PMT = -1.785,26 Excel

Utilizando a HP:
Mês 1: 1 f AMORT Juros / x~y Amortização / RCL PV Saldo Devedor
Mês 2: 1 f AMORT Juros / x~y Amortização / RCL PV Saldo Devedor
Acumulado nos meses 3 e 4:
2 f AMORT Juros / x~y Amortização / RCL PV Saldo Devedor

Voltar para mês 1: passou 1 mês, faltam 6 – 1 = 5: < 5 n PV >


Acumulado dos meses 2 a 5:
4 f AMORT Juros / x~y Amortização / RCL PV Saldo Devedor
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Tabela Price

Exemplo 2: NAVEGANDO PELA TABELA PRICE


Um bem de R$ 100.000,00 é financiado em 84 prestações iguais à taxa de 2%
a.m. Utilizando a calculadora financeira, calcule:
a) O SD, juros, amortização e prestação do mês 40;
b) O SD, juros, amortização e prestação acumulados do quarto ano.

R.: Na HP: PV = 100.000; i = 2; n = 84 -> PMT = -2.467,58


a) 39 f AMORT (leva para o mês 39)
Mês 40: 1 f AMORT (juros) 1.455,39 / x~y (amortização) 1.012,19 / RCL PV (SD)
71.757,17
b) 4º ano = mês 37 até 48. No mês 36, faltam (84 – 36) = 48 meses de SD.
Então: < 48 n PV >
OU refaz o problema: PV = 100.000; i = 2; n = 84 -> PMT = -2.467,58
36 f AMORT (leva para o mês 36)
Mês 37 a 48: 12 f AMORT (juros) 16.818,35 / x~y (amortização) 12.792,62 / RCL
PV (SD) 62.895,79 / Prestações = amortização + juros = 29.610,97 OU RCL PMT
12 x (acumulado em 12 meses)
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Tabela Price

Exemplo 3: Considere as informações do exemplo 1, com 3 meses de


carência (antecipada). Monte a Tabela Price.

R.: Se a carência é antecipada, o pagamento já começa no mês 3,


então devemos calcular FV para n = 2.
Na HP: PV = 10.000; i = 2; n = 2 -> FV = -10.404,00
PV = 10.404,00; i = 2; n = 6 -> PMT = -1.857,38 Excel

Exemplo 4: Considere as informações do exemplo 1, com 3 meses de


carência (antecipada) e encargo de 2% sobre o valor das prestações.
Monte a Tabela Price e calcule o custo efetivo da operação.

R.: A única alteração será a inclusão de uma nova coluna na tabela,


representando os encargos. Excel
PV = 10.404; n = 6; PMT = -1.894,53 -> i = 2,59% a.m.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
SAC, SACRE e Sistema Americano

Exemplo 1: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo sistema SAC


em 6 prestações à taxa de 2% a.m. Monte a Tabela SAC.

R.: Vide planilha Excel

Exemplo 2: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo sistema SACRE


em 6 prestações à taxa de 2% a.m. Monte a Tabela SACRE.

R.: Vide planilha Excel

Exemplo 3: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo Sistema


Americano em 6 prestações à taxa de 2% a.m. Monte a tabela.

R.: Vide planilha Excel


Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Planos de Amortização - Comparações

Tabela PRICE:
- Prestações constantes;
- Juros decrescentes, acompanham redução do SD;
- Amortizações crescentes.
Tabela SAC:
- Amortizações constantes;
- Juros decrescentes, acompanham redução do SD;
- Prestações também decrescentes (= Amortizações + Juros).
Tabela SACRE:
- Mistura de Price com SAC -> prestações iniciais são maiores que Tabela
Price, porém as finais são menores.
Sistema Americano:
- Concentra mais risco, pois principal só é pago no vencimento.
EXERCÍCIOS
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Exercícios
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Exercícios
(Continuação)
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Exercícios

2) Um apartamento de R$ 300.000,00 é financiado em 120 meses, à


taxa de 1,85% a.m. Utilizando a calculadora financeira, calcule:
a) O SD, juros, amortização e prestação do mês 50;
b) O SD, juros, amortização e prestação acumulados do quinto ano.

3) Um bem de R$ 2.000,00 é pago em 6 vezes, com juros de 3% a.m.


Utilizando a tabela abaixo (fator de pagamento para valor presente),
calcule as prestações.

n 1% 2% 3%
2 -0,507512 -0,515050 -0,522611
3 -0,340022 -0,346755 -0,353530
4 -0,256281 -0,262624 -0,269027
5 -0,206040 -0,212158 -0,218355
6 -0,172548 -0,178526 -0,184598
7 -0,148628 -0,154512 -0,160506
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Exercícios

4) Explique, sucintamente, a diferença entre taxas discretas e


contínuas.

5) Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado durante 20 meses à


taxa contínua de 2,5% a.m. Calcule o valor resgatado. Qual a
taxa discreta equivalente?

6) Um projeto de extração de petróleo proporcionará um lucro


de R$ 100 milhões durante 30 anos de operação. Calcule o
valor atual desse lucro, considerando um fluxo uniforme de
receitas e uma taxa contínua equivalente à taxa efetiva
discreta de 12% a.a.
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Respostas
1)
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Respostas
(Continuação)
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Respostas

2) PV = 300.000; i = 1,85; n = 120 -> PMT = -6.241,81


a) 49 f AMORT (leva para o mês 49)
Mês 50: 1 f AMORT (juros) 4.543,26 / x~y (amortização) 1.698,55 / RCL PV
(SD) 243.883,30

b) PV = 300.000; i = 1,85; n = 120 -> PMT = -6.241,81: 48 f AMORT (leva


para o mês 48)
Mês 49 a 60: 12 f AMORT (juros) 52.722,19 / x~y (amortização) 22.179,52 /
RCL PV (SD) 225.070,02 / Prestações = amortização + juros = 74.901,71

3)
Aula 07 – Capitalização Contínua e Planos de Amortização
Respostas

4) Nas taxas discretas o rendimento da aplicação é periódico (por


exemplo, mensal ou anual), ao passo que nas taxas contínuas os
juros são creditados contínua e uniformemente ao longo do
tempo, segundo uma função matemática.

5) δ = 0,025 e m = 20 -> S = P * e δ * m = 1.000 * e 0,025 * 20 = 1.648,72

Taxa discreta equivalente:


i = e δ – 1 = e 0,025 – 1 = 0,025315 * 100 = 2,5315%

6) K = 100.000.000; m = 30; δ = ln (1 + i) = ln (1 + 0,12) = 0,113329

Po = K * (1 – e – δ * m) / (δ * m)
= 100.000.000 * (1 – e – 0,113329 * 30) / (0,113329 * 30)

Po = 28.431.157,40
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 08
Cálculo Financeiro em Ambiente
Inflacionário
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Introdução

• Em contexto inflacionário, deve-se ficar atento para a ilusão


monetária ou rendimento aparente das aplicações e investimentos;

• A taxa real de juros (nominal descontada a inflação) ganha maior


importância. Os preços serão expressos sem o efeito inflacionário;

• Há duas formas: 1) pode-se trazer todos os valores para preços


atuais – ou seja, inflacionar a série; ou 2) considerar o valor de
referência como uma data no passado – ou seja, deflacionar a série;

• Em ambos os casos, utilizaremos índices de preços;

• Ao retirar o efeito inflacionário e fixar uma data como referência, diz-


se que a série está expressa em “valores constantes de 20xx”. Os
valores monetários estarão homogeneizados;

• Quando nada é feito e os valores embutem o efeito inflacionário, diz-


se que a série está expressa em “valores correntes”.
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Índices de Preços

Os principais índices de preços são:


• IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado): Calculado pela FGV,
composto de 60% do Índice de Preços no Atacado (IPA), 30% do Índice de
Preços ao Consumidor (IPC) e 10% do Índice Nacional da Construção Civil
(INCC). Por ter 60% do IPA, sofre mais a influência dos preços externos.
Apurado entre os dias 20 de cada mês;
• IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna): Calculado
pela FGV, tem a mesma composição do IGP-M. A única diferença é o prazo de
apuração: entre os dias 30 de cada mês;
• IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10): Calculado pela FGV, tem a mesma
composição do IGP-M. A única diferença é o prazo de apuração: entre os dias
10 de cada mês;
• IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo): Calculado pelo IBGE,
captura os preços ao consumidor entre os dias 30 de cada mês para famílias
com renda até 40 salários mínimos, dando maior peso às 6 principais capitais
do país (SP, RJ, BH, PoA, Recife e Salvador).
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Taxa de Juros Aparente e Taxa Real

A taxa aparente ou nominal é aquela usada normalmente nas


transações financeiras e comerciais e embute o efeito inflacionário.
Essa taxa obedece à seguinte fórmula:

(1 + i) = (1 + r) * (1 + Π)

Onde: i é a taxa aparente ou nominal;


r é a taxa real;
Π é a taxa de inflação.

OBS.: Na fórmula acima, as taxas estão divididas por 100.

Rearrumando os termos da fórmula, obtemos a taxa real:

r = 100 * [ (1 + i) / (1 + Π) – 1 ]
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Taxa para Operações em Moeda Estrangeira

Quando se contrata um empréstimo em dólar (ou outra divisa), a taxa


de juros paga em moeda nacional será igual àquela em dólar (ou outra
divisa) acrescida da variação cambial, ou seja:

(1 + iMN) = (1 + IME) * (1 + VC)

Onde: iMN é a taxa em moeda nacional;


IME é a taxa em moeda estrangeira;
VC é a variação cambial.

OBS.: Na fórmula acima, as taxas estão divididas por 100.

Observe que:
• Se dólar sobe 1%  VC = 0,01;
• Se dólar cai 1%  VC = -0,01.
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de Inflação, Taxa Real e Aparente

Exemplo 1: Suponha que o IPCA de janeiro tenha sido de 0,75%, em


fevereiro de 0,58% e em março de 0,35%. Calcule a inflação acumulada
no período e a taxa anualizada.

