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Aula 3
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A emergência histórica da separação entre trabalho e
educação
A apropriação privada da terra, então o principal meio de produção, gerou a divisão dos homens em
classes. Configuram-se, em consequência, duas classes sociais fundamentais: a classe dos
proprietários e a dos não-proprietários. (SAVIANI, P. 155)
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Vamos ler...
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A existência de duas classes sociais fundamentais: a classe
dos proprietários e a dos não-proprietários pode ter dado
origem a formas diferentes de ensinar e aprender?
Manacorda ao analisar os ensinamentos dados a Ptahhotep, no antigo Egito, que datam de 2.450 a.C., e de
Quintiliano, que viveu na antiga Roma entre os anos 30 e 100 de nossa era, conclui:
O “falar bem” era o conteúdo e o objetivo do ensinamento “oratória como arte política do comando”, ou seja,
“educação do orador ou do homem político”.
(Manacorda, p.17)
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No reino autocrático, arte do comando é também, e antes de tudo, arte da
obediência: a subordinação é uma das constantes milenares desta inculturação
da qual, portanto, faz parte integrante o castigo e o rigor.
“O resto da multidão egípcia aprende dos pais e dos parentes, desde a idade infantil, os ofícios que exercerá na
sua vida. Ensinam a ler e escrever um pouquinho, não a todos, mas aqueles que se dedicam a um ofício.
(MANACORDA p. 39)
Existe, portanto, outra “multidão de indivíduos” que não têm arte nem parte –
como diz o ditado - para os quais obviamente não há nenhuma transmissão
educativa nem de técnicas propriamente culturais ou imediatamente
produtivas. E está será uma constante na história dos povos. (Manacorda,
p.39)
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Resumindo:
Com a divisão dos homens em classes a educação também resulta dividida; diferencia-se, em consequência, a educação
destinada à classe dominante daquela a que tem acesso a classe dominada. E é aí que se localiza a origem da escola.
A educação dos membros da classe que dispõe de ócio, de lazer, de tempo livre passa a organizar-se na forma escolar,
contrapondo-se à educação da maioria, que continua a coincidir com o processo de trabalho. (Saviani, 2007, p. 156)
Um resumo da Aula 2
Na nossa 2º aula estudamos uma definição de “educação”, para depois falarmos sobre a produção de
conhecimentos e educação nas sociedades primitivas.
Partimos de sua definição de homem enquanto animal que trabalha, isto é, um animal que necessariamente
produz suas condições de existência, por meio da modificação da natureza. Ao modificar a natureza, o homem
foi historicamente se modificando também, quer dizer, as relações de trabalho exigiram a criação de relações
sociais. Ao organizar-se socialmente visando garantir sua subsistência, os homens primitivos foram
desenvolvendo o que hoje chamamos de divisão social do trabalho.
A partir do momento em que ocorreu a apropriação privada da terra, surgiram duas classes sociais, a quem
corresponderiam esses dois tipos de trabalho: a classe dedicada ao trabalho produtivo, manual; e a classe que,
detentora dos meios e instrumentos de produção, dispunha de tempo livre, pois sua subsistência já estava
assegurada pelo excedente do trabalho dos não-proprietários, nasce aí a prática especificamente educativa. 11
As formas de educação – aculturação/inculturação,
educação intelectual e aprendizagem profissional – se
referiam ao ensino direcionado a uma minoria da
população.
REFLETIR:
O direito à educação ainda não foi estendido a toda a
população, nem no Brasil, nem na maior parte dos países.
Se a educação escolar, portanto, não foi universalizada,
faz algum sentido a existência de políticas educacionais
que propõem o fechamento de escolas, alegando
justificativas, por exemplo, de teor demográfico?
O escriba sentado, escultura atualmente exposta no
Louvre. A escultura provavelmente remonta à 4ª Dinastia,
por volta de 2620-2500 a.C. 12
Vimos também que já está presente a educação intelectual cabe aos escribas, enquanto
corpo técnico responsável pelo registro e pela decifração dos códigos escritos;
E, por fim, à multidão (todos os demais, ou seja, a classe produtiva), cabia quase que
apenas a aprendizagem do ofício, transmitida quase como herança biológica, em que o
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futuro de um novo súdito era determinado pelo ofício de seus pais.
No próximo encontro iremos
estudar o caso da Educação na
Grécia.
Grécia e Roma: cultura, escola e educação
Após a radical ruptura do modo de
MANACORDA, Mario A. A educação na Grécia.
produção comunal/tribal, nós In: ______. História da Educação: da
Antiguidade aos nossos dias. 10a edição São
vamos ter o surgimento da escola. Paulo: Cortez, 2002. p. 41-110.
https://time.graphics/line/307118 - Linha do
Na Grécia se desenvolverá como tempo da Educação Egípcia