R.: O procedimento é idêntico a juros compostos:

Π acum = [ (1 + Π JAN) * (1 + Π FEV) * (1 + Π MAR) – 1 ] * 100


Π acum = [ (1 + 0,75/100) * (1 + 0,58/100) * (1 + 0,35/100) - 1 ] * 100
Π acum = 1,689020% no trimestre.

Como 1 ano tem 4 trimestres, então:

Π ANUAL = [ (1,689020 / 100 + 1) 4 – 1 ] * 100 = 6,93% a.a.


Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de Inflação, Taxa Real e Aparente

Exemplo 2: Considere a inflação acumulada do exemplo anterior.


Suponha que um consumidor compre um aparelho de DVD de R$
220,00 e pague em 3 prestações de R$ 74,82. Qual a taxa aparente e a
taxa real de juros anualizadas?
R.: No problema anterior vimos que
Π acum = 1,689020% no trimestre.
Π ANUAL = [ (1,689020 / 100 + 1) 4 – 1 ] * 100 = 6,93% a.a.

Pela HP: PV = 220; n = 3; PMT = -74,82 -> i = 1,010251% a.m.

I ANUAL (aparente) = [ (1,010251 / 100 + 1) 12 – 1 ] * 100 = 12,82% a.a.


Tendo a taxa aparente anualizada e a inflação anualizada, basta aplicar a
fórmula e achar a taxa real anualizada:
r = 100 * [ (1 + i) / (1 + Π) – 1 ] = 100 * [ (1 + 12,82/100) / (1 + 6,93/100) – 1 ]

r = 5,5083% a.a.
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de Inflação, Taxa Real e Aparente

Exemplo 3: O BNDES faz um empréstimo de R$ 50.000 para pagar em


7 anos, após 1 ano de carência, cobrando uma taxa de 6% a.a. mais a
inflação esperada. Supondo que a expectativa anual de inflação,
divulgada pelo Banco Central, seja de 4,40%, calcule o valor das
prestações.

R.: Temos a taxa real (6%) e a inflação esperada (4,40%), ambos


anuais. Então, a taxa nominal a ser usada nas prestações será de:

(1 + i) = (1 + r) * (1 + Π) = (1,06) * (1,0440) = 1,106640


I = (1,106640 – 1) * 100 = 10,6640% a.a.

Pela HP (Carência): PV = 50.000; n = 1; i = 10,664 -> FV = -55.332,00


PV = 55.332,00; n = 7; i = 10,664; FV = 0 -> PMT = -11.615,11
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de Inflação, Taxa Real e Aparente

Exemplo 4: A poupança rende 0,50 % a.m. mais atualização monetária


pela TR. Suponha que a TR seja de 0,15% no primeiro mês e de 0,22%
no segundo mês. Um investidor que tenha aplicado R$ 2.000 irá
resgatar quanto ao final de 2 meses?

R.: 1° mês -> taxa nominal = [ (1 + 0,50/100) * (1 + 0,15/100) – 1 ] * 100


i = 0,650750
PV = -2.000,00; n = 1; i = 0,650750 -> FV = 2.013,02

2º mês -> taxa nominal = [ (1 + 0,50/100) * (1 + 0,22/100) – 1 ] * 100


i = 0,7211
PV = -2.013,02; n = 1; i = 0,7211 -> FV = 2.027,54
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de Inflação, Taxa Real e Aparente

Exemplo 5: Um investimento de R$ 100.000 gera receitas de 50.000 no


primeiro ano e de 60.000 no segundo. Suponha que a inflação no ano
1 seja de 5% e no ano 2 de 10%. Calcule a TIR a valores correntes e a
valores constantes do ano 2.
R.: Inflação do ano 2 = 10%
Inflação acumulada nos 2 anos = [ (1,05 * 1,10) – 1 ] * 100 = 15,50%
Fluxos: Val.correntes Infl.acum. Val.const.do ano 2

CFo 100.000,00 15,50 115.500,00


CF1 50.000,00 10,00 55.000,00
CF2 60.000,00 0,00 60.000,00

TIR val. correntes: -100.000 CFo / 50.000 CF1 / 60.000 CF2 -> IRR = 6,394%
TIR val. constantes: -115.500 CFo / 55.000 CF1 / 60.000 CF2 -> IRR = -0,285%
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de VC e Op. Moeda Estrangeira

Exemplo 1: Suponha que o dólar tenha se valorizado 1,15% em


janeiro, subido 0,65% em fevereiro, caído 2,50% em março e recuado
mais 0,50% em abril. Calcule a variação cambial acumulada no
período e a taxa anualizada.

R.: O procedimento é idêntico a juros compostos:

VC acum = [ (1 + VC JAN) * (1 + VC FEV) * (1 + VC MAR) * (1 + VC ABR) – 1 ] * 100


VC acum = [ (1 + 1,15/100) * (1 + 0,65/100) * (1 - 2,50/100) * (1 - 0,50/100) - 1 ] * 100

VC acum = -1,234023% em 4 meses.

A variação anualizada será, então:

VC ANUAL = [ (-1,234023 / 100 + 1) 12/4 – 1 ] * 100 = -3,6566% a.a.


Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de VC e Op. Moeda Estrangeira

Exemplo 2: Considere a variação cambial acumulada do exemplo


anterior. Suponha que um consumidor compre com o cartão de
crédito no exterior US$ 2.200 e pague em 4 prestações de US$ 555,00.
Qual a taxa anualizada de juros em dólares e em reais?
R.: No problema anterior vimos que:
VC ANUAL = [ (-1,234023 / 100 + 1) 12/4 – 1 ] * 100 = -3,6566% a.a.

Pela HP: PV = 2.200; n = 4; PMT = -555 -> i = 0,36298% a.m.

I US$ = (0,3630 / 100 + 1) 12 – 1 ] * 100 = 4,4438% a.a.

Tendo a taxa em dólar anualizada e a variação cambial anualizada, basta


aplicar a fórmula e achar a taxa em reais anualizada:
(1 + iMN) = (1 + IME) * (1 + VC) = (1 + 4,4438/100) * (1 – 3,6566/100) = 1,006247

iMN = (1,006247 – 1 ) * 100 = 0,6247% a.a.


Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de VC e Op. Moeda Estrangeira

Exemplo 3: O BNDES faz um empréstimo de US$ 500.000 para


financiar a importação de maquinário de uma empresa, pelo prazo de
6 anos, a uma taxa de 3% a.a. mais variação cambial esperada.
Supondo que a expectativa de desvalorização cambial seja de 2,5%
a.a., calcule o valor das prestações em reais. Existe uma carência de 6
meses e as parcelas são anuais. O dólar vale R$ 2,00.

R.: Temos a taxa em dólar (3%) e a desvalorização cambial esperada


(2,5%), ambos anuais. Então, a taxa em reais das prestações será de:

(1 + iMN) = (1 + IME) * (1 + VC) = (1,03) * (1,025) = 1,055750


I MN = (1,055750 - 1) * 100 = 5,5750% a.a. = (1,055750 1/2 - 1) * 100 = 2,7497% a.s.
Valor do empréstimo, em reais = 500.000 * 2,00 = R$ 1.000.000,00
Pela HP (Carência): PV = 1.000.000; n = 1sem; i = 2,7497 -> FV = -1.027.497,00
PV = 1.027.497,00; n = 6 anos; i = 5,5750; FV = 0 -> PMT = -206.172,50
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exemplos de VC e Op. Moeda Estrangeira

Exemplo 4: Um fundo de investimento rende 0,72% a.m. mais variação


cambial. Suponha que o dólar no momento da aplicação esteja cotado
a R$ 2,05, feche o primeiro mês a R$ 2,07 e o segundo mês a R$ 1,98.
Um investidor que tenha aplicado R$ 10.000 irá resgatar quanto ao
final de 2 meses?

R.: 1° mês -> (1 + VC) = 2,07 / 2,05 = 1,009756


I MN = [ (1 + 0,72/100) * 1,009756 – 1] * 100 = 1,702634%
PV = -10.000,00; n = 1; i = 1,702634 -> FV = 10.170,26

2º mês -> (1 + VC) = 1,98 / 2,07 = 0,956522


I MN = [ (1 + 0,72/100) * 0,956522 – 1] * 100 = -3,659130%
PV = -10,170,26; n = 1; i = -3,659130 -> FV = 9.798,12
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Tabelas Price e SAC com Inflação

Exemplo 1: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo sistema Price


em 6 prestações mensais corrigidas monetariamente pelo IPCA, à taxa
de 1% a.m. Monte a Tabela Price.

Dados do IPCA: Mês 1 = 0,84% Mês 4 = 0,26%


(exemplos 1 e 2) Mês 2 = 0,68% Mês 5 = 0,37%
Mês 3 = 0,45% Mês 6 = 0,54%

R.: Vide planilha Excel

Exemplo 2: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo sistema SAC


em 6 prestações mensais corrigidas monetariamente pelo IPCA, à taxa
de 1% a.m. Monte a Tabela SAC.

R.: Vide planilha Excel


Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Tabelas Price e SAC com VC

Exemplo 1: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo sistema Price


em 6 prestações mensais corrigidas pela variação cambial, à taxa de
1% a.m. Monte a Tabela Price. A cotação atual do dólar é de R$ 2,00.

Cotações US$: Mês 1 = 1,98 Mês 4 = 2,01


(exemplos 1 e 2) Mês 2 = 2,04 Mês 5 = 1,94
Mês 3 = 2,10 Mês 6 = 1,89

R.: Vide planilha Excel

Exemplo 2: Um bem de R$ 10.000,00 é financiado pelo sistema SAC


em 6 prestações mensais corrigidas pela variação cambial, à taxa de
1% a.m. Monte a Tabela SAC. A cotação atual do dólar é de R$ 2,00.

R.: Vide planilha Excel


EXERCÍCIOS
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exercícios
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exercícios
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Exercícios
3) Em relação às tabelas Price, SAC e outras, explique, sucintamente, qual o
objetivo de incluir a variação cambial e a correção monetária em seus cálculos.

4) Um bem de R$ 500,00 é parcelado em 3 vezes de R$ 174,05. Se a inflação média


mensal foi de 0,4520%, calcule as taxas de juros nominal e real anualizadas.

5) Um brasileiro fez compras no cartão de crédito no exterior no total de US$


1.600,00, parceladas em 4 vezes de US$ 420,20. Se o dólar subiu, em média,
1,47% ao mês, qual a taxa de juros mensal em reais?

6) Um investidor aplica R$ 5.000,00 em um fundo cambial que rende 0,65% a.m.


mais variação cambial. No dia da aplicação, o dólar valia R$ 2,00. Após 6 meses,
o dinheiro é resgatado, e o dólar vale R$ 1,95. Qual o valor resgatado?

7) No Brasil, a Caderneta de Poupança rende um juro fixo de 0,50% a.m. mais TR.
Um poupador coloca R$ 3.000,00 por 4 meses. Se a TR no mês 1 foi de 0,1485%;
no mês 2, de 0,1294%; no mês 3, de 0,1050%; e no mês 4, de 0,0901%, calcule o
valor resgatado.

8) Um investimento de R$ 50.000 gera receitas de 30.000 no primeiro ano e de


25.000 no segundo. Suponha que a inflação no ano 1 seja de 8,50% e no ano 2 de
6,85%. Calcule a TIR a valores correntes e a valores constantes do ano 0 (data
inicial).
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Respostas
1)
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Respostas
2)
Aula 08 – Cálculo Financeiro em Ambiente Inflacionário
Respostas
3) A variação cambial é utilizada para financiamentos obtidos no exterior ou dívidas
vinculadas a moeda estrangeira. Por sua vez, a correção monetária é usada para
trazer os números a valores correntes a partir da data inicial, ou seja, incluir o
efeito inflacionário.

4) PV = 500; PMT = -174,05; n = 3 -> i = 2,1991% a.m.


i = (1,021991 12 - 1) * 100 = 29,8263% a.a. e Π = (1,004520 12 - 1) * 100 = 5,5609% a.a.
r = (1,298263 / 1,055609 – 1) * 100 = 22,9871% a.a.

5) PV = 1.600; n = 4; PMT = -420,20 -> i ME = 2% a.m.


i MN = (1,02 * 1,0147 -1) * 100 = 3,4994% a.m.

6) PV = -5.000; i = 0,65; n = 6 -> FV = 5.198,20


S = 5.198,20 * (1,95 / 2,00) = 5.068,24

7) PV = -3.000; i = 0,50; n = 4 -> FV = 3.060,45


S = 3.060,45 * 1,001485 * 1,001294 * 1,001050 * 1,000901 = 3.074,95

8)
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 09
Métodos de Avaliação de
Investimentos
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Introdução

A viabilidade de um projeto se baseia na sua capacidade de gerar


fluxos de caixa futuros, ou seja, renda econômica.
Assim, um investimento só será realizado se ele gerar uma renda
líquida positiva, isto é, se der retorno.
Os principais métodos de avaliação de investimentos são:
• Valor Presente Líquido (VPL);
• Taxa Interna de Retorno (TIR);
• Payback;
• Payback descontado.

Quando há dois projetos, e por restrições orçamentárias apenas um


será escolhido, costuma-se empregar um método alternativo:
• Fluxo de Caixa Incremental.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
VPL e TIR

VPL
• Traz a Valor Presente os fluxos de caixa futuros ao longo da vida útil
do projeto;
• Maximiza o valor da empresa, pois é medido em valores absolutos
(unidades monetárias);
• Critério de Decisão: Se VPL > 0, o projeto é aceito.
TIR
• Calcula a rentabilidade do projeto de investimento;
• Pela sua fórmula, a TIR é a taxa que torna o VPL nulo, ou seja, que
iguala as receitas líquidas ao investimento;
• Decisão: Se TIR > custo de capital -> projeto economicamente viável;
• Custo de capital: quanto os investidores cobram para financiar a empresa;
• Regra Geral: Sempre que VPL > 0  TIR > Custo de Capital.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Payback e Payback descontado

Payback
• Mede o tempo de recuperação do investimento;
• Quantos anos levarão para os fluxos de caixa previstos igualarem o
investimento inicial.
I = Σ CF

Payback descontado
• Mede o tempo de recuperação do investimento a valor presente;
• Quantos anos levarão para o valor presente dos fluxos de caixa
previstos igualar o investimento inicial;
• É mais eficaz, pois leva em conta o custo de capital.

I = Σ CF / (1 + i) n
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Comparação entre Métodos

Esses métodos são, na prática, os mais utilizados pelas empresas.


Dentre eles, existem aqueles mais eficazes para medir a viabilidade
econômica de um determinado projeto. Pela ordem são:

• VPL: é o mais eficaz, pois mede o ganho de riqueza do projeto, em


valores absolutos (moeda corrente). Um projeto pode ter investimento
inicial mais elevado e gerar maiores receitas. A TIR não considera
esse fato;
• TIR: é o segundo mais eficaz. Mede a viabilidade de um projeto em
termos relativos, comparando com o custo de capital da empresa.
Contudo, seu grande defeito é não mensurar o lucro financeiro;
• Payback descontado: pouco eficaz, pois apenas mede o tempo de
retorno do investimento, sem quantificá-lo nem considerar o valor dos
fluxos posteriores;
• Payback: pior método, pois sequer considera o custo de capital.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Exemplo

Um projeto (Proj 1) requer um investimento inicial de R$ 120.000,00 e


gera os seguintes fluxos ao longo de sua vida útil:

Fluxos Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Receitas        
Operacionais 50.000,00 100.000,00 165.000,00 200.000,00
Financeiras 3.000,00 2.000,00 2.200,00 1.800,00
Despesas        
Operacionais 55.000,00 60.000,00 70.000,00 75.000,00
Financeiras 4.500,00 5.000,00 5.500,00 5.500,00

Desconsiderando a alíquota do IR e os efeitos da depreciação sobre


os fluxos de caixa, calcule o VPL, TIR, Payback e Payback descontado
do projeto, explicando se ele é viável. O custo de capital é de 15,12%.

OBS.: Nas próximas aulas, veremos que o IR traz um benefício fiscal ao custo de capital
e a depreciação não constitui saída financeira, devendo ser reincorporada aos fluxos.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Exemplo – Resposta

Os fluxos dos anos 1 a 4 serão obtidos por (Receitas - Despesas), resultando


na tabela abaixo:
Fluxos Invest. Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Total -120.000,00 -6.500,00 37.000,00 91.700,00 121.300,00

VPL: -120.000 CFo / -6.500 CFj / 37.000 CFj / 91.700 CFj / 121.300 CFj / 15,12 i
f <NPV> 31.443,57. VPL > 0 -> projeto é viável.

IRR: f <IRR> 23,4442%. TIR > Custo de Capital -> projeto é viável.
Payback: Investimento Payback descontado: Investimento retorna
retorna em 3 anos. em 4 anos.
ANO FLUXO Acumulado ANO FLUXO Fator Desc. Fluxo desc. Acumulado
0 -120.000 -120.000 0 -120.000 1,0000 -120.000 -120.000
1 -6.500 -126.500 1 -6.500 1,1512 -5.646 -125.646
2 37.000 -89.500 2 37.000 1,3253 27.919 -97.727
3 91.700 2.200 3 91.700 1,5256 60.106 -37.621
4 121.300 123.500 4 121.300 1,7563 69.065 31.444
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
VPL – Algumas Considerações

Teoricamente, se VPL > 0, um projeto é economicamente viável.


Contudo, nem sempre isso ocorre. Tudo dependerá da magnitude do
VPL em relação ao investimento inicial e das perspectivas econômico-
financeiras (relação risco/retorno).
Exemplo: Um projeto requer investimento inicial de R$ 100.000 e gera
os seguintes retornos: R$ 20.000 nos primeiros 3 anos e R$ 10.000
nos 7 anos seguintes. Se o custo de capital é de 5,50% e a economia
global ainda começa a se recuperar, o projeto deve ser aceito?

R.: -100.000 CFo / 20.000 CFj 3 Nj / 10.000 CFj 7 Nj / 5,50 i


f <NPV> 2.355,59
Observa-se que o projeto gera apenas 2,36% de riqueza para a
empresa (2.355,59 de retorno sobre 100.000,00 de risco). O retorno é
baixo frente ao risco incorrido. Em um cenário em que a economia
ainda começa a se recuperar, é prudente rejeitar o projeto.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Racionamento de Capital

As empresas normalmente têm diversos projetos em estudo, porém


há restrições orçamentárias que as obrigam a escolher um projeto em
detrimento de outro.
Se não houvesse restrições de capital, todos os projetos com VPL > 0
ou TIR > custo de capital, dada uma baixa relação risco/retorno,
seriam escolhidos.
Contudo, face ao exposto, apenas o projeto mais rentável será aceito.
Nesse caso, diz-se que os projetos são mutuamente excludentes – ou
seja, a aprovação de um elimina automaticamente o outro.
O critério adotado será maximizar a riqueza do acionista, escolhendo
o projeto que possuir o maior VPL.
Assim, se um projeto tem VPL maior, porém TIR menor que outro,
prevalece o maior VPL. Projetos que demandam mais investimento e
têm baixo risco geram maior riqueza absoluta, mesmo com TIR menor.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Exemplo

O projeto 2 (Proj 2) requer um investimento inicial de R$ 200.000,00 e


gera os seguintes fluxos ao longo de sua vida útil:

Fluxos Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Receitas        
Operacionais 80.000,00 160.000,00 180.000,00 200.000,00
Financeiras 3.000,00 2.000,00 2.500,00 2.000,00
Despesas        
Operacionais 55.000,00 62.000,00 65.000,00 66.000,00
Financeiras 4.500,00 5.000,00 5.200,00 5.500,00

Em um contexto de racionamento de capital, o Conselho Diretor deve


aprovar apenas um dos projetos. Qual dos dois deve ser o escolhido?
Adote os critérios de VPL e TIR. O custo de capital é de 15,12%.

OBS.: Desconsidere a alíquota de IR e os efeitos da depreciação sobre os


fluxos de caixa.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Exemplo – Resposta

Os fluxos dos anos 1 a 4 serão obtidos por (Receitas - Despesas), resultando


na tabela abaixo:
Fluxos Invest. Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Total -200.000,00 23.500,00 95.000,00 112.300,00 130.500,00

VPL: -200.000 CFo / 23.500 CFj / 95.000 CFj / 112.300 CFj / 130.500 CFj / 15,12 i
f <NPV> 40.009,03. VPL Proj 2 > VPL Proj 1 -> Proj 2 é escolhido.

IRR: f <IRR> 22,8366%. TIR Proj 2 < TIR Proj 1 -> desconsidera critério.

Em projetos mutuamente excludentes, o VPL maximiza o retorno do acionista,


então será o critério escolhido — mesmo se a TIR mostrar direção divergente.
Neste caso, a TIR apenas serve para confirmar ou não o VPL.
Note, também, que o VPL positivo não é suficiente, pois depende da relação
risco/retorno ou Riqueza Gerada / Invest.Inicial. Como o VPL é de 40.009 para
um investimento inicial de 200.000, o projeto gera 40.009 / 200.000 = 20% de
riqueza para o acionista, o que o torna viável economicamente.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Fluxo de Caixa Incremental

Uma forma alternativa de comparar projetos mutuamente excludentes


é pelo critério do fluxo de caixa incremental, ou seja, qual é o fluxo
adicional que o projeto 2 agrega em relação ao 1.
Neste caso, o procedimento é simples: obtém-se a diferença entre os
fluxos dos projetos 2 e 1 (inclusive o investimento inicial), resultando
no fluxo adicional ou incremental. A partir daí, calcula-se o VPL e a
TIR desse fluxo. Se VPL > 0 e TIR > custo de capital, o projeto 2 será
preferido ao 1, pois agrega valor ao acionista.

Vejamos o exemplo do Proj 2, comparado ao 1:


Fluxos Invest. Inicial Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Proj 1 -120.000,00 -6.500,00 37.000,00 91.700,00 121.300,00
Proj 2 -200.000,00 23.500,00 95.000,00 112.300,00 130.500,00 Fluxo
incremental
Proj (2-1) -80.000,00 30.000,00 58.000,00 20.600,00 9.200,00

VPL: -80.000 CFo / 30.000 CFj / 58.000 CFj / 20.600 CFj / 9.200 CFj / 15,12 i
f <NPV> 8.565,47 > 0. IRR: f <IRR> 21,2553% > 15,12%. Proj 2 é preferível a Proj 1.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Diferenças entre VPL e TIR

1) VPL: Mede o ganho de riqueza absoluta para o acionista. Em projetos


individuais, mostra o resultado financeiro líquido. Já em projetos
mutuamente excludentes, indica aquele que gera maior receita ou lucro
líquido.
2) TIR: Mede o retorno de um projeto em termos relativos e o compara
com o custo de capital, sem distinguir o tamanho do investimento
inicial. Para projetos individuais, expressa sua viabilidade, porém
naqueles mutuamente excludentes pode gerar sinais controversos, o
que torna o VPL mais eficaz.
3) A TIR considera que todos os fluxos são reinvestidos à mesma taxa,
que é a própria TIR, o que não é verdade.
4) Outra desvantagem da TIR é quando os fluxos possuem várias
inversões de sinal. Matematicamente, há diversas soluções para a TIR,
mas a HP só calcula aquela que mais se aproxima da realidade.
Novamente, o VPL é mais eficaz. Ex.: 4 inversões de sinal.
EXERCÍCIOS
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Exercícios
1) Discuta, sucintamente, as principais características, vantagens e desvantagens
do VPL, TIR, Payback e Payback descontado.

2) O projeto “A” requer um investimento inicial de R$ 500.000. No primeiro ano,


gera um prejuízo de R$ 150.000 e do 2º ao 4º uma perda de R$ 50.000 anuais. No
5º ano gera um lucro de 75.000, no 6º e 7º um ganho de R$ 100.000 cada e do 8º
ao 15º um lucro anual de R$ 125.000. A partir daí cresce à taxa de 1% ao ano.
Considerando um custo de capital de 10,6% ao ano, calcule o VPL, TIR, Payback
e Payback descontado, dizendo se o projeto é viável. Suponha um cenário de
atividade global fraca.

3) Suponha que a economia global esteja em forte expansão e existam 2 projetos:


o “A” e o “B”. O projeto “B” tem o mesmo investimento inicial do “A”, com igual
custo de capital e o seguinte fluxo: no primeiro ano, gera um prejuízo de R$
219.000 e do 2º ao 4º uma perda de R$ 100.000 anuais. No 5º ano gera um lucro
de 110.000, no 6º e 7º um ganho de R$ 130.000 cada e do 8º ao 15º um lucro
anual de R$ 150.000. A partir daí cresce à taxa de 1% ao ano. Calcule o VPL e TIR
e explique se ele é viável. Em um contexto de restrição orçamentária, qual
projeto seria escolhido, o “A” ou o “B”? Por quê?

4) Utilize o método do Fluxo de Caixa Incremental e justifique se o projeto “B” é


viável.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Respostas

1) O VPL é o método mais eficaz dentre os 4, pois calcula a


geração absoluta de riqueza, maximizando o valor da
empresa.

A TIR calcula o retorno em termos relativos, sem considerar


que maiores investimentos geram maior riqueza. Além disso,
pressupõe que o capital é reinvestido à mesma taxa e,
dependendo do número de inversões do fluxo, pode gerar
múltiplas taxas.

O Payback descontado calcula em quanto tempo o


investimento é recuperado, mas não dimensiona os fluxos de
caixa posteriores; contudo, diferente do payback, considera
o custo de capital.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Respostas
2)
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Respostas

3) Projeto “A”: f <NPV> = 14.985,62 / f <IRR> = 10,8016


Projeto “B”: -500.000 CFo / -219.000 CFj / -100.000 CFj 3 Nj / 110.000 CFj
/ 130.000 CFj 2 Nj / 150.000 CFj 7 Nj / 150.000 + 1.578.125 = 1.728.125
CFj / 10,6 i
CF perp = 150.000 * 1,01 / (0,106 – 0,01) = 1.578.125,00

f <NPV> = 16.210,30 > 0 / f <IRR> = 10,7847 > 10,60.

O VPL é positivo e o cenário é de forte expansão da economia


global, portanto as chances do VPL ser bem superior são
elevadas. Assim, mesmo que o VPL represente apenas 3,24% do
investimento inicial, essa percentagem tende a estar subestimada
pelo contexto atual, o que torna o projeto economicamente viável.

O projeto “B” tem VPL maior que o “A’, porém a TIR é menor.
Como o VPL maximiza a riqueza ou valor da empresa, este será o
critério adotado. Assim, escolhe-se o projeto “B”.
Aula 09 – Métodos de Avaliação de Investimentos
Respostas

4)
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 10
Leasing, CDC e WACC
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Leasing

Todo projeto requer um investimento inicial, utilizado, em grande parte,


para aquisição de máquinas e equipamentos (ativo imobilizado).

Uma forma bastante comum de financiar essas aquisições é por meio do


leasing financeiro. A empresa adquire um ativo, pagando prestações
fixas, normalmente menores do que em uma operação de empréstimo
tradicional, a um juro predeterminado, e na última parcela pode optar por
ficar com o equipamento, quitando o valor restante ou residual.

Caso queira trocar por um ativo novo, o valor residual será abatido do
total devido, e será firmado um novo contrato de leasing.

A grande vantagem do leasing é que ele pode ser integralmente abatido


do IR, pois as prestações são classificadas como despesa financeira.
Assim, o investimento é rapidamente recuperado. Contudo, perde-se o
benefício da depreciação – legalmente, o bem está cedido.

Outra vantagem do leasing é a possibilidade da empresa renovar


periodicamente seus ativos.
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Leasing - Exemplo

Exemplo: Uma empresa adquire uma máquina de R$ 100 mil por meio
de leasing. 10% do valor será pago junto com a última prestação, caso
haja interesse em ficar com a máquina ou dar entrada para adquirir
uma nova. Sabendo que a taxa de juros é de 0,99% a.m. e o prazo da
operação é de 36 meses, calcule as prestações e monte seu fluxo.
R.: 10% será pago no último mês, corrigido pelos juros:
PV = 10.000; n = 36; i = 0,99 -> FV = -14.256,78 (valor residual)
Definido o valor residual, montamos a operação:
PV = 100.000; n = 36; i = 0,99; FV = -14.256,78 -> PMT = -2.984,13
O leasing terá o fluxo abaixo:
100.000

1 2 36
(...)
-2.984,13 -14.256,78
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Leasing - Exemplo

Novo Equipamento: Suponha que, ao final dos 3 anos, a empresa use


o valor residual para dar entrada em uma nova máquina de R$
110.000. 10% será pago ao final, em caso de aquisição ou novo
financiamento. Sabendo que a taxa de juros é de 0,99% a.m. e o prazo
da operação é de 36 meses, calcule as prestações e monte seu fluxo.
R.: Entrada: PV = 110.000 - 14.256,78 = 95.743,22 (valor financiado)
10% será pago no último mês, corrigido pelos juros:
PV = 9.574,32; n = 36; i = 0,99 -> FV = -13.649,90 (valor residual)
Definido o valor residual, montamos a operação:
PV = 95.743,22; n = 36; i = 0,99; FV = -13.649,90 -> PMT = -2.857,10
O leasing terá o fluxo ao lado: 95.743,22

1 2 36
(...)
-2.857,10 -13.649,90
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
CDC ou Finame

Outra forma de se obter financiamento para a Fluxos


compra de um ativo é via Finame (Financiamento 1. Receita Operacional
de Máquinas e Equipamentos), que funciona da (-) Impostos
mesma forma que um CDC para pessoa física. Um 2. Receita Operacional
Líquida
banco utiliza recursos do BNDES para financiar a ----------------------------------
firma, normalmente a uma taxa prefixada. 3. Receitas Financeiras
----------------------------------
A diferença para o leasing é que somente as 4. Despesas Operacionais
despesas de juros podem ser abatidas do IR, 4.1. Variáveis
gerando um benefício fiscal menor. Contudo, como 4.2. Fixas
o ativo passa a ser contabilizado como bem da 4.3. Depreciação
empresa, ela também pode deduzir as despesas de ----------------------------------
5. Despesas Financeiras
depreciação.
5.1. Juros
Contabilmente, para separar as despesas de juros 5.2. Leasing

das prestações, monta-se a Tabela Price ou SAC


Lucro Bruto (=2+3-4-5)
(mais comuns). A figura ao lado resume os fluxos (-) IR
no demonstrativo de resultados (DRE) da empresa. Lucro Líquido
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Finame - Exemplo

Exemplo: Uma empresa adquire um equipamento de R$ 100.000 e usa


a linha de crédito do Finame, disponível no seu banco, para financiá-lo
em 36 prestações, utilizando a Tabela Price. Os juros cobrados, nessa
modalidade de empréstimo, são de 1,50% a.m. Calcule o valor das
prestações e os juros pagos no 1º, 2º e 3º anos.
R.: Valor das prestações:
PV = 100.000; n = 36; i = 1,50 -> PMT = -3.615,24

Juros pagos no 1º ano:


12 f AMORT -15.797,59
Juros pagos no 2º ano:
12 f AMORT -10.401,41

Juros pagos no 3º ano:


12 f AMORT -3.949,63
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
WACC

Todos os projetos são descontados pelo seu custo de capital, que deve
espelhar a média ponderada de todos os custos da empresa, ou seja:
• Capital de terceiros (empréstimos bancários); e
• Capital próprio (recursos dos acionistas).
Esse custo denomina-se WACC (Weighted Average Cost of Capital) ou
CMPC (Custo Médio Ponderado de Capital) e é obtido pela seguinte
fórmula:

WACC = (Kt / Ktotal) * Ct * (1 - % IR) + (Kp / Ktotal) * Cp

Onde: Kt = montante de capital de terceiros;


Ktotal = montante de capital total;
Ct = custo do capital de terceiros;
% IR = alíquota do IR;
Kp = montante de capital próprio;
Cp = custo do capital próprio.
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Custo do Capital de Terceiros

O custo do capital de terceiros é simplesmente a média dos juros pagos


pelos empréstimos bancários e/ou títulos privados de renda fixa emitidos
(por exemplo, debêntures).
Exemplo: A Companhia DOCAS emite 1.000 debêntures pelo prazo de 4
anos, cujo preço unitário no vencimento é de R$ 10.000,00. Se cada título
foi vendido por R$ 5.973,025635, calcule o custo e o montante do capital
de terceiros, e o benefício fiscal. Considere a alíquota do IR de 25%.
R.: Custo do capital de terceiros:
FV = -10.000; PV = 5.973,025635; n = 4 -> i = Ct = 13,75% a.a.
Montante do capital de terceiros:
Kt = 1.000 * PV = R$ 5.973.025,64
Como as despesas de juros podem ser deduzidas do IR, o custo líquido
para a empresa é menor, traduzindo-se em um benefício fiscal:
Benefício Fiscal = 1 - % IR = 1 - 0,25 = 0,75
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Custo do Capital Próprio

O custo do capital próprio é quanto os acionistas estão dispostos a pagar


para investir na empresa. Normalmente é obtido calculando um prêmio
sobre a taxa livre de risco ou taxa básica da economia.
Esse prêmio considera o risco da empresa sobre o risco de mercado
(Ibovespa), medido pelo seu beta (β). Se:
• Β = 1 -> risco da empresa = risco de mercado;
• B < 1 -> risco da empresa < risco de mercado;
• B > 1 -> risco da empresa > risco de mercado.
A fórmula para obter Cp é a seguinte:

Cp = Rf + β * (Rm – Rf)

Onde: Rf = taxa livre de risco ou “risk-free” (por ex, taxa básica, TJLP ou
poupança);
Rm = risco de mercado (por ex, retorno do Ibovespa).
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Custo do Capital Próprio - Exemplo

Exemplo: A Companhia DOCAS possui um risco 15% superior ao risco de


mercado, ou seja, os investidores exigem uma rentabilidade 15% maior do
que aquela da bolsa paulista para comprar ações da empresa.
Considerando que o retorno médio do Ibovespa nos últimos 5 anos foi de
21,47% a.a. e a taxa básica de juros da economia brasileira está em
10,25% a.a., calcule o custo do capital próprio.
Sabe-se, também, que a DOCAS tem 1 milhão de ações em circulação na
bolsa, negociadas a R$ 8,52 cada. Qual é o montante de capital próprio?

R.: Risco da DOCAS é 15% superior ao de mercado, então: β = 1,15


Rf = taxa básica da economia = 10,25%
Rm = Retorno médio do Ibovespa = 21,47%
Cp = 10,25% + 1,15 * (21,47% - 10,25%) = 23,153%

Montante de capital próprio = Kp = 1.000.000 * 8,52 = R$ 8.520.000,00


Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
WACC - Exemplo

A partir das informações dos exemplos anteriores, calcule o WACC da


DOCAS.
R.: Nos exemplos anteriores, obtivemos que:
• Ct = 13,75% a.a.
• Kt = R$ 5.973.025,64
• 1 - % IR = 0,75
• Cp = 23,153%
• Kp = R$ 8.520.000,00
Ktotal = 5.973.025,64 + 8.520.000,00 = 14.493.025,64

WACC = (Kt / Ktotal) * Ct * (1 - % IR) + (Kp / Ktotal) * Cp

WACC = (5.973.025,64 / 14.493.025,64) * 13,75% * 0,75 +


(8.520.000 / 14.493.025,64) * 23,153% = 17,861% a.a.
EXERCÍCIOS
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Exercícios

1) Uma empresa adquire uma máquina de R$ 200.000 por meio de


leasing, à taxa de 1,18% a.m., pagando parcelas mensais por 4
anos. Ao final do período, tem a opção de comprar a máquina ou
dar entrada para uma nova, desembolsando um valor residual de
15%. Calcule as prestações.

2) Suponha que, ao final dos 4 anos, a empresa resolva utilizar o


valor residual acima para dar entrada em uma nova máquina de R$
250.000, que será financiada por uma operação de leasing à taxa
de 1,09% a.m. e parcelas mensais durante 5 anos. Ao final do
período, há a opção de pagar um valor residual de 12%. Calcule as
prestações.

3) Uma firma compra um equipamento de R$ 320.000 e usa o limite


de crédito do Finame, disponível em seu banco. A taxa dessa
modalidade de empréstimo é de 1,26% a.m. e o prazo, de até 60
meses. Supondo que a empresa utiliza o prazo máximo, calcule o
valor das prestações mensais e os juros pagos no terceiro ano, via
Tabela Price.
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Exercícios

4) A TUBOFLEX capta dinheiro no mercado de títulos privados


através da emissão de 3.000 debêntures, cujo preço unitário no
vencimento é de R$ 10.000,00. Considerando que os títulos foram
emitidos a um preço unitário de R$ 4.350,442557 pelo prazo de 6
anos, obtenha o custo e o montante de capital de terceiros da
companhia. Se a alíquota de IR é de 27,5%, qual será o benefício
fiscal?

5) A ação da TUBOFLEX está cotada, na bolsa paulista, a R$ 10,14 e


existem 1.250.000 ações em circulação. O risco da empresa é 10%
inferior ao risco de mercado. Levando em conta que o rendimento
médio do Ibovespa, nos últimos 10 anos, foi de 19,82% a.a. e a
taxa básica de juros no Brasil está em 9,50% a.a., encontre o
custo e o montante de capital próprio da empresa.

6) A partir das informações disponíveis nos exercícios 4 e 5, calcule


qual será o WACC da TUBOFLEX. Explique, sucintamente, o que
representa o WACC.
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Respostas

1) Valor residual: PV = 0,15 * 200.000 = 30.000; n = 48; i = 1,18


-> FV = -52.682,41
Leasing: PV = 200.000; n = 48; i = 1,18; FV = -52.682,41
-> PMT = -4.659,16

2) Valor financiado: PV = 250.000 – 52.682,41 = 197.317,59


Valor residual: PV = 0,12 * 197.317,59 = 23.678,11; n = 60; i = 1,09
-> FV = -45.377,32
Leasing: PV = 197.317,59; n = 60; i = 1,09; FV = -45.377,32
-> PMT = -3.957,95

3) PV = 320.000; i = 1,26; n = 60 -> PMT = -7.632,95


Juros no 3º ano: 24 f AMORT; 12 f AMORT -> -29.017,26

4) Custo (Ct): FV = -10.000; PV = 4.350,442557; n = 6 -> i = 14,88% a.a.


Montante (Kt): 3.000 * 4.350,442557 = R$ 13.051.327,67
Benefício fiscal = 1 - % IR = 1 – 0,275 = 0,725
Aula 10 – Leasing, CDC e WACC
Respostas

5) Risco da empresa = 0,90 * risco de mercado -> β = 0,90


Retorno médio do Ibovespa = Risco de mercado = 19,82%
Rf = 9,50%

Custo (Cp) = 9,50% + 0,90 * (19,82% - 9,50%) = 18,788% a.a.


Montante (Kp) = 1.250.000 * 10,14 = R$ 12.675.000,00

6) Ktotal = Kt + Kp = 13.051.327,67 + 12.675.000,00 = 25.726.327,67

WACC = 13.051.327,67 / 25.726.327,67 * 14,88% * 0,725 +


12.675.000,00 / 25.726.327,67 * 18,788% = 14,7295% a.a.

O WACC representa a média ponderada dos custos relevantes


para a empresa, isto é, do capital de terceiros (empréstimos
bancários e títulos privados emitidos) e capital próprio (recursos
dos acionistas).
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Aula 11
Análise de Investimentos
Aula 11 – Análise de Investimentos
Análise de Projetos

Para avaliar a viabilidade de um projeto, os seguintes itens devem ser


calculados ou estimados:
• Investimento inicial e variações posteriores;
• Receitas e despesas operacionais e financeiras;
• Depreciação, que é despesa, mas não representa saída financeira;
• WACC, que será a taxa de desconto.
A partir desses itens, determinam-se os fluxos de caixa (incluindo a
perpetuidade). Estes fluxos serão descontados pelo WACC, achando-se o
VPL do projeto.
Então, adota-se a tradicional regra:
• Se VPL > 0 e a relação risco / retorno for baixa (economia em expansão
ou VPL / Investimento Inicial alto) -> projeto é aceito;
• Se VPL < 0 ou a relação risco / retorno for alta (economia em recessão ou
VPL / Investimento Inicial baixo) -> projeto é recusado.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Fluxos do DRE
Fluxos - DRE
1. Receita Operacional Bruta A tabela ao lado resume os fluxos
(-) Impostos (ICMS, IPI) anuais do DRE, usados para determinar
(-) CMV o VPL de projetos.
2. Receita Operacional Líquida
A grande novidade é a depreciação.
3. Despesas Operacionais Como ela não implica desembolso
financeiro, será adicionada novamente
3.1. Variáveis ao fluxo operacional.
3.2. Fixas
Um projeto de investimento possui, na
3.3. Depreciação
prática, projeções de fluxos de caixa
LAJIR (= 2 – 3) para diversos anos à frente antes de
incluir a perpetuidade.
4. Receitas Financeiras
5. Despesas Financeiras As despesas variáveis são aquelas que
5.1. Juros variam de acordo com a produção, como
5.2. Leasing luz, água, telefone. Já as fixas são mais
rígidas, como os salários e alugueis.
LAIR (= LAJIR + 4 - 5)
(-) IR
Aula 11 – Análise de Investimentos
Fluxos de Caixa Relevantes

FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL (FCO)


= LAJIR
(+) DEPRECIAÇÃO
(–) IR

DESPESAS DE CAPITAL (CAPEX)


= ATIVO PERMANENTE LÍQUIDO FINAL
(–) ATIVO PERMANENTE LÍQUIDO INICIAL
(+) DEPRECIAÇÃO

VARIAÇÃO DO CCL
= CCL FINAL
(–) CCL INICIAL
Aula 11 – Análise de Investimentos
Fluxos de Caixa

FLUXO DE CAIXA DOS ATIVOS


= FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL (FCO)

(-) DESPESAS DE CAPITAL (CAPEX)

(-) VARIAÇÃO DO CCL

O FCO refere-se às atividades diárias de produção e vendas. Dessa forma, não


estão incluídas as despesas financeiras. A depreciação deve ser adicionada,
pois não ocorre a saída de caixa.

As despesas de capital são as despesas líquidas com ativo permanente,


adicionando-se a depreciação, que não representa investimento.

Por fim, a variação do CCL é a diferença entre o CCL no ano seguinte e


anterior, ou seja: Δ CCL = CCL final – CCL inicial . Representa o investimento em
capital de giro.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Exemplo

Considere um projeto de construção de uma nova fábrica. O investimento


requerido é de R$ 150 milhões. Parte do capital é obtido com a emissão de
8.300 debêntures de 10 anos, que pagam juros anuais de R$ 1.150,00 cada a
um P.U. de 9.717,488849. O restante é financiado via emissão de novas ações.
Nos anos em que o lucro bruto for negativo, há crédito tributário.
Sabe-se que a alíquota do IR é de 27,5%, a taxa básica da economia está em
9,50% a.a. e o risco do projeto é 10% inferior ao risco de mercado. O
rendimento médio do Ibovespa nos últimos 5 anos foi de 17% a.a.
5% do investimento inicial é colocado em aplicações de curto prazo, que
rendem 9% a.a. A empresa adquire no 1º ano (31/12) R$ 50 milhões em
equipamentos, que se depreciam em 10 anos a uma taxa constante. As
despesas variáveis são de R$ 5 milhões no 1º ano, R$ 10 milhões no 2º e R$
20 milhões no 3º. As fixas são de R$ 8 milhões.
No 2º ano começam as receitas operacionais, estimadas em R$ 50 milhões, e
R$ 75 milhões no 3º. Para simplificar, considere a perpetuidade a partir do 4º
ano, quando os fluxos crescem a 2% a.a. O CCL não se altera. Com base
nesses dados, calcule o VPL do projeto e diga se ele é viável.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Observação – Custo do capital de terceiros

O capital de terceiros pode ser composto de: i) títulos que não pagam
juros e o montante é todo resgatado no vencimento, como vimos na
aula 10; ou ii) títulos que pagam juros intermediários, como no
exemplo atual. Esses títulos normalmente são debêntures, com valor
no vencimento (FV) de 10.000,00 (muitas firmas emitem com FV = 1.000,
mas aqui padronizaremos FV = 10.000). Vejamos os 2 casos na HP:

Caso 1: Calcule a taxa de uma debênture de 10 anos, que foi emitida a


R$ 3.148,737839.
R.: FV = -10.000; PV = 3.148,737839; n = 10 -> i = 12,25% a.a.

Caso 2: Calcule a taxa de uma debênture de 10 anos, que paga juros


anuais de R$ 1.200,00 e foi emitida a R$ 9.860,178323.
R.: FV = -10.000; PMT = -1.200; PV = 9.860,178323; n = 10
I = 12,25% a.a.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta

1º passo: Determinar o WACC


Fórmula: WACC = (Kt / Ktotal) * Ct * (1 - % IR) + (Kp / Ktotal) * Cp

Capital de terceiros:
• Custo (Ct): PV = 9.717.488849; FV = -10.000; PMT = -1.150; n = 10
i = 12% a.a.
• Montante (Kt) = 8.300 * 9.717.488849 = R$ 80.655.157,45
• Benefício fiscal = 1 - % IR = 1 - 0,275 = 0,725

Capital próprio:
Fórmula: Cp = Rf + β * (Rm – Rf)
Rf = 9,50%; β = 0,90; Rm = 17%

• Custo: Cp = 9,50% + 0,90 * (17% – 9,50%) = 16,25% a.a.


• Montante (Kp) = 150.000.000,00 - 80.655.157,45 = R$ 69.344.842,55
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta (cont.)

Participação de Kt e Kp no capital total:


• Kt / Ktotal = 80.655.157,45 / 150.000.000,00 = 0,537701
• Kp / Ktotal = 69.344.842,55 / 150.000.000,00 = 0,462299
TOTAL: 1,000000 (=100%)

Agora, basta aplicar a fórmula:


WACC = (Kt / Ktotal) * Ct * (1 - % IR) + (Kp / Ktotal) * Cp
= 0,537701 * 12% * 0,725 + 0,462299 * 16,25% = 12,1904% a.a.

2º passo: Determinar os fluxos

• Depreciação: constante em 10 anos -> taxa = 1/10 = 10% a.a.


• Total de maquinário: R$ 50 milhões (1º ano)
• Despesa de depreciação = 0,1 * 50 milhões = R$ 5.000.000 a partir 2º ano
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta (cont.)

Despesas financeiras:
• Quantidade de debêntures: 8.300
• Cada uma paga R$ 1.150,00 de juros anuais
• Total de juros pagos = 8.300 * 1.150,00 = R$ 9.545.000,00
Receitas financeiras:
• 0,05 * 150.000.000 * 9% = R$ 675.000,00
Receitas operacionais líquidas:
• 2º ano: R$ 50.000.000,00
• 3º ano: R$ 75.000.000,00
• Para simplificar, desconsideraram-se impostos (IPI, ICMS) e o CMV
Despesas variáveis e fixas:
• Dadas no exemplo
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta (cont.)

DESPESAS DE CAPITAL:
Maquinário se deprecia R$ 5.000.000 por ano, a partir do 2º ano:

ATIVO IMOBILIZADO

ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3


0,00 50.000.000 45.000.000 40.000.000

Ano 1 = 50.000.000 – 0,00 + 0,00 = 50.000.000


Ano 2 = 45.000.000 – 50.000.000 + 5.000.000 = 0,00
Ano 3 = 40.000.000 – 45.000.000 + 5.000.000 = 0,00

VARIAÇÃO DO CCL: Não há (dados do problema)


Aula 11 – Análise de Investimentos
Conclusão Fluxos Ano 1 Ano 2 Ano 3
Receitas 0,00 50.000.000,00 75.000.000,00
Tabela Despesas 13.000.000,00 23.000.000,00 33.000.000,00
Variáveis 5.000.000,00 10.000.000,00 20.000.000,00
de Fluxos
Fixas 8.000.000,00 8.000.000,00 8.000.000,00
Depreciação 0,00 5.000.000,00 5.000.000,00

Perpetuidade LAJIR -13.000.000,00 27.000.000,00 42.000.000,00


(-) Financeiras 9.545.000,00 9.545.000,00 9.545.000,00
=
(+) Rec. Fin. 675.000,00 675.000,00 675.000,00
37.889.250 * 1,02
LAIR -21.870.000,00 18.130.000,00 33.130.000,00
(-) IR -6.014.250,00 4.985.750,00 9.110.750,00
0,121904 – 0,02
Lucro Líq. -15.855.750,00 13.144.250,00 24.019.250,00

DECISÃO: LAJIR -13.000.000,00 27.000.000,00 42.000.000,00


(+) Depr. 0,00 5.000.000,00 5.000.000,00
VPL > 0 (-) IR -6.014.250,00 4.985.750,00 9.110.750,00
(=) FCO -6.985.750,00 27.014.250,00 37.889.250,00
VPL / Invest. Inicial (-) ∆ Capital 50.000.000,00 0,00 0,00
(-) ∆ CCL 0,00 0,00 0,00
= 77,38%
CF -56.985.750,00 27.014.250,00 37.889.250,00
IL = 1,7738 Perpetuidade 379.249.440,65
CF Total -56.985.750,00 27.014.250,00 417.138.690,65
Taxa Desc. 12,1904%
Projeto será CF Desc. -50.793.784,49 21.462.559,98 295.401.967,98
ACEITO Invest. Inicial -150.000.000,00
VPL 116.070.743,46
Aula 11 – Análise de Investimentos
Cálculo na HP

Perpetuidade:
Perp 3 = FCL 3 * (1 + g) / (id – g)
= 37.889.250 * 1,02 / (0,121904 – 0,02) = 379.249.440,65

Fluxos:
-150.000.000 CFo
-56.985.750 CFj
27.014.250 CFj
37.889.250 + 379.249.440,65 = 417.138.690,65 CFj
12,1904 i

f NPV = 116.070.743,46
Aula 11 – Análise de Investimentos
Observação – Maquinário x depreciação

Quando uma empresa adquire uma nova máquina (em 31/12), este
equipamento começará o seu processo de depreciação apenas no ano
posterior. Esta regra sempre é válida. Contudo, o maquinário antigo
continua se depreciando normalmente.

Exemplo (31/12): Em 2008, uma firma possuía R$ 10.000 em máquinas.


Adquiriu R$ 5.000 em 2009 e mais R$ 3.000 em 2010. A depreciação é
linear e ocorre ao longo de 10 anos. Calcule as despesas de capital
em 2009 e 2010. O equipamento foi totalmente renovado em 2008.

ATIVO IMOBILIZADO DESPESAS DE CAPITAL


ANO 2008 2009 2010 ANO 2009 2010
MÁQ. 1 10.000 9.000 8.000 Inv. Final 14.000 15.500
MÁQ. 2 -- 5.000 4.500 (-) Inv. Inicial 10.000 14.000
MÁQ. 3 -- -- 3.000 (+) Deprec. 1.000 1.500
TOTAL 10.000 14.000 15.500 TOTAL 5.000 3.000
Aula 11 – Análise de Investimentos
Exemplo Prático

Uma empresa contratou uma consultoria para avaliar a


viabilidade de abrir uma nova filial. Após analisar os
demonstrativos, as perspectivas para a companhia e o cenário
econômico, a consultoria chegou às tabelas adiante, com
previsões até 2016. Considere o ano atual como 2011.

A empresa emitirá 40 debêntures, que pagarão cupom anual de


12%, com vencimento em 10 anos, e deverão ser negociadas a
R$ 9.450 cada. Ao mesmo tempo, subscreverá 25 mil ações,
que serão cotadas a R$ 12,00 cada. A taxa básica da economia
está em 9,25% a.a., o rendimento médio do Ibovespa nos
últimos 10 anos foi de 18% a.a. e o risco da empresa é 8%
inferior ao de mercado. A alíquota de IR é de 30%.

A partir de 2017, os FCL crescem a uma taxa constante de


3,30% a.a. Sabendo que o investimento inicial para abrir a nova
filial é de R$ 400 mil, ache o VPL e analise sua viabilidade.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Exemplo – DRE
Fluxos - DRE
2012 2013 2014 2015
2016
1. Receita Operacional Bruta 500.000 530.000 550.000 565.000 575.000
(-) Impostos (ICMS, IPI) 100.000 106.000 110.000 113.000 115.000

2. Receita Operacional Líquida 400.000 424.000 440.000 452.000 460.000

3. Despesas Operacionais

3.1. Variáveis 200.000 220.000 230.000 235.000


240.000
3.2. Fixas 100.000 100.000 110.000 110.000
110.000
3.3. Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000
20.000

LAJIR (= 2 - 3) 80.000 84.000 80.000 87.000


90.000

4. Receitas Financeiras 10.000 11.000 11.000 12.000 12.000


5. Despesas Financeiras
Aula 11 – Análise de Investimentos
Exemplo – Balanço Patrimonial
ATIVO 2011 2012 2013 2014 2015 2016
CIRCULANTE
Caixa 300.000 247.000 300.700 348.500 372.000 389.000
Contas a receber (clientes) 450.000 470.000 490.000 520.000 550.000 600.000
Estoques 300.000 309.400 332.000 345.200 383.100 405.000

NÃO CIRCULANTE
Máq. e equipamentos 100.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000

PASSIVO
CIRCULANTE
Contas a pagar (fornecedores) 200.000 220.000 260.000 305.000 350.000 400.000
Títulos a pagar 150.000 160.000 170.000 175.000 180.000 180.000
NÃO CIRCULANTE
Dívidas de LP 378.000 378.000 378.000 378.000 378.000 378.000

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ações ordinárias e ágio emissão 300.000 300.000 300.000 300.000 300.000 300.000
Lucros retidos 122.000 148.400 174.700 195.700 217.100 236.000
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta
1ª Passo: Cálculo do WACC

Capital de terceiros:
• Custo (Ct): PV = 9.450; FV = -10.000; PMT = -1.200; n = 10
i = 13,0142% a.a.
• Montante (Kt) = 40 * 9.450 = R$ 378.000,00
• Benefício fiscal = 1 - % IR = 1 - 0,30 = 0,70

Capital próprio:
Fórmula: Cp = Rf + β * (Rm – Rf), onde: Rf = 9,25%; β = 0,92; Rm = 18%

• Custo: Cp = 9,25% + 0,92 * (18% – 9,25%) = 17,30% a.a.


• Montante (Kp) = 25.000 * 12,00 = R$ 300.000,00

Capital total:
Ktotal = 378.000,00 + 300.000,00 = 678.000,00
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta (cont.)

Participação de Kt e Kp no capital total:

• Kt / Ktotal = 378.000,00 / 678.000,00 = 0,557522


• Kp / Ktotal = 300.000,00 / 678.000,00 = 0,442478

TOTAL: 1,000000 (=100%)

Agora, basta aplicar a fórmula:

WACC = (Kt / Ktotal) * Ct * (1 - % IR) + (Kp / Ktotal) * Cp


= 0,557522 * 13,0142% * 0,70 + 0,442478 * 17,30%
= 12,7339% a.a.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta (cont.)
2ª Passo: Cálculo dos FCL
2012 2013 2014 2015 2016
FCO 87.400 89.900 87.100 91.700 93.800
LAJIR 80.000 84.000 80.000 87.000 90.000

+ Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000

– IR 12.600 14.100 12.900 15.300 16.200

(–) Gastos Líq. de Capital 100.000 0 0 0 0


Investimento Final 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000

– Investimento Inicial 100.000 180.000 160.000 140.000 120.000

+ Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000

(–) Investimentos em CG -53.600 46.300 41.000 41.400 38.900


(AC – PC) Final 646.400 692.700 733.700 775.100 814.000

– (AC - PC) Inicial 700.000 646.400 692.700 733.700 775.100

FCL 41.000 43.600 46.100 50.300 54.900


Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta (cont.)

Perpetuidade:
Perp 2016 = FCL 2017 / (id – g) = FCL 2016 * (1 + g) / (id – g)
= 54.900 * 1,0330 / (0,127339 – 0,0330) = 601.147,99

HP: Cálculo do VPL e Viabilidade


-400.000 CFo
41.000 CFj
43.600 CFj
46.100 CFj
50.300 CFj
54.900 + 601.147,99 = 656.047,99 CFj
12,7339 i  f NPV = 94.292,95 (VPL>0 e IL>1,10 -> viável)
EXERCÍCIOS
Aula 11 – Análise de Investimentos
Exercício de Viabilidade
Considere (em 2011) um projeto em que seja necessário emitir 15.000
debêntures de 8 anos a um P.U. de 10.637,570390, que pagam juros
anuais de R$ 1.250,00 cada. Ademais, será subscrito capital próprio,
composto por 12 milhões de ações, ao valor de R$ 10,72 cada.
Sabe-se que a alíquota do IR é de 25%, a taxa básica da economia está
em 9,50% a.a. e o risco da empresa é 20% superior ao risco de
mercado. O rendimento médio do Ibovespa nos últimos 5 anos foi de
16,50% a.a.
As aplicações de curto prazo totalizam R$ 15 milhões e rendem 8,25%
a.a. A empresa tem R$ 30 milhões em máquinas e adquire mais R$ 3
milhões no 1º ano (31/12). No 3º ano compra um novo equipamento de
R$ 500 mil (31/12). A depreciação é linear em 8 anos. As despesas
variáveis são de R$ 8,5 milhões e as fixas, de R$ 7,2 milhões por ano.
As receitas brutas são de R$ 45 milhões por ano e o IPI, de 10%. Para
simplificar, considere a perpetuidade a partir do 4º ano, onde os
fluxos de caixa vão crescer à taxa de 5,5% a.a. O capital de giro cai R$
330 mil no 1º ano, sobe R$ 100 mil no 2º e cai R$ 220 mil no 3º.
Com base nesses dados, e considerando um investimento inicial de
R$ 250 milhões, calcule o VPL do projeto e analise sua viabilidade.
Aula 11 – Análise de Investimentos
Resposta
Análise do Projeto Fluxos Ano 1 Ano 2 Ano 3
Receitas Br. 45.000.000,00 45.000.000,00 45.000.000,00
Custo K terceiros 11,25% (-) Impostos Ind. 4.500.000,00 4.500.000,00 4.500.000,00
Custo K próprio: 17,90% Receitas Op. 40.500.000,00 40.500.000,00 40.500.000,00
Despesas 19.450.000,00 19.825.000,00 19.825.000,00
WACC: Variáveis 8.500.000,00 8.500.000,00 8.500.000,00
Fixas 7.200.000,00 7.200.000,00 7.200.000,00
Alíquota de IR: 25,00% Depreciação 3.750.000,00 4.125.000,00 4.125.000,00
Capital de Terceiros: 55,36% LAJIR 21.050.000,00 20.675.000,00 20.675.000,00
Capital Próprio: 44,64% (-) Financeiras 18.750.000,00 18.750.000,00 18.750.000,00
(+) Rec. Fin. 1.237.500,00 1.237.500,00 1.237.500,00
Custo Ponderado: 12,66% LAIR 3.537.500,00 3.162.500,00 3.162.500,00
(-) IR 884.375,00 790.625,00 790.625,00
Lucro Líq. 2.653.125,00 2.371.875,00 2.371.875,00
CONCLUSÃO:
Nota-se que seu valor, além LAJIR 21.050.000,00 20.675.000,00 20.675.000,00
de ser positivo, equivale a (+) Depr. 3.750.000,00 4.125.000,00 4.125.000,00
19,5% do investimento inicial. (-) IR 884.375,00 790.625,00 790.625,00
Neste contexto, percebe-se (=) FCO 23.915.625,00 24.009.375,00 24.009.375,00
que existe uma margem de (-) ∆ Capital 3.000.000,00 0,00 500.000,00
gordura satisfatória sobre (-) ∆ CCL -330.000,00 100.000,00 -220.000,00
o investimento inicial (>10%). CF 21.245.625,00 23.909.375,00 23.729.375,00
Assim, à vespera de eventos Perpetuidade 349.590.015,85
como a Copa e Olimpíadas, a CF Total 21.245.625,00 23.909.375,00 373.319.390,85
relação risco / retorno torna- Taxa Desc. 12,6611%
se extremamente atrativa. CF Desc. 18.857.995,35 18.837.369,17 261.070.972,34
Desse modo, conclui-se que Invest. Inicial -250.000.000,00
o projeto SERIA ACEITO. VPL 48.766.336,86
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Revisão – Parte II
Exercícios
Revisão – Parte II
Exercícios

Exercício 1: Um apartamento de R$ 500.000,00 é financiado em 240


meses, à taxa de 1,25% a.m. Utilizando a calculadora financeira,
calcule o SD, juros, amortização e prestação acumulados do quinto ao
sexto ano.

Exercício 2: Um capital de R$ 12.000,00 é aplicado durante 60 meses à


taxa contínua de 3,35% a.m. Calcule o valor resgatado. Qual a taxa
discreta equivalente?

Exercício 3: Um bem de R$ 5.000,00 é parcelado em 6 vezes de R$


892,63. Se a inflação média mensal foi de 0,70%, calcule as taxas de
juros nominal e real anualizadas.

Exercício 4: Um investidor aplica R$ 150.000,00 em um fundo cambial


que rende 0,50% a.m. mais variação cambial. No dia da aplicação, o
dólar valia R$ 2,00. Após 8 meses, o dinheiro é resgatado, e o dólar
vale R$ 1,85. Qual o valor resgatado?
Revisão – Parte II
Exercícios

Exercício 5: Suponha que a economia global esteja em expansão e


existam 2 projetos: o “A” e o “B”. O projeto “A” e o “B” têm um
investimento inicial de 200.000 e o seguinte fluxo: no primeiro ano,
“A” gera um prejuízo de R$ 100.000 e do 2º ao 6º um ganho anual de
80.000. Já o projeto “B” gera um prejuízo de R$ 200.000 no primeiro
ano e um ganho de R$ 110.000 anuais entre os anos 2 e 6. O custo de
capital é de 4% a.a. Calcule o VPL, TIR, payback normal e descontado
e explique se eles são viáveis. Em um contexto de restrição
orçamentária, qual projeto seria escolhido, o “A” ou o “B”? Obtenha o
fluxo incremental e diga se o projeto “B” é preferível ao “A”.

Exercício 6: Suponha que, ao final de 4 anos, uma empresa resolva


utilizar o valor residual de R$ 15.000 para dar entrada em uma nova
máquina de R$ 150.000, que será financiada por uma operação de
leasing à taxa de 1,50% a.m. e parcelas mensais durante 3 anos. Ao
final do período, há a opção de pagar um valor residual de 14%.
Calcule as prestações.
Revisão – Parte II
Exercícios

Exercício 7: Uma firma possui os seguintes dados: LAJIR de 1 milhão


(ano 1). Cresce 10% (ano 2) e 15% (ano 3). Máquinas e equipamentos
(BP) de 100 mil no ano 1, 120 mil (ano 2) e 150 mil (ano 3). Depreciação
constante em 10 anos. Despesas financeiras de 50 mil e IR de 34%.
Capital de Giro sobe 20 mil (ano 1), cai 15 mil (ano 2) e aumenta 30 mil
(ano 3). Perpetuidade de 4% a partir do ano 4. Tem 40% de dívida a
12% a.a. e 60% de capital próprio a 15% a.a. O investimento inicial é de
R$ 7 milhões. Calcule o VPL, TIR e analise a viabilidade do projeto.

Exercício 8: Um fundo rende inflação + 0,65% a.m. Se a inflação foi de


0,45% (mês 1) e subiu para 1,28% (mês 2), qual será o valor resgatado
de uma aplicação de R$ 10 mil após 2 meses?

Exercício 9: O Pré Sal tem uma vida útil de 30 anos, ao longo da qual
gerará um lucro operacional de R$ 2 bilhões. Calcule o valor atual
deste lucro, considerando um fluxo uniforme de receitas e uma taxa
contínua equivalente à taxa efetiva discreta de 6,25% a.a.
Revisão – Parte II
Respostas

Exercício 1: PV = 500.000; n = 240; i = 1,25 -> PMT = -6.583,95


48 f AMORT -> calcula os juros dos 4 primeiros anos
24 f AMORT -> calcula os juros dos 5º e 6º anos (24 meses)
Juros = 141.168,67

x<>y -> calcula a amortização do período


Amortização = 16.846,08

RCL PV -> mostra o SD ao final do 6º ano


SD = 461.371,04

RCL PMT 24 x -> calcula as prestações acumuladas nos 24 meses


Prestações pagas = 158.014,75
Revisão – Parte II
Respostas

Exercício 2:
S = P * e δ * m = 12.000 * e 0,0335 * 60 = 89.559,81
Taxa discreta: i = e 0,0335 – 1 = 0,034067 = 3,4067% a.m.

Exercício 3:
Taxa nominal: PV = 5.000; PMT = -892,63; n = 6 -> i = 2% a.m.
Nominal anualizada = (1,0212 – 1) * 100 = 26,8242% a.a.
Real anualizada = [(1 + 0,02)12 / (1 + 0,70/100)12 - 1] * 100 = 16,6402% a.a.

Exercício 4:
Rendimento: PV = 150.000; n = 8; i = 0,50 -> FV = -156.106,06
Valor resgatado = 156.106,06 * 1,85 / 2,00 = R$ 144.398,10
Revisão – Parte II
Respostas

Exercício 5:
Projeto “A”: -200.000 CFo / -100.000 CFj / 80.000 CFj 5 Nj / 4 i
f <NPV> 46.294,03 e f <IRR> 8,3298%
• VPL > 0 , economia em expansão e relação VPL / Inv.Inicial = 23,15%
Projeto “A” é aceito.

Projeto “B”: -200.000 CFo / -200.000 CFj / 110.000 CFj 5 Nj / 4 i


f <NPV> 78.558,13 e f <IRR> 9,7628%
• VPL > 0 , economia em expansão e relação VPL / Inv. inicial = 39,28%
Projeto “B” é aceito.

Restrição: “B” seria escolhido, pois VPL (B) > VPL (A).
Revisão – Parte II
Respostas

Fluxo Incremental:
CFo CFj CFj 5 Nj 0 CFo / -100.000 CFj / 30.000 CFj 5 Nj
Projeto B -200.000,00 -200.000,00 110.000,00
Projeto A -200.000,00 -100.000,00 80.000,00 4i f <NPV> 32.264,11
B-A 0,00 -100.000,00 30.000,00

Como VPL > 0, o projeto “B” gera renda adicional, então é preferível ao “A”.
ANO FLUXO Fator Desc. Fluxo Desc. Acumulado Acum. Desc.
0 -200.000 1,0000 -200.000 -200.000 -200.000
1 -100.000 1,0400 -96.154 -300.000 -296.154 Projeto A
2 80.000 1,0816 73.964 -220.000 -222.189
3 80.000 1,1249 71.120 -140.000 -151.070
4 80.000 1,1699 68.384 -60.000 -82.685
5 80.000 1,2167 65.754 20.000 -16.931 Payback
6 80.000 1,2653 63.225 100.000 46.294 Payb. Descontado

ANO FLUXO Fator Desc. Fluxo Desc. Acumulado Acum. Desc.


0 -200.000 1,0000 -200.000 -200.000 -200.000
1 -200.000 1,0400 -192.308 -400.000 -392.308
2 110.000 1,0816 101.701 -290.000 -290.607 Projeto B
3 110.000 1,1249 97.790 -180.000 -192.817
4 110.000 1,1699 94.028 -70.000 -98.788
5 110.000 1,2167 90.412 40.000 -8.376 Payback
6 110.000 1,2653 86.935 150.000 78.558 Payb. Descontado
Revisão – Parte II
Respostas

Exercício 6:
PV = 150.000 - 15.000 = 135.000
Valor Residual = 0,14 * 135.000 = 18.900,00
PV = 18.900; n = 36; i = 1,50 -> FV = -32.302,74
Leasing:
PV = 135.000; FV = -32.302,74; n = 36; i = 1,50 -> PMT = -4.197,29

Exercício 7:
WACC = 0,40 * 12% * 0,66 + 0,60 * 15% = 12,168% a.a. VIÁVEL: NPV>0 e IL=1,26

Fluxos Ano 1 Ano 2 Ano 3


LAJIR 1.000.000,00 1.100.000,00 1.265.000,00 -7.000.000 CFo 12,168 i
(+) Depr. 0,00 10.000,00 13.000,00
(-) IR 323.000,00 357.000,00 413.100,00 557.000 CFj <NPV> 1.788.925,60
(=) FCO 677.000,00 753.000,00 864.900,00
(-) ∆ Capital 100.000,00 30.000,00 43.000,00
(-) ∆ CCL 20.000,00 -15.000,00 30.000,00
738.000 CFj <IRR> 21,633%
CF 557.000,00 738.000,00 791.900,00
Perpetuidade 10.082.957,88
10.874.857,88 CFj (CF3 + Perpetuidade)
Revisão – Parte II
Respostas

Exercício 8:
Ano 1: (1,0045 * 1,0065 – 1) * 100 = 1,102925
PV = 10.000; n = 1; i = 1,102925 -> FV = -10.110,29
Ano 2: (1,0128 * 1,0065 – 1) * 100 = 1,938320
PV = 10.110,29; n = 1; i = 1,938320 -> FV = -10.306,26

Exercício 9:
K = 2.000.000.000 e δ = ln (1 + 0,0625) = 0,060625
Utilizando a fórmula do Valor Presente:
Po = K * (1 – e – δ * m) / (δ * m)
= 2.000.000.000 * (1 – e -0,060625 * 30) / (0,060625 * 30)
Po = 1.675.543.180,00 / 1,818750 = 921.260.855,20

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